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Secagem

III SEMINÁRIO DE PAPEL E CELULOSE


III SEMINÁRIO DE PAPEL E CELULOSE

A secagem é um processo que consiste na


transferência de calor e consequente transferência de
massa de água da folha em processos utilizados na
indústria principalmente em multicilindros neste setor
do processo, a retirada de água da folha torna-se mais
difícil, pois a massa de água que se encontrava na
superfície da folha já foi retirado por processo
mecânico: formação e prensagem, restando somente a
massa de água por entre as fibras de papel.
III SEMINÁRIO DE PAPEL E CELULOSE
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Fornecimento de energia

É primordial que o sistema de secagem seja alimentado


com vapor de boa qualidade, ou seja, baixo nível de gases
incondensáveis, condensado livre de partículas metálicas
e, principalmente, que não tenha título inferior a 1,0.
Dessa forma estaremos garantindo que toda a energia
armazenada no vapor será utilizada no processo de
secagem.
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Para uma redução de 10% no título do vapor, temos


uma variação de mais de 11% no teor seco, o que em
máquinas mais modernas significa qualquer coisa em
torno de 3 ton/h de água que se deixou de evaporar.
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MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR


A transferência de calor pode ser definida como a transferência de energia de
uma região para outra como resultado de uma diferença de temperatura
entre elas.
É necessário o entendimento dos mecanismos físicos que permitem a
transferência de calor de modo a poder quantificar a quantidade de energia
transferida na unidade de tempo (taxa).
Os mecanismos são:

Condução

Radiação
 dependem somente de um T

Convecção = depende de um T e transporte de massa


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Coeficiente global de Transferência de Calor


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TIPO DE MÁQUINA COEFICIENTE DE


TRANSFERENCIA
Papel Jornal: 245@270 (300 m/min)
Papeis de Escrever e
220 @ 245 (70% SW 30% HW)
Imprimir, Formulários,
292 @ 316 (100% Eucalipto)
Apergaminhados, etc...

Papeis Sanitários com


500 @ 600
capota de alta velocidade

Cartão de Formas redonda 95 @ 120


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TIPO DE MÁQUINA COEFICIENTE DE


TRANSFERENCIA
Kraft para Sacos 220

Kraftliner com Telas secadoras 195 @ 220


superior e inferior

Kraftliner somente com 170 @ 195


Telas secadoras superior

Kraftliner sem Telas secadoras 170

Miolo para Corrugado 120 @ 195


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1 - O filme de condensado dentro do cilindro secador:

•A resistência é baixa quando o condensado está empoçado, e alto


quando forma filme contínuo, logo quanto menor a espessura da
camada de condensado, menor será a resistência à transferência de
calor;
•A presença de gases não condensáveis no interior dos cilindros
secadores aumenta a resistência à transferência de calor, sua
presença pode ser minimizada com o uso de desaerador na água de
alimentação das caldeiras;
•A película de condensado que se forma no interior dos cilindros
secadores pela condensação do vapor é o ponto mais crítico no fluxo
da transferência de calor.

Ex.: Comparando valores dos coeficientes de condutividade do


condensado e do ferro fundindo, respectivamente 0,67 W/mK e 59
W/mK, podemos dizer que o condensado apresenta uma resistência à
transferência de calor 90 vezes maior que o ferro fundido.
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Comportamento do condensado no interior dos


cilindros secadores
A. Cilindro parado: O condensado ficará detido no fundo do cilindro.
B. Cilindro a baixa velocidade: O condensado tende a acompanhar
o cilindro, mas desliza de volta, formando uma pequena represa
que rola em contato com o cilindro. Um filme de condensado
acompanha a parede do cilindro. Estágio chamado “represa”.
C. Cilindro a velocidade ainda maior: O condensado acompanha o
cilindro além do ponto em que a parede do cilindro atinge a vertical,
ali se afasta da parede e cai de volta. Estágio chamado “cascata”.
D. Cilindro a alta velocidade: O condensado fica permanentemente
encostado na parede do cilindro. Estágio chamado “anel”.
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A velocidade na qual o anel de condensado se forma é definida pela


fórmula:
D = 1,5 metros

3  658 
V  L  1744  
L V

 D  0,001 130
0,002 164
Em que:
0,005 223
V = velocidade, (metros / minuto)
D = diâmetro do cilindro, (metros). 0,01 281
L = altura do condensado, suposto distribuído
uniformemente em toda a superfície do 0,02 354
cilindro, (metros). 0,04 446
0,1 605
0,2 763
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Sistemas de extração de
condensado
Caneco
Pescador
Sifão Estacionário
Sifão Rotativo
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Caneco
São espécies de pás que giram junto com o cilindro e estão
parafusadas nele.
Em cada volta enche de condensado, o qual com o movimento é
levado até o eixo e sai do cilindro pela tubulação de condensado.
Fazemos notar que:
 O caneco não precisa da pressão diferencial nem por vapor de
arraste para extrair o condensado, pois a energia necessária é
fornecida pelo acionamento da máquina.
 Apresenta um sentido de rotação definido.
 A velocidade máxima a que o caneco opera é limitada, além da
qual o condensado se comporta no estágio de “Anel” e o
caneco não consegue extrai-lo.
 É raro ver máquinas com canecos a velocidades superiores a
300 m/min.
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Vantagens dos canecos:


• São robustos;
• Não requerem manutenção;
• Não precisam de pressão diferencial nem vapor de arraste (em
conseqüência o sistema de vapor pode ser muito simples);
A limitação em sua aplicação é a velocidade. Se uma máquina é
reformada e o limite de velocidade é ultrapassado, será necessário
trocar os canecos, além de reformar o sistema de vapor e
condensado.
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Pescador
É uma forma rudimentar de sifão estacionário. Consiste de um tubo
curvo em cantilever, firmemente encaixado na união rotativa, cujo
extremo fica a 5 cm da superfície interna do cilindro.
Teoricamente pode operar a qualquer velocidade, mas não tem
rigidez suficiente para operar a velocidades altas. O condensado é
empurrado através do pescador pela pressão de vapor, pelo qual
precisa de uma certa pressão diferencial. Para estar seguro que
todo o condensado foi drenado é necessário drenar algum vapor,
em consequência precisa de algum vapor de arraste. A velocidades
altas forma-se o anel de condensado o que reduz a capacidade de
drenagem.
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Vantagens do Pescador:
• Solução simples e barata;
• Adequada para máquinas pequenas e de baixa
velocidade;
• Baixa pressão diferencial;
• Pouco vapor de arraste;

Inconvenientes:
• Mecanicamente frágil;
• Difícil de ajustar a distância com parede do cilindro;
• Tem o potencial de danificar o cilindro.
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Sifão Estacionário
É um pescador mais sofisticado, consiste de um tubo
horizontal firmemente encaixado na união rotativa
que passa pelo centro do eixo até o interior do
cilindro. Ali vira um ângulo reto até perto da
superfície interior do cilindro, onde tem um pé
especial que permite ajustar a folga entre o cilindro e
o sifão. O ideal é ter uma folga de 2 mm.
O sifão estacionário provoca um aumento da
transmissão de calor na zona em que está colocado
devido à turbulência que ele produz na camada de
condensado por isso o papel nessa zona fica mais
seco, dando um perfil de umidade irregular.
Também a camada de condensado, é maior que nos
sifões rotativos, como consequência da maior folga
que tem que se deixar entre o pé do sifão e o
cilindro.
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Nas máquinas modernas


estes dois problemas são
contornados com as
seguintes providências: o
pé do sifão é colocado
fora da zona em que o
cilindro está em contato
com o papel, na zona do
sifão o cilindro tem uma
ranhura de 2 mm, de
modo que não há
acúmulo de condensado;
os sifões são colocados
de dois em dois,
alternados no lado de
acionamento e no lado de
comando.
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A pressão diferencial necessária para extrair o condensado é muito baixa,


equivalente à coluna de água de uma altura equivalente ao comprimento
do sifão mais as perdas de carga. Igualmente, o vapor de arraste
necessário é muito pouco. A velocidade não dificulta a extração de
condensado, pelo contrário, a facilita: se o pé está adequadamente
projetado, a velocidade do condensado o empurra para fora do cilindro
sem necessidade da pressão diferencial.
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Vantagens do Sifão Estacionário:


 Baixa pressão diferencial;
 Pouco vapor de arraste;
 Fácil drenagem quando o cilindro alaga;
 Necessidades de poucos cuidados operacionais;
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O sifão estacionário pode ser aplicado em máquinas de qualquer


velocidade. De preferência em máquinas muito lentas ou muito rápidas.
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Sifão Rotativo
São formados por um
tubo perpendicular ao
eixo do cilindro que
chega até perto da
parede. No extremo
tem um pé em forma
de sino que se apoia
na parede do cilindro
por meio de uns topes
projetados de modo
que a folga entre a
borda do sino e a
parede é de 1,6 mm.
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O tubo tem no centro do


cilindro um cotovelo que o
une com um tubo axial que
chega até a união rotativa.
Este sistema fica apoiado na
parede oposta do cilindro por
meio de barras metálicas e
molas, que o mantém
firmemente encostado.
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Devido à forma construtiva, o sifão rotativo pode ser colocado em


qualquer posição na largura do cilindro.
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O sifão fica firmemente unido ao cilindro e vira com ele. A quantidade de


condensado que fica retida no cilindro é determinada pela folga entre o
pé do sifão e o cilindro a qual é fixa e não se desajusta nem depende da
excentricidade do cilindro.
Para estar seguro de que todo o condensado foi extraído é necessária
uma certa quantidade de vapor.
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A extração do condensado é feita contra a força centrifuga


a qual aumenta com a velocidade de máquina.
Se a extração fosse de condensado, a pressão diferencial
mínima necessária para extraí-lo é dado pela fórmula:
p = 1,4 x 10-6 V2

Em que:
V= velocidade em
m/min.
p é a pressão
diferencial em
kg/cm2 .
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O sifão rotativo opera satisfatoriamente a qualquer velocidade.

As vantagens do sifão rotativo:


Ajuste preciso do pé;
Mecanicamente resistente;
Bom perfil de umidade;
Pode ser colocado em qualquer ponto na largura do cilindro.

Inconvenientes:
Alta pressão diferencial;
Alto vapor de arraste;
Difícil drenagem do cilindro alagado;
Exige mais cuidados operacionais;
Exige boa instrumentação.
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Barras de Turbulência: (Termoanéis – Voith) ou (Spoiler Bars – Beloit)

São barras chatas colocadas contra a superfície interna dos cilindros


secadores, a distância reguladas, suportadas por anéis metálicos providos
de molas que as mantêm firmemente encostadas.
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4 regime laminar

possível transição entre


Com termo
cilíndro 1500 laminar e turbulento
anéis
espessura de condensado 1,5mm
3
condensado
regime turbulento
Resistência térmica

R1
represamento

2 R1

R2 camisa

R3 papel

0 200 400 600 800 1000 1200


v (m/min.)
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Percebe-se que com elas um certo conteúdo de


condensado é até benéfico. Também se observa que o
efeito é mais significativo em máquinas de maior
velocidade.
São atribuídas as barras de turbulência a virtude de
uniformizar o perfil da umidade.
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Instalando barras de turbulência é possível atingir de 12 a


15% de aumento de produção em máquinas que:

Estejam limitadas na capacidade de secagem porque os


cilindros não permitem mais pressão ou porque a rede de
alimentação não dispõe de mais pressão;
A qualidade do papel permita uma secagem mais rápida;
Se o objetivo é o aumento de produção, basta instalá-las
nos que operam à pressão máxima.
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Mecanismo
de
Secagem
em
Cilindros
Secadores
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Secagem em Cilindro Monolúcido


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