Você está na página 1de 21
oil J UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIGOSA Departamento de Engenharia Florestal Laboratéro de Colulosee Papel CURSO DE POS-GRADUAGAO LATO SENSU EM TECNOLOGIA DE CELULOSE E PAPEL MODULO | ENF 554 - Estrutura Quimica e Anat6mica da Madeira 60horasiaula Edgard Campinhos = fowac Camprrhet fame cove Luciano Minetti hr José Livio Gomide Jorge Luiz Colodette Vigosa, Mc ‘tubro/2008 Nogdes Sobre as Atividades Florest Ligadas a Indiistria de Celulose e Papel Edgard Campinhos Jr. Eng. Florestal 1: INTRODUCAO 0 crescimento global do consumo de madeira, esti promovendo uma mudanga répide nos concetos de cultivo de arvores, induzindo a utlizagdo eo desenvolvimento. de. novas tecnologias. Esti sendo produzidas madeiras de melhor qualidade, estabelecendo-se plantios mais produtivos de baixos custos, praticando-se a preservagio do meio ambiente ¢ selecionando-se plantas mais adaptadas aos diferentes “sites”, inclusive para areas consideradas como marginsis. E uma nova e atrativa oportunidade de negécios que ange fazendeiros Morestais, que colocam em pratica a agrosilvicultura,estimula a formacao de sooperativas madeieiras induz governos a incentvar a lignocultura, ao lado do milo, soja, aroz, tigo, ca, ete ‘As espécies de ripido crescimento € de curtarotaglo, sem divide, sto as que oferecem ‘grandes vantagens pelo poder de competicio versailidade, seado preferidas para. o tstabelecimento de projetos de alto rendimento, como aquelas pertencentes ao enero ucafyptws: a) boa adaptagdo « diversos ecossstemas, b) existem populagbes nativas nos loctis de ocorréncia natural, c) séo plantas de maturaglo precoce e bots produtoras, de sementes, d) possuem boa forma, e) hi possiblidade de eruzamentos ene espécies para produgdo de hibridos vigorosos e madeiras com novas earacteristcas, ) a clonagem de varias expécies ji ¢ possivel, g) produzem madeiras com boss propriedades para fbra, polps, serara, pings, earvlo, posts, construcio civil, et. ‘Tem-seregistrado um crescimento da demanda de polpa de mercado de fibra de eucalipto de cetea de 12% a0 ano, desde 1980. Como consequéncia, hi um erescimento de plats, cexpansdes de fbricas de polpa e consugdo de novas plantas, deslocando-se, assim, 0 centro tradicional de produgto de fibra curta dos paises temperados e sub-temperados para os lwopicais e sub-ropicais, onde existem vast areas disponiveis, hi mais laminosidade © 0 crescimento das drvores ocorre dante todo o ano. ‘Outros géners forests de ripido crescimento so ullizados para produsio de polps, como, Acacia, Gmelina © Pinus, porém 0 plantios nas regides tropicals € sub-\opicais #80 ‘dominados pelos géneros Ewealypmus e Pinus, Este abatho focalizati o género Eucalypeus, 2- ALGUMAS CONSIDERACOES SOBRE ESTABELECIMENTO FLORESTAL ‘Um dos segmentos mais importantes que define o sucesso de uma indistra, é » qualidade da ‘atéria prima utlizada para a fabricago do seu produto fia. 'No aso da indistria de celulose, a madeira ¢ 0 insumo principal, que deverd reunir caracteristcas que garantam alta eficiéneia industrial, alto rendimento do produto com ‘qualidade esperada, bao custo para ter poder de competitividade no mercado, ara obtengio desta gama de beneficios,o trabalho com a produgio da madeira comega bem latris, com a escolha do material genético, com a formaglo da muda, com o preparo do solo, com a proteelo da floresta, com a nutrigio da drvore, até chegar na industria para set processada, Veremos, entio, neste curso curt, em linhas gerais, as diversas fases dos trabalhos de estabelecimento lorestal, desde a implantagao até a maturaglo da forests 3 PROJETO FLORESTAL DESTINADO A INDUSTRIA DE CELULOSE Vamos imaginar 2 sitapdes, das quais decorrem os estudos de viabildade téenica © ‘eondmiea, para defingSo decisio de implant de um projet forest 8) Estudos e projegbes de mercado, indicam que a demands de determinado tipo de fitra de madeira & crescentee podera ocorer deficit de oferta mum horizonte de 20 ans, 1b) Um grupo de empresirios quer investir em plantio de florestas em teres prop produplo de determinadafbra para [No caso a jest definido 0 tipo de fibra ser produsida e, em fingéo dito define-se os ‘materais genéticos opcionas, possveis de prodizrafibra em questéo, Definidas as espécies potencais, uma série de estudos devem ser desenvolvidos sobre elas, {ais como: verifier nivel de methoramento florestal disponive da espécie, disponibilidade de propigulos, expectativa de rotagdo, IMA (incremento médio anual), rendimento de celulose, densidade bisica da madeira © outas caraceristicas industais da madeira, % de casca, etc. O passo semimte € cruzar estes dados com as caracteristicas esologicas exigidas elas espécies: temperature, presiptasso piuviomeétrica, tipo de soo, elevago, etc "Neste caso, 0 proximo passo seria busca da localizagio do projet, evando em consideragto 08 fitores ecoldgicos adequados para as) espécie(s), a disponbilidade de terra, gua, local para a indstria, energia eltrica, comnicagio, recursos humanos, ct, © verifcar se ji hi ‘experiéncia local com a(s) espécie(s)potenciais selecionadas. De posse de todos 0 dados, si realizados os estados de viabilidade do projto. NNo caso b a repo esti definida e canhecendo-se os dados climiticos, 0 solo, 0 relevo, a variagdo de altitude, latitude, longitude, deseavolve-s extudos para se dfinit « espécie ou espécies florestais potencisis para a regigo, que venham atender as earactersticas da fibra em {qustio, Reunindo-se todos os dados, realizam-se os estudos de viabilidade, como no caso anterior © estudo de viabilidade do projet deve abranger a fase loesale industrial, com todos 08 seus desdobramentos, 4 AS DIVERSAS FASES DO ESTABELECIMENTO FLORESTA. ara o desenvolvimento deste trabalho, seri adotado 0 gnero Excalypms spp. como o ‘material genetico a ser ulizado e dstutiemos as fases para o estbelecimento da forest, industrial, que deveré ser um plano sustentavel, 5 - FATORES DE SiT10 (“SITE”) ‘A qualidade de um sitio, com referénci & sun capacidade de sustentar patios, &0 resultado 4a forte combinagto de influéncias de todas os seres vivor, das condiqaesclimaticas © do solo da irea. Desde que, a melhoria da qualidade do sitio pode ser aleangada, somente em um Pequeno wrau, pelo melhoramento das condigdes do solo através de, por exemplo, promocio ‘de melhor drenagem, apicagio de ferilizantes minerais e corrtivos de solo e adogio de priticas de conservagio de solo e gua, aescolha das expécies (ou do material genético) para determinado sito, ¢ limitada aquelas que se desenvolvem bem sob is condigSes ecologicas ddaquee sto. CCom base nesta definigto, vé-se que é importante conhecer os fatores que definem 0s sitios (postos meteoroligicos simples ¢ levantamento fsico © quimico dos solos s$0 necessirios) para deimitilos e para facilitar na decisdo da escolha do material genético mais adequado, ‘com base em experincias anteriores (sitios com condigdes similares) a que obtenht-se resultados coneretos das areas experimentais, Este é um pracesso evolutivo ¢ dinimico, que ‘combina material genético e manejo florestal,objetivando maior produtvidade na floresta © na farce s principas fatores de sitio que individualmente © por suss virias interagies afeam a ‘qualidade da dreae, assim, a produgio de madera, sto: > Climéticos:prciptagao, temperatura, vento, evapotranspirago e balan hi > ‘Solos: texture, profundldade, densidade, pH, frilidade, matéria organics, ete. > Topografia e Sitagio Geogréfics: altitude, longitude, latitude, detividade, et. > Perigos © Ameagas Natura: ervas (matocompeteao),insetos, fingos, ee ‘Com a utilizagdo de clones com capacidade de adaptagSo 2 sitios variadot, este assunto se foma mais simples, mas ado dispensivel, Esta caracterstca é também chamada de plasticidade 6- PLANEJAMENTO E LAYOUT DOS PLANTIOS Mapas ¢ plantas das areas, com base em levantamentos topogrificos e aerofotograméticos So infispensiveis, em escalas adequadas, com orientagbes ¢ detahes necessirios, para os diferentes clientes (estrada, implantagio, pesquisa, meio ambiente, etc) para o céleulo da area brut eda area liquida a ser plantada, © planejamento inical das plantagdes, deve assegurar que a tera plantivel sea utlizada para {que se obtenha a melhor vantagem, que produgso de madeira sejaestabelecida sobre bases de rendimento susteatvel © com 4 minima variagao de cronograma, que a protecio seja provida contra alguma desordem que posse ocorter, causada por incéndio, doen, ataque de Inset, costo, cic, que a colbeita e 0 transporte da madeira scjam conduzidos to conomicamente quanto possivele que as areas de preservagses permanentese legs (Codigo Florestal Brasileiro, Lei 4771 e portarias que regulamentam o assunto) sem respeitada para ‘garantcabiodiversidade necesiria, atendendo as exigéncias ds lei vigente edo bom senso. (© tamanho dos talhoes, suas dimensSis ¢ o sentido dos plantios, devem ser adequados para permitir 0 corte ¢ a mobilizaglo da madeira em distinciasracionais e econdmieas, tanto nas steasplanas quanto nas incinadas 7 -SISTEMA DE ESTRADAS Embora seu custo poss ser alto em terrenos montanhosos, as estradas arteriais devem ser construidas logo € com boa qualidade. E uma falsa crenga assumir que os custos. de construgdo de estradas de boa qualidade, dos prinipais acessos, possam ser economizados, ‘etardando-os até fase de colheita da madeira, Uma boa red de etradasatriaise aceiros & 4e grande valor, desde o comego do preparo da rea para atender a uma eficientesupervsio © exact des a operas dept, replat, tntor clus, proto, a, a 8 colheita da madeira [A densidade de estradas floresais de 1 km para cada 17 a 18 hectares de plantio & mais ‘menos o normal, ou ocupando até 5% da era potencialmenteplansvel, (Os principaisrequerimentos de um sistema de estrada florestas so > As rampas devem ser adequadas 20s limites téenicos dos veioulos que trinsportam & ‘madeira, sem aumentar © comprimento das estradas, Rampas super dimensionadas aumentam os riscos com avidentes © as manutengdes dos equpamentos, onerando 05 ‘exstos operacionais, > Os caminhoes carregados devem trafegar no sentido descendent, sempre que posive. > Quando a exragdo da madeira é manual, a distancia de mobilizagio nio deve exceder de 40m, > As estradas devem estar disponiveis para o transporte de shadeira durante todo periodo ‘chuvoso, especialmente as areas, até ao ponto de ligacio com a estrada piblca ‘Adequada drenagem, ponios de manobra, pontos de carregamento devem ser prevists, ‘bem como pequenas barragens, para uso no caso de combate a incéndios. SPOHSSOHHHHOHOLOSOOSSHHOHHHOSHESHSHHOHCOEHECEESOOED 8 - PROTECAO CONTRA INCENDIOS FLORESTAIS {Um efetivo planejamento com medidas piticas pare proteplo da Mloresta contra incéndios ¢ altamente necesizio: > Torres de observaedo, onde a topografia do terreno permit. > Datios meteoroldgios para cileulo do riseo deincénios, v Brigade de incnioequipads ctreinada > Manutengto dos scicos. > Adequada limpeza da flores (pouco sub-bosque). > Bom relacionamento com viinhos > stradas sempre acess > Bom sistema de comunicagio. Places indicadoras do rscodiirio deincéadio, 9- PREPARO DE SOLO ‘Uma das causa da desuniformidade dos plantios de ecalipto em sua primeira rotaglo (altura, Potencal de eescimenta do sito > Material genético, > Dimensses dairvore > Varagio das caractersticas da madeira. > IMA com cascae sem casa > Pesiodo derotagdo x Qualidade da madeira > custo operacionsl de cone, colt, et > Volume de resduos(ponas, galho, case, retos na fibre, ee) > Perdas de madeire no descascamento SOHSSAESHSHHSSEHSSESSHSSOHLOHSHOHEHHOHSCOETOSHHOOS > Espagamento compativel com operagdes mecanizadas, > Efeito do vento na forma e na qualidade de madeira, > Uso multiplo da arvore (base do tronco para serraria eo resante para plpa). 12- PLANTIO F REPLANTIO. © plantio é uma operagdo muito importante ¢ & um dos fatores que determinam o sucesso da floresa. O solo deve ter umidade sufciente para a muda se estabelecer, a muda deve ser Tetirada com cuidado da embslagem (tubete, ser plantada em profundidade adequada; 0 solo ‘deve ser pressionado junto & muda para evitar bolsbes de ar, et. Se a iea for adequada 20 plantio irrgado, cada muda deve receber 0 mesmo volume de égua, de acordo com a umidade do solo naquele momento, para garantir um bom pegamento, As mudas devem estar rstficadas, bem selecionadas (ndo bifureadas, pontaperfita, uniformes) com 4 a 6 pares

Você também pode gostar