Você está na página 1de 38

DISTRIBUIÇÃO DE VAPOR

linhas de vapor
acessórios
Distribuição de vapor
O sistema de distribuição de vapor é um importante elo de ligação entre o
produtor central de vapor e o utilizador do vapor. O produtor tem de fornecer
vapor de boa qualidade na quantidade, e pressão necessárias e deve fazê-lo com
o mínimo de perda de calor e a mínima necessidade de manutenção.

O vapor gerado na caldeira tem de ser transportado através da tubulação até ao


ponto onde a sua energia é necessária. Inicialmente existirão uma ou mais
tubulações principais ou coletores de vapor que transportam o vapor desde a
caldeira na direção da instalação de utilização. tubulações secundárias de menor
diâmetro levarão depois o vapor até aos equipamentos individualmente.

Quando a válvula de seccionamento da caldeira (da saída de vapor da caldeira)


está aberta, o vapor passa imediatamente da caldeira para as tubulações
principais. No início a tubulação está fria e o calor é-lhe transferido pelo vapor. O
ar que rodeia a tubulação está mais frio que o vapor, e por isso a tubulação
começará a perder calor para o ar.
Distribuição de vapor
À medida que o vapor vai fluindo num ambiente mais frio vai começar
imediatamente a condensar. No arranque do sistema a quantidade de
condensado será maior pois o vapor será utilizado para aquecer a tubulação
fria - a isto chama-se “consumo de arranque”. Após a tubulação estar quente
continuará a ocorrer condensação pois a tubulação continua a perder calor
para o ar circundante - a isto chama-se “consumo em regime”.

O condensado daí resultante cai por gravidade para a parte inferior da


tubulação e é arrastado juntamente com o vapor, até aos pontos mais baixos
da instalação. As tubulações de distribuição devem ter uma inclinação
descendente no sentido do fluxo de vapor. O condensado terá então de ser
drenado nos pontos mais baixos da tubulação.
Usina Sucroalcooleira
Indústria Alimentícia
VAPOR D’ÁGUA
APLICAÇÃO

• Transporte de energia térmica


• Trabalho mecânico

 Vapor Saturado
 Fluido de aquecimento
Melhor controle de temperatura

Velocidades usuais
Ramais principais: 20 a 35 m/s
Ramais secundários ou linhas curtas: máximo 15 m/s.
*erosão
 Vapor Superaquecido
 Trabalho mecânico → turbinas (trabalho mecânico ou geração de
eletricidade
 Fluido de Processo → Processos Petroquímicos

Velocidades usuais
40 a 60 m/s
• EXEMPLOS DE APLICAÇÃO:

• NA INDÚSTRIA:

* bebidas: limpeza, pasteurização, etc

* papel, celulose e laminados: digestores, secagem (cilindros rotativos)


prensas, etc
* Curtumes: aquecimento, secagem (estufas), prensas, prensas a vácuo.
* laticínios: pasteurização, esterilização, concentradores, produção de
vácuo, etc.
* Frigoríficos: estufas, digestores, nas prensas para extração de óleo.
* doces: aquecimento de glicose, no cozimento sob pressão, em estufas.
* vulcanização e recauchutagem: vulcanização, prensas.
indústrias químicas: nas autoclaves, tanques de armazenamento, reatores,
vasos de pressão,
trocadores de calor.

* têxtil: alvejamento e tingimento, estufas para secagem.

* petróleo e derivados: refervedores, trocadores de calor, torres de


fracionamento, fornos de pirólise, vasos de pressão, nos reatores e
turbinas.

* metalúrgica: cubas galvânicas, preparo de soluções de produtos


químicos, secagem e pintura.

• OUTROS USOS:

Hospitais, hotéis, Lavanderias, Refeições industriais, Calefação e


Umidificação de ambientes, etc.
Porque usar vapor ?
Benefícios
 Grande quantidade de energia acumulada,
Elevado potencial de trabalho

 Eficiente transportador de energia


 Seguro ( usado as vezes na extinção de incêndio)
 Eficiente forma de transferência energia do combustível,
Inclusive procedente de resíduo

 Centralização da fonte geradora de energia


Disponibilidade a grande distância
Facilidade de controle:
 Na distribuição (Automação)
 Também de temperatura
 Vapor saturado ?

 Estabilidade no aquecimento

 Elevado potencial de troca térmica


Reduzida Área necessária para troca térmica

 Temperatura constante (Uniforme)

 Vapor superaquecido?

 Reduzida capacidade de aquecimento

 Elevada energia mecânica


Resumo de algumas características
relacionadas ao vapor e sua aplicação
• Elevado coeficiente global, reduzida área necessária
para transferência de calor.
• Água , baixo custo, exceto tratamento
• Elevado calor latente 540cal/g (1 atm)(2100kJ/kg)
• Ausência de bomba para transferência
• Fácil controle com válvula de duas vias
• Controle de temperatura com redutora de pressão
• Tubulação de pequeno diâmetro
• Utilização do vapor flash
• Reuso de condensado
Escolha quanto a pressão
Vapor saturado a elevada pressão
Vantagens
 Redução de custo:
 Tubulação
 Isolamento
 Suportes
 Menor perda de carga
Desvantagem
 Emprego de redutora de pressão no ponto
de consumo
Linhas de vapor
Detalhes de montagem

 Quanto a disposição da linha


Cuidados
Evitar acúmulo de condensado
Disposições adotadas
 Inclinada no sentido do fluxo de condensado, ou
 Reduzir velocidade do vapor – evitando arraste
h2

h1
 Quanto à acessórios

Drenos de condensado
Poços (dimensão)
Filtros
(posicionamento)
Derivações
Tomadas de vapor (posicionamento)

Conexões: redutores / expansores, curvas


Drenos de condensado: (poços)

errado

certo
Filtros
Material de tubulação
• Característica do vapor: Pouco corrosivo
Escolha dependente somente da temperatura
• Conexões:
solda: Até 2 “ - Solda de encaixe
> 2 “ - Solda de topo
Válvulas de bloqueio:
Globo : forjadas até 2”- solda de encaixe
Gaveta : acima de 8”, fundidas, conexão por flange ou
solda de topo.
Obs. acima de 8” e pressão maior que 8 kgf/cm2
Válvula com by-pass.
Pressão de operação
A pressão à qual o vapor deve ser distribuído é parcialmente
determinada pelo ponto de utilização que necessita da pressão mais
elevada na instalação

O vapor a alta pressão ocupa menos volume por kilograma que o


vapor a mais baixa pressão. Daqui se conclui que se o vapor é gerado
na caldeira a uma pressão muito mais elevada do que a que é
necessária à aplicação e é distribuido a esta alta pressão, a tubulação
de distribuição será de menor diâmetro.
Pressão de operação
A produção e distribuição de vapor a alta pressão tem as seguintes vantagens:

• É necessária tubulação de menor diâmetro. Superfícies menores


representam menor perda de calor (energia).

• Custos mais baixos no sistema de alimentação por exemplo, em material


como a tubulação, flanges, suportese montagem.

• Menores custos em isolamento. Vapor mais seco no local de utilização


devido ao efeito de secagem quando se reduz a pressão.

• A capacidade de armazenamento de calor da caldeira é maior, ajudando a


enfrentar mais eficientemente as variações de carga, reduzindo o risco de
arrastamento de água nos picos de consumo.
Dimensionamento da tubulação
Quando se escolhe o diâmetro da tubulação, existe uma tendência natural
para nos guiarmos pelo diâmetro das ligações do equipamento ao qual
esta vai ser ligada. Se a tubulação for escolhida deste modo, o mais
provável é não conseguir atingir o vazão desejada. Podem ser utilizadas
reduções concêntricas e excêntricas, dando assim à tubulação a dimensão
adequada. Em vapor é sempre recomendável o uso de reduções
excêntricas.
Dimensionamento da tubulação

As dimensões da tubulação podem ser escolhidas com base nos


seguintes critérios:

• Velocidade do fluido
• Perda de carga

Em todo o caso devem sempre utilizar-se ambos os métodos,


para assegurar que não são excedidos os limites.

Sobredimensionamento da tubulação significa:


• O custo da tubulação é superior ao necessário.
• Formar-se-á um maior volume de condensado devido à maior
perda de calor.
• Vapor de qualidade inferior e menor transferência de calor devido
ao grande volume de condensado formado.
• Custo inicial da instalação mais elevado.
Dimensionamento da tubulação
Subdimensionamento da tubulação significa:

• Velocidade excessiva do vapor e perda de carga, provocando pressão


inferior à necessária no local de utilização.
• Quantidade de vapor inferior à necessária no local de utilização.
• Maior risco de erosão, martelos de água e ruído devido ao
• aumento da velocidade do vapor.
Normas Aplicáveis às tubulações
O “American Petroleum Institute” (API), classifica as tubulaçõesem números
“schedule”. Estes “schedules” traduzem gamas de pressão na tubulação e são
onze: 5, 10, 20, 30, 40, 60, 80, 100, 120, 140 a 160.

Para tubos de diâmetro nominal inferior a 150 mm, a “schedule” 40 (chamado


“schedule standard”) é a mais leve especificada para linhas de vapor.

Só as “schedules” 40 e 80 cobrem toda a gama de diâmetro nominal 15 mm até


600 mm e são as mais usadas em instalações de vapor. Neste guia far-se-á
referência à schedule 80 (por vezes denominada “extra forte”).

Na norma BS 1600 pode encontrar uma tabela das "schedules“ com os


correspondentes diâmetros nominal e espessura das paredes em milímetros.
Tabela de diâmetros
A tabela, a seguir, é um exemplo dos diâmetros interiores de diferentes
medidas de tubulação, para diferentes schedules. Na Europa a tubulação é
fabricada segundo as normas DIN, a norma DIN 2448

Para um tubo de 25 mm “schedule” 80, o diâmetro interno do tubo é 24.3 mm, do


mesmo modo que o “schedule” 40 tem de diâmetro interno 26.6 mm.

Os tubos mais utilizados são de aço carbono de série reforçada (comprimento


standard 6 m) para linhas de vapor e de condensado
Dimensionamento da tubulação segundo a
velocidade do vapor

Para a tubulação principal de vapor saturado seco, a experiência mostra que


a velocidade adequada se situa entre 25 - 40 m/s e deve ser tomada como
velocidade máxima acima da qual ocorrerá ruído e erosão, especialmente se
o vapor é húmido.

Em linhas de alimentação mais longas é frequentemente necessário restringir


a velocidade a 15m/s para evitar perdas de carga.
Dimensionamento da tubulação segundo a
velocidade do vapor

Em alternativa, o diâmetro da tubulação pode ser calculado através da


fórmula matemática:

𝜋𝑑 2 𝐶𝐴 4𝑉
𝐴= 𝑉 = 𝐶𝐴 𝑚= 𝑑=
4 𝑣 𝜋𝐶

O resultado obtido desta forma resulta na tubulação mínima a ser


adquirida no mercado
Exemplo 1
Dimensionar uma tubulação para 5000 kg/h de vapor saturado seco a 7 bar
m para uma velocidade máxima de 25 m/s.

C = 25 m/s

5000𝑘𝑔/ℎ
𝑚= = 1,389𝑘𝑔/𝑠
3600ℎ/𝑠

𝑉 = 𝑚𝑣 = 1.389 kg/s x 0.24 m³/kg = 0,333𝑚3 /s

4×0,333
𝑑= =0,130m ou 130 mm
𝜋×25
Exemplo 2
Utilizando o exemplo dado acima, é necessário dimensionar uma tubulação
para 5000 kg/h de vapor saturado a 7 bar m e 170ºC. A velocidade máxima
aceitável de vapor é 25 m/s.

Para utilizar o ábaco:

Desenhe uma linha vertical apartir de 170ºC (ponto A) na escala da


temperatura até 7 bar m (ponto B) na escala da pressão. A partir de B
desenhe uma linha horizontal até ao valor 5000 kg/h de vazão mássica de
vapor (ponto C). Agora desenhe uma linha vertical até ao valor 25 m/s de
velocidade do vapor (ponto D).

A partir de D desenhe uma linha horizontal através da escala do diâmetro


do tubo (ponto E). Um tubo com um orifício de 130 mm será o adequado
para este caso.
Dimensionamento da tubulação segundo a
Perda de Carga Admissível
Por vezes é essencial que a pressão de vapor que alimenta um equipamento
da instalação não caia abaixo de um mínimo especificado, de modo a manter a
temperatura, assegurando assim que os fatores de transferência de calor da
instalação são mantidos nas condições de vazão máxima. Neste caso deve-se
dimensionar a tubulação através do método “perda de carga”, partindo da
pressão conhecida na origem e a pressão necessária no local de utilização.

Há vários gráficos, tabelas e mesmo réguas de cálculo disponíveis para


relacionar o diâmetro da tubulação com a perda de carga.

Um método alternativo e mais rápido de dimensionar a tubulação com base na


perda de carga, conhecendo-se as seguintes variáveis: temperatura, pressão,
vazão e perda de carga admissível.
Exemplo 3
É necessário dimensionar uma tubagem para 20000 kg/h de vapor
sobreaquecido, pressão a 15 bar m, a 300ºC e com perda de carga de 1
bar/100m

Desenhe uma linha vertical a partir dos 300ºC na escala da temperatura (ponto
A) até aos 15 bar m (ponto B) na escala da pressão. A partir de B desenhe um
linha horizontal até ao valor 20000 kg/h do vazão de vapor (ponto C). Agora
desenhe uma linha vertical até ao topo do gráfico. Desenhe uma linha
horizontal a partir do valor 1 bar/100 m da escala de perda de carga (ponto D).
O ponto onde esta linha cruza a linha vertical a partir do ponto C (ponto E)
determina a medida de tubagem necessária. Neste caso será 150 mm.
Exemplo 4
É necessário dimensionar um tubo para 20 toneladas de vapor por hora a uma
pressão de 14 bar(m) e 325ºC de temperatura. O comprimento do tubo é de
300 metros e a queda de pressão admissível para este comprimento é 0.675
bar.

Note que a tabela está em pressão absoluta e para um exercício deste tipo é
suficientemente rigoroso considerar que 14 bar m é equivalente 15 bar
absolutos.

Relação de pressão:

𝑄𝑢𝑒𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 0,675


𝑅= = = 0,045
𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑛𝑎 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 (𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎) 15
Exemplo 4
A partir deste ponto na parte esquerda da escala, siga na horizontal para a direita e
até à intersecção (A) com a linha curva, siga na vertical para cima até encontrar a
linha de 300 metros do comprimento (B). Neste ponto, siga na linha horizontal
através da tabela até ao ponto C.

Agora a partir da linha da temperatura na base do gráfico a 325ºC e siga para cima
na vertical até cruzar os 15 bar absolutos da linha de pressão (D).

Siga horizontalmente para a direita até cruzar a linha de 20 toneladas/h (E) e a


partir deste ponto desenhe uma linha na vertical para cima. O diâmetro do tubo é
indicado no ponto em que esta linha intercepta a linha B - C no ponto F. Neste caso
um tubo de 200 mm de diâmetro.
Bibliografia
http://www.spiraxsarco.com.br
http://www.scribd.com/doc/7082781/Livro-Vapor
Shields, Carl . D. Boilers, F.W Dodge Corporation, 1961

Torreira, Raul Peragallo, Geradores de Vapor, Ed. Libris, 1995.

Pera, Hildo, Gerador de Vapor d’Água, USP, São Paulo, Editora Fama
2º edição, 1990

Spring, Harry,M.Jr., Boiler’s Operator Guide, Mc Graw-Hill Company, Inc.


New York, 1941.

Gaffert, G.A., Centrales de Vapor, Ed. Reverté. S.A. Barcelona, 1954.

Bazzo, Edson, Geração de Vapor, Ed. UFSC, 1995.

Franco Lucene, Centrales Eléctricas a Vapor, Instalações mecânicas,


Libreria Editorial Alsina, Buenos aires 1951.
* ver tópico- Tratamento de água de alimentação Cap.IX, pag, 180 a 205.

Evandro Dantas, Geração de Vapor e Água de Refrigeração


- Falhas Tratamento e Limpeza Química,Editora José Olympio, RJ, 1988.

Você também pode gostar