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GFNF 0 Ys 1 USKk ZWBG PP1 Ec W7 RMXU18 P WV FB7 L 8 CWy
GFNF 0 Ys 1 USKk ZWBG PP1 Ec W7 RMXU18 P WV FB7 L 8 CWy
1. Ação Penal
1.1 Pública
• Titularidade: É do Ministério Público (artigo 100, parágrafo 1º, do Código Penal);
• Incondicionada:
o É a regra;
o Não depende de representação;
o O MP pode propor independentemente da manifestação de vontade do ofendido ou seu representante legal;
o O tipo penal:
- descreve a conduta
- comina a pena
- silencia em relação a ação penal
• Condicionada:
o Depende de representação;
o O legitimado para representar é o ofendido/representante legal. No caso de morte do ofendido, a legitimidade é do cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão (CADI).
o Prazo: 6 meses a contar da ciência da autoria do fato
o Retratabilidade:
▪ Regra: até o oferecimento da denúncia
▪ Exceção: artigo 16 da Lei 11.340/06 - Lei Maria da Penha
• Cuidado: Lesão corporal leve e culposa
o Regra: ação penal pública condicionada à representação
o Exceção: Súmula 542 STJ - no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher é incondicionada
1.2 Privada
• Titularidade: O legitimado para representar é o ofendido/representante legal. No caso de morte do ofendido, a legitimidade é do cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão (CADI);
• Identificação: “somente se procede mediante queixa”;
• Espécies:
o Exclusiva;
o Personalíssima: somente o ofendido tem a titularidade - artigo 236 do Código Penal
o Subsidiária: o crime é de ação penal pública, mas por conta da inércia do Ministério Público surge a legitimidade do ofendido para ingressar
com a ação penal pública subsidiária.
2. Queixa-crime
2.1 Identificação
• Em um crime de Ação Penal Privada, o ofendido procura advogado para providências;
2.3 Prazo
• 6 meses contados da ciência da autoria do fato
2.4 Legitimidade
• Artigo 30 do Código de Processo Penal
• Artigo 31 do Código de Processo Penal
2.5 Conteúdo
• Qualificação: Autor/querelante e Réu/querelado
• Descrição dos fatos com circunstâncias
• Classificação jurídica do fato: tipificação
2.6 Pedidos
• Recebimento da queixa-crime
• Citação do querelado
• Designação de audiência preliminar ou de conciliação (se for Juizado Especial Criminal)
• Condenação
• Valor indenizatório mínimo (artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal)
• Produção de provas
• Rol de testemunhas
3. Queixa-crime Subsidiária
3.1 Identificação
• Crimes de ação pública em que o Ministério Público fica inerte, ou seja, deixa de requisitar diligências, promover pelo arquivamento ou oferecer
denúncia no prazo legal;
3.2 Base Legal
• Artigo 29 do Código de Processo Penal;
• Artigo 5º, inciso LIX da Constituição Federal;
• Artigo 41 do Código de Processo Penal;
• Artigo 44 do Código de Processo Penal (procuração com poderes especiais);
• Artigo 100, parágrafo 3º do Código Penal;
3.3. Prazo
• 6 meses contados do dia em que se esgotou o prazo para o Ministério Público iniciar a ação penal pública (artigo 38, parte final do Código de Processo
Penal, e artigo 103, parte final do Código Penal)
3.4 Conteúdo
• Qualificação das partes: autor/querelante e réu/querelado;
• Descrição dos fatos com circunstâncias;
• Classificação (tipificação) jurídica do fato
3.5 Pedidos
• Recebimento da queixa crime;
• Citação;
• Designação de audiência preliminar ou de conciliação (se for Juizado Especial Criminal);
• Condenação;
• Valor mínimo indenizatório mínimo (artigo 387, inciso IV do Código de Processo Penal);
• Produção de provas;
• Rol de testemunhas;
4. Resposta à Acusação
5.1 Conceito
• Artigo 18, inciso I do Código Penal: o crime será doloso “quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo”;
• No crime doloso, o agente desenvolve uma conduta com vontade e consciência dirigida a produzir determinado resultado;
• O dolo integra a conduta e, portanto, o fato típico;
5.2 Teorias
• Representação: Para essa teoria, o dolo se caracteriza pela mera previsão do resultado. Não se aplica no nosso ordenamento jurídico;
• Vontade: O dolo é a vontade de realizar a conduta e produzir o resultado. É a teoria adotada no dolo direto – artigo. 18, inciso I (1ª parte), do Código
Penal;
• Assentimento: Há a previsão do resultado e, embora não o deseje diretamente, o agente assume o risco de produzi-lo, sendo, ainda, indiferente às
consequências decorrentes da sua conduta. É a teoria adotada no dolo eventual – artigo 18, inciso I (2ª parte), do Código Penal;
5.3 Espécies
• Dolo Direto: O agente quer o resultado por ele anteriormente representado;
• Dolo Indireto: O agente não tem a vontade dirigida a um resultado determinado. Se subdivide em: 1. Dolo alternativo: O agente dirige sua conduta com
a intenção de provocar qualquer dos resultados possíveis; 2. Dolo eventual: O agente assume o risco de produzir o resultado, isto é, admite e aceita o
risco de produzi-lo;
• Dolo de dano: O agente desenvolveu a conduta para provocar lesão ou dano ao bem jurídico;
• Dolo de perigo: Basta expor determinado bem jurídico a perigo para caracterizar o crime. Exemplo: artigo 130, "caput", do Código Penal;
• Dolo geral: O agente desenvolve uma conduta voltada a uma determinada finalidade e, acreditando ter alcançado o seu intento, realiza, na sequência,
outra conduta que efetivamente produz o resultado desejado;
• Dolo de primeiro grau: O agente desenvolve conduta com vontade e consciência de atingir determinado resultado;
• Dolo de segundo grau: O agente tem o dolo de produzir determinado resultado, mas sabe que a sua conduta vai produzir efeitos colaterais. Exemplo:
com a intenção de matar a vítima determinada, o agente instala uma bomba no veículo, que, dada a potência da explosão, provoca a morte de todos
os ocupantes do veículo;
6. Fato Típico (Culpa)
6.1 Conceito
• Artigo 18, inciso II do Código Penal;
• Integra o elemento normativo da conduta;
• É a conduta humana voluntária desenvolvida sem observar o dever de cuidado objetivo, que, por imprudência, negligência ou imperícia, produz um
resultado involuntário, objetivamente previsível, que poderia ter sido evitado;
6.2 Elementos
• Conduta humana voluntária: O agente desenvolve uma conduta voluntária, agindo, porém, sem observar o dever de cuidado objetivo;
• Resultado involuntário: O resultado não é desejado ou tolerado pelo agente;
• Violação do dever de cuidado objetivo: Imprudência: conduta positiva; Negligência: conduta negativa; Imperícia: falta de aptidão para desempenhar
determinada arte, profissão ou ofício;
• Nexo causal;
• Tipicidade;
• Ausência de previsão;
6.3 Espécies
• Culpa inconsciente: É aquela em que o resultado não é previsto pelo agente, embora objetivamente previsível. É a culpa comum, aquela que se
caracteriza pela ausência de previsão do resultado;
• Culpa consciente: Há a previsão do resultado, mas o agente realiza a conduta considerando, sinceramente, que nenhum resultado se produzirá ou,
ainda, que reúne habilidade suficiente para evitá-lo;
• Culpa própria: É a comum, na qual o agente não quer o resultado nem tampouco assume o risco de produzi-lo. O resultado não é previsto pelo agente,
embora previsível.
• Culpa imprópria: O agente prevê o resultado, e deseja a sua produção, agindo, no entanto, em erro inescusável quanto à ilicitude do fato, ou seja, no
contexto das chamadas descriminantes putativas (artigo 20, parágrafo 1º, do Código de Processo Penal);
7. Iter criminis
7.1 Cogitação
• Aqui o agente delibera mentalmente a prática do delito. Em geral, a cogitação não constitui fato punível;
7.2 Atos preparatórios
• O passo seguinte é a preparação da ação delituosa. É a fase de exteriorização da ideia do crime, por meio de atos. Exemplo: aquisição de uma arma
para prática de um homicídio. Também não são puníveis, salvo quando definidos como atos executórios de outro delito autônomo.
7.3 Execução
• Após, o agente passa à fase de execução do delito, com a efetiva agressão ao bem jurídico tutelado. O agente passa a desenvolver conduta voltada
a realizar o verbo nuclear do tipo. A partir dos atos executórios o fato passa a ser punível, ao menos na forma tentada.
7.4 Consumação
• É o momento de conclusão do delito, reunindo todos os elementos do tipo penal.
• Crimes materiais: A consumação ocorre com a produção do resultado naturalístico;
• Crimes formais: O tipo penal descreve a conduta e o resultado, mas para a consumação não é exigido o resultado naturalístico.
• Crimes de mera conduta: Não é necessário resultado naturalístico para a consumação.
• Crimes permanentes: A consumação se prolonga no tempo a depender da atuação do agente;
• Crimes omissivos próprios: Consumam-se com a mera abstenção, por parte do agente, do ato que lhe era exigível.
8. Tentativa
8.1 Conceito
• Artigo 14, inciso II do Código Penal;
• Início da execução de um crime, que não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente;
• É uma causa de diminuição da pena;
8.2 Elementos
• A tentativa se reveste de todos os elementos do crime desejado, exceto a consumação;
• São três elementos da tentativa: 1. Dolo da consumação: O elemento subjetivo do crime tentado é o mesmo do crime consumado; 2. Início da execução
do crime: É preciso sair da esfera dos atos preparatórios e ingressar na esfera dos atos de execução; 3. Não consumação por circunstâncias alheias
à vontade do agente;
8.3 Espécies
• 1. Tentativa Perfeita, acabada ou crime falho: O agente exauri toda sua potencialidade lesiva, realizado todos os meios executórios que tinha à sua
disposição para consumar o delito, que não ocorre, no entanto, por circunstâncias alheias à sua vontade;
• 2. Tentativa imperfeita, inacabada ou tentativa propriamente dita: O agente não esgota sua potencialidade lesiva, ou seja, não utiliza todos os meios
executórios que tinha ao seu alcance, não atingindo a consumação, por circunstâncias alheias à sua vontade;
• 3. Tentativa incruenta ou branca: Não ocorre lesão ao bem jurídico;
• 4. Tentativa cruenta ou vermelha: Ocorre lesão ao bem jurídico;
8.4 Teorias para a punibilidade
• 1. Teoria subjetiva: É irrelevante o resultado, o que vale é a intenção do agente;
• 2. Teoria sintomática: O fundamento da punição é a exposição de bem jurídico à perigo;
• 3. Teoria da impressão: A conduta do agente deve se mostrar apta a abalar a confiança no ordenamento jurídico;
• 4. Teoria objetiva: É adotada como regra no Código Penal. Artigo 14, parágrafo único do Código de Processo Penal - Salvo disposição em contrário,
pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Quanto maior a proximidade com a consumação,
menor a diminuição da pena.
8.5 Algumas infrações que não admitem tentativa
• Crimes culposos;
• Crimes preterdolosos;
• Contravenções Penais;
• Crimes omissivos próprios;
• Crimes unissubsistentes;
• Crimes habituais;
• Crimes de atentado.
9. Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz
9.1 Conceito
• Artigo 15 do Código Penal;
• O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados;
• Ocorre: Início da consumação, e não há a consumação por vontade própria;
9.2 Requisitos
• Voluntariedade: devem decorrer de atos voluntários, livres de coação física ou moral, ainda que não sejam espontâneos;
• Eficácia: não pode ter ocorrido a consumação. Se, em que pese tenha buscado evitar a produção do resultado, o crime alcançou a consumação, o
agente responderá pelo delito.
9.3 Diferença
• Desistência voluntária: Não esgota os meios executórios; desiste de prosseguir;
• Arrependimento eficaz: esgota os meios executórios, mas antes da consumação age para evitar o resultado;
9.4 Consequência
• Responde pelos atos praticados;
• Jamais constitui tentativa.
• Exemplo: o agente que ingressa numa residência e, por ato voluntário, desiste de consumar a subtração, não responderá por tentativa de furto, mas
pelos atos até então praticados, quais sejam, violação de domicílio.
10. Arrependimento Posterior
10.1 Conceito
• Artigo 16 do Código Penal;
• Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa,
por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços;
• Ocorre depois da consumação;
10.2 Requisitos
• Crime sem violência ou grave ameaça
• Reparação do dano ou a restituição da coisa até o recebimento da denúncia. A reparação do dano ou restituição da coisa deve ser voluntária, pessoal
e integral;
10.3 Consequência
• Constitui causa de diminuição da pena de um a dois terços;
• Cuidado: caso a reparação do dano ou a restituição da coisa ocorra após o recebimento da denúncia, não caracteriza o arrependimento posterior,
aplicando-se a atenuante genérica do artigo 65, inciso III, alínea ‘b’, do Código Penal;
10.4 Comunicabilidade no concurso de pessoas
• Tratando-se de causa objetiva de diminuição de pena, não se restringe à esfera pessoal de quem o realiza, comunicando-se, por isso, aos demais
coautores e partícipes do crime, nos termos do artigo 30 do Código Penal.
11 Crime Impossível
11.1 Conceito
• Artigo 17 do Código Penal;
• Trata-se de hipótese de tentativa não punível, verificando-se quando o agente, por ineficácia absoluta do meio ou impropriedade absoluta do objeto
sobre o qual recaiu sua conduta, jamais alcançará a consumação do delito;
11.2 Espécies
• Ineficácia absoluta do meio: Guarda relação com o meio de execução ou instrumento utilizado pelo agente, que, por sua natureza, será incapaz de
produzir qualquer resultado, ou seja, jamais alcançará a consumação do delito. Exemplo: o agente, pretendendo matar a vítima, usa como meio
executório arma completamente defeituosa, que jamais efetuaria qualquer disparo.
• Impropriedade absoluta do objeto: Guarda relação com o objeto material, compreendendo a pessoa ou coisa sobre o qual recai a conduta do agente.
Exemplo: o agente, pretendendo matar a vítima, desfere vários disparos de arma de fogo contra o seu corpo, verificando-se, após, que, ao receber os
disparos, já se encontrava morta, em decorrência de ter sofrido, momentos antes, fulminante ataque cardíaco.
12. Erro de tipo
12.1 Conceito
• Artigo 20, ‘caput’ do Código Penal;
• Erro sobre o elemento constitutivo do tipo penal;
• Elemento constitutivo: a figura típica é composta de elementos específicos ou elementares. Cada expressão que compõe uma figura típica é um
elemento que constitui o modelo legal de conduta proibida;
• O erro de tipo pode ser essencial ou acidental;
12.2 Essencial
• O erro de tipo essencial é aquele que repercute na própria tipificação da conduta do agente, pois, se não tivesse a falsa percepção da realidade, o
agente não teria praticado o fato típico, ou, pelo menos, não nas circunstâncias que envolveram o contexto fático. Se divide em:
• 1. Invencível: É aquele erro em que qualquer pessoa, nas mesmas circunstâncias, incorreria. Efeito: exclusão do dolo e da culpa, sendo o fato atípico;
• 2. Vencível: É aquele erro em que uma pessoa mais cautelosa e prudente, nas mesmas circunstâncias, não incorreria. Efeito: exclusão do dolo, mas
não da culpa, desde que previsto em lei o crime culposo.
13.3 Acidental
• É o erro que incide sobre dados acidentais do delito, sobre circunstâncias (qualificadoras, agravantes e causas de aumento de pena) e elementos
irrelevantes da conduta típica. Não recai, portanto, sobre elementos essenciais do delito. São casos de erro acidental:
• 1. Erro sobre a pessoa: artigo 20, parágrafo 3º do Código Penal. Erro na identificação da pessoa pretendida, atingindo pessoa diversa. Efeito:
consideram-se as condições ou qualidades da vítima pretendida;
• 2. Erro na execução ou aberracio ictus: artigo 73 do Código Penal. Por acidente ou erro no uso dos meios de execução, atinge pessoa diversa da
pretendida. Efeito: Com resultado único, consideram-se as condições ou qualidades da pessoa pretendida. Com resultado duplo, aplica-se a regra do
concurso formal (art. 70 do Código Penal);
• 3. Resultado diverso do pretendido ou aberracio criminis: artigo 74 do Código Penal. Por acidente ou erro no uso dos meios de execução, causa um
resultado diverso do pretendido. Efeito: Com resultado único, responde por culpa, se previsto em lei. Com resultado duplo, se aplica a regra do concurso
formal (artigo 70 do Código Penal).
14. Causas excludentes de ilicitude
15.1 Teorias
• Psicológica: Pressuposto: imputabilidade do agente; Elementos: dolo e a culpa são elementos da culpabilidade; Não é aceita, pois não explica situações
envolvendo inexigibilidade de conduta diversa e culpa inconsciente;
• Psicológico-normativa: Manteve o elemento psicológico (dolo e culpa) e introduziu o elemento normativo; Elementos: imputabilidade; dolo ou culpa;
exigibilidade de conduta diversa;
• Normativa pura: É a teoria aplicada; Os elementos devem ser puramente normativos, sem vínculos psicológicos; O dolo e a culpa são retirados da
culpabilidade, passando a integrar a conduta, elemento do fato típico; Elementos: imputabilidade; potencial consciência da ilicitude; exigibilidade de
conduta diversa; Se subdivide em: Extremada: as descriminantes putativas são tratadas sempre conforme as regras do erro de proibição; e Limitada
(é a adotada): Situação de fato: erro de tipo: invencível – exclui o dolo e a culpa; e vencível – exclui o dolo, mas responde por crime culposo, se previsto
em lei; Situação de direito: erro de proibição: inevitável: isento de pena; se evitável: o agente responde pelo delito, mas terá a pena reduzida;
15.2 Elementos
• Imputabilidade: Capacidade do agente maior de 18 anos, que goza de saúde mental, entender, ao tempo da ação ou omissão, o caráter ilícito da sua
conduta e de determinar-se de acordo com esse entendimento; Se aplica o sistema biopsicológico;
• Potencial consciência da ilicitude;
• Exigibilidade de conduta diversa;
15.3 Causas de Exclusão
• Inimputabilidade: Por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado (artigo 26 do Código Penal); Embriaguez completa
proveniente de caso fortuito ou força maior (artigo 28, parágrafo 1º, do Código Penal); Menoridade penal (art. 27 do Código Penal);
• Falta de potencial consciência da ilicitude: Erro de proibição (artigo 21 do Código Penal); Erro sobre a ilicitude do fato; O agente considera ser permitido,
quando, na verdade, é proibido. Se subdivide em: 1. Inevitável – o agente é isento de penal; ou 2. Evitável – é uma causa de diminuição da pena;
• Inexigibilidade de conduta diversa: Coação moral irresistível, artigo 22 do Código penal: Coator pratica uma grave ameaça para o coagido, que pratica
o fato típico e ilícito; Somente o coator responde pelo delito;
• Obediência hierárquica, artigo 22 do Código Penal: Superior hierárquico emana uma ordem não manifestamente ilegal para o subordinado que pratica
o fato típico e ilícito; Somente o superior hierárquico responde pelo delito;
16. Aplicação da Pena Privativa De Liberdade
17.1 Conceito
• A pena privativa de liberdade repercute diretamente no direito de locomoção do agente condenado, por tempo determinado;
17.2 Regime Inicial
• O regime inicial será fixado em observância aos seguintes critérios: 1. A quantidade da pena imposta; 2. A reincidência; 3. As circunstâncias judiciais
do art. 59 do Código Penal;
• Reclusão: Fechado (condenado a pena superior a 8 anos, reincidente ou não); Semiaberto (condenado a pena superior a 4 anos e inferior a 8 anos, e
não reincidente); Aberto (condenado a pena inferior a 4 anos e não reincidente);
• Cuidado: Súmulas 269 e 440 do Superior Tribunal de Justiça; Súmulas 718 e 719 do Supremo Tribunal Federal;
• Detenção: Semiaberto (condenado a pena superior a 4 anos, reincidente ou não); Aberto (condenado a pena inferior a 4 anos e não reincidente);
• Se o condenado for reincidente, o regime inicial será o semiaberto, independentemente da quantidade da pena;
17.3 Regimes Penitenciários
• Fechado: A pena privativa de liberdade é executada em estabelecimento de segurança máxima ou média; artigo 34 do Código Penal;
• Semiaberto: A pena privativa de liberdade é executada em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; artigo 35 do Código Penal;
• Aberto: A pena privativa de liberdade é executada em casa de albergado ou em estabelecimento adequado; artigo 36 do Código Penal;
17.4. Crimes Hediondos e Equiparados
• O artigo 2º, parágrafo 1º, da Lei 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, por considerar
que a obrigatoriedade do regime inicial fechado viola o princípio constitucional da individualização da pena e da proporcionalidade (HC 111.840/ES e
Informativo 670 do Superior Tribunal de Justiça).
18. Penas Restritivas de Direito
18.1 Conceito
• São penas alternativas às privativas de liberdade, com a finalidade de evitar o encarceramento de determinados criminosos;
18.2 Espécies
• Prestação pecuniária; Perda de bens e valores; Prestação de serviços à comunidade; Interdições temporárias de direitos; Limitação de fim de semana
18.3 Natureza jurídica
• São sanções penais substitutivas e autônomas;
18.4 Reconversão
• Obrigatória – artigo 44, parágrafo 4º do Código Penal;
• Facultativa – artigo 44, parágrafo 5º do Código Penal;
18.5 Duração
• Artigo 55 do Código Penal;
• É equivalente a pena privativa de liberdade;
18.6 Regras para a substituição
• Pena até 1 ano será substituída por uma pena de Pena restritiva de direito ou multa;
• Pena superior a 1 ano será substituída por duas penas restritivas de direito ou uma pena restritiva de direito e multa;
18.7 Requisitos para a substituição
• Subjetivos: Não reincidente em crime doloso; Princípio da suficiência;
• Objetivos: Natureza do crime (Sem violência ou grave ameaça); Quantidade da pena, se crime doloso, pena aplicada a´te 4 anos, se crime culposo,
qualquer pena;
19. Suspensão Condicional da Execução da pena (SURSIS)
19.1 Conceito
• É uma medida alternativa ao encarceramento;
• O sujeito foi condenado, mas por atender a determinados requisitos a execução da pena fica suspensa, mediante condições;
19.2 Requisitos
• Objetivos: Natureza da pena: pena privativa de liberdade (não cabe para pena restritiva de direito e multa); Quantidade de pena: regra: pena aplicada
na sentença até 2 anos. (Exceção: Sursis etário e humanitário até 4 anos e crime ambiental até 3 anos); Não tenha havido substituição por pena
restritiva de direito;
• Subjetivos: Não reincidente em crime doloso (Cuidado: se a pena anterior for de multa, será possível -artigo 77, parágrafo 1º, do Código Penal e
Súmula 499 do Supremo Tribunal Federal);
19.3 Condições:
• Simples: artigo 78, parágrafo 1º do Código Penal; No primeiro ano do prazo, deverá o condenado: 1) prestar serviços à comunidade; ou 2) submeter-
se à limitação de fim de semana;
• Especial: artigo 78, parágrafo 2º do Código Penal; Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias
judiciais forem favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo 1º pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente: 1) proibição de
frequentar determinados lugares; 2) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; 3) comparecimento pessoal e
obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades;
19.4 Período de prova:
• Regra: de 2 a 4 anos, (Exceção: etário e humanitário de 4 a 6 anos); Prorrogação do período de prova: artigo 81, parágrafo 2º, do Código Penal;
19.5 Revogação
• Obrigatória: 1) Condenação irrecorrível pela prática de crime doloso; 2) Frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem
motivo justificado, a reparação do dano; 3) Descumpre a condição do parágrafo 1º do art. 78 do Código Penal (descumprir a prestação de serviços à
comunidade ou a limitação de fim de semana);
• Facultativa: 1) O condenado deixa de cumprir as obrigações judiciais; 2) Condenação irrecorrível, por crime culposo ou contravenção, à pena privativa
de liberdade e restritiva de direitos;
20. Memoriais
20.1 Identificação
• O último ato processual informado no enunciado é a audiência de instrução! Além disso, o enunciado também poderá informar que o MP pugnou pela
condenação
20.2 Base Legal
• Artigo 403, parágrafo 3º do Código de Processo Penal, pela complexidade da causa ou número de acusados;
• Artigo 404, parágrafo único do Código de Processo Penal, quando na audiência for determinada realização de diligências;
20.3 Prazo
• 5 dias
20.4 Conteúdo
• Preliminares: inobservância das formalidades legais. Exemplo: Nulidades, extinção da punibilidade;
• Mérito: artigo 386 do Código de Processo Penal. Materialidade, Autoria, Tipicidade, Ilicitude, Culpabilidade, Subsidiariedade (sigla MATICS);
20.5 Pedidos
• Absolvição, com base no artigo 386 do Código de Processo Penal (indicar o inciso correspondente);
• Pedir tudo o que foi alegado nas teses (exemplo: nulidade, diminuição da pena, regime carcerário, substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos);
21. Competência
30.1 Conceito
• Competência é a delimitação do poder jurisdicional (fixa os limites dentro dos quais o juiz pode prestar jurisdição);
30.2 Regra Geral
• Artigo 70 do Código Penal; Para a determinação da competência o lugar do crime é o lugar da consumação;
• Parágrafo primeiro: Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele = lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o
último ato de execução;
• Parágrafo segundo: Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional será de competência do juiz do lugar em que o crime,
embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado;
• Parágrafo terceiro: Incerto o limite territorial ou incerta a jurisdição, a competência se dará pela prevenção;
30.3 Crime continuado e permanente
• Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção
(artigo 71 do Código de Processo Penal c/c artigo 83 do Código de Processo Penal);
30.4 Domicílio ou residência do réu
• Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu;
• Parágrafo primeiro: quando houver mais de uma residência, a competência se dará pela prevenção;
• Parágrafo segundo: Se não tiver residência ou for ignorado o paradeiro, a competência será do primeiro juiz que tomar conhecimento;
30.5 Conexão e continência
• Artigo 76 do Código de Processo Penal (conexão)
• Artigo 77 do Código de Processo Penal (continência)
• Observadas as regras do artigo 78 do Código de Processo Penal;
30.6 Prerrogativa de função
• Determinadas pessoas, por exercerem funções específicas, possuem a prerrogativa de serem julgadas originariamente por determinados órgãos;
• Cuidado: deputados federais e senadores possuem foro por prerrogativa de função apenas para crimes cometidos após a sua diplomação o cargo e
se o crime tiver relação com o cargo ocupado;
30.7 Guia de Fixação
• Competência originária – o acusado tem foro por prerrogativa de função?
• Competência de jurisdição – qual é a justiça competente?
• Competência territorial – qual a comarca competente?
• Competência de juízo – qual a vara competente?
• Competência interna – qual o juiz competente?
• Competência recursal – para onde vai o recurso?
30.8 Espécies
• Ratione materiae: estabelecida em razão da natureza do crime praticado; e a Ratione personae: em razão da qualidade das pessoas acusadas.
Possuem competência absoluta, isto é, não pode ser modificada, ou seja, cuida-se de competência improrrogável ou imodificável;
• Ratione loci (artigo 69, inciso I e II): em razão do local. A competência é relativa, pode ser modificada, ou seja, cuida-se de competência prorrogável
ou modificável;
22. Apelação
41.1 Identificação
• O último ato processual informado no enunciado é a audiência de instrução! Ocorrem antes da decisão de pronúncia, de impronúncia, da absolvição
sumária ou desclassificação;
41.2 Base Legal
• Utiliza-se, por analogia o artigo 403, parágrafo 3º do Código de Processo Penal, pela complexidade da causa ou número de acusados;
• E o artigo 404, parágrafo único do Código de Processo Penal, Quando na audiência for determinada realização de diligências;
41.3 Prazo
• 5 dias
41.4 Conteúdo
• Preliminares: Exemplo: nulidades, extinção da punibilidade;
• Mérito: Impronúncia, artigo 414 do Código de Processo Penal; Absolvição sumária, artigo 415 do Código de Processo penal; Desclassificação, artigo
419 do Código de processo Penal;
• Eventuais teses subsidiárias podem consistir no afastamento da qualificadora e/ou de causa de aumento de pena;
41.5 Pedidos
• No que tange ao mérito, o pedido deve guardar relação com a(s) tese(s) invocadas: Impronúncia; e/ou absolvição sumária; e/ou desclassificação;
• Pedir tudo o que foi alegado nas teses (exemplo: nulidade e subsidiariedade);
27. Apelação no Tribunal do Júri
45.1 Identificação
• Sentença transitada em julgado. Não cabe em prol da sociedade, somente em prol do réu;
45.2 Base legal
• Artigo 621 do Código de Processo Penal, e o inciso correspondente;
45.3 Prazo
• Pode ocorrer a qualquer tempo, inclusive após a extinção da pena;
45.4 Legitimidade
• Do réu ou do procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (Artigo 623 do Código de
Processo Penal)
45.5 Competência
• É originária dos tribunais, jamais sendo apreciada por juiz de primeira instância;
45.6 Conteúdo
• Sentença condenatória contrária ao texto expresso da lei penal;
• Sentença com contrariedade à evidência dos autos;
• Sentença condenatória fundada em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos;
• Após a sentença, se descobriram novas provas de inocência do condenado ou circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.
45.7 Pedidos
• Absolvição;
• Alteração da classificação do crime;
• Modificação da pena;
• Anulação do processo;
• Indenização;
• Pode solicitar a concessão de liminar, se for o caso.
33. Habeas Corpus
46.1 Conceito
• Tem por finalidade evitar ou fazer cessar a violência ou a coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade ou abuso de poder
46.2 Base legal
• Artigo 5º, inciso LXVIII da constituição Federal;
• Artigo 647 e 648 do Código de Processo Penal;
46.3 Espécies
• Habeas corpus liberatório ou repressivo;
• Habeas corpus preventivo;
46.4 Legitimidade
• Ativa: pode ser impetrado por qualquer pessoa, independentemente de habilitação legal ou representação de advogado.
• Passiva: autoridade ou particular apontado como coator;
46.5 Competência
• Do juiz de direito de primeira instância, quando o coator for Delegado ou particular;
• Do Tribunal de Justiça, quando o coator for juiz de direito e representante do Ministério Público Estadual
• Do Tribunal Regional Federal, quando o coator for juiz federal (artigo 108, inciso I, alínea ‘d’ da constituição Federal;
• Do Superior Tribunal de Justiça, na forma do artigo 105, inciso I, alínea ‘c’ da Constituição Federal;
• Do Supremo Tribunal Federal, na forma do artigo 102, inciso I, alínea ‘i’ da Constituição Federal;
46.6 Conteúdo
• Quando não houver justa causa – artigo 648, inciso I, do Código de Processo Penal;
• Quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei – artigo 648, inciso II, do Código de Processo Penal;
• Quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo – artigo 648, inciso III, do Código de Processo Penal;
• Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação – artigo 648, inciso IV, do Código de Processo Penal;
• Quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza – artigo 648, inciso V, do Código de Processo Penal;
• Quando extinta a punibilidade – artigo 648, inciso VII, do Código de Processo Penal;
46.7 Pedidos
• Conforme o fundamento invocado;
• Trancamento do inquérito policial ou ação penal (por falta de justa causa);
• Extinção da punibilidade;
• Nulidade;
• Revogação da prisão preventiva;
• Relaxamento da prisão em flagrante;
• Concessão de liberdade provisória;
34. Recurso Ordinário Constitucional
25.1 Conceito
• É a perda do direito de punir do Estado pelo não exercício em determinado lapso de tempo;
• Constitui causa de extinção da punibilidade (artigo 107, inciso IV, do Código Penal);
25.2 Cuidado
• Pena Restritiva de Direito: o mesmo prazo que para a Pena Privativa de Liberdade (exceção: artigo 28 da Lei 11343/06);
• Pena de multa: Artigo 114 do Código Penal;
• Concurso de crimes: Artigo 119 do Código Penal e Súmula 497 do Supremo Tribunal Federal
• Causas impeditivas: Artigo 116 do Código Penal;
25.3 Prescrição da pretensão punitiva (antes da sentença condenatória transitada em julgado)
• Em abstrato: Artigo 109, "caput", Código Penal; Cálculo: pena máxima cominada ao delito, enquadrando no artigo 109 do Código Penal; Causas de
aumento e de diminuição da pena: interferem no cálculo; Cuidar: artigo 115 do Código Penal; Termo inicial: artigo 111 do Código Penal - Regra: do dia
em que o crime se consumou;
• Retroativa: artigo 110, parágrafo 1º do Código Penal; Não ocorreu prescrição em abstrato; Pressupostos: 1. Sentença condenatória 2. Trânsito em
julgado para a acusação; Cálculo: pena aplicada enquadrando no artigo 109 do Código Penal; Termo inicial: da data da publicação da sentença
condenatória para trás;
• Superveniente: artigo 110, parágrafo 1º, Código Penal; Não ocorreu prescrição em abstrato e retroativa; Pressupostos: 1. Sentença condenatória 2.
Trânsito em julgado para a acusação; Cálculo: pena aplicada enquadrando no artigo 109 do Código Penal; Termo inicial: da data da publicação da
sentença condenatória para frente;
• Causas interruptivas: artigo 117, do Código Penal;
25.4 Prescrição da pretensão executória (depois da sentença condenatória transitada em julgado)
• Artigo 110, ‘caput’ do Código Penal.
• Pressuposto: 1. Não tenha ocorrido a prescrição punitiva 2. Sentença condenatória 3. Trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação
e para a defesa;
• Cálculo: pena aplicada enquadrar no artigo 109 do Código Penal;
• Termo inicial: da data do trânsito em julgado para a acusação (artigo 112, inciso I, do Código Penal);
• Reincidente: o prazo de prescrição é aumentado em 1/3. Só se aplica para a prescrição da pretensão executória; Não se aplica para a prescrição da
pretensão punitiva, conforme Súmula 220 do Superior Tribunal de Justiça;
• Causas interruptivas: artigo 117 do Código Penal
36. Lei de Drogas
32.1 Finalidade
• Coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher;
• Prestar assistência a mulher vítima;
• Proteção para a mulher vítima da violência doméstica e familiar;
• Criação do Juizado Especial de violência doméstica e familiar;
32.2 Sujeito Ativo
• Homem: Neste caso haverá uma presunção absoluta de vulnerabilidade;
• Mulher: presunção relativa. Exemplo: mãe contra filha menor. Irmão de 20 anos contra irmã de 18: vai depender do caso concreto;
32.3 Âmbito Familiar
• Súmula 600 do Superior Tribunal de Justiça: Para configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da Lei Maria da Penha, não se
exige a coabitação entre autor e vítima.
32.4 Renúncia a Representação
• Artigo 16 da Lei 11.340/06: Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia
à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
Público
32.5 Princípio da Insignificância
• Súmula 589 do Superior Tribunal de Justiça: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher
no âmbito das relações domésticas
32.6 Juizados Especial Criminal e Lei Maria da Penha
• Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099/95.
• Súmula 536 do Superior Tribunal de Justiça - A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos
ao rito da Lei Maria da Penha;
32.7 Pena
• Artigo 17 da Lei 11.340/06: é vedada a aplicação de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que
implique o pagamento isolado de multa;
• Súmula 588 do Superior Tribunal de Justiça: a prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente
doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos;
32.8 Requisitos para a aplicação
• 1) A vítima necessariamente deve ser mulher: Estamos diante de uma violência de gênero. O agente aproveita que a vítima encontra-se em situação
de vulnerabilidade para praticar violência doméstica e familiar;
• 2) A violência deve ser praticada em um dos contextos do artigo 5º da Lei 11.340/06: A violência deve ser cometida no âmbito da unidade doméstica
(artigo 5º, inciso I, da Lei 11340/06), na esfera familiar (artigo 5º, inciso II, da Lei 11340/06) ou em qualquer relação íntima de afeto (artigo 5º, inciso III,
da Lei 11340/06);
• 3) A prática de uma das violências do artigo 7º da Lei 11.340/06: Vale dizer, basta a presença de uma das formas de violência (violência física, violência
psicológica, violência sexual, violência patrimonial e violência moral)
38. Formas de Violência doméstica e familiar contra a mulher
34.1 Bem jurídico tutelado: Os bens jurídicos tutelados são a segurança pública e a incolumidade pública, que são interesses da coletividade. São crimes de
perigo abstrato, ou seja, para a sua configuração não necessitam demonstrar a existência de um perigo no caso concreto;
34.2 Registro
• É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente;
• Artigo 3º da Lei 10.826/03;
• Armas de uso permitido, o registro é na Polícia Federal;
• Armas de uso restrito, o registro é no Comando do Exército;
• Requisitos: artigo 4ª da Lei 10.826/03;
• Artigo 5º da Lei 10.826/03 - autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou
dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa;
• Registro vencido: constitui infração administrativa, não há crime;
34.3 Porte Rural
• Artigo 6º, parágrafo 5º da Lei 10.826/03: residentes em áreas rurais, maiores de 25 anos que comprovem depender do emprego de arma de fogo para
prover sua subsistência alimentar familiar;
• Artigo 6º parágrafo 6º da Lei 10.826/03: se der outro uso, responde por porte ilegal/disparo de arma de fogo de uso permitido;
34.4 Porte Civil: Artigo 10 da Lei 10.826/03;
• A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do
Sinarm;
34.5 Porte Funcional: Não se estende aos aposentados (informativo 554 Superior Tribunal de Justiça)
34.6 Embriaguez: Artigo 10, parágrafo 2º, da Lei 10.826/03 - se embriagar portando arma de fogo faz com que seja automaticamente retirado o direito de portar
arma;
34.7 Disparo de arma de fogo: Artigo 15 da Lei 10.826/03 - Lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela;
34.8 Posse irregular de arma de fogo de uso permitido: Artigo 12 da Lei 12.826/03;
• Uso permitido;
• Interior de sua residência ou no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa;
34.9 Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido: Artigo 14 da Lei 10.826/03;
• Uso permitido;
• Estar na rua ou local de trabalho, não sendo o titular ou responsável legal do estabelecimento ou empresa;
34.10 Posso ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito: Artigo 16 da Lei 10.826/03;
• Uso restrito;
• É crime hediondo;
34.11 Atenção
• Possuir três armas de fogo de uso permitido em sua residência sem registro, se trata de Crime único;
• Possuir uma arma de uso permitido e uma arma de uso restrito em sua residência sem registro, responde por dois crimes (artigo 12 e artigo 16 da Lei
10.826/03);
40. Relaxamento de prisão
35.1 Identificação
• Prisão em flagrante ilegal;
35.2 Base legal
• Artigo 310, inciso I do Código de Processo Penal;
• Artigo 5º, inciso LXV da Constituição Federal;
35.3 Conteúdo
• Teses envolvendo ilegalidades: Formais (exemplo: artigo 304 e 306, ambos do Código de Processo Penal; artigo 50, parágrafo 1º da Lei 11.343/06);
Materiais (exemplo: artigo 302 do Código de Processo Penal; Súmula 145 do Supremo Tribunal Federal; Fato atípico).
35.4 Pedidos
• Relaxamento da prisão;
• Alvará de soltura;
• Vista ao Ministério público
41. Liberdade Provisória
36.1 Identificação
• Prisão em flagrante legal;
36.2 Base legal
• Artigo 310, inciso III do Código de Processo Penal;
• Artigo 5º, inciso LVXI da Constituição Federal;
• Artigo 321 do Código de Processo Penal;
36.3 Conteúdo
• Ausência dos requisitos que autorizam a prisão preventiva, artigo 312 do Código de Processo penal (garantia da ordem pública; garantia da ordem
econômica; conveniência da instrução criminal, assegurar aplicação da lei penal); Artigo 313 do Código de Processo Penal;
• Causa excludente de ilicitude;
• Situação econômica, artigo 350 do Código de Processo Penal;
• Presunção da inocência, artigo 5º, inciso LVII da Constituição Federal
• Aplicação, se for o caso, de fiança e/ou medida cautelar diversa da prisão (artigo 319 e 320 do Código de Processo Penal)*
Analisar se o crime é afiançável e extrair do enunciado a medida mais adequada ao caso concreto
36.4 Pedidos
• Concessão da liberdade provisória;
• Alvará de soltura
• Vista ao Ministério Público
• Fixação de fiança e/ou medida cautelar diversa da prisão (Analisar se o crime é afiançável e extrair do enunciado a medida mais adequada ao caso
concreto)
42. Revogação da Prisão Preventiva
37. 1 Identificação
• A prisão preventiva é legal, mas não mais subsistem os motivos que a ensejaram;
37.2 Base Legal
• Artigo 316 do Código de Processo Penal;
• Artigo 282, parágrafo 5º do Código de Processo Penal;
37.3 Conteúdo
• Buscar no enunciado informações no sentido de que não mais subsistem os motivos que ensejaram o decreto da prisão preventiva, previstos no artigo
312 do Código de Processo Penal;
• Por cautela, abrir um tópico falando do princípio da presunção da inocência;
• Postular, se for o caso, a aplicação de medida cautelar diversa da prisão (artigo 282, 319 e 320 do Código de Processo Penal)*
* Analisar se é cabível e extrair do enunciado a medida mais adequada ao caso concreto
37.4 Pedidos
• Revogação da prisão preventiva;
• Alvará de soltura
• Subsidiariamente, aplicação de medida cautelar diversa da prisão* (*Analisar se é cabível e extrair do enunciado a medida mais adequada ao caso
concreto)
• Vista ao Ministério Público
43. Extinção da Punibilidade (artigo 107 do Código Penal – Rol exemplificativo)
26.1 Teorias
• Clássica, naturalista ou causal - Considera os aspectos objetivos da conduta, isto é, um movimento corpóreo que produz um resultado; Nesta teoria o
dolo e a culpa integram a culpabilidade
• Final ou finalista: Considera que a conduta é uma movimentação ou ausência de movimentação corpórea voltada a uma finalidade; O dolo e a culpa
integram a conduta; Aspectos objetivos (movimentação corpórea) e subjetivos (dolo e culpa); É a teoria adotada;
• Social: Considera a ação a realização de um resultado socialmente relevante, questionado pelos requisitos do Direito e não pelas leis da natureza;
26.2 Formas
• Ação
• Omissão: própria: tipo penal específico; dever de agir; Exemplo: artigo 135 do Código Penal; Não admite tentativa;
Imprópria: artigo 13, parágrafo 2º do Código Penal – dever de agir (Lei, assumiu a responsabilidade, criou o risco) e evitar o resultado; Responde pelo
resultado; Teorias (Naturalística (considera que a própria omissão gera o resultado) e Normativa (considera que o dever de agir é imposto por uma
norma) - é a teoria adotada); Admite tentativa;
26.3 Exclusão da conduta
• Conduta é vontade e consciência para uma finalidade;
• Causas de exclusão: 1. Caso fortuito e força maior – Evento fora do alcance da vontade humana; 2. Coação física irresistível - O coator emprega força
física no coagido, gerando o resultado (diferente de coação moral irresistível); 3. Atos e movimentos reflexos – Exemplo: espirro gera acidente de
trânsito; 4. Estados de inconsciência – Exemplo: sonambulismo e hipnose;
45. Conflito aparente de normas
27.1 Conceito
• É o conflito que se estabelece entre duas ou mais normas aparentemente aplicáveis ao mesmo fato;
• É aparente, porque apenas uma delas acaba sendo aplicada à hipótese.
27.2 Princípios
• Subsidiariedade: Uma norma é subsidiária à outra, quando a conduta nela prevista integra o tipo da principal, significando que a lei principal afasta a
aplicação da lei secundária. Expressa: A própria lei indica ser a norma subsidiária. Exemplo: artigo 132 do Código Penal;
Tácita: Exemplo: crime de constrangimento ilegal é tacitamente subsidiário em relação ao crime de estupro;
• Especialidade: A norma especial afasta a aplicação da lei geral; Exemplo: uma mãe matar, sob influência do estado puerperal, o próprio filho, logo
após o parto. Nesse caso, o infanticídio prevalece sobre o homicídio;
• Consunção: O fato mais abrangente e grave absorve o fato menos abrangente e grave que figura como meio necessário ou normal fase de preparação
ou execução de outro crime, bem como quando constitui conduta anterior ou posterior do agente, cometida com a mesma finalidade prática atinente
àquele crime;
• Alternatividade: Nos crimes de ação múltipla, se o agente praticar mais de uma ação, descrita no tipo misto, no mesmo contexto fático, responde por
crime único;
46. Concurso de Crimes
Concurso formal imperfeito: as penas devem ser somadas, de acordo com a regra do concurso material.
Cuidado: concurso material benéfico.
28.3 Crimes Continuado
• Conceito: artigo 71 do Código Penal; Pluralidade de crimes da mesma espécie; pluralidade de condutas; conexão temporal, modal e espacial; unidade
de desígnios.
• Natureza jurídica: teoria da ficção jurídica; há uma pluralidade de delitos, mas o legislador, por uma ficção, presume que eles constituem um só crime
para efeito de sanção penal.
• Espécies e aplicação da pena: Crime continuado comum: artigo 71, caput, do Código Penal. Aplica-se a pena do crime mais grave, aumentada de um
sexto até dois terços.
Número de crimes Aumento de Pena
Dois crimes Um sexto
Três crimes Um quinto
Quatro crimes Um quarto
Cinco crimes Um terço
Seis crimes Metade
Sete crimes ou mais Dois terços
Crime continuado específico: artigo 71, parágrafo único, do Código Penal; aplica-se a pena do crime mais grave aumentada até o triplo;
47. Concurso de Pessoas
29.1 Conceito
• Ocorre quando duas ou mais pessoas, em conjugação de esforços e comunhão de vontades, reúnem-se para a prática de um ou mais delitos
29.2 Espécies
• Concurso necessário: exige para sua configuração o concurso de pelo menos duas pessoas. Não incidem as regras do concurso de pessoas;
• Concurso eventual: é possível a prática por uma única pessoa. Incidem as regras do concurso de pessoas;
29.3 Requisitos
• Pluralidade de condutas;
• Relevância causal das condutas;
• Liame subjetivo;
• Identidade de infrações;
29.4 Comunicabilidade
• Circunstâncias pessoas, são do próprio agente e circunstâncias objetivas são relacionadas ao fato.
• Elementares, integram o tipo penal;
• Circunstâncias de caráter pessoas, em regra, não se comunicam a outro agente. Exceção, se for elementar ao crime.
• Circunstâncias objetivas sempre se comunicam, desde que estejam dentro do alcance de previsibilidade do agente;
29.5 Modalidades
• Autoria: algumas teorias: Extensiva (não é aplicada); Domínio do fato (autor é quem tem o controle final do fato); Restritiva (autor é quem pratica a
ação descrita no verbo nuclear do tipo penal, é a teoria aplicada)
• Participação: Moral – induzir ou instigar. Material – auxiliar a executar a ação. (Cuidado, participação impunível, artigo 31 do Código Penal)
• Coautoria: Parcial – agentes praticam atos diversos e somados geram o resultado. Direta – agentes executam atos semelhantes e geram o resultado.
48. Acordo de Não Persecução Penal
38.1 Requisitos
• Pena mínima cominada inferior a quatro anos;
• Sem violência ou grave ameaça;
• Confissão formal e circunstanciada;
38.2 Acordo cumprido
• Extingue a punibilidade;
38.3 Acordo descumprido
• Oferecimento da denúncia pelo Ministério Público
38.4 Condições
• Reparar o dano/restituir a coisa;
• Renunciar aos bens produto/proveito do crime;
• Prestação de Serviço à Comunidade;
• Prestação pecuniária ao ente público/ interesse social
• Cumprir demais condições indicadas pelo Ministério Público
49. Embargos Infringentes e de Nulidade
49.1 Identificação
• Decisão obscura, contraditória, omissa ou ambígua;
49.2 Base legal
• Artigo 382 do Código de Processo Penal (contra a sentença);
• Artigo 619 e 620 do Código de Processo Penal (contra acórdãos)
• Artigo 83 da Lei 9.099/95, para o Juizado Especial Criminal;
49.3 Prazo
• Em primeiro grau, dois dias;
• Em Tribunal, 2 dias;
• No Juizado Especial Criminal, 5 dias;
49.4 Efeito interruptivo
• Por analogia ao disposto no artigo 1026 do Código de Processo Civil, os embargos de declaração possuem o efeito de interromper o prazo para
interposição de recurso;
• Juizado Especial Criminal, artigo 83, parágrafo 2º da Lei 9.099/95;
49.5 Conteúdo
• Ambiguidade: é o estado daquilo que possui duplo sentido, gerando equivocidade e incerteza, capaz de comprometer a segurança do afirmado;
• Obscuridade: é o estado daquilo que é difícil de entender, gerando confusão e ininteligência no receptor da mensagem;
• Contradição: trata-se de uma incoerência entre uma afirmação anterior e outra posterior, referentes ao mesmo tema e no mesmo contexto, gerando a
impossibilidade de compreensão do julgado;
• Omissão: é a lacuna ou o esquecimento;
49.6 Pedido
• Ante o exposto, requer sejam recebidos os presentes embargos e, ao final, declarada a sentença ou acórdão embargado, corrigindo-se a omissão,
contradição, obscuridade ou ambiguidade;