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FACULDADE MARIA MILZA

LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TERÊNCIO SILVA JÚNIOR

O TRATO DO CONHECIMENTO EM UM PROJETO DE ATIVIDADES FÍSICAS


VISANDO À PROMOÇÃO A SAÚDE PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE CRUZ
DAS ALMAS– BA

GOVERNADOR MANGABEIRA - BA
2016
TERÊNCIO SILVA JÚNIOR

O TRATO DO CONHECIMENTO EM UM PROJETO DE ATIVIDADES FISICAS


VISANDO A PROMOÇÃO Á SAÚDE PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE CRUZ
DAS ALMAS– BA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Licenciatura
em Educação Física da Faculdade Maria
Milza,FAMAM, como requisito obrigatório
para obtenção do Titulo de Licenciado
em Educação Física.

Orientador: Professor Me. Fabrício Sousa Simões

GOVERNADOR MANGABEIRA - BA
2016

2
Dados Internacionais de Catalogação
Silva Júnior, Terêncio
S586t O trato do conhecimento do projeto de atividades físicas visando
a promoção à saúde para idosos no município de Cruz das Almas -
Ba / Terêncio Silva Júnior. – Governador Mangabeira – Ba, 2016.

36 f.

Orientador: Prof. Me. Fabrício Sousa Simões

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Educação


Física) – Faculdade Maria Milza, 2016.

1. Idoso – Atividade Física. 2. Processo de envelhecimento.


3. Políticas Públicas para o idoso. I. Simões, Fabrício Sousa. II.
Título.
PRISCILA DOS SANTOS DIAS CDD 796.01

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TERÊNCIO SILVA JÙNIOR

O TRATO DO CONHECIMENTO EM UM PROJETO DE ATIVIDADES FISICAS


VISANDO A PROMOÇÃO Á SAÚDE PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE CRUZ
DAS ALMAS– BA

Aprovado em______\______\______

BANCA DE APRESENTAÇÃO

______________________________________
Professor Me. Fabrício Sousa Simões
FAMAM

_______________________________________
Nome do componente
Instituição

_______________________________________
Nome do componente
Instituição

GOVERNADOR MANGABEIRA
2016

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Dedico esse trabalho a Deus. Aos meus Familiares, aos
amigos e minha Mãe Maria de Lurdes (in memorian).

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS, por me iluminar e proteger nas minhas escolhas,


A minha Família em especial a minha esposa Simone (minha flor), por me incentivar
e apoiar todo o tempo nessa jornada acadêmica.
Aos meus filhos AXEL que como um Amigo me incentiva o tempo todo a nunca
desistir, e ALEQ que como o irmão sempre apoiando e ajudando nos trabalhos e
pesquisas, a Mainha Elzinha (biscoito fino), com suas orações, minhas cunhadas
Selma (seca), Magnólia, Tailândia, Luciana, Solange (mesmo em São Paulo me
incentiva a nunca desistir), aos meus cunhados Alberto Leandro, Washington,
Wjobson, Wdnilton,Wilton com suas colaborações.
Ao meu Pai (Teco) guerreiro e compreensivo sempre, a meus irmãos e irmãs Tarcio,
Tercio, Temis, Tania, Telma e Cassildo por me incentivar.
Aos meus alunos Luiz Fernando Cassia Lordello, Josenilda e Josenita Coutinho
(irmãs), Igor Dantas (o 33) a minha irmã em especial Ely lucy.
Aos meus Amigos especiais Nailton Cerqueira (Pelezinho), a Humberto Cerqueira
(Beto da Master), Thaís Soares (a Thay) e Aleson Santana (o Chuchu).
A FAMAM nas pessoas do Eduardo (financeiro), a Pró Josemare que sempre levou
Fé, aos meus Amigos professores Willians Lordello (menino de rua), Petry Lordelo
(lobo mau) Teirone (T.Rex).
Ao meu Amigo Mestre Fabricio Simões (o melhor), e demais funcionários,
colaboradores e colegas.

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“Que os vossos esforços desafiem as
impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes
coisas do homem foram conquistadas do que
parecia impossível.”

(Charles Chaplin)

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RESUMO

Conforme envelhecemos, torna-se ainda mais importante permanecermos ativos,


pois nossos corpos declinam a função motora e cognitiva e a atividade física auxilia
ao retardar essa degeneração, a atividade física nos ajuda a permanecer saudável,
com qualidade e independência à medida que envelhecemos. Há falta de definições
nas políticas públicas e de programas para a promoção do envelhecimento ativo e
saudável, o que leva a necessidade de reflexão como todo esse processo sobre
políticas de promoção da saúde relacionadas à Atividade Física vem se
desenvolvendo. O objetivo do estudo foi pesquisar a existência e investigar essa
realidade, avançar em propostas de diretrizes para a formulação de programas e
ações de atividade física para idosos, visando a sua promoção de saúde. O estudo
foi classificado como uma pesquisa com abordagem Quantitativa, de natureza
descritiva, com propósito de descrever e registrar a realidade observada e analisada
Foi aplicado um questionário abordando questões sobre políticas públicas
desenvolvidas, sua classificação e a possibilidade de melhorias no município. Para
análise dos dados quantitativos foi realizada estatística descritiva na forma de
média, desvio padrão, frequência absoluta e relativa. Com significância adotada de
p<0,05, sendo utilizado o programa StatisticalPackage for the Social Sciences
(SPSS) para Windows, versão 20.0A amostra constou de 35 pessoas com idades a
partir de 60 anos, com idade mínima de 61 anos e máxima de 92 anos, todas do
sexo feminino. No que diz respeito à atividade física, 100% dos entrevistados
afirmam participar regularmente às atividades físicas promovidas pelo Projeto Viver
bem a Melhor Idade, realizado na Igreja Batista Central em Cruz das Almas – Bahia.
Os entrevistados foram questionados sobre a sua situação de saúde, tempo da
pratica de atividades físicas, resultados obtidos com a pratica de exercícios físicos,
quanto o apoio e incentivos familiares, como se sentiam praticando exercícios
físicos, e mudanças depois de praticar exercícios físicos e com os resultados obtidos
neste projeto há indícios de resultados positivos em prol da qualidade de vida e da
saúde na população idosa.

Palavras-chave: Exercício físico; Qualidade de vida; Promoção à Saúde; Idoso.

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ABSTRACT

As we age, it becomes even more important to remain active, because our bodies
decline in motor function and cognitive and physical activity helps to slow this
degeneration physical activity helps us stay healthy, with quality and independence
as we age. There is a lack of definitions in public policies and programs to promote
active and healthy aging, which leads to the need for reflection as the whole process
of health promotion policies related to physical activity is developing. The aim of the
study was to investigate the existence and investigate this reality, advance proposals
for guidelines for the formulation of programs and physical activity actions for seniors,
aiming at their promotion of health. The study was classified as a research with
quantitative approach, descriptive, for the purpose of describing and recording reality
observed and analyzed was a questionnaire addressing issues of public policy
developed its classification and the possibility of improvements in the city. For
quantitative data analysis Descriptive statistics were performed as mean, standard
deviation, absolute and relative frequency. With significance adopted p <0.05 being
used Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) for Windows, version 20.0
The sample consisted of 35 people aged from 60 years, with a minimum age of 61
years and a maximum of 92, all female, with regard to physical activity, 100% of
respondents claim to participate regularly to physical activities promoted by the
Project Living Well Best Age, held at Central Baptist Church in Cruz das Almas -
Bahia. Respondents were asked about their health status, while the practice of
physical activities, results obtained with the practice of physical exercises as support
and family incentives, how they felt practicing physical exercise and changes after
physical exercise and the results obtained in this project there is positive evidence for
the quality of life and health in the elderly.

Keywords: Physical Exercise; Quality of Life; Health Promotion; Old Man.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO------------------------------------------------------------------------------------- 9

2 REFERENCIAL TEÓRICO---------------------------------------------------------------------14

2.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO E O IDOSO--------------------------------14

2.2 ATIVIDADE FÍSICA E O IDOSO------------------------------------------------------------18

2.2.1 A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS ENQUANTO AÇÃO PREVEN


TIVADE SAÚDE E DETERMINANTES SOCIAIS ----------------------------------------20
2.3 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O IDOSO ------------------------------------------------ 21

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ---------------------------------------------------------------23

REFERENCIAS---------------------------------------------------------------------------------------28

10
1. INTRODUÇÃO

A preocupação com a qualidade de vida de indivíduos idosos tem aumentado


proporcionalmente o número dessa mesma população. Aspectos que influenciam
diretamente nesses fatores, como a prática regular da atividade física tem sido foco
de discussões que por um lado englobam políticas públicas e serviços de saúde
específicos, cada vez mais necessários na promoção da saúde dessa população e
por outro proporcionar o acesso à informação estimulando uma cidadania mais
crítica e ativa através da participação social.
Atualmente, o sedentarismo é evidente em todas as classes sociais e faixas
etárias, e tendo como causas os avanços dos recursos tecnológicos. Avanços
também registrados no cuidado a saúde tendo como conseqüência o aumento na
sobrevida dessa população.
Conforme envelhecemos, torna-se ainda mais importante permanecermos
ativos, pois, nossos corpos declinam a função motora e cognitiva e a atividade física
auxilia ao retardar essa degeneração, ou seja, com sua prática o condicionamento
físico melhora, melhorando conseqüentemente sua aptidão física. A atividade física
nos ajuda a permanecer saudável, com qualidade e independência à medida que
envelhecemos.
Há fortes evidências de que as pessoas que estão ativas têm um menor risco
de doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, diabetes tipo 2, alguns tipos de
câncer, depressão e demência. Do ponto de vista ortopédico melhora a mobilidade
articular e a flexibilidade, isso sem falar na resistência física e muscular que melhora
com a prática de exercícios físicos.
O envelhecimento populacional cria desafios para a sociedade, fato que altera
a demanda por políticas públicas e estruturas destinadas a esse estrato populacional
que aumenta e demonstra necessidades cada vez mais específicas.
Ao criar um programa de atividades físicas direcionada à população idosa,
esse deve estar fundamentado na concepção da Promoção da Saúde apoiada em
processos educativos em saúde que vão além da transmissão de conhecimentos.
No Brasil, apesar de existirem diferentes programas destinados à população
idosa, observa-se que a implantação de programas de atividade física só terá

11
sucesso quando notadas e respeitadas as características e necessidades dos
mesmos.
O Ministério da Saúde tem manifestado preocupação com a falta de atividade
física para os idosos, considerando este problema como constituinte de um fator de
risco à saúde e, em conseqüência, de um alto custo social e econômico.
De acordo com o ciclo da vida, a fase posterior à meia idade é a velhice ou
terceira idade e essas se relacionam, pelas atitudes assumidas, a uma tendência de
compreender-se um determinado período pelas experiências passadas. Muito dos
fatores relacionados na fase da meia idade são fortalecidos ou perdem a sua
importância após os 60 anos.
É também importante destacar as diferenças existentes em relação ao
processo de envelhecimento entre os países desenvolvidos e os em
desenvolvimento. Enquanto nos primeiros o envelhecimento ocorreu de forma lenta
e associada à melhoria nas condições gerais de vida, no segundo, esse processo
vem ocorrendo de forma rápida, sem que haja tempo de reorganização social e de
saúde adequadas para atender às novas demandas emergentes.
A falta de definição nas políticas públicas e de programas para a promoção
do envelhecimento ativo e saudável fez com que os profissionais que atuam na área
de gerontologia, desenvolvam estratégicas paliativas e descontinuadas, tais como
atividades físicas sem planejamento ou ministradas por profissionais não
capacitados e desqualificados para o trabalho com os idosos. O que leva a
necessidade de reflexão de como todo esse processo sobre políticas de promoção
da saúde relacionadas a Atividade Física vem se desenvolvendo.
Desta forma, surge à necessidade de investigar essa realidade e avançar em
propostas de diretrizes para a formulação de programas e ações de atividade física
para idosos, como parte das políticas de promoção de saúde.
Sendo assim, o entendimento das relações das diferentes dimensões que
influenciam a saúde do idoso e a necessidade eminente de discutir possibilidades de
resolução para enfrentamento das questões justifica a realização desse trabalho
acadêmico, que procurou identificar em um município do recôncavo baiano a relação
entre as ações de prevenção de agravos a saúde de indivíduos idosos em específico
a prática de exercícios físicos e as políticas públicas existentes. Sendo que de forma
específica refletir sobre as relações de influência na melhoria da saúde da

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população estudada e o de identificar o leque de ações desenvolvidas no município
que propiciem além desse cuidado as interações sociais como grupos de
convivência e as redes de atenção ao idoso.
Destacar a importância dos fatores não clínicos sobre a situação da saúde da
população idosa é avançar nas novas perspectivas de melhoria na qualidade de vida
de um estrato da população que cresce vertiginosamente e necessita de cuidados
cada vez mais específicos.
Esse estudo foi classificado como uma pesquisa com abordagem
Quantitativa, de natureza descritiva, com propósito de descrever e registrar a
realidade observada e analisada, a fim de correlacionar os fatos sem manipulá-los
(TRIVIÑOS, 1992).
Devido à necessidade inicial da descrição detalhada e análise das
características da população estudada, que segundo Thomas e Nelson (2007) esse
tipo de estudo descreve, registra, analisa e interpreta os resultados com
aproximação ao método. O método quantitativo será conjugado com o qualitativo
possibilitando cobrir um campo maior de possibilidades da pesquisa ao levantar as
ideias do público, ao mesmo tempo em que quantifica-as opiniões coletadas.
A reflexão proposta nessa pesquisa é articular um debate conceitual sobre a
promoção da saúde do envelhecimento a uma perspectiva para ações educativas
com a população idosa em um Projeto no Município de Cruz das Almas BA
A população foi composta por 35 idosos, todos de sexo feminino, com idades
iguais ou acima de 60 anos, moradores do município de Cruz das Almas no
recôncavo da Bahia, participantes do projeto Viver bem a Melhor Idade realizado na
Igreja Batista Central em Cruz das Almas BA. Projeto esse que é Privado
coordenado por membros da própria igreja, acontecem às aulas sempre as Quartas
- Feiras no horário das 15:30 hs as 16:10hs, sendo responsáveis pelas aulas
Professores de Educação Física, tendo como ação educativa estimular os idosos a
pensar a relação corpo/vida e atuar na direção de integrar o fazer individual e
coletivo que envolve a saúde.Sendo a amostra formada pelos idosos que aceitaram
participar do estudo e que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE), que informou todo o procedimento realizado.
A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se ocupa,
nas Ciências Sociais, com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser

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quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das
aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. Esse conjunto de fenômenos
humanos é entendido aqui como parte da realidade social, pois o ser humano se
distingue não só por agir, mas pensar sobre o que faz e por interpretar suas ações
dentro e a partir da realidade vivida e partilha com seus semelhantes (MINAYO
2010).

Inicialmente foi aplicado um questionário abordando questões sobre políticas


públicas desenvolvidas, sua classificação e a possibilidade de melhorias no
município e anseios a cerca das mesmas a serem desenvolvidas e que a população
acredite serem importantes.

Para análise dos dados quantitativos foi realizada estatística descritiva na


forma de média, desvio padrão, freqüência absoluta e relativa. Com significância
adotada de p<0,05, sendo utilizado o programa Statistical Package for the Social
Sciences(SPSS) para Windows, versão 20.0
A expectativa de vida aumentou, e este aumento se deu devido aos avanços
ocorridos na saúde. Mas há questionamentos: Como está vivendo o idoso no país?
Como a Sociedade vê o idoso? Como o idoso se vê no processo de
envelhecimento?. As ações educativas em saúde orientadas pela Educação Popular
contribuem para uma visão integradora da promoção da saúde ao trazerem para
debate a relação do Estado e das políticas públicas com as questões que envolvem
a prevenção e o controle de doenças no contexto da vida cotidiana.
A Prática de exercício físico além de combater o sedentarismo, contribui de maneira
significativa para a manutenção da aptidão física do idoso. Desta forma, torna-se
possível perceber que a atividade física regular e a adoção de um estilo de vida são
necessárias para a promoção da saúde e qualidade de vida durante o processo de
envelhecimento. A manutenção da saúde e autonomia na velhice, identificada como
boa qualidade de vida física, mental e social, é o horizonte desejável para se
preservar o potencial de realização e desenvolvimento nesta fase da vida. A
promoção de praticas saudáveis, tradicionalmente objeto das ações educativas em
saúde na linha de estimulo e capacitação para o auto cuidado, podem ser
mobilizadoras de participação na medida em que não se reduzam a um “dever ser”

14
para o outro e sejas tomadas como provocações que mobilizem os idosos a pensar
sobre a validade dessas proposições em suas vidas e agir sobre o que favorece ou
não o seu exercício, em termos pessoais e sociais
As políticas públicas voltadas para o idoso traz consigo a idéia de compartilhamento
de responsabilidades com o envolvimento da família, da sociedade da comunidade e
do estado.
Contudo nas políticas publicas relativas a atenção a saúde, destacam-se os
impactos causadas por agressões sociais como: urbanização acelerada, a volta de
doenças típicas julgadas erradicadas e principalmente, o envelhecimento da
população que exigem programas específicos de políticas de saúde para enfrentar
os problemas sociais nas diferentes regiões brasileiras.
Foi feita uma pesquisa qualitativa com 35 idosas, todos do sexo feminino com
idades entre 60 anos e 92 anos no Projeto Viver a Melhor Idade localizado na Igreja
Batista Central no município de Cruz das Almas BA, a grande maioria (90%) é
aposentada ou pensionista, Os entrevistados foram questionados sobre a sua
situação de saúde, tempo da pratica de atividades físicas, resultados obtidos com a
pratica de exercícios físicos, quanto o apoio e incentivos familiares, como se sentiam
praticando exercícios físicos, e mudanças depois de praticar exercícios físicos.
Quanto os resultados obtidos neste projeto, há resultados positivos em prol da
qualidade de vida e da saúde na população idosa.
É possível notar que na grande maioria dos entrevistados, classifica a
qualidade de saúde com a idade entre, excelente e muito boa, isso significa que há
um reconhecimento na melhora da autoestima apesar do avanço da idade.

15
2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO E O IDOSO

Fala-se correntemente do envelhecimento como se tratando de um estado


tendencialmente classificado como um terceiro estágio na vida. No entanto, o
envelhecimento não é um estado, mais sim um processo de degradação progressiva
e diferencial que se inicia no nascimento, e afeta todos os seres vivos e o seu termo
natural é a morte.
A expectativa de vida aumentou, e este aumento se deu devido aos avanços
ocorridos na saúde, na vida e no bem estar social. Mas há questionamentos: Como
está vivendo o idoso no país? Como a Sociedade vê o idoso? Como o idoso se vê
no processo de envelhecimento? Ainda se conhece muito pouco sobre a pessoa
idosa e segundo Minayo.(2002) há uma maior necessidade de buscar conhecer a
vida dos idosos, escutando-os a respeito de como se sentem nesta estrada da vida
contando com a participação deles para a realização de seus anseios e para a
construção de vida que lhes seja adequada.
Com base nos últimos dados censitários do IBGE, onde afirma que à
população idosa representa hoje quase 8% da população total do país,são mais de
11 milhões de pessoas idosas entre as quais 54% são mulheres. Estes dados
traduzem a emergência de uma nova realidade nacional. O Brasil esta ficando mais
velho e por isso se tornam necessários estudos para uma melhor preparação para
essa fase da vida. Segundo Simões (1994), a Organização Mundial de Saúde
(OMS), classifica o envelhecimento em quatro estágios: meia-idade (45 a 59 anos),
idosa (60 a 74 anos), anciã (75 a 90 anos) e velhice extrema (após os 90 anos).
A principal característica do envelhecimento é o declínio, não só físico como
também psíquico, social, cultural entre outras dimensões, que leva a alterações
deletérias. Esses declínios podem ser classificados em duas maneiras como:

 Senescência – caracterizada como fenômeno fisiológico, identificado pela


idade cronológica, que ser considerado como envelhecimento sadio, em que
o declínio físico e mental é certo sendo compensado pelo organismo.
(Simões; 1994)
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 Neste aspecto encontramos as diferenças entre as pessoas, algumas se
tornam senis relativamente jovens, outras antes dos 70 anos; outras porem
nunca ficam senis, pois são capazes de se dedicarem a atividades criativas
que lhes conservam a lucidez ate a morte. Senescência é uma fase normal da
vida de um individuo sadio; geralmente iniciam-se depois dos 65 anos e não é
manifestação doentia na senescência não ocorrem distúrbios de condutas,
amnésias, perda do controle de si mesmo (Simões, 1994).

 Selenidade– caracterizada pelo declínio físico associado à desorganização


mental. Ela não é exclusiva da idade avançada e pode ocorrer
prematuramente, pois se identificam com uma perda do funcionamento físico
e cognitivo, observável pelas alterações na coordenação motora, as altas
irritabilidades além de uma considerável perda de memória.

A Selenidade pode ser notada através de atitudes pessimistas em relação à


vida, ao futuro, a si mesmo e aos outros (SIMOES; 1994). É uma doença também
conhecida como demência, que em sua grande maioria acomete os idosos. Onde
ocorre uma perda da capacidade de memorizar, prestar atenção, falas sem nexo,
não consegue mais se orientar, vai limitando-se ao leito. E chega a perder o
controle de urinar e defecar.
Aceitar as transformações que ocorre nas fases dos idosos é uma das formas
de encarar os problemas decorrentes desta fase da vida, de forma a minimizá-los
por meio de atividade física, participação na comunidade, passeios entre outros
(ZIMERMAN; 2000).
Alguns sinais de senilidade podem ser observados como:

 Diminuição da altura, relacionado com a diminuição dos discos vertebrais, um


fator da curvatura da coluna.
 Atrofia dos aparelhos locomotores, prejudicando o apoio e aumento dos
tecidos conjuntivo e adiposo.
 Alterações na pele e embranquecimento dos cabelos;
 Diminuição contínua da capacidade funcional dos órgãos dos sentidos.

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Diante disso Rocha (2011) destaca que:

O aumento proporcional de indivíduos idosos, adicionado ao declínio das taxas de


fecundidade e ao desenvolvimento tecnológico e terapêutico no tratamento de
doenças, especialmente as crônicas (DANT), influencia a tendência de alteração
da estrutura etária da população, especialmente no Brasil, com o conseqüente
aumento do contingente de indivíduos com mais de 60 anos, resultado do
envelhecimento populacional que ocorreu em um curto período, trazendo
importante impacto para o sistema de saúde. (ROCHA, 2011, p 1764).

No entanto, o envelhecimento é algo que ocorre paulatinamente, uma vez que


o indivíduo começa a envelhecer ao nascer, considerando os aspectos bifuncionais,
começa na segunda década de vida, embora de forma imperceptível. No final da
terceira década surgem às primeiras alterações funcionais e estruturais e, a partir da
quarta, há uma perda de aproximadamente 1% da função/ano, nos diferentes
sistemas orgânicos.
O envelhecer normal está ligado à capacidade de adaptação do indivíduo aos
rigores e às agressões do meio ambiente. Assim, cada sujeito envelhece a seu
modo, dependendo de variáveis como o sexo, origem, lugar em que vivem tamanhos
da família, aptidões para a vida e as experiências vivenciadas. O esclarecimento
sobre o estresse e o tabagismo, a falta de exercícios ou a nutrição deficiente são
outros fatores que contribuem para determinar a qualidade do envelhecimento.
O envelhecimento ativo é uma aspiração básica que potencializa o viver e
depende, em grande parte, de condições sociais e políticas públicas que garantam
direitos básicos de cidadania e possibilitem praticas tendencialmente saudáveis,
como alimentação equilibrada, atividade física, uso prazeroso do corpo, inserção
social e ocupacional dotadas de significado, lazer gratificante, além do acesso a
serviços assistenciais e preventivos. Trata-se de metas complexas, em torno das
quais são necessários movimentos individuais e coletivos que anunciem e apontem
a construção de uma nova ordem societária.
O marco referencial da promoção da saúde converge com esse horizonte,
mas pode, dentre os seus riscos, significar discurso amplo e práticas estreitas pelos
interesses contraditórios aglutinados neste campo. As ações educativas em saúde
orientadas pela Educação Popular contribuem para uma visão integradora da
promoção da saúde ao trazerem para debate a relação do Estado e das políticas

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públicas com as questões que envolvem a prevenção e o controle de doenças no
contexto da vida cotidiana.
As ações educativas em saúde não determinam diretamente a interferência
nos determinantes sociais do envelhecimento ativo, produzindo ambientes e
políticas públicas favoráveis à saúde, mas podem oferecer contribuição significativa
ao expressarem vivamente o compromisso social do sistema de cuidados e
partilharem com os idosos os desafios nesta direção. Ao enfatizar a participação e
oportunizar seu exercício, elas vislumbram um “abrir portas” ao pensamento criativo
sobre a vida e ao desejo de atuar na construção de outras realidades possíveis,
mais propicias à qualidade de vida no envelhecimento.
As redes sociais formadas por familiares e amigos significativamente abalam
os efeitos do estresse nos indivíduos mais velhos, elas oferecem suporte social na
forma de amor, afeição, preocupação e assistência (COCKERHAM, 1991).
Pessoas que não tem esse tipo de suporte tendem a ter mais dificuldade para
lidar com o estresse que aquelas pessoas que tem o suporte social. Normalmente a
ausência de parentes, especificamente parentes mais próximos tais como conjugue
ou os filhos, esta associada com doença e mortalidade entre pessoas idosas
(HOMANS,1961).
Um dos efeitos positivos exercidos pela família na saúde dos idosos esta
relacionado ao fato de que este suporte tende a reduzir os efeitos negativos do
estresse na saúde mental. Isso na medida em que a ajuda dada ou recebida
contribui para o aumento de um sentido de controle pessoal, tendo uma influencia
positiva no bem estar psicológico (PRUCHNO, BURANT E PETERES, 1997;
BISCONTI E BERGEMAN, 1999).
Um efeito negativo importante do suporte familiar na saúde de pessoas idosas
é a falta de autoestima que devido ao reconhecimento, por parte dos idosos de sua
dependência e causa a percepção de uma falta de autonomia e a inabilidade para
retribuir ajudas recebidas. Para Cicirelli (1990), isto pode levar a insatisfação,
estresse e depressão da pessoa idosa. Normalmente essa depressão esta também
associada com um sentimento de ser carga para aquelas pessoas a quem ela ama.
O suporte social pode exercer um papel essencial promovendo e mantendo
a saúde física e mental. Entretanto cada pessoa pode não ter igual acesso a este
importante recurso. Existem talvez significantes variações de classes na natureza e

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na qualidade, em que o suporte social esta disponível. As pessoas nas classes
sociais mais baixas são mais isoladas, aparentam receber menos assistência dos
outros que aquelas em classes mais altas (KRAUSE E BORAWISK-CLARCK, 1995).
Sendo assim, observamos que a classe social esta relacionada com o suporte social
na velhice. As ações educativas em saúde orientadas pela Educação Popular
contribuem para uma visão integradora da promoção da saúde ao trazerem para
debate a relação do Estado e das políticas públicas com as questões que envolvem
a prevenção e o controle de doenças no contexto da vida cotidiana.

2.2 ATIVIDADE FÍSICA E O IDOSO

A qualidade de vida é influenciada pelo estilo de vida de cada um, e um estilo


de vida saudável inclui a Atividade Física (AF) regular, considerada um componente
importante.
São incluídos ainda bons hábitos alimentares, sono adequado, controle de
peso e baixo consumo de álcool e de tabaco (MATSUDO, 2012).
A Prática de exercício físico além de combater o sedentarismo, contribui de
maneira significativa para a manutenção da aptidão física do idoso. Desta forma,
torna-se possível perceber que a atividade física regular e a adoção de um estilo de
vida são necessárias para a promoção da saúde e qualidade de vida durante o
processo de envelhecimento.
Outro aspecto relevante é que o idoso volta a ter um circulo social de
amizade, freqüentando academias, fazendo exercícios ao ar livre, ou nos grupos de
atividades, mantém contato com pessoas que também praticam atividades.
Os idosos praticantes de exercícios físicos apresentam menor incidência de
infecções respiratórias e urinárias, e se recuperam mais rápido quando acometidos
por alguma infecção, o que diminui o uso de medicamentos.
A prática regular de atividade física possibilita a manutenção ou ate mesmo a
melhora do estado de saúde física e psíquica em pacientes com osteoporose, que
tem como principal conseqüência a fratura, que freqüentemente impõe severas
limitações não só físicas (acamado), como emocionais e sociais, comprometendo a

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qualidade de vida em virtude da instalação de um quadro de ansiedade, depressão e
mudança de humor.
É importante para o envelhecimento saudável e independente, contudo
quando essa atividade é praticada como exercício físico, melhora os benefícios, e a
capacidade de resistências físicas são alcançadas. Mudanças no estilo de vida,
incluindo níveis de atividade física e na dieta, podem contribuir para o processo de
prevenção de doenças e de problemas que se manifestam com a idade (GOBB,
2012)
A Longevidade com qualidade de vida é um ideal convergente com premissas
da promoção de saúde, uma ideia antiga na saúde pública que, nas últimas duas
décadas, têm sido apontadas como estratégia mais ampla e apropriada para
enfrentar os problemas de saúde do mundo contemporâneo (TERRIS, 1996). O
conceito emerge como paradigma para as políticas da saúde, além do controle de
doenças.
O envelhecimento humano é um processo universal, progressivo e gradual.
Trata-se de uma experiência diversificada entre os indivíduos, para qual concorre
uma multiplicidade de fatores de ordem genética, biológica, social, ambiental,
psicológica e cultural. Não há uma correspondência linear entre idade cronológica e
idade biológica. A variabilidade individual e os ritmos diferenciados de
envelhecimento tendem a acentuar-se conforme as oportunidades e
constrangimentos vigentes sob dadas condições sociais. (FERRARI, 1999).
No lastro dessa discussão emerge o conceito de envelhecimento ativo,
adotado pela Organização Mundial de Saúde, nos anos 90, onde é definido como:” o
processo de otimizar oportunidades para saúde, participação e segurança de modo
a realçar a qualidade de vida na medida em que as pessoas envelhecem”(WHO,
2002). O conceito pretende transmitir uma mensagem mais inclusiva do que o termo
“envelhecimento saudável”, já que considera participação como engajamento
continuado na vida, mesmo que eventualmente limitado ao espaço doméstico ou
coexistente com algum nível de incapacidade. Não se restringe, portanto, á
habilidade para manter-se fisicamente ativo ou inserido na força de trabalho.
A manutenção da saúde e autonomia na velhice, identificada como boa
qualidade de vida física, mental e social, é o horizonte desejável para se preservar o
potencial de realização e desenvolvimento nesta fase da vida.

21
É também a perspectiva necessária para reduzir o impacto social que cerca
as questões extremamente complexas e delicadas relativas ao cuidado ao idoso
dependente. Por essas e outras motivações demográficas e socioeconômicas, a
promoção de saúde tem sido destacada no eixo das políticas contemporâneas na
área do envelhecimento.
Em anos recentes, a promoção do envelhecimento saudável foi assumida
como propósito basilar da Política Nacional de Saúde do Idoso no Brasil
(GORDILHO et al., 2000).

2.2.1 A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS ENQUANTO AÇÃO PREVENTIVA DE


SAÚDE E DETERMINANTES SOCIAIS

O cuidado com a saúde sempre foi tratado de forma individual,


responsabilizando o cidadão e considerando de forma reducionista características
como a idade, o gênero, fatores genéticos e conseqüentes hábitos de vida como, por
exemplo, o tabagismo e o sedentarismo, sem considerar determinantes
socioculturais que também influenciam na saúde do indivíduo, e que independem
das tomadas de decisões individuais principalmente por serem fortemente
influenciadas por informações, propagandas, pressão dos pares, possibilidade e
disponibilidade de acesso e espaços para seu desenvolvimento, nível de
escolaridade e principalmente políticas públicas, entre outros, que independe da
individualidade e perpassa o coletivo com grande parcela de responsabilidade dos
governantes.
Quando se trata da população idosa, suas condições de saúde muitas vezes
devido ao processo de envelhecimento e a conjectura de como a sociedade ver o
idoso, esses problemas se agravam.
Dentre as questões que cercam o envelhecimento, a saúde aparece como
elemento balizador pelo seu forte impacto sobre a qualidade de vida, constituindo-se
como uma das principais fontes de estigmas e preconceitos em relação à velhice. A
representação negativa, normalmente associada ao envelhecimento, tem como um

22
de seus pilares o declínio biológico, ocasionalmente acompanhado de doenças e
dificuldades funcionais com o avançar da idade.
Conforme Scrutton (1992), no imaginário popular de saúde na idade
avançada, reforçado pela própria medicina, velhice é associada com crescente mal-
estar, doença e dependência, aceitas como características normais e inevitáveis
desta fase.
A promoção de praticas saudáveis, tradicionalmente objeto das ações
educativas em saúde na linha de estimulo e capacitação para o autocuidado, podem
ser mobilizadoras de participação na medida em que não se reduzam a um “dever
ser” para o outro e sejas tomadas como provocações que mobilizem os idosos a
pensar sobre a validade dessas proposições em suas vidas e agir sobre o que
favorece ou não o seu exercício, em termos pessoais e sociais. A abordagem do
auto cuidado deve, portanto, basear-se no esforço de integrar dimensões objetivas e
subjetivas e abrir-se à expressão dos idosos, do seu universo de resistências,
possibilitando aos profissionais reconhecer suas expressões culturais, seus ganhos
e dificuldades no lidar com a saúde no processo de envelhecimento.
.

2.3 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O IDOSO

As políticas públicas voltadas para o idoso traz consigo a ideia de


compartilhamento de responsabilidades com o envolvimento da família, da
sociedade da comunidade e do estado.
Nesse caso há um incentivo a participação do setor privado, representado
principalmente pela família, no entanto se observa que há uma distorção dessas
responsabilidades, no qual a família acaba por tomar para si a tarefa de cuidar dos
idosos, com isso nota-se a ineficiência das políticas públicas no tocante ao seu
papel de proteção social a privatização do cuidado pela família e a delegação
errônea da velhice como responsabilidade individual.
É importante considerar que a necessidade de saúde dos idosos requer uma
atenção especifica que pode evitar altos custos para o sistema de saúde e,

23
sobretudo proporcionar melhores condições de saúde a essas pessoas
(GORDILHO; 2001).
No entanto essas necessidades precisam ser adequadamente identificadas e,
incorporadas em novas práticas de saúde tais praticas é a voz e a participação ativa
do idoso e no movimento de construção e efetivação das leis, e políticas sociais e de
saúde que viabilizem o viver e envelhecer com qualidade.
Observa-se que tanto a atenção primaria a saúde, quanto a estratégia de
saúde da família aponta para especificidade da atenção ao idoso o que impacta no
seu bem estar. Desta forma ele precisa receber do profissional um novo olhar, mais
não focado na doença porem na funcionalidade. Para a população idosa a saúde
não se restringe apenas ao controle e a prevenção de agravos de doenças crônicas
não transmissíveis, mais também a interação entre a saúde física e mental, a
independência financeira, a capacidade funcional e o suporte; social (FRANCHI
2012).
Contudo nas políticas publicas relativas a atenção a saúde, destacam-se os
impactos causadas por agressões sociais como: urbanização acelerada, a volta de
doenças típicas julgadas erradicadas e principalmente, o envelhecimento da
população que exigem programas específicos de políticas de saúde para enfrentar
os problemas sociais nas diferentes regiões brasileiras.
Na legislação, buscou-se o arcabouço legal das políticas da pessoa idosa
com o intuito de garantir a representatividade por meio de diversos tipos de
documentos como portarias, decretos, leis e resoluções, os quais estivessem
inseridos em um contexto sócio histórico e outro que representassem um conteúdo
passível de análise em uma perspectiva sócio política.
O estatuto do Idoso no seu artigo 1² caracteriza e institui a designação de
regular as pessoas idosas, aquelas com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos. Muitos daqueles que são classificados como indivíduos componentes da
Terceira Idade estão enquadrados dentro desse código de leis que prevê o respeito,
os direitos e os deveres do idoso. No entanto, uma grande parcela da sociedade –
até mesmo entre aqueles a quem o Estatuto assiste – não tem conhecimento prático
desses direitos e deveres. Talvez por falta de costume de conhecer os próprios
direitos, ou pela cultura de conhecimento que é conservador no nosso país, torna-se

24
comum não conhecer algumas das leis que regem a nação, bem como os direitos
dos cidadãos, sejam eles crianças, adolescentes, adultos ou idosos.

25
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Diante do que foi apresentado foram entrevistadas 35 pessoas com idades a


partir de 60 anos, com idade mínima de 61 anos e máxima de 92 anos, todas do
sexo feminino, quanto ao nível de ensino, 5% completaram o ensino médio, 40% o
ensino fundamental, 50% apenas o primário e 5% não teve a oportunidade de
estudar. A grande maioria (90%) é aposentada ou pensionista.
A respeito da atividade física, 100% dos entrevistados afirmam participar
regularmente das atividades físicas promovidas pelo Projeto Viver bem a Melhor
Idade, realizado na Igreja Batista Central em Cruz das Almas – Bahia.
Os entrevistados foram questionados sobre a sua situação de saúde, tempo
da pratica de atividades físicas, resultados obtidos com a pratica de exercícios
físicos, quanto o apoio e incentivos familiares, como se sentiam praticando
exercícios físicos, e mudanças depois de praticar exercícios físicos, conforme
tabelas a seguir.

Tabela 1. Situação de saúde das idosas participantes no município de Cruz das


Almas, Bahia.

Excelente Muito boa Boa Ruim


25% 30% 45% 0%
Fonte: dados da pesquisa, Cruz das Almas 2016.

Estes dados refletem uma boa condição de saúde dos entrevistados, com a
percepção de que a pratica do exercício físico refletiu para a qualidade de saúde e
de vida. Com o investimento vindo das políticas publicas, haveria até mesmo a
diminuição freqüente em postos de saúde e hospitais que estão superlotados com
idosos aguardando à espera de consultas e remédios controlados. Não adianta o
governo oferecer hospitais superlotados para tratar doenças, é preciso prevenir e
nada melhor que a pratica constante de exercícios físicos em parques bem arejados,
amplos e agradáveis para combater possíveis doenças, favorecendo o bem estar e o
lazer não apenas para a terceira idade, mas também para aqueles que ainda vão
envelhecer.

26
Nota-se também que os entrevistados tem mostrado uma grande melhora na
autoestima, no convívio social e familiar,muito ate diminuíram as quantidades de
medicamentos que tomavam se sentindo mais capazes de desenvolver atividades
no seu dia a dia e também que há uma melhora significativa na qualidade de vida e
saúde.
Problemas que costumam ser considerados parte da idade avançada são
atualmente atribuídos não ao envelhecimento propriamente dito, mas a fatores de
estilo de vida ou doenças que podem acompanhar ou não o envelhecimento.
Dessa maneira, sabe-se que a má qualidade de vida pode estar associada
com menor longevidade e que uma boa qualidade de vida se associe com maior
longevidade. (BLAZER, 1987)

Tabela 2. Tempo de prática de exercícios físicos.

6 meses 1 ano 2 anos Mais de 2 anos


5% 35% 30% 30%
Fonte: dados da pesquisa, Cruz das Almas 2016

Tem se notado que grande maioria dos entrevistados praticam exercícios


físicos a um bom tempo entre 1ª mais de 2anos. Não só no Projeto como também
com caminhadas em grupos.
. Por outro lado, há também barreiras para que dificultem a participação em
programas de atividade física associados à tendência para cair em comportamentos
antigos e negativos relacionados com a saúde (NIES & KERSHAW, 2002). As
pessoas têm mais probabilidade de começar e manter atividade física se tiverem
apoio social adequado e encorajamento para esse comportamento (KELLY,
ZYANSKI & ALEMAGNO, 1991).

Tabela 3. Resultado positivo da atividade física

Excelente Ótimo Boa


5% 25% 70%
Fonte: dados da pesquisa, Cruz das Almas 2016.

27
Pode-se notar que grande maioria dos entrevistados tem resultado bom para
seu cotidiano, melhoria na auto estima e também no convívio familiar e social. Tem
tido também autonomia com a solução de seus problemas de saúde e emocionais.
Dados revelam o reconhecimento dos idosos o quanto é importante à eles a pratica
do exercício físico.
A pratica de exercícios físicos é uma das principais estratégias para a
prevenção de doenças crônicas e também proporciona aos idosos oportunidade
para uma vida mais e independente, contribuindo para a manutenção da autonomia
e melhor qualidade e vida. (CRAIG et al, 2003

Tabela 4. Apoio familiar aos exercícios físicos

Sim Não
100% 0%
Fonte: dados da pesquisa, Cruz das Almas 2016.

Percebe-se que há apoio e incentivo a todos os entrevistados, levando em


conta o notável aumento da auto estima e do convívio familiar. Muitos deles vão ao
espaço do Projeto acompanhado por filhos, sobrinhos, netos e ate por amigos mais
próximos.
Os efeitos positivos do apoio familiar sob a presença de suportes sociais é
esperado que pessoas idosas sintam-se amadas, sintam-se seguras para lidar com
os problemas de saúde e tenham autoestima (CICIRELLI, 1990).
A família constitui o principal sistema de suportes dos idosos, sendo as
relações familiares faz com que eles vivam com mais intensidade e essa importância
nas suas vidas é fundamental, tendo implicações no seu bem estar e qualidade de
vida. (CICIRELLI, 1990)

Tabela 5. Como se sente praticando exercícios físicos

Excelente Muito bom Bom


25% 40% 35%
Fonte: dados da pesquisa, Cruz das Almas 2016

Quanto o dia a dia dos entrevistados na pratica do exercício físico é possível


notar que 40% destes se sentem muito bom, 35% bom e 25% excelente. Os
resultados mostram uma qualidade de vida satisfatória para os dias atuais. Eles se

28
sentem mais alegres, e determinados à desenvolver atividades cotidianas Os
resultados acima mostra uma qualidade de vida satisfatória nos dias atuais.
A auto estima constitui um sentimento de juízo, de apreciação, valorização,
bem estar e satisfação que o sujeito tem de si mesmo e expressa pelas atitudes que
toma em si mesmo. (ROSEMBERG, 1965).
A auto estima se relaciona com aspectos do cotidiano dos idosos, com o
convívio social e familiar, com a morbidade, problemas de saúde física ou mental,
tornando-se um aspecto central da saúde e do bem estar psicológico.
(SONSTROEM, 1997)

Tabela 6. Mudança na vida depois de praticar exercícios físicos.

Excelente boa muito boa


45% 5% 45%
Fonte: dados da pesquisa, Cruz das Almas 2016

É possível notar que na grande maioria dos entrevistados, classifica a


qualidade de saúde com a idade entre, excelente e muito boa, eles também
disseram que se sentiam mais uteis nos afazeres cotidianos, podendo ir ao mercado
fazer compras, passear com seu animal de estimação, ir á casa de amigos,
parentes, contar e saber as novidades, passear com netos e filhos, isso significa que
há um reconhecimento da importância do exercício físico na melhora da auto estima,
da saúde e no convívio familiar e social apesar do avanço da idade deles.
A pratica de atividades físicas proporciona aos idosos habilidades para
desenvolver atividades de vida diárias tais como, caminhar e levantar sem auxilio e
atividades de auto cuidado (como tomar banho, alimentar-se sem auxilio) bem como
atividades instrumentais da vida diária, como a capacidade de preparar e servir o
próprio alimento, operar o telefone, utilizar meios de transportes, lavar sua roupa,
fazer pequenas compras e administrar os próprios medicamentos.( BERLEZE,2002)

29
Tabela 7. Tipo de moradia

Própria alugada
75% 25%
Fonte: dados da pesquisa, Cruz das Almas 2016

Nota-se que 75% dos entrevistados tem casa própria, mora com companheiro,
filhos e ate netos. Os demais moram em casas de aluguel, também com
companheiro, filhos e ate netos.

Tabela 8. Além do projeto você pratica exercícios físicos em outros espaços?

Sim não
75% 25%
Fonte: dados da pesquisa, Cruz das Almas 2016

Muitos dos entrevistados (75%) disseram que praticam caminhadas em grupos,


passeiam com animais de estimação, e visitam parentes e amigos na cidade.

Tabela 9. Conhece algum outro ambiente ou ações publicas para a praticas de


exercícios físicos?
Sim não

80% 20%
Fonte: dados da pesquisa, Cruz das Almas 2016.

Grande parte dos entrevistados disseram que conheciam outros espaços para
a pratica de exercícios físicos na cidade para idosos. Um deles é o projeto Bom
Viver que se localiza na Praça dos Artífices.
Considerando que grande parte dos idosos já mostra interesse em manter-se
mais saudável, ativo e independente nesta fase da vida, crescem também os
programas e projetos relacionados à promoção da saúde e bem-estar desses
indivíduos. Entre as propostas destes programas, a mais incentivada e repercutida é
a prática de atividades físicas, podendo ser esportes, danças, exercícios de força ou

30
atividades recreativas, não importando a modalidade, pois todas trazem, de alguma
forma, benefícios a saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS (1947
apud JACOB FILHO 2006 pg. 75) “saúde é um estado de pleno bem-estar físico,
psíquico e social”. Esta definição de saúde salienta que, atualmente um
envelhecimento saudável é caracterizado não pela inexistência de doenças, que são
muitas vezes comuns a este período da vida, e sim pela capacidade de viver bem e
sem limitações.

31
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mostrou-se com a pesquisa que no município de Cruz das Almas / BA, o que
vem sendo realizado como proposta de prevenção de diversas patologias e
estimular a qualidade de vida dos idosos são programas de atividade física, como o
projeto desenvolvido na Igreja Batista Central nesta cidade.
E de acordo com os resultados obtidos neste projeto há indícios de resultados
positivos em prol da qualidade de vida e da saúde na população idosa.
Sugere-se que a gestão publica no município se preocupe em buscar ampliar
o atendimento à população idosa, pois os projetos não fornecem horários flexíveis
para as atividades, e quanto ao atendimento à população existem falhas no que diz
respeito à responsabilidade na pratica de exercícios físicos prepostos aos idosos,
pois existem poucos profissionais capacitados ou a falta destes.
Nota-se também que as políticas publicas no município tem tentado resgatar
uma melhor qualidade de vida ao idoso, como a ampliação de espaços destinados
aos projetos citados e também buscando parcerias com outros programas
existentes que também se destinam a saúde do Idoso, mas ainda há muito que
melhorar.
De acordo com Serrano (2002) um novo paradigma compreenderia um modelo de
desenvolvimento que leva em conta: a) a saúde como eixo das políticas públicas; b)
uma atitude de cuidado na relação com a natureza; c) o compromisso com a
participação social de todos, compreendendo o empowerment e a construção dos
sujeitos-cidadãos; d) o resgate do lazer; e) o resgate do espiritual; f) a inserção da
perspectiva da promoção da saúde como prioritária; e g) a integração das diferentes
práticas culturais. Para construir este novo referencial é necessário garantir a
cidadania para todos, inclusive para aqueles que a tiveram e perderam. É a partir da
inclusão social que se pode contar com pessoas solidárias, cordiais e conectadas
com tudo e todos. É neste marco que se pode resgatar o ser idoso como valor para
a sociedade.

32
5. REFERÊNCIAS

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