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FOX na Usina

Nº 02 – Jun/18

TÓPICOS Evaporador Falling Film realmente Funciona ? Parte II


 Separadores de Arraste Vamos falar um pouco sobre os tipos mais comuns de separadores de arraste utilizados nos
evaporadores Falling Film. A função do separador de arraste é separar o vapor das gotículas de caldo.
Quando grande parte destas gotículas segue para o próximo evaporador ou para o condensador,
 Estudo de Caso temos dois inconvenientes: redução da troca térmica no efeito seguinte ou contaminação da água
barométrica que, além de atacar quimicamente as tubulações de circulação, cria grandes problemas
nas torres de resfriamento. A seguir temos os principais tipos de separadores de arraste utilizados.

Próxima Edição:

Estudo de Caso (Continuação)

Tipo 01 Tipo 02 Tipo 03-A Tipo 03-B

Tipo 01: Tipo gravidade, onde a velocidade do vapor que desce


juntamente com o caldo é reduzida pelo maior diâmetro da base
e, por diferença de densidade entre o vapor e o caldo, o vapor é
encaminhado por um bocal próximo ao espelho inferior e o caldo
é coletado pelo funil ou também chamada taça ou tulipa.

Tipo 02: Separador do tipo centrífugo, o vapor é enviado para um


vaso lateral, entrando tangencialmente, fazendo com que o vapor
faça uma espécie de rodamoinho, saindo pelo bocal superior, as
gotículas de caldo “caem” pela ação da gravidade, sendo
coletadas na parte inferior do separador.

Tipo 03-A e 03-B: Separador do tipo lamelar, onde as gotículas de


caldo são retidas pelo impacto com as lamelas (Vide imagens à
direita), este conceito é bastante difundido atualmente, mas
devemos lembrar que, em vazões de vapor muito inferiores às de
projeto, não atingimos a retenção desejada, pois com velocidades
menores, as gotículas não se chocam totalmente com as lamelas
e se desviam seguindo juntamente com o vapor, ou seja uma
aparente margem de segurança não significa maior retenção. Esta situação é muito comum quando
as usinas operam na produção de máximo Etanol (Mínimo Açúcar) quando ocorre maior arraste.
Algumas vezes vemos uma combinação de dois tipos de separadores, como na imagem à esquerda, o
evaporador possui o separador inferior do tipo gravidade e, um separador secundário externo instalado na
linha de vapor. Podem ser várias as razões para esta solução, tais como: Aproveitamento de um evaporador
existente que no efeito atual, não separa adequadamente o arraste e foi necessário complementar com
um segundo separador, ou até mesmo por problemas de espaço físico no local.

O ponto mais importante que temos que ter sempre em mente nestas situações é, a perda de carga na
linha de vapor, pois como operamos com vapor saturado e, em muitas vezes sob vácuo, podemos perder
pressão e consequentemente reduzir o diferencial de temperatura no efeito seguinte, reduzindo a
capacidade de evaporação. Um ponto normalmente negligenciado é a característica da válvula utilizada na
linha em relação ao coeficiente de vazão Kv ou Cv, válvulas com baixo Kv proporcionam maiores perdas de
carga e podem comprometer toda estação de evaporação, seja com Falling Film ou até mesmo com Robert.

De maneira geral a escolha do tipo de separador de arraste e respectivo dimensionamento, deve levar em
conta vários fatores, tais como:

 Faixa de capacidade da estação de evaporação, máximo etanol e/ou máximo açúcar;


 Espaço ocupado, seja em planta ou na vertical, levando em consideração acesso e facilidade de
manutenção;
 Nível de arraste permitido ou tolerado, maior retenção implica em maior investimento;
 Limpeza, os do tipo lamelar devem ter sistema de enxague com água;
 Perda de Carga na linha de vapor com válvulas de Kv ou Cv selecionados adequadamente.

ESTUDO DE CASO
Avaliamos o funcionamento de uma estação de evaporação com Robert no 1º efeito e Falling Film do 2º ao 5º efeito que já estava por 4
(Quatro) safras sem atingir a performance de projeto. Os dados que encontramos no início dos trabalhos foram:

Parâmetro Em operação Projeto


Vazão de Caldo Clarificado 345.000 kg/h 464.500 kg/h
Concentração do Caldo na Entrada 13°Brix 13°Brix
Concentração do Xarope na Saída 47°Brix 60°Brix
Quantidade de Água Evaporada 249.574 kg/h 363.858 kg/h

Por mais que melhorasse a entrada do vapor de escape, a estação não


aumentava o Brix do xarope, tendo que reduzir a vazão de entrada de
caldo clarificado para se obter um xarope pobre, que pudesse ser cozido
na fábrica de açúcar mesmo em um tempo maior.

Os problemas encontrados mais destacados foram:

 Bomba de circulação dimensionadas com vazão muito superior à necessária e todas cavitando, ou seja, proporcionado um fluxo
de caldo muito irregular para os distribuidores;
 Distribuidores de Caldo alimentando os tubos de maneira equivocada;
 Níveis de caldo nas bacias muito irregulares e bem abaixo do mínimo recomendado;
 Evaporadores do 2º efeito (São 2 em paralelo) inoperantes, praticamente sem aumentar o Brix entre a entrada e a saída;
 Drenagem de condensado com problemas, chegando a sair água pela purga de incondensáveis nas partidas após parada;
 Bomba de alimentação de caldo pré-evaporado cavitando, fazendo uma alimentação no Falling Film muito irregular;
 Obstrução/Queima de caldo na extremidade inferior dos tubos, dificultando bastante a limpeza;
 Vários outros pontos de menor impacto individual, mas que juntos, impactavam a eficiência global do conjunto.

Na próxima edição do Boletim, vamos detalhar como identificamos as causas destes problemas e quais foram as soluções.

Álvaro Salla

FOXTERMO Refrigeração e Aquecimento Ltda.


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