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INSTITUTO B! IRO DO CONCRETO IBRACON REUNIAO COMEMORATIVA DO DECIMO ANIVERSARIO S80 Paulo, 26 a 30/07/1982 COLOQUIO SOBRE CONCRETO EM FUNDACOES E OBRAS SUBTERRANEAS Estacas Premoldad. Desempenho Sob a Ago Agressiva do Meio J.Moises Spiquel * ESTACAS PREMOLDADAS CENTRIFUGADAS - INFLUBN! DA CENTRIPUGACKO SOBRE 0 TRACO DO CON Enrique M.Rios ** Elia A,Levy *** (*) Consultor Independente (***) Gerente Controle de Qualidade da SCAC - Sociedade Concreto Armado Centrifugado S.A, (**) Gerente Industrial e 1 (OM_ESTACAS. PREMOLDADAS AGK - DESEMPENHIO SOK A _ACAG J.Moisés Spiguel AGENTE! AGRESS IVOS * resisténcia do concreto sob a agio de agentes ugressi vos € um dos fatores primordiais no estudo da qualidade @ durabilidade das estruturas de concreto armady. A asoes agressivas que mais afetam o concrete, princi palmente nas estruturas de fundagdes sho os suifatos so Tuveis contidos nos suvso.os, aguas carbonutadas, aguas sulfatadas, guas do mar, aguas residuais e até dpuas. puras. Os Sais de suifato, quando presentes no subsolo na forme sélida, nio terdo, por si sé, muito cfeito sobre con creto; entretanto quando dissolvidos na agua, pode fetar seriamente o concreto. As Aguas carbonatadas, através da agao do CO, em contato com o hidroxido do cimento, dio origem ao bicarbonato, que por sua vez, reagindo como excesso do cal, forma o carbonuto insoluvel; esta carbona fo chega a ser benigna a0 concreto, pois alem de colmatar os poros, aumenta-lhe a compacidade e densidade. Entretanto, se a agua contiver um teor de CO, livre ma for que o necessirio para reagir com o bicarbonato, esse excesso @ denominado CO, agressive, poryue & capaz de dissolver 0 carbonato de caicio, podendo causar deterio rago do concreto, As dguas sulfatadas, principalmente contendo magnésio, cdlcio, potassio, sddio e aménio, sie os elementos mais agressivos ao concreto. As dguas quimicamente puras, tais como a dgua destilada e@ @gua de chuva, nao contém sais dissolvidos, e por is so, tem a tendéncia a dissolver a cal liberada na hidra tagdo dos silicatos de calcio complexos do cimento, tor nando o concreto poroso ¢ diminuindo-lhe a resisténcia. As figuas do mar, a1ém dos efeitos fisicos e mecanicos que afetam as obras de concreto, exercem também agdes quimicas,podendo comprometer os concretos pela presen sa de sulfatos de calcio e magnésic, assim como de clore tos de sddio © mugnésio. As dguas residuais, principalmente de origem industrial, podem scr agressivas 4o concreto, devido ao efeito dos compostos de enxofre que contém, devendo-se adotar medi das especiais para garantir ao concreto exposto, resis téncia e durabilidade ao longo do tempo. PESQUISAS PARA AVALIAR 0 COMPORTAMENTO DO_CONCRET A ACAO AGRESSIVA DE _AGENTES QUTMICOS. SOB As pesquisas a respcito da corrosao e destruigio de es truturas de concreto iniciaram-se praticamente com a construgio das primeiras obras feitas de cimento, tendo assim o estudo das causa do ataque quimico, uma longa histéria de desenvolvimento. As pesquisas iniciaram-se pela observagao de estruturas ce concreto expostas & Agua do mar, jd que foram nestas estruturas que os efeitos da destruigio se tornaran mais aparentes nos primeiros tempos do uso do cimento. © problema da corrosdo do concreto devido a a da gua do mar foi atacado em 1840 por J. Smeaton e L. J. Vicat. O princlro relutério das avarias no concreto causadas por ataque quimico © observadas nas estruturas portudrias da Algéria, foi preparado por 1.J.Vicat e pu blicado em 1841. Na Gr@-Bretanha, as primeiras observagdes de avarias cm estruturas de concreto foram feitas no fim do século passado. Em 1920 foi formada uma comissao especial para a investigacao da destruigdo de estruturas marftimas. Na Alemanha foi estabelecida em 1908, uma comissdo espe cial com os mesmos propésitos. Os blocos "quebra-mar" colocados experimentalmente em 1890 na Liha de elgoland podem ser provavelmente considerados como a primeira experiéncia de corrosdo. Estes cubos de 8 m3 de volume tem estado desde entio sob continua observacao. Na Franga, as pesquisas também comecaram cedo. ku 1929, R. Ferret publicou um relatério sobre o trabalho efetua do com a cooperagdo do “Laboratoire des Ponts et Chaus sées". Ensaios de longa duragdo foram efetuados no porto fran cés de La Rochelle no Oceano Atlantico de 1904 a 1960, com cimentos com alto teor de escéria. Nos Estados Unidos, os primeiros estudos de importancia foram os Relatérios de Servico. de Portos ao longo da costa norte-americana. De acordo com W. G. Atwood, foram compiladas estatisticas nestas estruturas expostas ao ataque das dguas do may por um perfodo superior a 60 anos, Os estudos, ensaios ¢ relatérios a este respeito efetuados neste pais nos Gltimos 50 anos ocupam um enor me scervo, fugindo ao escopo do presente relatério, a andlise de um trabalho de tal vulto. Orgaos como ° “US Bureau of Public Roads", "American Concrete Insti tute", “Portland Cement Association" dedicaram-se e con tinuam se dedicando a pesquisa deste assunto, tanto nos Jaboratérios como no campo. Um dos trabalhos mais aprofundados e valiosos para acla rar todos os problemas relativos & corrosio do concreto, foi iniciado em 1940 pela "Portland Cement Association" © objetivo @ prosseguir as observagéecs e testes por um perfodo de 60 anos, isto € até o ano 2000. As experién cias efetuadas nas assim chamadas "fazendas de concre to", abrangem 13 regides diferentes dos KUA, que upre sentam as mais variadas condigdes climiticas ce tipos de solos, estes contendo agentes quimicos como sulfatos, cidos,magnésio, dlcalis, assim como dentro do mar. Foram utilizados cimentos de 27 marcas diferentes, dos tipos variando de 1 a V assim como seus sub-tipos. Fo ram adotadas 3 dosagens diferentes, de 220, 300 e¢ 390 kg de cimento por metro ciibico de concreto, com diver sos tipos de agregado. Com estes concretos, foram executados varios tipos de pecas e estruturas tais como blocos, vigas, estacas, es truturas de paredes finas e grossas, pavimentagdo de e tradas e passeios, muros de arrimo, etc. Alguns destes produtos foram parcialmente, outros, com- pletamente enterrados. Para efeito de comparacdo, for, m executados concomitantemente elementos idénticos, os quais, guardados dentro de recipientes com agua servem como unidades de contréle. Cada espécime @ inspecionada uma vez por ano. A cada 10 anos tem sido publicado um relatério dos resultados ob tidos por estas experiéncias. Estes resultados tem sido levados em consideragdo nas normas e recomendagdes adotados pelos orgdos oficiais UA. dos £ a Inglaterra, um Comité especial do'lhe Institute of Civil Engineers", juntamente com o "Department of Scien tific and Industrial Research" vem,desde 1920, estudan do o comportamento de varios materiais, entre os quais © concreto, i agao da agua do mar. Na Bélgica foram ensaiados corpos de prova de argamassa e de concreto, com emprego de oito tipos de cimentos, com resultados obtidos ao fim de 30 anos. RESULTADOS DOS ENSATOS E OBSERVACOES Com base nos resultados dos programas de ensaios referi dos, chegou-se a varias conclusées, vilidas naturaluen te para as condigées especificas destes ensaios. a) - 0 comportamento do concreto pode ser diferente cen forme a obra seja constantemente imersa, sendo nes te caso a qualidade do cimento bastante importante, ou a obra seja semi-imersa ou submetida a ciclos de umidi. ficagfo e de secagem, quando a compacidade do concreto € provavelmente mais importante que a escolha do to. men b) - Em relagdo ao grau de ataque ao concreto pelos sul fatos, o "U.S.Department of the Interior" estabele ceu a seguinte tabela: Ataque ao concreto por solos e dguas contendo varias concentracdes de sulfatos: Grau relative do Porcentagem de sulfatos —Partes p.m.de sul ataque por sulfa soliiveis em ague (SO, ) —fatos (como tos em amostras de solo cm amostras gua _ Desprezivel 0,00 a 0,10 Oa 150 Positivo 0,10 a 0,20 180 a 1.500 Severo 0,20 a 2,00 1,500 a 10.000 Muito severo 2,00 ou mais 10,000 ou mais c) - A velocidade da eventual deterioragio do concreto varia diretamente com a temperatura. d) - Os ensaios realizados pela "Portland Cement Asso ciation" dos E ne, envolveram 66 estacas de concreto armado correspon dendo & avaliacio de 22 cimentos (com dosagens maximas de 394 kg/m3) apds 20 anos de exposigdo nas aguas mor nas do mar. Neste caso, dois tipos de deterioragao fo U.A., particularmente em St.Augusti ram observados: fissuras no concreto devidas 4 corrosao das armaduras com 1 1/2" do cobrimento e deterioragao do concreto devido ao ataque de sulfatos. Os resultados foram bastante interessantes pois evidenciaram aue as estacas executadas com cimentos com teor de 2 a St de CsA apresentaram o triplo de fissuras que as com teor de 8 a 114 de C;A. Esta redugio de fissuramento nos con cretos com cimento de alto C,A é esplicado pelas rea gSes dos cloretos que entram no concreto como C,A do cimento formando um composto que retarda a corrosao do aco da armadura. Verificou-se por outro lado, que as es tacas feitas com cimento com mais de 12,z$ de C,A apre sentam deterioragéo; os concretos feitos com cimento tendo 11,2% de CA ou menos, mostraram satisfatéria re sisténcia em guas do mar, através de 25 anos de exposi. Gao. e) - Os resultados dos ensaios realizados na Inglaterra, apés 20 anos de exposigao em gua do mar de est cas de concreto armado, foram publicados no 20° Relato rio sob a responsabilidade do "Building Research Sta tion” e evidenciam, entre outros fatores que a causa pri. maria da deterioragao das estacas foi a corrosdo dus ar maduras e nao a desintegracgao do concreto pelos sais da agua do mar e que o conteudo de cimento e a espessura do cobrimento foram os fatores mais importantes na de determinacao da durabilidude das estacas. f) - Os ensaios realizados na Bélgica em argamassas e concretos apés 30 anos de imersdo em agua sulfata ta, apresentaram as seguintes conclusées: I - Quanto as argamassas - AS argamassas de 300 kg de cimento/m3 (A/C= =0,66) estabelecem uma diferenciagao bem nitida dos ti Pos de cimentos em relagdo as suas maiores ou menores resisténcias aos sulfatos. Assim, os cimentos alumino SOS, portland de alto forno de alta resisténcia e por tiand normal mostraram muita vulnerabilidade. Outros ci mentos como os de alto forno, permetalirgico, supersul, fatado.e portland normal com adigéo de trass resistira bem em argamassas pobres. ~ As argamassas com 450 kg de cimento/m3 mos traram os resultados da tabela como segue: Resisténcia a —Resisténcia a Tipo de Cimento compressao ‘tragao, MPa MPa 1934 196419341964 Aluminio 39,2 - 5,0 - Portland normal ........, 37,5 55,9 5,5 a7 Portland normil + trass.. 34372 4,8 6,2 Portland de alto forno de alta resisténcia oe 36,1 48,5 54 94 Portland de alto forno .. 36,0 55,5 5,7 84 Permetaliirgico . esc 51.4 4,6 94 IT - Quanto ao! concretos Os concretos resistem & ago dos sulfatos e dos Acidos em primeiro lugar pela sua impenetrabilidade, que exige uma grande compacidade, grande teor de cimen to, uma compactugéo perfeita nas formas, sem segre. nem solugao de continuidade. Nestas condigdes, o ataque superficial e sua atividade depende do agente agressi vo e das circunstancias de sua acio e concentragio, mo bilidade, pressao e circunstancias eventuais agravantes simulténeas, mecdnicas,climatéri cas, etc. © uso de cimento resistente aos agentes agres sivos nao permite entretanto que se negligencie a quali dade de concreto. g) ~ No V Simpésio sobre cimento realizado em Téquio em 1968, os resultados da agressividade das dguas do mar em concretos confeccionados com diversos tipos de cimentos apés 25 unos de imersdo sio upresentados no grafico seguinte. 4 Cimento oluminoso © Cimento de alt Forno (30°70 % esconial Cimento © baixe calor We niwutagao” © Cimento portiand~aito fore 39% excéna) © Cimento portland (10-13% C5 A) ——— een 280 300 350 400 Porte inatacada dos cubos de concreto_ Volume % 8 Conteddo de cimento em kg / m3 Condigéo do concreto apés 25 anos merguinade fm Ggva do mar (de acordo com resultados de festes de Hummel e Wesene) 0 grafico mostra claramente © efeito diferenciado do meso agressiva sobre os concretos com menores dosagens de cimento de varios tipos. Com dosagens maiores de 380 kg/m3, porém, os concretos apresentaram elevada resis téncia ao ataque da agua do mar, praticamente indepen dente do tipo de cimento empregado. 10. a) - A "Building Research Station's Questions and - fe nos ensaios realizados na Ingla Answers", com ba terra classifica a ago agressiva dos solos em fungao do conteudo de $0; e estubelece as medidas de precaugao a serem tomadas: Sulfatos na agua Sulfatos na argila Classe do subsolo de So, artes de SO, por 100.000 1 menos de 30 menos de 0,2 2 de 30 a 100 de 0,2 a 0,5 3 acima de 100 acima de 0,5 - Na Classe 1, com concentragées de menos de 20 partes por 100.000 de $0, na agua subterranea ou com me nos de 0,2% de SO; no solo, nenhuma medida especial @ recomendada, sendo vedado o uso de concreto magro. Nesta mesma Classe porém, para concentragées acima de 20 ¢ até 30 partes por 100.000 de so da pa sagem rica de cimento ou, como alternativa,cimentos po 5+ Pecomen n situ", o emprego de do concreto executado lanicos ou resistentes aos sulfates com dosagens de cimento unio inferiores ao correspondente do trago 1:2:4. Entretanto, dentro desta Classe, nenhuma medida especial é indicada para produtos prémoldados. - Na Classe 2, com concentragées de 30 a 100 partes por 100.000 de SO, na agua do subsolo ou com 0,24 a 0.5% de SO, no solo, nao recomenda o emprego de cimento portland comum para concrete moldade “in situ", a Jab he principalmente se uma das faces estiver exposta 4 pres sao da Agua. Neste caso deverd ser empregado cimento Pozolanico ou resistente 4 sulfatos ou, de preferencia, cimento aluminoso ou de alta resisténcia a sulfutos. No caso do emprego de produtos premoldades, 0 con creto com trago 1:1 1/2:3 (360 kg de cimento por metro cibico) € considerado suficiente garantia contra o at que do SO, ou, como alternativa o uso de cimentos esp) ciais com os enumerados para o concreto “in situ". ~ Na Classe 3, sao classificados os solos com mais de 100 partes por 100.U00 ae SO, e as aguas com mais de 9,5% de So. Para o concreto moldado “in situ" & recomendado exclusivamente o uso de cimento aluminoso ou de alta resisténcia a sulfatos. concreto premoldado coni rica dosagem de cimento Portland comum e bem compactado, é considerado aceita vel sempre que as condigées nao sejam muito severas. 0 uso dos mesmos cimentos especiais é uma alternativa. b) - A dosagem minima fixada para obras no mar de acor do com Venuat é: . c = 200 ia onde, € = dosagem em cimento (kg/m3) D = diametro do agregado maxino (mm) © que resulta, para um concreto com agregado maxi mo de 40mm, por exemplo. C = 334 kg de cimento por m3 Recomenda ainda que a relacao agua cimento seja inferior a 0,50. 12. c) - A “Guide for the design and construction of fixed offshore concrete structures" do Comité 357 da ACI recomenda, de acordo com a exposigio, os seguintes caractersticos para 0 concreto. Relagiio A/C Resistencia a af ‘max ima compressao minim aos 28 dias Submersa oe 35 MPa Sema-submersa .. 35 MPa Atmos férica 35 MPa Para o cimento adota um conteudo minimo de 4% de CsA pa ra assegurar durabilidade & armadura e uma dosagem mini ma de 356 kg por metro ciibico de concreto para garantir a qualidade da pasta adjacente @ armadura como protegéo contra corrosao. CONCLUSOES Os ensaios e estudos referidos, assim como as pesquisas ainda em desenvolvimento levam, no que se refere @ re sisténcia a deterioracio do concreto de estacas crava das em solo contendo sultatos ou imersas em dgna do mar, as seguintes conclusies: a) - Dosagem de cimento = 390 a 450 kg/m3 de concreto b) - Relacao @gua cimento € 0,45 c) - Compactagaa Um concrero dense, bem compactade, aliado a uma do ea as. dosagem adequada, baixa relagao agua cimento e criteriu sa escolha dos agregados, resulta num material — imper medvel que e a melhor garantia contra deterioragdo por agentes quimicos agressivos. Vibragao de alta frequén cia externamente ou interiormente aos moldes é condigao obrigatéria para garantir 0 adensamento destes conere tos com abatimentos entre 0 e Sem. Processos mais eficazes, como da centrifugacgéo e do va cuo, permitem, além do perfeito adensamento, a extragao da Agua em excesso do concreto, que resulta apés a ope raga, com relucées agua camento inferiores a 0,4 € no tavel impermeabilidade. 4) - Tipo de cimento © Comité 543 da ACI através do relatério "Recommen dations for besign, Manufacture and Instalation of Con crete Piles" estabelece na seccao 3.1.1.2. os varios ti pos de cimento a serem utilizados em funcdo do conteudo de sulfatos na dgua do subsolo, mas faz mais adiante a seguinte observagao: " oncrete used for piles wich will be exposed to a sulfate environment such as seawater should be made with a portland cement having a limited C3A content in accordance with Section 3.1.1.2. However the quality of such concrete is of equal or greater an Portance und a rich mix with a low absorption factor (low permeability) is les susceptible to sulfate at tack. The use of air-entraining admixtures is reconmen ded to reduce the water-cement ratio and the permeubi lity of the concrete". Levando em conta os conceitos mis atualizados sobre a atividade do CsA podemos difercnciar seu conteudo ideal no cimento em fungao da maior ou menor —permeabilidade do concreto. a4. 1 = Concretos Permedveis agio dus aguas sulfatadas Para evitar ar do mar com os aluminatos hidratados, que pode provocar expansées causadoras de fissuramento no concreto, deve -se empregar cimento portland com teor de CA < $ 11 - Concretos Impermeaveis Considerando-se que os cimentos contendo mais aluminatos sio mais impermeaveis e¢ que o teor ao C\A en tre 8 e 10% asscgura melhor protegio As urmaduras do que com menos aluminate tri-célcico, esta faixa de por centagem & a mais indicada para cencretos cuja alta qua lidade garanta sua impermeabilidade. ©) - Retracgio Deve ser reduzida no minimo, por meio da redugio do consumo de dgua/m3 de concreto. ra 0 ma ximo cuidado deve ser tomado na cura do concre to, observando-se um perfodo minimo de 7 dias de cura nas condigdes definidas pelas normas atinentes. A cura térmica, executada criteriosamente, acelera o desenvolvimento das resisténcias mecanicas e tende a reduzir a retragio do concreto. Deve igualmente ser se guida de um perfodo minimo de 7 dias de cura normal em condigSes adcquadas de umidade e temperatura. 8) - Cobrimento 0 cobrimento da armadura é de grande — importancia na sua protesio contra a corrosio, Os valores — mininos de cobrimento de concreto de qualquer barra da armadura, inclusive de distribuicio, de montagem e estribos, ado tados hus normas e recomendagdes das entidades técnicus de diversos paises, inclusive com base nas pesquisas c ensuios jJ comentados, situam-se entre os seguintes va lores: iu" 1 - Concreto moldado " km solo com agressividade mouerada: - 2,5 a 3,0cm Na Agua do mar ou om solo fortemente agressivo: ~ paredes com espessuraz S0cm : 4,5 a 0,0em > paredes com espessura< 50cm : 2,5 4 4,5cm to nos itens a) a f). Em solo com agressividade moderada Oa Na agua do mar ou em solo fortemente agressivo: - 2,0 a 3,5em Em qualquer caso, recomenda-se observar o maivr dos se guintes valores minimos: ~ 1,5 vezes o didmetro da barra metalica ou ~ 1,5 vezes o tamanho maximo do agregado. 16. BUSLTOGRARIA woops, Hubert WADDELL, Joseph BICZOK, Impre PETRUCCI, Eladio G. ACT ACI 318-71 VENAUT, Michel CATALOGOS ORCHARD, D.F. U.S. DEPARTMENT OF THE INTERIOR AKROYD, T.N. NEVILLE, A.M. HUMMEL, Alfred VILAGUT, WHITAKER, Thomas CHELLIS, Robert D. BASTLIO, Francisco de Assis Durability of Concrete tion, ACI Constru Concrete Constrution Handbook Concrete Corrosion and Concrete Protection. Concreto de Cimento Portland Building Code Requirements for Reinforced Concrete, ACL Commentary on Building Code Re quirements for Reinforced Con crete, AC] 318-71 Fabricagio e Aplicagao de Camen to de rscoria, (Conferéncia pro nunciada no Coldquio IBRACON 7 ABCP). Cimentos Sta.Rita, (Catalogos - Tecnicos). Concrete Technology Concrete Manual, (8a.Edigao = 1975) Concrete - Properties and Manu facture Properties of Concrete Prontuario del Hormigon Prefabricados de Hormigon The Design of Piled Foundations Pile Foundations Concreto estrutural Sdo Paulo, ABCP, 1979 impernedvel Protecio quimica e protecao con tra Aguas agressivas. $46 Paulo, IBRACON, 1980 qs. a estaca de S0cm di - Assim, no caso da centrifuyagao de u diametro por exemplo, cuja forma gira a 600 R.P.M.,terfamos para 1 cm3 de elemento integrante de concreto, situado no raio médio de 20cm, uma forca centrifuga sobre 1 cm3 do con glomerado de: ia = da 40.1 600 1 FS oat 60 T0 = gu p isto &, 0 concreto estara submetido, no Parametro ideal da superficie cilindrica média do elemento tubular, neste exep plo, a uma pressao contra as paredes do mesmo, igual a 80 vezes seu peso. Esta elevadissima pressdo a que o concreto fresco é submeti do, aliado a0 campo gravitacional centrifugo formado, oca siona os seguintes fenomenos: 8) = 0 concreto & fortemente compactado contra as paredes dos moldes metdlicos formando-se automaticamente uma secgdo vazada circular ao longo de todo o comprimento do nolde. b) - Os materiais que constituem o concreto tendem a se or denar segundo seu peso especifico. Os agregados finos © Brossos e © cimento cujas densidades diferem pouco, man te “se comprimidos contra as faces internas dos moldes. Uma parte do cimento da camada adjacente a forma, devido a0 seu peso especifico ligeiramente superior, envolve toda @ superficie do concreto, formando assim uma capa externa de notdvel lisura, elevado coeficiente de impermeabilidade, e@ uma grande resisténcia contra as agdes quimicas e ffsicas. £) ~ Pelos mesmos wotivos explanados no item anterior, a i gua em excesso contida na massa de concreto € — impul Stonada, devido a sua menor densidade, para o interior vaza doe a0 final da centrifugagio expulsa pelas extremidades a bertas dos moldes. A rela © Ggua/cimento reduzida desta forma ao extremo, con zu. acabado as mais clevadas caracterfsticas contere ue produto que se podem obter na qualidade do concrete como sejam: ~ impermenbil idade - alta resisténcia mecanica = seguranga contra agées quimicas © fisicus - durabilidade ilimitada. INFLUENCIA DE CENTRIFUGAGAO SOBRE O TRACO DE CONCRETO Durante a centrifugagio do concreto ocorre a expulsdo, como ja visto, de parceia do material componente da mistur ginal do concreto. 0 material expulso € preponderantemente gua, mas € inevitdvel o carreamento de uma parcela de mate rial finissimo, representado por componentes do cimento tamb nm dos inertes. Consequentemente, o concreto resultante € outro, com caracteristicas bastante diversas do concreto original. Qualitativamente, 0 concreto centrifugado, comparade A mis turs original apresenta as seguintes diferengas basicas: - wenor Lator Agua/cimento, uma vez que a expulsdo de agua se di em proporcoes muito maiores que a dos componentes - do cimento. = naior peso espeeffico, pois a mata expelida tem densidade sproximadamente igual a 1. - maior consumo de cimento por metro ciibico, decorrente da contragido de volume. Para o caso do sistema SCAC estas diferengas foram quantifi cudas estatisticamente através de ensaios e observacdes pra ticas ¢ sfodescritas a seguir. a) - Bator Agua/cimento hurante a centrifugagio séo expelidos cm média 0,28 kg ute 0,05 kg de cimento por litro de agua componente* a7. ESTACAS PREMOIDADAS CENTRITUGADAS PRIFUGACAG SOBRE O ‘TRAQO NO CONCRLTO ~ INELUENCIAS DA Enrique M. ities Elia A. Levy INTRODUCAO A utilizagao da centrifugagdo iniciou-se, de forma experi mental em 1867 com J.Monnier, sendo aplicada industrialmen te aproximadamente a partir de 1900. A necessidade de equipamentos sofisticados e formas de alta precisio restringem a sua aplicagdo & produgéo de premolda dos de concreto em grande escala industrial, exigindo pesa dos investimentos iniciais. 0 processo, por suas caracteris ticas, limita-se em termos praticos @ produgéo de pecas 1i heares como estacas, postes, pilares e tubos. Consequente mente, a aplicagdo du centrifugagice fica restrita a um pe queno niimero de empresas especializadas. Esses fatos certa mente explicam a exigua atencdo voltada ao processo de c trifugagao por parte do meio cientifico, tecnolégico e edu cacional na drea do concreto. £ certo tambem que pouca é a divulgagio de sua experiéncia por parte das empresas espe cializadas. Por outro lado, dada a caracterfstica da produgdo em prande escala, sio inegdveis os beneffcios advindos de qualquer acréscimo no conhecimento cientifico e tecnolégico do pro cesso. No presente trabalho apresentamos alguns parametros que pre tenden ilustrar as influéncias da centrifugagao sobre o tra 0 de concreto. A determinagio destes parametros resultou ie. ho de ensaios realizados da observagio pratica e interpret has linhus de produgdo da SCAC-Sociedade Concrete — Armado contrifugado $/A, em SB0 Paulo e Goias Cumpre-nos salientar que os dados aqui expostes sao conclu sdes estatisticus a partir de observagao de um sistema espe cffico e podem variar 4 medida que variam as caracteristi cas de cada elemento do sistema, tais como tipo de matéria prima, tipo de equipamento, trago do concreto, dimensdes - das pegas, velocidade ¢ tempo de centrifugagao, etc. Ad terminacdo das leis genéricas pertence ja ao campo cientifi co, distanciando-se muitas vezes, se nao do interesse, dus préprias possibilidades do setor industrial. Esperamos, com o presente trabalho, fornecer alguma contri buigdo ao dialogo entre empresas, especialistas e estudio sos de concreto. 0 _PROCESSO 0 processo de fabricagao de estacas de concreto por centri fugacgie consiste na rotacdo a alta velocidade, em torno do scu eixo longitudinal, de formas met@licas de seccao oe cular contendo conereto cuidado sumente dosado, obtendo-se - pegas premoldadas, de secgdo circular, vazadas em todo seu comprimento e com diversos diametros. besenvolvendo-se a conhecida formula da forga centrifuga: F mere we chega-se ao valor de: peek 8 em que: p = peso wnitdrio do material @ = accleragao da gravidade v = velocidade linear r = raio 4 aL. do concreto original, totalizando 0,33 kg de nata por litro de Agua, acarretando na redugio do fator Sgua/cimento do concreto centrifugado. © fator Agua/camento do concreto original & em torno de 0,45 ago especiticado, — entre mas pode variar, dependendo do t 0,40 e 0,50. Experiéncias realizadas através de cura a fogo confrontando resultados de amostras do concreto colnidas antes da centr fugagdo com amostras colhidas imediatamente apés a centrifu gacio, mostram uma relagao entre o tator agua/camento da primeira amostra (xo) e o da amostra centrifugada (xc) re presentada pelo seguinte diagrama goa a s rence 2 - at Co reper rey Yt £ a i : : teens angen jorcnry | cncnen|_cemrrveas Faron dijuavemente ao conceta miys du centrtugag an 22. ba andlise du diagrama, concluimos - hd um Limite mdximo de 0,38 ¢ um limite minimo de 0,26 bow definades para o fator agua/cimento do concreto centri tugado. - 0 valor experado de xc em fungio de xo e: xc = 0,125 + 0,425 xo (0,30. xo 0,00) - a dispersao de xc @ grande na faixa de xo entre 0,4 € 0,5 A dispersdo encontrada no diagrama é consequéncia da amos tragem possuir amostras submetidas a intensidades diferen tes de centrifugagao (velocidude tangencial e tempo de cen trifugagao). b) - Peso especffico do concreto Em funcgao da expulsao da nata, hd um acrescimo do peso especifico do, concreto centrifugado em relag&o ao concreto original, os valores tedricos médios para ambos os — concre tos frescos sio - para o concreto antes da centriiugaca 2370 ¢ 46 kg/m3 para o coucreto apés a centrifugagao: 2460 ¢ 37 ke/m3 sdu_cimento por m3 de concreto 0 volum: resultante do concreto centrifugade é da or, low de 93% do volume do concreto,original e apesar de uma pequena purecla do cimento ser carreada com a nata expelida, a quantidade de cimento por metro cibico aumenta de aproxima damente 4,3% em relagao ao concreto original. Nos concretos ensaiados, obtivemos os seguintes valores: = para o coucreto antes da centrifugacéo: 450 £ 22 Ly/m3 - pava ov oncreto apos a centrifugagao: 4.0 4 2) kyesud 23, d) - Resistencia mecanica Ensaios & compressao do concreto centrifugado indicam um aumento de 30% da resisténcia curacteristica em relagio ao concreto original. RELACAO ENTRE OS TRACOS - (valores dios) ~ Trago do concreto antes da centrifugagio: 1: 3,84: 0,45 ~ Trago do concreto apés a centrifugagau: des O 25 iss (trago 1:m:x , em peso, referido ao kg de cimento, onde - m= peso de inertes e x = peso de agua). 000000000

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