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EQUIPAMENTOS, ACESSÓRIOS E

REFRIGERANTES DOS SISTEMAS DE


REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO
MECÂNICA DE VAPOR
Jessé Luís Padilha
• Evaporadores
• Seguindo o mesmo procedimento realizado
para os condensadores, a variação de
temperaturas do refrigerante e do meio a ser
resfriado, no caso o ar, em um dado
evaporador de um sistema frigorífico.
Evaporadores

Classificação quanto ao sistema de alimentação


→ Evaporadores Secos (ou de Expansão Direta)
→ Evaporadores Inundados

Classificação dos Evaporadores Quanto ao Fluído a Resfriar

→ Evaporadores para o resfriamento de ar


→ Evaporadores para o resfriamento de líquidos
• Carcaça e tubo (Shell and tube).
• Carcaça e serpentina e (Shell and coil).
• Cascata ou Baudelot.
• Evaporadores de Placas.
→ Evaporadores de contato
Evaporadores Secos (ou de Expansão Direta)

• fluídos frigoríficos
halogenados
• instalações de
capacidades não
muito elevadas.

• Refrigerante entra no evaporador, de forma intermitente, através de uma


válvula de expansão (VET)
• É completamente vaporizado e superaquecido ao ganhar calor em seu
escoamento pelo interior dos tubos
• “Baixo” coeficiente global de transferência de calor (dificuldade de se
manter a superfície dos tubos molhadas)
Evaporadores de Expansão Direta – Carga Parcial
Evaporadores com circulação forçada de ar
Evaporadores com circulação forçada de ar
• Utilizado em câmaras frigoríficas, salas de
processamento e túneis de congelamento
• Constituídos por uma serpentina aletada e
ventiladores montados em um gabinete
• Molhar a sua superfície externa pela
aspersão de um líquido (“evaporadores de
superfície úmida”) => Aumenta-se o coef.
global de transferência de calor
• Aspersão de água => Aumentar a umidade
relativa do ambiente (temp acima de 0 °C)
• Aspersão de glicol ou salmoura => Eliminar
a formação de gelo reduzindo o tempo e
perda de energia no degelo.
Evaporadores com circulação forçada de ar
• Ventilador succionando → Permite maio alcance do fluxo de ar frio,
porém o calor dissipado pelo motor do ventilador não é retirado
imediatamente.
• Ventilador soprando → Menor alcance, porém calor dissipado pelo
motor do ventilador é retirado do ar imediatamente após a sua
liberação.
Comportamento em função de parâmetros dimensionais e
operacionais.

→ Área de Face (produto da altura pela largura)


• Determina a velocidade de face

• Reduzindo-se a área de face => Aumenta-se a velocidade de face


• O coeficiente global de transferência de calor aumenta até um
determinado valor (depois não ocorrem mais aumentos significativos)
• A variação de temperatura do ar diminui (temp. na saída aumenta)
• A umidade do ar na saída da serpentina aumenta.

• Valores usuais: 2,0 a 4,0 m/s.

Obs.: Para evitar o arraste de gotas de água, a velocidade não deve ser
superior a:
• 3,0 m/s para serpentinas simples
• 3,5 m/s para serpentinas com eliminadores de gotas.
Comportamento em função de parâmetros dimensionais e
operacionais.

→ Número de aletas por unidade de comprimento

• Aumentando-se o número de aletas por unidade de comprimento:


• Aumenta-se a variação de temperatura (menor temp. na saída)
• Aumenta-se a redução de umidade (menor umidade na saída)

• Para temperaturas acima de 0 °C, o número de aletas de uma


serpentina varia de 4 a 6 aletas por polegada
• Para temperaturas abaixo de 0 °C, no máximo de 2,5 aletas por
polegada.
• Para condicionamento de ar, que trabalham com temperaturas
elevadas, usa-se de 12 a 15 aletas por polegada.
Comportamento em função de parâmetros dimensionais e
operacionais.

Profundidade da serpentina, (No de Rows)


• O no de rows influencia na remoção de calor latente. Qto. maior este
número maior a redução de umidade do ar ao atravessar a serpentina.
• O no de rows normalmente varia de 4 a 8.

Vazão de Ar
• O aumento da vazão de ar aumenta a velocidade de face
• Aumentando-se a velocidade de face:
- A variação de temperatura do ar diminui entre a entrada e a saída
- A remoção de umidade do ar diminui
Comportamento em função de parâmetros dimensionais e
operacionais.

→ Temperatura do refrigerante
Maiores temperaturas do refrigerante implicarão em
• Maiores temperaturas da superfície externa da serpentina
• Diminuição da variação de temperatura do ar
• Diminuição da remoção de umidade

Umidade relativa em função da diferença entre temperatura do


refrigerante e da temperatura da câmara
Número de Evaporadores
• Maior número de evaporadores garante uma distribuição uniforme do ar
frio por toda a área da câmara.
• Ambientes irregulares ou muito grandes podem necessitar de mais de um
evaporador
Velocidade do Ar na Câmara.
• A velocidade do ar nas câmaras de conservação de produtos não deve ser
superior a 0,5 m/s (evitar a desidratação excessiva)
Evaporadores Inundados

• Usa de forma efetiva toda a sua superfície de transferência de calor,


resultando em elevados coeficientes globais de transferência de calor
• Normalmente utilizados com amônia
• Seu emprego é limitado em sistemas com refrigerantes halogenados
(dificuldade de retorno do óleo ao cárter do compressor).
• Exigem grandes quantidades de refrigerante
• Possuem um maior custo inicial
Evaporadores Carcaça e Tubo (Shell and tube)

• Utilizados na industria de refrigeração para o resfriamento de líquidos.


• São fabricados em uma vasta gama de capacidades
• Podem ser do tipo:
- Inundado, com alimentação por gravidade (refrigerante na carcaça)
- Expansão direta
- Recirculação por bomba
Evaporadores Carcaça e Tubo (Shell and tube)
Evaporador de Cascata ou Baudelot

• Utilizados para o resfriamento de líquidos, normalmente água para


processo, até uma temperatura em torno de 0,5 °C acima do seu ponto
de congelamento.
• São projetados de forma que não sejam danificados se houver
congelamento do líquido.
• Indústria de bebidas (cervejarias) e para o resfriamento de leite

Evaporadores de Contato
• Utilizados para o congelamento de produtos sólidos, pastosos ou
líquidos.
• Serpentinas de prateleiras em congeladores.
• Refrigerante circula através de canais existentes nas placas e o
produto a congelar é colocado entre (ou sobre) as placas.
Evaporadores de Placas
Evaporadores

Qo &a cp ( Tea − Tsa )


& = m

&a cp U A
2m
& =
Q ( Tea − To )
o
(U A + 2m&a cp )
T + Tea
Tml = Tm − To  Tm = sa
2
&a cp U A
2m
& =
Q ( Tea − To )
o
(U A + 2m&a cp )
evap ( Tea − To )
& = F
Qo
Evaporadores
Evaporadores

Coeficientes globais de transmissão de calor de alguns


evaporadores para líquidos
• Dispositivos de Expansão.
• Em um sistema de refrigeração, o dispositivo
de expansão têm a função de reduzir a
pressão do refrigerante desde a pressão de
condensação até a pressão de vaporização. Ao
mesmo tempo, este dispositivo deve regular a
vazão de refrigerante que chega ao
evaporador, de modo a satisfazer a carga
térmica aplicada ao mesmo.
Dispositivos de Expansão

→ Válvula de Expansão Termostática


→ Válvulas de Expansão Eletrônicas
→ Válvulas de Bóia
→ Válvula de Expansão de Pressão Constante
→ Tubos Capilares
Válvula de Expansão Termostática
Válvula de Expansão Termostática com
Equalização Interna
Válvula de Expansão Termostática - Aumento da Carga
Válvula de Expansão Termostática - Redução da Carga
Válvula de Expansão Termostática com
Equalização Externa
Características das Válvula de Expansão Termostática
(a) Carga Normal (b) Carga Cruzada
Capacidade Frigorífica de uma
Válvula de Expansão Termostática
Capacidade Frigorífica de uma
Válvula de Expansão Termostática
Hunting

• Instabilidades => ciclos de superalimentação e subalimentação


• Causa flutuações de pressão e temperatura (reduz a capacidade)
• Gotas deste líquido transportadas até a saída do evaporador
• Determinado pelos seguintes fatores:
• Tamanho da Válvula. Válvula superdimensionada pode gerar
hunting.
• Grau de Superaquecimento. Quanto menor o grau de
superaquecimento, maior as chances da válvula entrar em
hunting.
• Posição do bulbo.
Válvulas de Expansão Eletrônicas
Princípio de operação:
→ Um termistor é instalado na saída do evaporador;
→ Uma mudança na temperatura na saída do evaporador altera a
resistência elétrica do termistor;
→ A alteração da resistência elétrica é analisada por um circuíto
que envia um sinal para o posicionamento da agulha da válvula.
Válvulas de Expansão Eletrônicas

Comparadas com as válvulas de expansão termostática, as


principais vantagens das válvulas eletrônicas são:
→ Promovem um controle mais preciso da temperatura.
→ Promovem um controle consistente do superaquecimento,
mesmo em condições de pressão variável.
→ São capazes do operar com menores pressões de
condensação. Isto é especialmente importante quando se tem
baixa temperatura ambiente.

→ Podem resultar em economia de energia de 10% (ou mais)


Válvulas de Bóia
Válvulas de Bóia
Válvula de Expansão de Pressão Constante
Válvula de Expansão de Pressão Constante

• Fecha suavemente quando o compressor é desligado e


permanece fechada até que o compressor volte a ser ligado.
• Principais aplicações onde a temperatura de vaporização deve ser
mantida constante (controle de umidade em câmaras frigoríficas
ou evitar o congelamento em resfriadores de água).
• Proteção contra sobrecarga do compressor.
• Eficiência relativamente baixa
Tubos Capilares

Vantagens dos Tubos Capilares:


→ Simplicidade (não apresentam partes móveis).
→ Baixo custo.
→ Permitem a equalização das pressões do sistema durante as
paradas (motor de acionamento do compressor pode ser de
baixo torque de partida).
→ Redução da quantidade e custo do refrigerante e eliminação da
necessidade de um tanque coletor.
Tubos Capilares

Desvantagens dos Tubos Capilares:


→ Impossibilidade de regulagem para satisfazer distintas
condições de carga.
→ Risco de obstrução por matéria estranha.
→ Exigência de uma carga de refrigerante dentro de limites
estreitos.
→ Redução da eficiência operacional para qualquer variação da
carga térmica ou da temperatura de condensação.
Acessórios

→ Pressostatos
→ Termostatos
→ Filtros e Secadores
→ Separadores de óleo
→ Válvulas Solenóide
→ Visores de Líquido
Pressostatos

→ Pressostatos de baixa pressão: desligam, quando a pressão de


sucção se torna menor do que um determinado valor;

→ Pressostatos de alta pressão: desligam, quando a pressão de


descarga se torna maior do que um determinado valor;

→ Pressostatos de alta e baixa: reúnem os dois tipos anteriores


num único aparelho;

→ Pressostatos diferenciais: destinados ao controle da pressão


do óleo de lubrificação dos compressores
Pressostatos
Termostatos

Indicam variações de
temperatura e fecham ou abrem
contatos elétricos

Podem ser classificados como:


→ Bimetálico
→ Termostato com bulbo sensor de temperatura
→ Termostato eletrônico
Termostatos
Filtros e Secadores

São destinados a:
→ Eliminar partículas estranhas nas tubulações de
sistemas refrigeração
→ Eliminar a umidade presente no sistema

Podem ser montados tanto na linha de sucção como na


linha de líquido
Filtros e Secadores
Filtros e Secadores

“By pass” para isolamento em instalações de médio e


grande porte
→ Utilizados no circuito por um período de 10 a 15 dias
Separadores de óleo

São instalados na descarga do compressor,


para reduzir a circulação de óleo no circuito

Problemas relacionados ao óleo


→ Formação de espuma no óleo do carter
do compressor (Resistência elétrica no
carter)
→ Remoção do filme de óleo nos mancais
do compressor
→ Redução do coeficiente de troca de calor
no evaporador e condensador
→ Golpes de líquido no compressor
Válvulas Solenóide

→ Usadas para controlar o fluxo de refrigerante líquido


para a válvula de expansão para promover o
recolhimento de refrigerante “pump-down”

Bobina Bobina

Circuito Circuito
Armadura aberto Armadura fechado

(a) (b)
Visores de Líquido

→ São colocados normalmente na saída do


reservatório de líquido
→ Permitem verificar se existe umidade no
sistema
→ Permitem verificar se a carga de refrigeração
está completa;
• Fluidos Refrigerantes

• Fluidos frigoríficos, fluídos refrigerantes, ou simplesmente


refrigerantes, são as substâncias empregadas como
veículos térmicos na realização dos ciclos de refrigeração.
Inicialmente foram utilizadas, como refrigerantes,
substâncias com NH3, CO2, SO2 , CH3Cl entre outras, mais
tarde, com a finalidade de atingir temperaturas em torno
de -75°C, substâncias com N2 O, C2H6 e mesmo o propano,
foram empregadas. Com o desenvolvimento de novos
equipamentos pelas indústrias frigoríficas, cresceu a
necessidade de novos refrigerantes.
• O emprego da refrigeração mecânica nas
residências e o uso de compressores rotativos
e centrífugos, determinaram a pesquisa de
novos produtos, levando a descoberta dos
CFCs (hidrocarbonetos à base de flúor e cloro).
Os CFCs reúnem, numa combinação única,
várias propriedades desejáveis: não são
inflamáveis, explosivos ou corrosivos; são
extremamente estáveis e muito pouco tóxicos.
• Em 1974, foram detectados, pela primeira vez, os
problemas com CFCs, tendo sido demonstrado
que compostos clorados poderiam migrar para a
estratosfera e destruir moléculas de ozônio. Por
serem altamente estáveis, ao se liberarem na
superfície terrestre conseguem atingir a
estratosfera antes de serem destruídos. Os CFCs
foram então condenados como os maiores
responsáveis pelo aparecimento do buraco na
camada de ozônio sobre a Antártica.
• A amônia tem sido adotada na maioria das instalações
industriais de construção recente, dominando o setor.
Uma vasta gama de produtos alternativos aos CFCs têm
sido colocada no mercado pelos produtores de
compostos halogenados, tornando difícil ao projetista,
decidir quanto ao refrigerante que melhor se ajuste à
sua instalação em particular. Determinados setores da
indústria optaram por um substituto em particular,
como no caso do condicionamento de cabinas para
aplicações automotivas, onde o CFC-12 foi substituído
pelo HCFC-134a.
Fluidos Refrigerantes

São as substâncias empregadas como veículos


térmicos na realização dos ciclos de refrigeração

Podem ser classificados nas seguintes categorias:


• Hidrocarbonetos halogenados;
• Misturas não azeotrópicas de hidrocarbonetos
halogenados;
• Misturas azeotrópicas de hidrocarbonetos
halogenados
• Compostos orgânicos;
• Compostos inorgânicos.
Designação segundo a norma ASHRAE 34-1992

Número de átomos de flúor

Número de átomos de hidrogênio mais 1

Número de átomos de carbono menos 1

Compostos derivados de hidrocarbonetos não saturados

(C-1) (H+1) (F)


Designação segundo a norma ASHRAE 34-1992

C Cl2 F2 R12

Número de átomos de flúor

Número de átomos de hidrogênio mais 1

Número de átomos de carbono menos 1

Compostos derivados de hidrocarbonetos não saturados

(C-1) (H+1) (F)


Características desejáveis de um refrigerante

• Pressão de vaporização não muito baixa


• Pressão de condensação não muito elevada
• Calor latente de vaporização elevado
• Volume específico reduzido
• Coeficiente de performance elevado
• Condutibilidade térmica elevada
• Baixa viscosidade na fase líquida e gasosa
• Devem ser estáveis e inertes
Características desejáveis de um refrigerante

• Não devem ser poluentes


• Não devem ser tóxicos ou excessivamente estimulantes
• Não devem ser inflamáveis ou explosivos
• Devem ser de detecção fácil quando houver vazamentos
• Devem ser de preços moderados e facilmente disponíveis
Destruição da Camada de Ozônio

• 1974, foram detectados problemas com CFCs


• Compostos clorados migram para a estratosfera e destroem as
moléculas de ozônio
• Os CFCs são os maiores responsáveis pelo aparecimento do
buraco na camada de ozônio sobre a Antártica
• A camada de ozônio é responsável pela filtragem dos raios
ultravioleta que, em quantidades elevadas, são prejudiciais ao
meio ambiente
• Ao ser humano podem causar doença da pele como
queimadura, câncer, envelhecimento precoce, etc
Destruição da Camada de Ozônio

• Em 1986 o Protocolo de Montreal determinou a substituição


dos CFCs provocando uma verdadeira revolução na indústria
frigorífica
• A amônia tem sido adotada na maioria das instalações
industriais de construção recente, dominando o setor
• Refrigerantes como CO2, têm sido cogitados pela comunidade
científica e industrial
• O problema da camada de ozônio tem se composto com o
problema do efeito estufa
Fluidos Refrigerantes
Fluidos Refrigerantes
Fluidos Refrigerantes
Classificação dos Refrigerantes Quanto ao
Nível de Toxicidade e Inflamabilidade
Segundo a ASHRAE 34-92

Toxicidade
Classe A - Compostos cuja toxicidade não foi identificada
Classe B - Foram identificadas evidências de toxicidade
Inflamabilidade
Classe 1 – Não se observa propagação de chama em ar a 18oC e
101,325 kPa
Classe 2 – Limite inferior de inflamabilidade (LII) superior a 0,10kg/m3 a
21 oC e 101,325kPa, Poder calorífico inferior a 19.000 kJ/kg
Classe 3 – Inflamabilidade elevada, caracterizando-se por LII inferior ou
igual a 0,10 kg/m3 a 21 oC e 101,325 kPa, Poder calorífico
superior a 19.000 kJ/kg
Classificação dos Refrigerantes Quanto ao
Nível de Toxicidade e Inflamabilidade
Segundo a ASHRAE 34-92

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