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Raymond Williams PALAVRAS-CHAVE ™& {um vocabulario de cultura e sociedade] Cultura [culture] — Culture é uma das duas ou trés palavras mais compli- cadas da lingua inglesa. Isso ocorre em parte por causa de seu intrincado desenvolvimento histérico em diversas linguas europeias, mas principal- mente porque passou a ser usada para referir-se a conceitos importantes em diversas disciplinas intelectuais distintas e em diversos sistemas de pensamento distintos e incompativeis. [...] Herder argumentava que era necessério, no que consistia uma inovagao decisiva, falar de “culturas” no plural: culturas especificas e variaveis de diferentes nacdes e periodos, mas também culturas especificas e varidveis dos grupos sociais e econdmicos no interior de uma nagao. Esse sentido desenvolveu-se amplamente no movimento romantico como alternativa ao ortodoxo e dominante “civilizagao”. Primeiro, foi usado para enfatizar as culturas nacionais e tradicionais, incluindo 0 novo conceito de cultura popular (cf. FOLK). Mais tarde, passou a ser usado para atacar o que era visto como 0 cardter “MECANICO” (v.) da nova civilizagdo que entao emergia [...] EDITORIAL Digtaliad com CamSeaner 60 ARTE ARTE [art] yo de arte, para referir-se a qualquer tipo de. jo geral primiti ae Mas tornou-se comum o ingua inglesa. Mas Sentido mai lidade, ainda vigora na li especializado, que predomina em as artes e, em grande medida, em Artista, © termo art é usado no inglés desde o $13, da p.i. art, do francés ANtigo, e da pir latina artem, habilidade. Teve ampla aplica¢ao, sem especializacz, predominante, até finais do $17, em assuntos tao diversos quanto matematic, medicina e pesca com vara. Nos curriculos das universidades medievais, as are (Cas ete artes” e, mais tarde, “as artes LIBERAIS [v.]”) eram a gramitica,alégic, aretérica, a aritmética, a geometria, a musica € a astronomia; e artista, a parti, do $16, foi primero usado nesse contexto, embora com desenvolvimentos quase contemporaneos para descrever qualquer pessoa habilidosa (como tal, o term substancialmente idéntico a artesdo até finais do $16) ou praticante de ums das artes correspondentes ao grupo presidido pelas sete musas: historia, poesia, ‘comédia, tragédia, musica, danga e astronomia. Adiante, a partir do final doSi7, tornou-se cada vez mais comum uma aplica¢ao especializada a um conjunto de _ habilidades até entao nao representadas formalmente: pintura, desenho, gr jura e escultura. O uso hoje dominante de arte e artista para referir-se a essas id des ainda nao se havia estabelecido plenamente até o final do $19, ms °s da nova Royal Academy, fortaleceu-se e popularizou-se um Talizada entre artista e artesio — este tiltimo reservado especializado’, sem propésitos “intelectuais’, “imaginal ¥e desenvolvimento de artesao ea definicao de cientistad® Digtaliad com CamSeaner ARTE ‘a nossa vocacio, amigo: a arte criativa’, A associagio hoje corrente com criativo eimaginativo, como matéria de classificacao, data efetivamente do final do S18 € inicio do $19. O significativo adjetivo artistico remonta a meados do S19. ‘Temperamento artistico e sensibilidade artistica datam do mesmo periodo. Omesmo ocorre com artista de espetaculos' [artiste], outra especializacao para intérpretes, como atores ¢ cantores, reservando-se artista para pintor, escultor ¢, finalmente (desde meados do $19), para escritor e compositor. Binteressante observar quais palavras, em diferentes periodos, distinguem- -se habitualmente de arte ou contrastam com ela, Antes de meados do $17, sem arte [artless] significava “inabil” ou “destituido de habilidade’, eo sentido sobreviveu. Ocorreu, porém, um primeiro contraste regular entre arte e natureza, isto é, entre o produto da habilidade humana e o produto de alguma qualidade inerente. Sem arte adquiriu entao, desde meados do $17, mas sobretudo a par- tir do final do $18, um sentido positivo para assinalar espontaneidade mesmo em “arte”. Enquanto arte ainda significava habilidade e INDUSTRIA (v.) uma habilidade diligente, elas eram amitide intimamente associadas, mas, uma ve7, tornadas abstratas e especializadas, foram contrastadas com frequencia, desde 0 inicio do $19, como 4reas independentes da imaginagao e da utilidade. Até 0 $18, a maioria das ciéncias eram artes; a distingdo moderna entre ciéncia e arte, como reas opostas de habilidade de esforgo humanos, com métodos a diferentes, remonta a meados do $19, embora itraposto muito antes, no sentido de “teoria” Digtatiado com Cramer 61 62 ARTE cia, houve uma especializagio defensiva de certas habilidades © propésite, ue passaram a designar-se as artes ou as hhumanidades, nas quais as forma de uso ¢ de intengao gerais que nao estavam determinadas pela troca imediata podiam a0 menos tornar-se conceitualmente abstratas. Essa é a base formal da distingao entre arte e indiistria, e entre belas-artes e artes titeis (estas Ultimas adquiririam, por fim, um novo termo especializado em TECNOLOGIA [vJ). Nessa perspectiva fundamental, 0 artista distingue-se nao apenas do cien. fista e do tecndlogo - cada um deles teria sido chamado de artista em periodos anteriores -, mas do artesao, do artifice e do trabalhador especializado, que hoje Sio openirios em termos de uma defini¢ao e de uma organizacao especificas do TRABALHO (¥.), Quando essas distingdes priticas se fazem valer, num modo _determinado de produgao, arte e artista suscitam associagGes ainda mais gerais e v ‘€ propoem-se a expressar um interesse humano geral (isto é, nao uti- ainda que, ironicamente, a maioria das obras de arte seja efetivamente m ria ea maioria dos artistas, ainda que com justica afirmem Fn.» Sei efetivamente tratada como uma categoria de es especializados independentes, que produzem certo VETURA, ESTETICO, GENTO, INDUSTRIA, TECNOLOGIA. Digtaliad com CamSeaner critica | cuLTuRA semantém a mesma espécie de atividade, mas livrar-se do habito, que depende ndamentalmente da abstragao da Tesposta de sua situagao e circunstancias a elevagao ao cariiter de “juizo” e fut rea quando 0 que é preciso compre 4 uM processo aparentemente geral, nder é a especificidade da resposta, que nao é um “juizo” abstrato, mas uma pratica definida em relagoes ativas e complexas com sua situagao e contexto totais, mesmo quando inclui, como é frequen- temente necessario, respostas positivas ou negativas. Ver CONSUMIDOR, ESTETICO, GOSTO, SENSIBILIDADE, CULTURA {culture} Culture é uma das duas ou trés palavras mais complicadas da lingua inglesa. Isso ocorre em parte por causa de seu intrincado desenvolvimento histérico em diversas linguas europeias, mas principalmente porque passou a ser usada para referir-se a conceitos importantes em diversas disciplinas intelectuais distintas eem diversos sistemas de pensamento distintos e incompativeis. Api.éo latim cultura, da p.r. colere. Colere tinha uma gama de significados: habitar, cultivar, proteger, honrar com veneragao. Alguns desses significados _aimente se separaram nos Sen pee embora ainda Ee su- to}. Cultura assumiu o sentido principal Cicero, cultura animi, embora com Digtaliad com CamSeaner 117 4 (relha de arado) tomou um rumo linguistico gi ifere te © subsidiario coulter arado) pasando pelo inglés antigo culte, —®? er ate, partir do Jatim culter (relha de tografias inglesas variante gar As or do.Si7, culture (Webster, A Duquese de Malfi, 11, i: “relhas de arado fa, te em brasas”). Isso proporcionou outra base para a etapa seguinte e impor, de significado, por metaforizagao. A partir do principio do $16, 0 cuidado ante mento natural ampliou-se para incluir 0 processo de desenvohines no lado do significado original relative a lavoura, fig mal 8 inicio do $19. Dai More: “para a cultura op s culter, colter, coulter e, até mesm, 10 no ° IMicig o cresci humana, € esse, principal até 0 final do SI yeito de suas mentes”; Bacon: “acul “yma cultura de suas mentes” (1651); Johnson: “ela negligenciou a cultura é seu discernimento” (1759). Em diversos momentos do desenvolvimento, oc reram duas mudangas cruciais: em primeiro lugar, certo grau de adaptacio i metafora, que tornou direto 0 sentido de cuidado humano; em segundo luge, uma extensao dos processos especificos ao processo geral, que a palavrapoders carregar de modo abstrato. Naturalmente, é a partir deste ultimo desenvolvi- mento que o substantivo independente cultura iniciou sua complicada historia : moderna, mas 0 processo de mudanga é tao intrincado, e os sentidos latentes as vezes se aproximam tanto, que nao € possivel afirmar uma data definitiva Como substantivo independente, cultura - processo abstrato uo produto det es s6 passa a ser importante no final do $18 e nao é comum antes $19, Hé um uso interessante em Milton, na segunda edigaorevs# f Way to Establish a Free Commonwealth (1660): Itura e 0 cultivo das mentes” (1605); Hobbes Digtatiado com Cramer CULTURA gobre um processo social geral, ¢ esse é um estagio definido de desenvolvimento. NaInglaterr® lecentista, esse processo geral adquiriu associacées definidas de dlasse apesat de cultivo ¢ cultivado serem mais comumente usados com esse nificado. Mas hi uma carta de 1730 (do bispo de Killala para Mrs, Clayton, citada em England in the teenth Century, de Plumb) que tem esse sentido sido costume entre pessoas de nascimento ou cultura criar seus claro: “nao tem filhos para a Igreja’. Akenside (Pleasures of Imagination, 1744) escreveu: “nem pergo de ouro nem cultura podem outorgar”; Wordsworth escreveu: “onde se desconhece completamente a gra¢a da cultura” (1805); e Jane Austen (Emma, 1916):‘todas as vantagens da disciplina e da cultura” Desse modo, fica claro que cultura se desenvolvia em inglés para alguns de seus sentidos modernos antes dos efeitos decisivos de um novo movimento social eintelectual. No entanto, para seguir a evolugao por meio desse movimento, no fim do $18 e principios do $19, temos de examinar também os desenvolvimen- tos em outras linguas, especialmente no alemio. No francés, até o $18, cultura sempre esteve acompanhada de uma forma gramatical indicativa do assunto que se cultivava, tal qual no uso em inglés jé assinalado. Sua utilizagéo ocasional como substantivo independente data de meados do $18, bem posterior a usos ocasionais semelhantes em inglés. O substantivo independente civilizagdo também surgiu em meados do $18;a partir deentio, sua relagio com cultura é muito complicada (cf. CIVILIZAGAO ea dis- cussdo a seguir), Havia nessa época um desenvolvimento importante em alemao: apalavra foi emprestada do francés, primeiro grafada Cultur e, a partir do S19, Kultur. Seu principal uso era ainda como sindnimo de civilizagdo: primeiro, no sentido abstrato de um processo geral de tornar-se “civilizado” ou “cultivado”; segundo, no sentido que jé fora estabelecido para civilizagao pelos historiadores do Hluminismo, na popular forma setecentista das histérias universais, como uma descri¢o do processo secular de desenvol introduziu uma mudanga decisiva de uso. Em su Philosophie der Geschichte zur Bildung der Menscheit [Sob Para a educagio da humanidade] (1784-91), ele escreveu a respeito de Cultur: “nada é mais indeterminado que essa palavra e nada mais enganoso que sua Ivimento humano. Entio, Herder a obra inacabada Auch eine re a filosofia da historia Digtalinda com CamSeamer 119 , CULTURA eriodos’ Ble atacava op jes ea todos os periodo PressUp es jo atodasas nag 40” ou “cultura” ~ 0 autodese ' oe Je que “eivilizagio” ou “cultur semithin versals ue 4 q ariamos de proce: histirias uni Iinle- foxseo que hoje chamarfar Processe y idade: ya human histirico dh Milnes, Ito edominante da cultura curopeia do $14 alloed onto econduritia ao pont *Verdady vaoquechamava de subjug atacavang i edominagio europelasdos quit, dlo globo ¢ escrevi ris perecido ao longo das eon. Issa ees lo globo que avers perecido a0 longo dap, odlas.as regi i Homens det ‘as, para que ao 08 tem udubar a terra com vossas cinzas, para que a0 final dos ex. enas para adubara vivestes apenas p a m jerramasse felicidade sobre vossa posteridade. A prip, peia det © ra curopeia superior é um ins lagrante a majestade da ) Itura europeia ior é sulto flagrai ij de uma cultura ie cra necessario, no que consistia uma inovagao decisiva, Argumentava qui de “culturas” no plural: culturas especificas varidves de diferentes ma eriodos, mas também culturas especificas e variaveis dos grupos “es eco. ae no interior de uma nagio. Esse sentido oo amp! ony 7 no movimento romantico como alternativa ao ortodoxo e dominante “civ zacao". Primeiro, foi usado para enfatizar as culturas eee e trices incluindo 0 novo conceito de cultura popular (cf. FOLK). Mais a passor a ser usado para atacar o que era visto como 0 carater “MECANICO” (v.) dan : civilizago que entio emergia: tanto por seu racionalismo abstrato quanto pe : ae foi usadopa “inumanidade” do desenvolvimento industrial da época. O termo foi us distinguir desenvolvimento “humano” do iti omo et “material”, Politicamente, com frequente no periodo, 28 i cdo e nio rarasve oscilava entre o radicalismo ea reagio enon na confusio de importantes mud, (Também seria Necessirio salic que Humboldt e outros fire ms fundi entos de amd ANGas sociais, fundia elementos de cabs ea real complies lar, embora isso s6 aumente a real comp ue cei, ipalmente ¢ 110 mesmo tipo de distin ipal aver io, pt devenvolvimento “matert : Ct mn espiritual’, mesmo até 1900, com wr nO zm gerak no €t © elvilizacao espiritual. Em geal" 40 oposta,) ilizava-s* “Partirda décadade 1840, na Alemanha, utilizar mum sentido mui » Pare cldocomo ue tive “40514, A inovacty de dos termos: cultura material predominava a dioting Por outta tad Kel r wl ra civilizagdo nas histor st hei id “iva fol Allgemeine Kulturgeschichte der Me Digtaliada com CamSeames CULTURA spistoria cultural geral da humanidade” (1843-52) — deG. F. Klemm, que tragava 9 desenvolvimento humano desde a selvageria até a liberdade, passando pela domesticagao. Embora o antropdlogo norte-americano Morgan, ao rastrear es- tigios comparveis, tenha usado “sociedade antiga’, culminando em civilizacao, o sentido que Ihe deu Klemm se manteve e foi seguido diretamente em inglés por Tylor em Primitive Culture (1870). O sentido predominante nas ciéncias sociais modernas deve ser tracado segundo essa linha de referencia. E possivel avaliar, portanto, a complexidade do desenvolvimento e do uso modernos da palavra. E facil distinguir o sentido que depende de uma conti- nuidade literal do processo fisico, como hoje em “cultura de beterraba’, ou, na aplicagio fisica especializada em bacteriologia desde a década de 1880, “cultura degermes”. Mas, quando vamos além da referéncia fisica, temos de reconhecer trés categorias amplas e ativas de uso. J discutimos as fontes de duas delas: (i) o substantivo independente e abstrato que descreve um proceso de desen- volvimento intelectual, espiritual e estético, a partir do $18; (ii) o substantivo independente, quer seja usado de modo geral ou especifico, indicando um modo particular de vida, quer seja de um povo, um perfodo, um grupo ou da humanidade em geral, desde Herder e Klemm. Mas também € preciso reconhe- cer (iii) 0 substantivo independente e abstrato que descreve as obras eas prati- cas da atividade intelectual e, particularmente, artistica. Com frequéncia, esse parece ser hoje o sentido mais difundido: cultura é musica, literatura, pin- tura, escultura, teatro e cinema. Um Ministério da Cultura refere-se a essas atividades especificas, algumas vezes com 0 acréscimo da filosofia, do saber académico, da historia. O uso (iii) é, na verdade, relativamente tardio. E dificil daté-lo com preciso porque é, na origem, uma forma aplicada do sentido (i aplicou-se e transferiu-se a ideia de um processo geral de desenvolvimento intelectual, espiritual e estético as obras e as praticas que 0 representam e sus- tentam. Mas também se desenvolveu a partir do sentido anterior de processo; cf. “cultura progressiva das belas-artes”, em Millar Historical View ‘of the English Government, 1V, 314 (1812). Em ingles, (i) ¢ (iii) esta Por razGes internas, so indiscerniveis, como em Ar (1867); a0 passo que o sentido (ii) foi decididamente introduzido no inglés nda proximos; As vezes, nold, Culture and Anarchy Digtalinda com CamSeamer 121 cULTURA culture (1870), na esteira de Klemm, 0 or, em Primitive Culture ( desenyey por Tyl ivo do sentid lo (ii) em inglés ocorreu no final do sig ‘ yimento dec ini, do $20. Diante ‘otha de um sentido Jessa complexa eainda ativa histOria dla palavra,éfécil reagirg, dessa ’ a “verdadeiro ”, “adequado” ou “cientifico” ¢ descarta, cs u confusos. Ha provas dessa reacao mesm, eset tros sentidos por serem ‘vagos 01 nea de Kroeber e Kluckhohn, Culture: a Critical Review of Coming excelente estudo : ousona antropologia norte-americana é adotado com and Definitions, em que aro que, em uma disciplina, 1,0 que € significativo é o leque € a sobreposicao de sentdos ¢ a é preciso esclarecer 0 uso conceit: norma. E tut Mas, em geral complexo de significados indica uma argumentagao complexa sobre as relacie, entre desenvolvimento hut boseas obras e praticas da arte eda inteligéncia. E particularmente interessex mano geral eum modo especifico de vida, eentrezx. que, na arqueologia e na antropologia cultural, a referéncia a cultura ou 2um cultura aponte primordialmente a producao material, enquanto na histéris¢ nos estudos culturais a referéncia indique fundamentalmente os sistemas de nificagao ou simbélicos. Isso confunde amitide, mas, ainda mais frequentemex esconde a questo central das relacdes entre produ¢ao “material” e “simboli. que em algumas discusses recentes ~ cf. meu proprio Cultura - foram = relacionadas do que contrastadas. Nessa complexa argumentagio, hi pos fundamentalmente opostas e também efetivamente superpostas; ha ainds~° que é compreensivel - muitas questdes nao resolvidas e respostas confusss 4 nao se podem resolver esses argumentos ¢ questdes reduzindo-sea compless= do uso real, Esse ponto é relevante também aos usos de formas da pay? outras linguas além do inglés, em que oe antropologico é comum nos mas subordina-se de um proce existem variagdes consideriveis grupos linguisticos alemao, escandinavo ee hve de maneira distinta aos sentidos de arte ede erudis® ca seral de desenvolvime se tam asin con no Interior del ic idicam tanto a difere : ‘nto humano em italiano ¢ francs Hinguas, las, © leque ea complexidade de sent C; a SHreCIMENLO OU sol mee pero - sobreposicto, f Necessariamente 8 variagdes, de qualquer espécies 3 na * ee Nativas das atividades, relagdes e proceso que! Vises alte Digtalind com CamSeaner CULTURA era compplexa indica. A complexidade, vale dizer, nao est pala final, na palavra nas nos problemas que as variagdes de uso indicam de maneira significativa. Enecessirio examinar, igualmente, as palavras associadas ¢ derivadas. Cul- tive cultivado sofreram a mesma extensio metafdrica de um sentido fisico sentido social ou educa a A para um set lucacional no $17; cram palavras particularmente significativas no S18. Coleridge, ao fazer uma distingao tipica do inicio do $19 entre civilizagio ¢ cultura, escreveu (1830): “a distingdo permanente, € 0 con- graste ocasional, entre cultivo e civili 0”, O substantivo, nesse sentido, efeti- yamente desapareceu, mas o adjetivo ainda é bastante comum, especialmente em relagio aos costumes ¢ gostos. O importante adjetivo cultural parece datar ga década de 1870 e tornou-se comum por volta da década de 1890. A palavra sd esteve disponivel no sentido moderno quando 0 substantivo independente, nos sentidos artistico, intelectual ou antropoldgico, tornou-se familiar. A hos- tilidade a palavra cultura em inglés parece datar da controvérsia a respeito das posiges de Arnold. Ganhou forga no final do $19 ¢ inicio do $20, em associacao com igual hostilidade a esteta e ESTETICO (v,). Sua associacao com distingses de dasse produziu 0 arremedo culchah’. Havia também uma area de hostili- dade associada ao sentimento antialemao, durante e apés a Primeira Guerra, em relacdo a propaganda sobre Kultur. A area central de hostilidade persistiu, ¢um de seus elementos foi enfatizado pela recente expressio norte-americana calture-vulture {cultura-abutre]. E significativo que praticamente toda a hostilidade (com a tnica excegio da temporaria associagio antialema) tenha sido vinculada aos usos que envolviam. afirmagoes de conhecimento superior 1 INTELECTUAL), Fefinamento (culchah) ¢ distingdes entre rte “alts” (cultura) ¢ arte ¢ entretenimento populares. Ela re uns historia social real e uma fase muito difictl ‘econtusa do desenvolvimento que o uso social ¢ antropoldgico ent constante formagdes como subcultura (8 cultura de Jo ow diminuide a hostilidade eo (ch. o substan stra, portanto, soctal e cultural, f interes pansio de cultura e cultural ¢ de © grupo discernivel menor) tenha ou eludid we 1 sociocultural. er o nivel E como soa a palayes culture quando pronunctasta ar Pawnee He alto n Ww, Digtalinda com CamSeaner 123 124 CULTURA do associados, exceto em certa 10 que lhe sdo asso. oo mal-estar e embarac (nt a li : indi um contraste metodoldgico com estrutural ise social mani ie Hi it das dificuldades anteriores e nem sempre evita a hostilidade. as Ver aNTROPOLOGIA, ARTE, CIENCIA, CIVILIZAGAO, DESENVoLY TICO, FOLK, HUMANIDADE, OCIDENTAL ente no entretenimento popular). O uso recente de culturalismo Par, mi yo na anali IMENT » ESTE Digtaliad com CamSeaner RAYMOND WILLIAMS PALAVRAS-CHAVE um vocabulario de cultura e sociedade Traducao SANDRA GUARDINI VASCONCELOS Prefacio MARIA ELISA CEVASCO.

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