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Distribuição de Vapor

Condensado nas linhas


Condensado

Em qualquer sistema de distribuição de vapor uma parte do vapor irá condensar


devido às perdas por radiação. Por exemplo, uma tubulação de DN100 com 30 m, bem
isolada, transportando vapor a 7 bar, com temperatura ambiente de 10ºC, condensará
aproximadamente 16 kg de vapor por hora.

Sempre que possível, a tubulação de distribuição deve ser inclinada não menos de 40
mm em 10 m, no sentido do fluxo de vapor.

Se a tubulação de distribuição de vapor tiver inclinação ascendente, ou seja, contra o


fluxo, o condensado tende a recuar. Assim, o fluxo de vapor que poderá estar a circular
acima de 100 km/h empurrará o condensado. Deste modo será extremamente difícil
separar a água e retirá-la da tubulação. Para além disso, ocorrerão golpes de aríete e a
mistura da água com o vapor produzirá vapor húmido.
Condensado
Tendo sido produzido, o condensado se desloca dentro da tubulação acionado pela
gravidade e pelo arrasto do vapor.

Ele deverá fluir no sentido descendente devido e juntar-se-á nos pontos mais baixos do
sistema. É nestes pontos baixos que devem ser instalados os purgadores.

A quantidade de condensado que se forma durante o arranque numa tubulação de


distribuição de grandes dimensões exige pontos de drenagem com intervalos de 30 a
50m, para além dos pontos baixos.

O vapor pode circular dentro da tubulação até à velocidade de 145 km/h, arrastando o
condensado consigo.
Purgador
Instala-se na tubulação uma peça em “T” que funciona como coletor. Todo o
condensado cairá neste coletor e dirigir-se-á para o purgador através do dreno de 15
mm. Este coletor é tão importante para a drenagem do condensado como o próprio
purgador. A entrada do dreno deve estar 25/30 mm acima do fundo do coletor para
evitar que passem impurezas para o purgador. O fundo do coletor é geralmente
flangeado e amovível. Isto permite que se retire a placa amovível (flange cega) quando a
alimentação está fechada para retirar as impurezas acumuladas.
Golpe de Aríete
Podem ocorrer golpe de aríete pelo acúmulo de condensado arrastado com o vapor pela
tubulação, em vez de ser drenado, e é subitamente parado pelo impacto num obstáculo
no sistema.

A formação de gotas de condensado ao longo da tubulação como se mostra pode


eventualmente formar uma bala “compacta” que será arrastada à velocidade do vapor
através da tubulação e pode atingir os 30 m/s ou mais. Esta bala de água é densa e
incompressível e ao movimentar- se a alta velocidade possui uma quantidade
considerável e energia cinética.

Quando há um obstáculo, possivelmente uma curva ou “T” a energia cinética da água


converte-se em pressão e ocorre um choque de pressão no obstáculo.
Golpe de Aríete
Os golpes de aríete ocorrem geralmente:

• Pontos baixos.
• Utilização incorrecta de reduções concêntricas e filtros. Por este motivo é
preferível instalar filtros com a rede na posição horizontal.
• Drenagem inadequada das linhas de vapor.
Golpe de Aríete
Ações para minimizar a possibilidade de golpe de aríete:

• Linhas de vapor com inclinação progressiva na direcção do fluxo com pontos


de drenagem a intervalos regulares nos pontos mais baixos.
• Válvulas de retenção a jusante de todos os purgadores. Evita que o
condensado volte para a linha de vapor quando o sistema estiver parado.
• As válvulas de seccionamento devem ser abertas lentamente de modo a
permitir que o condensado que possa existir no sistema circule lentamente
para a frente até encontrar um ponto de drenagem, antes de ser apanhado
pelo vapor a alta velocidade.
Linhas secundárias
As linhas secundárias são normalmente muito mais curtas que as de distribuição

O dimensionamento das linhas secundárias costuma ser feito com base em


velocidades mais elevadas, o que causa maiores perdas de pressão que são
aceitáveis dado a menor extensão que estas têm.
Ligações Secundárias
As ligações secundárias que partem da parte superior da tubulação de distribuição
transportam o vapor mais seco. Quando partem da parte lateral ou, pior ainda, da
parte inferior da tubulação, podem transportar o condensado presente na tubulação
de distribuição
Ramal Descendente
Para pontos baixos nas tubulações secundárias. O mais comum é haver um ramal
descendente perto de uma válvula de seccionamento ou válvula de controlo. O
condensado concentra-se antes da válvula fechada e será arrastado com o vapor
quando a válvula for novamente aberta - daí que seja necessário um ponto de
drenagem neste local, com conjunto de purga.
Inclinação Ascendente
Diminui o intervalo entre os pontos de drenagem a um máximo de 15 m. O objetivo
é evitar a formação de um filme de condensado na parte inferior da tubagem
TIPOS DE PURGADORES DE
VAPOR
PURGADORES DE VAPOR
Purgadores mecânicos – agem por diferença de densidade

Purgadores mecânicos são capazes de operar com resposta precisa de acordo com o
fluxo de condensado sem o comprometimento de seu desempenho pela maioria dos
fatores externos. Essa é uma das distintas vantagens sobre purgadores termostáticos e
termodinâmicos, cujo desempenho pode ser afetado por fatores externos tal como:
chuva, vento ou mesmo isolamento.

Dois modelos: Boia e Balde invertido


Tipo Bóia
Nos purgadores tipo boia, a posição da boia é diretamente afetada pelo nível do
condensado no purgador. A boia responde ao fluxo de condensado, abrindo e fechando o
orifício (sede).
Existem dois projetos básicos usados para purgador de boia: boia com alavanca e Bóia
livre.
Tipo balde invertido
O balde dentro do purgador é ligado a uma alavanca que abre e fecha a sede em resposta
ao movimento do balde. Quando há fluxo de vapor ou de ar, estes vão para parte inferior
do balde invertido, e o condensado o envolve na parte externa. O vapor faz com o que o
balde se torne flutuante fazendo-o subir, nesta posição, o balde vai fazer com que a o
obturador feche a sede. O orifício de escape que fica no topo do balde permite que uma
pequena quantidade de vapor seja liberada para o topo do purgador, onde é
descarregado a jusante. À medida que o vapor flui através do orifício de escape, o
condensado começa a preencher o interior do balde, fazendo com que ele afunde, assim
permitindo que o obturador desobstrua a sede descarregando o condensado
(juntamente com qualquer vapor mantido no purgador).
Purgadores Termostáticos
Purgadores termodinâmicos
Purgadores de vapor do tipo termodinâmico são valorizados pelo seu tamanho
compacto e versatilidade sobre a larga faixa de pressão.

Construção simples e operam tanto na posição horizontal ou na vertical.

Larga faixa de variedade de traceamento, drenagem e certas aplicações de vapor.


Purgador de Disco

Operação intermitente e cíclica. O mecanismo da válvula - composta por disco e anéis de


assento - abrem para descarregar condensado por alguns segundos; e então fecha por um
período geralmente mais longo até que um novo ciclo de descarga se inicie.

A ação de abertura e fechamento de purgador termodinâmico do tipo disco é realizada


através da diferença das forças agindo sobre as faces inferior e superior da válvula disco.

Estas forças são essencialmente baseadas em variações da energia cinética e de pressão


dos fluidos envolvidos: ar, condensado e vapor.
Purgador de Impulso
Esse purgador tem um ajuste de rosca pelo qual podemos controlar o curso da válvula
localizada no centro do purgador, quanto maior o curso da válvula, maior será o fluxo
de vapor através do purgador. O aumento de pressão no interior do purgador levanta
a peça móvel (pistão) rapidamente aliviando essa pressão com a saída do condensado,
ao baixar novamente a pressão começa a aumentar iniciando novamente o ciclo e
expulsando o condensado em impulsos intermitentes.

Funcionam a partir do levantamento da peça móvel do purgador (pistão), com a


posterior queda da mesma e saída do condensado. Com a diminuição da pressão, ela
começa novamente a aumentar e o ciclo se repete, expulsando o condensado em
impulsos intermitentes.

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