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FOX na Usina

Nº 01 – Mai/18

TÓPICOS
Evaporador Falling Film Funciona ? Parte I
Este evaporador foi criado pela empresa Wiegand Apparatebau na Alemanha em 1953 destinado aos
 Distribuição de Caldo produtos sensíveis ao calor durante o processo de evaporação, permitindo um menor diferencial de
temperatura para melhorar o rendimento térmico da estação de evaporação de múltiplo efeito, com
menor consumo de vapor de aquecimento (Vapor de Escape). No Brasil encontramos muitos
evaporadores do tipo Falling Film tubular que não apresentam um desempenho satisfatório, deixando de
 Tipos de Distribuidor de
atingir a concentração de projeto, limitando a vazão de caldo na estação de evaporação
Caldo
O funcionamento do Falling Film é simples, o caldo
é alimentado na parte superior do evaporador
 Taxa de Molhabilidade através de uma bomba centrífuga, sendo distribuído
no interior dos tubos, formando uma película ou
filme fino, por esta razão também é chamado e
 NPSHd película fina. Um dos pontos chaves do seu perfeito
funcionamento é camada de caldo que deve cobrir
toda a superfície interna do tubo, como podemos
verificar na imagem à esquerda em azul.
 Água de Emergência
Algumas vezes encontramos a distribuição do caldo
muito deficiente (Vide imagem à direita), onde o
filme interno apresenta vários pontos secos (Dry
Spots) que, além de reduzir drasticamente a
Na Próxima Edição: capacidade de evaporação limitando a vazão de
caldo clarificado ou diminuindo a concentração na
 Separadores de Arraste saída do último efeito (Brix do Xarope), queima o
 Opções de Proteção caldo nos tubos, necessitando de uma limpeza
 Estudo de Caso mecânica com hidrojateamento e,
consequentemente onera ainda mais o custo do
processo de limpeza.

Por várias vezes encontramos distribuidores de caldo nestes evaporadores que, embora operem muito
bem em outros países com outros tipos de caldo, não são adequados à realidade das usinas no Brasil, vide
ilustrações abaixo extraídas do livro Modern Energy Economy in Beet Sugar Factories - K. Urbaniec.

Os distribuidores de caldo mais comuns são (da


esquerda para a direita, sentido horário):

 Arranjos circulares (Pratos e tubets) na


primeira horizontal

 Barras de respingos com múltiplos bocais na


/ segunda horizontal à esquerda e à direita com
defletores e sprinklers, sendo que estes dois
últimos são indicados somente para caldo sem
partículas.
Outro ponto a ser lembrado no projeto do distribuidor é o fluxo do vapor proveniente do flash do caldo
ao entrar na parte superior, o acúmulo deste vapor cria uma contrapressão gerando grande instabilidade
na distribuição sobre os tubos, ocasionando pontos secos nos tubos. Este vapor deve ser devidamente
encaminhado para a parte inferior do evaporador.

Embora o distribuidor seja um componente relevante para o perfeito funcionamento do evaporador


Falling Film, temos vários outros pontos que o projetista também deve dar atenção para atingir a
capacidade desejada.

A molhabilidade (Wetting Rate) dos tubos é outro fator relevante no dimensionamento deste evaporador,
onde devemos considerar:

 Comprimentos dos tubos, no Brasil é comum usarmos de 8 a 12 m, mas temos casos de 15 m com
sucesso, podendo chegar tranquilamente a 16 m;
 Tipo de caldo a ser evaporado;
 Interligação da bomba com o próximo efeito ou, circulação da bacia inferior diretamente para o topo
do evaporador, esta última sendo a mais recomendada para as usinas no Brasil;
 O NPSHd na sucção da bomba é algumas vezes negligenciado na seleção da bomba de circulação e
encontramos por diversas vezes, bombas de circulação apresentando cavitação que, além de
comprometer a alimentação de caldo, reduz a vida útil deste componente. O correto cálculo do NPSHd
e a seleção adequada da bomba permitem o bom funcionamento do Falling Film.

Um item que podemos acrescentar para segurança operacional, evitando


que os tubos fiquem sem caldo, seja por falha da bomba de circulação ou até
mesmo nas paradas por falta de energia, é chamada água de emergência.
Este sistema permite que o evaporador seja enxaguado com água sem
nenhuma ação do operador, independentemente da disponibilidade de
energia elétrica para seu acionamento.
O sistema possui um reservatório de água posicionado acima do evaporador,
interligado com a linha de circulação de caldo, nas situações que há falta de
caldo detectada pelo sensor de vazão, abre-se a válvula solenoide,
permitindo que a água alimente o distribuidor, lavando todos os tubos; isto
evita que o caldo seque, dificultando a limpeza.
Nas situações de falta de energia a bomba de circulação para, e embora o
sensor não tenha energia para emitir o sinal para a válvula solenoide, esta é
do tipo NA (Normalmente Aberta) que, também permitirá o fluxo de água
para lavar os tubos do evaporador.
Para uma melhor proteção tanto do distribuidor que é um item com vários
componentes de diferentes espessuras e, evitar um possível empenamento, LI C

recomenda-se que a água do reservatório de segurança seja mantida


aquecida através da circulação de condensado por uma serpentina imersa
no tanque, esta circulação impacta muito pouco na perda de carga da linha
e aumenta a segurança do sistema.

Na continuação deste artigo falaremos sobre os tipos de separador de arraste (Vantagens, desvantagens, etc.), bem como apresentaremos
um estudo de caso de uma usina de SP com 6 Falling Films que estava por 4 safras sem atingir sua capacidade de projeto na vazão de caldo
clarificado e muito menos a concentração do xarope na saída e após as correções efetivadas, atingiu-se a performance máxima deste tipo
de evaporador.

Álvaro Salla

FOXTERMO Refrigeração e Aquecimento Ltda.


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CEP 02417-190 - São Paulo – SP
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