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Notas de Aula - Mecdnica dos Solos 2B 3 - GRANULOMETRIA DOS SOLOS 3.1. Introdugao Todos os solos, em sua fase sélida, contém particulas de diferentes tamanhos em proporgdes as mais variadas. A determinagio do tamanho das particulas e suas respectivas porcentagens de ocorréneia permitem obter a fungdo distribuigdo de particulas do solo e que é denominada distribuigdo granulométrica. A distribuigo granulométrica dos materiais granulares, areias e pedregulhos, sera obtida através do processo de peneiramento de uma amostra seca em estufa, enquanto que, para siltes ¢ argilas se utiliza sedimentagdo dos s6lidos no meio liquido. Para solos, que tem particulas tanto na fragdo grossa (areia e pedregulho) quanto na fragdo fina (silte ¢ argila) se torna necessaria a analise granulométrica conjunta. ‘As particulas de um solo, grosso ou fino, no sdo esféricas, mas se usara sempre a expresso didmetro equivalente da particula ou apenas didmetro equivalente, quando se faz referéncia ao seu tamanho. Para os materiais granulares ou frag&o grossa do solo, o didmetro equivalente sera igual a0 didmetro da menor esfera que circunscreve a particula, enquanto que para a fra¢Zo fina este didmetro ¢ 0 calculado através da lei de Stokes. A colocago de pontos, representatives dos pares de valores didmetro equivalente - porcentagem de ocorréncia, em papel semilogaritmo permite tragar a curva de distribuigdo granulométrica, conforme mostrada na Figura 3.1, onde em abscissas esto representados os didmetros equivalentes e em ordenadas as porcentagens acumuladas retidas, 4 esquerda e as porcentagens que passam, a direita. (Curva Granulomérica - ABNT- NBR NM248 Argia site Arcia Fina. Arcia Moin Aria Grossa Pedregubo i 1 1 i i ot | | tear 0 at 0 » % go «| 5 50 so § ; i bo ws 0 100 0 001 oor a 0 00 met dos Gris rm) Figura 3.1 - Curva granulométrica por peneiramento ¢ sedimentago de uma amostra de solo residual (Minas de caledreo — Cagapava do Sul) Notas de Aula - Mecdnica dos Solos 24 3.2. Classificagdo dos solos baseados em critérios granulométricos Os solos recebem designagdes segundo as dimensdes das particulas compreendidas entre determinados limites convencionais, conforme Tabela 3.1. Nesta tabela estéo representadas as classificagdes adotadas pela A.S.T.M (American Society for Testing Materials), A.A.S.H.T.O. 0 (American Association for State Highway and Transportation Officials), ABNT (Associa Brasileira de Normas Técnicas) e M.LT (Massachusetts Institute of Technology), No Brasil a Associagio Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/NBR 6502/95) — ‘Terminologia - Rochas e Solos define como: Bloco de rocha — Fragmentos de rocha transportados ou ndo, com didmetro superior a 1,0 m. Mataciio — fragmento de rocha transportado ou nao, comumente arredondado por intemperismo ou abrasio, com uma dimens%o compreendida entre 200 mm e 1,0 m. Pedregutho — solos formados por minerais ou particulas de rocha, com diémetro compreendido entre 2,0 € 60,0 mm. Quando arredondados ou semi-arredondados, sio denominados cascalhos ou seixos. Divide-se quanto ao didmetro em: pedregutho fino — (2.a 6 mm), pedregulho médio (6 a 20 mm) ¢ pedregutho grosso (20 a 60 mm). Areia — solo no coesivo € no plistico formado por minerais ou particulas de rochas com didmetros compreendidos entre 0,06 mm ec 2,0 mm. As areias de acordo com o diémetro classificam-se em: areia fina (0,06 mm a 0,2 mm), areia média (0,2 mm a 0,6 mm) e areia grossa (0,6 mm a 2,0 mm). Silte — solo que apresenta baixo ou nenhuma plasticidade, baixa resisténcia quando seco ao ar. Suas propriedades dominantes so devidas a parte constituida pela fragdo silte. E formado por particulas com didmetros compreendidos entre 0,002 mm ¢ 0,06 mm. Argila — solo de graduagao fina constituida por particulas com dimensées menores que 0,002 mm. Apresentam caracteristicas marcantes de plasticidade; quando suficientemente iimido, molda-se facilmente em diferentes formas, quando seco, apresenta coesio suficiente para construir torres dificilmente desagregaveis por pressdo dos dedos. Caracteriza-se pela sua plasticidade, textura ¢ consisténcia em seu estado e umidade naturais. Estas caracteristicas serio vistas na Unidade 4 (plasticidade e consisténcia dos solos). TAMANHO (mm) mm w w oo o Lut Luss iu 1 1 uit J ASTM ARE vepresutno [| 7 SITE arcna | coLowE @ aaa Tas ans Tus oo a Aner a ao #300 PEDREGULEO 77s sILTE azoa | — COLoWE © i as ims oo a MLL PEDREGULEO ARE STE eM [>F>@ | w>F pe,» > SoLome «a ¢ 206 Om ona a ABN. PEDREGULED AR o[>™M fF a STE AROTEA «2% SDS aoe a Escalas granulométricas adotadas pela A.S.T.M., A.A.S.H.T.O, M.LT. e ABNT. Notas de Aula - Mecdnica dos Solos 28 3.3 Determinagio granulométrica do solo © ensaio de andlise granulométrica do solo esta normalizado pela ABNT/NBR 7181/82. A distribuigdo granulométrica dos materiais granulares, areias e pedregulhos, ser obtida pelo processo de peneiramento de uma amostra de solo, enquanto que, para siltes e argilas se utiliza o processo de sedimentagdo, Para solos, que tem particulas tanto na fragdo grossa quanto na fragdo fina se torna necessério a andlise granulométrica conjunta. 3.3.1 Processo de peneiramento ‘A separagio dos sélidos, de um solo, em diversas fragdes é o objetivo do peneiramento. Este proceso é adotado para particulas (s6lidos) com didmetros maiores que 0,075mm (#200). Para tal, utiliza-se uma série de peneiras de abertura de malhas conhecidas (Figura 3.2), determinando-se a percentagem em peso retida ou passante em cada peneira. Este processo divide-se em peneiramento _grosso, particulas maiores que 2 mm (#10) peneiramento fino, particulas menores que 2mm, Para o peneiramento de um material granular, a amostra 6, inicialmente, secada em estufa e seu peso determinado, Esta amostra seri colocada na peneira de maior abertura da série previamente escolhida ¢ levada a um vibrador de peneiras onde permanecera pelo tempo necessirio A separagdo das fragSes. Quanto 0 solo possui uma porcentagem grande de finos, porém ndo interessa a sua distribuigdo granulométrica, faz-se, primeiramente, uma lavagem do solo na peneira n? 200, seguido da secagem em estufa do material retido ¢ posterior penciramento, Este procedimento leva a resultados mais corretos do que fazer o peneiramento direto, da amostra seca. Figura 3.2 - Série de peneiras de abertura de malhas conhecidas (ABNT/NBR 5734/80). Notas de Aula - Mecdnica dos Solos 26 Exemplo 1: A planilha abaixo apresenta 0 resultado do processo de peneiramento de um ensaio de granulometria de uma areia média do rio Verde — Santa Maria. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA, LABORATORIO DE MATERIAIS DE CONSTRUGAO CIVIL, Ensaios Fisicos de Agregados Mittdos Interessado: —_Prontomix Certifieado N°: Amostra Arcia média do Rio Verde Data: 03/0903 COMPOSIGXO GRANULOMETRICA ~ NBR 7217 — AREIA PENEIRAS | 1" DETERMINAGAO. ZDETERMINAGAO Ty paca [oe Raila a co © @ Media| Acumutada a |S a [63 448 130 as 030) 008 oar 8) 24 5,00 0,49) 4.40 oar 0.45 Te [12 | 2050 2,00 21,10 195 198 30_| 0.60 [130.30 12,74 1244 x 50] 030 | 415.90 40,65 44,19 42,42 Too_[o1s | 340,90, 33,2 321,00 29,72 31,52 Fundo [0.01 | 109.20 10,67 721,00 71,20 70.94 TOTAL 1023.10 100,00 100,00 100,00 700,00 Drumeire Maximo, 1 Modulo de Fine MASSA ESPECIFICA ABSOLUTA-ASTM-C Tim TA [Massa pienimeto vazio (@) B [Massa piendmetro + arcia seca (@) (C_|Massa picndmetro + areia + agua (@) D__|Massa piendmetro + igua E [Massa rca seca (B- A) (e) F_|0-A@ C= BY) H_|F-O@ MASSA ESPECIFICA ABSOLUTA ED wen MEDIA: ‘Massa Especifica ~ Chapman Tiasta Unitaria Solta > NBR TST Tatura Taira] MEA (wan PesoBruto | Peso Final-em'_| Média soo 200) (ke) _ | Medio Kg JMtedia Kg/ems 390,30 34,86) 391,00 390,75 2,62 3515 30,77 1,548 Tare 724 Volume: Toa Para o ensaio foram realizadas duas determinagdes. Uma com peso total de sélidos, Wst- = 1023,10g ¢ outra com Ws = 1080,00g, usando-se a série de penciras indicada na planilha. As aberturas dessa série de peneiras esto também apresentadas, onde: = peso retido = peso de s6lidos retido em cada peneira, Ws; - % retida = porcentagem retida em cada peneira em relagiio ao peso seco, Pri = WsyWs - % retida média = média de porcentagens retidas das duas determinagdes, Pra. (Pri + Pri 2)/2 - Ws retido acumulado = porcentagem acumulada retida, 5 Pr, Notas de Aula - Mecdnica dos Solos 27 A curva granulométrica obtida para essa amostra esta apresentada, a seguir: (Curva Granulomdtriea- ABNT - NBR NM248 . / / hi ese Lo + + t dw wo | i i ho ot : i bo os » » °0 on 1 wo we 3.3.2. Processo de sedimentagio Para os solos finos, siltes ¢ argilas, com particulas menores que 0,075mm (#200), 0 caleulo dos didmetros equivalentes serd feito a partir dos resultados obtidos durante a sedimentagiio de certa quantidade de s6lidos em um meio liquido. A base teérica para o cAlculo do didmetro equivalente vem da lei de Stokes, que afirma que a velocidade de queda de uma particula esfériea, de peso especifico conhecido, em um meio liquido rapidamente atinge um valor constante que é proporcional ao quadrado do didmetro da particula, O estabelecimento da fungo, velocidade de queda - didmetro de particula, se faz.a partir do equilibrio das forgas atuantes (forga peso) ¢ resistentes (resisténcia viscosa) sobre a esfera, resultando: ya tate p? 1800.0 onde: v= velocidade de queda ‘8 = peso especifico real dos gros - g/cm* ‘yw = peso especifico do fluido - g/cm’ 1 = viscosidade da dgua - g . s/ em? D = didmetro equivalente (mm) ‘A equago anterior foi obtida para o caso de uma esfera de peso especifico bem definido caindo em um meio liquido indefinido, e certamente estas nao so as condigGes existentes no ensaio de sedimentagdo. As particulas ndo so esféricas e o mimero delas é grande, 0 peso especifico dos s6lidos nao é Unico e o espago utilizado é limitado, podendo ocorrer influéncia das paredes do recipiente, bem como de uma particula sobre as outras. A fim de minimizar os erros devido as diferengas entre teoria ¢ pratica, alguns cuidados devem ser tomados durante o ensaio. Primeiro ndo se deve ter uma suspensdo com uma concentragio de sélidos, (peso de sélidos/volume da Notas de Aula - Mecdnica dos Solos 28 suspensio) muito alta; segundo, para que ndo ocorra floculagdo ¢ permita a descida individual das deve-se adicionar um defloculante 4 suspensio. Terceiro, a realizagio do ensaio fica particulas com didmetro entre 0,2 ¢ 0,0002mm, para se evitar o problema da turbuléncia gerada pela queda de particulas grandes © 0 movimento Browniano que afeta particulas muito pequenas A velocidade de queda de uma particula, com didmetro “D”, é obtida de forma indireta, como descrito a seguir. Na Figura 3.3, estio ilustrados dois instantes da suspensio, a esquerda para 0 tempo t = 0, quando uma particula “B”, com didmetro “D”, se situa no topo da suspensio e a direita depois de decorrido um tempo “t” ¢ tendo a particula percorrido uma disténcia “2” a uma velocidade uniforme = zit”, Particulas com diametros maiores ou menores do que “D” terao percorrido, nesse tempo “t”, distincias maiores ou menores do que “2”, com velocidades diferentes, independentemente de suas posigdes iniciais. Pode-se assim afirmar que acima do ponto “B”, todas as particulas terfo didmetros menores do que “D”, que ser calculado pela equagao: [1s00.u fz = | aE Vr-7% Ve ‘A suspensio, inicialmente homogénea, com o passar do tempo vai se toando heterogénea, com densidades diferentes, devido & sedimentagdo das particulas, A medida da densidade da suspensio, em intervalos de tempo com a utilizagéo de um densimetro permite determinar as distincias “2”, Na Figura 3.4, esté mostrado um corte longitudinal de um densimetro com a escala marcada em sua haste, 2 suspensio com densimetro imerso ¢ a posigdo de leitura e a curva de calibragao do densimetro, com as leituras em abscissas ¢ as distancias “2”, entre o centro de volume do bulbo e cada uma das marcas na haste, em ordenadas. B a Zo D co) cc Y 1=0 t Figura 3.3 - Esquema de ensaio, Da equagao anterior tem-se duas grandezas, viscosidade e peso especifico do fluido, variaveis com a temperatura, serd necessério manter-se esta constante durante 0 ensaio ou efetuar as corregées devidas. 1,00 Lol Z 1,02 1,03 108 1,01 1,02 1.03 1,04 — Leitura (L) Figura 3.4 - Determinagao da distancia “2” ‘A equago que permite calcular a porcentagem de particulas com didmetros menores do que 0 diametro “D”, calculado pela equacao anterior, sera obtida a seguir. Na Figura 3.5 esto indicadas Notas de Aula - Mecdnica dos Solos 29 duas situagdes de ensaio, onde em sua parte superior os valores mostrados refletem a situagdo inicial (t= 0), quando imposta 4 condigdo homogeneidade de concentragao de s6lidos na suspensao , portanto, o peso especifico em qualquer ponto seré o mesmo ¢ igual a: onde Ws & 0 peso dos sélidos utilizado no ensaio ¢ V é 0 volume da suspensio, Com o passar do tempo, as particulas vao se sedimentando, as maiores mais rapidamente e com isto, alterando 0 peso especifico da suspensdo ao longo da proveta. Assim, uma particula “B” de didmetro “D”, que no instante t = 0 se encontrava no topo da suspensio, como mostrado na figura 3.5, apés um tempo “t” percorreu uma distancia “z”, ¢ acima desta posigdo nenhuma particula teré didmetro maior ou igual a “D”. Enquanto abaixo existirdo particulas com didmetros ‘menores do que “D”. Para se determinar o peso de s6lidos que tem didmetros menores do que “D” imaginemos a situagdo mostrada na parte inferior da Figura 3.5, que ¢ uma suspensio preparada com estas particulas com peso “Wan” que tera um peso especifico igual a: Ww Y sup (2st) = Hy * y B Vw “a W. —™~ Vo) | Agua V-— Ixy, t=0 Vv Ys v( | [Solidos| | Ws re Em qualquer posigdo para t=0, solugdo homogénea B ad ry W, . Zz v——*| | Agua A Vv Ys Wot t>0 Vs( "1 |Sotidos i Vs Figura 3.5 — Fases da sedimentago A porcentagem de particulas com diémetros menores do que © portanto % 15 desuniformes. Para valores de Cu entre 5 e 15 so denominados de medianamente uniformes. ~ Coeficiente de curvatura (Cc): Da uma medida da for igual a: a ¢ da simetria da curva granulométrica e & (Du) Dig X yy Ce= Para um solo bem graduado, 0 valor do coeficiente de curvatura, devera estar entre 1 e 3. Portanto, a distribuigo do tamanho de particulas & proporcional, de forma que os espagos deixados pelas particulas maiores sejam ocupados pelas menores. Para solos granulares ha maior interesse no conhecimento do tamanho das particulas, visto que, algumas de suas propriedades estio relacionadas com os mesmos, 0 que no ocorre com os solos finos. Notas de Aula - Mecdnica dos Solos 34 Logo, segundo a forma da curva podemos distinguir os diferentes tipos de granulometria conforme pode ser observado na Figura 3.6, Ee. Solo bem graduado Solo de graduapdo aberta Figura 3.6 - Diferentes tipos de granulometria Exemplo 3: Na figura abaixo, estio mostradas curvas granulométricas de solos e materiais granulares, de alguns locais do municipio de Santa Maria e Regio. Porseoager Resa Curva Granulométriea - ABNT - NBR NM248 o + + + 100, fh TT] 7 : vn ‘| ‘P 21 _ mo 4 30 x0 | $7 20 ia Hy Dimetro dos Geos am) (1) argila siltosa de alta plasticidade, leito do Arroio Cadena - Vila Oliveira - Santa Maria, (2) argita siltosa de alta plasticidade, Distrito de Pains — Santa Maria. (3) argila siltosa medianamente plistica, virzea do Rio Vacacai-Mirim — Santa Maria, (4) argila siltosa com areia, Aterro Sanitério — Restinga Seca (5) solo residual “Chumbinho” ~ Restinga seca (6) arcia fina a média, margem do Arroio Cadena — Vila Lidia ~ Santa Maria. (7) areia média, margem do Arroio Cadena — Vila Oliveira — Santa Maria, (8) areia média a grossa, Rio Verde — Santa Maria, (9) areia grossa, Rio Verde — Santa Maria, Notas de Aula - Mecdnica dos Solos 35 As curvas granulométricas do exemplo anterior apresentam valores para os didmetros especificos e coeficientes mostrados na tabela ‘Curva n® Dio (mm) Dso (mm) Deo (mm) cu Ce 5 0,0035 0,17 1,30) 371.43 635 6 0,094 017 0,24 2,55 1,28 7 0,13 0,23 0,40 3,08 1,02, 8 0,15 024 038 2,33 1,10 9 0,25 0,38 0,61 2.45 0.95 De acordo com os valores indicados, a curva 5 é de solo desuniforme; enquanto que as demais curvas sdo de solos uniformes. Os solos das curvas 5 e 6 sio bem graduados, os demais sio mal graduados. 3.5.2 Compacidade Compacidade é a caracteristica da maior ou menor densidade (compactagio) dos solos granulares (ndo coesivos). Os solos nio coesivos so as arcias e pedregulhos, e quantitativamente a compacidade ou densidade relativa é determinada pelo grau de compacidade através da expressio: Gon fafa enue -©) Determina-se o indice de vazios maximo vertendo-se simplesmente o material seco em um recepiente de volume conhecido ¢ pesando-se (ABNT/NBR 12004/90) enix = VwIVs =(V-Vs\iVs => mie = (V - Ws/ys) / (Wsiys) onde: V = volume do recipiente Ws = peso do solo seco ys = peso especifico real dos gros Obtém-se © indice de vazios minimo, compactando-se © material por vibragdo ou por socamento dentro de um recipiente de volume V (ABNT/NBR 12051/91). nia = (V - Wsciys) / (Wsc/ys), onde: Wse = peso do solo compactado Em fungao do grau de compacidade classificam-se as ar Fofa (solta) 0 40 3.5.3 Forma dos grios Quanto & forma, as particulas dos materiais granulares, pedregulhos ¢ areias, se aproximam de uma esfera, A caracterizagdo do seu tamanho através de uma medida linear é, suficientemente, correta, Existem tabelas que distribuem as particulas esferoidais em classes, de acordo com a forma de sua superficie: angular, subangular, subarredondado, arredondado ¢ bem arredondado. ‘A forma mais comum, das particulas dos argilo-minerais formadores dos solos argilosos & a laminar onde predominam duas dimensGes, largura ¢ comprimento, sobre a espessura. A Figura 3.6 apresenta as classes de arredondamento, ¢ a Figura 3.7 apresenta particulas de argila, ouCeo- SpogE— HOOQQ— Bv0gU- 00000— Figura 3.7 — Grau de arredondamento das particulas Figura 3.7 — Grdos de areia (a) bem arredondada, (b) subangular. Notas de Aula - Mecdnica dos Solos 37 Figura 3.8 — Particulas de argila (a) caulinita (b) ilita 3.6 Uso da granulometria Nos solos com gritos maiores do que a peneira de n° 200 (areias © pedregulhos) a granulometria tem varios usos importantes. Por exemplo, os solos bem graduados, ou seja, com uma ampla gama de tamanho de particulas, apresentam melhor comportamento em termos de resisténcia © compressibilidade que os solos com granulometria uniforme (todas as particulas tém 0 ‘mesmo tamanho). Outra finalidade da curva granulométrica é na estimativa do coeficiente de permeabilidade (Unidade 6) de solos de granulagdo grossa, especialmente no dimensionamento de filtros, O material fino atua como ligante dos solos. © conhecimento da curva granulométrica permite a escolha do material para utilizagdo em bases de rodovias e aeroportos. Porém existem varias razdes tanto priticas como tedrica pelas quais, a curva granulométrica de solos finos & mais discutivel que as correspondentes a solos granulares. Os tratamentos quimicos mecanicos que os solos naturais recebem antes de realizar uma anilise granulométrica resultam em tamanhos efetivos que podem ser muito diferentes dos existentes no solo natural. Para execugio de concreto de cimento, agregados bem graduados requerem menos cimento para encher os vazios ¢, havendo menos agua por unidade de volume de concreto, ele seré mais denso, menos permedvel e apresentara maior resisténcia a alteragdo do que se fosse executado com agregado uniforme. Para o caso de concreto asfiltico usando agregado bem graduado a quantidade de asfalto a ser empregado é menor.

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