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Preâmbulo

O Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRH) em


Moçambique é responsável pela Administração Nacional de Estradas de Moçambique,
Administração Nacional de Estradas (ANE) e guardião das normas e especificações para
o Sector de Estradas de Moçambique. O presente manual fornece orientações a todos os
profissionais envolvidos na provisão de sistemas de drenagem devidamente projectados
de todo o tipo de estradas e particularmente estradas de alto volume de tráfego. O
conteúdo incorpora adequadamente todas as áreas técnicas relevantes e, quando são
necessários mais detalhes, os utilizadores podem consultar outros documentos
referenciados pelo autor. Este manual é adaptado especialmente para Moçambique e a
ANE irá aplicá-lo de acordo com instruções recebidas do Ministério.

© Reserva de Direitos: Administração Nacional de Estradas

i
Prefacio

O presente manual incorpora a análise hidrológica e o projecto de drenagem para


estradas, particularmente as de alto volume de tráfego. É destinado para o sector de
estradas em Moçambique, embora possa ser usado noutros países da região e noutros
locais onde existam condições similares. O manual deve ser lido em conjunto com as
Especificações Padrão para Estradas e Pontes (Peças Desenhada).

O manual destina-se a profissionais, consultores e empreiteiros da ANE, Fundo de


Estradas, academias, laboratórios e outros utilizadores envolvidos na provisão de
estradas em Moçambique e não só. O Manual fornece os detalhes e os processos
envolvidos na estimativa de caudais de cheia, através de processos hidrológicos e
metodologias que incorporam quer as águas superficiais quer as águas sub-superficiais.
O Manual também incorpora metodologias e especificações de avaliação e projectos de
sistemas e estruturas de drenagem superficial e sub-superficial. O âmbito é extensivo
na abrangência do projecto hidráulico, relacionado com a drenagem de estradas. Embora
o projecto de estruturas de drenagem também seja amplamente coberto, não está
incluído neste manual o projecto de pontes e os interessados devem consultar o
respectivo manual de projectos de pontes. Foram incluídas neste Manual referências
bibliográficas e ainda referências de outros documentos e manuais internacionalmente
reconhecidos.

Embora este manual forneça orientação adequada sobre os procedimentos de projectos,


padrões e especificações para projectos de hidrologia e drenagem, os utilizadores devem
usar o seu conhecimento e experiência para aplicar o Manual às suas situações
específicas, que podem ser únicas em muitos aspectos. O presente Manual está adaptado
às condições de Moçambique porque foram usados os dados de Moçambique para
desenvolver padrões específicos para Moçambique.

Incentivam-se os utilizadores a contribuírem para futuras edições, anotando quaisquer


melhorias necessárias por meio de retorno da sua experiência práctica.

ii
Agradecimentos
O presente Manual foi preparado através do esforço concertado de muitas partes
interessadas, dentro e fora de Moçambique. As imensas contribuições da ANE, dos
membros do Grupo de Trabalho Técnico (WG), do Revisor Especialista do Banco Mundial
e de outras partes interessadas que incluíram a academia, consultores, engenheiros
municipais, Instituto Nacional de Meteorologia, Ministério das Obras Públicas, Habitação e
Recursos Hídricos, etc. são dignas de agradecimento. A ANE facultou a liderança e
orientação deste trabalho, incluindo a gestão do projecto em geral. Também forneceu
informações nos apoios necessários para a entrega bem-sucedida do Manual. Os membros
do Grupo de Trabalho, o revisor do Banco Mundial, a academia, consultores e engenheiros
municipais levaram a cabo a revisão do manual nos seus diferentes estágios de
desenvolvimento e forneceram informações valiosas por meio de deliberações técnicas,
comentários, edições e acréscimos. O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) e o
Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRH) forneceram dados.
O INAM também preparou novos mapas hidrológicos, que tornam a análise hidrológica
mais precisa e fácil para os praticantes.

A produção do presente Manual foi financiada pelo Governo de Moçambique através do


Ministério da Economia e Finanças e do Fundo de Estradas, com o apoio do Banco Mundial.

ANE:
Eng. César Macuacua Director Geral
Eng. Luis Fernandes Director de Obras de Emergência e Coordenador de Projecto
Engͣ. Nelson Tsanzana Directora de Manutenção
Eng. Miguel Coanai Director de Planificação
Engͣ. Rubina Normahomed Chefe da Manutenção
Eng. Calado Ouana Chefe do Departamento de Gestão da Rede
Eng. Anibal Nuvunga Direcção de Planificação
Grupo de Trabalho Técnico Engenheiros da ANE, Engenheiros do MOPHRH, Engenheiros do
Conselho Municipal, Consultores, Academia,

Eng. Marcos Vaz Dos Anjos Engenheiro de Manutenção

TRL Consortium – Research Consultant:


Eng. Kenneth Mukura Autor Principal/Coordenador do Projecto TRL
Dr. Manaye Ewunetu Autor Auxiliar
Eng Piouslin Samuel Chef de Equipa

Revisores do Grupo de Trabalho:


Eng. Basílio Elias Empresa de Desenvolvimento de Maputo Sul, E.P
Engͣ. Isabel Vaz CONSULTEC- Consultores Associados,LDA
Eng. José Lichucha Administração Nacional de Estradas-ANE
Eng. Dinis Juizo Universidade Eduardo Mondlane

Financiadores:
Gov. de Moçambique MOPHRH, Min das Finanças, Fundo de Estradas
Representante do Banco Kulwinder S. Rao
Mundial
Revisor do Banco Mundial Eng. Carlos Matias Ramos

iii
Abreviaturas
Abrev/ Definição Unidades
Símbolo
ANE Administração Nacional de Estradas
AASHTO American Association of State Highway and Transportation Officials
dos EUA
AMC Condições Antecedentes de humidade (antecedent moisture
conditions)
BDF Factor de desenvolvimento da bacia(Basin development factor)
CBR California Bearing Ratio
DEM Modelo Digital de Elevação do Terreno
DFL Nível da cheia de projecto
DNA Direcção Nacional de Águas
FEMs Métodos de estimativa de caudal
HFL Nível máximo de cheia
HSG Grupos Hidrológicos de Solos
HEC- Hydrological Engineering Centre –River Analysis System
RAS
IDF Intensidade-duração-frequência
LWL Nível baixo da água
SCS Serviço de Conservação do Solo (Soil Conservation Service)
MIREME Ministério dos Recursos Minerais e Energia
MOPHRH Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos
SRTM Missão de Topografia de Radar de Transporte Shuttle Radar
Topography Mission)
AIAS Administração e Infraestructuras de Água e Saneamento
A Área da bacia ha, sq.km.
A Área da secção transversal ao escoamento m²
AyH Profundidade permitida a montante m
B Largura do tubo m
C Coeficiente de escoamento -
Cf Factor de frequência -
CN Número da curva do escoamento- SCS -
Ct, Cp Coeficientes fisiográficos -
d Intervalo de tempo horas
D Diâmetro do aqueduto ou altura do tubo mm or m
d Altura do escoamento m
DH Diferença de cotas m
g Aceleração gravidade m/s2
 Peso específico da água N/m3
h Soma de HE + Hf + Ho. m
hb Perda de carga em curvas m
he Perda de carga à entrada m
hf Perda de carga por atrito e forma da entrada m
hL Perdas totais de energia m
ho Perda de carga na descarga ou saída m
ho Altura da linha de energia, acima da soleira à saída m
hv Perda de velocidade m

iv
Abrev/ Definição Unidades
Símbolo
I Intensidade de precipitação mm/hr
IA Percentagem da área impermeável %
Ia Perda inicial da precipitação total mm
K Factor de frequência para um determinado período de retorno e de
assimetria
Ke Coeficiente de perda à entrada m
L Retardamento horas
l Comprimento do canal principal até à divisória mais distante m
L Comprimento do aqueduto m
Lca Comprimento ao longo do canal principal até um ponto oposto ao km
centróide da área da bacia
M Número de ordem de uma cheia dentro de um período longo de -
registos
N Número de anos de registo de cheias anos
n Coeficiente de rugosidade de Manning m-1/3.s
P Precipitação acumulada mm
P Perímetro molhado m
Q Caudal m3/s
q Escoamento de águas pluviais durante um intervalo de tempo mm
Q Caudal m3/s
R Raio hidráulico (A/P) m
RC Constante de regressão -
RQ Caudal de ponta rural equivalente m3/s
S Volume potencial de retenção máximo mm
S Inclinação do aqueduto m/m
S or Y Declive do terreno m/m, m/km
or %
SCS Serviço de Conservação do Solo (dos EUA) -
SL Inclinação do canal principal m/m
SL Desvio padrão dos logaritmos dos caudais de cheia máximos anuais -
ST Factor de armazenamento da bacia %
 Tensão de tração Pa
TB Tempo de base do hidrograma unitário horas
tc or Tc Tempo de concentração mins ou horas
TL Tempo de retardamento horas
Tr Duração do excesso de precipitação de Snyder horas
UQ` Caudal de pico urbano m3/s
V Velocidade m/s
V Velocidade média do escoamento com secção cheia m/s
Vd Velocidade média no canal a jusante m/s
Vo Velocidade média do escoamento à saída do aqueduto m/s
Vu Velocidade média no canal a montante m/s
X Logaritmo do caudal de ponta anual -
yc Altura crítica do escoamento m
yH Altura de água a montante (o subscrito indica a secção) m
yT Altura da água acima da soleira a jusante do aqueduto m

v
Glossário de Termos

Absorção O acto ou processo de tomada de água pelo influxo de vapor atmosférico,


absorção higroscópica, humedecimento, infiltração, que afectam a
infiltração e escoamento por gravidade de riachos em crateras ou outras
grandes aberturas
Abstracção A parte da chuva que não se transforma em escoamento. Inclui
intercepção, infiltração e armazenamento em depressões. É afectada pelo
uso da terra, tratamento e condição do terreno e humidade antecedente
no solo
Encontro Apoio da ponte nas suas extremidade.
Sedimentação Processo de acumulação, seja de lodo, areia ou seixos transportados pela
água. Pode ser devido a qualquer causa e inclui aluviamento. 2. A
construção gradual de uma praia, por acção das ondas. 3. A deposição
gradual no fundo dum canal, margem ou barra devido a assoreamento ou
acção das ondas

Assoreamento Deposição geral e progressiva ao longo do perfil longitudinal de um canal


por depósito de sedimentos

Carga admissível A quantidade provável de ser absorvida pela estrutura .

Canal aluvial Canal totalmente em aluvião, sem leito de rocha exposto quando o nível
do canal baixa ou probabilidade disso ocorrer durante uma cheia.

Aluvião Material não consolidado como argila, silte, areia ou cascalho depositados
num canal (cone aluvial, ou delta)

Rio Anastomosado Rio cujo escoamento é dividido, em situações normais e de níveis baixos
da água por ilhas grandes ou, mais raramente, por barras grandes. A
largura das ilhas individuais ou barras é maior que três vezes a largura do
rio
Cheia Anual l O maior caudal de ponta num ano hidrológico
Série Anual Uma samostra em que apenas o maior valor em cada ano é usado, como
cheias anuais.

Condição Antecedente Grau de humidade de uma bacia hidrográfica no início de uma chuvada
de Humidade (AMC)

Revestimento de Superfícies artificiais de leitos de canais, margens ou taludes de aterros


protecção para resistirem à escavação e erosão lateral

Tapete de protecção Concentração de uma camada de pedras no leito dum rio cuja dimensão é
superior à capacidade de transporte através do caudal ocorrido no passado

Avulsão Uma mudança repentina no curso de um canal, geralmente por rotura das
margens durante uma cheia

Aquífero Formação geológica porosa e portadora de água. Geralmente restrita a


materiais capazes de produzir uma quantidade apreciável de água

Artesiano Relativo às águas subterrâneas que estão sob pressão e que subirão a uma
cota mais elevada, se houver oportunidade disso acontecer

Regolfo Aumento do perfil da superfície da água, em relação à altura ocorrendo sob


condições naturais do rio e da planície de cheia, induzido a montante de
uma estrutura, ponte ou aqueduto que obstrui ou constringe o canal.
Também se aplica ao perfil da superfície da água num canal ou numa
conduta

vi
Deflector Estrutura construída no leito de um rio para desviar ou perturbar o
escoamento. Também é um dispositivo usado em aquedutos para facilitar
a passagem de peixes
Margens Limites laterais de um canal ou rio, como indicado por uma escarpa, ou no
interior de curvas, pela limite do rio onde se verifica crescimento vegetal
permanente
Barra Depósito alongado de aluvião, sem vegetação permanente, dentro ou ao
longo do lado de um canal

Cheia de referência Cheia para um período de retorno considerado critico


Caudal de Base Caudal do rio derivado de fontes de águas subterrâneas. Por vezes,
considera-se que inclui os escoamentos de lagos ou albufeiras .Flutua
muito menos do que o escoamento das águas pluviais resultantes da
precipitação.
Bacia, Drenagem Parcela de terra banhada por um curso de água
Tempo de atraso da Tempo que decorre desde o centróide do hietograma até à ponta do
bacia hidrograma

Leito (de um canal ou Parte de um canal sem vegetação permanente ou limitada por margens,
rio) sobre os quais a água normalmente se escoa

Transporte de Sedimento que é transportado em rios por arrastamento, rolando ou


material do leito saltando ao longo do leito ou muito próximo a este; considerado estar na
camada do leito
Material do leito Sedimentos que consistem em partículas suficientemente grandes para
serem encontrados em quantidades apreciáveis na superfície de um leito

Atrito no leito (força Força por unidade de área exercida por um fluido que se escoa em contacto
de arrastamento) com um leito sólido estacionária

Margens Uma elevação estreita ou saliência; também uma forma de dique

Rio entrançado Rio cuja superfície é dividida, em situação normal, em pequenas barras
no leito do rio ou ilhotas. A largura das barras e ilhas é inferior a três vezes
a largura da água no rio. Um grande canal único que possui canais
secundários.
Backwater Descontinuidades superficiais das ondas à medida que se separam. Estas
podem ter formas diferentes (derramamento, queda, afloração.Zona de
quebra é chamada zona de rebentação
Secção útil da ponte A área coberta pelos apoios e o tabuleiro da ponte.

Aqueduto quebrado?? Aqueduto constituído por duas ou mais células colocadas em sequência
longitudinal com declives diferentes.

By-Pass Escoamento conduzido para uma direção determinada.

Capacidade E o volume maximo de uma estrutura de drenagem.


Sumidouro Estrutura com uma depressão para permitir a entrada de água de um dreno
ou do separador central e que descarrega a água para uma conduta. Em
uso comum é uma entrada com grelha com ou sem depressão

Área de captação Área que drena para um lago, rio ou sistema de drenagem
Canal (1)O leito e margens que confinam o escoamento superficial de um rio
natural ou artificial.

Revestimento do Material de proteção aplicado no fundo e/ou nos lados de um canal natural
Canal ou artificial.

Propagação em Processo pelo qual um caudal de ponta e/ou o seu hidrograma associado é
Canais matematicamente transposto para outro local a jusante

vii
Barragem para Estrutura baixa, barragem ou açude através de um canal para controlo do
retenção de sólidos nível da água, velocidade ou controlar a erosão do canal

Caudal de controlo Caudal, maior ou menor que o caudal de projecto, usado para avaliar o
desempenho da instalação

Descida de água São íngremes (maiores que 15%), naturais ou feitas pelo homem, usadas
para transportar água. Estas podem ser fechadas e geralmente requerem
dissipação de energia na parte terminal

Coeficiente de Coeficiente usado para processos de vazão por orifício


Descarga

Conduta Canal artificial ou natural, geralmente uma estrutura fechada, como um


tubo.
Altura Conjugada Alturas da água envolvidas num ressalto hidráulico, que têm a mesma
quantidade de movimento
Equação de O caudal é igual à velocidade a multiplicar pela área da secção transversal
Continuidade (Q = V x A)
Seção de Controlo Secção transversal, como a travessia de uma ponte, troço de canal ou
barragem, com uma capacidade limitada de vazão, e onde o caudal está
relacionado com a elevação da superfície da água a montante
Contracção / erosão Os efeitos de um estreitamento no escoamento. A resposta de um rio à
por contracção mudança no material do leito como resultado de uma contracção do
escoamento. A contração do escoamento é devido a um obstáculo natural
ou aterro de uma estrada no canal principal ou numa planície de
inundação .

Transporte Uma medida, K, da capacidade de um rio, canal ou conduta para


transportar água. Na fórmula de Manning K = (1 / n) AR2/3 (unidades SI)

Cobertura Altura do solo acima do topo de ums conduta ou aqueduto. A vegetação


ou detritos vegetais, como a cobertura vegetal morta, que existe à
superfície do solo. Em alguns esquemas de classificação solo descoberto
ou em pousio é tomado como a classe de cobertura mínima
Critério Padrão, regra ou teste no qual se baseia uma regra
Altura crítica Altura em que a água flui sobre um açude; essa profundidade é atingida
automaticamente quando não há efeito de regolfo. É a altura para a qual
a energia do escoamento é mínima

Secção transversal Forma de um canal, rio ou vale visto através do seu eixo. Em estudos de
bacias hidrográficas, é determinado por uma linha aproximadamente
perpendicular ao curso principal da direcção do escoamento da água, ao
longo do qual são feitas medições medições de distância e elevação para
definir a área da secção transversal.

Sarjeta Aberturas junto dos lancis da estrada para drenagem das aguas
Transporte cumulativo Tabela ou gráfico das medidas acumuladas de transporte; procedendo de
uma margem do rio para a outra

Vala corta-águas Parede que se estende desde o fim de uma estrutura até abaixo da
profundidade de erosão esperada ou até uma camada de material
resistente à erosão

D Diâmetro de aqueduto circular ou altura da abertura do mesmo


D50 Tamanho mediano do enrocamento. Diâmetro da partícula no percentil 50
numa curva de distribuição tamanho/peso

D15 Diâmetro das partículas no percentil 15 numa curva de distribuição


tamanho/peso.
D85 Diâmetro da partícula no percentil 85 numa curva de distribuição de
tamanho/peso

viii
yc Altura crítica do escoamento em metros

Detritos Material transportado pelo rio, flutuante ou submerso, como troncos ou


arbustos.

Degradação Descida geral e progressiva do perfil longitudinal de um canal por erosão


Deposição Deposição de material no fundo de um rio
Armazenamento em Precipitação que é temporariamente armazenada em depressões, dentro
depressões de uma bacia hidrográfica.
Curva da precipitação- Um gráfico que mostra a mudança da precipitação média de de acordo
área da bacia com a mudança da área da bacia
Descarga ou Caudal Caudal para a qual uma instalação é projectada e, portanto, deve
de Projecto acomodar sem exceder as restrições adoptadas no projecto

Frequência da cheia Intervalo de recorrência que deve ser acomodado sem infringir as
de projecto restrições adoptadas no projecto. Período de retorno (intervalo de
recorrência ou recíproco de probabilidade) usado como base para o caudal
de projecto
Altura de Projecto Nível máximo de água que a abertura de uma ponte projectada deve deixar
passar sem violar as restrições de projecto adoptadas. Termo geralmente
usado para descrever a altura estimada da superfície da água no rio no
local do projecto para o caudal de projecto

Cheia de Projecto Cheia que não galga a estrada


Caudal de Projecto Vide caudal de Projecto
Chuvada de Projecto Quantidade determinada de precipitação, distribuição espacial e
distribuição temporal usada para estimar o escoamento maximo.

Bacia de detenção Bacia ou reservatório incorporado na bacia hidrográfica no qual o


escoamento é temporariamente armazenado, atenuando assim a ponta de
cheia.
Desvio Mudança temporária no alinhamento da estrada ou do curso do Rio. Pode
estar localizado numa estrutura ou pode estar ao longo de um alinhamento
alternativo
Dique Estrutura linear impermeável para o controlo ou confinamento do
escoamento da planície de inundação. Estrutura de correcção fluvial usada
para protecção das margens
Escoamento directo Água que entra nos canais de um rio durante uma chuvada ou logo depois,
formando de um hidrograma de escoamento. Pode consistir em chuvadas
na superfície do rio, escoamento superficial e escoamento da água
infiltrada (escoamento subsuperficial rápido)
Caudal Volume de água que passa num rio por unidade de tempo, geralmente
expressa em m3/s
Área de drenagem Área que drena para uma determinanda estutura num determinado ponto.
A área pode ser diferente para o escoamento superficial, escoamento
subseperficial e escoamento de base, mas geralmente é usada a área do
escoamento superficial como área de drenagem
Entrada com queda Entrada de drenagem com abertura horizontal ou quase horizontal em
queda vertical.
Duração Efectiva Tempo de chuvada durante o qual se produz o escoamento directo.
Também usado para significar a duração do excesso de precipitação

Diâmetro efectivo da Diâmetro das partículas, de forma esférica, de tamanho igual e dispostas
partícula de uma determinada forma, numa amostra hipotética de material granular
que teria a mesma constante de transmissão que o material em questão.

Muros Ala Estrutura de betão localizada à saída de um aqueduto para reter os solos
do aterro e impedir que eles deslizem para dentro da passagem de água.

ix
Dissipação de energia O fenómeno pelo qual a energia é dissipada ou utilizada
Linha de energia Linha cujas cotas em relação ao plano horizontal de referência representam
os valores de energia mecânica total por unidade de peso de líquido; é uma
linha desenhada acima da linha piezométrica, a uma distância equivalente
à energia cinética em cada secção ao longo de um rio, canal ou conduíta
Gradiente da Linha de Inclinação da linha de energia
Energia
Inclinação transversal Inclinação imaginária de uma linha recta,da secção transversal, com
equivalente capacidade de transporte igual à da inclinação transversal composta

Erosão Desgaste ou erosão do material em canal, abertura ou saída causados pela


passagem da água

Evapotranspiração Transpiração de plantas mais a evaporação do solo. Difícil de determinar


separadamente, portanto é usada como uma unidade, emestudos

Filtro Material que permite a passagem da água através e por dentro dele e, ao
mesmo tempo, evita que as partículas do solo entrem ou passem através
dele
Filtração Processo de passagem de água através de um meio filtrante que consiste
em qualquer material granular de filtro tecido, destinado à remoção de
matéria suspensa ou coloidal
Cheia Escoamento limite das estruturas de drenagem. No uso técnico, refere-se
a um determinado escoamento baseado, tipicamente, numa análise
estatística.

Frequência da cheia Intervalo de tempo médio, em anos, no qual uma determinada chuvada ou
caudal se repete.

Cheia máxima Referência ao caudal máximo estimado ou medido que ocorreu num
determinado local

Planície aluvial Solos aluviais nas margens de um rio, que se formaram por processos
fluviais, e que estão sujeitos a inundações

Propagação da onda Mudanças que se operam num hidrograma de cheia à medida que este se
de cheia move para jusante, através de um canal ou através de uma albufeira
(chamado de propagação da cheia na albufeira). São utilizados métodos
gráficos ou numéricos
Estrutura de Uma barragem, geralmente em aterro, com uma albufeira de
retardamento da armazenamento de cheia, onde a água da cheia é temporariamente
cheia armazenada e lentamente libertada para jusante, através de um
descarregador principal.

Estrutura de controlo Estrutura, dentro ou fora de um canal, que actua como uma barreira,
do escoamento controlando a direcção, profundidade ou a velocidade da água corrente

Concentração de Local onde se concentra o caudal de um rio


caudal
Distribuição de caudal Distribuição espacial estimada ou medida do caudal total de um rio
Canal (artificial) Canal artificial de secção aberta ou fechada, usado para transportar água
Folga Distância vertical entre o nível da superfície da água, geralmente
correspondente ao caudal de projecto e um ponto de interesse, como a
cota inferior de uma viga de ponte ou um local específico ao longo de uma
estrada
Aquelas saídas cujo o nível da água é igual ou menor que a profundidade
Saída livre crítica. Para Aquedutos tendo saídas livres, o abaixamento do canal de fuga
não tem efeito sobre a descarga ou sobre o perfil remanescente a montante
do canal de fuga
Frequência Na análise de dados hidrológicos, o intervalo de recorrência é
simplesmente chamado de frequência

x
Número de Froude Número adimensional que representa a razão entre forças de inércia e
forças de gravidade. Números altos de Froude são indicativos de alta
velocidade de escoamento e alto potencial erosivo

Gabião Cesto retangular feito de arame de aço ou malha que é preenchido com
pedra de tamanho adequado. Usado para construir estruturas de controlo
de escoamento, protecção de margens, esporões e paredes estructurais.

Erosão generalizada Erosão envolvendo a remoção do material do leito e das margens, em toda
ou quase toda a largura do canal e não está localizada apenas num
elemento estrutural
Filtro graduado Filtro de agregados que é balanceado pelo tamanho das partículas de modo
a permitir que a água passe a uma velocidade especificada, evitando a
migração de partículas finas de solo ao mesmo tempo que evita o
entupimento
Esporão Estrutura na forma de uma barreira, colocada oblíqua ao movimento
principal da água, projectada para controlar o movimento dos sedimentos
do leito. Os esporões geralmente são estruturas sólidas, mas podem ser
construídas com aberturas para controlar as elevações provocadas pelos
sedimentos
Água subterrânea Água subsuperficial que ocupa a zona de saturação, alimenta poços e
nascentes, ou é uma fonte do escoamento de base nos rios. Em sentido
estrito, o termo aplica-se apenas à água abaixo do lençol freático. Também
é chamada de água freática.
Aterros - Guia Aterros construídos a montante de um ou ambos os encontros de uma
ponte para guiar o escoamento que se aproxima da obra através da largura
do curso de água.
Valeta-lancil Parte da secção da estrada adjacente à sarjeta que é usada para
transportar a água pluvial de escoamento

Diferença de Nível Altura da água acima de qualquer cota de referência


Perda de carga Perda de energia num sistema hidráulico
Muro testa Muro frontal de um aqueducto ou do encontro de uma Ponte.

Altura a montante, Hw Altura da água armazenada a montante de um aqueduto devido à


influência da contracção, atrito e configuração do aqueduto

Hf Perda de carga por atrito, medida em metros

Altura máxima da Altura da superfície da água que resulta da passagem de um caudal. Pode
água ser "altura observado " como resultado de um evento, ou “altura calculada”
como resultado de um projecto

Cheia histórica Evento de cheia maxima ocorrida ao longo da Historia.


Hc Altura da linha piezométrica acima da soleira da saída do aqueduto, em
metros
Linha de gradiente Perfil do nível piezométrico para o qual a água subiria em tubos
hidráulico piezométricos colocados ao longo de uma tubagem. Em canais abertos,
coincide aproximadamente com a superfície da água
Gradiente hidraúlico Inclinação da linha de energia
Carga hidráulica Altura da superfície livre de um corpo de água acima de um determinado
ponto
Ressalto Hidraúlico Fenómeno hidráulico, em escoamentos em canais aberto, onde o caudal
supercrítico é convertido em caudal subcrítico. Isso pode resultar em
aumento brusco na superfície da água
Raio Hidráulico Medida da resistência da fronteira ao escoamento, calculado como o
quociente da área da secção transversal do escoamento dividido pelo
perímetro molhado. Para escoamentos de grande largura e pouca altura, o
raio hidráulico pode ser aproximado à profundidade média

xi
Rugosidade Hidráulica Composição das características físicas que influenciam o escoamento da
água através da superfície da terra, seja ela natural ou canalizada. Afecta
tanto a resposta temporal de uma bacia hidrográfica ou linha de drenagem,
assim como as características de armazenamento no canal
Hidráulica Estuda a mecânica dos fluidos relacionada com os escoamentos em
pressão ou escoamentos em superfície livre

Hidrógrafo Gráfico que mostra, para um determinado ponto num rio ou para um dado
ponto em qualquer sistema de drenagem, o caudal, altura da água,
velocidade ou outra propriedade da água, em relação ao tempo
Grupo Hidrológico do Grupo de solos com o mesmo potencial de escoamento sob condições
Solo semelhantes de chuvas e cobertura do solo

Hidrologia Estudo da ocorrência, circulação, distribuição e propriedades das águas na


Terra e sua atmosfera

Estrato impermeável Estrato com uma textura tal que a água não pode mover-se
perceptivelmente sob pressão, geralmente encontrada em águas
subterrâneas
Impermeável Impermeável ao movimento da água
Entrada melhorada Entradas largas de aquedutos, com rebaixamento ou afuniladas que
diminuem a quantidade de energia necessária para o caudal passar pela
entrada e, assim, aumentam a capacidade de vazão dos aquedutos
Infiltração A parte da água da chuva que penetra no solo. Passagem da água da
superfície para dentro do solo. Usado indistintamente como percolação

Taxa de Infiltração Taxa à qual a água penetra no solo sob determinada condição. A taxa é
geralmente expressa em centímetros por hora ou dia, ou metros cúbicos
por segundo
Caudal afluente Caudal que chega a um ponto (num rio, estrutura ou reservatório)
Abastração Inicial (Ia) Ao considerar o escoamento superficial, “la” é toda a chuva antes do
escoamento começar. Ao considerar o escoamento directo, “la” consiste
em interceptação, evaporação e armazenamento de água no solo que deve
sair antes que o escoamento directo possa começar. Às vezes chamado de
"perda inicial".

Admissão/Entrada Estrutura para captar o caudal superficial concentrado. Pode estar


localizada ao longo da estrada, numa sarjeta, no eixo da rodovia ou no
campo
Eficiência da Proporção de caudal interceptado por uma entrada em relação ao caudal
Entrada/Admissão total
Tempo de entrada Tempo necessário para a água da chuva escoar desde o ponto mais
distante numa bacia de drenagem até ao ponto em que ela entra num
sistema de drenagem
Intensidade A quantidade de precipitação numa bacia hidrográfica, num período de
tempo, geralmente expressa em centímetros por hora
Intercepção Precipitação retida em folhas, ramos de plantas ou resíduos de plantas e
finalmente absorvida, evaporada ou sublimada. O que flui para pelo caule
da planta para o terreno é chamado de “caudal que escoa pelo caule” e
não é contado como verdadeira interceptação
Soleira Linha de fluxo em um canal transversal, tubo ou Aqueduto
Paredes Estructurais Obstrução alongada projectando-se para dentro de um rio, para controlar
a deposição e a erosão por deflexão de correntes e ondas. Ela pode ser
permeáveis ou impermeáveis
Tempo de Diferença de tempo entre o centróide do excesso de chuvas (aquela chuva
retardamento ou que produz escoamento) e a ponta do hidrograma de escoamento.
latência, TL Geralmente estimado em 60% do tempo de concentração (TL = 0.6Tc)

Aproveitamento da Classificação de terra. Cobertura, como plantações ou pastagens,


terra indicando um tipo de uso da terra; estradas também podem ser
classificadas como um uso separado da terra
Dique Aterro linear fora de um canal para contenção lateral do escoamento

xii
Erosão localizada Erosão num canal ou numa planície aluvial localizada em elementos
estructurais . A erosão é causada pela aceleração do escoamento e pelo
desenvolvimento de um sistema de vórtices induzido pela obstrução ao
escoamento
Manning's "n” Coeficiente de rugosidade, usado na fórmula para estimar a capacidade de
um canal de escoar água. Geralmente, os valores "n" são adoptados pela
inspecção do canal.
Curvas de Massa do Gráfico que mostra o volume acumulado do escoamento de águas pluviais
escoamento afluente em relação ao tempo para uma dada área de drenagem

Cheia Máxima É a maior cheia que pode ser razoavelmente esperada, levando em conta
Provável em conjunto as condições mais adversas relacionadas com a cheia com
base na localização geográfica, meteorologia e terreno.

Caudal Médio Diário Caudal médio durante um dia, geralmente dada em m3/s

Meandros Mudanças de direcção e sinuosidade do escoamento que são de carácter


sinuoso
Migração de um Canal Mudança na posição de um canal por erosão lateral de uma margem e
acréscimo simultâneo da margem oposta

Erosão Natural Erosão que ocorre ao longo de um troço de canal, devido a um escoamento
instável, sem causas externas

Nível Normal Nível da água que prevalece durante a maior parte dos anos
Perfil unidimensional Perfil estimado da superfície da água que acomoda um escoamento apenas
da superfície da água numa direcção de montante para jusante

Maré Alta Normal Linha na costa estabelecida pelas flutuações da água e indicada por
características físicas tais como demarcação clara e natural visível na
margem, banquetas, mudanças no tipo do solo, destruição da vegetação
terrestre, presença de lixo e detritos, ou outros meios apropriados que
considerem as características das áreas circundantes

Ponto de descarga Local ou estrutura no ponto onde ocorre a descarga drenada de um canal,
conduta ou dreno

Escoamento à Movimento superficial da agua que ocorre numa bacia em direcção à saída
superfície do terreno ou foz, sem se concentrar em regos e rios (muitas vezes sob a forma de
escoamento laminar)
Caudal de ponta Caudal máximo de descarga num hidrograma de escoamento
Percolação Movimento ou fluxo de água através dos interstícios ou poros de um solo
ou outro meio poroso. Usado alternadamente com infiltração

Permeabilidade Propriedade de um material que permite um apreciável movimento de água


através dele quando está saturado e o movimento é accionado por pressão
hidrostática da magnitude normalmente encontrada na água subterrânea
natural.
Rio Perene Rio ou troço de rio que flui continuamente por todo ou a maior parte do
ano
Terreno Permeável Solo contendo vazios através dos quais a água se move sob pressão
hidrostática
Precipitação Processo pelo qual a água no estado líquido ou sólido cai da atmosfera
Descarregador Aquele descarregador que transporta a água que entra numa alfufeira e
Principal toda a água de um caudal extremo que não passa pelo descarregador de
emergência
Excesso de Água disponível para o escoamento depois da subtração da intercepção,
Precipitação armazenamento de depressão e infiltração

xiii
Intensidade da Quantidade de precipitação que ocorre numa unidade de tempo,
Precipitação normalmente expressa em mm/h

Curva de vazão Representação gráfica que relaciona altura de água com caudal
Curso/Trecho Comprimento de uma linha da Agua ou vale, seleccionado para um
determinado estudo
Análise Regional Estudo regional de bacias hidrográficas com medições de caudal que gera
equações de regressão relacionando vários parâmetros hidrológicos e
climatológicos aos caudais. Usado para projectos em bacias hidrográficas
com características semelhantes sem medições de caudal
Propagação através Propagação do hidrograma de cheia de um através de uma albufeira
de albufeira
Reservatório
Retardamento Estrutura projectada para diminuir a velocidade e reter o material solido.
As estruturas deste tipo são estruturas permeáveis construídas
habitualmente paralelas e ao longo de sopé de talude

Revestimento Protecção rígida ou flexível colocada numa margem ou aterro como


protecção contra escavação e erosão lateral

Enrocamento Pedras soltas colocadas em conjunto ao longo das margens e leito de um


canal para prevenir a erosão e escavação

Declive transversal da Declives transversais e/ou superelevações descritas pela geometria da


estrada faixa de secção da via. Geralmente fornecido para facilitar a drenagem e/ou resistir
rodagem à força centrífuga
Rugosidade Medida estimada da textura nos perímetros de canais e condutas.
Geralmente representado pelo coeficiente "n-valor" usado na equação de
escoamento de Manning
Escoamento Parte da precipitação que escorre à superfície numa bacia de drenagem,
depois de subtraídas todas as abstracções

Coficiente de Factor que representa a porção do escoamento resultante de uma unidade


escoamento de precipitação. Dependente do terreno e da topografia

Solo saturado Solo que tem os seus interstícios ou espaços vazios cheios de água até ao
ponto em que ocorre o escoamento

Erosão Resultado da acção erosiva da água corrente, escavação e transporte de


material do leito e margens de rios

Sedimentação Deposição de partículas de solo que foram transportadas pelas águas das
cheias.
Bacia de Bacia ou tanque em que a água pluvial contendo sólidos sedimentáveis é
Sedimentação retida para remoção por gravidade ou filtração de uma parte da matéria
suspensa
Oblíquo Medida do ângulo de enviesado

Assimetria Quando os dados são registados numa curva no papel log-normal, a


curvatura é a assimetria
Intradorso O interior do topo do aqueduto ou tubo de drenagem
Porosidade do solo Percentagem do volume do solo (ou rocha) que não é ocupado por
partículas sólidas, incluindo todo o espaço de poros preenchido com ar e
água
Armazenamento de Quantidade de água que os solos (incluindo formações geológicas) de uma
Água do Solo bacia hidrográfica armazenam num determinado momento. As
quantidades variam de bacias hidrográficas para bacias hidrográficas. A
quantidade para uma determinada bacia hidrográfica varia continuamente
conforme ocorre a percipitação ou a evapotranspiração
Esporão Estrutura, permeável ou impermeável, projectando-se para dentro do
canal, a partir da margem com a finalidade de alterar a direcção do fluxo,
induzindo deposição ou reduzindo a velocidade de fluxo ao longo da
margem

xiv
Dique esporão Dique colocado num ângulo para a estrada com o propósito de alterar as
características de erosão devido ao escoamento à saída de uma estrutura
de drenagem. Frequentemente usado em encontros de pontes

Nível Altura da superfície da água num ponto determinado.


Relação de nível- Correlação entre os caudais e as correspondentes elevações da superfície
caudal da água.

Bacia de Dissipação Reduz a velocidade de escoamento e energia de transporte à saída de uma


estrutura
Dreno de águas Elemento de transporte de água pluvial (secundários, principais, tubos) de
pluviais um sistema de drenagem de águas pluviais, que se estende desde as
entradas até às saídas
Duração da chuvada Período ou duração entre o inicio e o fim da precipitação .
Contracção/ Vazão Estreitamento da via fluvial natural. Geralmente em referência a uma
por Constracção estrutura de drenagem instalada no aterro de uma estrada

Troço de rio Troço do canal de um rio seleccionado para uso em cálculos hidráulicos ou
outros
Entradas Submersas Entradas de aquedutos que tenham uma altura a montate superior a 1,2
*D
Saídas Submersas Saídas submersas são aquelas saídas de aquedutos que têm uma elevação
de água a jusante superior ao intradorso do aqueduto.

Cheia extraordinária Cheia usada para avaliar os efeitos de um evento raro de ocorrência de
caudal.

Escoamento Precipitação total menos intercepção, evaporação, infiltração e


superficial armazenamento de superfície, e que se move através da superfície do solo
para um riacho ou depressão
Armazenamento de Águas pluviais contidas em depressões superficiais ou bacias
Superfície
Água superficial Água que aparece à superfície em estado difuso, sem fonte permanente de
abastecimento ou desenvolvimento regular por um tempo considerável; é
diferente da água que aparece em cursos de água, lagos ou lagoas

Hidrógrafo Sintético Gráfico desenvolvido para uma área de drenagem sem medições de
caudal, com base nas características físicas conhecidas da bacia
hidrográfica. Um hidrograma determinado a partir de fórmulas empíricas
Nível de jusante Profundidade do escoamento imediatamente a jusante de uma instalação
de drenagem. Muitas vezes calculado para o escoamento natural sem a
contração provocada pela estrada. O termo é geralmente usado no
projecto de aquedutos e é a profundidade medida desde a linha de
escoamento a jusante do aqueduto até a superfície da água.

Talvegue Linha que conecta os pontos mais baixos ao longo do leito de um canal
onde se processa o escoamento. A linha não inclui depressões localizadas

Tempo de Tempo que leva a água do ponto mais distante (hidraulicamente) até
Concentração, Tc atingir a saída de bacia hidrográfica. Tc varia, mas é frequentemente usado
como constante
Força de Tracção Força exercida pela passagem da água na berma do rio, que tende a
arrastar as partículas no sentido do escoamento,, expresso como força por
unidade de área
Tempo de percurso Tempo médio para a água escoar ao longo de um troço ou outro rio ou
comprimento do vale
Tributários Rios que compõem um sistema hidrográfico
Estações sem medição Locais onde não há registo sistemático de caudais
de caudal
Escoamento Uniforme Escoamento que apresenta secção transversal e velocidade média
constantes e através de um troço de canal durante um intervalo de tempo
ou duração

xv
Unidade Hidrográfica Hidrograma de escoamento directo resultante de 1 centímetro de chuva
efectiva gerada uniformemente sobre a área da bacia, durante um período
de tempo ou duração especificada.

Escoamento variável Escoamento que apresenta secção transversal e velocidade média


variáveis através de um troço de canal, durante um intervalo de tempo ou
duração.
Curso de água Canal por onde ocorre o escoamento de água, de forma contínua ou
intermitentemente, com algum grau de regularidade

Bacia hidrográfica Divisor que separa as bacias de captação


Nível freático ou nível Superfície superior que delimita a zona de saturação, excepto quando tal
da água superfície delimita um corpo impermeável (nível freático suspenso)

Descarregador Escoamento em superfície livre sobre uma superfície de controlo, que tem
medidor de caudal uma relação entre altura da água e caudal escoado

Poços Escavação vertical de pequena profundidade, geralmente munida de um


tubo perfurado ou com ranhuras, revestido de material agregado
seleccionado.

Perímetro Molhado Comprimento da fronteira sólida no contorno, sobre a qual a água flui num
canal ou aqueduto, medido na direcção perpendicular ao escoamento

xvi
Índice
Preâmbulo ............................................................................................................................................ i
Prefacio ........................................................................................................................................... ii
Agradecimentos ..................................................................................................................................... iii
Abreviaturas .......................................................................................................................................... iv
Glossário de Termos .............................................................................................................................. vi
Lista de Tabelas ................................................................................................................................... xxiii
Lista de Figuras..................................................................................................................................... xxv
1. Introdução ......................................................................................................................... 1
1.1 Objectivo .................................................................................................................................. 1
1.2 Etapas de Dimensionamento ................................................................................................... 2
1.2.1 Cumprindo com as Políticas Nacionais de Drenagem ................................................... 2
1.2.2 Colecta de Dados ........................................................................................................... 2
1.2.3 Análise Hidrológica ........................................................................................................ 2
1.2.4 Projecto de Drenagem ................................................................................................... 2
1.2.5 Resiliência Climática ...................................................................................................... 2
1.2.6 Apêndices ...................................................................................................................... 2
2. Política de Drenagem e Planeamento ............................................................................... 3
2.1 Geral ......................................................................................................................................... 3
2.2 Estradas e Drenagem................................................................................................................ 3
2.3 Governação, Normas e Políticas ............................................................................................... 3
2.4 Política Ambiental de Moçambique ......................................................................................... 4
3. Colecta de Dados Hidrológicos.......................................................................................... 5
3.1 Selecção do Sistema/ Estrutura de Drenagem ......................................................................... 5
3.2 Requisitos Específicos de Dados para Projecto de Drenagem ................................................. 5
3.3 Procedimentos da Colecta de Dados........................................................................................ 7
3.3.1 Estudos Teóricos ............................................................................................................ 7
3.3.2 Dados para Projectos Hidrológicos ................................................................................ 8
3.4 Dados para Modelação Hidraúlica ......................................................................................... 14
3.4.1 Selecção do Troço do Rio............................................................................................. 15
3.4.2 Procedimentos Padrão para Levantamento Topográfico............................................ 17
3.5 Avaliação dos Dados Recolhidos no Campo ........................................................................... 19
3.6 Avaliação dos Dados ............................................................................................................... 20
4. Hidrologia ........................................................................................................................ 21
4.1 Introdução .............................................................................................................................. 21
4.2 Informação Hidrológica .......................................................................................................... 21
4.3 Considerações sobre Projectos Hidrológicos ......................................................................... 23
4.3.1 Factores que Afectam o Escoamento .......................................................................... 23

xvii
4.4 Parâmetros Determinantes do Projecto Hidrológico ............................................................. 26
4.4.1 Frequência de Projecto e de Verificação/Período de Retorno .................................... 26
4.5 Métodos de Análise Hidrológica............................................................................................. 28
4.5.1 Fluxograma dos Procedimentos de Análise Hidrológica ............................................. 29
4.6 Determinação do Tempo de Concentração ........................................................................... 30
4.6.1 Cálculo do Tempo de Concentração para Escoamento à Superfície do Terreno ........ 31
4.6.2 Cálculo do Tempo de Concentração para Cursos de Água Definidos.......................... 31
4.7 Determinação do Caudal de Ponta de Cheia de Projecto ...................................................... 33
4.7.1 Método Racional ......................................................................................................... 33
4.7.2 Hidrograma Unitário SCS ............................................................................................. 39
4.7.3 Análise Estatística de Dados Hidrométricos ................................................................ 48
4.7.4 Método de Propagação do Hidrograma de Cheia ....................................................... 51
4.7.5 Métodos de Regressão Regionais ................................................................................ 52
4.7.6 Áreas Geográficas Hidrologicamente Homogéneas .................................................... 52
4.7.7 Métodos e Equações de Regressão ............................................................................. 52
5. Projecto Hidráulico e Estrutural de Canais Abertos ........................................................ 54
5.1 Tipo de Escoamento ............................................................................................................... 55
5.2 Determinação dos Parâmetros do Escoamento em Canal usando a Equação de Manning .. 56
5.2.1 Selecção de valor de Manning ‘n’ ................................................................................ 58
5.2.2 Capacidade de Vazão de um Canal .............................................................................. 62
5.3 Análise Hidraúlica ................................................................................................................... 64
5.3.1 Métodos de Análise Hidraúlica .................................................................................... 64
5.3.2 Método de Análise de Secção Constante (Método de Área-Declive) ......................... 64
5.3.3 Análise de Step-Backwater .......................................................................................... 66
5.3.4 Aplicação de Software em Dimensionamento Hidraúlico ........................................... 68
5.3.5 Fenómeno de Retorno ................................................................................................. 69
5.3.6 Propagação de Água com Sedimentos ........................................................................ 69
5.4 Considerações de Projecto para Canais Abertos: ................................................................... 70
5.5 Procedimentos para Projecto de Canais ................................................................................ 70
5.5.1 Natural/Canais fluviais ................................................................................................. 70
5.5.2 Critérios de Projecto para Canais Fluviais ................................................................... 71
5.5.3 Padrões de Projecto de Drenagem da Estradas .......................................................... 72
5.5.4 Procedimentos de Projecto para Canais de Drenagem de Estradas (Artificiais)/Drenos
75
5.5.5 Aspectos Técnicos de Canais Laterais.......................................................................... 78
6. Dimensionamento de Aquedutos e Pequenas Estruturas de Drenagem ....................... 80
6.1 Tipos de Aquedutos ................................................................................................................ 80
6.2 Informações Necessárias para o Dimensionamento de Aquedutos ...................................... 80

xviii
6.3 Aspectos Importantes a Considerar no Dimensionamento de Aquedutos ............................ 81
6.4 Projecto Hidráulico de Aquedutos ......................................................................................... 81
6.4.1 Padrões de Projecto Hidraúlico dos Aquedutos .......................................................... 82
6.4.2 Métodos Empíricos para o Dimensionamento Hidráulico de Aquedutos ................... 83
6.4.3 Método Análitico para Projecto Hidraúlico de Aquedutos ......................................... 88
6.4.4 Cálculo da Velocidade à Saída do Aqueduto e Determinação da Necessidade de
Protecção do Canal ....................................................................................................................... 92
6.4.5 Tratamento Final de Aquedutos .................................................................................. 93
6.4.6 Especificações para Velocidades Permitidas a Jusante de Aquedutos ....................... 94
6.4.7 Directrizes sobre Dimensionamento de Enrocamentos .............................................. 94
6.4.8 Limitações de Projecto ................................................................................................ 95
6.5 Projecto Estrutural de Aquedutos .......................................................................................... 96
6.5.1 Carga ............................................................................................................................ 97
6.5.2 Disposição Geral da Estrutura dos Aquedutos ............................................................ 98
6.5.3 Especificações do Projecto Estrutural para Elementos de Aqueduto ......................... 99
6.5.4 Especificações de Projecto para Aquedutos Constituidos por Condutas Circulares 100
6.5.5 Especificações de Projecto para Aquedutos em Caixão (Box Culverts).................... 101
6.5.6 Dimensionamento de Aquedutos em Capacete- Manual de (Shelverts) ................. 107
6.5.7 Bacias de Alagamento............................................................................................... 114
7. Projecto Hidraúlico de Pontes ....................................................................................... 115
7.1 Elementos-Chave do Projecto Hidraúlico de Pontes ............................................................ 115
7.2 Padrões e Especificações de Projecto Hidraúlico de Pontes ................................................ 116
7.3 Critérios de Projecto Hidraúlico de Pontes .......................................................................... 117
7.3.1 Critério Geral ............................................................................................................. 117
7.4 Procedimento de Projecto Hidraúlico de Pontes ................................................................. 118
7.4.1 Directrizes de Selecção e Orientação da Localização da Ponte................................. 118
7.4.2 Processo do Projecto Hidraúlico de Pontes – Abordagem Passo a Passo ................. 118
7.5 Projecto Hidraúlico para Pontes de Pequeno e Médio Porte .............................................. 120
7.5.1 Processo de Dimensionamento ................................................................................. 120
7.5.2 Métodos de Projecto Hidraúlico................................................................................ 121
7.5.3 Método Análitico Manual .......................................................................................... 121
7.5.4 Cálculo da Capacidade de Descarga para Pontes Pequenas a Médias ...................... 122
7.6 Análise Hidraúlica e Projecto para Pontes Médias e Grandes ............................................. 124
7.6.1 Projecto Hidraúlico Usando Software Informático.................................................... 126
7.6.2 Método de Modelagem Computacional em Pontes ................................................. 129
7.6.3 Critérios de Modelagem Hidraulica e Selecção ......................................................... 130
7.6.4 Identificção e Selecção das Condições da Fronteira do Modelo ............................... 134
7.6.5 Programas de Computador ....................................................................................... 135

xix
7.6.6 Modelagem Física ...................................................................................................... 135
7.7 Assoreamento e Erosão da Ponte ........................................................................................ 135
7.7.1 Determinação do Movimento Incipiente .................................................................. 135
7.7.2 Tipos de Erosão.......................................................................................................... 138
7.7.3 Abordagem Passo a Passo para Métodos de Análise de Erosão ............................... 138
7.7.4 Mudanças de Perfil a Longo Prazo............................................................................ 139
7.7.5 Determinação da Erosão a Longo Prazo ( Alterações na Forma do Plano) ............... 140
7.7.6 Determinação da Erosão Geral de Curto Prazo nos Canais ....................................... 140
7.7.7 Movimento Lateral de Rios........................................................................................ 143
7.7.8 Determinação da Erosão Local .................................................................................. 150
7.7.9 Ocorrência de Materias que Naturalmente são Resistentes à Erosão ...................... 154
7.7.10 Erosão para Fundações Complexas de Pilares .......................................................... 154
8. Formação Fluvial/Canal e Protecção de Erosão ............................................................ 165
8.1 Potenciais Problemas ........................................................................................................... 165
8.2 Determinação de Medidas de Mitigação Apropriadas......................................................... 166
8.3 Projecto de Protecção dos Rios ............................................................................................ 167
8.3.1 Considerações Gerais Sobre as Contramedidas ou a Mitigação das Infraescavações̸ ....
................................................................................................................................... 168
8.3.2 Principio FHWA Recomendado em Projectos de Mitigação de Infraescavações nas
Pontes ................................................................................................................................... 168
8.3.3 Estruturas de Protecção dos Rios .............................................................................. 169
8.3.4 Projecto de Esporas ou Diques e Esporões ............................................................... 169
8.3.5 Dimensionamento das Bermas(Talude Guia) ............................................................ 172
8.3.6 Diques e Bancos Marginais ........................................................................................ 174
8.3.7 Dimensionamento de Taludes ou Bancos de Solos Inclinados e Sua Protecção ....... 174
8.3.8 Projecto de Protecção Contra a Erosão dos Taludes, Diques e Ilhas ........................ 175
9. Projecto de Drenagem das Águas Pluviais .................................................................... 179
9.1 Colecta das Águas Pluviais .................................................................................................... 179
9.2 Transporte das Águas Pluviais .............................................................................................. 180
9.3 Processo de Projecção de Drenagem das Águas Pluviais ..................................................... 180
9.3.1 Revisão de Informações Relevantes Sobre o Projecto .............................................. 181
9.4 Projecto Hidrológico de Drenagem das Águas Pluviais ........................................................ 181
9.5 Capacidade Hidraúlica .......................................................................................................... 182
9.5.1 Valores Mínimos ........................................................................................................ 183
9.6 Dimensões de Canais de Drenagem e Espaçamento de Saídas e Entradas Raladas ........... 184
9.6.1 Dimensionamento de Canais de Drenagem .............................................................. 184
9.6.2 Escoamento em calhas/lancis, canais em L e Medianas ........................................... 184
9.6.3 Espaçamento das Saídas e Entradas Raladas ............................................................ 188
9.6.4 Hidroplanagem .......................................................................................................... 192

xx
9.7 Programas Cumputarizados ................................................................................................. 193
9.8 Projecto Estrutural das Estruturas de Drenagem de Àguas Pluviais para Superfícies de
Estradas ........................................................................................................................................... 193
10. Projecto de Dissipadores de Energia e Protecção Contra a Erosão .............................. 197
10.1 Padrões para a Dissipação de Energia .................................................................................. 197
10.2 Projecto para Mitigação da Infraescavação na Saída do Aqueduto ..................................... 197
10.2.1 Determinação de Condições de Saída do Escoamento de Aquedutos...................... 197
10.2.2 Estimativa da Abertura de Infraescavação ................................................................ 198
10.2.3 Projecto de Dissipadores Internos de Energia ........................................................... 201
10.2.4 Projecto de Dissipadores Externos ............................................................................ 202
10.2.5 Projecto de Bacia de Dissipação em pedra Arrumada .............................................. 208
10.2.6 Dissipador de Energia Tipo Ressalto Hidráulico ........................................................ 209
10.2.7 Controlo da Erosão nas Drenagens ........................................................................... 211
11. Drenagem Sub-superficial ............................................................................................. 213
11.1 Fontes de Humidade da Subsuperficie ................................................................................. 213
11.2 Príncipios do Projecto de Drenagem Subterrânea ............................................................... 213
11.3 Aproximando Passo a Passo ao Projecto de Drenagem Subterrânea .................................. 214
11.4 Estudo de Gabinete .............................................................................................................. 215
11.5 Reconhecimento................................................................................................................... 216
11.6 Testes de Campo e Laboratório............................................................................................ 217
11.7 Determinação da Permeablidade ......................................................................................... 219
11.7.1 Cálculo de Permeabilidade Usando a Lei de Darcy ................................................... 219
11.7.2 Método Directo ......................................................................................................... 222
11.8 Drenabilidade ....................................................................................................................... 224
11.9 Capillaridade ......................................................................................................................... 225
11.10 Determinação dos Factores-Chave para o Projecto da Drenagem Subterrânea ................. 225
11.11 Projecto de Drenagem Subterrânea ..................................................................................... 226
11.12 Projecto de Estruturas de Drenagem Subterrânea .............................................................. 226
11.12.1 Tipos de Sistemas de Drenagem Subterrânea ........................................................... 227
11.12.2 Drenos Interceptores ................................................................................................ 228
11.12.3 Drenos Longitudinais ................................................................................................. 230
11.12.4 Drenos Transversais e Horizontais ............................................................................ 231
11.12.5 Medianas ................................................................................................................... 232
11.12.6 Drenagem Encamisada .............................................................................................. 233
11.12.7 Sistemas de Poços ..................................................................................................... 235
11.13 Especificações para Materiais de Filtro ................................................................................ 237
11.13.1 Especificações para Materiais Filtrantes Naturais ..................................................... 237
11.13.2 Especificações de Projecto para Drenagem e Filtração em Massas de Solo Coesivos ....
................................................................................................................................... 238

xxi
11.13.3 Especificações para Solos Coesivos ........................................................................... 238
11.14 Materiais Artificiais/Sintéticos- Geotêxteis .......................................................................... 239
12. Resiliência e Adaptação Climática ................................................................................. 240
12.1 Introdução ............................................................................................................................ 240
12.2 Factores de Mudança Climática ........................................................................................... 240
12.3 Riscos Climáticos e de Engenharia ....................................................................................... 241
12.4 Desenvolvendo Infraestruturas Resilientes ao Clima ........................................................... 243
12.4.1 Risco Nacional e Vulnerabilidade das Infra-estruturas Rodoviarias .......................... 244
12.4.2 Projecção de Infraestruturas Resilientes às Alterações Climáticas ........................... 246
12.4.3 Resiliência do pavimento contra a Perda de Resistência⁰⁰Submersos ..................... 246
12.4.4 Resiliência de Pavimentos Contra Danos e Arrastamentos....................................... 247
12.4.5 Resiliência da Estruturas de Drenagem Contra Danos e Lavagens/Arrastamentos / ....
................................................................................................................................... 248
12.4.6 Aprimoramento da Resiliência para Pavimentos e Estruturas de Drenagem Existentes
................................................................................................................................... 250
12.4.7 Custo/ Análise de Benefício ....................................................................................... 251
13. Começo a Partir dos Padrões ........................................................................................ 252
13.1 Procedimento ....................................................................................................................... 252
14. Referências .................................................................................................................... 255
Apêndice A Curvas IDF para Moçambique ....................................................................................... 257
Apêndice B Zonas de Precipitação em Moçambique ....................................................................... 271
Apêndice C Mapas de Zonas de Vulnerabilidade em Comunidades e Principais Centros Urbanos 274
Apêndice D Mapa de Solos de Moçambique .................................................................................... 275
Apêndice E Processo de Construção de Shelvetes/Aqueduto de Meia Lua..................................... 277
Apêndice F Escoamento Rural Pelo Método Racional – Exemplo Pratico ....................................... 278
Apêndice G Exemplo de Escoamento Rural Pelo Método SCS – Exemplo Práctico ......................... 282
Apêndice H Método de Direccionamento da Inundação-Exemplo Práctico .................................... 286
Apêndice I Projecto de Canais Abertos – Exemplo Práctico ........................................................... 291
Apêndice J Projecto Hidráulico de Pontes –Exemplo Práctico ........................................................ 298
Apêndice K Cálculos da Infraescavação na Ponte - Exemplo Práctico ............................................. 303
Apêndice L Aproximação da Abertura de Infraescavação Usando HY-8, V7.2 -Exemplo Práctico .. 309
Apêndice M Projecto de Protecção com Rip-Rap Contra a Erosão em Drenos - Exemplo Práctico .. 312
Apêndice N Projecto de Drenagem Subterrânea-Cálos de Caudal -Exemplo Práctico ..................... 313

xxii
Lista de Tabelas
Tabela 3-1 Requisitos de Dados para Estruturas de Drenagem .................................... 6
Tabela 3-2 Documentos de Estudo de Gabinete e Respectivas Fontes .......................... 7
Tabela 4-1 Parâmetros Hidrológicos ....................................................................... 22
Tabela 4-2 Padrões para os Períodos de Retorno do Projecto (Anos) .......................... 27
Tabela 4-3 Aplicações e Limitações dos Métodos de Estimativa de Caudais de Cheia .... 28
Tabela 4-4 Coeficiente de Escoamento Recomendados de aAcordo com o Tipo de Terreno
e de Solo ........................................................................................................... 35
Tabela 4-5 Coeficiente de Escoamento Recomendado para Vários Usos Seleccionados da
Terra ................................................................................................................. 35
Tabela 4-6 Coeficientes para Análise de Escoamento Composto ................................ 35
Tabela 4-7 Factores Hidrológicos de Frequência (Cf) para Diferentes Períodos de Retorno
......................................................................................................................... 36
Tabela 4-8 Coeficiente C de Escoamento Recomendado para Bacias Rurais ................. 36
Tabela 4-9 Números de Curvas de Escoamento (CN) para Grupos de Solo - Áreas
Urbanas1 ............................................................................................................ 43
Tabela 4-10 CN Para Terras Agrícolas Cultivadas1 .................................................... 44
Tabela 4-11 Grupos de Solos em Terras Agrícolas ................................................... 45
Tabela 4-12 Valores CN para Terras Áridas e Semiáridas .......................................... 46
Tabela 4-13 Conversão de CN Médio para a Condição de CN Seco e Húmido CN .......... 46
Tabela 4-14 Grupos de Precipitação para Condição Precedente de Humidade no Solo... 47
Tabela 4-15 Coeficientes para o Cálculo do Caudal de Ponta Pelo Método SCS ............ 48
Tabela 4-16 Extensão Mínima Recomendada de Registos Hidrométricos ..................... 50
Tabela 5-1 Valores do Coeficiente de Rugosidade ‘N’ (Escoamento Uniforme) ............. 59
Tabela 5-2 Coeficientes de Rugosidade de Manning (HEC-15) ................................... 62
Tabela 5-3 Velocidades da Água Admissíveis (m/s) em Drenagem Escavada de Uma
Estrada .............................................................................................................. 73
Tabela 5-4 Espaçamento Máximo de Sanjas ........................................................... 74
Tabela 5-5 Classificação de Coberturas Vegetais Quanto a Graus de Retardamento ..... 77
Tabela 5-6 Resumo da Tensão de Corte para Várias Medidas de Protecção ................. 78
Tabela 6-1 Coeficiente de Perda de Entrada em Aquedutos, Ke ................................. 90
Tabela 6-2 Valores Recomendados de Manning para Condutas .................................. 91
Tabela 6-3 Velocidades de escoamento Permitidas para diferentes Materiais à Saída do
Aqueduto ........................................................................................................... 94
Tabela 6-4 Especificações dos Aquedutos Circulares .............................................. 101
Tabela 6-5 Dimensões do Reforço Extra para o Muro de Testa ................................ 106
Tabela 6-6 Ângulo do Muro de Ala ....................................................................... 106
Tabela 6-7 Especificações de Betão ..................................................................... 106
Tabela 6-8 Dimensões Padrão de Grandes Aquedutos em Capacete (Shelverts) ........ 108
Tabela 6-9 Dimensões Padrão Para Pequenos Shelverts ......................................... 108
Tabela 7-1 Bordo Livre Permissível para Diferentes Caudais de Cheia para Pontes Médias
a Pequenas....................................................................................................... 122
Tabela 7-2 Valores de ‘Co’ e ‘e’ na Fórmula do Orifício ........................................... 124
Tabela 7-3 Aplicação de Modelos Unidimensional e Bidimensional ............................ 130
Tabela 7-4 Factores Laterais Fs (Manual Sul-Africano 2006) ................................... 140
Tabela 7-5 Propriedades Físicas da Argila (Curtsey of South African Manual 2006) .... 141
Tabela 7-6 Factores para Cobrir a Altura do Média do Caudal (y) para a Altura Máxima do
Canal (Curtsey do Manual Sul-Africano de 2006) ................................................... 142
Tabela 7-7 Problemas Típicos Relacionados com a Erosão Que Podem Ser Encontrados
em Rios ........................................................................................................... 144
Tabela 7-8 Factor de Correcção K1, para Forma de Nariz de Pilar ............................. 152
Tabela 7-9 Factor de Correcção K2, para ângulo de ataque de vazão ........................ 152
Tabela 7-10 Factor de Correcção K3, para Condição de Leito ................................... 152
Tabela 7-11 Alturas Locais de Erosão em Pilares de Materiais Coesivos .................... 153
Tabela 7-12 Factores para Estimar a Altura De Erosão em Pilares e Obras de Construção
....................................................................................................................... 154

xxiii
Tabela 8-1 Especificações para Gabiões ............................................................... 178
Tabela 9-1 Mínima Inclinação Necessária para Garantir 0.9 M/S na Drenagem de Águas
Pluviais Completamente Cheia ............................................................................ 183
Tabela 9-2 ‘n’valores de Manning´s para as Calhas de Estradas e Pavimentos .......... 188
Tabela 10-1 Coeficientes para o Cálculo das Dimensões Usando a Equação 10-4 ...... 200
Tabela 10-2 Coeficientes, Cs, para a Inclinação do Aqueduto Usando Equação 10-4 .. 200
Tabela 10-3 Coeficiente, Ch, para as Saídas dos Aquedutos 1 ................................. 201
Tabela 10-4 Valores de PN em Diferentes Números de Froude ................................ 204
Tabela 10-5 Vo/VB Versus Número de Froude na Saida do Aqueduto (Adaptado de HEC-
14) .................................................................................................................. 207
Tabela 10-6 Ressaltos Hidráulicos Tipo ................................................................ 211
Tabela 10-7 Intervalos entre verificações da infraescavação ................................... 211
Tabela 11-1 Permeabilidade de Materiais de Filtro com Agregados de Tamanho Único
(TRH1, SA, 1994) .............................................................................................. 222
Tabela 11-2 Especificações para Drenagem e Filtração de Massas de Solos Coesivos . 238
Tabela 11-3 Especificações para Geotêxteis .......................................................... 239
Tabela F-1 Características da Área de Captação .................................................... 278
Tabela F-2 O Caudal de Pico ............................................................................... 281
Tabela G-1 Informações da Área de Captação ....................................................... 282
Tabela G-2 Características da Bacia ..................................................................... 283
Tabela G-3 Profundidade de 24 Horas de Precipitação da Região ............................. 285
Tabela G-4 Estimativa de Caudal de Pico .............................................................. 285
Tabela H-1 Tipos de Solo e Folha de Informação de Números de Curva, CN .............. 287
Tabela H-2 Números de Curva de Escoamento ...................................................... 288
Tabela H-3 Folha de Computação Para o Tc, Tempo de Concentração ..................... 289
Tabela H-4 Características da Sub-Bacia .............................................................. 289
Tabela I-1 Velocidade do Rio e a Taxa de Escoamento para Várias Profundidades ...... 294
Tabela J-1 Parâmetros Hidráulicos de Ponte Antes da Construção ............................ 299
Tabela J-2 Parâmetros de Escoamento de Ponte .................................................... 299
Tabela K-1 Detalhes da Secção Transversal 6.5 (Obtido apartir da Análise do HEC-RAS)
....................................................................................................................... 305
Tabela K-2 Profundidades de Infraescavação Calculadas ........................................ 308
Tabela L-1 Nível de Entrada e Nível de Saída ........................................................ 310

xxiv
Lista de Figuras
Figura 3-1 Limites do Estudo de Perfil .................................................................... 17
Figura 3-2 Exemplo de Espaçamento Entre Perfis Transversais.................................. 17
Figura 4-1 Ciclo Hidrológico .................................................................................. 21
Figura 4-2 Formato de Bacias Hidrográficas (Curtsey de Alan A. Smith Inc.) ............... 24
Figura 4-3 Fluxograma dos Procedimentos de Análise Hidrológica .............................. 30
Figura 4-4 Definição de Declive para o Escoamento Sobre a Superfície do Terreno ...... 31
Figura 4-5 Declive de Acordo com o Método da Área ponderada ................................ 32
Figura 4-6 Declive de Acordo com Serviço Geológico dos Estados Unidos ................... 32
Figura 4-7 Cálculo do Declive Médio do Canal Principal ............................................. 33
Figura 4-8 Curva Típica de Intensidade-Duração-Frequência de Precipitação ............... 38
Figura 4-9 Curva da Chuvada de Projecto de Tipo II ................................................ 41
Figura 4-10 Mapa de Precipitações de Moçambique.................................................. 53
Figura 5-1 Parâmetros Hidráulicos de Projecto ........................................................ 54
Figura 5-2 Termos na Equação de Energia (Fonte: R A Crowder FDG2 - Capítulo 7, 2009)
......................................................................................................................... 64
Figura 5-3 Determinação da Cota da Água para um Determinado Caudal (Q) .............. 65
Figura 5-4 Padrão do Perfil de Convergência do Cálculo da curva de Regolfo ............... 68
Figura 5-5 Ilustração da Situação Que Causa Retorno .............................................. 69
Figura 5-6 Ilustração da Disposição de Drenagem Lateral da Estrada ......................... 73
Figura 5-7 Disposição Esquemática da Sanja .......................................................... 74
Figura 6-1 Componentes de Aquedutos .................................................................. 83
Figura 6-2 Aquedutos Constituídos por Condutas Circulares Metálicos Corrugados (Tubo
Ármico). Altura Do Escoamento à Montante e Capacidade De Vazão do Aqueduto com
Controlo à Entrada (Adaptado de FHWA, 1998) ....................................................... 84
Figura 6-3 Aquedutos Constituídos por Condutas Circulares de Betão. Altura do
Escoamento à Montante e Capacidade De Vazão Do Aqueduto com Controlo à Entrada
(Adaptado de FHWA, 1998) .................................................................................. 85
Figura 6-4 Aquedutos Constituídos por Condutas Rectangulares ou Quadradas de Betão.
Altura do Escoamento à Montante E Capacidade de Vazão do Aqueduto com Controlo à
Entrada (Adaptado de FHWA, 1998) ...................................................................... 86
Figura 6-5 Determinação da Capacidade de Vazão E Dimensões de Aquedutos
(Zimbabwe, PARTE F) .......................................................................................... 87
Figura 6-6 Hidráulica de Aqueduto Com Escoamento Submerso com Controlo à Saída
(Austroads 1994) ................................................................................................ 89
Figura 6-7 Determinação de yo Para A Altura De Escoamento à Saída Abaixo do Topo da
Abertura (Adoptado de Ausroads) ......................................................................... 92
Figura 6-8 Determinação da H Para Nível Alto Nível de Escoamento à Saída (Adoptado de
Ausroads) .......................................................................................................... 92
Figura 6-9 Disposição Geral de Aquedutos ............................................................ 100
Figura 6-10 Elementos de Projecto Estrutural para Aquedutos - Vista Lateral ............ 100
Figura 6-11 Elementos de Projecto Estrutural para Aquedutos - Vistas Frontais ......... 101
Figura 6-12 Vista em Planta Mostrando a Disposição Geral de um Box Culvert oblíquo 102
Figura 6-13 Vista em Planta Mostrando o Reforço Principal e as Dimensões dos Muros de
Ala para o Box Culvert Oblíquo ........................................................................... 102
Figura 6-14 Detalhes do Reforço para o Vão do Box Culvert ................................... 103
Figura 6-15 Vista Lateral do Box Culvert .............................................................. 103
Figura 6-16 Secção Transversal do Box Culvert ..................................................... 103
Figura 6-17 Vista em Planta do Box Culvert sem Tabuleiro ..................................... 104
Figura 6-18 Secção Longitudinal do Box Culvert .................................................... 104
Figura 6-19 Detalhes das Juntas do Box Culvert, Drenagem Interna e Muros ............ 105
Figura 6-20 Detalhes das Juntas de Construção e Reforço ...................................... 105
Figura 6-21 Carga Permitida para Shelverts .......................................................... 109
Figura 6-22 Disposição Geral de Shelverts ............................................................ 110
Figura 6-23 Especificações de Projecto de Shelverts - Vista Posterior e Central ......... 110

xxv
Figura 6-24 Especificações de Projecto para Componentes Estruturais de Shelverts -
Plano de elevação, Recesso e Muro de Ala ............................................................ 111
Figura 6-25 Especificações de Projecto para Shelverts - Vista Lateral ....................... 111
Figura 6-26 Obras de Protecção Recomendadas para Shelverts ............................... 113
Figura 7-1 Configurações de Escoamento de Ponte e Bordo Livre (TRL ORN 9) .......... 121
Figura 7-2 Subdivisão da Secção Transversal de Escoamento/Rio para Análise .......... 123
Figura 7-3 Folha de Transmissão de Informação sobre Pontes Hidráulicas de Pontes para
Vazamento Através de Encontros ........................................................................ 127
Figura 7-4 Transmissão de Informação Hidráulica Para Encontros de Pontes Constituídos
de Parede Verticais ............................................................................................ 128
Figura 7-5 Secção Transversal de Modelo Unidimensional ....................................... 131
Figura 7-6 Esboço da Vista do Plano De Um Cruzamento de Ponte De Abertura Múltipla
....................................................................................................................... 131
Figura 7-7 Canal e Caudal da Planície de Inundação .............................................. 132
Figura 7-8 Exemplo do Modelo de Estudo dos Limites a Montante e Jusante (Fonte:
Hydraulic Design Series Number 7, 2012). ........................................................... 133
Figura 7-9 Perfil do escoamento com Incerteza das Condições de Fronteira a Jusante
(Fonte: Hydraulic Design Series Number 7, 2012). ................................................ 134
Figura 7-10 Diagrama Lui Modificado Mostrando as Relações para o Movimento
Incipiente (fonte: Manual de Projecto de Drenagem da África do Sul, 2006). ............ 136
Figura 7-11 Estabelecimento da Velocidade como uma Função da Dimensão do
Sedimento........................................................................................................ 137
Figura 7-12 Contração Longa no Escoamento de Sedimentos: Definição de Termos
(Fonte: Manual da África do Sul 2006) ................................................................. 146
Figura 7-13 Contração Longa em Caudal de Água Limpa: Definição de Termos (Fonte:
Manual da África do Sul 2006) ............................................................................ 147
Figura 7-14 Variável de Erosão de contração de Live–bed (Fonte: Hydraulic Design
Series Number 7, 2012) ..................................................................................... 148
Figura 7-15 Variável de Erosão de Contração de Água Limpa (Fonte: Hydraulic Design
Series Number 7, 2012). .................................................................................... 149
Figura 7-16 Erosão de Contração Vertical (Fonte: Hydraulic Design Series Number 7,
2012). ............................................................................................................. 149
Figura 7-17 As Principais Características que Formam o Campo de Escoamento em Pilar
Circular (NCHRP 2011a) ..................................................................................... 150
Figura 7-18 Componentes de Erosão de um Pilar Complexo .................................... 155
Figura 7-19 Índice de Erosão do Pilar Suspenso (Adoptado de Jones e Sheppard 2000)
....................................................................................................................... 156
Figura 7-20 Largura Equivalente do Maciço de Encabeçamento do Pilar (adoptado por
Jones e Sheppard 2000) .................................................................................... 158
Figura 7-21 Rácios de Velocidade e Altura para Sapata/Maciço de Encabeçamento
Exposto ........................................................................................................... 159
Figura 7-22 Largura Projectada de Estacas Em Caso Especial - a Largura Projectada é
Perpendicular ao Escoamento ............................................................................. 160
Figura 7-23 Largura Projectada das Estacas para o Caso Geral de Escoamento Oblíquo
....................................................................................................................... 161
Figura 7-24 Factor de Espaçamento de Estacas (Adoptado de Sheppard 2001) ......... 162
Figura 7-25 Factor de Ajuste para o Número de Estacas Alinhadas (Adoptado de
Sheppard 2001) ................................................................................................ 163
Figura 7-26 Factor de Ajuste de Altura Do Grupo de Estacas (Adoptado em Sheppard
2001) .............................................................................................................. 164
Figura 8-1 Especificações dos Esporões ................................................................ 169
Figura 8-2 Tipos de Esporas ............................................................................... 170
Figura 8-3 Especificações Gerais das Esporas, Diques e Esporões ............................ 171
Figura 8-4 Especificações da Secção Transversal Próxima da Corrente Principal do Rio
(Prevendo-Se o Galgamento ............................................................................... 171
Figura 8-5 Especificações da Secção Transversal Póximo dos Taludes (Corrente Baixa)
....................................................................................................................... 172

xxvi
Figura 8-6 Talude Guia Tipo (modificado de FHWA 1978) ....................................... 173
Figura 8-7 Especificações para os Taludes Guia ..................................................... 173
Figura 8-8 Especificações para o Projecto das Bermas ou Taludes ........................... 174
Figura 8-9 Talude Marginal ou Bancos de Solos ..................................................... 174
Figura 8-10 Banco inclinado e Obras de Proteção .................................................. 175
Figura 8-11 Protecção Contra a Erosão dos Taludes ou Bancos de Solos Naturais ...... 175
Figura 8-12 Protecção Contra a Erosão de Diques e Ilhas ....................................... 176
Figura 8-13 Especificações para as Dimensões do Material a Usar para a Pedra
Argamassada e Aarrumada ................................................................................. 176
Figura 8-14 Especificações para Gabiões e Sua Aplicação na Projecto ...................... 178
Figura 9-1 Secção típica da calha (Terceira edição da Circular de engenharia hidráulica
da FHWA nº 22) ................................................................................................ 185
Figura 9-2 Caudal em calhas Triangulares ............................................................ 186
Figura 9-3 Velocidade em Calhas Triangulares ...................................................... 187
Figura 9-4 Caudal Interceptado na Entrada Ralada na Condição de Depoósito ......... 189
Figura 9-5 Caudal Interceptado pela Abertura do Lancil com Depressão ................... 190
Figura 9-6 Lancil e Dreno Longitudinal Entalhado para a Intercepção Total ............... 191
Figura 9-7 Caudal Interceptado na Entrada do Dreno Entalhado .............................. 192
Figura 9-8 Especificações do Projecto para Canais em L ......................................... 194
Figura 9-9 Espercificações do Projecto para os Lancis ............................................ 194
Figura 9-10 ESpecificações do Projecto para Calhas Tipo A – Aplicado na obra .......... 195
Figura 9-11 Especificações para as Calhas Tipo B - unidades pré-fabricadas ............. 195
Figura 9-12 Especificações para as Cascatas ......................................................... 196
Figura 10-1 Abertura da Infraescavação na Saída do Aqueduto ............................... 199
Figura 10-2 Aumento da Rugosidade Hidráulica .................................................... 201
Figura 10-3 Dissipador de Energia de Escoamento Caudaloso Típico ........................ 202
Figura 10-4 Comporta Tipica ou Aqueduto com Bacia Reguladora/Tanque ................ 203
Figura 10-5 Bacia Reguladora com Terminal Rectangulares e Quadrados (H.L. Tiwari,
Arun Goel) ....................................................................................................... 204
Figura 10-6 Bacia Reguladora Tipo III (USBR) ...................................................... 205
Figura 10-7 Gancho Tipo do Dissipador de Energia na Bacia Referência: USDOT, FHWA,
HEC-14 (1983) ................................................................................................. 206
Figura 10-8 Detalhes de Referência para o Gancho Tipo de Dissipador de Energia na
Bacia: USDOT, FHWA, HEC-14 (1983) ................................................................. 207
Figura 10-9 Profundidade de Pedra Arrumada na Infraescavação ............................ 209
Figura 10-10 Ressalto hidráulico ......................................................................... 210
Figura 10-11 Configuração da Verificação da Infraescavação .................................. 212
Figura 10-12 Especificações do Projecto para a Verificação da Infraescavação .......... 212
Figura 11-1 Fontes da Humidade encontrada debaixo da Superficie do Sistema de
Pavimento (ERES, 1999) .................................................................................... 213
Figura 11-2 Instalação Típica de um Tubo de Suporte ........................................... 219
Figura 11-3 Medição de Permeabilidade, Lei de Darcy ............................................ 220
Figura 11-4 Diagrama dos Coeficientes de Permeabilidade ..................................... 221
Figura 11-5 Testes de Permeabilidade para Massas do Solo .................................... 223
Figura 11-6 Drenabilidade de Solos ..................................................................... 225
Figura 11-7 Secção Típica do Pavimento Betão Asfáltico ......................................... 227
Figura 11-8 Secção Típica do Paviamento não-Drenante e PCC ............................... 227
Figura 11-9 Secção Típica de Profundidade Complete e Betão Asfáltico .................... 227
Figura 11-10 Ilustração do Escoamento da Água Subterrânea ao Longo Duma Camada
Impermeável no Sentido de Descida para uma Estrada .......................................... 228
Figura 11-11 Ilustração do Efeito de um Dreno Interceptor na Redução da Cota do Lençol
Freático ........................................................................................................... 229
Figura 11-12 Dreno Interceptor Longitudinal Usado para Interromper a Infiltração e
Baixar o Lençol Freático ..................................................................................... 229
Figura 11-13 Drenos Longitudianais Simêtricos Usados para Baixar o Lençol Freático e
Recolher a Água A Infiltrar O Pavimento ............................................................... 229

xxvii
Figura 11-14 Instalação de Drenos Multíplos Interceptore para O Control da Água
Subterrânea. .................................................................................................... 230
Figura 11-15 Dreno Collector Longitudinal Usado para Remover Água Infilatrada na
Secção da Estrutura De Estrada .......................................................................... 230
Figura 11-16 Instalação de Dreno Longitudinal Multi-uso........................................ 231
Figura 11-17 Drenos Transversais nas Curvas Super Elevadas ................................ 232
Figura 11-18 Instalação de Drenos Interceptores nas Secções de Corte Com
Alinhamento Perpendicular ao S Contornos Existentes ........................................... 232
Figura 11-19 Dreno Subterrâneo Mediano ............................................................ 233
Figura 11-20 Aplicação de Mantas de Drenagem Horizontais ................................... 233
Figura 11-21 Aplicação de Protecção da Drenagem Horizontal ................................. 234
Figura 11-22 Protecção da Drenagem (Cunha) na Encosta de Corte Drenada Pelo Dreno
Colector Longitudinal ......................................................................................... 234
Figura 11-23 Protecção da Drenagem no Talude Lateral Exposto ao Dreno Colector ... 234
Figura 11-24 Uma Secção Tipica de Trincheira de Drenagem .................................. 235
Figura 11-25 Saida Típica do Dreno Subterrâneo ................................................... 235
Figura 11-26 Especificações para Drenagem e Filtração de Solos Coesivos ............... 239
Figura 12-1 Danos séveros devido a cheias .......................................................... 242
Figura 12-2 Inundação/Submersão de Infra-Estruturas .......................................... 242
Figura 12-3 Desenvolvimento de Infra-estrutura de Estradas Resilientes .................. 243
Figura 12-4 Zonas de Risco de Inundações em Moçambique ................................... 244
Figura 12-5 Mapas de Distritos Propensos a Inundacoes e Secas Severas( Moçambique)
....................................................................................................................... 245
Figura 12-6 Estrutura Monolítica - Aqueduto em caixão .......................................... 249
Figura 12-7 Ilustração de Paredes de Cortina Chave na Entrada e Saida de Aquedutos
....................................................................................................................... 250
Figura A-1 Curva IDF do Aeroporto ...................................................................... 257
Figura A-2 Curva IDF do Angoche ........................................................................ 257
Figura A-3 Curva IDF do Changalane ................................................................... 258
Figura A-4 Curva IDF do Chimoio ........................................................................ 258
Figura A-5 Curva IDF do Chokwe......................................................................... 259
Figura A-6 Curva IDF do Cuamba ........................................................................ 259
Figura A-7 Curva IDF do Inhambane .................................................................... 260
Figura A-8 Curva IDF do Inharrime ...................................................................... 260
Figura A-9 Curva IDF do Lichinga ........................................................................ 261
Figura A-10 Curva IDF do Lumbo ........................................................................ 261
Figura A-11 Curva IDF do Maniquenique .............................................................. 262
Figura A-12 Curva IDF do Manjacaze ................................................................... 262
Figura A-13 Curva IDF do Mavalane ..................................................................... 263
Figura A-14 Curva IDF do Marrupa ...................................................................... 263
Figura A-15 Curva IDF do Massingir ..................................................................... 264
Figura A-16 Curva IDF do Montepuez ................................................................... 264
Figura A-17 Curva IDF do Nampula ..................................................................... 265
Figura A-18 Curva IDF do Observatorio ................................................................ 265
Figura A-19 Curva IDF do Panda ......................................................................... 266
Figura A-20 Curva IDF do Pemba ........................................................................ 266
Figura A-21 Curva IDF do Praia ........................................................................... 267
Figura A-22 Curva IDF do Quelimane ................................................................... 267
Figura A-23 Curva IDF do Sussundenga ............................................................... 268
Figura A-24 Curva IDF do Tete ............................................................................ 268
Figura A-25 Curva IDF do Umbeluzi ..................................................................... 269
Figura A-26 Curva IDF do Macia .......................................................................... 269
Figura A-27 Curva IDF do Vilanculo ..................................................................... 270
Figura A-28 Curva IDF do Xai Xai ........................................................................ 270
Figura B-1 Mapas da Zonas de Precipitação em Moçambique .................................. 273
Figura C-1 Mapas de Zonas de Vulnerabilidade em Comunidades e Principais Centros
Urbanos ........................................................................................................... 274

xxviii
Figura D-1 Mapa de Solos de Moçambique ............................................................ 276
Figura E-1 Processo de Construção de Shelvetes/Aqueduto de Meia Lua ................... 277
Figura F-1 Área de Captação Ampla ..................................................................... 278
Figura F-2 Características da Bacia ...................................................................... 279
Figura F-3 Intensidade de Precipitação ................................................................. 280
Figura G-1 Área de Captação Estreita .................................................................. 282
Figure G-2 Características da Bacia ..................................................................... 283
Figura H-1 Resultado para uma Bacia Hidrográfica ................................................ 289
Figura H-2 Resultado Hidrográfico Combinado ...................................................... 290
Figura I-1 Dados do Canal Regular ...................................................................... 291
Figura I-2 Determinação da Elevação da Superfície/Profundidade ............................ 293
Figura I-3 Curva de Caudal do Estágio ................................................................. 295
Figure I-4 Dados de Rio com Seção Transversal Irregular ....................................... 295
Figura J-1 Vista a Montante da Ponte ................................................................... 298
Figura K-1 Vista Geral das Secções Transversais e o Posição da Ponte ..................... 303
Figura K-2 Montante e Jusante da Secção Transversal da Ponte Apartir da Análise pelo
HEC-RAS . ....................................................................................................... 304

xxix
1. Introdução
O presente manual fornece a orientação e informação para elaboração de projectos
detalhados de drenagem e infra-estrutura/sistemas com ela relacionados para as
estradas existentes e a construir em Moçambique. Existem 14 capítulos e 14 apêndices.
Foi elaborado um glossário de termos para dar um esclarecimento útil de conceitos e
definições apresentados no texto. É abordado neste manual o projecto estrutural de
alguns dos sistemas de drenagem. No entanto, os projectistas também devem consultar
os Detalhes tipo para Estradas e Pontes de modo a obter mais detalhes sobre o projecto
estrutural.
Reconhece-se que uma estrada requer um sistema de drenagem para lidar com o
escoamento de águas pluviais; portanto, o sistema de drenagem torna-se uma parte
importante e integrante do planeamento e projecto da infra-estrutura viária.
Para uma nova estrada, devem ser realizados projectos detalhados de hidrologia e
drenagem após seleccionar o alinhamento e completar o dimensionamento geométrico.
O projecto preliminar de hidrologia e drenagem é realizado no estágio de selecção do
alinhamento e estudo de viabilidade, que são detalhados no Manual de Investigação de
Campo. Enquanto se executa o projecto detalhado de hidrologia e drenagem, deve-se
fazer referência ao dimensionamento geométrico detalhado da estrada, quando já foram
identificados e especificados os locais e o posicionamento das estruturas e sistemas de
drenagem.
Esses elementos devem ser analisados cuidadosamente para determinar o seu impacto
nas estradas e nos caudais de cheia. Esta avaliação deve incluir impactos tanto a
montante como a jusante. Devido aos altos custos associados aos trabalhos de
drenagem, os aspectos de drenagem de um projecto devem ser colocados no topo da
hierarquia do processo de planeamento.
Para estradas existentes, deve ser feito um inventário das estruturas de drenagem
existentes e as suas capacidades de drenagem, antes de projectar novos sistemas de
drenagem.
É importante que os projectistas especifiquem, como parte do seu projecto, as formas
de organização da manutenção das estruturas e sistemas de drenagem. Desta forma, os
futuros requisitos de manutenção são incorporados nas etapas de planeamento e
dimensionamento para melhor preparar e equipar as autoridades rodoviárias para a sua
manutenção no futuro.

1.1 Objectivo
O principal objectivo do manual é fornecer orientações sobre a avaliação e
dimensionamento de drenagem de estradas a todas as autoridades rodoviárias e a todas
as entidades relevantes envolvidas no fornecimento, gestão e manutenção da drenagem
de estradas. Este manual não incorpora o dimensionamento de sistemas de drenagem
urbana. Os Projectistas devem consultar os manuais relevantes sobre drenagem urbana,
que podem ser obtidos nos municípios. No entanto, alguns aspectos de dimensionamento
apresentados neste manual podem ser aplicáveis ao dimensionamento de alguns
sistemas de drenagem urbana, dependendo da sua natureza e complexidade.
O manual descreve métodos de dimensionamento e disposições de drenagem
recomendadas para diferentes situações. Pretende-se que seja um manual de
dimensionamento abrangente de projectos de drenagem para estradas novas e critérios
e procedimentos para a reabilitação de estruturas de drenagem em estradas existentes.
Além de fornecer as melhores prácticas internacionais sobre métodos, abordagens e
padrões de dimensionamento, o manual inclui referências a outros documentos e
softwares para uma análise mais rigorosa de drenagem. Os projectistas de pontes e
drenagem precisam de orientação sobre o efeito das águas pluviais, cheias e mudanças
climáticas nas estruturas de drenagem e na estrada. Este manual fornece orientação

1
sobre projecto hidrológico e hidráulico e o dimensionamento estrutural de estruturas de
drenagem, excluindo pontes. O âmbito deste manual abrange apenas o HVR (estradas
de alto volume de tráfego) gerido pela ANE; no entanto, os conceitos são aplicáveis aos
LVRs (estradas de baixo volume de tráfego). Detalhes de projecto estrutural mais
abrangentes estão incluídos nos Detalhes Padrão de Estradas e Pontes e no Manual de
Especificações para Obras de Estradas e Pontes.

1.2 Etapas de Dimensionamento

1.2.1 Cumprindo com as Políticas Nacionais de Drenagem


As políticas de drenagem estão sujeitas a alterações, conforme as condições o exijam, e
o projectista deve consultar sempre as políticas e legislações mais actualizadas,
conforme detalhado no capítulo 2. É importante que o projecto de hidrologia e drenagem
esteja em conformidade com as políticas nacionais.

1.2.2 Colecta de Dados


Para elaborar o projecto, são necessários dados sobre parâmetros hidrológicos, como
precipitação, cheias históricas e parâmetros de drenagem, como caudais, perfis
transversais do rio. São detalhadas no capítulo 3 orientações sobre as fontes de dados,
colecta e seu processamento.

1.2.3 Análise Hidrológica


Isto envolve a estimativa e previsão de cheias através da análise de dados colectados
em relação aos parâmetros hidrológicos. A análise hidrológica é feita usando diferentes
métodos, como o método racional e o método SCS, com base em períodos de retorno
padrão atribuídos a vários sistemas de drenagem. Os resultados dessas análises são os
caudais de pico de cheia e as características do escoamento. A selecção de técnicas de
projecto e estruturas apropriadas depende dos resultados das análises hidrológicas.
Estas são explicados no Capítulo 4.

1.2.4 Projecto de Drenagem


Os valores de caudais de pico de cheia são usados para o projecto de estruturas e
sistemas de drenagem. Esses incluem:
1. Projecto Hidraulico e Estrutural de Canais Abertos (Capítulo 5)
2. Projecto de Aquedutos e de Pequenas Estruturas de Drenagem (Capítulo 6)
3. Projecto Hidráulico de Pontes (Capítulo 7)
4. Formacao Fluvial/Canal e Protecção contra Erosão (Capítulo 8)
5. Projecto de Drenagem das Aguas Pluviais (Capítulo 9)
6. Projecto de Dissipadores de Energia e Protecção contra Erosão (Capítulo 10)
7. Projecto de Drenagem Sub-superficial (Capítulo 11)
8. Resiliência Climática (Capítulo 12)

1.2.5 Resiliência Climática


Para áreas de alto risco de inundação, recomenda-se incluir no projecto o estudo dos
efeitos de mudanças climáticas. O Capítulo 12 fornece orientação para projectar infra-
estruturas resilientes ao clima.

1.2.6 Apêndices
Estão incluídos Apêndices que fornecem informações adicionais, incluindo exemplos
Practicos.

2
2. Política de Drenagem e Planeamento

2.1 Geral
O presente capítulo fornece orientação sobre a avaliação e gestão dos impactos que os
projectos rodoviários podem ter sobre o ambiente aquático. Trata dos possíveis impactos
na qualidade dos corpos de água e na hidrologia existente das bacias através das quais
passam as estradas. Além disso, quando a estrada passa por áreas construídas e terras
privadas, pode haver problemas na drenagem da água da estrada.
A experiência na área do projecto é o melhor indicador de problemas de manutenção, e
entrevistas com o pessoal de manutenção podem ser extremamente úteis na
identificação de possíveis problemas de drenagem.
A referência à manutenção de estradas e a relatórios de cheias, levantamentos de danos
e entrevistas a residentes pode ser útil na avaliação de possíveis problemas de
manutenção.
Muitas vezes, as inundações podem ser evitadas e os seus impactos podem ser evitados
ou reduzidos através de um bom planeamento e gestão. Todas as formas de inundação
e o seu impacto no ambiente natural e construído devem ser todas consideradas na fase
de planeamento. O governo atribui grande importância à gestão do risco de inundação
no processo de planeamento e levando em conta as mudanças climáticas. Para atingir
esses objectivos, o governo estabelece padrões para a protecção do ambiente aquático
e aprovou leis para evitar sua degradação.

2.2 Estradas e Drenagem


As estradas são projectadas para drenar livremente de modo a impedir acumulação de
água parada na faixa de rodagem, evitando inundações. Contaminantes depositados na
superfície da estrada são rapidamente removidos durante a chuva. Onde os níveis de
tráfego são altos, o nível de contaminação aumenta e, portanto, o potencial de danos
inaceitáveis causados à água receptora também aumenta. Embora haja muitas
circunstâncias em que o escoamento das estradas provavelmente não tenha efeito
perceptível, uma abordagem de precaução e boas práticas indica a necessidade de
avaliar o possível impacto das descargas das estradas.

2.3 Governação, Normas e Políticas


Pelas razões acima expostas, os governos nacionais insistem na necessidade de
procedimentos para evitar ou minimizar esses impactos. Leis ou políticas que regem os
corpos de água, cheias, erosão e sedimentação, meio ambiente, impactos de poluição
causados por derramamentos ou distribuição de água podem mudar de tempos em
tempos, portanto os projectistas devem consultar as orientações relevantes ou
documentos de políticas do governo e aderir a estes nas seguintes etapas de um
projecto:
1. Fase conceptual
2. Estudo de viabilidade
3. Fase de Selecção do alinhamento
4. Fase do Projecto Preliminar
Durante a fase de projecto detalhado, é importante que todas as medidas correctivas e
planos de gestão propostos durante as fases acima descritas sejam incorporados e os
impactos sejam abordados ou minimizados. Algumas das políticas nacionais relevantes
estão descritas nas secções subsequentes.

3
2.4 Política Ambiental de Moçambique
As políticas nacionais e os quadros legais descrevem que características são importantes
para avaliar e identificar a magnitude e a gravidade dos impactos ambientais. O
desenvolvimento de projectos rodoviários está sujeito a regulamentos ambientais, de
acordo com a Lei Ambiental de Moçambique (Decreto 20/1997) e os Regulamentos do
Estudo de Impact Ambental (Decreto n.º 54/2015, de 31 de Dezembro).
O Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) implementa a
política ambiental através das seguintes instituições:
1. Inspecção da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural;
2. Direcção Nacional do Desenvolvimento Rural;
3. Direcção Nacional de Florestas;
4. Direcção Nacional do Ambiente:
5. Direcção Nacional de Terras;
6. Direcção Nacional de Reassentamento e Ordenamento Territorial;
7. Centro Nacional de Cartografia e Teledetecção (CENACARTA);
8. Instituto de Formação em Administração de Terras e Cartografia (INFATEC);
9. Administração Nacional de Áreas de Conservação.
Dependendo da fase e do tipo de projectos, são necessários dois níveis de estudos
ambientais. Para a fase de planeamento e pré-viabilidade durante a selecção de um
alinhamento ou realinhamento, é necessária uma avaliação preliminar. Ao avaliar os
impactos identificados nesta fase, a opção geralmente seleccionada é aquela que tem o
menor impacto.
No entanto, para um projecto detalhado ou estudo de viabilidade, é necessária uma
análise ambiental mais abrangente. Após a realização do estudo preliminar de acordo
com o MITADER, com base na magnitude e gravidade dos impactos da estrada no meio
ambiente, o projecto deve ser categorizado em uma das quatro categorias, A +, A, B ou
C e, consequentemente, são necessárias intervenções detalhadas segundo os
regulamentos da Administração e Infraestructuras de Água e Saneamento(AIAS) .
Quando haja impactos adversos, tais como a inundação ou descarga de águas pluviais
em propriedade privada, a autoridade rodoviária e outros departamentos
governamentais devem negociar com os proprietários e a compensação pode ser feita
conforme as necessidades, após investigação e recomendação por parte da Autoridade
Ambiental.

4
3. Colecta de Dados Hidrológicos
São necessários dados para o projecto hidrológico e projecto hidráulico de canais
abertos, aquedutos, pontes e outras estruturas de drenagem ao longo e através da
estrada, incluindo a drenagem sub-superficial. Este capítulo faculta orientações sobre os
tipos de dados necessários para cada projecto, a origem dos dados, os procedimentos
de colecta de dados, a avaliação e o processamento dos dados.
O esforço necessário para a colecta e compilação de dados deve ser adaptado à
importância do projecto. Nem todos os dados discutidos neste capítulo serão necessários
para cada projecto rodoviário. No entanto, um programa de colecta de dados bem
planeado leva a uma análise hidrológica e hidráulica mais organizada e efectiva, além de
um projecto de drenagem que seja compatível com:
1. Âmbito do projecto;
2. Custo do projecto;
3. A complexidade do sistema hidráulico do local;
4. Requisitos regulamentares provinciais e nacionais de Moçambique.
As várias etapas envolvidas na colecta e no processamento dos dados são apresentados
a seguir.

3.1 Selecção do Sistema/ Estrutura de Drenagem


Listam-se abaixo as estruturas e sistemas de drenagem rodoviária, que são normalmente
usados:
1. Canais Abertos - canais naturais (rios e outras linhas de água) e canais artificiais
(drenos laterais da estrada)
2. Aquedutos
3. Pontes
4. Correcção de rios e canais
5. Drenagem de águas pluviais, incluindo bacias de retenção/detenção ou
dispositivos de armazenamento de água da chuva.
6. Dissipadores de Energia
7. Drenagem Sub-superficial
Para estradas novas, as informações sobre as estruturas relevantes de drenagem e sua
localização devem ser definidas a partir do dimensionamento geométrico.
No caso de modernização de uma estrada existente, as melhorias necessárias nas
estruturas e sistemas de drenagem devem ser definidas a partir dos documentos que
fazem parte do projecto e em consulta com a ANE.

3.2 Requisitos Específicos de Dados para Projecto de Drenagem


A necessidade de dados varia de uma estrutura/sistema de drenagem para outra. A
Tabela 3-1 indica as necessidades específicas de dados para o projecto hidrológico. São
apresentados nas secções subsequentes os procedimentos detalhados para colectar os
dados de várias fontes e para efectuar levantamentos.

5
Tabela 3-1 Requisitos de Dados para Estruturas de Drenagem
Dados Canal Aquedu Pont Correção Drenagem Dissipdor- Drenage
aberto tos e de Rios/ de águas es de m
Canais pluviais Energia superficia
l

Estudos Teóricos √ √ √ √ √ √ √
Fotogrametria1 √
aérea 1
Levantamento √ √ √ √ √ √
topográfico
Levantamento √ √ √
Geotécnico
Dados geo- √ √ √
morfológicos
Área da bacia √ √ √ √ √
Cobertura vegetal √ √ √ √

Uso da terra √ √ √ √ √
Troços do curso √ √ √ √
de água
Secção √ √ √ √
transversal do
curso de água
Inclinação do leito √ √ √ √ √
do curso de água
Inclinação da √ √ √ √
margem do rio/
materiais
Histórico das √ √ √ √ √
cheias
Cota de máxima √ √ √ √ √
cheia
Cotas das marcas √ √ √ √ √
de cheia
Valores "n" de √ √ √ √ √ √ √
Manning
Características √ √ √ √ √ √
das passagens
molhadas/detritos
Potencial de √ √ √ √ √ √
erosão
Informação √ √ √ √ √
ecológica em
geral
Cacracterísticas √ √ √ √
dos
constrangimentos
naturais
Tipos de materiais √ √ √ √ √ √ √
e propriedades

6
Dados Canal Aquedu Pont Correção Drenagem Dissipdor- Drenage
aberto tos e de Rios/ de águas es de m
Canais pluviais Energia superficia
l

Testes de √
Permeabilidade
Nota (1): A fotogrametria aérea é geralmente necessária para áreas de captação complexas e planícies aluviais

3.3 Procedimentos da Colecta de Dados


Os dados necessários para o projecto devem ser colectados de maneira sistemática e
sequencial, conforme detalhado abaixo.

3.3.1 Estudos Teóricos

Isto envolve a colecta e a aquisição de toda a documentação relevante, incluindo os


dados listados na Tabela 3-2. A revisão desses documentos fornecerá algumas das
informações necessárias para o projecto. Além disso, as informações devem ser usadas
para planear levantamentos de campo detalhados e investigações, bem como testes de
laboratório.

Tabela 3-2 Documentos de Estudo de Gabinete e Respectivas Fontes

Sistema/Es Dados Fontes Mátodo de Colecta de dados


trutura de necessários
Drenagem
Instituto Nacional de Aquisição de dados
Meteorologia, Moçambique
Dados do Modelo de Elevação
Digital do Terreno (DEM) obtido
do Shuttle Radar Topography
Baixado do website
Mission (SRTM) disponível
através de URL
http://strm.usgs.gov e ASTER
disponíveis gratuitamente
Informação através de URL:
Hidrométrica http://asterweb.jpl.nasa.gov/d
ata.asp.
Para a delimitação de bacias
hidrográficas para aquedutos
em áreas planas/montanhosos,
as imagens do Google Earth,
disponíveis gratuitamente,
também podem ser usadas
com eficiência
Adoptado durante a visita ao
Valores de local a partir dos valores “n” de
Manning “n” Manning apresentados no
Capítulo 5
Projecto Geométrico ou mapas Relatórios do projecto
Dados
topográficos da CENACARTA geométrico e desenhos.
topográficos
Aquisição de Mapas topográficos
Dados de (Instituto Nacional de Podem ser obtidos a partir do
precipitação, Meteorologia) banco de dados meteorológicos
do vento
e da
temperatura

7
Sistema/Es Dados Fontes Mátodo de Colecta de dados
trutura de necessários
Drenagem
Mapas topográficos da Por aquisição de mapas
Características CENACARTA;
da bacia Mapas de uso da terra e solos
do MITADER
Pontes, Todos acima
Correcção
Relatórios de Investigação Referindo-se a relatórios de
de Rios & Dados de
Geotécnica projectos de especialistas em
Canais Investigação
geotecnia
Geotécnica
Mapas MIREME Aquisição de mapas geológicos
Geológicos relevantes
Mapas de MITADER Aquisição de mapas relevantes
Aproveitamento
de Solos e Terra
Estudos de Direcção Nacional de Gestão de Relatórios de estudos, banco de
cheias regionais Recursos Hídricos – DNGRH, dados da Direcção
e locais Moçambique
Plano Director Direcção Nacional de de Gestão Relatórios de estudo, banco de
da Bacia de Recursos Hídricos – DNGRH, dados da Direcção
Hidrográfica Moçambique
Mapas CENACARTA (Autoridade de Aquisição de mapas topográficos
Topográficos e Pesquisa), Moçambique relevantes
Fotografias São recomendados os mapas 1:
Áéreas 50.000
Mapas MIREME Aquisição de mapas geológicos
Geológicos relevantes
Drenagem Dados de Instituto Nacional de Por ser obtido a partir do banco
de águas precipitação, Meteorologia, Moçambique de dados meteorológicos
pluviais vento
e da
temperatura
Drenagem Dados de Relatórios de Investigação Referindo-se a relatórios de
sub- Investigação Geotécnica projectos de especialistas em
superficial Geotécnica geotecnia
Mapas MIREME Aquisição de mapas geológicos
Geológicos relevantes

Deve ser produzido um relatório sumário, resumindo todas os conclusões e as


recomendações para investigações de campo e/ou testes laboratoriais, conforme seja
necessário.

3.3.2 Dados para Projectos Hidrológicos

Os levantamentos de campo no local e da sua bacia drenante devem ser realizados


sempre como parte do projecto de análise hidrológica e hidráulica e drenagem. Para
projectos de drenagem complexos, podem ser necessários levantamentos aéreos para
aumentar os dados existentes dos levantamentos de campo.
O levantamento de campo varia para diferentes sistemas de drenagem. Alguns dos tipos
de dados, que geralmente são colectados no campo, são explicados abaixo.

3.3.2.1 Fotogrametria Aérea

Sob este método, o mapeamento topográfico é desenvolvido usando imagens do solo


tiradas de uma aeronave ou satélite. São implantados pontos de controlo no solo usando
métodos de levantamento topográfico e traçam-se curvas de nível.

8
A aeronave usada para tirar fotografias pode ser asa fixa (avião) ou helicóptero. Com
asa fixa ainda é o método mais económico; No entanto, os levantamentos baseados em
helicópteros oferecem voos de baixa altitude, resultando numa precisão muito maior. As
fotos tiradas também podem ser utilizadas como dados para investigações e estudos
hidráulicos.
A fotogrametria aérea pode ser realizada utilizando tecnologias mais modernas, como
drones adequados às condições, equipados com câmaras modernas e tecnologia GPS. O
uso de drones é uma opção mais barata, embora estes não possam substituir totalmente
o uso de aviões.

Estão disponíveis imagens de satélite e multiespectrais de alta resolução e podem ser


substituídas por outros elementos, se necessário. Como os dados de satélite são
armazenados por um período de tempo, as imagens de satélite multi-espectrais também
podem ser usadas para investigar inundações após ter ocorrido um evento.
Potencialmente, a tecnologia pode ser usada para desenvolver imagens e topografia
“antes e depois” para investigar um evento de cheia ou outra mudança significativa numa
área de interesse.
Um novo método de geração topográfica aérea usa feixes de laser ou radar de uma
aeronave que transporta um GPS diferencial. O método baseado em laser é chamado de
Light Detection and Ranging (LiDAR). LiDAR ou dados gerados por radar têm a vantagem
de serem baratos quando comparados com a fotogrametria tradicional. No entanto, a
precisão é altamente dependente da tecnologia disponível pelo fornecedor em
equipamentos aéreos e software disponível para filtrar árvores e outras áreas cobertas.

3.3.2.2 Dados Topógraficos

O terreno é delimitado a partir da topografia ao longo do alinhamento do canal. Isso


inclui levantamentos convencionais longitudinais e transversais ao longo da linha de
água, a intervalos apropriados - geralmente 20 m na direcção longitudinal da linha
central proposta e em intervalos de 2 m desde a linha central até ao limite das margens.
O levantamento topográfico deve usar uma estação total baseada em GPS com leituras
feitas com teodolito automático. Os dados devem, preferencialmente, ser registados em
formato que possa ser inserido directamente em softwares de projectos hidrológico
relevantes, como o Centro de Engenharia Hidrológica - Sistema de Análise de Rios
(Hydrological Engineering Centre - River Analysis System) (HEC-RAS) - desenvolvido
pelo Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA (Corps of Engineers) HEC-RAS.
(Nota 1: Intervalos dos levantamentos a serem discutidos no workshop)

3.3.2.3 Levantamento Geotécnico

O levantamento geotécnico é necessário para o projecto de fundações de pontes, de


estabilidade de taludes e de medidas de mitigação, como a correcção de rios. O
levantamento deve ser realizado por um especialista em geotecnia. A pesquisa inclui o
seguinte:
1. Perfil do terreno
2. Estabilidade de taludes
3. Propriedades dos materiais
4. Hidrogeologia

9
3.3.2.4 Dados Geomorfológicos
Dados geomorfológicos são importantes na análise da estabilidade e erosão de canais.
Tipos de dados necessários são:
1. Transporte de sedimentos e dados relacionados;
2. Estabilidade da forma ao longo do tempo (entrançado, sinuoso, etc.);
3. História de erosões/evidência de erosões; e
4. Identificação do material do leito e das margens.

3.3.2.5 Características da Bacia


A área de captação é expressa em hectares ou quilómetros quadrados e é determinada
a partir de alguns ou de todos os itens a seguir:
1. Levantamentos de campo directos, com instrumentos de levantamento
convencionais;
2. Quaisquer mudanças na área da bacia contribuinte que possam ser causadas por:
a. terraços
b. lagos
c. crateras
3. Barreiras de detritos ou lama
4. Estruturas de recuperação/ controlo cheia
5. Desvios para irrigação
6. Mapas topográficos que estão disponíveis para muitas áreas de Moçambique
através da Autoridade de Mapeamento de Moçambique; e
7. Mapas ou fotografias aéreas.
8. Taludes na bacia

Devem ser determinadas o declive do rio, o declive médio da bacia e outras


características importantes do terreno. Procedimentos hidrológicos e hidráulicos noutros
capítulos deste manual dependem de taludes e outras características físicas.
Ao determinar o tamanho da área da bacia contribuinte, qualquer caudal subterrâneo ou
áreas fora dos limites físicos da área de estudo de drenagem que tiverem escoamento
para dentro dela devem ser incluídas na área total da bacia hidrográfica contribuinte.
Além disso, o projectista deve determinar se as águas das cheias podem ser desviadas
para fora da bacia, antes de chegar ao local.
Os softwares mais utilizados para delinear bacias incluem Arc Hydro Tools, WMS, Urban
4.0, HEC-GeoHMS, MapWindows, Quantum GIS, Global Mapper, Arc GIS, etc.

3.3.2.6 Uso da Terra na Bacia


O uso da terra actual e previsto, particularmente a localização, o grau de urbanização
antecipado e a fonte de dados devem ser demarcados e documentados. Informações
sobre o uso da terra existente e tendências futuras podem ser obtidas de:
1. Fotografias aéreas (convencionais e infravermelhas);
2. Mapas de uso da terra;
3. Mapas topográficos e outros;
4. Agências de planeamento municipal; e

10
5. Imagens Landsat (satélite).

Os dados de uso da terra existentes para pequenas bacias podem ser determinados ou
verificados melhor a partir de um levantamento de campo. Os levantamentoos de campo
também devem ser feitos para actualizar informações sobre mapas e fotografias aéreas,
especialmente em bacias que sofreram mudanças no seu desenvolvimento desde que os
mapas ou fotos foram preparados. Fotografias aéreas infra-vermelhas podem ser
particularmente úteis na identificação dos tipos de urbanização num determinado
momento.

3.3.2.7 Troço de Rio

É necessário estabelecer os limites da zona de estudo, a montante e a jusante, para os


cálculos do perfil de água, afim de definir as balizas para a colecta de dados e posterior
análise. Os cálculos devem iniciar-se suficientemente longe para jusante, para assegurar
resultados precisos no local da estrutura, e prolongar-se suficientemente para montante
para determinar com precisão o impacto da estrutura no perfil da superfície da água a
montante. A sub-estimação dos comprimentos da zona de estudo, para montante e para
jusante, pode conduzir a resultados de uma menor precisão do que a desejada e pode,
eventualmente, exigir dados adicionais a serem levantados, a custos mais elevados do
que os aplicados nos levantamentos iniciais. Por outro lado, a super estimação
significativa do comprimento necessário do troço de estudo pode resultar em maiores
custos de pesquisa, processamento de dados e análise do que o necessário.

3.3.2.8 Perfil do Leito da Linha de Água

Devem ser obtidos os dados do perfil do leito da linha de água e esses dados devem-se
estender para montante e jusante suficientemente para determinar a inclinação média e
abranger qualquer construção proposta ou irregularidades. Dados de perfis dos rios
podem ser obtidos a partir da superfície da água. Onde houver uma estação de medição
de caudal relativamente próximo, podem ser obtidos os caudais, a data e a hora da
leitura. O perfil do leito deve-se estender para montante e jusante por uma distância de
pelo menos 200 metros ou, de preferência, até:

𝑳 = 𝟏𝟎𝟎⁡𝐥𝐨𝐠(𝑨) (3-1)

Onde:
L = distância em metros,
A = área da bacia em km2

3.3.2.9 Levantamento de Secções Transversais de Rios


É necessário levantar dados das secções transversais do rio, que representem as
condições típicas no local da estrutura a ser implantada, bem como de outros locais
próximos onde haja dados de níveis e caudais e que sejam necessários para os cálculos
a efectuar. Abaixo apresenta-se um guião sobre como devem ser realizados os
levantamentos.
1. As secções transversais dos rios devem ser levantadas em intervalos de 200
metros, para montante e jusante ou até pelo menos metade da distância indicada
como “L”, na Secção acima 3.3.2.8, e os intervalos devem ser mostrados em
planta (os locais das secções transversais devem ser assinalados em planta).
2. Devem ser levantados perfis transversais adicionais onde o canal do rio altera
significativamente a sua largura ou elevação (por exemplo, quedas de água).

11
Quando não for prático fazer o levantamento de uma secção na posição prevista
ou no intervalo prescrito, a posição da secção pode ser movida. No entanto, o
intervalo entre duas secções adjacentes não deve exceder o intervalo prescrito.
3. As secções transversais devem ser levantadas olhando para jusante e a origem
ou o zero da contagem das distâncias da secção transversal do canal deve ser
estabelecido na margem esquerda /Left Bank do canal virado para jusante. No
entanto, quando apenas é exigido um perfil da margem direita, a origem ou o
zero devem estar localizados no lado da água, ou seja, no canal.
4. Todas as estruturas existentes devem ser identificadas e marcadas na planta de
localização e dos levantamentos.
5. Devem ser levantadas cotas suficientes ao longo do perfil transversal para que a
forma e a geometria do canal sejam facilmente identificáveis (deve ser preparada
uma planta para se indicar onde é que devem ser levantadas as cotas). Deve-se
anotar também uma descrição do material que reveste o canal (por exemplo,
lodo, capim, seixos, betão, etc.) em intervalos regulares, com fotografias de
apoio. A localização das fotografias deve ser identificada pela etiqueta relativa ao
perfil transversal mais próximo.
6. Os pontos ao longo da secção ou perfil transversal devem ser levantados em
intervalos que representem com precisão a forma do canal. Para secções de
canais abertos, o traçado do perfil transversal deve ter precisão de pelo menos
+/- 0,1m em altura, permitindo um erro de até 0,2m ao longo do traçado da
secção. Para detalhes da estrutura, a linha do perfil transversal deve estar
correcta com pelo menos +/- 0,02m em altura, permitindo um erro de até 0,02m
ao longo da linha do perfil.
7. Se forem necessários alçados de jusante, por ex. alçado de jusante de pontes e
açudes, isso será anotado no Resumo do Levantamento. A origem ou o zero da
contagem do alçado de jusante deve ser estabelecida na margem esquerda do
canal. O perfil deve ser desenhado conforme visto para montante, ou seja, os
valores do “intervalo” abaixo da secção desenhada serão negativos.
8. Cada perfil transversal da estrutura receberá um título relevante incluído no
cabeçalho do perfil. Onde o perfil transversal for visto para montante, isso deve
ser claramente anotado no título. Os desenhos das secções abertas do canal
normalmente não devem ter um título.
9. Além dos perfis transversais do canal, os perfis devem ser estendidos até ao nível
real do terreno, de cada lado, até pelo menos 20m além do topo da margem
(quando possível), a menos que esteja mencionado de outra forma no Resumo
do Levantamento. Onde haja árvores ou arbustos no canal, o perfil transversal
deve-se estender até 5m além da vegetação, mas não mais do que 50m afastado
do canal. Além da extensão do perfil transversal, deve ser anotada uma indicação
geral da forma do terreno, mencionada num rótulo, isto é, “Plano”, “sobe
acentuadamente”. O ponto utilizado para a definição da margem no perfil
longitudinal deve ser indicado no perfil transversal respectivo.
10. Quando uma margem do rio se encontra acima do solo circundante (planície de
inundação), o topo da margem é definido como o ponto na margem sobre o qual
a água irá galgar do rio para o terreno circundante. Onde não haja elevações na
margem, o topo ou crista é o ponto que marca a mudança da inclinação do terreno
nas proximidades do canal.
11. Arbustos, árvores, vedações e edifícios adjacentes so perfil transversal do canal
devem ser indicados como símbolos – não necessariamente à escala.
12. Se existirem edifícios ao longo do percurso proposto, devem ser indicadas as
cotas dos pisos ou as cotas da camada impermeável na base. Quando não
puderem ser determinados, deve ser registado o nível da soleira da construção.

12
Os prédios serão rotulados com nome e/ou número, tipo e se existe uma camada
impermeável na base.
13. Qualquer corpo de água, incluindo lago ou lagoa, também deve ser levantado.
Isto inclui os níveis máximos de água no momento do levantamento e os níveis
mais altos das margens. A batimetria do leito do lago deve ser feita com
equipamento de eco-som. As vedações serão rotuladas com o seu tipo e altura.
Cruzamentos de estradas serão rotulados com nome e/ou número.

3.3.2.10 Coeficientes de Rugosidadde


Os coeficientes de rugosidade, normalmente na forma dos valores “n” de Manning,
devem ser estimados para todas as áreas sujeitas de inundação do rio. Podem ser
consutadas as Tabela 5-1, e Tabela5-2 com os valores “n” de Manning, com descrições
das suas aplicações.

3.3.2.11 Histórico de Cheias e Marcas de cheia

O histórico de cheias passadas e os seus efeitos sobre as estruturas existentes tem um


valor extraordinário para a realização de estudos de avaliação de risco de inundação e
no dimensionamento de estruturas de drenagem. Podem ser obtidas informações através
de jornais, de residentes locais, marcas de cheia ou outras evidências positivas da altura
atingida pelas cheias históricas. Devem ser avaliadas as mudanças nas condições do
canal e na bacia, desde a ocorrência da cheia, ao relacionar cheias históricas com as
condições presentes. Os registos de cheias podem estar disponíveis em instituições como
o Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos e Gabinetes dos Governos
locais.

3.3.2.12 Mudanças Climáticas

A consideração das mudanças climáticas é importante, uma vez que a infra-estrutura de


transporte tem uma longa vida útil. As mudanças nos parâmetros de projecto para
estimativas de cheia durante a vida útil do projecto devem ser incorporadas no processo
de planeamento e de projecto.

Há dois aspectos principais para o projecto de drenagem que precisam de ser


considerados na avaliação dos efeitos das mudanças climáticas; mudanças na
intensidade da precipitação (incluindo as condições da bacia que são relevantes para
converter essas chuvas em caudais de cheia) e possíveis mudanças no nível do mar,
incluindo os níveis médios do mar, bem como as variações de marés e o efeito conjunto
da maré alta com chuvadas.

3.3.2.13 Características dos Detritos

A quantidade e o tamanho de detritos transportados ou disponíveis para serem


transportados pelos rios durante eventos de cheia devem ser investigados e esses dados
utilizados no projecto de estruturas. Além disso, devem ser determinados os tempos de
ocorrência de detritos em relação à ocorrência de pontas de cheia; e devem ser
considerados os efeitos de regolfo provocados pelos detritos na análise dos dados de
caudais de cheia registados.

3.3.2.14 Potencial de Erosão

O potencial de erosão é um aspecto importante em relação à estabilidade da estrutura


ao longo do tempo. O potencial de erosão é determinado por uma combinação da

13
estabilidade dos materiais naturais no local da infraestrutura, forças de tracção exercidas
pelo escoamento e pelas características de transporte de sedimentos.
Dados sobre materiais naturais podem ser obtidos a partir de testes in-situ e
amostragem de materiais. É necessário retirar amostras de material de leito e margens
em quantidade suficiente para classificar o tipo de canal, a estabilidade e granulometria,
bem como realizar um estudo geotécnico para determinar as características do substrato,
no caso de serem necessários estudos de erosão. Os vários modelos computacionais de
rios aluvionares ajudarão a esclarecer que dados são necessários. Além disso, esses
dados são necessários para determinar a presença de configurações de fundo, de modo
que se possa estimar a existência de um “n” fiável de Manning, bem como para estimar
as formas de erosão do leito.

3.3.2.15 Características das Constrições Naturais

Factores tais como afloramentos rochosos, que causam mudanças de declive ou afectam
os níveis da água, devem ser tratados como açudes. Mudanças na inclinação do nível da
água sobre os aprons/base do leito a saída da estructura, e mudanças bruscas nas cotas
de fundo devem ser medidas e adicionadas ao perfil longitudinal.

3.3.2.16 Dados de Estruturas Existentes nas Vizinhanças

Devem ser colectados dados das estruturas hidráulicas existentes próximas do local de
estudo tais como localização, dimensão, descrição, condição, níveis de cheia observados
e perfil do canal do rio no troço junto ao local e nas suas proximidades, para determinar
a sua capacidade e o efeito no caudal do rio.

Deve ser inspeccionada qualquer estrutura, a jusante ou a montante, que possa causar
regolfo ou amortecer o caudal. Além disso, deve ser observada a forma pela qual as
estruturas existentes têm funcionado em relação à erosão, galgamento, passagem de
detritos, passagem de peixes, etc. Para pontes, esses dados devem incluir comprimentos
dos vãos, tipo de pilares e orientação de subestrutura, que geralmente podem ser obtidos
nos projectos das estruturas existentes. Os dados necessários em relação a aquedutos
incluem parâmetros como dimensão, geometria de entrada e saída, declive, tratamento
na zona final, material do aqueduto e perfil da superfície da água. São valiosos elementos
como fotografias e perfis dos níveis máximos da água ou marcas de cheia na estrutura
e dados anteriores de erosão provocada por cheias, para a avaliação do desempenho
hidráulico da infraestrutura existente.
O histórico das cheias passadas e o seu efeito sobre as estruturas existentes é de grande
valor para a realização de estudos de avaliação de risco de cheia e no dimensionamento
de estruturas de drenagem

3.4 Dados para Modelação Hidraúlica


Devem ser realizados exercícios de modelação hidráulica para as planícies de cheia
críticas onde a estrada proposta irá cruzar grandes cursos de água, usando software de
modelação hidráulica, como HEC-RAS e ISIS. O software gera as características do
escoamento em modelo e os níveis da água para os cenários, antes e depois da
construção de uma estrutura. As saídas do modelo são usadas para definir o local, para
projectar a estrutura e verificar os efeitos da estrutura, tanto a montante como a jusante.

É importante recolher e apresentar os dados num formato compatível com a versão do


software a ser utilizado. Não fazem parte deste manual as informações relativas ao

14
formato de dados e à modelação hidráulica. Recomenda-se consultar o manual do
utilizador do software, para orientação.
Para facilitar este trabalho, são necessários levantamentos topográficos do canal do rio
e da planície de inundação. O objectivo destes é recolher dados para estabelecer um
modelo hidráulico das condições existentes e avaliar o impacto das passagens hidráulicas
da estrada propostas, nas áreas circunvizinhas, bem como o risco de cheias para as
estruturas elas próprias, e fornecer detalhes das estruturas presentes nas vizinhanças
do trajecto da estrada proposta. Os dados a serem colectados incluem o seguinte:
1. Área da bacia
2. Fotogrametria Aérea
3. Troço do rio
4. Dados dos perfis transversais ao longo do troço do rio
5. Levantamento topográfico do local e áreas circundantes
6. Níveis do leito do rio
7. Perfis transversais na planície de cheia
8. Dados sobre estruturas existentes e obras hidráulicas
9. Uso da terra na bacia de drenagem
10. Características gerais do material do leito.
11. Descrição geral do terreno circundante e padrões naturais de drenagem
12. Histórico das cheias e de galgamento das margens
13. Mudanças climáticas
Só depois de determinar a área da bacia de drenagem, as suas características e realizar
a fotografia aérea, onde for necessário, é que deve ser seleccionado o troço do rio a
estudar.
3.4.1 Selecção do Troço do Rio
A selecção do comprimento do troço do rio a jusante da infraestrutura para o estudo está
dependente do efeito do erro, na cota inicial da superfície da água, no cálculo das cotas
da superfície da água na estrutura (ver Figura 3-1). Quando p ossível, a análise deve
começar num local onde exista uma cota conhecida da superfície da água (em registos
históricos) ou uma estrutura de controlo a jusante, onde o perfil da superfície da água
passe pela altura crítica.
A utilização das marcas de cheia observadas a jusante é relativamente comum para a
calibração de modelos para eventos históricos, mas é pouco provável que estejam
disponíveis para o cálculo de eventos hipotéticos, como o evento de 1% de probabilidade
de excedência. É necessário fazer iterações da cota no local de início, quando não existam
ou estão muito mais a jusante, marcas de cheia e locais de controlo, para poderem ser
aplicadas. Dois critérios iniciais geralmente aplicados são a altura crítica e altura
uniforme. O local de início deve afastado para jusante o suficiente para que o perfil da
superfície da água calculado pelo programa convirja para a cota base da superfície da
água (condição existente) antes do local da ponte/aqueduto.
O comprimento do troço de estudo para montante é a distância até onde o perfil
resultante de uma perda de carga devido à estrutura convirja para a cota da água na
condição não perturbada. A magnitude da alteração do perfil da superfície da água e a

15
extensão para montante da perturbação induzida pela estrutura são dois dos principais
critérios utilizados para avaliar os impactos de estruturas a serem modificadas ou novas.
Determine as fronteiras do rio usando o modelo HEC-2, que usa as equações de
regressão abaixo:

𝒚𝑯𝑫
𝑳𝒅𝒄 = 𝟔. 𝟔𝟎𝟎 (3-2)
𝑺

𝒚𝑯𝑫 𝟎,𝟖
𝑳𝒅𝒏 = 𝟖. 𝟎𝟎𝟎 (3-3)
𝑺

𝒚𝑯𝑫 𝟎,𝟖 𝒉𝑳 𝟎,𝟓


𝑳𝑼 = 𝟏𝟎. 𝟎𝟎𝟎 (3-4)
𝑺

Onde:
Lcd = comprimento do troço de estudo a jusante (ao longo do canal principal) em
metros quando a altura crítica é no local de partida do modelo;
Ldn = comprimento do troço de estudo a jusante (ao longo do canal principal) em
metros quando o escoamento é uniforme no local de partida do modelo;
yHD = profundidade média no troço com 1% de probabilidade - área da secção
transversal dividida pela largura do topo da secção transversal) em
metros,
S = declive médio do troço em m/km e
hL = perda de carga entre 0,1524 e 1,524 metros na estrutura de cruzamento do
canal para uma cheia de projecto de 1 vez em 100 anos.

16
Figura 3-1 Limites do Estudo de Perfil

3.4.2 Procedimentos Padrão para Levantamento Topográfico


Para realizar o trabalho de levantamento topográfico do canal e planície aluviais, deve
ser seguido o procedimento padrão abaixo:
1. Devem ser indicados na planta de localização os cursos de água que vão ser
atravessados pelas estradas.
2. Os perfis transversais do canal devem ser levantadas perpendicularmente à linha
central do canal, conforme indicado na Tabela 3-2.

Figura 3-2 Exemplo de Espaçamento Entre Perfis Transversais


3. Os dados a serem fornecidos pelo Topográfo devem estar em formato específico
para serem carregados nos programas de modelação hidráulica (por exemplo,
HEC-RAS, consultar a ANE para o formato modelo). Os dados também devem ser

17
fornecidos com coordenadas x, y, z, como uma planilha do Excel. Isso permitirá
que os dados de levantamento de canais sejam combinados com os dados dos
levantamentos topográficos e fotogramétricos.
4. As margens esquerda e direita devem ser definidas olhando para jusante.
5. Para todas as observações com GPS, usando a técnica estática/estática rápida,
devem ser usados os receptores GPS com frequência dupla de qualidade, para
medir altitudes.
6. Os níveis do leito das linhas de água devem ser medidos directamente quando e
onde for possível. Onde a medição directa for impossível, como, por exemplo, se
a profundidade da água for muito grande ou outras causas que a tornem
impraticável, então será suficiente ler a profundidade da água usando uma vara
ou mediante uma eco-sonda e relacionar essas leituras com um nível de água
medido.
7. Onde ocorra lodo, devem ser levantadas as cotas tanto do leito firme como do
topo do lodo, na mesma vertical. A camada firme deve ser representada por uma
linha contínua. O topo de lodo deve ser representado por uma linha tracejada e
deve ser rotulado como “S” na listagem de dados digitais.
8. A natureza do material do leito deve ser registada e representada no perfil
transversal de forma simplificada, i. e. 'Cascalho'. As superfícies fora da área da
água também devem ser rotuladas.
9. Os levantamentos no canal podem ser combinados com os levantamentos
fotogramétricos ou LiDAR da planície de inundação e, portanto, a precisão da
posição deve ser similar. As coordenadas do perfil, na Rede Nacional Geodésica
de Moçambique, do Ponto inicial ou Zero devem seguir o padrão E4 por meio de
GPS.
10. Os perfis transversais devem ser perpendicularmente alinhados em relação à
linha central do canal.Esses perfis podem ser definidos no mapa do contrato de
topografia.
11. Salvo disposição em contrário, no resumo do levantamento, para as estruturas
existentes as secções a serem levantadas devem ser feitas do lado de montante
e de jusante, pois afectam significativamente as condições do escoamento do rio
na condição de ocorrência de uma cheia.
12. Quando haja estruturas sobre as estradas e/ou passeios, devem ser levantadas
as cotas ao longo da parte elevada da estrada (ou seja, cota do lancil ou da
extremidade das estradas), a cada 10m, numa distância de 100m para cada lado
da estrutura. Onde haja parapeitos que fazem parte da estrutura, deve ser
levantada a cota do topo do parapeito e a sua largura anotada na secção
transversal.
13. As características de elementos naturais, que actuam como estruturas, tais como
afloramentos rochosos, também devem ser levantadas. As estruturas que não
forem levantadas devem ser fotografadas. As fotografias e coordenadas
geograficas da estrutura devem ser incluídas como um apêndice do Resumo do
Inquérito. Se houver alguma dúvida, o Topógrafo deve consultar o Engenheiro
para confirmar se um determinado perfil é necessário.
14. Será produzida, para cada perfil longitudinal, uma planta chave à escala 1: 2.500
ou 1: 1.250, mostrando as posições dos perfis transversais e a linha central do
curso de água . Sempre que possível, esta planta deve ser incorporada na mesma
folha que o perfil longitudinal.
15. O perfil longitudinal da área do levantamento deve mostrar todos os elementos
principais, incluindo o nível mais profundo do leito em cada secção, tanto da
camada firme (linha contínua) como da linha de topo do lodo (linha tracejada), o

18
nível de água em cada secção, os níveis da crista das margens, derivadas dos
níveis das cristas levantadas em cada secção transversal. Também serão
representadas as linhas limites das margens, sendo a esquerda a tracejado e a
direita com linha contínua grossa, assim como a extensão e cota de qualquer
lancil/soleira ou camada de protecção em betão juntamente com o rótulo
apropriado. Devem ser indicadas as cotas de pontos críticos (intradorso, soleira,
tabuleiro, crista etc.).
16. Os açudes laterais, etc., que não se encontram no canal principal, devem ser
representados com as cotas de interesse, como as diferenças em relação à crista
das margens.
17. Para ajudar a clarificar, devem ser usadas chamadas para detalhes, onde o
desenho tem demasiada informação.
18. Onde for benéfico, devem-se combinar os dados do levantamento topográfico
para o estudo hidrológico junto com outros dados existentes, por ex. dados
colectados para fazer o projecto geométrico.
19. A maioria dos levantamentos de campo dos perfis transversais do canal e da
planície de inundação é registada com uma precisão de 0,031 m. Se o
levantamento realmente representar as secções transversais, do troço do rio
estudado, com precisão de 0,031m, a maior precisão que resultaria de um cálculo
de curva de regolfo pelo método “Step-Backwater” poderia ser de 0,031m.
Quaisquer resultados expressos com mais precisão do que 0,031m são
simplesmente atribuídos à matemática.

3.5 Avaliação dos Dados Recolhidos no Campo


As análises dos dados de campo devem ser feitas pelo Engenheiro Hidráulico antes de
elaborar o projecto, de modo a familiarizar-se com o local. Os dados mais completos do
levantamento não podem descrever adequadamente todas as condições do local ou
serem substituídos por uma inspecção pessoal, por alguém com experiência em projectos
de drenagem. Os factores que, na maioria das vezes, precisam de ser confirmados na
inspecção de campo são:
1. Selecção dos coeficientes de rugosidade;
2. Avaliação da direcção do escoamento aparente e seus desvios;
3. Concentração do escoamento;
4. Observação do uso da terra e riscos de inundação relacionados;
5. Interacções geomorfológicas;
6. Marcas de cheia ou perfis e frequências de ocorrência;
7. Tamanho e tipo de estruturas existentes;
8. Erosão das margens;
9. Problemas de detritos;
10. Erosão;
11. Sedimentação;
12. Existência de áreas húmidas.
Além disso, recomenda-se tirar fotografias do local das vistas de montante e de jusante,
bem como ao longo do eixo central da rodovia contemplada, em ambas as direcções. Se
os detalhes do leito e das margens do rio não forem claros, devem ser tiradas fotografias
adicionais, juntamente com as estruturas nas proximidades, tanto a montante como a
jusante. Para facilitar as estimativas da granulometria do material do leito, devem ser

19
feitas fotografias mais de perto, juntando uma régua ou uma quadrícula para facilitar a
ilustração das dimensões.

3.6 Avaliação dos Dados


A experiência, o conhecimento e a ponderação são partes importantes da avaliação dos
dados recolhidos. Por conseguinte, a avaliação dos dados deve envolver o seguinte:
1. Os dados fiáveis devem ser separados dos dados menos fiáveis;
2. Os dados históricos devem ser comparados com os dados obtidos a partir de
medições e devem ser investigadas quaisquer inconsistências;
3. Devem ser identificadas quaisquer mudanças de padrões estabelecidos;
4. Serão feitas análises de estudos anteriores, projectos antigos, etc., para tipos e
fontes de dados, como os dados foram utilizados e informações sobre precisão e
confiança. Os dados históricos devem ser analisados para determinar se
ocorreram mudanças significativas na bacia e se esses dados ainda podem ser
utilizados;
5. Dados básicos, como dados de registos hidrométrícos derivados de fontes não
publicadas, devem ser avaliados e resumidos, antes de serem utilizados. Os
mapas, fotografias aéreas, imagens Landsat e estudos de uso da terra devem ser
comparados entre si e com os resultados do levantamento de campo e
identificadas quaisquer inconsistências.

Todas as inconsistências, erros e omissões devem ser revistos e abordados neste estágio.
Isso inclui consultas, verificações de campo e /ou repetição de levantamentos, conforme
for apropriado. Para possíveis inconsistências e erros nos dados históricos, recomenda-
se uma análise de sensibilidade. Isto é útil para determinar que itens de dados específicos
têm efeitos importantes no projecto final e a importância de possíveis erros nos dados.

20
4. Hidrologia

4.1 Introdução
O presente capítulo dá orientações para o projecto hidrológico. Hidrologia é definida como
a ciência que aborda as propriedades físicas, a ocorrência e o movimento da água na
atmosfera, na superfície e abaixo da superfície da terra, conforme ilustrado na Figura 4-
1. No sentido mais amplo, também inclui meteorologia, oceanografia e geohidrologia. Para
o projectista de estradas, o foco principal da hidrologia é a água que se move à superfície
da terra e, em particular, a parte que, em última análise, atravessa vias de transporte (ou
seja, cruzamentos da estrada com rios).

Figura 4-1 Ciclo Hidrológico

A análise hidrológica é necessária para determinar os parâmetros de projecto relativos ao


caudal, particularmente os valores máximos, que são usados para o projecto de estruturas
de drenagem relevantes.
Para tornar consistente este capítulo, bem como ao longo deste manual, serão usados os
símbolos mostrados a na Tabela 4-1

4.2 Informação Hidrológica


Devem ser obtidas informações hidrológicas completas e isso é crítico para a análise e
para o projecto hidrológico. Os detalhes das fontes de dados hidrológicos são apresentados
na Secção 3.2 e na Tabela 3-2.

O tipo e a fonte de informações disponíveis para a análise hidrológica variam de local para
local, e é responsabilidade do projectista da drenagem da estrada determinar que
informações estão disponíveis e são aplicáveis a uma análise específica. No Capítulo 3
apresenta-se uma lista abrangente dos dados necessários para o projecto hidrológico e
hidráulico de várias estruturas e sistemas de drenagem.

A informação hidrológica é necessária para determinar os parâmetros do projecto


hidrológico.

21
A Tabela 4-1 fornece informações sobre os parâmetros hidrológicos e sua aplicação no
projecto de drenagem.

Tabela 4-1 Parâmetros Hidrológicos

Parâmetro Métodos de determinação Aplicação no dimensionamento


hidrológico de drenagem
Período de Consulte os padrões (Tabela 4-3) Para determinar a cheia de projecto
Retorno do e a máxima cheia
projecto (T) Incorporar ajustes para mudanças
climáticas em áreas de alto risco
Tempo de Determinado a partir de mapas Usado no cálculo do caudal de
Concentração topográficos como a distância da ponta de cheia
(Tc) estrutura até ao ponto mais remoto na da
bacia. É o tempo que leva uma gota de
chuva caída no local mais distante na
bacia até atingir a estrutura.
Intensidade Consulte os gráficos de Intensidade- Determinar a intensidade de
de Duração-Frequência desenvolvidos para Precipitação nos períodos de
precipitação diferentes zonas em Moçambique no retorno de projecto considerados.
Apêndice 1 Estes valores são usados para
calcular os caudais da cheia de
projecto
Tempo de Isto é obtido das cartas IDF que se O Tempo de Concentração é usado
Concentração encontram no Apêndice 1 para calcular o caudal de ponta de
cheia.
Escoamento Parte da água precipitada na bacia, que A sua avaliação é o factor
flui à superfície, passando por um ponto determinante para obter o caudal
especificado. de ponta de cheia de projecto
Coeficiente de Tabela 4-4 a Tabela 4-6 e Tabela 4-8 Determinação do caudal de cheia
escoamento, C pelo método racional e pelo método
SCS.
Bacia Área determinada por características A área da bacia (A) em há ou
topográficas ou equivalentes, onde a metreos quadrados é estimada e
precipitação caída em qualquer local da usada nos cálculos de caudais de
mesma contribuirá para o escoamento no cheia
ponto em consideração.
Isso é determinado a partir do traçado
dos limites da bacia hidrográfica do ponto
de descarga/local designado, em mapas
topográficos. Os mapas devem ser 1:
50.000 ou 1: 250.000.
Também pode ser usado software de
delimitação de bacias.
Características Esses incluem; declive, cobertura Estes são usados para determinar o
da bacia vegetal, uso do solo (agrícola), tipos de escoamento e o tempo de
solo, etc. concentração. É atribuído um factor
da bacia.
Declive da É a inclinação média determinada a partir É usado no cálculo do escoamento
bacia da distância horizontal e a diferença de e tempo de concentração
cotas das linhas de nível dos mapas
topográficos.
Cobertura A cobertura vegetal é obtida de São atribuídos factores de
vegetal fotografias aéreas, imagens de satélite e drenagem para determinada
mapas agrícolas, e verificada durante as cobertura vegetal. Os factores são
visitas ao local.

22
Parâmetro Métodos de determinação Aplicação no dimensionamento
hidrológico de drenagem
usados no cálculo do escoamento e
do tempo de concentração.
Uso do solo Isto é obtido a partir de mapas de São atribuídos factores de
aproveitamento da terra, fotografias drenagem ao aproveitamento da
aéreas e imagens de satélite, e verificado terra no cálculo do escoamento e no
durante as visitas ao local. tempo de concentração.
Tipos de solo Estes dados são obtidos a partir de mapas Os diferentes tipos de solo afectam
de solos que cubram a bacia a infiltração e, portanto, a
quantidade de escoamento. São
atribuídos factores de drenagem
para os tipos de
solo/permeabilidade.
Caudal de O caudal de projecto é medido em m3/s O caudal de ponta de cheia de
ponta de cheia ou (cumecs) usando vários métodos: projecto é usado no projecto e
de Projecto Método Racional, Método SCS, Método dimensionamento de estruturas e
NRCS, Modelos de computador, como por sistemas de drenagem
exemplo o HEC-RAS para escoamentos
mais complexos

4.3 Considerações sobre Projectos Hidrológicos


Para que os procedimentos padrão sejam adoptados com segurança, os coeficientes de
escoamento de águas pluviais, os parâmetros de projecto e os procedimentos devem ser
calibrados com os dados disponíveis localmente em Moçambique. Foram desenvolvidas
curvas intensidade-duração-frequência (IDF) usando dados de precipitação de
Moçambique, que são componentes-chave no projecto hidrológico. O projecto hidrológico
consiste em etapas básicas e sistemáticas que o projectista deve seguir, e são abordadas
em detalhe nas secções subsequentes. Mas, antes de avançar para o projecto e análise, é
importante entender os princípios e conceitos hidrológicos.

4.3.1 Factores que Afectam o Escoamento

Escoamento - o projecto hidrológico envolve a estimativa do escoamento para a


determinação do caudal de ponta de cheia de projecto. Para isso, são assumidas
intensidades uniformes de precipitação dentro da bacia, durante o evento de chuva. Esta
suposição aplica-se a bacias pequenas e médias.

4.3.1.1 Abstracções
As perdas, conhecidas como abstrações, tendem a reduzir o volume de água que aparece
como escoamento superficial no local seleccionado. Para o problema típico de projecto de
drenagem de estradas, são geralmente consideradas apenas seis abstrações. Estas são
discutidas abaixo, pela ordem da sua importância para o escoamento, ocasionado pelas
precipitações.
Essas abstrações são factores que tendem a reduzir o escoamento e, geralmente, levam
a uma projecção exagerada e indevida, se não forem consideradas. Portanto, elas
representam baixo risco para o sistema de drenagem.

4.3.1.2 Informação da Área de Captação (Bacia Hidrográfica)

A maioria das técnicas de estimativa de escoamento superficial usa o tamanho da bacia


hidrográfica contribuinte como um factor principal e não é provável que isso se altere. No
entanto, é de prever que, no futuro, ocorram mudanças devido à actividade agrícola,

23
urbanização, desmatamento, implantação de infra-estruturas e desenvolvimento,
incluindo estradas, linhas férreas e projectos de recursos hídricos (barragens e albufeiras).
Isto deve ser tido em consideração e consultadas as autoridades locais, conforme
necessário. A forma da bacia hidrográfica também afectará aos coeficientes de
escoamento das águas pluvias, Figura 4-2. Por exemplo, uma bacia hidrográfica longa e
estreita provavelmente apresentará coeficientes de escoamento mais baixos que uma
bacia hidrográfica curta e larga, com a mesma dimensão e outras características similares.

Figura 4-2 Formato de Bacias Hidrográficas (Curtsey de Alan A. Smith Inc.)

4.3.1.3 Uso da Terra


O uso da terra afecta significativamente os parâmetros do escoamento. Factores sujeitos
a mudanças com variações gerais no uso da terra incluem o seguinte:
1. Áreas permeáveis e impermeáveis;
2. Vegetação;
3. Pequenas características topográficas;
4. Sistemas de Drenagem.
Todos esses factores geralmente afectam a taxa e o volume de escoamento que podem
ser esperados duma bacia hidrográfica.

4.3.1.4 Grupos Hidrológicos de Solos em Moçambique


As propriedades do solo influenciam a relação entre escoamento e precipitação, uma vez
que os solos têm diferentes taxas de infiltração. Permeabilidade e infiltração são os
principais dados necessários para classificar os solos em Grupos Hidrológicos de Solos
(HSG). Com base nas taxas de infiltração, o Serviço de Conservação do Solo (SCS) dividiu
os solos em quatro grupos da seguinte forma:
Grupo A: Areia, arenoso-franco ou franco-arenoso - solos com baixo potencial de
escoamento devido à alta taxa de infiltração. Estes solos consistem principalmente em
areias e cascalhos profundos e bem drenados.
Grupo B: Franco-siltoso ou franco - solos com um potencial de escoamento
moderadamente baixo, devido a moderadas taxas de infiltração. Estes solos consistem
principalmente em solos moderadamente profundos a profundos, moderadamente a bem
drenados, com texturas moderadamente fina a moderadamente grossa.

24
Grupo C: Franco-argiloso-arenoso - solos com um potencial de escoamento
moderadamente elevado, devido às baixas taxas de infiltração. Estes solos consistem
principalmente em solos nos quais existe uma camada perto da superfície que impede o
movimento descendente de água, ou solos com textura moderadamente fina a fina.
Grupo D: Franco-argiloso, franco-argilo-siltoso, argilo-arenoso, argilo- siltoso ou argila -
solos com alto potencial de escoamento, devido às taxas de infiltração muito lentas. Estes
solos consistem principalmente de argilas com alto potencial de intumescimento, solos
com lençóis freáticos permanentemente altos, solos com uma camada de argila na ou
perto da superfície e solos rasos sobre material parental quase impermeável.
O mapa de solos de Moçambique é dado no Apêndice D.

4.3.1.5 Declive da Bacia


À medida que o declive da bacia aumenta, o coeficiente de escoamento C selecionado
também deve aumentar. Isso é causado pelo facto de que à medida que o declive da bacia
aumenta, a velocidade do escoamento à superfície do solo e no canal aumentará,
oferecendo menos oportunidades para que a água se infiltre na superfície do solo. Assim,
mais águas pluviais caídas na bacia se transformarão em escoamento.
Muitas vezes é desejável desenvolver um coeficiente de escoamento composto com base
na percentagem dos diferentes tipos de superfície na bacia. O coeficiente composto pode
ser obtido com base na Tabela 4-6 e na Tabela 4-8. A um nível mais detalhado, os
coeficientes podem ser obtidos da Tabela 4-9 em relação ao tipo de superfície. O
procedimento do coeficiente composto pode ser aplicado à totalidade da área da bacia ou
a blocos de “amostras” típicas, como guia para a selecção de valores razoáveis do
coeficiente para a totalidade da área.

4.3.1.6 Desvio de caudais


Desvios de caudais dentro de uma bacia hidrográfica podem alterar os tempos de
deslocamento do escoamento e os caudais de ponta de cheia subsequentes. Eles podem
diminuir o caudal em alguns locais e aumentar noutros.

4.3.1.7 Canalização
A canalização em áreas urbanas inclui o seguinte:
1. Canais abertos melhorados;
2. Lancil com valetas;
3. Secções transversais da estrada com a inversão do ponto de coroamento;
4. Sistemas de drenagem de águas pluviais.
Qualquer um desses tipos de canalização serve para tornar a drenagem mais eficiente.
Isso significa que os escoamentos podem ser superiores, em áreas com canalização
urbana, e os caudais de ponta de cheia ocorrem muito mais cedo em relação às zonas em
que não existe canalização significativa.

4.3.1.8 Mudanças Climáticas


Mudanças no clima afectam directamente os caudais. Devem ser utilizados factores de
ajustamento para acomodar as mudanças climáticas. Detalhes sobre as considerações e
previsões sobre as alterações climáticas podem ser encontradas no Relatório de Estudo de
Resiliência do Clima de 2018 da ReCAP Integrando a Adaptação às Alterações Climáticas
e Gestão de Recursos Hídricos na Concepção e Construção de Estradas em Moçambique,
preparado por: ANE; META/META - Estradas para a Aliança da Água. São indicados mais
detalhes também no Capítulo 12.

25
4.3.1.9 Informação de Previsão
Recomenda-se considerar possíveis impactos das mudanças climáticas na infraestrutura.
Futuras mudanças no uso e aproveitamento da terra podem ser obtidas junto das
autoridades locais.

4.4 Parâmetros Determinantes do Projecto Hidrológico

4.4.1 Frequência de Projecto e de Verificação/Período de Retorno

Os períodos de retorno do projecto/frequências para diferentes estruturas de drenagem,


para três classes diferentes de estradas em Moçambique, estão indicadas na Tabela 4-2.
A tabela indica o período de retorno/ frequência da cheia do projecto, que deve ser usada
para o projecto. A tabela também fornece períodos de retorno mais elevados para verificar
as condições de inundação e os impactos, em caso de eventos extremos, que podem ou
não estar relacionados com as mudanças climáticas. Neste caso, os níveis de cheia são
determinados usando cheias com períodos de retorno mais elevados, de modo a
determinar os impactos graves nas estruturas de drenagem e no meio ambiente. Por
exemplo, os aquedutos em estradas primárias devem ser projectados para um período de
retorno de 25 anos. Os impactos no caso de um evento extremo são avaliados usando um
período de retorno de 50 anos. Se o evento extremo puder causar danos graves, devem
ser implementadas medidas de mitigação, como trabalhos de protecção aprimorados ou
um aumento da capacidade de vazão da estrutura de drenagem.

O Capítulo 12 fornece mais detalhes e orientações sobre considerações e projecto tendo


em conta a resiliência climática. Esta orientação deve ser seguida ao projectar a drenagem
em áreas de alto risco de inundação.

Em estradas extensas, praticamente sem desvios, onde muitos locais estão sujeitos a
eventos independentes de cheias, pode ser necessário aumentar o período de retorno do
projecto em cada local para evitar interrupções frequentes, devido às cheias. Ao
seleccionar um período de retorno do projecto, deverão ser consideradas as possíveis
mudanças no uso do solo a montante, que poderão razoavelmente ocorrer durante o
tempo de vida previsto da infraestrutura de drenagem.

26
Tabela 4-2 Padrões para os Períodos de Retorno do Projecto (Anos)

Tipo de Primário Secundário Terciário


Estrutura Projecto Verificação Projecto Verificação Projecto Verificação

Valetas e 5 10 5 10 5 10
entradas de
água*
Valas laterais 10 25 5 10 5 10

Aquedutos, 25 50 10 25 10 25
tubos (veja
nota) Vão<2m
Aquedutos, 50 100 25 50 25 50
2m<vão <6m
Ponte de Vão 50 100 25 50 25 50
curto
6m<vão<15m
Ponte de vão 100 200 50 100 50 100
médio
15m<vão<50m
Ponte de vão 100 200 50 100 50/ 100
longo
vãos>50m

* Vide o Capítulo 10 - Instalações de Drenagem de águas pluviais para mais detalhes

Vão é o comprimento total da abertura livre de uma estrutura. Por exemplo, o vão para
um aqueduto circular duplo de 1,2 metros de diâmetro é de 2,4 metros, e o período de
retorno do projecto é, portanto, “aqueduto, 2m <vão <6m.” Da mesma forma, para um
aqueduto rectangular duplo, com duas unidades de abertura 4,5 metros, deve-se usar
para o projecto o período de retorno como para uma ponte de vão curto e para uma ponte
com dois vãos de 10 metros cada, deve-se considerar uma ponte de vão médio.

Há uma necessidade de ajustar os períodos de retorno de projecto, para acomodar o efeito


das mudanças climáticas. Recomenda-se aumentar os períodos de retorno do projecto
para um escalão acima ou em 100%, para as áreas de alto risco, veja os mapas de alto
risco de cheia de Moçambique no Capítulo 12 - Resiliência climática.

Quando os padrões de outra entidade, como o município duma cidade, excederem os


valores dados no Capítulo 3, o projecto deve atender aos padrões mais elevados, a menos
que se demonstre que são considerados inadequados. Devem ser utilizados os critérios
adequados das cidades ou região, nos projectos isolados dos sistemas de drenagem,
quando forem projectadas intervenções de beneficiação.
A determinação do caudal pode ser dividido em duas categorias gerais:
1. Locais com medições de caudal - o local está em ou perto de uma estação de
medição e o registo de caudais é de extensão temporal suficiente, e então deve
ser usada a análise estatística para estimar os caudais de ponta de cheia.
2. Locais sem medições - o local não está perto de uma estação de medição e não
há registos disponíveis de caudais.
Os procedimentos hidrológicos, que podem ser usados para as duas categorias
mencionadas acima, serão discutidos nas próximas secções.

27
4.5 Métodos de Análise Hidrológica
Os métodos e fontes seguintes podem ser usados na determinação dos caudais de ponta
de cheia para o projecto de estruturas de drenagem de estradas, conforme listado na
Tabela 4-3.

Tabela 4-3 Aplicações e Limitações dos Métodos de Estimativa de Caudais de


Cheia

Método Dados de entrada Área(km2) máxima Limites do Período


recomendada de Retorno (anos)
Método Área da bacia, comprimento do curso <0,5 2 – 200, PMF
Racional de água, declive médio da bacia,
características da bacia, intensidade
da precipitação
Método Área da bacia, comprimento do curso 0,5 to 65 2 – 200, PMF
SCS de água, distância ao centróide da
bacia (centro), precipitação média
anual, tipo de vegetação, cobertura
do solo e hidrograma unitário
sintético regional
Método Área da bacia, comprimento do curso 0,5 a 5000 2 -200
do de água, distância ao centróide da
Hidrogr bacia (centro), precipitação média
ama anual, tipo de vegetação hidrograma
Sintétic unitário sintético regional
o
Métodos Área da bacia, comprimento do curso Sem limitação, usado 2 – 200, PMF
Empíric de água, distância ao centróide da para grandes bacias
os bacia (centro), precipitação anual
média
Método Registos históricos das pontas de Sem limitação, usado 2 – 200
Estatísti cheia para grandes bacias
co

Nota: PMF – Máxima Cheia Provável

A máxima cheia provável é dada por PMF= QMPF = 106(A/108)1-0.1K, onde K é uma constante
regional para Moçambique e o valor de K é 2-3. A é a área de captação em km2 (Z. Kovacs,
Department of Water Affairs, TR137, Regional Maximum Flood Peaks in Southern Africa)
A estimativa dos caudais de ponta de cheia e dos hidrogramas é realizada usando métodos
estatísticos ou empíricos. Em geral, siga as directrizes a seguir para seleccionar os
métodos de estimativa de caudal (FEM):
1. Compare os resultados de vários métodos.
2. Utilize o caudal que parece reflectir melhor as condições locais do projecto. Não é
recomendado usar a média dos resultados de vários métodos; documente as razões
que justificam a selecção dos resultados.
3. O caudal de ponta de cheia é adequado para o projecto de sistemas de transporte,
tais como drenos pluviais, canais abertos, aquedutos e pontes. No entanto, se o
projecto exigir o encaminhamento da cheia para áreas como bacias de
armazenamento e redes de transporte complexas, é necessário traçar o hidrograma
da cheia.

28
4. O engenheiro de drenagem deve assegurar que o método hidrológico seleccionado
é apropriado para as condições da bacia e que estão disponíveis dados suficientes
para efectuar os cálculos necessários. Se possível, o método deve ser calibrado
para as condições locais e as cheias históricas.

4.5.1 Fluxograma dos Procedimentos de Análise Hidrológica

O fluxograma dos procedimentos de análise hidrológica, Figura 4-3, mostra as etapas


necessárias para a análise hidrológica e os projectos que utilizarão as estimativas
hidrológicas.

29
Figura 4-3 Fluxograma dos Procedimentos de Análise Hidrológica

4.6 Determinação do Tempo de Concentração


O tempo de concentração (Tc) é usado no Método Racional para determinar a duração
crítica da precipitação, que pode então ser combinada com uma relação apropriada de

30
intensidade-duração-frequência da precipitação (IDF), para estabelecer a intensidade de
precipitação requerida. O Tc é o tempo necessário para que a água flua do ponto mais
remoto da bacia para o local que está a ser analisado.

4.6.1 Cálculo do Tempo de Concentração para Escoamento à Superfície do


Terreno

O escoamento à superfície do terreno é o tipo de escoamanto que ocorre em áreas


pequenas, planas ou em zonas mais elevadas da bacia, onde não há um curso de água
claramente definido. Então, o escoamento processa-se na forma de camadas finas de água
fluindo lentamente sobre uma superfície do terreno, razoavelmente irregular. Neste caso
é recomendada a fórmula de Kirby para o cálculo de Tc. É aplicável apenas às partes em
que o declive é razoavelmente uniforme.
𝑛𝐿 0,467
𝑇𝑐 = 0,604 (𝑆0,5 ) (4-1)

Onde:
Tc = tempo de concentração (horas)
n = coeficiente de rugosidade obtido da Tabela 5-1 e Tabela 5-2.
L = comprimento da linha de água, medido desde o limite de bacia até ao
ponto em que é necessário calcular o caudal de cheia (km)
𝐻
S = Declive da bacia 𝑆 = ⁡⁡ (m/m) Vide Figura 4-4
1.000𝐿
H = Altura do ponto mais remoto acima da foz da bacia (m)

Figura 4-4 Definição de Declive para o Escoamento Sobre a Superfície do


Terreno

4.6.2 Cálculo do Tempo de Concentração para Cursos de Água Definidos

Num curso de água definido, o escoamento ocorre ao longo de um canal (natural). A


fórmula empírica recomendada para o cálculo do tempo de concentração em canais
naturais foi desenvolvida pelo Serviço de Conservação do Solo dos EUA.

𝟎,𝟑𝟖𝟓
𝟎,𝟖𝟕𝑳𝟐
𝑻𝒄 = ⁡ (𝟏.𝟎𝟎𝟎𝑺 ) (4-2)
𝒂𝒗

Onde:

31
Tc = tempo de concentração (horas)
L = comprimento hidráulico da bacia medido ao longo da linha de água, desde o limite da
bacia até ao ponto onde se pretende calcular o caudal de cheia (km)
Sav= inclinação média (m/m).

L e Sav são determinados a partir de mapas topográficos. A inclinação média pode ser
determinada graficamente de duas maneiras. O primeiro procedimento é balanceando as
áreas acima e abaixo da linha da inclinação média, conforme mostrado na Figura 4-5.

Figura 4-5 Declive de Acordo com o Método da Área ponderada

Alternativamente, a fórmula desenvolvida pelos Serviços Geólogicos dos Estados Unidos,


e referida como o método 1085-declive, poderia ser usada, como na Figura 4-6.

Na maioria dos casos, a linha de água mais longa inclui o escoamento à superfície bem
como ao longo do canal. Em grandes bacias hidrográficas, o caudal no canal é, geralmente,
dominante, mas em pequenas bacias, pode ser necessário determinar T c como a soma dos
tempos de escoamento, à superfície e ao longo do canal.

Figura 4-6 Declive de Acordo com Serviço Geológico dos Estados Unidos

Duma forma mais ampla, aceita-se que existe um curso de água definido quando o declive
médio da bacia é superior a 5% e a bacia tem mais do que 5 km2. Isto encontra-se
ilustrado na Figura 4-7. A fórmula de Manning pode ser usada para determinar as
velocidades de escoamento no curso de água (canais abertos ou condutas); veja o Capítulo
5 para as equações de cálculo.

32
Figura 4-7 Cálculo do Declive Médio do Canal Principal

A fórmula para determinar o declive de acordo com os métodos de 1085-slope:

𝑯 −𝑯
𝟎,𝟖𝟓𝑳 𝟎,𝟏𝟎𝑳 𝑯
𝑺𝒂𝒗 = ⁡ (𝟏.𝟎𝟎𝟎)(𝟎,𝟕𝟓𝑳) or 𝑺𝒂𝒗 = ⁡ (4-3)
(𝟏.𝟎𝟎𝟎)(𝟎,𝟕𝟓𝑳)

Onde: Sav = declive médio (m / m)


H 0,10L = cota a 10% do comprimento do curso de água (m)
H 0,805L = cota a 85% do comprimento do curso de água (m)
L = comprimento do curso de água (km)
H = H 0,805L - H 0,10L (m)

A altura das quedas de água e rápidos de grande altura são subtraídos do valor bruto H.

Para o escoamento em canal aberto, considere a velocidade uniforme de escoamento com


base no escoamentocom com secção cheia. Ou seja, o canal principal flui totalmente cheio,
sem invadir as margens.

Se for o caso de uma conduta, determine a capacidade de escoamento na conduta


totalmente cheia e determine a velocidade de escoamento nessa condição.

4.7 Determinação do Caudal de Ponta de Cheia de Projecto

4.7.1 Método Racional


O Método Racional é mais preciso para estimar o caudal de ponta de projecto para áreas
até 50 hectares (0,5 km2). Este método, embora tenha sido introduzido pela primeira vez
em 1889, ainda é amplamente usado. Mesmo tendo sido alvo de frequentes críticas, pela
sua abordagem simplista, nenhum outro método usado em projectos de drenagem obteve
um uso tão generalizado.
O procedimento a seguir descreve o método racional para estimar o caudal de ponta de
cheia:
1. Determinar a área da microbacia em hectares (ha);
2. Determinar o tempo de concentração, levando em consideração as características
futuras da bacia hidrográfica;
3. Assegurar consistência com as premissas e limitações de aplicação do Método
Racional;

33
4. Determinar os coeficientes de IDF da precipitação. Extrair os Coeficientes “b” das
curvas de Intensidade-Duração-Frequência da Precipitação, e o valores de “n” da
tabela elaborada, de acordo com a localidade em Moçambique e o período de
retorno de projecto;
5. Usar a Equação 4-7 para calcular a intensidade da precipitação em mm/h ou usar
as curvas IDF para Moçambique, que são dadas no Apêndice A. Usar os mapas de
precipitação incluídos no Apêndice B para determinar a zona de precipitação
apropriada para a bacia de drenagem (localizar usando coordenadas fornecidas nos
mapas). Usar a curva IDF do Apêndice A, que corresponde a essa zona de
precipitação (estão indicadas nos mapas as estações meteorológicas). Se não
houver uma curva IDF correspondente à zona de precipitação, usar os coeficientes
da zona de precipitação máxima diária mais próxima, que tenha uma curva IDF
correspondente.
6. Seleccionar ou desenvolver os coeficientes de escoamento adequados para a bacia
hidrográfica. Quando a bacia tiver mais que uma característica diferenciada, devem
estimar-se os valores “C” para cada porção individual da bacia. Poderá então
estimar-se um valor de “C” ponderado; e
7. Calcular o caudal de ponta de cheia para a bacia hidrográfica, para a frequência
desejada usando a Equação 4-4 ou a Equação 4-5. Serão usadas duas equações
diferentes, dependendo da frequência da precipitação ou do período de retorno.
Incluiu-se no Apêndice F um exemplo trabalhado de cálculo de parâmetros hidrológicos,
usando o Método Racional.
Chuvadas frequentes - A fórmula racional estima o caudal superficial de ponta de cheia
em qualquer local da bacia, em função da área de captação, do coeficiente de escoamento
e da intensidade média da precipitação com duração igual ao tempo de concentração. A
fórmula racional é expressa como:

𝑸 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟕𝟖𝑪𝑰𝑨 (4-4)

Onde:
Q = caudal máximo, m3/s
C = coeficiente de escoamento superficial que representa uma razão do
escoamento em relação à precipitação (ver Tabela 4-4 a Tabela 4-8)
I = intensidade média da precipitação para uma duração igual ao tempo
de concentração, para um período de retorno seleccionado, mm/h
A = área da bacia até ao local do projecto, em ha
Os coeficientes dados na Tabela 4-4 até à Tabela 4-8 são aplicáveis para frequências de
chuvadas de 5 até 10 anos.
O coeficiente de escoamento superficial (C) na fórmula racional é a razão entre o caudal
e a precipitação, para uma determinada intensidade média (I), quando toda a área da
bacia está a contribuir para o local de projecto.

Chuvadas pouco frequentes – trata-se de chuvadas menos frequentes mas de maior


intensidade que exigirão uma modificação do coeficiente, porque a infiltração e outras
perdas têm efeito proporcionalmente menor no escoamento superficial. O ajuste do
Método Racional, para ser usado no caso de grandes chuvadas, pode ser feito
multiplicando-se o lado direito da fórmula racional por um factor de frequência Cf. A
fórmula racional fica então:

𝑸 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟕𝟖𝑪𝑪𝒇 𝑨 (4-5)

34
Os valores Cf estão listados na Tabela 4-7.

Tabela 4-4 Coeficiente de Escoamento Recomendados de aAcordo com o Tipo de


Terreno e de Solo

Tipo de Solo

Tipo de Terreno A B C D

Plano, <2% 0,04-0,09 0,07-0,12 0,11-0,16 0,15-0,20


Ondulado, 2-6% 0,09-0,14 0,12-0,17 0,16-0,21 0,20-0,25
Montanhoso, 6-15% 0,13-0,18 0,18-0,24 0,23-0,31 0,28-0,38
Escarpa, >15% 0,18-0,22 0,24-0,30 0,30-0,40 0,38-0,48

Tabela 4-5 Coeficiente de Escoamento Recomendado para Vários Usos


Seleccionados da Terra

Descrição da Àrea Coeficientes


de
Escoamento*
Comercial: Áreas no centro da cidade 0,70-0,95
Áreas circunvizinhas 0,50-0,70
Residencial: Habitações unifamiliares 0,30-0,50
Prédios isolados 0,40-0,60
Prédios geminados 0,60-0,75
Suburbano 0,25-0,40
Residencial (0,5 hectares por lote ou mais) 0,30-0,45
Áreas de habitação, apartamentos 0,50-0,70
Industrial: pouco dendo 0,50-0,80
muito denso 0,60-0,90
Parques, cemitérios 0,10-0,25
Campos de jogos 0,20-0,40
Parques de linhas férreas 0,20-0,40
Áreas sem melhoramentos 0,10-0,30

* Fonte: Hidrologia, Administração Rodoviária Federal, HEC No. 19, 1984

Tabela 4-6 Coeficientes para Análise de Escoamento Composto

Superfície Coeficientes de
Escoamento*
Asfalto (estrada) 0,70-0,95
Betão (estrada) 0,80-0,95
Acessos e passeios 0,75-0,85
Coberturas 0,75-0,95

35
* Fonte: Hidrologia, Administração Rodoviária Federal, HEC No. 19, 1984

Tabela 4-7 Factores Hidrológicos de Frequência (Cf) para Diferentes Períodos


de Retorno

Período de retorno Cf
(anos)
5 1,00
10 1,00
25 1,10
50 1,20
100 1,25

Tabela 4-8 Coeficiente C de Escoamento Recomendado para Bacias Rurais

Coeficiente
Factor Descrição de
Escoamento
Cs Declive médio < 3,5% Plano 0,05
da bacia
3,5% - 10% Suave a moderado 0,10
10% - 25% Ondulado 0,15
25% - 45% Montanhoso 0,20
> 45% Montanhoso 0,25
Cp Permeabilidde Solo bem drenante, i,e, areia e cascalho 0,05
do Solo
Solo moderadamente drenante, i,e, areia e cascalho 0,10
com finos
Solos fracamente drenantes, i,e, silte 0,15
Solos impermeáveis, i,e, argila, lodos e argilas de 0,25
origem orgânica
Solos negros saturados 0,50
Rocha 0,40
Cv Vegetação Floresta densa/mata espessa 0,05
Floresta esparsa/vegetação rasteira densa 0,10
Pastagens/arbustos 0,15
Área cultivada 0,20
Pastagens abertas 0,25
Solo nú 0,30

O coeficiente de escoamento superficial (C) é a soma dos fatores de escoamento indicados


na Tabela 4-8.

𝑪 = ⁡ 𝑪𝒔 + 𝑪𝒑 + 𝑪𝒗 (4-6)

Os resultados do uso da Fórmula Racional para estimar os caudais de ponta de cheia são
muito sensíveis aos parâmetros que forem utilizados. O projectista deve usar o bom-senso

36
de engenharia para estimar os valores usados neste método. Consulte o exemplo
trabalhado no Apêndice 2.

4.7.1.1 Determinação da Intensidade de Precipitação

A intensidade da precipitação (I) é a precipitação média em mm/h para uma duração igual
ao tempo de concentração e para um período de retorno seleccionado. Uma vez
seleccionado um determinado período de retorno para o projecto, e calculado o tempo de
concentração para a bacia, a intensidade da precipitação pode ser determinada a partir
das curvas Intensidade-Duração-Frequência de Precipitação. Essas curvas aplicadas a
Moçambique estão incluídas no Apêndice A.

Recomenda-se o uso das curvas IDF das estações que se situarem dentro da mesma zona
de precipitação indicada no Apêndice B, se não houver nenhuma outra perto do local.
Para bacias de drenagem em Moçambique, calcule a intensidade da precipitação para
qualquer duração, usando a altura de precipitação de 24 horas, para um determinado
período de retorno, T, que é conhecido como relação intensidade-duração-frequência
(IDF).

𝒕 (𝒃+𝟐𝟒)𝒏
𝑹𝐑𝐭 = 𝟐𝟒 ⁡⁡⁡ (4-7)
(𝒃+𝒕)𝒏

Onde:
RRt = Relação entre a Altura de precipitação Rt : R24
Rt = Altura da precipitação para uma determinada duração ’t’
t = tempo de concentração (Tc or tc)
R24= altura de precipitação de 24 horas
“b” e “n” = coeficientes b=0.3 e n= 0.9, (0.78≤n≤1.09)

𝒂𝑻𝒎
𝑰 = ⁡ (𝒃+𝒕)𝒏 (4-8)

Onde:
I = intensidade da precipitação em mm/h
T = período de retorno ou frequência em anos
t = duração em horas da chuvada
“b”, “m” e “n” são coeficientes

Na Figura 4-8 mostra-se a forma geral de uma curva intensidade-duração-frequência. As


curvas IDF para Moçambique estão incluídas no Apêndice A. À medida que a duração da
precipitação tende para zero, a intensidade da precipitação tende para infinito. Como a
relação intensidade/ duração da chuvada é avaliada assumindo que a duração é igual ao
tempo de concentração, em pequenas bacias, com tempos de concentração extremamente
curtos, podem-se obter intensidades de precipitação de projecto que são irrealisticamente
elevadas. Para minimizar esta possibilidade, utilize um tempo mínimo de concentração de
10 minutos ao aplicar os coeficientes apresentados acima. Como a duração tende para
infinito, a precipitação do projecto tenderá a zero. Normalmente, para um limite de área

37
de 50 hectares, devem obter-se intensidades de precipitação de projecto que não são
irrealistamente baixas. No entanto, se o tempo estimado de concentração for
extremamente elevado, como pode ocorrer em áreas extremamente planas, pode ser
necessário considerar um limite superior para a duração ou usar um método hidrológico
diferente.

Figura 4-8 Curva Típica de Intensidade-Duração-Frequência de Precipitação

4.7.1.2 Limitações do Método Racional


1. Geralmente, o Método Racional é apropriado para áreas de captação até 50
hectares. Isto porque:

a. O caudal resultante de qualquer intensidade de precipitação é máximo quando


a intensidade da precipitação se prolongue tanto ou mais que o tempo de
concentração. Ou seja, toda a bacia só contribui para o pico de descarga, até
que o tempo de concentração seja atingido.

b. Esta suposição limita o tamanho da bacia que pode ser usada no cálculo,
através do Método Racional. Para bacias grandes, o tempo de concentração
pode ser tão grande que não ocorram intensidades constantes de precipitação
por períodos tão longos, e chuvadas mais intensas e mais curtas podem
produzir caudais de ponta de cheia superiores. Além disso, em regiões semi-
áridas e áridas, as áreas de chuva intensa são relativamente reduzidas, com
grandes variações de intensidade, tornando o Método Racional inapropriado
para áreas de captação superiores a 50 hectares.
2. A frequência dos caudais de ponta de cheia é a mesma que a da intensidade de
precipitação, para um determinado tempo de concentração.
As frequências dos caudais de ponta de cheia dependem das frequências da
precipitação, condições de humidade antecedentes na bacia e das características
de resposta do sistema de drenagem. Para áreas pequenas e bastante
impermeáveis, a frequência das chuvadas é o factor dominante, enquanto para

38
bacias maiores são as características de controlo da resposta. Para bacias com
poucas áreas impermeáveis (pouco desenvolvimento urbano), geralmente são
dominantes as condições de humidade antecedentes, especialmente para eventos
de precipitação com um período de retorno de 10 anos ou menos.
3. A fracção de precipitação que se transforma em escoamento (C) é independente
da intensidade ou volume da precipitação.
Essa suposição é apenas realista para áreas impermeáveis, como ruas, telhados e
estacionamentos. Para áreas permeáveis, a fracção de escoamento varia com a
intensidade da precipitação e o volume acumulado de precipitação. Assim, a
aplicação do Método Racional requer a selecção de um coeficiente apropriado para
as condições da chuvada, do tipo do solo e do uso do solo. Existem muitas
directrizes e tabelas, mas carecem de evidências para sua confrontação.
4. O caudal de ponta de cheia é suficiente para o cálculo do projecto.
As práticas modernas em drenagem incluem bacias de detenção das chuvadas
urbanas, para reduzir o caudal de ponta a jusante. Ao utilizar apenas o caudal de
ponta de cheia, o Método Racional tem grandes limitações para avaliar alternativas
possíveis nos projectos de drenagem urbanos e, em alguns casos, de drenagem
em áreas rurais.

4.7.2 Hidrograma Unitário SCS

As técnicas desenvolvidas pelo Serviço de Conservação do Solo dos EUA para calcular os
caudais requerem os mesmos dados básicos do Método Racional: área da bacia, um factor
de escoamento, tempo de concentração e precipitação. A abordagem SCS, no entanto, é
mais sofisticada, na medida em que considera também a distribuição temporal da
precipitação, as perdas iniciais de precipitação devido à interceptação e armazenamento
em depressões, e uma taxa de infiltração que vai diminuindo durante a ocorrência da
chuvada.

Com o método SCS, o escoamento directo pode ser calculado para qualquer chuvada, seja
real ou fictícia, subtraindo a infiltração e outras perdas da precipitação para obter o
excesso de precipitação.

No entanto, o método SCS é mais adequado para calcular os caudais de ponta de cheia e
os volumes de escoamento para bacias com menos de 65 km 2, com declives inferiores a
30% e um tempo de concentração (Tc) inferior a 10 horas.

4.7.2.1 Determinação dos Caudais de Ponta de Cheia usando o método SCS


O procedimento a seguir descreve o método SCS para estimar o caudal de ponta de cheia:
1. Determinar a área da microbacia em hectares (km2);
2. Determinar o tempo de concentração, levando em consideração as características
futuras da bacia hidrográfica;
3. Determinar o tipo de solo, o grupo hidrológico e o uso do solo e o número da curva
correspondente à área da bacia; determinar a região hidrológica, verificar o AMC e
converter o valor de Cn, se necessário, para o estado húmido ou seco.
4. Determinar a altura de precipitação de 24 horas e calcular a relação Ia/p;
5. Usar a Equação 4-14 para calcular o caudal de ponta de cheia unitário; e
6. Calcular o caudal de ponta para a bacia hidrográfica para a frequência desejada,
usando a Equação 5-13.

39
4.7.2.2 Equação de Precipitação - Escoamento

A relação entre a precipitação acumulada e o escoamento acumulado foi obtida pelo SCS
a partir de terrenos experimentais para inúmeras condições de cobertura hidrológica e
vegetativa. Nesses terrenos foram consideradas as informações relativas às medidas de
tratamento da terra, tais como cultivo por curvas de nível ou terraços,. A equação foi
desenvolvida principalmente para pequenas bacias para as quais estão normalmente
disponíveis os dados diários de precipitação e área da bacia. A fórmula foi desenvolvida a
partir de dados de chuvadas registadas, que incluíam a quantidade total de precipitação
num dia de calendário, mas não a sua distribuição temporal. A equação do escoamento
do SCS é, portanto, um método para estimar o escoamento directo de chuvadas de 24
horas ou 1 dia. A equação é:

(𝑷−𝑰 )𝟐
𝑸 = ⁡ 𝑷−𝑰 𝒂+𝑺 (4-9)
𝒂

Onde:
Q = escoamento directo acumulado, mm
P = precipitação acumulada (potencial máximo de escoamento), mm
Ia = abstracção inicial, incluindo armazenamento à superfície, interceptação e
infiltração antes do escoamento, mm
S = retenção máxima potencial, mm

Precipitação - O método SCS é baseado num evento de chuva de 24 horas, que tem uma
distribuição temporal do Tipo II. A distribuição das chuvadas do Tipo II é uma distribuição
temporal "típica" que o SCS preparou a partir dos registos de precipitação. É aplicável para
regiões interiores e não para as regiões costeiras e é apropriada para ser usada em
Moçambique. A distribuição da precipitação dor Tipo II geralmente conduz a escoamentos
superiores em relação à distribuição do Tipo I. A Figura 4-9 mostra esta distribuição. Para
usar esta distribuição é necessário que o utilizador obtenha 1) o valor de precipitação de
24 horas (a partir da Equação 4-9) para a frequência da chuvada de projecto desejada, e
depois 2) multiplique este valor por 24 para obter o volume total da precipitação de 24
horas em milímetros.
A relação entre Ia e S foi desenvolvida a partir de dados de bacias experimentais. Isso
elimina a necessidade de estimar Ia para o uso comum. A relação empírica usada na
equação do escoamento SCS é:

𝑰𝒂 = 𝟎, 𝟐𝑺 (4-10)

Substituindo 0.2S por Ia na Equação 4-9, a equação de escoamento de águas pluviais do


SCS torna-se:

(𝑷−𝟐𝑺)𝟐
⁡𝑸 = ⁡ (4-11)
𝑷+𝟎,𝟖𝑺

S está relacionado com o solo e condições de cobertura do solo, na bacia, através do CN.
O CN tem um intervalo de 0 a 100 e o S está relacionado com o CN por:

𝟐𝟓.𝟒𝟎𝟎
𝑺 =⁡ − 𝟐𝟓𝟒 (4-12)
𝑪𝑵

40
Figura 4-9 Curva da Chuvada de Projecto de Tipo II

Para atribuir um factor de escoamento a uma área, o SCS usa uma combinação de
condições do solo e uso da terra (cobertura do solo). Esses factores de escoamento,
chamados de números de curva de escoamento (CN), indicam o escoamento potencial
numa área. Quanto maior o CN, maior é o escoamento potencial.

As propriedades do solo influenciam a relação entre a precipitação e o escoamento,


afectando a taxa de infiltração. O SCS dividiu os solos em quatro grupos hidrológicos de
solos com base nas taxas de infiltração (Grupos A, B, C e D), descritas na Secção 4.3.1.4.
Além disso, consulte o mapa de solos de Moçambique no Apêndice D.

Números de curva de escoamento

As páginas a seguir fornecem uma série de tabelas relacionadas com os factores de


escoamento. A Tabela 4-9 até à Tabela 4-12 fornecem números de curva para vários tipos
de uso da terra. Estas tabelas baseiam-se na condição de humidade antecedente média,
isto é, solos que não estão muito húmidos nem muito secos quando começa a chuvada de
projecto. Os números de curva devem ser seleccionados somente depois de uma visita de
campo à bacia e uma avaliação do tipo de cobertura da terra e dos mapas de solos. A
Tabela 4-13 apresenta os factores de conversão para converter os números de curva
médios em função das condições antecedentes de humidade. A Tabela 4-14 fornece as
condições antecedentes para as três classificações. Devem ser feitas as seguintes
considerações para determinar os valores CN apropriados:

41
1. deve ser dada atenção especial à selecção de números de curva (CNs). Use um
número de curva médio representativo, CN, para a bacia em estudo.
2. A selecção de CNs excessivamente conservadores resultará na estimativa de
escoamentos excessivamente elevados e, consequentemente, de estruturas de
drenagem excessivamente caras. A selecção de valores elevados conservadores
para todas as variáveis do escoamento resulta na majoração da estimativa do
escoamento superficial.
3. É melhor usar valores médios e projectar para um período de retorno mais alto.
Muitas vezes, o escoamento calculado usando CNs conservadores para uma
chuvada de dez anos de período de retorno excederá em muito o escoamento
calculado para CNs médios para uma chuvada de 25 ou mesmo 50 anos. O
projectista de hidrologia poderá adoptar as duas opções, ao fazer a selecção mais
apropriada do caudal de projecto.

42
Tabela 4-9 Números de Curvas de Escoamento (CN) para Grupos de Solo -
Áreas Urbanas1

Tipo de cobertura e condição % Média de Números de curvas


hidrológica área para grupos de solos
impermeável2 hidrológicos
A B C D
Espaços abertos (relvados, parques,
cemitérios, etc,)3
Fracas condições (cobertura 68 79 86 89
vegetal<50%)
Condições razoáveis (cobertura vegetal 49 69 79 84
50 % a 75%)
Boas condições (cobertura
vegetal >75%) 39 61 74 80
Áreas impermeáveis:
Estacionamentos pavimentados, telhados,
acessos, etc, (excluindo right-of-way) 98 98 98 98
Ruas e estradas:
Pavimentadas; lancis e drenos (excluindo
right-of-way)
Pavimentado; valas abertas (incluindo 98 98 98 98
right-of-way)
Cascalho (incluindo right-of-way)
De terra (incluindo right-of-way) 83 89 92 93

76 85 89 91

72 82 87 89
Áreas urbanas desérticas:
Cobertura de deserto natural 63 77 85 88

Distritos urbanos:
Comercial e escritórios 85 89 92 94 95
Industrial 72 81 88 91 93
Áreas residenciais por tamanho médio do
lote: 65 77 85 90 92
0,05 hectares ou menos 38 61 75 83 87
0,1 hectares 30 57 72 81 86
0,135 hectares 25 54 70 80 85
0,2 hectares 20 51 68 79 84
0,4 hectares 12 46 65 77 82
0,8 hectares
Áreas urbanas em desenvolvimento
Áreas recém-niveladas (apenas áreas permeáveis, sem 77 86 91 94
vegetação)

1
condições médias de escoamento e Ia = 0,2 S
2
A percentagem média de área impermeável indicada foi usada para desenvolver as CNs compostas. Outras
premissas são as seguintes: as áreas impermeáveis estão directamente conectadas ao sistema de drenagem, as
áreas impermeáveis têm CN de 98 e as áreas permeáveis são consideradas equivalentes a espaços abertos em
boas condições hidrológicas. Se a área impermeável não estiver conectada, o método SCS possui um ajuste para
reduzir o efeito.
3
CNs indicadas são equivalentes às de pastagens. CNs compostos podem ser calculados para outras combinações
de tipo de cobertura de espaço aberto.

43
Tabela 4-10 CN Para Terras Agrícolas Cultivadas1

Tipo de Tratamento2 Condição Números de curva para


cobertura Hidrológica3 Grupo de solos hidrológicos

A B C D
Pousio Solo não coberto - 77 86 91 94
Cobertura de Resíduos da Fraca 76 85 90 93
colheita (CR) Boa 74 83 88 90
Culturas Segundo sulcos rectos Fraca 72 81 88 91
em linha (SR) Boa 67 78 85 89
SR + CR Fraca 71 80 87 90
Boa 64 75 82 85
Sulcos segundo curvas de Fraca 70 79 84 88
nível (C) Boa 65 75 82 86

C + CR Fraca 69 78 83 87
Boa 64 74 81 85
Sulcos segundo curvas de Fraca 66 74 80 82
nível & em terraços (C & Boa 62 71 78 81
T)
C&T + CR Fraca 65 73 79 81
Boa 61 70 77 80
Culturas de grão pequeno Fraca 65 76 84 88
SR Boa 63 75 83 87

SR + CR Fraca 64 75 83 86
Boa 60 72 80 84
C Fraca 63 74 82 85
Boa 61 73 81 84
C + CR Fraca 62 73 81 84
Boa 60 72 80 83
C&T Fraca 61 72 79 82
Boa 59 70 78 81
C&T + CR Fraca 60 71 78 81
Boa 58 69 77 80
Culturas de elevada Fraca 66 77 85 89
densidade SR ou semeadas Boa 58 72 81 85
a lanço
Legumes ou Fraca 64 75 83 85
Rotação de culturas C Boa 55 69 78 83
Pasto C&T Fraca 63 73 80 83
Boa 51 67 76 80
1
Condições médias de escoamento e Ia = 0,2S
2
A cobertura de resíduos de culturas aplica-se apenas se os resíduos estiverem em pelo menos 5% da superfície
ao longo do ano.
3
A condição hidrológica baseia-se numa combinação de factores que afectam a infiltração e o escoamento,
incluindo (a) densidade e copa de áreas vegetativas, (b) quantidade de cobertura durante todo o ano, (c)
quantidade de leguminosas em rotações , (d) percentagem de cobertura de resíduos na superfície da terra (boa>
20%), e (e) grau de rugosidade.
Fraca: os factores impedem a infiltração e tendem a aumentar o escoamento.
Boa: Factores favorecem a infiltração média e acima da média e tendem a diminuir o escoamento superficial.

44
Tabela 4-11 Grupos de Solos em Terras Agrícolas

Tipo de Cobertura Condição Números de curvas para o grupo de


Hidrológica solos hidrológicos
A B C D
Pastagens, capim ou Fraca 68 79 86 89
forragem continua Razoável 49 69 79 84
para pastoreio2 Boa 39 61 74 80
Pradarias continuas de -- 35 59 72 79
capim não usadas para
pastagem
Mistura de ervas- Fraca 48 67 77 83
daninhas, espécies Razoável Boa 35 56 70 77
naturais e capim, 304 48 65 73
sendo espécies
naturais o elemento
predominante 3
Combianação de Fraca 57 73 82 86
espécies lenhosas e Razável 43 65 76 82
capim5 Boa 32 58 72 79

Especies lenhosas6 Fraca 45 66 77 83


Razoável Boa 36 60 73 79
304 55 70 77
Areas de exploração -- 59 74 82 86
Agricola-edificios ,
ruas, acessos e loter
curcundanates

1
Condições média de escoamento e Ia = 0,2 S
2
Fraca: <50% de cobertura do solo ou intensamente usado para pastagem, sem cobertura morta
Razoável: 50 a 75% de cobertura do solo e moderadamente usado por pastagem
Boa:> 75% de cobertura do solo e levemente ou apenas ocasionalmente usado para pastagem
3
Fraca: <50% de cobertura do solo
Razoável: 50 a 75% de cobertura do solo
Boa:> 75% de cobertura do solo
4
O número real de curva é menor que 30; use CN = 30 para cálculos de escoamento.
5
CNs indicados foram registados para áreas com cobertura de 50% de capim (pasto). Outras combinações de
condições podem ser calculadas a partir de CNs para bosques e pastagens.
6
Fraca: lixo de florestas, pequenas árvores e arbustos são destruídos por pastoreio intenso ou queimadas
regulares.
Razoável: Bosques usados para pastam, mas sem queimadas, e alguns resíduos de floresta cobrem o solo.
Boa: Bosques protegidos do pasto, resíduos e capim cobrem adequadamente o solo.

45
Tabela 4-12 Valores CN para Terras Áridas e Semiáridas

Tipo de cobertura Condição CN para Grupos de Solos


Hidrológica 2
A3 B C D
Mistura de capim, ervas daninhas e Fraca 80 87 93
espécies naturais de pequena altura, Razoável 71 81 89
com esta última em menor proporção Boa 62 74 85

Mistura de espécies naturais de Fraca 66 74 79


montanha, com pequenas árvores Razoável 48 57 63
Boa 30 41 48
Pequenas árvores com sub-bosque de Fraca 75 85 89
capim Razoável 58 73 80
Boa 41 61 71

Vegetação natural com capim Fraca 67 80 85


Razoável 51 63 70
Boa 35 47 55

Vegetação de arbustos do deserto Fraca 63 77 85 88


Razoável 55 72 81 86
Boa 49 68 79 84
1
condições médias de escoamento e Ia = 0,2 S
2
Fraca: <30% de cobertura do solo (resíduos de plantas, ervas e arbustos sobre a superfície)
Razoável: 30 a 70% de cobertura do solo Bom:> 70% de cobertura do solo
3
Números de curvas para o Grupo A foram desenvolvidos apenas para arbustos do deserto

Tabela 4-13 Conversão de CN Médio para a Condição de CN Seco e Húmido CN

CN para CN Seco CN
condições médias Húmido

100 100 100


95 87 98
90 78 96
85 70 94
80 63 91
75 57 88
70 51 85
65 45 82
60 40 78
55 35 74
50 31 70
45 26 65
40 22 60
35 18 55
30 15 50
25 12 43
15 6 30
5 2 13

Região das presipitações de Moçambique (<100 mm) Fonte: Ref. 15


Região das precipitações de Moçambique (Máximo mensal médio> 300 mm)

46
Tabela 4-14 Grupos de Precipitação para Condição Precedente de Humidade no
Solo

Estação de Época Dormente


Condições Descrição das Condições crescimento Cinco dias de
Antecedentes Cinco dias de Precipitação
Precipitação Antecedente
Antecedente
Seco Condição óptima dos solos da Menos que 36 mm Menos que 13 mm
bacia, onde os solos estão
secos, mas não ao ponto de
emurchecimento, e quando
ocorrem a lavra com arado ou o
cultivo de forma adequada

Médio Caso de cheias anuais

Quando ocorrem chuvadas 36 a 53 mm 13 a 28 mm


Húmido fortes ou chuvas fracas e baixas
temperaturas, durante os cinco
dias anteriores a uma Mais de 53 mm Mais de 28 mm
determinada chuvada

Fonte: Serviços de Conservação do Solo

Tempo de Concentração (Tc):


O tempo de concentração é calculado conforme especificado na Secção 4.6
Parâmetro Ia/p - Ia/p é um parâmetro necessário para estimar os caudais de ponta. Ia
significa a abstração inicial e p é a altura de precipitação de 24 horas para um período de
retorno seleccionado.

4.7.2.3 Estimativa de Caudal de Ponta


As seguintes equações são usadas para a estimativa do caudal de ponta pelo método SCS.

𝒒𝒑 = 𝒒𝒖 𝑨𝒚 (4-13)

Onde qp = caudal de pico, m3/s


qu = caudal de ponta unitário (por unidade da altura de precipitação),
m3/s/km2/mm
A = área da bacia, km2
y = altura do escoamento, mm
O caudal de ponta unitário é obtido a partir da seguinte equação, que requer como dados
de entrada: o tempo de concentração (tc) em horas e a abstracção inicial em relação à
precipitação (Ia/p):

𝟐
𝒒𝒖 = ⁡𝜶⁡(𝟏𝟎𝐂𝒐+𝐂𝟏 𝐥𝐨𝐠𝐭 𝒄+𝐂𝟐 (𝐥𝐨𝐠𝐭 𝒄) ) (4-14)

Onde C0, C1 e C2 = coeficientes de regressão dados na Tabela 4-15, para vários rácios de
Ia/p

= factor de unidade de conversão igual a 0.000431 em SI unidades.

47
No Apêndice G apresenta-se um exemplo trabalhado do cálculo de parâmetros hidrológicos
usando o método SCS .

Tabela 4-15 Coeficientes para o Cálculo do Caudal de Ponta Pelo Método SCS

Tipo de Ia/P C0 C1 C2
Precipitação
I 0,10 2,3055 -0,5143 -0,1175
0,20 2,23537 -0,5039 -0,0893
0,25 2,18219 -0,4849 -0,0659
0,30 2,10624 -0,4570 -0,0284
0,35 2,00303 -0,4077 0,01983
0,40 1,87733 -0,3227 0,05754
0,45 1,76312 -0,1564 0,00453
0,50 1,67889 -0,0693 0,00000
IA 0,10 2,03250 -0,3158 -0,1375
0,20 1,91978 -0,2822 -0,0702
0,25 1,83842 -0,2554 -0,0260
0,30 1,72657 -0,1983 0,02633
0,50 1,63417 -0,0910 0,0000
II 0,10 2,55323 -0,6151 -0,1640
0,30 2,46532 -0,6226 -0,1166
0,35 2,41896 -0,6159 -0,0882
0,40 2,36409 -0,5986 -0,0562
0,45 2,29238 -0,5701 -0,0228
0,50 2,20282 -0,5160 -0,0126
III 0,10 2,47317 -0,5185 -0,1708
0,30 2,39628 -0,5120 -0,1325
0,35 2,35477 -0,4974 -0,1199
0,40 2,30726 -0,4654 -0,1109
0,45 2,24876 -0,4131 -0,1151
0,50 2,17772 -0,3680 -0,0953

4.7.3 Análise Estatística de Dados Hidrométricos

4.7.3.1 Dados Hidrométricos


Existem nalguns locais em Moçambique séries de observações hidrométricas dos quais de
podem obter dados de caudais. É necessário utilizar esses dados para desenvolver uma
relação entre os caudais de ponta e a frequência da sua ocorrência, com certas
precauções,.

4.7.3.2 Relação de Frequência de Caudal de Ponta


Se o registo de medições cobrir um período suficiente, é possível desenvolver uma
distribuição de probabilidades do caudal de cheia, por análise estatística da série de
caudais máximos anuais registados. É possível usar essas relações de forma efectiva, de
várias maneiras diferentes:
1. Se o local da estrutura de drenagem da estrada estiver próximo da estação de
medição no mesmo rio e bacia hidrográfica, o registo de caudais pode ser usado
directamente para uma análise de frequência específica (caudal em T-anos) através
da relação entre a probabilidade de ocorrência e os respectivos caudais de ponta;

48
2. Se o local da estrutura de drenagem estiver dentro da mesma bacia, mas não
próximo de uma estação hidrométrica, é possível fazer a transposição dos
resultados da análise dos registos desta estação, para o local de interesse;
3. Se o local da estrutura não estiver dentro de uma bacia que tenha registo de dados
hidrométricos, é possível desenvolver uma análise de frequência dos caudais de
ponta, a partir de dados de um grupo de várias estações de medição, baseando-se
ou numa região hidrológica (por exemplo, usando equações regionais de regressão)
ou que tenha características hidrológicas similares.

4.7.3.3 Orientações para o Desenvolvimento das Curvas


É possível desenvolver uma curva dos caudais de ponta versus curva de frequência ou
probabilidade, para um determinado local, usando meios estatísticos, desde que sejam
cumpridas as seguintes condições:
1. Suficiente extensão da amostra de caudais de ponta - deve estar disponível uma
amostra dos caudais máximos anuais de extensão suficiente. Isto geralmente
significa um mínimo de oito anos de dados. Alguns estatísticos preferem uma
amostra de 20 ou mais anos. No entanto, em geral, na realidade não estão
disponíveis 20 anos, e, nesta análise, são usadas frequentemente séries com
menos dados;
2. Nenhuma mudança significativa no canal/bacia - nenhuma mudança significativa
no canal ou bacia deverá ter ocorrido durante o período de registos. Se ocorreram
mudanças significativas, a frequência dos caudais de ponta resultantes poderá ser
diferente. O fenómeno de urbanização da bacia hidrográfica não deve mudar o
suficiente para afectar significativamente as características dos caudais de ponta,
dentro do período total de caudais máximos anuais observados e a vida útil prevista
da estrutura de drenagem da estrada. Em hidrologia para estradas, nos métodos
estatísticos, não se usa nenhum meio para reflectir as futuras características
modificadas de uma bacia hidrográfica;
3. Não esteja presente uma estrutura física de regularização - uma série de dados
observados numa bacia, na qual houve, há ou haverá uma estrutura física de
regularização de caudais, não constitui uma base sólida para uma análise
hidrológica;
4. Dados representativos da bacia hidrográfica - os dados medidos devem ser
representativos da bacia hidrográfica, directamente ou por dedução.

4.7.3.4 Fontes de Registos Hidrométricos


Geralmente, o projectista de drenagem precisará de obter os registo dos caudais de ponta
anuais para a estação hidrométrica apropriada. Algumas das estações hidrométricas em
Moçambique têm apenas escalas de medição da altura da água e não têm dispositivos de
registo automático e, assim, os dados são registados uma ou duas vezes por dia. Isso leva
à ausência de registo de caudais de ponta de cheia. As fontes a seguir permitem obter
registos de caudais:

4.7.3.5 Aplicabilidade e Limitações


Para fins de drenagem de auto-estradas, normalmente aplica-se a análise estatística aos
dados de medição de caudal somente naqueles casos em que há registos adequados em
estações de medição de caudal.

49
Tabela 4-16 Extensão Mínima Recomendada de Registos Hidrométricos

Frequência de Extensão Mínima


projecto (Anos) de Registos (Anos)
10 8
25 10
50 20
100 25

Se não estiverem disponíveis dados adequados, o caudal de ponta pode ser estimado com
base nos dados de outras estações de medição de caudal. Nalguns casos, é preciso saber
o caudal de ponta de projecto, num determinado local, que pode estar no mesmo rio ou
próximo de uma estação hidrométrica activa ou descontinuada, mas que tem uma série
adequada de registos (consulte a Tabela 4-16).
Tendo concluído que existe uma série de registos adequado de caudais, é necessário
determinar se alguma estrutura ou urbanização poderão estar a afectar os caudais de
ponta, no local do projecto.
Considere as seguintes directrizes:
1. Período de registo em local semelhante ao do local do projecto - O período de
registo para os caudais de ponta anuais, da estação de medição, deve representar
as mesmas condições ou condições de bacias similares àquela do local do projecto.
Portanto, exclua da análise quaisquer dados de caudais que não representem as
condições da bacia no local do projecto.
2. Factores que afectam o caudal de ponta - Os factores mais comuns que afectam os
caudais de ponta são: a regulação por urbanização e as albufeiras. Em geral
percentagens de áreas impermeáveis inferiores a 10% da área da bacia, não
afectam os caudais de ponta. A existência na bacia de uma grande albufeira ou
muitas albufeiras pequenas ou estruturas de controle de cheias, pode afectar
significativamente as características do escoamento.
3. Extensão dos registos - A extensão dos registos deve ser ajustada para incluir
apenas os registos que foram colectados após o confinamento da água pelas
albufeiras e subsequente a qualquer grande urbanização. Se a extensão dos
registos resultantes ficar muito curta, não use os procedimentos desta secção.

4.7.3.6 Preenchimento de Falhas em séries anuais de caudais máximos


Registos em falta numa série de caudais máximos anuais podem ser preenchidos quando
os dados adicionais tiverem precisão suficiente, de modo a contribuir com informações
suplementares e não apenas com "ruído". Um dos seguintes métodos pode ser aplicado,
conforme documentado em Rahman (1997) e Haddad, Rahman e Weinmann (2008b).
Passo # 1:
Deve ser feita a comparação dos dados instantâneos máximos mensais (IM) com os dados
das médias máximas mensais (MMD), na mesma estação, durante os anos com lacunas
de dados. Se um determinado mês com falta de dados de caudal instantâneo máximo
mensal, corresponder a um mês cujo caudal médio máximo diário muito baixo, isso dá
uma indicação que o caudal máximo anual não ocorre durante o mês em falta.
Passo # 2:
O método 2 envolve uma regressão linear da série de caudais máximos anuais em relação
à série dos caudais instantâneos máximos anuais na mesma estação. As equações de
regressão desenvolvidas podem ser usadas para preencher lacunas no registo de dados
instantâneos, mas não para estender o período de registo de dados de caudais

50
instantâneos. Para preencher as lacunas, o Método 1 é preferível ao Método 2, pois é
baseado, mais directamente, em dados observados para o mês em falta e envolve menos
suposições.

4.7.4 Método de Propagação do Hidrograma de Cheia


Existem duas maneiras de fazer a propagação dos hidrogramas de cheia: através da
albufeira e através do canal:
1. Use a propagação através da albufeira para considerar os caudais de entrada e de
saída e as características significativas do armazenamento de água, associadas às
albufeiras e à detenção.
2. Use a propagação ao longo do canal quando os dados hidrográficos conhecidos
estiverem localizados num ponto diferente do ponto de interesse ou se o perfil ou
a planta do canal for modificada para alterar a velocidade natural ou as
características de armazenamento no canal.

4.7.4.1 Propagação em Albufeiras


À medida que um hidrograma de cheia se aproxima e passa por uma albufeira ou
reservatório de detenção, tornam-se predominantes as características de escoamento
variável. É necessário ter em conta os caudais de entrada e saída e as características da
estrutura de armazenamento de água, para fazer a propagação do hidrograma de cheia
através dessa estrutura.

A propagação através de albufeiras ou de reservatórios de detenção também se aplica


quando o caudal de saída depende apenas do volume de armazenamento de cheia. Use
as técnicas de propagação através de estruturas de armazenamento, para fazer o
seguinte:

1. Determinar os caudais de ponta das bacias hidrográficas que contêm estruturas de


retenção de água de cheias e outras estruturas de amortecimento de caudais;
2. Especificar as magnitudes das cheias que podem provocar o galgamento da
estrada;
3. Avaliar a interrupção do tráfego devido ao galgamento da estrada e as perdas
económicas associadas.

4.7.4.2 Componentes da Propagação do Hidrograma através de Albufeiras


Existem vários métodos analíticos e gráficos para a propagação de hidrogramas de cheias
através de albufeiras ou outras estruturas de detenção. Todos os métodos exigem
descrições confiáveis dos três itens a seguir:
1. Um hidrograma de escoamento de entrada para a cheia em causa;
2. A capacidade de armazenamento versus elevação da água dentro da estrutura; e
3. As características de funcionamento das estruturas de saída da água, associadas à
operação da estrutura.

Por definição, quando o caudal de entrada e de saída de uma albufeira (ou de qualquer
tipo de estrutura de armazenamento) são iguais, existe uma condição de estado
estacionário. Se o caudal de entrada exceder o caudal de saída, o escoamento adicional
será armazenado no sistema. Por outro lado, quando o caudal de saída excede o caudal
de entrada, a água é retirada do armazenamento.

51
4.7.4.3 Propagação ao longo de Canais
A propagação de hidrogramas de cheia através de canais é útil nos casos em que os dados
hidrográficos conhecidos estão num local diferente do local de interesse. Isso também é
verdade nos casos em que o perfil ou a planta do canal for alterada de modo a alterar a
velocidade natural ou as características de armazenamento no canal. A metodologia de
propagação da cheia estima o efeito de um troço de rio no hidrograma de entrada.
Encontra-se no Apêndice H um exemplo trabalhado do cálculo de parâmetros hidrológicos
usando o Método de Propagação do hidrograma, através de estruturas de
armazenamento,.

4.7.5 Métodos de Regressão Regionais


O uso de equações de regressão regionais é o método mais vulgarmente aceite para
calcular os caudais de ponta em locais com bacias hidrográficas grandes, sem registos de
caudais (ou locais com dados insuficientes para uma análise estatística da relação cheias
versus frequência).

4.7.6 Áreas Geográficas Hidrologicamente Homogéneas


A análise de regressão utiliza dados medidos de caudal para definir as regiões hidrológicas.
Estas são regiões geográficas que possuem relações muito semelhantes entre a frequência
de cheias e os caudais de ponta e, como tal, exibem geralmente características
semelhantes das suas bacias hidrográficas, canais e meteorologia; são frequentemente
denominadas áreas geográficas hidrologicamente homogéneas, Figura 4-10.

4.7.7 Métodos e Equações de Regressão


É difícil escolher o conjunto adequado de equações de regressão quando o local do projecto
se situa sobre ou próximo das fronteiras hidrológicas de estudos relevantes.
Outro problema ocorre quando a bacia hidrográfica está parcial ou totalmente dentro de
uma área sujeita a cheias cujas causas são diversas.
Nesses casos deve-se ter cuidado ao usar as equações de regressão, através das seguintes
acções:
1. Realização de uma visita de campo para avaliar as características das bacias
hidrográficas para comparar com outras bacias hidrográficas;
2. Colecta de todos os dados disponíveis das históricos de cheias; e
3. Utilização dos dados colectados para interpretar qualquer valor de caudal.

52
Figura 4-10 Mapa de Precipitações de Moçambique

53
5. Projecto Hidráulico e Estrutural de Canais Abertos
O presente capítulo fornece orientações para a análise e projecto hidráulico de canais
abertos. Um canal aberto é um curso de água natural ou feito pelo homem com uma
superfície livre e que transporta a água dum ponto para outro, com uma superfície
superior aberta.
Ao fazer um projecto de drenagem, é importante determinar as características do caudal
de cheia nos canais de água, a fim de seleccionar as estruturas e os sistemas de
drenagem apropriados, incluindo os trabalhos de protecção, e determinar os efeitos
hidráulicos no canal, estrutura e área circundante.
Os capítulos 3 e 4 abrangeram a colecta de dados hidrológicos e a determinação de
caudais de ponta de projecto, respectivamente. Os resultados obtidos são usados no
projecto hidráulico. O objectivo principal do projecto hidráulico abordado neste capítulo
é determinar os parâmetros hidráulicos, que incluem:
1. Inclinação do canal
2. Velocidade de escoamento;
3. Direcção do escoamento;
4. Altura de escoamento;
5. Elevação da superfície da água ao longo dos canais;
6. Largura disponível para o escoamento no canal.
Alguns dos parâmetros do projecto hidráulico estão ilustrados na Figura 5-1.

Figura 5-1 Parâmetros Hidráulicos de Projecto

A determinação desses parâmetros hidráulicos é necessária pelos seguintes motivos:


1. A velocidade da água no canal determina a altura da água para um dado caudal,
que já está determinado (Capítulo 4). A velocidade também é usada para
determinar o potencial de erosão, que por sua vez é usado para projectar
trabalhos de protecção e estimar a profundidade das fundações de pontes.
2. Para uma dada secção transversal do canal, a altura do escoamento determina a
largura da superfície da água que é utilizada para dimensionar as estruturas de
drenagem que cruzam o canal.

54
3. Os mesmos princípios são usados para determinar as características hidráulicas
do cenário antes da estrutura ter sido colocada e o cenário em que a estrutura
está em funcionamento. A estrutura tenderá a causar um aumento na altura da
superfície da água a montante, resultante da constrição ou contração provocada
pela passagem de água, causada pela própria estrutura, enquanto também causa
um aumento na velocidade do escoamento a jusante.
Os princípios do sistema hidráulico de escoamento em superfície livre são aplicáveis a
todos os sistemas de drenagem, incluindo aquedutos.
A determinação dos parâmetros hidráulicos é baseada principalmente nos princípios da
mecânica dos fluidos e é a mesma para todos os canais simples. Isto está coberto em
detalhes nas secções subsequentes.
É importante definir primeiro canais abertos e entender as suas características. Existem
duas categorias de canais abertos.
1. Canais do rio: Os canais do rio são formados geomorfologicamente pela erosão e
sedimentação a longo prazo. A secção transversal consiste num canal principal
que transporta os caudais baixos e um leito maior na planície de inundação, que
transporta os caudais de cheia extremos.
2. Canais artificiais:
a. Feitos pelo homem com secções transversais geométricas regulares;
b. Sem revestimento, ou revestidos com materiais artificiais ou naturais para
protegê-los contra a erosão;
A decisão sobre o revestimento mais apropriado para o local depende de
factores como tipo de solo, potencial de crescimento da vegetação, espaço
disponível e velocidade de escoamento. A protecção e revestimento das
margens também podem influenciar a qualidade da água e a capacidade de
transporte de poluentes.

Tipos de canais artificiais incluem:


1. Valas de drenagem juntos da estrada - drenos laterais, sanjas e drenos de
captação.
2. Canais L;
3. Inclinações de taludes;
A forma de projectar canais abertos é a mesma, independentemente do tipo de canal.
Este primeiro estágio do projecto serve para determinar o tipo de escoamento.

5.1 Tipo de Escoamento


A classificação de escoamento em canais abertos está resumida da seguinte:
Os escoamentos em superfície livre podem ser classificados em função de:
1. Variação ao longo do tempo;
2. Variação ao longo do espaço;
3. Em função do regime instalado;
A. Em função da variação ao longo do tempo:
➢ Permanente: Q(t) = cte., y(t) = cte.
➢ Variável (não permanente) Q = f (t), y = f (t)

B. Em função da variação ao longo do espaço:

55
➢ Uniforme
➢ Variado (não-uniforme):
gradualmente - curvas de regolfo
- ressalto hidráulico
rapidamente - esc. sobre descarregadores
- singularidades

As combinaçõea possíveis são:


Tipo de escoamento Uniforme Variado (não-
uniforme)
Permanente √ √
Variável (não-permanente) - √

Escoamento permanente significa que o caudal num determinado ponto não varia com o
tempo. O escoamento uniforme é um caso em que as alturas de água e as dimensões do
canal não variam ao longo deste.
O caso de escoamento permanente uniforme e também o caso do escoamento
permanente variado (não-uniforme) são os tipos mais fundamentais de escoamento
tratados em hidráulica de engenharia rodoviária. As equações abaixo são usadas para
calcular os parâmetros do escoamento em canais.

5.2 Determinação dos Parâmetros do Escoamento em Canal usando


a Equação de Manning
As equações a seguir são as mais usadas para analisar os canais abertos.
Equação de Continuidade – aplica-se no caso especial do escoamento permanente
unidimensional de um fluido incompressível.
𝑄 = ⁡ 𝐴1 𝑉1 = ⁡ 𝐴2 𝑉2 (5-1)
Onde:
Q = caudal, m3/s
A = secção transversal do escoamento, m2
V = velocidade média, m/s (que é perpendicular à secção transversal).
Equação de Manning - Para uma dada altura de escoamento num canal com um
escoamento permanente uniforme, a velocidade média, V, pode ser calculada usando a
equação de Manning:

𝟐 𝟏
𝑹𝟑 𝑺𝟐
𝑽 =⁡ (5-2)
𝒏

Onde:
V = velocidade, m/s
n = coeficiente de rugosidade de Manning, m-1/3.s
R = raio hidráulico = A/P, m
P = perímetro molhado, m

56
S = declive da linha de energia (gradiente), m/m (nota: para escoamento
uniforme constante, S = declive do canal, m/m)
Os valores de 'n' de Manning para vários tipos de canais e planícies de cheia são indicados
na Tabela 5-1 e na Tabela 5-2.
Para uma dada geometria do canal, declividade e rugosidade, e um valor especificado de
caudal Q, ocorre um valor único de altura de água em regime permanente uniforme
referida como a altura uniforme. A altura uniforme é usada para projectar canais
artificiais em regime permanente uniforme e é calculada a partir da Equação de Manning:

𝟐 𝟏
𝑨𝑹𝟑 𝑺𝟐
𝑸 =⁡ (5-3)
𝒏

Onde:
Q = Caudal, m3/s
n = Coeficiente de rugosidade de Manning ,m-1/3.s
A = secção transversal do escoamento, m2
R = raio hidráulico = A/P, m
P = perímetro molhado, m
S = declive do canal, m/m
O escoamento permanente em canais pode ser definido como crítico, rápido ou lento,e é
quantificado usando o Número de Froude (Fr). O Número de Froude é a razão entre a
energia cinética e a energia potencial e é calculado usando a seguinte equação:

𝟏
𝑽 𝑸𝟐 𝑩 𝟐
𝑭𝒓 = or 𝑭𝒓 = ⁡ [ 𝒈𝑨𝟑 ] (5-4)
√𝒈𝒚

Onde:
V = velocidade do escoamento, m/s
g = aceleração por gravidade, m/s2
y = altura da água
Q = caudal, m3/s
A = área da secção de escoamento, m2
B = extensão ou largura efectiva da superfície da água (à profundidade y), m

Altura uniforme é a profundidade do escoamento que ocorreria se o caudal fosse


uniforme e permanente, e geralmente é estimada usando a Equação de Manning.
Altura crítica é definida como sendo a altura do escoamento em que a energia
corresponde ao valor mínimo, para um determinado caudal, ou seja, caudal crítico, (Fr
= 1).
Se a altura real do escoamento for superior à altura crítica, então o regime é considerado
"lento" (Fr <1), sendo o escoamento regulado pelas condições de jusante.
Se a altura real do escoamento for inferior à altura crítica, então o escoamento é
considerado "rápido" (Fr> 1). Os impactos deste tipo de escoamento devem ser levados
em consideração no projecto, tal como a erosão.
Se a altura uniforme do escoamento calculada a partir da Equação de Manning for
superior à altura crítica, a inclinação será classificada como uma inclinação lenta. Por
outro lado, se a altura do escoamento for inferior à altura crítica, a inclinação será uma

57
inclinação rápida. Assim, o escoamento uniforme é lento em declive fraco e rápido em
declive forte.

5.2.1 Selecção de valor de Manning ‘n’


Os valores ‘n’ de Manning para canais artificiais são mais facilmente definidos do que
para canais naturais.
A Tabela 5-1 e a Tabela 5-2 mostram valores típicos de 'n' para os canais tanto artificiais
como naturais.

58
Tabela 5-1 Valores do Coeficiente de Rugosidade ‘N’ (Escoamento Uniforme)

Minímo Normal Máximo


Tipo de Canal e Descrição
m .s
-1/3
m .s
-1/3
m-1/3.s
A. Escavado ou Dragado
1. Em terra, recto e uniforme
a. Limpo, concluído recentemente 0,016 0,018 0,020
b. Limpo, depois de temporais 0,018 0,022 0,025
c. Cascalho, secção uniforme, limpa 0,022 0,025 0,030
d. Com relva curta, pouca vegetação 0,022 0,027 0,033
2. Em terra, sinuoso e vagaroso
a. Sem vegetação 0,023 0,025 0,030
b. Com relva, algumas vegetação 0,025 0,030 0,033
c. Vegetação densa ou plantas aquáticas
em canais profundos 0,030 0,035 0,040
d. Fundo de terra e enrocamento nos
taludes 0,025 0,030 0,035
e. Fundo empedrado e com bancos
cobertos de vegetação 0,025 0,035 0,045
f. Fundo de seixos rolados e taludes limpos 0,030 0,040 0,050
3. Escavado com Retroescavadora e dragado
a. Sem vegetação 0,025 0,028 0,033
b. Pouca vegetação nas bermas 0,035 0,050 0,060
3. Escavado em rocha
a. Pouco rugoso e uniforme 0,025 0,035 0,040
b. Muito rugoso e irregular 0,035 0,040 0,050
4. Canais não mantidos, troncos e arbustos
não cortados
a. Vegetação densa, tão alta como a altura
da água 0,050 0,080 0,120
b. Fundo limpo, com arbustos nos taludes 0,040 0,050 0,080
c. O mesmo para o nível máximo de água 0,045 0,070 0,110
d. Arbustos cerrados, até ao nível máximo 0,080 0,100 0,140
B. Cursos de água naturais
I. Cursos de água (largura superficial em cheia
<30m)
1. Cursos de água em planície
a. Limpo, em linha recta, leito cheio, sem
quedas ou zonas profundas 0,025 0,030 0,033
b. O mesmo que acima, mas com mais
pedras e vegetação 0,030 0,035 0,040
c. Limpo, sinuoso, com alguns baixios e
bancos de areia 0,033 0,040 0,045
d. O mesmo que acima, mas com alguma
vegetação e pedras 0,035 0,045 0,050

e. mesmo que acima, com mais baixios ,


rápidos e contracções 0,040 0,048 0,055
f. O mesmo que 4, mas mais pedras 0,045 0,050 0,060
g. Troços com funcionamento mais lento,
com vegetação e zonas profundas 0,050 0,070 0,080

59
Minímo Normal Máximo
Tipo de Canal e Descrição
m .s
-1/3
m .s
-1/3
m-1/3.s
h. Troços com muita vegetação, zonas
profundas ou secções com golenas e com
vegetação arborense 0,075 0,100 0,150
2. Rios de montanha, sem vegetação nos
canais, margens geralmente íngremes, árvores
e arbustos ao longo das margens que ficam
submersas para níveis altos da água
a. Fundo: cascalho, seixo rolado e poucos
pedregulhos 0,030 0,040 0,050
b. Fundo: calhau rolado com grandes
pedregulhos 0,040 0,050 0,070

II. Troços em planícies aluviais


1. Para pastagem, sem vegetação
a. Relva curta 0,025 0,030 0,035
b. Relva alta 0,030 0,035 0,050
2. Área cultivada
a. Sem culturas 0,020 0,030 0,040
b. Culturas maduras em fileiras 0,025 0,035 0,045
c. Culturas maduras no campo 0,030 0,040 0,050
3. Mato
a. Mato pouco denso e vegetação cerrada 0,035 0,050 0,070
b. Mato pouco denso e árvores de inverno 0,035 0,050 0,06
c. Mato pouco denso e árvores de verão 0,040 0,060 0,080
d. Mato médio a denso de inverno 0,045 0,070 0,110
e. Mato médio a densa de verão 0,070 0,100 0,160

4. Árvores
a. Salgueiros densos, em alinhamentos
rectilíneos de verão 0,110 0,150 0,200
b. Terreno limpo com troncos de árvores,
sem rebentos 0,030 0,040 0,050
c. O mesmo que acima, mas com
crescimento intenso de rebentos 0,050 0,060 0,080
d. Grande quantidade de lenhosas, poucas
árvores caídas, pouco crescimento subterrâneio
com o nível de cheia abaixo das ramadas 0,080 0,100 0,120
e. O mesmo que acima, mas com o nível de
cheia atingindo as ramadas 0,100 0,120 0,160
III. Cursos de água principais (largura
superficial durante a cheia> 30 m) o valor
'n' é menor do que aquele em rios menores,
de descrição similar, porque as margens
oferecem menos resistência efectiva

a. Secção regular sem seixos rolados e sem


vegetação 0,025 - 0,060
b. Secção irregular e rugosa 0,035 - 0,100
IV. Vários canais abertos
a. Betão 0,012 0,020
b. Fundo de cascalho

60
Minímo Normal Máximo
Tipo de Canal e Descrição
m .s
-1/3
m .s
-1/3
m-1/3.s
i. Betão 0,020
ii. Pedra Argamassada 0,023
iii. Enrocamento 0,033
c. Canais naturais
i. Rio limpo 0,030
ii. Rio limpo e sinuoso 0,040
iii. Sinuoso com vegetação e zonas
profundas 0,050
iV. Com vegetação densa e lenhosa 0,100
d. Planícies aluviais
i. Pasto 0,035
ii. Culturas de campo 0,040
iii. Mato e vegetação pouco densos 0,050
iv. Mato cerrado 0,070
v. Árvoredo cerrado 0,100

61
Tabela 5-2 Coeficientes de Rugosidade de Manning (HEC-15)

Valor ‘n’ -
Intervalos de profundidade
Categoria de Tipo de 0-0,15m 0,15–0,06 m > 0,6m
Revestimento Revestimento

Betão 0,015 0,013 0,013


Enrocamento argamassado 0,040 0,030 0,028
Rígido Alvenaria de Pedra 0,042 0,032 0,030
Solo-Cimento 0,025 0,022 0,020
Asfalto 0,018 0,016 0,016
Sem Solo não coberto 0,023 0,020 0,020
revestimento
Corte em Rocha 0,045 0,035 0,025
Malha entrelançada artifical 0,016 0,015 0,015
Rede de Junta 0,028 0,022 0,019
Fibra de Vidro 0,028 0,022 0,019
Temporário* Palha com Rede 0,065 0,033 0,025
Esteira de madeira que se 0,066 0,035 0,028
enrola
0,036 0,025 0,021
Esteira de material
Sintético
25 mm D50 0,044 0,033 0,030
RipRap de arreia
50 mm D50 0,066 0,041 0,034
150 mm D50 0,104 0,069 0,035
RipRap de rocha
300 mm D50 -- 0,078 0,040
Nota: Os valores listados são valores representativos para os respectivos coeficientes, n, e variam
com a profundidade da água

5.2.2 Capacidade de Vazão de um Canal


No estudo de canais, é conveniente muitas vezes agrupar as propriedades do canal num
único termo chamado de Capacidade de Vazão:
2
𝐴𝑅 3
𝐾 =⁡ (5-5)
𝑛
e, em seguida, a equação de Manning pode ser escrita como:
1
𝑄 = 𝐾𝑆 2 (5-6)
A capacidade de Vazão de uma secção transversal ao escoamento, com base nas suas
características geométricas e rugosidade é independente da inclinação do leito.

O conceito de Capacidade de Vazão é útil quando se calcula a distribuição dos caudais


de cheia que inundam as margens numa secção transversal do rio, e a distribuição do
caudal através de uma abertura numa estrutura sobre o rio. A Equação de Manning não
deve ser usada para determinar as alturas máximas da água sob as pontes.

Equação de energia - A equação da energia ou também denominada equação de


Bernoulli, é obtida através do Teorema de Conservação de Energia e representa a soma

62
da energia de posição, em relação de um Plano de Referência, energia de pressão que
em canais abertos corresponde à altura do escoamento e a energia potencial. Essas
energias são grandezas escalares que, quando adicionadas, dão a energia total em
qualquer secção transversal. Ao comparar uma secção transversal de um canal aberto a
montante designada 1 e uma secção transversal a jusante designada 2, a equação de
energia é:

𝑽𝟏 𝟐 𝑽𝟐 𝟐
𝒉𝟏 + ⁡ 𝜶𝟏 ( ) ⁡ = ⁡ 𝒉𝟐 + 𝜶𝟐 ( ) ⁡ + ⁡ 𝒉𝑳 ⁡⁡ (5-7)
𝟐𝒈 𝟐𝒈

Onde:
h1 and h2 = alturas da água a montante e a jusante, respectivamente, m
 = coeficiente de correcção da energia cinética, (Coeficiente de
Coriolis)  = 1 para canais
Simples; para canais complexos, o HEC-RAS atribui
automaticamente valores
V = velocidade média, m/s
hL = perda de carga devido a alterações locais da secção transversal
(pequenas perdas) assim como resistência do leito, m (ver secção 5.3.3)
O Coeficiente de Energia Cinética é dado pela seguinte equação:

𝟐
𝑲
𝟐) ∑[𝑲𝒊 ( 𝒊 ) ]
∑(𝑸𝒊 𝒗𝒊 𝑨𝒊
𝜶 =⁡ ⁡=⁡ 𝑲 𝟐
(5-8)
𝑸𝒗𝟐 𝑲𝒕 ( 𝒕 )
𝑨𝒕

Onde:
vi = velocidade média na subsecção (m/s)
Qi = caudal na mesma subsecção (m3/s)
Q = caudal total no canal (m3/s)
v = velocidade média no rio na secção ou Q/A (m/s)
Ki = caudal que passa na subsecção (m3/s)
Ai = área de escoamento da mesma subsecção (m2)
Kt = caudal total que passa na secção transversal (m3/s)
At = área de escoamento total da secção transversal (m2).

‘h’ é a soma de ‘z’ (energia de posição), que corresponde à distância entre o Plano de
Referência e o fundo do calnal e `y´ que correspondente à altura real do escoamento,
ou seja, h = z + y. Os termos da equação de energia estão ilustrados graficamente na
Figura 5-2. A equação de energia afirma que a carga total numa secção transversal a
montante é igual à carga numa secção a jusante mais a perda de energia entre as
secções. A equação de energia só pode ser aplicada entre duas secções transversais em
que as linhas de fluxo são quase rectas e paralelas, de modo que as acelerações verticais
possam ser desprezada.

63
h1
h2

Figura 5-2 Termos na Equação de Energia (Fonte: R A Crowder FDG2 - Capítulo


7, 2009)

5.3 Análise Hidraúlica


O projecto hidráulico envolve uma análise para estimar o caudal de cheia de projecto e
também para evitar potenciais problemas, como erosão e assoreamento.
A análise hidráulica de um canal determina a profundidade e a velocidade em que um
determinado caudal fluirá num canal de geometria, rugosidade e inclinação conhecidas.
A profundidade e a velocidade de escoamento são necessárias para o projecto ou análise
do revestimentos de canais e estruturas de drenagem de estradas.

5.3.1 Métodos de Análise Hidraúlica


Commumente são usados dois métodos na análise hidráulica de canais abertos, a saber:
1. O Método de Secção constante - é uma aplicação simples da Equação de Manning
para estimar a curva de vazão da altura da água a jusante de aquedutos ou para
analisar outras situações nas quais ocorrem escoamentos uniformes ou quase
uniformes.
2. O método de Step-Backwater - é usado para calcular o perfil completo da
superfície da água num troço de rio, para avaliar as alturas da água, sem
restrições, para o projecto hidráulico de pontes, ou para analisar outros problemas
de escoamento gradualmente variado em rios.

O método de secção constante geralmente produz resultados menos confiáveis, porque


requer mais decisões e suposições do que o método Step-Backwater. Em muitos
projectos, o método de secção constante é usado, por exemplo, para valetas tipo, junto
a estradas, aquedutos, ponto de descarga de sistemas de drenagem, etc.

5.3.2 Método de Análise de Secção Constante (Método de Área-Declive)

O método de análise da secção constante (método de área-declive) é simplesmente uma


solução da Equação de Manning para a profundidade uniforme de escoamento, dados o
caudal e as propriedades da secção transversal, incluindo geometria, inclinação e
rugosidade; assumindo um escoamento permanente uniforme.

64
Uma curva de vazão é uma relação gráfica entre a altura de escoamento ou elevação e
o caudal, numa secção específica dum rio. Essa relação deve cobrir uma gama de caudais
até pelo menos a cheia base (100 anos). A curva de vazão pode ser determinada da
seguinte forma:
1. Seleccionar a secção transversal típica no local ou próximo do local onde a curva
de vazão é necessária;
2. Atribuir um coeficiente de rugosidade (n-valor de Manning) como descrito acima;
3. Estimar a inclinação da superfície da água: uma vez que o escoamento é assumido
como uniforme, é usada, geralmente, a inclinação média do leito do rio;
4. Aplicar uma gama de intervalos de alturas da superfície da água na secção
transversal;
5. Cálcular o caudal utilizando a Equação de Manning para cada altura incremental.
O caudal total em cada altura é a soma dos caudais de cada subsecção para essa
altura; na determinação do raio hidráulico, o perímetro molhado deve ser medido
apenas ao longo do contorno sólido da secção transversal e não ao longo da
interface vertical da água que divide as subsecções;
6. Após ter sido calculado o caudal para várias alturas incrementais, deve ser feito
um gráfico de alturas em função de caudais. Este gráfico é a curva de vazão e
pode ser usado para determinar a altura da superfície da água correspondente ao
caudal de projecto ou outro caudal, como está ilustrado na Figura 5-3.

Figura 5-3 Determinação da Cota da Água para um Determinado Caudal (Q)

No Apêndice I encontra-se um exemplo trabalhado do cálculo dos parâmetros hidráulicos


em canais abertos usando a fórmula de Manning (altura uniforme).
Nos canais de rios, a variação transversal da velocidade em qualquer secção transversal
é uma função da geometria da subsecção e o melhor método para determinar as
variações da velocidade transversal é através de medições com molinetes. Se isso não
for possível, pode ser usado o método de secção constante, em que a secção transversal
é dividida em subsecções de rugosidade e geometria relativamente uniformes. Assume-
se que o declive da linha de de energia é o mesmo ao longo da secção transversal, de
modo que a a capacidade de vazão total da secção em causa, KT, é a soma da capacidade
de vazão de cada uma das subsecções:

65
KT = K1 + K2 + …. + KN (5-9)
O caudal total é então KTS e o caudal em cada subsecção é proporcional à sua
1/2

capacidade de vazão. A velocidade em cada subsecção é obtida a partir da equação de


continuidade, V = Q/A.

Podem existir estações com dados de medição de caudal e esses dados podem ser
obtidos do Ministério da área. As curvas de vazão geralmente conduzem a estimativas
mais precisas da altura da superfície da água e devem ter precedência sobre os métodos
analíticos descritos acima.

5.3.3 Análise de Step-Backwater

A análise de Step-Backwater é útil para determinar o perfil de superfície de água sem


restrições, no local em se projecta instalar uma passagem hidráulica, e para analisar até
que ponto a altura da superfície da água a montante é afectada por um aqueduto ou
ponte. Como os cálculos envolvidos nesta análise são monótonos e repetitivos, pode ser
usado um programa de computador, para auxiliar na resolução das equações, como o
que foi desenvolvido pelo Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA, o HEC-RAS.
O método requer a definição da geometria e rugosidade de cada secção transversal. Os
valores-n de Manning podem variar tanto horizontalmente ao longo da secção
transversal, como verticalmente. Podem ser especificados os coeficientes de perda de
carga nas expansões e contracções do escoamento, a variação do canal principal, a
extensão do escoamento na planície de cheia, e o método para calcular o do declive
médio da linha de energia.

Procedimento da etapa padrão: (veja a Figura 5-2)


1. Determinar o caudal, Q, através da análise hidrológica detalhada no Capítulo 4.

2. Seleccionar o troço do rio e dividi-lo em secções. Determinar os parâmetros para


cada secção, ou seja, os perfis transversais e elevações, largura, etc. (ver Capítulo
3).

3. Usar um dos seguintes métodos para determinar a altura da superfície da água


inicial para o caudal selecionado: uma elevação medida, o método de declive de
transporte para determinar a altura para um caudal determinado, ou utilize-se
uma curva de vazão existente (verificada).
4. Considerar a superfície da água a jusante como sendo a secção 1. Determinar z1
e y1 e 1. Calcular A1 e usar a equação de continuidade (Q=V1A1=V2A2) para
calcular V1, que é necessária para calcular a altura correspondente à energia
cinética.
5. Na secção 2, assumir a altura da água y2 e usá-la para calcular A2 e Z2 e a energia
cinética na secção 2.
6. Calcular a inclinação da linha de energia (Sf), tendo em conta as perdas de carga
entre as duas secções, usando a equação abaixo:

𝑸 𝟐
𝑺𝒇 = ⁡ (𝑲 ) (5-10)
𝒂𝒗𝒆

66
𝟐 𝟐
𝑲𝟏 +𝑲𝟐 𝒁𝑨𝟏 𝑹𝟏 𝟑 𝒁𝑨𝟐 𝑹𝟐 𝟑
𝑲𝒂𝒗𝒆 = ⁡ ⁡⁡ = ⁡𝟎, 𝟓 ( +⁡ )⁡ (5-11)
𝟐 𝒏𝟏 𝒏𝟐

7. Calcular a perda de carga por atrito, entre as duas secções (hf)

𝒉𝒇 = ⁡ 𝑺𝒇 𝑳 (5-12)

Onde:
L é a distância entre a secção 1 e a secção 2.

8. Calcular α1 e α2

9. Calcular a perda de carga na expansão (he):

∆𝑽𝟐
𝒉𝒆 ⁡ = 𝑲𝒆 (5-13)
𝟐𝒈

Ke = 0,3 para expansão suave e 0,5 para expansão brusca


10. Calcular a perda de carga na contracção, hc:

∆𝑽𝟐
𝒉𝒄 ⁡ = 𝑲𝒄 (5-14)
𝟐𝒈

Kc = 0.1 para contracção suave e 0,3 para contracção brusca

11. Calcular a perda de carga total, hL:

𝒉𝑳 = 𝒉𝒇 + 𝒉𝒆 + 𝒉𝒄 (5-15)

Para explicar a metodologia, repete-se a equação da energia indicada na Secção 5.2.2:


1𝑉2 2 𝑉2
ℎ1 + ⁡ 𝛼1 ( 2𝑔 ) ⁡ = ⁡ ℎ2 + 𝛼2 ( 2𝑔 ) ⁡ + ⁡ ℎ𝐿 ⁡⁡ (5-16)

Onde:
h1, h2 = alturas a montante e a jusante, respectivamente, m
 = coeficiente de distribuição de velocidade (de Coriollis)
V1,2 = velocidades médias em cada uma das secções, m/s
hL = perdas de carga totais entre as duas secções, m
‘h’ é a soma de ‘z’ (energia de posição), que corresponde à distância entre o Plano de
Referência e o fundo do canal e `y´ que correspondente à altura real do escoamento, ou
seja, h = z + y. A equação de energia é resolvida entre sucessivos troços do rio, com
propriedades quase uniformes de rugosidade, inclinação e secção transversal.

Essas equações são resolvidas numericamente por meio de um procedimento sistemático


denominado estagio padrão de uma secção transversal para a seguinte.

O cálculo do perfil da superfície da água requer um valor inicial para elevação ou


profundidade (condição de fronteira) e prossegue para montante considerando regime
lento e para jusante para regime rápido. No caso do regime rápido, a profundidade crítica
é frequentemente a condição limite na secção de controlo, mas no regime lento, a altura
uniforme pode ser a condição de fronteira. A profundidade inicial neste caso pode ser
encontrada pelo método de secção única (método de área de declive) ou pelo cálculo do

67
perfil da superfície da água a montante para o local desejado para várias profundidades
de partida para o mesmo caudal. Esses perfis devem convergir para a profundidade
uniforme da secção de controlo para estabelecer um ponto na curva de vazão. Se os
perfis não convergirem, então o comprimento do troço do rio entre as duas secções pode
precisar de ser estendido para jusante, ou o intervalo entre as secções transversais deve
ser menor, ou o intervalo de alturas iniciais da superfície da água tem de ser ajustado.
Em qualquer caso, pode ser uma ferramenta útil desenhar uma gráfico com os perfis de
convergência (ver Figura 5-4).
Num troço de rio suficientemente longo, o perfil da superfície da água calculada por
Step-Backwater tenderá para a altura uniforme num ponto a montante, para o
escoamento lento. É necessário definir as fronteiras, a montante e a jusante, do troço
do rio a estudar, para definir os limites da zona de colecta de dados e subsequente
análise. Os cálculos devem começar suficientemente a jusante para garantir resultados
precisos no local da estrutura e continuar até uma distância suficientemente a montante,
para determinar com precisão, o impacto da estrutura nos perfis da superfície da água a
montante (consulte o capítulo 4 sobre como definir os limites da colecta de (United States
Drainage Manual-Customary Department,2005).

Figura 5-4 Padrão do Perfil de Convergência do Cálculo da curva de Regolfo

5.3.4 Aplicação de Software em Dimensionamento Hidraúlico


Recomenda-se usar o seguinte software para análise hidráulica de canais abertos:
1. HEC-RAS. Este foi desenvolvido especificamente para análise de Pontes
Rodoviárias e de regolfos em aquedutos. O HEC-RAS é desenhado para efectuar
cálculos hidráulicos unidimensionais para uma rede completa de canais naturais
e artificiais. O HEC-RAS também pode fazer a modelação bidimensional, que é
necessária para um escoamento mais complexo. O HEC-RAS tem a capacidade de
importar dados do GIS/CAD.
2. ISIS é um simulador hidrodinâmico completo para modelar escoamentos e níveis
em canais abertos. O ISIS é capaz de modelar redes fluviais complexas
entrelaçadas e ramificadas, e foi desenhado para fornecer uma gama abrangente
de métodos para simular escoamentos em planícies de inundação. O ISIS
incorpora soluções de escoamentos permanentes e variáveis, com opções que
incluem regolfos simples, propagação de caudais e simulação completa de

68
escoamentos em regime variável. O mecanismo de simulação fornece um “solver”
directo para escoamento em regime permanente e métodos iterativos de passo
de tempo adaptáveis, para optimizar o tempo de execução e melhorar a
estabilidade do modelo.

O software pode ser baixado gratuitamente da internet. A orientação sobre a sua


aplicação está além do âmbito deste manual. Também estão disponíveis manuais do
utilizador sobre a aplicação do software e os peojectistas devem consultá-los quando
usam o software.

Deve-se notar que, ao usar o software, devem ser tomadas precauções para garantir a
precisão dos resultados. Estes incluem a necessidade de calibração de equações e efeitos
do fenómeno de retorno descrito nas secções abaixo.

5.3.4.1 Calibração

As equações podem ser calibradas para garantir que representem com precisão as
condições do canal local. No entanto, o processo de calibração requer uma grande
quantidade de dados, incluindo secções transversais, níveis de água registados e caudais.
O processo de calibração envolve vários parâmetros de entrada até que haja uma boa
concordância entre os valores medidos e simulados. Os parâmetros hidráulicos, que são
variados, incluem coeficientes de rugosidade e coeficientes de expansão e contracção. O
parâmetro com maior influência sobre os níveis de água é o coeficiente de rugosidade de
Manning.

5.3.5 Fenómeno de Retorno


A matemática da Equação de Manning pode causar um fenómeno de retorno, que ocorre
quando o caudal calculado diminui com um aumento associado na elevação/profundidade
do fundo do canal. Isto ocorre quando, com um pequeno aumento na profundidade da
água, há um grande aumento do perímetro molhado. Isso é ilustrado na Figura 5-5.
Qualquer aumento na altura de escoamento, ligeiramente acima do leito central, que
ocasione o transbordo para a planície de inundação, levará a um aumento
desproporcional no perímetro molhado. Quando se calcula o caudal usando a fórmula de
Manning, pode obter-se uma diminuição do caudal, que é o fenómeno de retorno. Isso
levaria a cálculos errados usando o software. Para resolver esse problema, a secção
transversal deve ser dividida em diferentes segmentos e os cálculos hidráulicos devem
ser realizados separadamente para cada segmento.

Terreno

Figura 5-5 Ilustração da Situação Que Causa Retorno

5.3.6 Propagação de Água com Sedimentos


Nos canais aluviais, normalmente com o leito constituído por areia, cascalho e material
do tipo calhau rolado, devem ser considerados os eventuais problemas de erosão e
sedimentação. Consequentemente, nestas condições, devem ser utilizados os métodos

69
de propagação da água com sedimentos, sempre que haja possibilidade de haver
erosão/sedimentação. Geralmente não é usado em rios de secção estável. Podem ser
usados vários modelos de computador para investigar a propagação da água e dos
sedimentos. As versões mais recentes do HEC-RAS possuem módulos de modelação do
transporte de sedimentos. A erosão ou deposição em cada braço do rio, devido ao
transporte de sedimentos, fornecerá a variação da geometria do canal na direcção
vertical.

5.4 Considerações de Projecto para Canais Abertos:


Canais abertos são essenciais para drenar o escoamento da estrutura da estrada e têm
um impacto positivo e negativo no ambiente rodoviário e nos utentes das vias, portanto,
é preciso tomar em conta as seguintes considerações de projecto.
1. Considerações hidráulicas - A capacidade de vazão do canal deve ser adequada
para o caudal máximo de cheia admitido, proporcionando uma folga apropriada,
garantindo baixo risco de erosão ou danos.
2. Complexidade - a extensão da análise hidrológica e hidráulica deve ser
proporcional ao tipo de estrada, à complexidade da infraestrutura de drenagem e
aos custos associados, riscos e impactos ambientais.
3. Considerações de segurança - o tipo e o projecto do canal devem minimizar o
impacto nos veículos, que acidentalmente se desviam da estrada.
4. Considerações ambientais - Cheias, erosão, sedimentação, poluição e estética são
algumas das questões ambientais, que devem ser consideradas na selecção das
opções de projecto para estruturas de drenagem em canal aberto.
5. Considerações económicas - Projectos para canais abertos devem ser optimizados
para economizar custos. No entanto, os custos dos prejuízos resultantes da falha
do sistema de drenagem superam as economias, por isso a diminuição do risco é
o objectivo principal do projecto.
6. Considerações sobre manutenção - os canais abertos devem ser projectados para
baixa manutenção, minimizando a sedimentação, a erosão, os danos causados
pela erosão, etc. As estruturas devem ser projectadas para uma longa vida útil.

5.5 Procedimentos para Projecto de Canais

5.5.1 Natural/Canais fluviais


O projecto de drenagem, envolvendo canais naturais, deve assegurar que as
características de escoamento existentes sejam mantidas, tais como a dimensão e forma
do canal, velocidades e distribuição do escoamento.
A análise das características dos canais fluviais é realizada como parte do projecto de
estruturas de drenagem de estradas, como aquedutos ou pontes. O objectivo é
transportar a água ao longo ou sob a estrada de tal forma que não cause danos à estrada,
rio ou propriedades adjacentes. É geralmente necessário fazer uma avaliação do canal
existente para determinar o potencial de problemas que podem resultar de um projecto
proposto. O detalhamento das investigações necessárias deve ser proporcional ao risco
associado ao projecto e à sensibilidade ambiental do rio e da planície adjacente.
O procedimento sistemático a seguir dá orientações sobre a metodologia de projecto.
Passo# 1: Colecta de dados do local e do projecto em arquivo
Colecta de dados - antes de iniciar o projecto, devem ser colectados dados importantes
e informações relevantes para o projecto. Isto inclui mapas topográficos e de localização,
dados de levantamentos topográficos e perfis rodoviários, fotografias, dados de projecto

70
das estruturas nas proximidades, avaliações de campo e registos de precipitação e
caudal. Detalhes são indicados no Capítulo 3.
Critérios de projecto - podem ser obtidas mais informações e procedimentos para o
projecto de canais abertos a partir de desenhos padrão e especificações padrão que
influenciam as opções de projecto.
Passo# 2: Determinação do âmbito do projecto.
1. Determine o nível de avaliação - considere a estabilidade do canal existente,
incluindo o potencial de danos e a sensibilidade do escoamento;
2. Determine o tipo de análise hidráulica - isto inclui avaliação qualitativa, análise
de secção constante e análise de Step-Backwater;
3. Avalie os dados colectados e defina, se necessário, as informações que
necessitam de pesquisas adicionais - extensão dos perfis do leito, localização dos
perfis transversais, elevação das áreas propensas a inundações (níveis máximos),
detalhes das estruturas existentes, propriedades dos materiais do leito do rio e
margens e informação geotécnica sobre taludes e fundações.
Passo# 3: Avaliação das variáveis hidrológicas.
1. Consulte o Capítulo 4 para o projecto hidrológico.
2. Calcule os caudais para frequências seleccionadas/períodos de retorno de cheias.
Os procedimentos para o projecto hidrológico estão indicados no Capítulo 4.
Passo# 4: Execução da análise hidráulica.
1. Análise de secção constante – Seleccione a secção transversal representativa,
seleccione valores de ‘n’ apropriados e calcule os valores máximos de caudal de
cheia;
2. Análise de Step-Backwater - avalie as características e impactos do regolfo, como
cheias e inundações de terras e propriedades adjacentes;
3. Faça a calibração usando marcas de cheia conhecidas.
Passo# 5: Execução da análise de estabilidade
1. Factores geomórficos - potencial para alterações das características físicas do
escoamento;
2. Factores hidráulicos - mudanças potenciais nas características hidráulicas devido
a mudanças de declive, profundidade e direcção do escoamento.
Passo# 6: Contramedidas de projecto
1. Critérios para selecção de contramedidas - considerar o mecanismo de erosão, as
características do escoamento, as exigências de construção e manutenção e
considerações sobre actos de vandalismo e custos.
2. Tipos de contramedidas - contramedidas contra a migração de meandros,
estabilização de margens, controlo do efeito do escoamento nas margens nas
curvas, contramedidas contra entrelançamento (separação em 2 ou mais canais),
contramedidas contra a degradação (erosão) e assoreamento.
Passo# 7: Documentação
Prepare o relatório e arquive com as informações básicas.

5.5.2 Critérios de Projecto para Canais Fluviais


Os critérios de projecto são os padrões estabelecidos para garantir que um sistema de
drenagem rodoviário sirva o fim a que se destina, sem pôr em risco a integridade
estrutural da própria infraestrutura, e sem causar efeitos adversos desnecessários ao
meio ambiente ou ao bem-estar público.

71
1. Os efeitos hidráulicos das invasões de planície de inundação devem ser avaliados
para o caudal padrão, para o período de retorno do projecto, e os períodos de
retorno de verificação/ avaliação devem ser usados para verificar os efeitos do
caudal máximo possível/ extremo;
2. Se for inevitável a realocação de um canal do rio, a secção transversal, meandro,
padrão, rugosidade, transporte de sedimentos e o declive devem estar em
conformidade, tanto quanto possível, com as condições existentes. Pode ser
necessária alguma forma de dissipação de energia, quando as condições
existentes não puderem ser alcançadas;
3. Deve ser providenciada a estabilização das margens do rio, quando apropriado,
para qualquer perturbação do escoamento, tal como a sua invasão pelo rio, e
devem-se incluir as margens a montante e a jusante e o local em estudo;
4. Recursos, como diques e bermas elevadas, associados a modificações naturais do
canal devem ter uma largura mínima de 5 metros, com acesso para equipamentos
de manutenção. Os pontos de inversão para veículos devem estar a uma distância
não superior a 500 metros e no final de cada uma dessas infraestruturas.

5.5.3 Padrões de Projecto de Drenagem da Estradas


Os tipos e localização dos drenos são apresentados abaixo:
1. Ao longo do limite da estrada – dreno lateral;
2. Ao longo do topo das secções em corte - drenos de captação ;
3. Afastados da estrada – desvios da estrada ou sanjas.
A drenagem eficiente numa estrada é importante para garantir a integridade estrutura
da estrada e prevenir a erosão. Um exemplo típico de drenagem de estradas está
ilustrado na Figura 5-6. Ela mostra drenos laterais trapezoidais e uma sanja com
protecção contra erosão no desvio da água. Os padrões de projecto, que devem ser
seguidos no projecto de drenagem na estrada, estão indicados abaixo.
Onde haja drenos laterais não revestidos, é provável que ocorra erosão quando a energia
da água é elevada. Para controlar a energia da água e minimizar a erosão, devem ser
tidas em consideração as velocidades padrão admissíveis fornecidas na Tabela 5-3.
O declive geralmente não deve ser maior que 0,05 m/m.

72
Figura 5-6 Ilustração da Disposição de Drenagem Lateral da Estrada

Tabela 5-3 Velocidades da Água Admissíveis (m/s) em Drenagem Escavada de


Uma Estrada

Água que
Água Água que transporta
Tipo de Solo transporta silte
Limpa areia e cascalho fino
fino
Areia Fina 0,45 0,75 0,45
Arenoso argiloso 0,55 0,75 0,6
Argilo-limoso 0,6 0,9 0,6
`Boa’ argila 0,75 1,05 0,7
Revestido de relva plantada em 1,7 1,7 1,7
solos bons
Revestido com molhos de capim 1,1 1,1 1,1
(solo exposto entre plantas)
Cinza vulcânica 0,75 1,05 0,6
Cascalho fino 0,75 1,5 1,15
Argila rija 1,15 1,5 0,9
Argila graduada até pedras 1,15 1,5 1,5
Sedimento graduado até pedras 1,2 1,7 1,5
Siltes aluviais (não coloidais) 0,6 1,05 0,6
Siltes aluviais (coloidal) 1,15 1,50 0,9
Cascalho grosso 1,2 1,85 2,0
Pedras e areias 1,5 1,7 2,0
Xistos 1,85 1,85 1,5
Rocha Erosão desprezível em todas as velocidades

73
5.5.3.1 Evacuação das Águas
Os drenos laterais colectam a água superficial e descargam-na:
1. Para o terreno adjacente. por meio de um desvio da água/sanja;
2. Cruzando a estrada, para o lado de jusante do aqueduto de alívio da estrada;
A posição e o número de desvios de água/ sanjas devem ser indicados nos desenhos de
projecto, refira-se os padrões dados na Tabela 5-4. Em terrenos íngremes, as sanjas
devem ser curvas para descarregar a água paralelamente às curvas de nível topográficas
e evitar erosão à saída do dreno.
Como padrão, os drenos em sanja devem estar espaçados em intervalos de 50 m e não
mais que 100 m, a menos que haja restrições de outra forma, pelas propriedades
adjacentes e pelo aproveitamento da terra.

Tabela 5-4 Espaçamento Máximo de Sanjas

Declive da Estrada (%) Intervalo máximo de sanjas (m)

12 40

10 80

8 1201

6 1501

4 2001

2 802

<2 502

Notas:
1 Um máximo de 100m é o preferido, mas não é fundamental.
2 Em declives baixos, o assoreamento torna-se um problema.

Figura 5-7 Disposição Esquemática da Sanja

É necessário introduzir uma forma de bloqueio para garantir que a água flua do dreno
lateral para a sanja. O ângulo entre a sanja e o dreno lateral deve preferencialmente ser
de 30 graus, mas não maior que 45 graus, Figura 5-7.
A inclinação desejável das sanjas é de 2 a 5%. O dreno deve conduzir a água de forma
lenta através do terreno, tornando-se mais raso e mais largo. Pode ser preciso colocar
pedras na parte terminal do dreno para ajudar a prevenir a erosão.

74
Em terrenos planos, pode ser necessário um pequeno gradiente de 1% ou mesmo 0,5%
para descarregar água, ou para evitar drenos muito compridos.

5.5.4 Procedimentos de Projecto para Canais de Drenagem de Estradas


(Artificiais)/Drenos
Está escrita abaixo uma orientação para abordar a concepção da drenagem de uma
estrada, passo a passo.

Passo #1: Elaboração do projectoo da estrada.


1. Colectar os dados que estejam disponíveis relativos ao local;
2. Obter ou preparar os desenhos do perfil existente e proposto, incluindo a auto-
estrada, aquedutos, pontes, etc.;
3. Definir e traçar em planta a localização das bacias naturais e as saídas dos canais
laterais de drenagem da estrada;
4. Definir a disposição dos canais propostos de drenagem, para minimizar os
comprimentos dos desvios das linhas de água;
Passo #2: Obtenção e revisão dos dados da secção transversal.
1. Calcular a profundidade adequada do canal para drenar a sub-base, ou seja, o
nível máximo de água no dreno não deve atingir o leito da sub-base.
2. Escolher os declives laterais do canal, com base em critérios de projecto
geométrico, incluindo segurança, economia, solo, estética e acesso;
3. Definir a secção transversal necessária e determinar a forma e as dimensões
apropriados da vala;
4. Identificar os itens que podem restringir o projecto da secção transversal:
a. Limites dos cruzamentos, árvores ou áreas ambientalmente sensíveis;
b. Serviços públicos e infraestruturas de drenagem existentes;
Passo #3: Determinação dos declives iniciais do canal.
1. Desenhar as cotas iniciais no desenho em perfil (as inclinações das valas laterais
à beira de estradas em corte, são geralmente controladas pelos declives das
rodovias);
2. Considerar um declive mínimo de 0,3%. Tenha em atenção que esse declive não
necessita de ser necessariamente igual ao declive da via;
3. Considerar a influência do tipo de revestimento no declive;
4. Sempre que possível, evitar colocar estruturas que possam influenciar ou
restringir a inclinação, como locais de implantação de utilidades públicas;

Passo #4: Verificação da capacidade de vazão e ajustamentos necessários.


1. Calcular o caudal de projecto na extremidade de jusante de um segmento de
canal (consulte Hidrologia, Capítulo 4);
2. Definir os valores preliminares das dimensões do canal, coeficiente de rugosidade
e inclinação;
3. Determinar a altura máxima permitida do canal, incluindo a folga;
4. Verificar a capacidade de vazão utilizando a Equação de Manning e o método de
análise de secção constante;
5. Se a capacidade for inadequada, os possíveis ajustes são os seguintes:
a. Colocar aquedutos de alívio adequados;

75
b. Aumentar a largura da base;
c. Adoçar os taludes laterais do canal;
d. Aumentar o declive do canal;
e. Considerar um revestimento do canal mais liso;
f. Instalar entradas de água e um tubo de descarga da chuva paralelo e
abaixo do canal, para complementar a capacidade de vazão do canal.
6. Incluir transições suaves, nas mudanças de secção transversal do canal;
7. Incluir armazenamento adicional de água, onde for necessário, para substituir o
armazenamento na planície de inundação e/ou reduzir o caudal de ponta;
8. Quando o terreno circundante for plano e o escoamento não puder ser facilmente
drenado, considerar a inclusão de sanjas, que drenem para bacias de infiltração;

Passo #5: Determinar o revestimento /protecção necessária do canal (HEC-15).


1. Estimar a altura da água e escolher um valor de “n” inicial de Manning, da Tabela
5-1 e Tabela 5-2;

2. Selecionar um revestimento e determinar a tensão de corte admissível p em


Pascal (N/m2), da Tabela 5-5 e/ou Tabela 5-6;
3. Calcular a altura uniforme do escoamento yn (m) para o caudal de projecto usando
a Equação de Manning e comparar com a profundidade estimada. Se estas não
forem iguais, repetir (1) e (2).
4. Calcular a tensão de corte máxima para a altura uniforme como:

𝝉𝒅 = 𝟐. 𝟗𝟗𝟎𝒚𝒏 𝑺 (5-17)

Onde:
S = declive do canal, m/m;

d = tensão de corte, Pascals (N/m2)


5. Se d <p, então o revestimento é aceitável, caso contrário, considere as
seguintes opções:
a. Escolher um revestimento mais resistente;
b. Uso de betão, gabiões ou outro revestimento mais rígido para o
revestimento total ou um compósito;
c. Diminuir a inclinação do canal;
d. Diminuir a inclinação do canal em combinação com estruturas de queda;
e. Aumentar a largura do canal e/ou adoçar os taludes laterais.

Passo #6: Análise dos pontos de saída e os efeitos a jusante.


1. Identificar quaisquer impactos adversos nas propriedades a jusante que possam
resultar de um dos seguintes itens à saída do canal:
a. Aumento no caudal;
b. Aumento na velocidade;
c. Confinamento/concentração de escoamento laminar;
d. Mudança na qualidade da água de saída;
e. Desvio do escoamento de uma outra bacia hidrográfica.

76
2. Mitigar quaisquer impactos adversos identificados em ((6 (1)) acima,
considerando as seguintespossibilidades :
a. Projectar bacias de dissipação/ reservatórios à saída para diminuir a
energia do escoamento. Esta deve ser a norma ou a opção preferida;
b. Ampliar o canal à saída e/ou instalar estruturas de controlo para fazer a
detenção, ocasionada pelo aumento do escoamento através do canal;
c. Instalar estruturas de controlo de velocidade;
d. Aumentar a capacidade e/ou melhorar o revestimento a jusante do canal;
e. Instalar bacias de sedimentação/ infiltração;
f. Instalar açudes ou outros dispositivos à saída, para redistribuir o
escoamento concentrado do canal;
g. Eliminar desvios que resultem em danos a jusante e que não podem ser
mitigados de maneira menos onerosa.

Tabela 5-5 Classificação de Coberturas Vegetais Quanto a Graus de


Retardamento

Retardo Cobertura Condição


Ervas daninhas
Nível Excelente, alto >750 mm
A nativas
Ervas daninhas
Nível Bom, alto (média 300 – 600 mm)
B nativas
Ervas daninhas
Nível Bom, sem desbaste 150 – 300 mm
C nativas
Ervas daninhas
Nível Bom, sem desbaste 50 – 150 mm
D nativas
Nível Bom, reduzido para 40 mm,
Ervas daninhas
Restolho
E nativas0

77
Tabela 5-6 Resumo da Tensão de Corte para Várias Medidas de Protecção

Cobertura Protectiva Categoria p (Pa)


Vegetação Classe A 177
Classe B 101
Classe C 48
Classe D 29
Classe E 17

Temporária Malha entrelançada artifical 7


Rede de Junta 22
Rede de palha 69
Esteira de madeira enrolada 74
Esteira Sintética 96

Casacalho: D50 = 25 mm 19
D50 = 50 mm 38

Rocha: D50 = 150 mm 120


D50 = 300 mm 239
Gabiões 1.676
Geoweb 479
Solo-Cimento (8%) >2.155
Blocos de betão de
construção, com um filtro
granular numa camada
inferior >958
Blocos em forma de
cunha com fenda para
drenagem >1.197

5.5.5 Aspectos Técnicos de Canais Laterais


Os drenos laterais mantêm a água fora da superfície da estrada e mantêm as fundações
da estrada secas. Drenos laterais eficazes reduzirão a necessidade de manutenção,
evitando a deterioração do revestimento e das bases, e proporcionarão uma estrada mais
seca e, portanto, mais segura e durável.

5.5.5.1 Localização dos Canais


A localização dos canais de drenagem devem evitar deixar áreas mal drenadas, condições
de solo instáveis e áreas frequentemente alagadas. O projecto do canal deve ser
coordenado de perto com o dimensionamento geométrico da estrada (consulte o Manual
de Dimensionamento Geométrico).
Em secções da estrada em corte, recomenda-se posicionar os drenos de captação no
topo do talude em corte, para evitar a erosão potencial da encosta, devido ao escoamento
das águas superficiais. Valas de grande dimensão podem criar problemas de estabilidade
na inclinação do talude e, portanto, devem ser tomadas medidas apropriadas, tais como
revestimento dos drenos com pedras argamassadas, betão, materiais tratados com
emulsão (areias) e outras superfícies de maior resistência.

78
No projecto de drenagem da estrada, a prática padrão deve ser a de revestir os drenos
com excepções, onde:
1. O declive desejável de 0,3% é atingível;
2. O solo não é altamente erodível.
O seguinte critério de dimensionamento aplica-se aos canais ao longo da estrada:
1. Os taludes laterais do canal não devem exceder o ângulo de repouso do solo e/ou
do revestimento e devem ser 1:2 ou mais suavess, no caso de revestimento com
pedras de grande dimensão. Revestimento com pedra argamassada com betão
ou com betume, deve ser usado para inclinações deos taludes do canal mais
íngremes do que 1:2;
2. Revestimentos flexíveis devem ser calculados usando o método da força de
tracção admissível;
3. A probabilidade de ocorrência do caudal de projecto para estruturas de drenagem
definitivas como valas, valas revestidas e para revestimentos temporários deve
ser de 10 anos (verificada com 25 anos), em estradas principais e 5 anos
(verificada com 10 anos) em estradas secundárias e terciárias (Tabela 4-2). O
Capítulo 4 dá mais detalhes);
4. A tirante de ar em canais deve ser de 0,3 metros.

79
6. Dimensionamento de Aquedutos e Pequenas
Estruturas de Drenagem
Esta secção incorpora projectos hidráulico e estrutural, para o dimensionamento de
aquedutos e pequenas estruturas de drenagem. Estas estruturas de drenagem tem como
principal objectivo o restabelecimento das linhas de água naturais e a travessia das
linhas das águas resultantes do escoamento superficial interrompidas pela construção da
estrada. O princípio do seu dimensionamento involve a identificação e cálculo da
capacidade de descarga da estrutura para períodos de retorno apropriados. Os
aquedutos e outras estruturas de drenagem devem ser dimensionados de forma a
minimizar os custos com a manutenção, evitando a ocorrência de erosão excessiva e
assoreamento. Este capítulo fornece diretrizes para a selecção de estruturas de
drenagem transversal adequadas, como projectá-las com uma capacidade de vazão
eficiente e eficaz de acordo com a sua vida útil.

6.1 Tipos de Aquedutos


Os aquedutos mais utilizados são:
1. Aquedutos Circulares- são feitos de betão, aço corrugado (ARMCOs) ou alvenaria
de pedra. Estes podem ser simples, duplos ou de múltiplas entradas.
2. Aquedutos em caixão (rectangulares/ quadrados)- são feitos de betão armado ou
podem ser em pilares de alvenaria de pedra sobre os quais são colocadas lajes
inferior e superior de betão armado.
3. Galerias- consistem de uma laje inferior e unidades pré-fabricadas de meio arco,
que são fabricadas no local para formar uma estrutura em arco.
Aquedutos devem ser posicionados perpendicularmente ao eixo da estrada ou inclinados.
O eixo do aqueduto em relação à estrada é dependente do ângulo sobre o qual a linha
da água cruza o eixo longitudinal da estrada, podendo ser perpendicular ou inclinado.

6.2 Informações Necessárias para o Dimensionamento de


Aquedutos
As informações necessárias para o dimensionamento de aqueductos são listadas abaixo
e os detalhes sobre as fontes das informações, as pesquisas necessárias como fazer o
levantamento de dados são fornecidos no Capítulo 3.
1. Área da bacia drenante- a área da bacia drenante deve ser determinada traçando
(em mapas topográficos) uma linha de cumeada ao longo da bacia em torno da
área a partir da qual a água que passa pelo ponto de travessia da estrada será
colectada. A área da bacia é expressa em hectares (ha) ou quilómetros quadrados
(km2).
2. Características da área da bacia drenante- As informações que seguem definem
a natureza da área da bacia e devem ser determinadas.
a. A inclinação geral das áreas, isto é, se são planas, suaves ou íngremes- o
significado disto é que os gradientes mais íngremes conduzem os fluxos
de água a maiores velocidades e isto aumenta significativamente os
volumes de descarga. Terrenos muito planos levam a inundações e baixas
velocidades do escoamento superficial.
b. Cobertura vegetativa- a vegetação ajuda a aumentar a infiltração da água
no solo e reduz as velocidades de escoamento. É importante fazer o
levantamento de informações sobre se a vegetação é densa, média ou
plana.

80
c. Tipos gerais de solo- dados e informações sobre se os solos são
permeáveis ou altamente permeáveis, tais como solos arenosos ou se têm
baixa permeabilidade, como argila e silte, devem ser colectados.
3. Dados topográficos da área - informações topográficas são obtidas a partir de
mapas topográficos da área e levantamentos topográficos realizados ao longo da
área onde cursos de agua cruzam a estrada e ao longo do alcance do caudal.
4. Tipos de solo e dados geotécnicos existentes - Testes de resistência in-situ devem
ser feitos utilizando o DCP. A fundação deve ser embebida primeiro para obter
resultados baseados no pior cenário possível. As amostras de solo devem ser
recolhidas e testadas em laboratório para determinar a sua classificação, limites
de Atterberg, CBR, expansibilidade, compactação e teor de humidade in-situ. A
extensão do teste deve depender da dimensão da estrutura.
Informações importantes relativas aos picos de cheias no passado podem ser obtidas
entrevistando-se os residentes locais e os engenheiros da manutenção de estradas das
Direcçoes Provinciais da ANE (DIPANE) e outros intervenientes.

6.3 Aspectos Importantes a Considerar no Dimensionamento de


Aquedutos
Aspectos-chave seguintes devem ser levados em consideração na localização e projeção
de Aquedutos.
1. Análise Económica - o projecto de aquedutos deve ser economicamente viável
tanto em termos de custo de execução quanto ao ciclo de vida;
2. Controlo de galgamento da estrada - envolve a prevenção e/ou minimização da
probabilidade de galgamento durante o pico de cheias, Deve ser uma estrutura
com capacidade de vazão adequada;
3. Configuração de aquedutos, incluindo dimensões e número de entradas- envolve
a avaliação de possíveis opções de tipos e materiais a aplicar;
4. Afluxo - este é o aumento do nível de água causado pela presença da estrada e
seus aquedutos, o que pode potenciar a ocorrência de cheias e inundação de
terras e propriedades adjacentes;
5. A velocidade à saída do aqueduto - isso se relaciona com a avaliação da ocorrência
de erosão e infraescavação a considerar durante a elaboração do projecto para
efeitos de mitigação;
6. As necessidades especiais de aquedutos que devem ser usadas como passagens
para peixes, fauna terrestre, ou passagens para gado e outros animais
(aquedutos maiores serão frequentemente necessários para a fauna ou passagem
de animais do que por razões hidráulicas);
7. Segurança - que atende às necessidades de pedestres, ciclistas ou equipas de
manutenção;
8. Questões ambientais - deve ser concebido minimizando o potencial de danos
ambientais.
9. Manutenção – Os aquedutos devem ser accesives para garantir a sua
manutenção.

6.4 Projecto Hidráulico de Aquedutos


A hidráulica dos aquedutos se refere à capacidade dos aquedutos de escoar de forma
adequada e segura a água que atravessa a estrada, Figura 6-1. Isto inclue a análise da
energia potencial, que é o escoamento admissível a montante para ao aqueduto a
inclinação e o coeficiente de rugosidade do seu interior.

81
O entradas e saídas dos aquedutos devem dotadas de capacidade suficiente para auto
limpeza através de um projecto hidráulico mais adequado.

6.4.1 Padrões de Projecto Hidraúlico dos Aquedutos


Os seguintes padrões de projecto devem ser considerados na projeção dos aquedutos, a
menos que restrições específicas endiquem algum desvio.
1. O diâmetro/ dimensão mínima dos aquedutos deve ser de 900 mm para facilitar
a auto limpeza de detritos e solos. Excepções devem ser feitas para aquedutos
em estradas de acesso a propriedades quedevem ter um diâmetro /dimensão
mínimo de 700 mm.
2. Para acomodar a descarga projectada calculada com base no período de retorno
do projecto de 10 anos (verificado em 25 anos) para pequenos aquedutos, 25
anos (verificado em 50 anos) para Aquedutos de dimensão média e 50 anos
(verificado em 100 anos) para aquedutos de grande porte. A Tabela 4-2, Capítulo
4 fornece mais detalhes. A Verificação refere-se à análise da descarga no
possível/provável pico de cheia (PMF).
3. O nível máximo do lado a montante não deve atingir a sub-base (a humidade da
sub-base dos drenos laterais deve ser evitada).
4. A configuração da entrada do aqueduto, incluindo o muro de ala deve impedir o
desenvolvimento de vórtices durante o alagamento, que são a principal causa dos
danos causados pelas cheias (Figura 6-9 e Tabela 6-4, ângulo ≤ 30˚).
5. A velocidade/energia da água à jusante do aqueduto deve ser controlada para
evitar a erosão e a sedimentação. A norma deve incluir uma entrada munida de
uma bacia de sedimentação (drop inlet, catch pit) na entrada e de dissipadores
de energia e/ou enrocamento na saída, conforme necessário.
6. A velocidade mínima no interior do aqueduto não deve ser inferior a 0,7m/s.
7. O gradiente hidráulico no interior do aqueduto não deve ser inferior a 1,5%.
8. Quando o potencial de assoreamento for alto, como em solos arenosos e
erodíveis, as entradas devem ter bacias de sedimentação e o gradiente à saída
deve ser de 3% a 5%, certamente mais íngreme que o gradiente do aqueduto. O
comprimento da saída onde este gradiente mínimo deve ser especificado não
deve ser inferior a 10m.
9. Os tanques de sedimentação, que são facilmente acessíveis para limpeza, devem
ser projectados e construídos a montante da entrada do aqueduto para capturar
o lodo.
10. Como norma, todos os Aquedutos devem ter obras de protecção na saída, que
incluem uma bacia /tanque de sedimentação e/enrocamento ou revestimento
normal de betão ou alvenaria de pedra. Excepções podem ser feitas em terrenos
planos onde se esperem velocidade do caudal à saída inferiores a (≤1m/s).
A prevenção do assoreamento é a chave para um sistema de drenagem sustentável.
Excepções também podem ocorrer em situações em que são construídos aquedutos
através de aterros em planícies de inundação, onde a água pode fluir em qualquer
direcção, dependendo de qual lado acumula mais água primeiro. Esses aquedutos são
construídos com gradiente zero. A entrada dos aquedutos é construída ligeiramente
acima do nível do solo e devem ser protegidas com vegetação com variedades de erva
curta.
O diagrama geral da hidráulica é ilustrado na Figura 6-1.

82
Figura 6-1 Componentes de Aquedutos
Existem dois métodos, que podem ser usados no dimensionamento de aquedutos:
1. Método empírico- este método é simples e envolve o uso de ábacos.
2. Método analítico- envolve cálculos iterativos dos diferentes parâmetros do
projecto hidráulico e é mais complexo.

6.4.2 Métodos Empíricos para o Dimensionamento Hidráulico de Aquedutos


O método envolve o uso de ábacos que tem em consideração as principais variáveis
necessárias para o cálculo da descarga do pico das cheias para o período de retorno do
projecto e a altura máxima admissível à entrada do aqueduto.

6.4.2.1 Método do Uso de Ábacos para Dimensionamento de Aquedutos


As dimensões do aqueduto necessárias para o escoamento do caudal de projecto são
estimadas através do uso dos ábacos apresentados nas Figura 6-2 a Figura 6-5. Estes
ábacos aplicam-se a aquedutos com controlos à entrada onde não existam interferências
do fluxo de escoamento à saída de aqueduto.
Em terrenos planos, onde há um alto risco de assoreamento, um factor de segurança de
2 deve ser adoptado no dimensionamento de aquedutos (isto é, deve se projectar para
o dobro da capacidade de vazão calculada).
Para minimizar o efeito do potencial assoreamento e deposição de detritos no aqueduto,
sua inclinação deve ser de 1,5%.
O padrão de diâmetro mínimo ou altura mínima de 900 mm deve ser considerado para
permitir a entrada de pessoas para a manutenção manual do aqueduto que os
trabalhadores os limpem manualmente. A importância da manutenção não pôde ser
demasiado enfatizada

83
Figura 6-2 Aquedutos Constituídos por Condutas Circulares Metálicos
Corrugados (Tubo Ármico). Altura Do Escoamento à Montante e Capacidade De
Vazão do Aqueduto com Controlo à Entrada (Adaptado de FHWA, 1998)

84
Figura 6-3 Aquedutos Constituídos por Condutas Circulares de Betão. Altura do
Escoamento à Montante e Capacidade De Vazão Do Aqueduto com Controlo à
Entrada (Adaptado de FHWA, 1998)

85
Figura 6-4 Aquedutos Constituídos por Condutas Rectangulares ou Quadradas
de Betão. Altura do Escoamento à Montante E Capacidade de Vazão do
Aqueduto com Controlo à Entrada (Adaptado de FHWA, 1998)

86
Figura 6-5 Determinação da Capacidade de Vazão E Dimensões de Aquedutos
(Zimbabwe, PARTE F)

A Figura 6-5 mostra um método alternativo de dimensionamento de aquedutos circulares


e em caixão (rectangulares e quadrados).

87
Passo #1: Determinar a área da bacia drenante em hectares (ha).
Passo #2: Determinar o coeficiente de escoamento, definindo as características da área
da bacia drenante, que é calculada pela adição de factores apropriados para o terreno,
solos e vegetação
Terreno (I)
• Muito plano 0,10
• Ondulado 0,14
• montanhoso 0,20
Solos (II)
• areia (se poroso drenado> 2m de profundidade) 0,15
• média 0,21
• >30% rocha ou pavimento 0,30
Cobertura de vegetação (III)
• boa 0,25
• média 0,35
• fraca 0,50
Coeficiente de escoamento, C = I + II + III
Passo #3: Desenhar uma linha a partir da área da bacia drenante, passando pelo
coeficiente do escoamento, C para o caudal de pico de cheias 12,5 anos, em metros
cúbicos por segundo (m3/s)
Passo # 4: Desenhar uma linha partindo do caudal de cheias passando pelo topo da
conduta circular ou em caixão até a linha mínima da área de entrada do aqueduto (m2)
Passo #5: Desenhar uma linha horizontal da área de entrada do aqueduto até o mesmo
valor na outra linha da área de entrada da galeria na extrema direita. A linha cruza várias
combinações de aquedutos de tubos e/ou caixões e o projectista pode escolher a opção
mais adequada
Este dimensionamento é simples e directo, mas é limitado a uma área máxima de bacia
drenante de de 2000ha.
Réplica da prática de sucesso:
Se uma alta proporção de estruturas ao longo de uma estrada ou em uma região estiver
em operação há vários anos sem galgamento, é razoável supor que a relação entre a área
da bacia drenante, as características do escoamento , intensidade de precipitação e o fluxo
máximo de água drenada usados no caudal máximo usado no projecto foi razoavelmente
válido no passado. O projecto de novos aquedutos pode ser baseado nas áreas das bacias
e caracteristicas similares, contudo as informações relativas às alterações climáticas
precisam ser avaliadas e os dados do projecto podem precisar ser modificados para
projectos futuros.

6.4.3 Método Análitico para Projecto Hidraúlico de Aquedutos


Os aquedutos devem ser projectados para a descarga do caudal de pico de cheias e as
condições de escoamento superficial do fluxo devem ser assumidas para o período de
retorno do projecto.
A Figura 6-6 ilustra as condições de escoamento superficial do fluxo de água mais comuns
para aquedutos simples.

88
Figura 6-6 Hidráulica de Aqueduto Com Escoamento Submerso com Controlo à
Saída (Austroads 1994)
O fluxo com controlo à saída pode ser calculado a partir das fórmulas abaixo, os
parâmetros são ilustrados na Figura 6-6. A altura total (H) necessária para a passagem
de água através do aqueduto com escoamento com controlo à saída é determinada por:
H = Hv+He+Hf
Onde:

𝑽𝟐
Altura cinética (m) 𝑯𝒗 ⁡ = ⁡ 𝟐𝒈 (6-1)

𝑽𝟐
Perda de carga à entrada (m) 𝑯𝒆 ⁡ = ⁡ 𝑲𝒆 𝟐𝒈 (6-2)

𝟏𝟗,𝟔𝒏𝟐 𝑳 𝑽𝟐
Perda de carga por fricção (m) 𝑯𝒇 ⁡ = ⁡ ( ) 𝟐𝒈⁡⁡ (6-3)
𝑹𝟏,𝟑𝟑

Onde:
V = velocidade média do escoamento no interior do aqueduto, (m/s)
Ke = coeficiente de perda de carga na entrada, para valores veja Tabela 6-1.
n = fator de atrito de Manning, para valores veja Tabela 6-2.
L = comprimento no interior do aqueduto, (m)
g = aceleração de gravidade = 9,8 m/s²

Area molhadaàsaídadoaqueduto
Raio Hidraúlico, (m) R =
Perímetro Molhado
Substituindo na primeira equação acima e simplificando:

𝟏𝟗,𝟔𝒏𝟐 𝑳 𝑽𝟐
𝑯⁡ = ⁡ (𝟏 + ⁡ 𝑲𝒆 + ) 𝟐𝒈 (6-4)
𝑹𝟏,𝟑𝟑

Na equação acima o H pode ser obtido através da utilização dos ábacos do fluxo submerso
como ilustram as Figura 6-2 a Figura 6-5.

89
A partir do desenvolvimento desta equação de energia e da Figura 6-6, H é a diferença
entre a elevação da linha do gradiente hidráulico na saída do aqueduto e a linha de energia
na entrada. Como a velocidade à entrada do aqueduto geralmente é pequena quando
ocorrem condições de alagamento (v2/2g ≈ 0), o nível da água no escoamento submerso
pode ser assumido como igual à elevação da linha de energia.

Tabela 6-1 Coeficiente de Perda de Entrada em Aquedutos, Ke

Tipo de Estrutura e Configuração da Entrada Coeficiente


de Ke
Conduta Circular de Betão
Projectado sob aterro, extremidade de encaixe (saída para o bosque) 0,2
Projectado sob aterro, extremidade em corte quadrado 0,5
Muro de testa ou Muro de testa e de ala, com encaixe no fim do tubo 0,2
Borda quadrada 0,5
Arredondado (raio = D / 2) 0,2
Cortadas para adequar a inclinação da talude 0,7
Secção final em conformidade com a inclinação da talude 0,5
Conduta Circular de Metal Corrugado
Projectado sob aterro, (sem muro de testa) 0,9
Muro de testa ou muro de testa com muro de ala, borda quadrada 0,5
Cortadas para adequar o aterro da talude 0,7
Secção final em conformidade com a inclinação da talude 0,5
Caixa de Betão Armado
Muro de testa paralelo à talude (sem muro de ala), com arestas 0,5
quadradas em 3 extremidades
Arredondado em 3 arestas para o raio de 1/12 dimensões da célula 0,2
Muro de ala de ângulo de 30˚ a 75˚ para a célula, com arestas
0,4
quadradas na coroa
Borda da coroa arredondada ao raio de 1/12 das dimensões da célula 0,2
Muro de Ala de 10˚ a 25˚ para célula, quadrada em coroa 0,5

0,7
Muros de Ala paralelos (extensão dos lados), quadradas em coroa
Nota: As secções finais em conformidade com a inclinação do aterro referem-se às secções disponíveis dos
fabricantes

Fonte: Bureau of Public Road (1965)

90
Tabela 6-2 Valores Recomendados de Manning para Condutas

Tipo de conduta Descrição da Parede Manning’s n


Circular em betão Paredes Lisas 0,010-0,013
Caixas em Betão Paredes Alisadas 0,012-0,015
metal corrugado,
68mm x 13mm
condutas circulares e em 0,022-0,027
corrugações
caixão
Conduta circular ou 150mm x 25 mm
0,022-0,025
helicoidal corrugações
125mm x 25mm
0,025-0,026
corrugações
75mm x 25mm
0,027-0,028
corrugações
150mm x 50 mm placa
0,033-0,035
estrutural
230mm x 64mm Placa
0,033-0,037
estrutural
Condutas circulares de
68mm x 13mm
metal corrugado, 0,012-0,024
corrugações
helicoidal
Corrugações, escoamento
submerso circulante
Viga de Espiral de Metal Paredes Lisas 0,012-0,013

A altura do escoamento com controlo à saída é calculada de acordo com a equação:


yH = h + yT - LS
Onde:
yT = altura da água à saída do aqueduto (m)
L = comprimento do aqueduto, (m)
S = declividade do interior do aqueduto, (m/m).
Os vários componentes dessa equação estão ilustrados na Figura 6-7 e na Figura 6-8.
A altura da água à saída do aqueduto (yo) a ser adoptado quando a cota do caudal (yT)
estiver abaixo da entrada do aqueduto:

𝒚𝒐 +𝑫
yT ou ⁡ (6-5)
𝟐
Onde:
yo = profundidade do fluxo à saída do aqueduto (m)
D = Diâmetro do aqueduto, (m).
Para o cálculo da velocidade de saída, o yT pode ser ligeiramente diferente do mostrado
na etapa 11 na Figura 6-7.

91
Figura 6-7 Determinação de yo Para A Altura De Escoamento à Saída Abaixo do
Topo da Abertura (Adoptado de Ausroads)

Figura 6-8 Determinação da H Para Nível Alto Nível de Escoamento à Saída


(Adoptado de Ausroads)

6.4.4 Cálculo da Velocidade à Saída do Aqueduto e Determinação da


Necessidade de Protecção do Canal
A velocidade média à saída é obtida pela divisão do caudal de descarga pela área da
secção transversal do escoamento à saída do aqueduto.
Se o controlo à entrada governar a altura do escoamento à entrada, a altura do fluxo no
interior do aqueduto pode ser aproximada à altura normal do escoamento no canal aberto,
calculado pela equação de Manning Stricklerpara o fluxo do caudal de descarga, dimensão
do interior do aqueduto, rugosidade e inclinação do aqueduto selecionado. Para o
escoamento submerso em condutas circulares as Figura 6-2 à Figura 6-5 podem ser
usadas para determinar o caudal de descarga.
Se o controlo do escoamento é à saída, , a altura do fluxo será uma das seguintes:
1. Altura crítica - se o a altura do escoamento à saída estiver abaixo da altura crítica
(Figura 6-2 a Figura 6-5);
2. Altura da água a saída - se a altura da água à saída estiver entre a altura crítica e
o topo do tubo;
3. A altura da conduta- se a altura da água à saída estiver acima do topo do tubo.
No entanto, todos os aquedutos devem ser projectados para o caudal máximo de descarga
do projecto, fluindo totalmente e com o nível máximo de água permitido que deve estar
abaixo da sub-base.

92
6.4.5 Tratamento Final de Aquedutos
Os componentes que seguem devem ser incluídos nas entradas e saídas dos aquedutos.
Entrada do Aqueduto:
1. Bacia de sedimentação ou abaixamento da entrada – a saída do aqueduto deve
estar ao mesmo nível ou abaixo da entrada do dreno;
2. Obras alinhadas ao aqueduto - todas as obras alinhadas ao aqueduto, como são
os casos de drenos laterais, caminhos/ linhas de água devem ser revestidas com
betão ou pedra argamassada e arrumada à mão a uma distância de pelo menos 2
m da abertura do aqueduto;
3. Muro de ala - paredes laterais com abertura angular (Figura 6-9 e Tabela 6-4) devem
ser incluídas excepto onde a maior parte do escoamento é proveniente de drenos
laterais;
4. Os muros de testa devem ser incluídos particularmente em locais onde se prevejam
fortes correntes de caudais de descarga durante as cheias;
5. Quando avaliada a possibilidade de galgamento da estrada, deve ser projectado
um revestimento forte na entrada do aqueduto e nas taludes laterais da base até
a superfície devendo se estender por no mínimo 5 m de cada lado do aqueduto;
6. Muro de ancoragem - onde as bacias de sedimentação não são fornecidos, uma
parede com altura mínima de 500 mm deve ser projetada na boca do aqueduto
para evitar cortes. O muro de ancoragem deve ser projectado monolítica com a
laje inferior.
Saída do Aqueduto:
1. Bacias de sedimentação - excepto em terrenos muito planos onde se espera que a
velocidade do fluxo seja lenta (≤ 1m/s) e os padrões fornecidos na Secção 6.4.1
sejam satisfeitos, bacias de retenção devem ser projectados nas saídas de
aquedutos para dissipar a energia da água antes de descarregá-la para terrenos
circundantes. É necessária uma queda equivalente a metade do diâmetro do
aqueduto (D/2) ou mais para que as bacias possam funcionar de forma eficaz.
2. Revestimento da saída - O revestimento das saídas dos aquedutos deve ser a
prática padrão. Diferentes tipos de revestimento incluem enrocamento, pedra
argamassada e arrumada a mão, revestimento de betão, gabiões, arrumação de
pedras, etc. podem ser usados. A inclinação dos drenos de saída deve ser de 3% e
não exceder 5% se não for revestida.
3. Drenos de saída - devem ser ligeiramente curvados para descarregar a água na
direcção perpendicular à inclinação geral do solo, a fim de reduzir a energia da
água antes de descarregá-la no terreno circundante.
4. Muro de ancoragem - onde não seja prevista uma bacia de sedimentação uma
parede de ancoragem deve ser construida no final da laje inferior para evitar a
infraescavaçao e rotura, independentemente da protecção ser fornecida ou não.
5. Outras medidas de controlo de erosão, como vegetação e dissipadores de energia,
devem ser projectadas conforme apropriado.

Estes tratamentos irão realizar uma ou mais das seguintes funções:


1. Evitar que o assoreamento interfira no funcionamento do aqueduto.
2. Evitar a erosão de solos nas áreas adjacentes do aqueduto.
3. Evitar impedimentos do escoamento do fluxo os extremos do aqueduto.
4. Evitar infiltrações de água através das camadas de aterro na estrutura e
consequente bombeamento de finos.
5. Atender aos requisitos de segurança no trânsito.
6. Melhorar a aparência de grandes estruturas de aquedutos.

93
7. Dotar de resistência hidráulica aos aquedutos constituídos de condutas circulares
de metal corrugado.
8. Fortalecer as extremidades de grandes estruturas de aquedutos flexíveis.

6.4.6 Especificações para Velocidades Permitidas a Jusante de Aquedutos


A susceptibilidade à erosão no lado jusante do aqueduto depende da erodibilidade do
material nos drenos de saída. A Tabela 6-3 fornece orientação sobre as velocidades de
descarga permitidas para os diferentes materiais à saída.

Tabela 6-3 Velocidades de escoamento Permitidas para diferentes Materiais à


Saída do Aqueduto

Material à jusante no final da parede Velocidade


aqueduto permitida (m/s)

Rocha 4,5

Pedra 150 mm de diâmetro ou maior 3,5

Cascalho 100 mm ou cobertura de ervas 2,5


daninhas

Argila firme ou argila dura 1,2 – 2,0

Argila arenosa ou siltosa 1,0 – 1,5

Nota: Estas são velocidades atingidas a saída do aqueduto

6.4.7 Directrizes sobre Dimensionamento de Enrocamentos


Directrizes simples para o dimensionamento de enroncamentos à jusante de aquedutos
(ou descargas) são dadas por Bohan (1970)

𝒅 𝑫
= 𝟎, 𝟐𝟓𝑭𝒄 for 𝒚𝑻 < 𝟐 ⁡ (6-6)
𝑫

𝒅 𝑫
= 𝟎, 𝟐𝟓𝑭𝒄 for 𝒚𝑻 = (6-7)
𝑫 𝟐

Onde d pode ser tomado como a dimensão d50 da pedra, D é o diâmetro da conduta, yT é
a altura do escoamento à saída e Fc é o número de Froude para o fluxo de descarga a
partir da queda de saída do aqueduto:

𝑽
𝑭𝒄 = ⁡ (𝒈𝑫)𝒐𝟎,𝟓 (6-8)

onde Vo é a velocidade média do escoamentona saída do aqueduto e g é a aceleração


devida à gravidade. O comprimento da camada de proteção, Lp depende do valor de Fc:

For Fc ≤1

𝑳𝒑 = 𝟖 (6-9)

94
For Fc>1

𝑳𝒑 𝑫
= 𝟖 + 𝟏𝟕𝒍𝒐𝒈𝟏𝟎 𝑭𝒄 for 𝒚𝑻 < ⁡ ⁡ (6-10)
𝑫 𝟐

𝑳𝒑 𝑫
= 𝟖 + 𝟓𝟓𝒍𝒐𝒈𝟏𝟎 𝑭𝒄 for 𝒚𝑻 ≥ ⁡ ⁡ (6-11)
𝑫 𝟐

A fim de impedir o corte da laje de protecção, um muro de ancoragem deve ser projectado
no fim do enrocamento.
Nas condições sem obras à entrada deve ser introduzido um “corte” com as seguintes
características:
1. profundidade mínima:
a. 0,60m for D ˂ 1,50m
b. 0,90m for D ≥ 1,50m
2. Espessura: 0,20 m

6.4.8 Limitações de Projecto


Altura do escoamento à entrada- é a altura do nivel da água na extremidade à montante
do aqueduto que será limitada por uma ou mais das condições que seguem:
1. Não irá danificar as propriedades à montante do fluxo;
2. Não superior a 300 mm abaixo da borda da berma;
3. Igual a um HW/D (yT/D) não superior a 1,5;
4. Não superior ao secção inferior da sub-base;
5. Igual à cotas onde o fluxo pode ser desviado em torno do aqueduto.

Revisão da altura do escoamento à entrada - É a revisão da altura do escoamento do pico


de cheias que:
1. Não deve exceder 500 mm de altura nos edifícios ou habitações nas proximidades,
em relação à cota do pico de cheias de 100 anos;
2. Tenha um nível inundação que é tolerável para as propriedades e estradas à
montante da descarga revista.
Relação altura do escoamento à jusante ~ Canal
1. Avaliar as condições hidráulicas do canal à jusante para determinar a profundidade
da água para uma série de descargas que incluem a descarga de revisão (ver
Capítulo 4);
2. Calcular as curvas de regolfo em locais sensíveis ou usar uma análise de secção
transversal única;
3. Usar a altura crítica e a linha do nível do equivalente hidráulico se a saída do
aqueduto estiver a operar com uma descarga livre;
4. Usar a altura de escoamento à montante de qualquer aqueducto próximo a jusante,
se for maior que a profundidade do canal.

95
Relação altura do escoamento à jusante ~ Confluência
1. Usar o nível máximo de água que tenha a mesma frequência que as cheias
identificadas durante a elaboração do projecto, se os eventos ocorrerem
concomitantemente (estatisticamente dependentes);
2. Se estatisticamente independente, avaliar a probabilidade conjunta das
magnitudes de cheia e usar uma combinação provável que resulte na máxima
altura de escoamento à saída.
Velocidade máxima - a velocidade máxima na saída do aqueduto deve ser consistente com
a velocidade no canal natural ou deve ser mitigada com:
1. Estabilização do canal (capítulo 5);
2. Dissipação de energia (Capítulo 10).
Velocidade Mínima - a velocidade mínima no interior do aqueduto deve resultar em uma
tensão de cisalhamento (=dS) menor que a tensão crítica de arrastamento c do
material de leito transportado em baixas vazões

𝝉 = ⁡𝜸𝒅𝑺 > ⁡ 𝝉𝒄 (6-12)

A fim de evitar o assoreamento do interior do aqueduto, a velocidade mínima de


escoamento no interior da conduta deve ser ≥ 0,7 m/s e o gradiente não deve ser inferior
a 1,5%.
1. Usar 0,8 metros por segundo (0.8m/s) quando a dimensão dos materiais não for
conhecida;
2. Se o assoreamento for provável, considere a instalação de um tanque de
sedimentação e dimensões do aqueduto para facilitar a limpeza. O diâmetro
mínimo dos aquedutos deve ser de 900 mm.
Armazenamento - Temporário ou Permanente - se o armazenamento estiver sendo
assumido a montante do aqueduto, deve-se considerar:
1. A área total de inundação;
2. Limitar o tempo médio em que a fase completa do banco é excedida para o nível
de cheias de projecto, para 48 horas nas áreas rurais, ou 6 horas nas áreas
urbanas;
3. Assegurar que a área de armazenamento permanecerá disponível durante toda a
vida útil do aqueduto, através da aquisição do direito de uso da servidão.
Frequência de cheias - a frequência de cheias usada para projectar ou verificar o aqueduto
deve ser baseada em:
1. Os valores indicados na Secção 4.4.1 e Tabela 4-2;
2. Uma avaliação ou análise económica para justificar as frequências de cheias
maiores ou menores que as frequências mínimas de inundação listadas na Tabela
4-2.

6.5 Projecto Estrutural de Aquedutos


O projecto de aquedutos envolve o seguinte:
1. Disposição geral dos componentes da estrutura do aqueduto;
2. Solicitações do tráfego e de cargas diversas;
3. Projecto de fundações de aqueduto;

96
4. Projecto de elementos de betão para aquedutos;
5. Projecto de reforço;
6. Aspectos de manutenção.

Os aquedutos são parte estrutural do pavimento e devem ser fortes o suficiente para
resistir às solicitações de carga impostas pelo tráfego. Cargas pesadas são transportadas
através da estrutura do pavimento e através dos aquedutos até as fundações.

6.5.1 Carga
A carga efectiva nos aquedutos depende do tipo de aqueduto e da distribuição da carga.
1. Aquedutos circulares simples- a maior parte da carga é transferida para o aterro
que circunda o tubo.
2. Aqueduto de múltiplas condutas e aquedutos em caixão - a maior parte do
carregamento é transferida através da estrutura do aqueduto para a fundação.
Valores extremos do efeito da carga vertical devido aos aterros nos taludes serão
calculados para qualquer caso particular por quaisquer das quatro fórmulas relevantes
seguintes e o valor aplicável será determinado por interpolação.
Aqueduto em trincheira em fundação inflexível sem projecção:

𝒈𝟏 = (𝟏𝟎𝝆𝒉)𝟏𝟎−𝟑 (6-13)

Aqueduto entrincheirado sobre fundação flexível:

𝒈𝟐 = (𝟏𝟎𝝆𝒉)⁡𝒙⁡𝟏𝟎−𝟑 (6-14)

Aqueduto entrincheirado na fundação inflexível para h > 1,7b:

𝒈𝟑 = ⁡𝝆(𝟏𝟖, 𝟖𝟑𝒉 − 𝟖, 𝟓𝟒)⁡𝒙⁡𝟏𝟎−𝟑


(6-15)

Aqueduto entrincheirado em fundação inflexível para h ≤ 1,7b:

𝒈𝟒 = 𝟐𝟓, 𝟒𝝆𝒃(𝒆𝒂 − 𝟏)⁡𝒙⁡𝟏𝟎−𝟑 (6-16)

Onde:
α = 0,38 h/b
gn = carregamento vertical unitário devido ao aterro kN/m² para casos n = 1 a 4

h = altura da cobertura de aterro em metros


b = largura total da vala ou, se entrincheirada, largura total da galeria
em metros
ρ = densidade efectiva do material de aterro em kg/m³
e = base de logaritmos naturais = 2,7183
Considerar-se-ão os efeitos da possível remoção total ou parcial dos materiais do aterro.

97
6.5.2 Disposição Geral da Estrutura dos Aquedutos
Esta secção incorpora a disposição geral dos Aquedutos e deve ser lida em conjunto com
osdesenhos tipo e as especificações padrão.
1. Aquedutos constituídos por condutas circulares - os aquedutos circulares teriam
em circunstâncias normais uma laje de base e de topo de betão com aterro de
cascalho compactado. É necessária uma cobertura mínima de 300 mm de camadas
do pavimento se necessário. O projecto dos muros de testa, de ala e ancoragens,
tanto a montante quanto a jusante, é crítico para sua resiliência contra danos
causados pelas cheias. O muro de ala deve abrir largamente de entre 60 - 75 graus
medidos a partir do eixo do aqueduto. A profundidade mínima das paredes
principais deve ser de 500 mm. Os muros de testa são opcionais e, quando
necessário, devem ser ≤ 200 mm, a menos que haja um aterro alto acima do
aqueduto. As áreas ao redor das aberturas do aqueduto tanto na entrada quanto
na saída devem ser revestidas com betão ou pedra argamassada e arrumada a
mão e isso deve incluir as taludes de aterro e de escavação e os drenos laterais a
pelo menos 3 m de cada lado.
2. Condutas circulares de aço corrugado - são tubos de aço galvanizado corrugado
redondos de até 3 m de diâmetro. São produzidos na forma de folhas curvas, que
são transportadas e amarradas juntas ou fabricadas em tubos. Sua principal
vantagem é que são flexíveis e podem ser usados em solos instáveis ou expansivos.
O uso de tubos de betão em solos instáveis ou expansivos pode levar a fissuras e,
possivelmente, o colapso total dos aquedutos. Condutas circulares de aço
corrugado também são chamados de tubos Armcos, que é o nome comercial.
3. Aquedutos em caixão (rectangulares ou quadrados - Box culverts) - existem dois
tipos de aquedutos em caixão.
a. Aquedutos em caixão (box culverts) monolíticos - estes são feitos de uma
estrutura monolítica de betão armado. A estrutura consiste em uma laje
inferior ou ligada. A parte principal são as paredes retangulares ou
quadradas que formam o interior, que são feitas de betão e reforço de aço.
Para box culvert com múltiplas aberturas, os vãos individuais podem variar
em comprimento, mas não devem ser mais de 5 m. Onde o box culvert
cruza a estrada em um ângulo inclinado, a disposição geral do box culvert
e seu reforço também deve ser inclinado e a secção transversal de abertura
deve ser paralela ao alinhamento longitudinal da berma da estrada.
b. Aquedutos em caixão (box culvert) não monolíticos - estes são feitos de
uma estrutura não-monolítica ligada onde a laje inferior, murros e a laje
superior são construídos separadamente e as paredes laterais funcionam
como pilares A laje superior é fabricada separadamente no local ou pré-
fabricada e assenta nas paredes laterais ancorada por buchas ou reforços
que sobressaem no topo das paredes laterais. As paredes laterais podem
ser construídas de alvenaria ou betão.
4. Aquedutos em arco - consistem numa laje inferior e numa estrutura em arco de
betão ou alvenaria. A vantagem dessa estrutura é a alta capacidade de carga da
estrutura do arco, porque os elementos estruturais estão sempre em compressão.
Esta é a opção mais preferida para aquedutos sob grandes aterros. A estrutura
também é hidrologicamente eficiente. Os aquedutos em arco podem ser utilizados
em substituição de pequenas pontes.
5. Aquedutos em Capacete (shelverts- Manual de Lencastre pág.539) - um aqueduto
em capacete é um tipo especial de galerias em arco. A estrutura em arco é pré-
faricada em 2 unidades de betão armado ou betonado no local. Geralmente, não
há necessidade de colocação de betão nas áreas ciucundantes.

98
6.5.3 Especificações do Projecto Estrutural para Elementos de Aqueduto
A seguir estão as especificações estruturais para os diferentes tipos de aquedutos.
1. Fundações - as fundações devem ser verificadas adequadamente quanto à
resistência e estabilidade. Amostras de solo devem ser colectadas e testadas para
CBR, plasticidade e dilatação. Se o CBR for menor que 3% e PI for maior que 27 e
a dilatação for maior que 3%, uma camada de cobertura de CBR maior que 9%, PI
menor que 11 e dilatação menor que 3% deve ser incluída no projecto da fundação.
Preferivelmente, deveria ser cascalho de CBR de 30% do AASHTO
Alternativamente, os testes DCP devem ser realizados e a penetração máxima deve
ser inferior a 20mm/golpe em média.
As especificações do CBR acima estão a 95% do AASHTO Mod. A fundação deve
ser compactada para uma especificação de limite baixo de densidade de 95% do
AASHTO Mod.
2. Elementos de betão:
a. Camada de ligante - o betão para a camada de ligante deve ter uma
resistência mínima de 15MPa;
b. Aquedutos constituídos de condutas circulares - o betão para aquedutos
circulares deve ser de 20MPa;
c. Lajes inferiores e superiores - o betão para a laje inferior e superior deve
ser no mínimo 25MPa;
d. Aquedutos em caixão - betão para box culverts deve ser no mínimo 25MPa;
e. Elementos de betão para galerias em arco devem ter no mínimo 20MPa;
f. Betão para muros de ala e de testa, muros de ancoragem, bacias,
sumidouros e protecção de saída deveria ser de 20MPa no mínimo.
3. Reforço
a. Ligações - é necessário um reforço de tela de arame de 6 mm de diâmetro
com 200 mm de espaçamento, onde a fundação é mais fraca do que a
resistência mínima especificada (1).
b. Aquedutos circulares – um reforço de tela de arame de 6 mm de diâmetro
e espaçamento de 200 mm é necessário para reforçar o betão que compõe
o tubo.
c. Lajes inferiores e superiores - o reforço deve ser de acordo com o
cronograma de reforço de aço. Em fundações duras, o reforço da malha de
arame seria suficiente para a laje inferior. Em fundações especiais, como
em argilas e materiais expansivos, devem ser executados projectos de
resistência adequados.
d. Aquedutos em caixão, de betão - todas as paredes devem ser reforçadas
com barras de alto rendimento com no mínimo 16 mm de diâmetro e barras
de amarração ou de ligação de 12 mm de diâmetro.
4. Muro de ala, muro de testa, muro de ancoragem – muro de ala e muro de testa
devem ser reforçadas com barras de reforço de aço de 12 mm.
5. Cavilha - todas as juntas, sapatas e muro de ala devem ser reforçados com cavilhas
de 20 mm de diâmetro, estendendo-se pelo menos 0,5 m para o leito de rocha.
Onde a fundação é solo macio, as paredes principais reforçadas fornecerão a
ancoragem necessária à estrutura.

99
6.5.4 Especificações de Projecto para Aquedutos Constituidos por Condutas
Circulares
Os aquedutos de condutas circulares consistem de unidades pré-fabricadas de tubos de
aço corrugados (tubos ARMCOs) ou de betão ou ainda betonados no local. As
especificações gerais para os aquedutos circulares são dadas abaixo.
1. O diâmetro mínimo deve ser de 900 mm, com excepção dos aquedutos nas
estradas de acesso, que podem ter um mínimo de 600 mm.
2. O tratamento final e os trabalhos de protecção são descritos na Secção 6.4.5 a
Secção 6.4.7.
3. A disposição geral padrão é ilustrada na Figura 6-9 e as especificações estruturais
e de projecto detalhado são dadas nas Figura 6-10 e Figura 6-11 e Tabela 6-4.

Figura 6-9 Disposição Geral de Aquedutos

Figura 6-10 Elementos de Projecto Estrutural para Aquedutos - Vista Lateral

100
Figura 6-11 Elementos de Projecto Estrutural para Aquedutos - Vistas Frontais

Tabela 6-4 Especificações dos Aquedutos Circulares

D(mm) 900 1200 1500


@ ≤25° ≤30° ≤30°
b ≥400 ≥400 ≥400
T1 250 250 250
H2 ≥500 ≥500 ≥500
H3 ≥675 ≥900 ≥1125
H4 300 300 300
H5 ≥50 ≥50 ≥50
L1 100 100 100
LT 1800 2400 3000
S ≥775 ≥775 ≥775
T1 250 250 250
T2 250 250 250
T3 150 150 150
T4 325 325 325
T5 250 250 250
T6 150 150 150
W2 VARIÁVEL VARIÁVEL VARIÁVEL

6.5.5 Especificações de Projecto para Aquedutos em Caixão (Box Culverts)


Os Box culverts são mais preferidos em situações em que é necessária uma elevada
capacidade de vazão para a descarga de cheias e não seria económico construir uma
pequena ponte.
As especificações para os box culverts são dadas nas Figura 6-12 a Figura 6-20 e os
detalhes de dimensionamento estão resumidos na Tabela 6-5 e na Tabela 6-6. As
especificações de betão são fornecidas na Tabela 6-7.

101
Figura 6-12 Vista em Planta Mostrando a Disposição Geral de um Box Culvert
oblíquo

Figura 6-13 Vista em Planta Mostrando o Reforço Principal e as Dimensões dos


Muros de Ala para o Box Culvert Oblíquo

102
Figura 6-14 Detalhes do Reforço para o Vão do Box Culvert

Figura 6-15 Vista Lateral do Box Culvert

Figura 6-16 Secção Transversal do Box Culvert

103
Figura 6-17 Vista em Planta do Box Culvert sem Tabuleiro

Figura 6-18 Secção Longitudinal do Box Culvert

104
Figura 6-19 Detalhes das Juntas do Box Culvert, Drenagem Interna e Muros

Figura 6-20 Detalhes das Juntas de Construção e Reforço

105
Tabela 6-5 Dimensões do Reforço Extra para o Muro de Testa

Dimensões e Reforço Extra para o Muro de Testa


Sm 20˚ 25˚ 30˚ 35˚ 40˚ 45˚ 50˚ 55˚ 60˚
b 250 250 250 250 250 250 250 250 250
2,0
h 600 600 600 600 600 600 600 600 600
b 250 250 250 250 250 250 250 250 250
3,0
h 600 600 600 600 600 600 600 600 600
b 250 250 250 250 250 250 250 300 350
4,0
h 600 600 600 600 600 650 750 800 800
b 250 250 300 350 350 350 400 400 450
5,0
h 650 700 700 700 750 800 850 950 1000
Camada
No, de D5
superior 0 0 0 0 2 2 2 3 4
B/Camada 4 4 4 4 4 4 4 5 6

Tabela 6-6 Ângulo do Muro de Ala

Ângulo do Muro do ala


o 20˚ 25˚ 30˚ 35˚ 40˚ 45˚ 50˚ 55˚ 60˚
y 2,44 2,37 2,31 2,25 2,21 2,16 2,13 2,1 2,07
z 3,49 3,72 4,00 4,33 4,73 5,23 5,55 6,65 7,73

Tabela 6-7 Especificações de Betão

Especificações de Betão
Membro Tipo de Dimensão Superfície Acabamento Cobertura para
Betão Máxima do de Reforço
Agregado superfície

Laterais F1
Laje de Fundo B25 20 50
Topo U1
Lados expostos F2 -
Juntas ligação B25 20 Lados ocultos F1 50
Topo U2 -
Face exposta F2
Muro de ala B25 20 -
Face oculta F1
Laterais F2
Muro de ala B25 20 -
Topo U2

F representa a superfície acabada (superfície polida) e U representa a superfície


inacabada (não polida)

6.5.5.1 Notas sobre Reforço do Muro de Ala


1. As dimensões e o número de Y4 são determinados pelo engenheiro residente
usando as seguintes fórmulas:
D=h/3+W+400
Onde:

106
h = altura do muro de ala em mm no ponto em consideração
Comprimento = d+250
2. A distribuição das barras de reforço Y5 deve ser espalhada com espaçamento entre
as barras na articulação do muro de ala a 300 mm.
Número de barras pelo murro de ala = (W1+W2+375+1)/300, arredondado para
um número inteiro.

6.5.5.2 Notas sobre Juntas de Construção


Juntas de construção nas ligações, pilares e murros de ala podem ser formadas após a
base ter sido construida. É preciso ter cuidado para que as dimensões especificadas sejam
cumpridas. Um acabamento de superfície áspero é essencial.

6.5.5.3 Notas sobre Solos Expansivos


Solos expansivos serão removidos a uma profundidade mínima de 1000 mm abaixo da
parte inferior da laje da fundação e sobre as áreas adjacentes abrangidas à volta da
fundação serão removidos 300mm
O material de aterro será seleccionado, constituído de materiais granulados não plásticos,
com CBR 30 ou maior, estabilizados com 2% de cimento e compactados a 95% do AASHTO
MOD.

6.5.6 Dimensionamento de Aquedutos em Capacete- Manual de (Shelverts)


Aquedutos em capacete (shelverts) são estruturas em arco, que têm capacidades de vazão
do caudal de pico de de cheias que vão desde as de pequenos aquedutos circulares a
pontes de dimensão média. Compõem este tipo de estruturas a base composta pela laje
inferior e unidades em semi-arco pré-fabricadas, ou fabricadas no local e fixas através de
juntas usando parafusos e porcas de aço galvanizado. A Figura 6-22 a Figura 6-25 mostra
a disposição geral e as especificações do projecto estrutural dos componentes dos
aquedutos em capacete. (shelverts)

6.5.6.1 Dimensão de Shelverts


Os shelverts podem ser projectados em variadas dimensões, dependendo do caudal de
descarga do pico cheia projecto, que deve ser devidamente acomodado. Estes também
podem ser projectados com múltiplas bocas, caso em que teriam a capacidade de descarga
de uma ponte média.
A capacidade de descarga dos Shelverts é derivada do ábaco ilustrado na Figura 6-5. O
caudal de descarga do projecto no canal é determinado usando o ábaco ou a fórmula de
Manning Strickler. A partir do ábaco determina-se a área da secção útil da ponte em m 2,
necessária para a vazão do caudal de descarga do projecto. As dimensãos padrão dos
shelverts ilustrados na Tabela 6-8 são usados para selecionar a combinação mais
adequada de shelverts, que podem ser de entrada simples, dupla ou múltipla. A altura do
shelvert deve ser selecionada de modo que a cobertura mínima sobre o shelvert seja de
500 mm de acordo com o especificado na Figura 6-25 e na Secção 6.5.6.3.
As especificações para grandes aquedutos em capacete (shelverts) são ilustradas na
Tabela 6-8 (consulte também a Figura 6-22 a Figura 6-25 para detalhes e dimensões do
projecto).

107
Tabela 6-8 Dimensões Padrão de Grandes Aquedutos em Capacete (Shelverts)

Tipo Área da Secção (mm) Massa/unidad H B L


Secção e (kg) (mm) (mm) (mm)
Molhada
(m2)
6 m2 Shelvert 6 595x200/250 450 2195 3900 600
8m2 Shelvert 8 695x200/300 700 2520 4500 700
10 m2
Shelvert 10 795x200/300 950 2830 5000 800
15 m2
Shelvert 15 895x200/300 1400 3520 6000 900

As especificações para pequenos shelverts são ilustradas na Tabela 6-9 (consulte também
a Figura 6-22 a Figura 6-25 para detalhes de projecto e dimensões).

Tabela 6-9 Dimensões Padrão Para Pequenos Shelverts

Área
H B S L1 L2 T
Molhada
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(m2)
1 870 2590 1740 630 665 250
2 1220 3290 2440 850 795 250
3 1800 3350 2500 850 825 250
4 1800 3850 3000 975 950 250

6.5.6.2 Especificações para Carregamento Permitido para Shelverts


A Figura 6-21 mostra as especificações de carregamento permitidas para diferentes
dimensãos de shelverts, expressas em Toneladas/Eixo. O engenheiro de projecto deve
garantir a conformidade com essas especificações para evitar falhas prematuras.
Shelverts maiores têm menos carga permissível do que os shelverts menores. Isso ocorre
porque as unidades de shevert maiores são mais delgadas que as menores.
A carga permitida sobe, atinge o pico e depois cai com o aumento da cobertura sobre o
shelvert. Isso ocorre porque menos cobertura significa que mais carga é transferida
directamente para a estrutura do shelvert, enquanto que a maior cobertura permite mais
distribuição de carga, portanto, a carga líquida transferida para a estrutura do shevert é
reduzida.
Quando a cobertura é muito mais espessa, esta contribui de forma mais significativa para
a carga de sobrecarga e, portanto, a carga de tráfego permitida deve ser reduzida,
portanto as pontas do gráfico devem ser levemente reduzidas.

108
Figura 6-21 Carga Permitida para Shelverts

109
Figura 6-22 Disposição Geral de Shelverts

Figura 6-23 Especificações de Projecto de Shelverts - Vista Posterior e Central

110
Figura 6-24 Especificações de Projecto para Componentes Estruturais de
Shelverts - Plano de elevação, Recesso e Muro de Ala

Figura 6-25 Especificações de Projecto para Shelverts - Vista Lateral

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6.5.6.3 Especificações Gerais para Shelverts
As especificações gerais para shelverts são dadas abaixo.
1. A cobertura mínima (h) da coroa do shelvert deve ser de 500 mm.
2. A resistência mínima para a fundação medida usando o DCP deve ser de 10
mm/golpe (isto é, penetração ≤ 10 mm/ golpe). A compactação nas áreas
mostradas em L2 no desenho deve ser feita usando compactadores vibratórios para
obter uma densidade de 95% Mod AASHTO na camada superior de 150 mm.
3. O material mostrado na área sob L1 no desenho deve ser escarificado a uma
profundidade de 100 mm e não deve ser compactado quando a placa de inversão
/fundo é fabricado.
4. O material no nível de fundação, com valores de DCP superiores a 10 mm/golpe,
deve ser tratado da seguinte forma:
5. Escavar uma profundidade uniforme de 750 mm adentro nível de fundação.
6. Fazer aterros com material granulado não plásticos e estabilizar com cimento a 3%
ou material fino e estabilizar com cimento a 6% e compactar a densidade mínima
de 95% do AASHTO Mod.
7. Humedecer a fundação antes da colocação da laje inferior para evitar a perda de
humidade do betão fresco no material da fundação.
8. A laje inferio e as réguas devem ser construídas em uma única operação. O recesso
formado pelas arquibancadas deve ser construído de modo a fornecer uma camada
lisa e uniforme para os painéis de protecção pré-fabricados.
9. O tipo de betão deve ser C25.
10. A malha de reforço na parede invertida da placa e da gota é especificada como
D289 (100 mm x 200 mm x 5 mm de diâmetro).
11. A dimensão ‘S’ mostrada no desenho é crítica e deve-se tomar cuidado para
colocar as secções pré-fabricadas como mostrado na Tabela 6-9.
12. As secções pré-fabricadas do shelvert devem ser colocadas no recesso fornecido
pelas arquibancadas e rebocadas em posição com uma argamassa de cimento de
areia 3:1.
13. O aterro deve ser construído de modo que o nível de material de cada lado da
estrutura seja elevado uniformemente. O material deve ser granular não plástico,
da Classe 3.3 no ensaio Triaxial (resistência mínima de CBR de 30%) compactado
em camadas de 150mm para 93% de AASHTO Mod. Somente agregado de 40 mm
de dimensão máximo deve ser colocado para suporte dos shelverts.
14. Para a altura de aterros sobre os shelverts (h) superior a 4m, deverá colocar-se
um mínimo de 150 mm de betão circundante B25 em todos os shelverts, ver secção
A-A na Figura 6-24.

6.5.6.4 Tratamento Típico Final dos Shelverts


É importante garantir os trabalhos de protecção adequados, como ilustra a Figura 6-26.
Isso evitará danos causados por cheias durante o alagamento, garantindo assim robustez,
resiliência e durabilidade.

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Figura 6-26 Obras de Protecção Recomendadas para Shelverts

6.5.6.5 Guia Geral sobre Construção de Shelverts


Embora o Manual cubra principalmente o projecto de estruturas de drenagem, a
construção de galerias não é muito comum. Para garantir a correcta implementação dos
projectos e especificações dadas acima, um guia para o procedimento correcto para a
construção dos shelverts é ilustrado no Apêndice E.

6.5.6.6 Vantagens da Utilização de Shelverts


As vantagens de Uso dos shelverts são as seguintes:
1. Os shelverts têm alta eficiência hidráulica porque a parte inferior é mais larga do
que a superior e qualquer aumento do caudal de descarga resultará em um
aumento muito da capacidade de vazão desse escoamento em comparação com
outras estruturas de drenagem;
2. A capacidade de vazão dos shelverts é alta e quando construídos com múltiplas
entradas, a capacidade pode ser a de uma ponte média;
3. As unidades Shelvert podem ser pré-fabricadas ou produzidas com alta qualidade
em um ambiente controlado;
4. Os shelverts são rápidos de construir porque as unidades podem ser pré-fabricadas
bem antes dos trabalhos no local e uma vez a laje de fundo estiver concluída, as
unidades podem ser fabricadas para formar a estrutura em arco usando parafusos
e porcas num espaço muito curto de tempo;
5. Obras de emergência - as galerias são apropriados para uso em obras de
emergência, após danos por cheias, quando a passagem é interrompida. O acesso
pode ser restaurado de forma permanente e rápida;
6. Resiliência - Shelverts não são arrastados facilmente por causa da sobrecarga do
aterro, que pode ser de até 8 m. Portanto, o uso de shelverts pode contribuir para
o desenvolvimento de uma infra-estrutura resiliente às alterações climáticas;

113
7. Alta resistência - os Shelverts têm alta resistência devido à forma em arco e pouco
reforço e menor resistência ao betão são usados como resultado;
8. Fácil de reparar - quando danificados - quando um shelvert for danificado
parcialmente as unidades danificadas podem ser substituídas facil e rapidamente;
9. Baixo custo - os sheverts são baratos, robustos e duráveis.

6.5.7 Bacias de Alagamento


As bacias de alagamento são reservatórios de água especialmente projectados com o
objectivo de armazenar água à montante das galerias. Isto é conseguido elevando o a laje
inferior do aqueduto acima do leito do rio. Os seguintes aspectos devem ser considerados
na concepção das bacias de alagamento:
1. Os níveis de água da bacia devem ser mapeados para determinar:
a. O nível de água do caudal de base (corrente normal);
b. O nível de água da descarga do pico de cheias do projecto (os períodos de
retorno do projecto para aquedutos são aplicados).
2. A inundação não deve alcançar os rios entrançados ou galgar a estrada.
3. No nível do pico de cheias do projecto, a altura da água não deve atingir o nível da
sub-base da estrada.
4. A bacia de retenção deve ser segura para os utilizadores.

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7. Projecto Hidraúlico de Pontes
As pontes são estruturas de drenagem de alto custo e são os componentes mais
vulneráveis da rede viária. Além disso, representam o maior desafio para a acessibilidade
em comparação com o resto da rede rodoviária. Embora as pontes constituam o menor
comprimento da estrada, normalmente não há rota alternativa depois que estas são
danificadas ou arrastadas pelas águas. Estas levam tempo para construir e substituir ou
reparar quando há grandes falhas. São muito mais difíceis e caras de construir. As
consequências socioeconómicas e de segurança das grandes falhas nas pontes são muito
maiores do que as causadas por grandes falhas no pavimento. A água é inimiga das
estradas e as pontes são construídas nela. É com esse entendimento que o projecto
hidráulico de pontes precisa ser executado com o devido cuidado e precisão. A falha em
seguir os procedimentos adequados pode levar a sérias consequências resultantes de
danos ou colapso total da estrutura.
Em áreas de alto risco de cheias, a hidráulica das pontes deve incluir a frequência de
verificação de 200 anos ou 500 anos. Se o galgamento for provável, a resiliência da
ponte deve ser aumentada ao transformá-la em uma estrutura “monolítica” usando
parafusos de ancoragem que prendem a superestrutura da ponte (vigas e/ou o tabuleiro)
à mesoestrutura (encontros e pilares). A informação sobre possíveis flutuações e fortes
correntes de águas deve ser fornecida aos engenheiros estruturais para incorporar o
projecto estrutural. Detalhes de como calcular o carregamento lateral são fornecidos no
Manual de Especificações para Esforços em Pontes.

7.1 Elementos-Chave do Projecto Hidraúlico de Pontes


Os principais elementos do projecto hidráulico de pontes incluem:
1. Hidrologia - é abordado em detalhes no Capítulo 4;
2. Localização da ponte - os diferentes cenários e seus prós e contras;
3. Hidráulica do escoamento - compreendendo a natureza mecânica do curso de
água e do escoamento;
4. Topografia característica do escoamento à montante e a jusante do curso de
água;
5. Orientação da ponte - selecção da melhor posição e orientação da estrutura;
6. Disposição geral - selecção da configuração de ponte hidraulicamente mais
eficiente , isto é, da superestrutura e mesoestrutura;
7. Condições hidráulicas a montante e velocidades de escoamento a montante e a
jusante da estrutura - estas determinam o perfil de água para a máxima descarga
da cheia do projecto. Também incorpora a contração do canal ou do curso de
água como resultado da obstrução causada pela estrutura;
8. Determinação da altura livre (gabarito da ponte) - que é a altura da parte inferior
da ponte (geralmente a parte inferior das vigas principais) acima da altura da
superfície livre da água nos níveis do pico de cheia do projecto;
9. Erosão da ponte/profundidade da erosão - o cálculo do potencial de erosão e
medidas de mitigação;
10. Sedimentação, os impactos e medidas de mitigação - a sedimentação altera as
características do escoamento e pode afectar significativamente a capacidade das
pontes;
11. Obras de protecção - estas são determinadas com base no potencial de erosão e
nas áreas críticas de incidência da água;

115
12. Formação Fluvial - alteração na geometria do escoamento, incluindo inclinações,
margens e protecção de taludes tanto a montante como a jusante da ponte.
Existem diferentes tipos de pontes e cada tipo afecta as características hidráulicas de
maneira diferente:
1. Pequenas pontes - estas têm vãos pequenos (até 10 m) em escoamentos
relativamente estreitos e de baixo volume;
2. Pontes médias - estas são de vãos médios (até 22 m) em um canal de rio bem
definido;
3. Grandes pontes - estas têm mais de 22 m de vãos e incluem pontes de cabos
atirantadas construídas em rios muito largos e planícies de cheias. A configuração
pode consistir em várias ou em uma série de pontes próximas umas das outras.
Um remanso excessivo pode fazer com que o rio transborde (por exemplo, a ponte
do rio Limpopo na área de Xai-Xai na província de Gaza, Moçambique).

7.2 Padrões e Especificações de Projecto Hidraúlico de Pontes


A seguir, os princípios e padrões gerais de projecto de pontes:
1. Período de retorno de cheias/tempestades (capítulo 5):
a. Pontes de pequena a média dimensão devem ser projectadas para um
período de retorno de cheia/tempestade de 50 anos e verificadas para uma
cheia de 100 anos;
b. Pontes grandes devem ser projectadas para períodos de retorno de 100
anos de cheias/tempestade e verificadas para cheias de 200 anos e cheias
de 500 anos para zonas de risco extremo de cheias (áreas geralmente
atingidas por tempestades tropicais e ciclónicas);
2. Níveis de remanso- a selecção final do projecto da ponte deve considerar o
remanso máximo permitido (0,5 m), a menos que a ultrapassagem do limite
possa ser justificada por condições hidráulicas especiais e baixo risco de cheias e
danos a terras e/ou a propriedades valiosas;
3. Altura livre (gabarito da ponte)- altura livre mínima não deve ser inferior a 1.5
m, salvo indicação em contrário. Deverá ser estabelecida uma autorização
especificada com base nas condições específicas do local para permitir a
passagem de detritos, se necessário. Isso incluiu pontes com curvas de crista;
4. O projecto final não deve alterar significativamente o mecanismo de escoamento
no curso principal e na planície de cheias;
5. Galgamento de aterro - onde a cheia máxima previsível não pode ser acomodada
através da capacidade de vazão da ponte, o projecto deve incluir o galgamento
do aterro. Deve-se considerar a interrupção do tráfego, inundação e a hidráulica
do açude.
6. Crista vertical da curva da ponte - o “perfil da curva vertical da crista” deve ser
considerado como o perfil de cruzamento preferido da autoestrada ao permitir a
sobreposição de aterro (Ponte Gebuza sobre o Rio Zambeze);
7. Degradação e assoreamento - a degradação ou assoreamento do rio, bem como
a contração e erosão local devem ser estimados como parte do projecto executivo,
de preferência usando um modelo computacional bidimensional (descrito na
Secção 7.6.3) e o projecto deve minimizar a erosão ou fornecer protecção contra
a erosão.Níveis da fundação - o nível da fundação deve ser posicionado abaixo da
profundidade total da erosão sempre que possível.

116
8. Níveis da fundação - o nível da fundação deve ser posicionado abaixo da
profundidade total da erosão sempre que possível.
9. Posicionamento relativo do eixo da ponte - em relação à orientação do
escoamento.
10. Condições impostas pela navegação.

7.3 Critérios de Projecto Hidraúlico de Pontes

7.3.1 Critério Geral


A seguir, os critérios gerais relacionados às análises hidráulicas que podem ser usados
como orientação para a localização e projecto de pontes:
1. O remanso- não aumentará significativamente os danos causados pela cheias
à propriedades a montante da travessia fluvial;
2. Velocidades através da(s) estrutura(s) da ponte não danificarão as instalações
da rodovia ou aumentarão os danos à propriedade adjacente tanto a montante
como a jusante da travessia;
3. O projecto deve manter o mecanismo de escoamento existente antes da
construção na medida do possível;
4. O espaçamento entre pilares, a orientação e os encontros devem ser
projectados para minimizar a interrupção do escoamento e a potencial
erosivo; vazamento através de pilares usando encostas laterais são preferidos
sobre encontros profundos para minimizar o efeito de erosão e remanso;
5. Selecção do projecto da fundação e ou contramedidas de erosão para evitar
rotura por erosão;
6. Permitir a altura livre (gabarito da ponte) na(s) estrutura(s) projectada(s)
para passagem dos detritos antecipados e minimizar o bloqueio das aberturas
da ponte;
7. Riscos aceitáveis de danos ou medidas viáveis para combater a
imprevisibilidade dos escoamentos aluvionares;
8. Quando duas ou mais pontes são construídas em paralelo sobre um canal,
deve-se tomar cuidado para alinhar os pilares e fornecer o mesmo
perfilhamento e e protecção simplificada para os encontros. Este
perfilhamento do encontro é para minimizar a expansão ou contração do
escoamento entre as duas pontes;
9. Minimizar a interrupção dos ecossistemas e valores exclusivos da planície de
cheias e do canal;
10. Proporcionar um nível de serviço de tráfego compatível com o normalmente
esperado para a classe da rodovia e compatível com os volumes de tráfego
projectados;
11. As decisões sobre escolhas do projecto devem ser tomadas tendo em
consideração os custos de construção, manutenção, operação, incluindo
prováveis reparações , e responsabilidade numa eventual reconstrução;
12. O direito de passagem adequado deve ser fornecido a montante e a jusante
da estrutura para operação de manutenção.

117
7.4 Procedimento de Projecto Hidraúlico de Pontes

7.4.1 Directrizes de Selecção e Orientação da Localização da Ponte


Considerações hidráulicas na selecção da localização de uma ponte incluem a largura e
a rugosidade da planície de cheias, distribuição e direcção do caudal, tipo de escoamento
(entrançado, recto ou sinuoso), regime do escoamento (agregação, degradação ou
equilíbrio) e controlos do escoamento. O sistema hidráulico de uma localização proposta
afecta o ambiente envolvente como a vida aquática, zonas húmidas, sedimentação e
estabilidade de correntes.
As directrizes, que devem ser seguidas na localização e orientação de pontes, trabalhos
preparatórios e procedimentos para elaboração do projecto, são dadas abaixo:
1. Localização da ponte - as pontes devem estar localizadas e centradas na porção
do canal principal de toda a planície de inundação. Isto pode significar uma ponte
de excentricidade no local em relação a toda a secção transversal do escoamento,
mas permite uma melhor acomodação dos baixos escoamento da corrente;
2. Secção de vazão da ponte - projectar a abertura da ponte para fornecer uma
secção de vazão suficiente de modo a manter a velocidade de passagem na ponte
não maior que a velocidade de passagem permitida sob as circunstâncias da
descarga de projecto;
3. Orientação dos elementos estruturais – orientar as diferenças de nível e as
inclinações interiores de acordo com as linhas de escoamento no nível de cheias
do projecto. Realizar isso dentro da razão, usando valores de inclinação padrão
(15°, 30°, 45°, etc.) sempre que possível. Localizar o pé do talude longe de
canais profundos, cortes e áreas de alta velocidade;
4. Minimizar a erosão - localizar e orientar as diferenças de nível e pilares da ponte
para minimizar o potencial de erosão excessiva.
5. Medidas de mitigação contra a intrusão excessiva de diferenças de nível
/abordagens no escoamento - se a intrusão de um ou ambos os
cabeçalhos/abordagens de estradas nas planícies aluviaonares do curso de água
for maior do que 240 m, considere incluir aberturas de alívio ou aterros de guia.
6. Incorporar a vegetação existente no plano global da ponte - sempre que
praticável, deixar as árvores e arbustos intactos, mesmo dentro da faixa de
domínio. Minimizar a remoção da vegetação também tende a controlar a
turbulência para dentro, através e para fora da ponte. Por outro lado, deve-se
considerar aspectos de segurança e manutenção da retenção de vegetação dentro
da faixa de domínio e perto das faixas de rodagem.
7. Permitir abordagens alagamento das proximidades da ponte - verificar os factores
críticos de interrupção do tráfego e os impactos relacionados ao permitir
abordagens alagamento das proximidades da ponte. O escoamento por cima deve
ser projectado para absorver a descarga excessiva de cheias, que não pode ser
acomodada através da estrutura da ponte. A secção sobreposta se comporta
como um açude e a profundidade da água geralmente não deve exceder 0.7 m.
O projecto deve incluir protecção contra a erosão.

7.4.2 Processo do Projecto Hidraúlico de Pontes – Abordagem Passo a Passo


Abaixo estão as etapas gerais, que devem ser seguidas no projecto de pontes.
1. Colecta de dados (mais detalhes são fornecidos no Capítulo 3 e no Manual de
Investigação de Campo). Geralmente, os dados e informações necessários estão
listados abaixo.
a. Pesquisa:

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i. Topografia;
ii. Geologia;
iii. Marcas de maré alta;
iv. História do acúmulo de detritos e erosão nas estruturas existentes
nas proximidades do cruzamento proposto;
v. Revisão do desempenho hidráulico das estruturas existentes;
vi. Mapas, fotografias aéreas;
vii. Registos de pluviometria e medição de caudais, se disponíveis;
viii. Visita de campo para reconhecimento;
b. Outra informação relevante:
i. Estudos de bacias hidrográficas;
ii. Desempenho hidráulico de pontes existentes;
c. Influências no desempenho hidráulico do local da obra:
i. Outros rio entrançados, reservatórios, entradas de água;
ii. Estruturas a montante ou a jusante;
iii. Características naturais do curso de água e planície de inundação;
iv. Modificações no canal a montante ou a jusante;
v. Cheias da planície aluvial;
vi. Tipos de sedimentos e formas de leito;
2. Avaliação do impacto ambiental
a. Leito existente ou instabilidade das margens;
b. Aproveitamento da terra nas planícies de cheia e distribuição de caudais;
c. Áreas ambientalmente sensíveis (pescas, zonas húmidas, etc.);
3. Critérios de dimensionamento específicos do local:
a. Avaliação preliminar dos riscos de cheias e de áreas de baixo ou alto risco
de acordo com os mapas de riscos de inundação do Instituto Nacional de
Gestão de Calamidades de Moçambique, Capítulo 12, Figura 12-4 e Figura
12-5 e Apêndice C.
b. Aplicação dos critérios de dimensionamento de drenagem da ANE;
4. Análise Hidrológica: (detalhado no Capítulo 4)
a. Características da área drenante;
b. Área de drenagem (anexar mapa);
c. Área da bacia drenante e declive do rio entrançado;
d. Geometria do canal;
5. Cálculos hidrológicos: (consulte o Capítulo 4 para detalhes)
a. Descargas históricas de cheias complementadas pelas marcas altas de
água a serem usadas para calibração (se disponíveis);
b. Descargas para as frequências especificas de caudais de cheias/
tempestades, ou seja, projectar períodos de retorno de
inundação/tempestade.
6. Análise Hidráulica:

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a. Métodos analíticos manuais;
b. Construção de modelos computacionais hidráulicos;
c. Calibração e verificação do modelo de computador (se houver dados
disponíveis);
d. Análise da sensibilidade do modelo computacional (rugosidade,
coeficientes estruturais, cenários futuros de mudança climática e
bloqueio);
e. Desempenho hidráulico para condições existentes;
f. Desempenho hidráulico dos projectos propostos;
g. Cálculos de profundidade da erosão e mitigação;
h. Medidas de mitigação;
i. Detalhes de projecto, para as obras de protecção e formação fluvial.
7. Documentação
a. Registos de projectos elaborados e executados (dados, modelos), etc.
b. Relatórios e correspondência completa (levantamentos, relatórios de
modelagem hidrológica e hidráulica)
Um exemplo dos parâmetros de cálculos hidráulicos de pontes é ilustrado no Apêndice J.

7.5 Projecto Hidraúlico para Pontes de Pequeno e Médio Porte

7.5.1 Processo de Dimensionamento


O processo de dimensionamento básico é ilustrado abaixo:
1. Determinar a altura livre (gabarito da ponte) - estabelecer a altura das estruturas
levando em conta as especificações para o altura livre mínima (normalmente 1,5
m) e quaisquer ajustes tecnicamente justificáveis à borda livre com base nas
condições do local em vigor;
2. Disposição geral - preparar a disposição geral para a mesoestrutura da ponte e a
superestrutura, fazendo ajustes nas posições dos pilares e encontros, a fim de
optimizar a capacidade hidráulica e os custos;
3. Erosão geral e local - calcular a erosão geral e local e avaliar o pior cenário
possível dos perfis;
4. Calcular elevações de remanso - verificar que o remanso resultante da contração
da área da secção útil da ponte causada pelos encontros e pilares não cause cheia
excessiva ou danos a montante e que não afecte a altura da estrutura e do bordo
livre;
5. Finalização da disposição geral - finalizar a disposição geral da estrutura da ponte
e estimar o dimensionamento de pilares e encontros;
6. Verificar os efeitos do remanso e erosão - verificar o efeito da disposição geral
final para o remanso e erosão geral e local.
7. Avaliação de custos - usando estimativa de custos unitários conhecidos, custo da
superestrutura, mesoestrutura, formação fluvial e obras de protecção, incluindo
quaisquer aquedutos de alívio que possam ser necessários;
8. Iteração - repetir o processo usando configurações alternativas de cruzamento
em um processo iterativo para determinar o projecto hidráulico da ponte ideal.

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7.5.2 Métodos de Projecto Hidraúlico
Existem dois métodos principais de projecto hidráulico de pontes.
1. Métodos analíticos manuais - estes métodos são adequados para pequenas e
médias pontes de áreas de captação relativamente pequenas até 300 km 2;
2. Métodos de projecto de sistemas hidráulicos baseados em computador - estes
envolvem software feito com o propósito de modelagem de vazões de
escoamento e de cheias e são adequados para todas as situações, incluindo
grandes áreas de captação e amplas planícies de cheias.

7.5.3 Método Análitico Manual

7.5.3.1 Determinação do Bordo livre/Altura da Estrutura da Ponte


O projecto da altura da estrutura depende da avaliação dos níveis de água. Existem 3
níveis diferentes de água, que podem ser considerados, e incluem:
1. Alto nível de cheias (HFL- Pico de cheias) - este é o nível mais alto de inundação
conhecido ou o que é estimado através da consideração de um período de retorno
de cheia muito maior, digamos um período de retorno de 200 anos ou 500 anos.
É comum não projectar a hidráulica da ponte com base no HFL, mas isso pode ser
usado como uma verificação.
2. Nível de cheias do projecto (DFL) - este é o nível de água que é baseado no
período de retorno do projecto de inundação, 50 anos para pontes pequenas e
médias e 100 anos para pontes grandes.
3. Baixo nível de água (LWL) - este é o fluxo de base ou a água que passa pela ponte
durante a estação seca.

Figura 7-1 Configurações de Escoamento de Ponte e Bordo Livre (TRL ORN 9)


Bordo livre é a distância da superfície da água livre do DFL até a parte inferior da
superestrutura medida no lado a montante da estrutura, Figura 7-1. A Tabela 7-1 fornece
especificações para o bordo livre mínimo permitido para diferentes cenários de
escoamento para pontes médias.

121
Tabela 7-1 Bordo Livre Permissível para Diferentes Caudais de Cheia para
Pontes Médias a Pequenas

Descarga (m3/s) Borda Livre (mm)

< 0,3 150

0,3 a 3,0 450

3,0 a 30,0 600

30 a 300 900

>300 1.200

Para pontes grandes, o bordo livre mínimo deve ser de 1500 mm, a menos que seja
justificadamente ajustada para se adequar às condições locais, o que deve ser declarado
pelo projectista por escrito.
O bordo livre deve ser aumentado para os rios, que transportam grandes quantidades
de objectos flutuantes ou para fins de navegação, permitindo a passagem do transporte
marítimo, como barcos e navios (por exemplo, a Ponte Catembe - Moçambique).

7.5.3.2 Disposição Geral


A disposição geral envolve o posicionamento dos encontros e pilares na configuração
mais ideal para atingir os seguintes objectivos:
1. Para acomodar comprimentos de vão razoáveis para a superestrutura, isto é, o
tabuleiro e vigas;
2. Para conseguir a distribuição de carga ideal para elementos estruturais da
mesoestrutura, isto é, os encontros, pilares e suas fundações;
3. Assegurar a melhor eficiência hidráulica e minimizar a contração da área de vazão
da ponte;
4. Os encontros e pilares devem ser alinhados na direcção das linhas de escoamento
de água no pico de cheias para minimizar a resistência contra o escoamento na
estrutura. Isso pode exigir o projecto de uma estrutura de ponte inclinada, que
inevitavelmente é mais complexa.
O comprimento efectivo da via navegável, isto é, a distância entre os encontros menos
as larguras dos pilares.

7.5.4 Cálculo da Capacidade de Descarga para Pontes Pequenas a Médias


O cálculo da descarga sobre a ponte é realizado com base no caudal de cheias do
projecto. Dois métodos manuais são aplicáveis e são abordados com mais detalhes no
Capítulo 5, “Projeto de canais abertos”, que inclui canais naturais (rios e córregos) e
canais artificiais (canais, drenos, etc.).
Supõe-se que o caudal da descarga de cheia do projecto (Q) que é calculado para o rio
ou linha de água no pico de cheia de projecto seria o mesmo a montante da estrutura,
através da estrutura e imediatamente a jusante da estrutura. Os parâmetros, que variam
são:
1. Profundidade da água - a profundidade da água imediatamente a montante
(profundidade da cabeceira, yH) e a profundidade na estrutura e a profundidade
da água imediatamente a jusante da estrutura (profundidade da água da jusante,
yT) seriam diferentes e decrescentes nessa ordem;

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2. Velocidade de escoamento - a velocidade do escoamento imediatamente a
montante da estrutura (V1) e imediatamente a jusante se a estrutura (V2) for
diferente e aumentar nessa ordem;
As equações de Manning são usadas para estimar o pico de descarga de enchente e são
dadas abaixo:

𝟐
𝟏 𝑨 𝟑 𝟏
𝑽⁡ = ⁡ 𝒏 (𝑷) 𝑺𝟐 (7-1)

Onde:
V = velocidade do escoamento em m/s
n = valor do coeficiente de rugosidade obtido na Tabela 5-1 e Tabela 5-2
A = área da secção em m2
P = o perímetro molhado em m
S = inclinação do leito do rio
O caudal (Q) é então calculada a partir da velocidade e da área da secção em
m3/s (ou cumecs).

𝑸 = 𝑨𝑽 (7-2)

Isso é aplicável em condições em que o caudal é uniforme e a secção transversal da


corrente é relativamente regular no sentido longitudinal.
Onde a secção não é uniforme, a secção transversal da corrente deve ser dividida em
várias secções, como ilustra a Figura 7-2 e, em seguida, a descarga é calculada como
acima.

Figura 7-2 Subdivisão da Secção Transversal de Escoamento/Rio para Análise

O método do Orifício
Onde há uma ponte existente no mesmo rio, o método do orifício pode ser usado para
estudar a hidráulica da ponte.
A equação a seguir é usada para estimar o caudal e os níveis de cheias.

𝟏
𝑽𝟐 𝟐
𝑸 = ⁡ 𝑪𝒐 𝑳𝒚𝟏 [(𝒚𝟏 − 𝒚𝟐 ) + (𝟏 + 𝒆) 𝟐𝒈] (7-3)

123
Onde:
Q = caudal em m3/s
Co and e= coeficientes para o efeito da obstrução da estrutura no escoamento da água.
L = A largura efectiva da secção , isto é, a distância entre os encontros menos as
larguras dos pilares.
y1 = a altura da água imediatamente a montante da ponte medida a partir de marcas
deixadas pelo rio nas cheias.
y2 = a altura da água imediatamente a jusante da ponte medida a partir das marcas
dos níveis de água nos pilares e pilares
V = velocidade média de aproximação (m/s)
g = aceleração de gravidade (9.81 m/s2)

Os valores de Co e e são ilustrados na Tabela 7-2. Os valores intermediários são


derivados por interpolação. O remanso, h = y1 – y2. A descarga, Q, deve ser aumentada
em 5% quando

𝒚𝟐
𝒚𝟏 − 𝒚𝟐 > ⁡ (7-4)
𝟒

Tabela 7-2 Valores de ‘Co’ e ‘e’ na Fórmula do Orifício

L/W C0 e
0,50 0,892 1,050
0,55 0,880 1,030
0,60 0,870 1,000
0,65 0,867 0,975
0,70 0,865 0,925
0,75 0,868 0,860
0,80 0,875 0,720
0,85 0,897 0,510
0,90 0,923 0,285
0,95 0,960 0,125

Observe que o software computarizado, HEC-RAS, descrito nas secções subsequentes


deste manual, também pode ser usado no projecto hidráulico de pontes pequenas a
médias.

7.6 Análise Hidraúlica e Projecto para Pontes Médias e Grandes


O projecto de pontes grandes é complexo e requer grandes quantidades de dados. Como
resultado, o desenho assistido por computador é o mais preferido. Existem softwares
disponíveis, que podem ser baixados gratuitamente da Internet. Os mais utilizados são
o HEC-RAS (Centro de Engenharia Hidrológico - River Analysis System) e o ISIS.
Ao projectar grandes pontes, é necessário realizar um projecto preliminar usando valores
estimados de parâmetros-chave.
As informações principais que seguem são necessárias para o projecto hidráulico
preliminar.
1. Largura preliminar do canal;

124
2. Elevação na largura do canal escavado;
3. Inclinação, estação na linha central do canal;
4. Intervalo de recorrência para o evento do projecto;
5. Área de drenagem;
6. Descarga do projecto;
7. 100 anos- caudal de descarga;
8. Descarga de cheia de 200 anos ou 500 anos para erosão da ponte (isto deve ser
discutido com especialistas em drenagem locais e acordado);
9. Elevação mínima da viga baixa;
10. Elevação dos taludes;
11. Nível baixo de água (LWL);
12. Nível de cheias de projecto (DFL);
13. Nível de cheias de 100 anos;
14. Nível de cheias de 200 ou 500 anos;
15. Velocidade de projecto (V);
16. Velocidade de 100 anos;
17. Velocidade e dimensões do enrocamento para 500 anos para o projecto da ponte;
Uma vez completo o projecto preliminar e a escolha apropriada da ponte, a orientação e
disposição geral é determinada baseada em uma investigação detalhada do local,
incluindo determinação do alcance do caudal, padrões do caudal, levantamentos
geotécnicos de materiais de leitos, margens e condições in-situ. Os dados e informações
devem ser colectados tendo em mente que são principalmente necessários como
subsídios para o software de projecto hidráulico, por ex. HEC-RAS. Detalhes da colecta
de dados para riachos, rios e planícies aluviais são apresentados no Capítulo 3.
O procedimento geral para o projecto de hidráulica de grandes pontes é ilustrado abaixo
passo a passo.
1. Determinar a hidrologia das bacias hidrográficas como descrito no Capítulo 4.
2. Obter informações sobre:
a. Histórico das cheias do rio ou da planície de inundação - esta informação
pode ser obtida junto de residentes locais e autoridades locais e das
autoridades rodoviárias (ANE) que podem ter conhecimentos relevantes;
b. Investigar qualquer estrutura de ponte existente perto do ponto de
passagem proposto, preferencialmente no mesmo rio. Verificar tanto a
montante como a jusante da estrutura os fenómenos de erosão
assoreamento, etc.
3. Obter informações hidráulicas de estudos existentes para projectos rodoviários
próximos ao local e usar os dados do estudo para relacionar as informações ao
cruzamento proposto.
4. Completar a análise do perfil da superfície da água através do horizonte do
projecto da ponte. Isto deve incluir a análise da situação natural sem a ponte
proposta e uma análise com a ponte proposta. O perfil da superfície da água deve
ser determinado usando o programa HEC-RAS, ISIS ou Mike 11. O programa HEC-
RAS e o ISIS estão disponíveis gratuitamente para download e devem ser usados
como software padrão para análise de travessia de ponte;

125
5. O período de retorno e a descarga do projecto para a análise do perfil devem ser
calculados como discutido no Capítulo 4. Factores que contribuem para a selecção
do período de retorno incluem a capacidade e dimensão da estrada, se esta está
localizada em área rural ou urbana e os níveis de tráfego esperados;
6. Uma gama de dimensões das capacidade de vazão da ponte menores e maiores
do que o canal existente deve ser analisada e, em seguida, comparada com as
condições existentes e naturais para escolher a largura ideal do canal da ponte
para o caudal do projecto;
7. Localizar a ponte dentro da planície aluvionar e selecionar um desvio, que melhor
se adapte ao alinhamento do canal principal e da planície aluvionar. Manter a
inclinação ao mínimo para reduzir os custos de construção e manutenção. É
preciso estar ciente de que os padrões de fluxo podem mudar de acordo com a
alteração dos caudais de descarga;
8. Avaliar os impactos nas propriedades circundantes e na estrada para o caso de
galgamento e verificar a cheia de 100 anos para as várias alternativas
identificadas na Etapa 4. Qualquer aumento na planície deve ser evitado, se
possível, outras medidas de mitigação podem ser colocadas em prática (por
exemplo, áreas de armazenamento de compensação);
9. Fazer cálculos preliminares para assoreamento/ degradação, contração e erosão
local, Secção 7.7;
10. Selecionar a protecção de revestimento necessária (ou seja, enrocamento,
margens, diques de esporão, etc.) para a ponte e o canal. Estes são detalhados
no Capítulo 8.

7.6.1 Projecto Hidraúlico Usando Software Informático


O desenho assistido por computador é a abordagem mais comumente usada no projecto
hidráulico de pontes. Isso envolve simulação e modelagem de caudais de cheia para
aproximar a situação real. Onde os dados estão disponíveis, a calibração pode ser
realizada para corresponder aos modelos com parâmetros medidos. Alguns dos softwares
usados para projecto hidráulico são HEC-RAS e HY8-RAC.

7.6.1.1 Folha de Transmissão de Informações Hidraúlica de Pontes


A Figura 7-3 fornece uma ilustração das folhas de Transmissão de Informações
Hidráulicas de Pontes e a Figura 7-4 para spill através dos encontros e encontros de
parede verticais, respectivamente. Esta informação é usada para avaliar diferentes
opções de estruturas da pontes para separar a travessia e a partir desta; a folha geral
de disposição pode ser preenchida.

7.6.1.2 Folha de Transmissão de Informação para Vazamento Através de


Encontros
Abaixo é apresentada a área de vazão da estrutura e informações hidráulicas necessárias
para a ponte sobre ____________________ em _______ em / perto
______________________________.
Informações do Projecto

Data: Número do Projecto de Construção:

Para: Gestor do projecto:

De: Nome do projecto:

Informações sobre a ponte

126
Número da Estrutura Existente:

Estação na Linha Central do Canal:

Inclinação:

Altura Mínima da Viga:

Ano de Projecto do Evento: _________ ano de recorrência.

Informação Hidráulica

D.A. =_____sq.km Q(Projecto)=_______m3/s Q (100) Q (500)


=____m3/s =____m3/s

OHW = _____ m DHW (Projecto)=_____m DHW DHW (500)=____m


(100)=____m

V (Projecto) =_______m/s V (100) V (500) =_____m/s


=_____m/s

Comentários:___________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
______

Figura 7-3 Folha de Transmissão de Informação sobre Pontes Hidráulicas de


Pontes para Vazamento Através de Encontros

7.6.1.3 Folha de Transmissão de Informação sobre Hidraúlica de Pontes


para Encontros de Paredes Verticais
Abaixo está a capacidade de vazão da estrutura e informações hidráulicas necessárias
para a ponte ____________________ em _______em/perto
______________________________.
Informação do projecto

127
Data: Número do Projecto de Construção:

Para: Gestor do projecto::

De: Nome do projecto:

Informação sobre a Ponte

Número de Estrutura Existente:

Estação na Linha Central do Canal:

Inclinação:

Altura mínima da Viga:

Ano de Projecto do Evento: _________ ano de recorrência.

Informação Hidráulica

D.A. =_____sq.km Q(Projecto)=_______m3/s Q (100) Q (500)


=____m3/s =____m3/s

OHW = _____ m DHW (Projecto)=_____m DHW DHW (500)=____m


(100)=____m

V (Projecto) =_______m/s V (100) V (500) =_____m/s


=_____m/s

Comentários:___________________________________________________________
_____________________________________________________________________
__

Figura 7-4 Transmissão de Informação Hidráulica Para Encontros de Pontes


Constituídos de Parede Verticais

128
7.6.2 Método de Modelagem Computacional em Pontes
O objectivo desta secção é fornecer orientação sobre a análise hidráulica da ponte onde
é usada a modelagem do rio por computador.

7.6.2.1 Dados de Entradas


As informações a seguir são necessárias para a modelagem hidráulica:
1. Características da área da bacia drenante - topografia, simples ou complexa, e
determinação da modelagem (incluindo informações hidrológicas, Capítulo 3 e
Capítulo 4);
2. Dados do medidor de corrente;
3. Extensão do modelo - abrange o alcance do escoamento , recursos adicionais e
funciona dentro do alcance do escoamento;
4. Extensão dos levantamentos topográficos e a quantidade de dados necessários -
isto depende da complexidade da área de captação, da planície de inundação e
das características do escoamento antecipado (estacionário ou instável e simples
ou complexo);
5. Resistência do fluxo - uma estimativa dos valores ‘n’ de Manning Strickler do
curso de água ou da planície aluvionar;
6. Tipo de caudal, condições históricas do escoamento e cheias no local;
7. Relatório geológico - este relatório fornece detalhes dos materiais no local
proposto da ponte, fundações, margens dos rios e leito, área envolvente, etc.
Essas informações são importantes para o projecto hidráulico para as
características de determinação da erosão, que são usadas para o projecto de
medidas de mitigação como a protecção contra erosão, formação fluvial, etc.

7.6.2.2 Saídas
Informações seguintes são esperadas da análise hidráulica:
1. Plano de vista de elevação- Elevation view plan;
2. Enquadramento total de erosão - diferenciando a profundidade de erosão do
desenho da profundidade de erosão da cheia de 500 anos. A profundidade da
erosão deve ser fornecida ao engenheiro estrutural e ao geólogo para o projeto
final da ponte;
3. Características da inclinação do leito do rio;
4. Elevações da superfície da água existentes e propostas ao longo do alcance do
riacho
5. Remanso associado ao perfil e abertura da via fluvial, etc.;
6. Velocidades de escoamento e direcção do escoamento nos elementos estruturais
críticos a montante e a jusante das estruturas.
7. Linhas de energia e perdas de carga;
8. Elevações de cabeceira e de saída do canal das estruturas propostas.
Esses itens adicionais de informação devem ser fornecidos ao projectista da ponte muito
antes do início do projecto final.
Preencher toda a documentação, incluindo o relatório de análise hidráulica da ponte e as
folhas de informações hidráulicas da ponte. As profundidades da erosão devem ser
mostradas na folha do plano de disposição da ponte. A Figura 7-3 e a Figura 7-4 fornecem
cópias das Folhas de Transmissão de Informações Hidráulicas da Ponte para o vazamento
através dos encontros de paredes verticais.

129
7.6.3 Critérios de Modelagem Hidraulica e Selecção
O estudo do modelo hidráulico deve simular com precisão as condições reais do caudal.
Violar as suposições e ignorar as limitações resultará em uma má representação das
condições hidráulicas reais. Após o desenvolvimento do modelo do caudal, uma visita de
campo deve ser feita para verificar se os padrões de escoamento se adequam ao terreno
físico.

7.6.3.1 Modelagem Unidemensional Versus Bidimensional


A modelagem unidimensional exige que as variáveis (velocidade, profundidade etc.)
mudem predominantemente em uma direcção definida, por exemplo, x, ao longo do
canal onde os cálculos são feitos ao longo da linha central, Figura 7-5. Modelos
bidimensionais calculam a magnitude do Vector da velocidade horizontal e a sua direcção
(Vx e Vy).
Ao fazer o modelo, os critérios de escolha ilustrados na Tabela 7-3 devem ser
considerados:

Tabela 7-3 Aplicação de Modelos Unidimensional e Bidimensional

Aplicabilidade de modelos Aplicabilidade do modelo


unidimensionais bidimensional

Pequenos riachos entrançados e rios, e Grandes rios e grandes planícies de


planícies aluvionares mais estreitas inundação

caudal direcional (longitudinal) simples, caudal complexo (longitudinal e lateral)


onde as velocidades laterais são
pequenas ou insignificantes

Contração de ponte pequena e vegetação Pontes mais complexas, pontes


nula ou ligeiramente variável múltiplas, alcance de caudal complexo e
vegetação variável.

Cheias menos extremas Cheias extremas

Ângulos de inclinação da ponte baixa Ângulos de inclinação da ponte alta


(<30˚) (>30˚)

Modelos bidimensionais geralmente fornecem representações mais precisas de:


1. Distribuição de caudal;
2. Distribuição de velocidade;
3. Elevação da superfície da água;
4. Magnitude de velocidade;
5. Remanso
6. Direcção de velocidade;
7. Altura do caudal;
8. Tensão de cisalhamento.
Estas variáveis são informações essenciais para o projecto de novas pontes e a avaliação
de pontes existentes para o potencial de limpeza e projecto das medidas de mitigação.

130
Figura 7-5 Secção Transversal de Modelo Unidimensional
Modelos bidimensionais são preferidos em caudais mais complexos para obter resultados
mais precisos. Abaixo está a orientação sobre a aplicabilidade de modelos
bidimensionais.
1. Múltiplas Aberturas - Múltiplas aberturas ao longo de um aterro são
frequentemente utilizadas em rios com planícies aluvionares amplas, Figura 7-6.
Em vez de usar uma única ponte, estão incluídas pontes adicionais de várzea.
Embora os modelos unidimensionais possam ser configurados para analisar
múltiplas aberturas, a modelagem bidimensional é preferida.

Figura 7-6 Esboço da Vista do Plano De Um Cruzamento de Ponte De Abertura


Múltipla
Outro tipo de abertura múltipla é a de várias pontes em série. Estes incluem aberturas
ou fundações de pontes não correspondentes que não se alinham ou situações em que

131
existem outras estruturas ou sistemas hidráulicos a montante ou a jusante do
cruzamento que alteram os padrões de escoamento.
2. Grandes planícies aluvionares - As planícies aluvionares (Figura 7-7) podem variar
significativamente em suas características de uma secção para outra, incluindo
topografia, vegetação, etc., e isso pode resultar em padrões de caudal complexos
e, neste caso, a modelagem bidimensional é preferida.

Figura 7-7 Canal e Caudal da Planície de Inundação

3. Alinhamento Oblíquo da Faixa de Rodagem - FHWA (1978) indica que os


cruzamentos inclinados com ângulos de até 20 graus não produziram padrões de
caudais questionáveis. O Manual de Referência HEC-RAS (USACE 2010c) indica
que o uso da abertura projectada é adequado para ângulos de inclinação de até
30 graus para pequenas restrições de escoamento. A modelagem bidimensional
é a abordagem recomendada para ângulos de inclinação mais altos ou
quantidades moderadas de inclinação combinadas com contração de escoamento
moderada a alta.
4. Galgamento da estrada - Ao computar o galgamento da estrada, o modelo HEC-
RAS (USACE 2010c) usa a linha da energia total na secção transversal a montante
da ponte como o valor principal na equação da represa. O USACE (2010a)
recomenda a comparação da descarga do galgamento da estrada com o
escoamento da planície de inundação e o ajuste do valor-n do Manning Strickler
para melhor manter a continuidade do caudal. Modelos bidimensionais são
preferidos nesses casos.
5. Curvas, confluências e ângulo de ataque - As condições de escoamento nas
confluências também variam dependendo da proporção de escoamento no tronco
principal e tributário. Além disso, o caudal nas curvas pode ser complexo e,
portanto, determinante no ângulo de ataque para os cálculos de erosão nos
pilares. Modelos bidimensionais são preferidos.
6. Múltiplos canais - Os rios ramificados e trançados possuem múltiplos canais e
caminhos do caudal que complicam os cálculos hidráulicos. Muitas situações de
múltiplos canais são bem simulados com as opções de escoamento dividido em
HEC-RAS, portanto, modelos bidimensionais são recomendados.

132
7.6.3.2 Selecção do Modelo de Extensão a Monante e a Jusante
A estrutura pretendida no cruzamento causaria mudanças nas condições do caudal a
montante (remanso) e a jusante. A extensão mínima de um modelo hidráulico para a
hidráulica de ponte é o local onde o caudal é totalmente expandido (isto é, de volta às
condições de caudal natural antes da construção da estrutura) tanto a montante como a
jusante da contração do caudal. Isso é ilustrado na Figura 7-8 e na Figura 7-9 (que
mostra os perfis da superfície da água para um modelo de ponte simples). As condições
de fronteira a jusante do alcance do caudal devem ser determinadas e o software calcula
as condições de caudal nas secções transversais subsequentes progressivamente ao
limite a montante. No entanto, se a superfície livre da água não for conhecida com
confiança, a extensão do modelo a jusante diminuirá a incerteza na estrutura. O limite a
jusante está localizado longe o suficiente da montante, de modo que os perfis convergem
e os 1.2 m de diferença inicial são eliminados antes de chegar à ponte.

Figura 7-8 Exemplo do Modelo de Estudo dos Limites a Montante e Jusante


(Fonte: Hydraulic Design Series Number 7, 2012).
Quanto mais longe a fronteira é da ponte, menos incerteza existe na ponte, porque a
geometria e rugosidade do canal e da planície de inundação ditarão os resultados.
Quando houver outras estruturas ou controles hidráulicos a montante ou a jusante que
influenciarão ou poderão ser impactados pelo projecto, a modelagem deverá ser
estendida para incluir essas estruturas. A Figura 7-9 mostra alguns remansos criados
pelo cruzamento. Embora a extensão do modelo capture o aumento máximo da superfície
da água, estender o modelo a montante seria necessário para avaliar completamente os
possíveis impactos a montante.

133
Figura 7-9 Perfil do escoamento com Incerteza das Condições de Fronteira a
Jusante (Fonte: Hydraulic Design Series Number 7, 2012).

7.6.4 Identificção e Selecção das Condições da Fronteira do Modelo


O pico de cheias é uma condição de fronteira que é comumente usada para projectos em
rios e os hidrogramas de cheias são utilizados com mais frequência para modelagem de
caudais instáveis. Para condições de fluxo subcrítico, a superfície da água a jusante deve
ser especificada ou computada. Para o caudal supercrítico, a condição de fronteira a
montante é especificada e para condições de escoamento misto, as condições de fronteira
a jusante e a montante são especificadas. A extensão do modelo e a condição de fronteira
devem ser seleccionadas com base em controlos hidráulicos identificáveis, que incluem
quebras de declive onde ocorre a profundidade crítica (de plano a íngreme na direcção
da jusante), barragens de desvio, pontes, estradas e outras estruturas.
Superfície da Água - Uma superfície de água conhecida é comumente usada em
modelagem hidráulica, onde o engenheiro hidráulico especifica a elevação como condição
de partida a jusante. Dados de calibre ou uma marca d'água alta observada também
podem ser usados para estabelecer elevações conhecidas da superfície da água como
condições de fronteira de entrada. Se esta informação não estiver disponível, o limite do
modelo deve ser fixado em um local onde a incerteza não afecta o resultado no local do
cruzamento.
Profundidade Normal e Declividade de Energia - A profundidade normal ocorre quando o
perfil do leito, a superfície livre da água e a linha de energia são todos paralelos, e a
profundidade e a velocidade do caudal não se alteram ao longo do percurso do caudal.
Uma melhor aproximação é usar a inclinação da planície de inundação, medida a partir
de um mapa topográfico. Quando inclinação da linha de energia ou a profundidade
normal é usada, o modelo computa iterativamente uma superfície de água que produz a
inclinação desejada. A variabilidade nas condições do canal e da planície de inundação é
incorporada ao modelo e a incerteza causada pela condição de fronteira é reduzida.
Curva de classificação - Uma curva de classificação é uma tabela ou curva de estágio
versus descarga relacionada ao estágio e à descarga. Os dados da estação de medição
também podem ser usados para estabelecer novas curvas de classificação.

134
Profundidade Crítica - A profundidade crítica é uma condição de fronteira relativamente
bem definida quando uma estrutura de controle produz uma queda repentina no canal.
A Profundidade crítica em canais naturais é incomum, excepto em canais íngremes,
rochosos ou em pedragulhos. Em HEC-RAS (USACE 2010c), a profundidade crítica é
definida como a energia total mínima. Em um canal natural, a energia total inclui o
coeficiente de correcção de energia, α, então a distribuição de rugosidade e escoamento
influencia a determinação da profundidade crítica. A profundidade crítica deve ser
confirmada como razoável antes de usá-la como uma condição de fronteira nos canais
naturais.

7.6.5 Programas de Computador


Um exemplo no modelo HEC-RAS foi incluído no Apêndice para fins de demonstração.

7.6.6 Modelagem Física


Situações hidrodinâmicas complexas desafiam a modelagem matemática precisa ou
praticável. Modelos físicos devem ser considerados quando:
1. São necessários dados de desempenho hidráulico que não podem ser obtidos de
forma confiável a partir de um modelo matemático;
2. O risco de falha ou excesso de sobredimensionamento é inaceitável e a pesquisa
é necessária.
As restrições na modelagem física são as dimensões (escala), custo e tempo.

7.7 Assoreamento e Erosão da Ponte


A erosão na proximidade e na da estrutura da ponte representam um alto risco de danos
por cheias, colapso e arrastamento, e devem ser mitigados através de projecto por
monitoramento constante, manutenção e/ou melhoria e medidas de mitigação. Danos
em pontes e nas suas proximidades representam altos custos de reparação ou
substituição incluindo os custos económicos causados pela interrupção prolongada que
são significativos.
A análise hidrológica de um projecto de uma ponte requer que seja feita uma avaliação
da vulnerabilidade da ponte para minimizar o potencial risco de erosão. Recomenda-se
a utilização dos métodos de previsão de erosão mais adequados e a calibração do método
com dados locais. Esta secção do manual descreve alguns dos procedimentos
fundamentais de elaboração de projecto de pontes e suas medidas de mitigação.
Diversos Softwares para análise de pontes podem ser utilizados.
Um exemplo de cálculos para uma ponte rolante é fornecido no Apêndice K.

7.7.1 Determinação do Movimento Incipiente


Isso envolve a determinação das condições de fronteira sob as quais um escoamento
começará a erodir os materiais ao longo de seu leito e margens. A mais conhecida delas
é a relação de Shields, que é baseada na dimensão de partícula representativa para uma
densidade de material específica.
A Figura 7-10 (Diagrama de Liu Modificado) expressa a condição de fronteira entre um
sedimento em movimento e um sedimento em repouso no que respeita ao desenho do
gráfico do “Número de cisalhamento de Reynolds” contra a constante relação entre
velocidade de cisalhamento e velocidade de assentamento. Isto é aplicável a solos
coesivos.

𝑉∗𝑐
⁡ = 0,12 (7-5)
𝑉𝑠𝑠

135
Com

𝑉∗ = ⁡ √𝑔𝑦𝑆 (7-6)

Onde:
V* = velocidade de corte (m/s)
V*C = velocidade crítica (m/s)
g = aceleração gravitacional (9,81 m/s2)
y = altura de inundação (m)
VSS =velocidade de assentamento de partículas (m/s) (Figura 7-11)
Detalhes adicionais do Vss podem ser adquiridos na publicação de Veiga da Cunha, L,
1973, LNEC; Lisbon “Erosões Localizadas junto de Obstáculos Salientes de Margens”

Figura 7-10 Diagrama Lui Modificado Mostrando as Relações para o


Movimento Incipiente (fonte: Manual de Projecto de Drenagem da África do
Sul, 2006).
Para as condições de fronteira do escoamento laminar, a condição crítica entre
movimento de sedimentos e o assentamento é dada por:

136
𝑽∗𝒄 𝟏,𝟔
= 𝑽∗𝒅𝟓𝟎 (7-7)
𝑽𝒔𝒔
𝒗

Onde:
d50 = diâmetro médio das partículas (m)

𝑣 = viscosidade cinética do fluido (m2/s)

A fronteira entre as condições turbulenta e laminar é definida por

𝑽∗𝒅𝟓𝟎
= 𝟏𝟑 (7-8)
𝒗

Para valores menores que 13, a condição de fronteira é laminar e para valores maiores
que 13, as condições de fronteira são para um caudal turbulento. Este limite coincide
com uma dimensão de partícula na ordem de 5 mm. 7-
9
A relação entre a velocidade de assentamento e o diâmetro das partículas é mostrada na
Figura 7-11.

Figura 7-11 Estabelecimento da Velocidade como uma Função da Dimensão do


Sedimento

7.7.1.1 Cargas de Sedimentos


A quantidade de sedimentos está relacionada a vários factores, como precipitação,
erodibilidade do solo, declividade e uso da terra. A alta carga de sedimentos nos casos
de alta energia de água aumenta a escória e na baixa energia de água ocorre
assoreamento ou sedimentação, o que diminui a capacidade hidráulica da ponte,
aumentando assim o potencial de danos por cheias.
Os utilizadores do manual devem consultar o HEC-18 (Ref. 9), que pode ser baixado na
Internet, sem nenhum custo, para obter informações mais completas sobre a

137
metodologia de previsão de erosão. Um documento complementar da FHWA para a HEC-
18 é o HEC-20 “Estabilidade do Escoamento em Estruturas de Estradas (FHWA 2012b) e
“HEC-23“ Erosão em Pontes e Medidas de Mitigação para Escoamento Instaveis“ (FHWA
2009) ”

7.7.2 Tipos de Erosão


A seguir estão os tipos de erosão mais comuns:
1. A longo prazo observam-se mudanças no perfil (assoreamento/degradação);
2. Mudança da forma plana (movimento do canal lateral);
3. Contração por erosão/deposições
4. Erosão local.
É importante determinar ou estimar a magnitude da erosão, que ocorrerá em torno da
estrutura de drenagem (ponte). Abaixo está uma abordagem passo a passo cobrindo a
análise de diferentes tipos de erosão. Detalhes das considerações e cálculos são
ilustrados nas secções subsequentes.

7.7.3 Abordagem Passo a Passo para Métodos de Análise de Erosão


Para métodos detalhados de análise de erosão, consulte o HEC-18 (este documento está
incluído em um DVD na parte final do manual ou pode ser baixado directamente do site
da FHWA)
Passo #1 - Fase de Aquisição de Dados
As seguintes informações podem ser relevantes para estimar o efeito da erosão no local
da ponte e devem ser colectadas:
1. Os registos dos extractos geológicos definem a geologia do local da ponte
(obtenha orientação de um especialista geotécnico na definição do espaçamento
e da profundidade da perfuração necessária). Além de informações valiosas sobre
as propriedades do material do leito e dos estratos, os registos são
potencialmente pistas sobre as profundidades de escória anteriores no local da
ponte;
2. Geomorfologia do local da obra
3. Histórico de erosão do escoamento, quando disponível;
4. Histórico de desenvolvimento do riacho e da bacia;
5. Outros factores relevantes;
6. Fotografias aéreas da área podem fornecer informações valiosas. Além disso,
pode ser útil obter uma comparação das fotografias mais antigas com as mais
recentes, quando disponíveis.
A partir das informações acima, uma avaliação qualitativa inicial do impacto potencial da
ponte deve ser feita.
Passo #2: Análise das Mudanças a Longo Prazo
De preferência, consulte um especialista, especialmente se houver alguma represa
importante construída ou sendo planeada perto de uma ponte. O especialista pode usar
técnicas, como extrapolação de tendências existentes, cenários de pior caso ou
modelagem computacional sofisticada e bom julgamento de engenharia para fazer
recomendações sobre potenciais efeitos de longo prazo.
Passo #3: Determinar os efeitos gerais e de contração de curto prazo
Os parâmetros a seguir alimentam as equações de erosão e precisam ser determinadas
(consulte HEC-18 para obter as equações de erosão):

138
1. Estimar a cheia do projecto de acordo com o Capítulo 4, Hidrologia, e use este
valor para cálculo adicional;
2. Estimar a largura do caudal contraído no local da ponte para determinar os efeitos
gerais e de contração de curto prazo. A unidade da largura da descarga pode ser
calculada dividindo o caudal de projecto pela largura do caudal;
3. Fazer estimativa da rugosidade do leito sob condições de inundação e dimensões
representativas do material sedimentar a serem usados nos cálculos:
Para material aluvionar
Para material coesivo
A contracção resultante da erosão é factorada na etapa 3.
Passo #4: Determinar os efeitos da erosão local
Para pilares em materiais aluvionares sem coesão
Para pilares em materiais coesivos
Para encontros em materiais aluvionares sem coesão
Para encontros em materiais coesivos
Passo #5: Determinar a erosão total
Passo #6: Registo dos valores de projecto
Registo dos valores das profundidades da erosão de projecto usando o nível de água de
projecto (por exemplo, para nível de água de período de retorno de 50 anos, de acordo
com o determinado pelo método descrito no Capítulo 5).
Passo #7: Avaliar o resultado obtido
Avaliar os resultados, levando em consideração todas as informações qualitativas e
quantitativas disponíveis. Em caso de complexidade significativa, ou casos em que
existam riscos financeiros e outros significativos, considere consultar um especialista ou
fazer um estudo do modelo hidráulico físico no local da ponte.
Considerações finais sobre as relações de erosão em pontes
As equações apresentadas nesta secção fornecem aos projectistas de pontes métodos
simples, nos quais uma estimativa inicial dos possíveis efeitos da erosão nas pontes pode
ser feita. Se houver problemas sérios, conselhos de especialistas devem ser adquiridos.
Modelos de computador
Recomenda-se que modelos de computador como o HEC-RAS sejam usados para
avaliação da erosão em pontes para todo o projecto de pontes. Para obter detalhes, use
os modelos de computador recomendados para simular o transporte de sedimentos.

7.7.4 Mudanças de Perfil a Longo Prazo


Alterações de perfil a longo prazo podem resultar em alterações do perfil do escoamento
devidos ao assoreamento e/ou degradação.
1. Assoreamento –é a deposição de carga no leito devido a uma diminuição no
gradiente de energia;
2. Degradação - é a erosão do material do leito, que aumenta a capacidade de
transporte de sedimentos do caudal resultante de um aumento no gradiente de
energia.
A degradação e desagregação causam uma mudança futura permanente na cota do leito
do rio no local da ponte.

139
7.7.5 Determinação da Erosão a Longo Prazo ( Alterações na Forma do
Plano)
A erosão a longo prazo é determinada usando ferramentas de modelagem sofisticadas
para quantificar os efeitos da degradação ou assoreamento do rio a longo prazo e não é
abordada no âmbito deste manual. Recomenda-se que uma equipa multidisciplinar faça
algumas previsões a longo prazo, já que o conhecimento de hidráulica, geomorfologia,
geologia, etc. são necessários.

7.7.6 Determinação da Erosão Geral de Curto Prazo nos Canais

7.7.6.1 Erosão Geral de Curto Prazo nos Canais Aluvionares


Farady e Charlton recomendaram as seguintes relações para as dimensões de equilíbrio
de um canal, com base no trabalho de Blench (Ref: Manual de Drenagem da África do
Sul 2006). Essas dimensões equivalentes são a profundidade (y) e a largura (B) do furo
após a passagem de curto prazo e são dadas pelas seguintes equações.

𝑦 = 0,38𝑞 0,67 𝐷50 −17 (7-10)

𝐵 = 14𝑄 0,5 𝐷50 0,25 𝐹𝑠 −0,5 (7-11)


Onde:
B = largura média do canal (m)
y = altura média do escoamento (m)
Q = Caudal de estudo equivalente (caudal de projecto) que geraria o geometria
do canal (m3/s)
q = Caudal do canal por unidade de largura (Q/B) (m3/s.m) (Nota: estimar as
condições de geometria do canal sob condições de inundação, o atual caudal
de projecto pode ser usado)
D50 = dimensão média do material do leito (m)
Fs = factor lateral para descrever a resistência da margem ao desbaste
(Tabela 7-4)
Os seguintes factores secundários (Fs), Tabela 7-4, podem ser aplicados na largura do
canal (Equação 7-11).

Tabela 7-4 Factores Laterais Fs (Manual Sul-Africano 2006)

Tipo de margens Valor de Fs

Marga arenosa 0,1

Marga de argilas siltosas 0,2

Margens Coesivas 0,3

É necessário calcular a largura de equilíbrio antes que a altura de equilíbrio possa ser
calculada.
A altura máxima do canal, ymax, pode ser determinada multiplicando a altura de equilíbrio
calculada com o factor na Tabela 7-4. A altura geral de curto prazo, ds, pode ser
determinada como a diferença entre ymax e a altura normal do caudal (yn).

140
7.7.6.2 Erosão Geral de Curto Prazo en canais de Leito Coesivo
Para canais de leito coesivo, a altura de equilíbrio é calculada da seguinte forma:

𝒚 = 𝟓𝟏, 𝟒𝒏𝟎,𝟖𝟔 𝒒𝟎,𝟖𝟔 𝝉𝒄 −𝟎,𝟒𝟑 (7-12)

𝝉𝒄 = 𝟎, 𝟎𝟔𝑫𝒈(𝝆𝒔 − 𝝆) (7-13)

Onde:
y = Altura média do caudal (m)
n = coeficiente de rugosidade de Manning Strickler(m .s1/3)
q = caudal de descarga por unidade de largura (m3/s)
 c= tensão de cisalhamento crítica para a ocorrência da erosão (N/m2)
Consulte a Tabela 7-5
D = dimensão das partículas (D50) (m)
g = aceleração de gravidade (m/s2)
ρ = densidade da água (kg/m3)
ρd = densidade aparente seca (kg/m3)
ρs = densidade aparente saturada (kg/m3)

Tabela 7-5 Propriedades Físicas da Argila (Curtsey of South African Manual


2006)

Índice de vazios 2,0 – 1,2 1,2 – 0,6 0,6 – 0,3 0,3 – 0,2

Densidade a granel 880 -1.200 1.200 – 1.650 1.650 – 2.030 2.030 – 2.210
seco (kg / m3)

Densidade do volume 1.550 – 1.740 1.740 – 2.030 2.030 – 2.270 2.270 – 2.370
saturado (km / m3)

Tipo de Solo c tensão crítica de cisalhamento (N/m 2)

argilo-arenoso 1,9 7,5 15,7 30,2

Argila pesada 1,5 6,7 14,6 27,0

Argila 1,2 5,9 13,5 25,4

Argila leve 1,0 4,6 10,2 16,8

A densidade a granel nesta tabela assume uma densidade de partículas específica = 2,64
e a relação com a taxa de vazios é a seguinte:

𝝆𝒔
𝝆𝒅 = ⁡ 𝒆+𝟏 (7-14)

141
𝝆(𝒔+𝒆)
𝝆𝒅 = ⁡ (7-15)
𝒆+𝟏

Onde:
ρ = densidade da água (kg/m3)
ρd = densidade aparente seca (kg/m3)
ρs = densidade aparente saturada (kg/m3)
s = gravidade específica das partículas do solo
e = indice de vazios da massa do solo
Descrições detalhadas do tipo de solo (por exemplo, argila, argila leve, etc.) não foram
fornecidas. Propõe-se que seja seguida a classificação de Casagrande, onde “argila leve”
é silte de argila (CL), “argila” é argila de média plasticidade (CI), “argila pesada” é
tomada como argila de alta plasticidade (CH) e “argila arenosa” são areias bem
graduadas com baixo teor de argila (SC).
A altura média do caudal (equivalente) (y) calculada através da Equação 7-10 e Equação
7-12, precisa ser ajustada para calcular as alturas máximas do caudal que podem
resultar da erosão geral a curto prazo. Os factores recomendados são fornecidos na
Tabela 7-6.

Tabela 7-6 Factores para Cobrir a Altura do Média do Caudal (y) para a Altura
Máxima do Canal (Curtsey do Manual Sul-Africano de 2006)

Descrição Factor
multiplicador

Alcance recto do canal 1,25

Curva moderada 1,50

Curvatura de corte 1,75

Direito – curva angular 2,00

As suposições básicas para as quais as equações de Blench são válidas incluem:


1. O caudal é constante;
2. O transporte no leito é insignificante;
3. Transporte de sedimentos através de suspensão turbulenta que é suficientemente
limitada para não influenciar os cálculos;
4. As secções e inclinações dos canais são uniformes;
5. Viscosidade não varia significativamente;
6. As condições sob as quais as equações são aplicadas são similares às condições
para as quais as equações foram deduzidas. Essas condições representam a
situação ideal, que não é frequentemente encontrada em rios sob condições
extremas de cheias. No entanto, as equações são aproximadamente válidas desde
que o caudal e o transporte de sedimentos no leito não variem muito
rapidamente;
7. O caudal está na fase de turbulência.

142
7.7.6.3 Erosão Lateral nos Encontros em Canais de Leito Coesivo
Em casos de erosão de solos coesivos nos encontros, Faraday e Charlton recomendaram
o uso da equação de profundidade normal de Blench apropriada para leitos coesivos,
com os factores de correção para altura máxima ilustrados na Tabela 7-6. Embora esses
factores tenham sido derivados de materiais aluvionares, fornecem uma primeira
estimativa da erosão em solos coesivos.

7.7.7 Movimento Lateral de Rios


O movimento lateral do canal principal de um rio dentro de uma planície aluvial pode ter
sérios impactos na erosão e estabilidade da ponte. Estes podem incluir maiores
profundidades de erosão nos pilares e encontros, erosão nas proximidades da estrutura
da ponte e ângulos de escoamento alterados em relação aos pilares e encontros. O
movimento lateral é influenciado por factores como as propriedades geomorfológicas do
caudal, as localizações das pontes e as características do leito e dos materiais das
margens.
A inspecção do rio é crucial para entender o potencial de movimento lateral do local da
ponte. O entendimento do senso comum desses procedimentos subjacentes à teoria do
regime pode ser utilizado como fator para considerar o impacto potencial do movimento
da corrente lateral no local da ponte.
A este respeito, os seguintes pontos podem ser úteis:
1. A geometria de equilíbrio dos rios é estabelecida sob condições altas de
escoamento, mas não extremas;
2. Uma contração na largura do canal levaria a uma maior erosão do leito do rio;
3. O afunilamento do rio (por exemplo, no caso de formação fluvial) pode resultar
em erosão local em larga escala, se os cuidados não forem tomados;
4. Fixar a geometria do canal em determinado ponto de um canal aluvionar (por
exemplo, no local da ponte) provavelmente levaria a um aumento do movimento
do canal em outro local.
Os problemas típicos relacionados à erosão que poderiam ser encontrados como parte
dos processos dinâmicos nos rios foram resumidos e são ilustrados na Tabela 7-7.

143
Tabela 7-7 Problemas Típicos Relacionados com a Erosão Que Podem Ser
Encontrados em Rios

Problema
Materiais Processos
Tipo de Potencial
Tipo de Rio Tipicamente geomorfológicos
Caudal relacionado com
expostos Dominantes
Erosão
Rios Torrente de Rochas / Corte para baixo e Erosão das margens
montanhosos pedra pedregulhos cachoeiras dos rios
íngremes
Cascalho Areia, cascalho, Movimento de Erosão, escolha do
trançado do pedras aluvião grosso comprimento das
aberturas
rio

Ventilador Areia, cascalho, Deposição de Controlo da


aluvial pedras aluvião grosso: geometria do canal
mudanças súbitas de
de canal aproximação:erosão

Caudal com Canal do rio Rochas, xisto Camada fina de Poucos


declives entrincheirado materiais é
moderados transportada

Rios sinuosos Areia, cascalho, Alargamento do Erosão das margens


lateralmente pedras vale do rio, e superação de
transporte de aberturas de
sedimentos pontes, erosão:
erosão das
proximidades da
ponte

Planícies e Rio sinuoso Areia e silte Migração de Erosão das margens


rio meandros: erosão dos rios e similares
entrançado s das margens dos as aberturas das
com rios pontes
encostas
planas Argila, silte, Degradação, Erosão das margens
pedras erosão das dos rios
margens dos rios.

Caudal de baixa Silte, Areia Relativamente n/a


velocidade com inactivo
múltiplos
alargamentos

Travessias do argila, produtos n/a Base suave


lago orgânicos

É difícil avaliar a vulnerabilidade de uma ponte devido a mudanças na forma do plano,


no entanto, é importante incorporar o potencial plano para mudanças no projecto de
novas pontes e no projecto de contramedidas para pontes existentes.

7.7.7.1 Determinação de Erosão por Contracção


Rooseboom no TRH 205 indicou que as fórmulas para a erosão geral de curto prazo
podem considerar a remoção de contração. A largura de caudal que é usada é definida
para a largura de contração e aplicando a Equação 7-10 ou a Equação 7-12 é calculada
a erosão de contração com base na teoria do regime.

144
Calcular o valor da Equação 7-8 para determinar se o escoamento está na região laminar
ou turbulenta. Para calcular a velocidade de cisalhamento, aplique a Equação 7-7 para o
caudal laminar ou a Equação 7-8 para o caudal turbulento. A velocidade na fronteira,
entre o movimento do sedimento e nenhum movimento do sedimento (a velocidade
crítica), Vc, é determinada a partir da relação logarítmica:
12𝑅
𝑉𝑐 = 5,75𝑉∗𝑐 𝑙𝑜𝑔 (7-16)
𝐾𝑠

Ou

𝟏 𝟏 𝟏 𝟏
𝑲𝒔 𝟐 (𝑺𝒔 −𝟏)𝟐 𝑫𝒔𝒔 𝟐 𝒚𝟔
𝐕𝒄 = ⁡ (7-17)
𝒏

𝑲𝒔 ⁡~⁡𝟐, 𝟓𝑫𝒔𝒔 (7-18)

𝑫𝒔𝒔 ⁡~⁡𝟏, 𝟐𝟓𝑫𝟓𝟎 (7-19)

Onde:
Vc = Velocidade crítica acima da qual o material do leito de dimensão D50 e menor
começará a se mover, m
Ss = Gravidade específica do material do leito (2,65), kg/m3
y = altura do caudal, m
n = coeficiente de rugosidade de Manning Strickler
R = gradiente hidráulico, m
Ks = parâmetro/coeficiente de blindagens 0,047 para areia e 0,030 para cascalhos
Dss = dimensão média do material do leito
R e Ks, representam o raio hidráulico e o valor absoluto da rugosidade imediatamente a
montante da estrutura da ponte.
Se a velocidade de aproximação V> Vc, o caudal carregado de sedimentos ocorre, mais
o escoamento de água limpa ocorre.

7.7.7.2 Determinação da Altura da Erosão em Caudais Carregados de


Sedimentos
Para definição dos termos, veja a Figura 7-12. A Equação de Laursen Live-Bed é aplicável
a uma contração do rio e foi adaptada do HEC-18.

𝟔 𝟐 𝟏
𝒚𝟏 𝑸𝒕 𝟕 𝑩𝟏 𝟑 𝒏𝟐 𝟑
𝟐
= ⁡ ( ) (𝑩 ) (𝒏 ) (7-20)
𝒚 𝑸𝒄 𝟐 𝟏

145
Figura 7-12 Contração Longa no Escoamento de Sedimentos: Definição de
Termos (Fonte: Manual da África do Sul 2006)
A altura da erosão é dada por:

̅ 𝟐 𝟐 −𝑽
𝑽 ̅𝟏𝟐
𝒅𝒔 = ⁡ (𝒚𝟐 − 𝒚𝟏 ) + (𝟏 + 𝑲) ( )
𝟐𝒈
(7-21)

Onde - K é o coeficiente de perda de energia secundária para a contração. Se o grau de


contração for pequeno, será descoberto que o último termo na Equação 7-21 é
insignificante e pode ser negligenciado.
As equações acima se aplicam ao caudal subcrítico, com escoamento uniforme a
montante e a jusante da transição. O material do leito não é coesivo e é idêntico nas
secções larga e estreita. O efeito de características variáveis de sedimentos foi
investigado e descobriu-se que desempenha apenas uma parte significativa no caso de
contrações acentuadas.
Caudal de água limpa
Para uma definição dos termos, veja a Figura 7-13. A equação abaixo foi tirada de HEC-
18 e ds é calculada a partir da Equação 7-22.

𝟑/𝟕
𝑸𝟐
𝒚𝟐 = [ 𝟐] (7-22)
𝟒𝟎𝑫𝒔𝒔 𝟐/𝟑 𝑩𝟐

Altura da erosão , ys = y2 - yo como ilusta a Figura 7-14.


Onde:
Q = Caudal na ponte, m3/s
Dss = Tamanho médio do material do leito (1.5D50), m

146
B2 = Largura da seccão inferior,menus a largura dos pilares, m

Figura 7-13 Contração Longa em Caudal de Água Limpa: Definição de Termos


(Fonte: Manual da África do Sul 2006)
Observe que a Equação 7-22 é baseada no parâmetro Shields de 0.039 e uma suposição
de material de leito homogêneo. O termo Dss é o material médio eficaz da dimensão do
leito.
Uma contração do canal, que pode ser causada, em parte, por pilares de pontes na
secção útil da ponte, pode resultar na erosão do canal contraído (veja a Figura 7-14 a
Figura 7-16).

147
Figura 7-14 Variável de Erosão de contração de Live–bed (Fonte: Hydraulic
Design Series Number 7, 2012)

148
Figura 7-15 Variável de Erosão de Contração de Água Limpa (Fonte: Hydraulic
Design Series Number 7, 2012).

Figura 7-16 Erosão de Contração Vertical (Fonte: Hydraulic Design Series


Number 7, 2012).
A deposição pode ocorrer devido a uma expansão do canal ou o local da ponte sendo
localizado imediatamente a jusante de um alcance mais acentuado do escoamento.
Pontes de estradas e contrações de canais naturais são a causa mais comumente

149
encontrada de erosão por contração. Duas práticas são fornecidas neste manual para
estimar a deposição ou a erosão devido a contração.
1. Prática de roteamento de sedimentos - Esta prática deve ser considerada se a
camada de pedras do leito ou o assoreamento for de um alcance que causa um
risco inaceitável;
2. Prática empírica - Esta prática é adaptada a partir de investigações laboratoriais
de contrações em solos não blindados e, como tal, deve ser utilizada considerando
essa qualificação. Esta prática não considera se a armadura e sua aplicação para
o assoreamento for tecnicamente fraca.

7.7.8 Determinação da Erosão Local


O mecanismo que causa a erosão local é complexo e é caracterizado por um escoamento
descendente na face a montante do pilar da ponte (causado pela pressão de estagnação)
(ver Figura 7-17), um vórtice de ferradura na base do pilar (que remove os sedimentos )
e vórtices oscilantes de deslizamento na parte de trás do pilar que removem mais
sedimentos.

Figura 7-17 As Principais Características que Formam o Campo de Escoamento


em Pilar Circular (NCHRP 2011a)
Tendo em conta essa complexidade, devido às implicações económicas e de segurança
da ponte, em certos casos, análises extensas dos efeitos da geometria do pilar e do
encontro, regime de caudal, carga de sedimentos e formas de leito devem ser
desenvolvidas. A erosão das pontes é intensificada quando os detritos ficam presos no
lado a montante dos pilares.

7.7.8.1 Erosão Lateral de Pilares em canais Aluvionares ( Metrial sem


Coesão):
Blench apresentou a seguinte equação para calcular a erosão local em material sem
coesão em pilares de ponte:

𝒅𝒔 = 𝟏, 𝟖𝒚𝒐 𝟎,𝟕𝟓 𝒃𝟎,𝟐𝟓 − 𝒚𝒐 (7-23)

onde:
ds = altura de polimento local no píer (m)
y0 = altura a montante do píer (m) (calculado por meio do regime Equação 7-10)

150
b = largura do pílar (m)
Esta altura é é recomendada para erosão local em pilares cilíndricos. Correções para
formas de outros pilares devem ser feitas multiplicando-se o valor obtido da Equação 7-
23 pelos factores de correcção da Tabela 7-8. Para levar em consideração o ângulo de
ataque, os factores de correcção da Tabela 7-9 devem ser usados.
A equação da CSU deve ser usada para comparar o resultado obtido usando a equação
acima.

𝒚𝒔 𝒚 𝟎,𝟑𝟓
= 𝟐, 𝟎𝑲𝟏 𝑲𝟐 𝑲𝟑 𝑲𝟒 ( 𝒃𝟏 ) 𝑭𝒓𝟏 𝟎,𝟒𝟑 (7-24)
𝒃

Onde:
ys = altura máxima de escoamento, medida a partir da cota do leito (m)
y1 = altura do caudal directamente a montante do pilar (m)
K1 = factor de correcção para o formato do pilar K 2 = factor de correcção para o
ângulo de incidência de escoamento
K3 = factor de correcção para a condição do leito
K4 = factor de correcção para camada de pedras devido a dimensão do material
do leito
b = largura do pilar (m)
Fr1 = Número de Froude imediatamente a montante do pilar

1
̿
𝑉 𝑄2 𝐵 2
𝐹𝑟1 = ⁡ or 𝐹𝑟 = ⁡ [𝑔𝐴 3 ] (7-25)
√𝑔𝑦1 1

Onde:
𝑉̿ = velocidade média a montante do pilar (m /s)
g = aceleração de gravidade (9,81 m/s2)
A = área de caudal, m2
Q = caudal, m3/s
B = largura efectiva do caudal, m
Os factores de correcção K1 e K2 são ilustrados na Tabela 7-8 e na Tabela 7-9,
respectivamente.

151
Tabela 7-8 Factor de Correcção K1, para Forma de Nariz de Pilar

Forma do Pilar Plano Relação Comprimento / K1


Largura (L/b)

Circular 1 1
2 0,91
3 0,76
Lenticular
4 0,67-0,73
7 0,41
Parabólico 0,8
Triangular 60 0,75
Triangular 90 1,25
2 0,91
Eliptíca 3 0,83
Oval 4 0,86-0,92
2 1,11
1,11(HEC 18) -
Rectangular
4 1,40 (F&C)
6 1,11

Tabela 7-9 Factor de Correcção K2, para ângulo de ataque de vazão

Ângulo (ângulo
de inclinação do L/b = 4 L/b = 8 L/b = 12
caudal)
0 1 1 1
15 1,5 2 2,5
30 2 2,75 3,5
45 2,3 3,3 4,3
90 2,5 3,9 5

L = comprimento do píer (m)

Tabela 7-10 Factor de Correcção K3, para Condição de Leito

Altura da Duna
Condição do Leito K3
(m)
Erosão por águas limpas Não aplicável 1,1
Leito plano e canal anti-duna Não aplicável 1,1
Pequenas Dunas 0,6m-3m 1,1
Dunas Médias 3m - 9m 1,1 - 1,2
Grandes Dunas ≥ 9m 1,3

O valor do factor de correcção para camada de pedras, K4, pode ser determinado a partir
dos seguintes conjuntos de equações:
𝐾4 = ⁡ [1 − 0,89(1 − 𝑉𝑅 )2 ]0,5 (7-26)
onde:
𝑉 −𝑉𝑖
𝑉𝑅 = ⁡ 𝑉 1 (7-27)
𝑐90 −𝑉𝑖

152
e
𝐷50 0,053
𝑉𝑖 = 0,645 ( ) 𝑉𝑐50 (7-28)
𝑏
Com:
vR = taxa de velocidade
v1 = velocidade de aproximação (m/s)
Vi = velocidade de aproximação quando as partículas no pilar começam a se
mover (m/s)
vc90 =velocidade crítica para a dimensão do material do leito D90 (m/s)
vc50 = velocidade crítica para a dimensão do material do leito D50 (m/s)
b = largura do pilar (m)
e
1 1
𝑉𝑐 = 6,19𝑦 6 𝐷𝑐 3 (7-29)
Onde:
Dc = dimensão crítica da partícula para a velocidade crítica Vc (m)

7.7.8.2 Erosão Local de Pilares em Canais de Leito Coesivos


Dados limitados foram utilizados para compilar um guia aproximado sobre as
profundidades de erosão esperadas nos pilares em material coesivo. A Tabela 7-11
reflecte os resultados.

Tabela 7-11 Alturas Locais de Erosão em Pilares de Materiais Coesivos

Forma do Pilar (plano) Inclinação das faces do pilar Profundidade da


erosão local (b =
largura do pilar)
Circular 1,5b
Rectangular Vertical 2,0b
Lenticular 1,2b

Vertical
1,5b
Inclinado para dentro em
Rectângulo com narizes direção ao topo (Ângulo superior
semicirculares a 20˚ a vertical) 1,0b
Inclinado para dentro em
direção ao topo (Ângulo superior
a 20˚ a vertical) 2,0b

7.7.8.3 Erosão Local nos Encontros em Canais Aluvionares ( Materiais Sem


Coesão
A erosão lateral nos encontros é difícil de quantificar. Estimativas aproximadas da erosão
podem ser feitas aplicando-se um factor apropriado seleccionado a partir da Tabela 7-12
à profundidade média geral (curto prazo) para obter uma profundidade máxima de
erosão.

153
Tabela 7-12 Factores para Estimar a Altura De Erosão em Pilares e Obras de
Construção

Descrição Factor
Nariz de esporões ou margens
guiadas 2,0 a 2,75
Caudal impingindo em ângulos rectos
nas margens 2,25
Caudal paralelo às margens 1,5 a 2,0

Nos casos em que o encontro é projectado para o canal do rio, recomenda-se uma
abordagem conservadora em que o nível de erosão local é considerado como o valor
mais baixo da erosão máxima nos pilares e o nível geral de erosão multiplicado por um
factor de 2.0.

7.7.8.4 Erosão Local nas Encontros em Canais de Leito Coesivo


No caso de erosão em canais de leito coesivo em encontros, Faraday e Charlton
recomendaram o uso da equação de profundidade normal de Blench apropriada para
leitos coesivos, com os factores correspondentes para a profundidade máxima dada na
Tabela 7-12. Embora esses factores fossem derivados de materiais aluvionares,
forneciam uma primeira estimativa da erosão em solos coesivos.

7.7.9 Ocorrência de Materias que Naturalmente são Resistentes à Erosão


A resistência à erosão dos materiais do leito e os estratos subjacentes não podem ser
determinados com alta certeza. Com material de menor dimensão, a ocorrência de cheias
pode resultar em profundidades de erosão previstas, contrárias ao material resistente à
erosão. Observou-se que a erosão grave ocorre em materiais comumente percebidos
como resistentes à erosão, como solos consolidados, os chamados leitos rochosos e
riachos com leito de cascalho e pedregulho.

7.7.10 Erosão para Fundações Complexas de Pilares


Fundações de pilares complexos incluem:
1. Grupos de estacas
2. Grupos de estacas e maciços de encabeçamento
3. Grupos de estacas, maciços de encabeçamento e pilares sólidos
A exposição desses componentes ao caudal seria:
1. Por projecto - neste caso, a erosão é incorporada ao projecto e a exposição das
estacas é esperada e atendida no projecto.
2. Devido a mecanismos de erosão - estes incluem a exposição a longo prazo, a
vasodilatação geral (contração) e a erosão local.
3. Devido à migração do caudal - isso é resultado de assoreamento e degradação do
caudal lateralmente.
A erosão é causada por componentes da mesoestrutura, que inclui o pilar, a
sapata/estaca e grupo de estacas.

154
Figura 7-18 Componentes de Erosão de um Pilar Complexo

A configuração destes elementos ou componentes da mesoestrutura e os parâmetros


necessários para determinar a erosão são ilustrados na Figura 7-18.
Onde:
y1 = altura de escoamento de aproximação no início dos cálculos (m), ou seja, antes da
erosão.
y2 = y1 + ys pier/2 = a altura de escoamento ajustada para os cálculos do maciço de
encabeçamento (m)
y3 = y1 + ys pier/2 +ys pc/2 = altura de escoamento ajustada para cálculos do grupo de
estacas (m)
v1 = velocidade de aproximação usada no início dos cálculos (m/s)
v2 = v1(y1/y2) = velocidade ajustada para cálculos do maciço de encabeçamento (m/s)
v3 = v1(y1/y3) = velocidade ajustada para cálculos de grupos de estacas (m/s)
f = distância entre a borda dianteira da base/estaca e o pilar (m)
h0 = altura do maciço de encabeçamento acima do leito no início dos cálculos (m)
h1 = h0 + T = altura do tronco do pilar acima do leito antes da erosão (m)
h2 = h0 + ys pier/2 = altura do maciço de encabeçamento após a componente da erosão
haste do pilar tiver sido calculado (m)
h3 = h0 + ys pier/2 +ys pc/2 = altura do grupo de estacas após o cálculo dos componentes
da erosão do pilar e do maciço de encabeçamento (m)
S = espaçamento das estacas (centro a centro) (m)
T = Espessura do maciço de encabeçamento ou sapata (m)

A altura total da erosão é dada pela Equação 7-30.

𝒚𝒔 = ⁡ 𝒚𝒔⁡𝒑𝒊𝒆𝒓 + ⁡ 𝒚𝒔⁡𝒑𝒄 + 𝒚𝒔⁡𝒑𝒈 (7-30)

Onde:
ys = altura total da erosão (m)
ys pier = componente de erosão para a haste do pilar no fluxo (m)
ys pc = componente de erosão para o maciço de encabeçamento/sapata no fluxo
(m)

155
ys pg = componente de erosão para o grupo de estacas no fluxo (m)
Os componentes de erosão são calculados a partir da equação básica da erosão do pilar,
Equação 7-24.

7.7.10.1 Determinação da Componente da altura de Vedação da Haste do


Pilar
A componente de erosão da haste do pilar, ys pier é dado por:

𝟎,𝟒𝟑
𝒚𝒔⁡𝒑𝒊𝒆𝒓 𝒃𝒑𝒊𝒆𝒓 𝟎,𝟔𝟓 𝒗𝟏
= ⁡ 𝑲𝒉𝒑𝒊𝒆𝒓 [𝟐, 𝟎𝑲𝟏 𝑲𝟐 𝑲𝟑 ( ) ( ) ]
𝒚𝟏 𝒚𝟏 √𝒈𝒚𝟏
(7-31)

Onde:
Khpier = Coeficiente para contabilizar a altura do tronco do pilar e o efeito da camada de
pedras pela distância do maciço de encabeçamento/sapata (f) na frente da haste do pilar.
Os valores de Khpier são calculados a partir da Equação 7-32 e também podem ser lidos
na Figura 7-19.

𝒇 𝒇 𝒉𝟏
𝑲𝒉𝒑𝒊𝒆𝒓 = (𝟎, 𝟒𝟎𝟕𝟓 − 𝟎, 𝟔𝟔𝟗 𝒃 ) − ⁡ (𝟎, 𝟒𝟐𝟕𝟏 − 𝟎, 𝟎𝟕𝟕𝟖 𝒃 )𝒃 + (𝟎, 𝟏𝟔𝟏𝟓 −
𝒑𝒊𝒆𝒓 𝒑𝒊𝒆𝒓 𝒑𝒊𝒆𝒓
𝟐 𝟑
𝒇 𝒉𝟏 𝒇 𝒉𝟏
𝟎, 𝟎𝟒𝟓𝟓 𝒃 ) (𝒃 ) − (𝟎, 𝟎𝟐𝟔𝟗 − 𝟎, 𝟎𝟏𝟐 𝒃 ) (𝒃 ) (7-32)
𝒑𝒊𝒆𝒓 𝒑𝒊𝒆𝒓 𝒑𝒊𝒆𝒓 𝒑𝒊𝒆𝒓

Figura 7-19 Índice de Erosão do Pilar Suspenso (Adoptado de Jones e


Sheppard 2000)

156
7.7.10.2 Determinação da Componente de Profundidade de Erosão do Maciço
de Encabeçamento das estacas
Na determinação do componente de profundidade de erosão, dois cenários devem ser
considerados.
1. O fundo do maciço de encabeçamento/sapata está acima do leito do rio no
projecto ou a erosão a longo prazo - a abordagem no cálculo da erosão é reduzir
a largura do maciço de encabeçamento do pilar, b pc para uma largura de cais
sólida equivalente de profundidade total b*pc. Uma vez feito isso, a Equação de
erosão do pilar 7-24 pode ser usada. O valor de b*pc é obtido da Figura 7-20 ou
calculado usando a Equação 7-33. Aplique b*pc na Equação 7-34 para determinar
a componente de profundidade de erosão do maciço de ecabeçamento .

𝒃∗ 𝒑𝒄 𝑻 𝒉 𝟑 𝟏,𝟕𝟓𝟏
= ⁡𝑬𝑿𝑷 [−𝟐, 𝟕𝟎𝟓 + 𝟎, 𝟓𝑳𝒏 ( ) − 𝟐, 𝟕𝟖𝟑 ( 𝟐 ) + 𝒉 ]
𝒃𝒑𝒄 𝒚 𝒚 𝟐 𝟐 𝑬𝑿𝑷( 𝟐 )
𝒚𝟐
(7-33)

𝟎,𝟒𝟑
𝒚𝒔⁡𝒑𝒄 𝒃∗ 𝒑𝒄 𝟎,𝟔𝟓 𝑽𝟐
= ⁡𝟐, 𝟎⁡𝑲𝟏 𝑲𝟐 𝑲𝟑 𝑲𝒘 ( ) ( )
𝒚𝟐 𝒚𝟐 √𝒈𝒚𝟐
(7-34)

K1, K2 e K3 podem ser obtidos a partir da Tabela 7-8, Tabela 7-9 e Tabela 7-10,
respectivamente. Para o caudal inclinado, use L/b para o maciço de encabeçamento como
L/b para o pilar equivalente.
Kw é o factor de correcção, que é aplicado para pilares largos em escoamentos lentos.
Deve ser aplicado quando a altura do caudal (y) à largura do pilar (b) e y/b <0,8, b/D 50>
50 e, neste caso, aplicar Kw quando y2<0.8 b*pc, b*pc>50D50 e Fr2 = (V2/√ (gy2) <1. O
Kw é calculado usando a Equação 7-35 ou a Equação 7-36.

𝟎,𝟑𝟒
𝒚
𝑲𝒘 = 𝟐, 𝟓𝟖 (𝒃∗𝟐 ) 𝑭𝒓𝟐 𝟎,𝟔𝟓 for V2/Vc < 1 (7-35)
𝒑𝒄

𝟎,𝟏𝟑
𝒚
𝑲𝒘 = 𝟏, 𝟎 (𝒃∗𝟐 ) 𝑭𝒓𝟐 𝟎,𝟐𝟓 for V2/Vc ≥ 1 (7-36)
𝒑𝒄

O julgamento da engenharia é necessário para determinar o Kw porque este foi


desenvolvido a partir de dados limitados.

157
Figura 7-20 Largura Equivalente do Maciço de Encabeçamento do Pilar
(adoptado por Jones e Sheppard 2000)
2. A base do muro de suporte/sapata está abaixo do leito do rio -
Determine a velocidade do escoamento na fundação ou no maciço de
encabeçamento (Vf), que é dada pela Equação 7-37. A configuração do fluxo é
dada na Figura 7-21.

𝒚𝒇
𝑽𝒇 𝑳𝒏(𝟏𝟎,𝟗𝟑 +𝟏)
𝒌𝒔
=⁡ 𝒚𝟐 (7-37)
𝑽𝟐 𝑳𝒏(𝟏𝟎,𝟗𝟑𝒌 +𝟏)
𝒔

Onde:
Vf = velocidade média do caudal na zona abaixo do topo da sapata/maciço de
encabeçamento (m /s)
V2 –velocidade média ajustada na vertical do caudal que se aproxima do pilar (m/s)
Ln = Registo natural para base e
Yf = h1 +ys pier/2 = distância do leito após a passagem da erosão para o topo da
sapata/maciço de encabeçamento do pilar, (m).
Ks = rugosidade dos grãos do leito normalmente toma como D 85 o material do leito de
areia e 3,5D85
Y2 = altura descoamento ajustada a montante do pilar após a erosão (m).

158
Figura 7-21 Rácios de Velocidade e Altura para Sapata/Maciço de
Encabeçamento Exposto

Use a Equação 7-38 para calcular a componente da altura da erosão da sapata/ maciço
de encabeçamento, ys pc.

𝟎,𝟔𝟓 𝟎,𝟒𝟑
𝒚𝒔⁡𝒑𝒄 𝒃∗ 𝒑𝒄 𝑽𝒇
= ⁡𝟐, 𝟎⁡𝑲𝟏 𝑲𝟐 𝑲𝟑 𝑲𝒘 ( ) ( )
𝒚𝒇 𝒚𝒇 √𝒈𝒚𝒇
(7-38)

K1, K2 e K3 podem ser obtidos a partir da Tabela 7-8, Tabela 7-9 e Tabela 7-10,
respectivamente. Para o escoamento enviesado, use L/b para o maciço de
encabeçamento do pilar como L/b para o pilar equivalente.
Kw é o factor de correcção, que é aplicado para pilares largos em escoamentos lentos.
Deve ser aplicado quando a profundidade do escoamento(y) para a largura do pilar (b)
e/b <0,8, b/D50> 50 e, neste caso, aplicar Kw quando y2 <0,8 b * pc, b*pc> 50D50 e Fr2
= (V2/√ (gy2)<1. O Kw é calculado usando a Equação 7-35 ou a Equação 7-36.

7.7.10.3 Cálculo da Componente da altura de erosão do grupo de estacas

Dois cenários de configuração de grupo de estacas devem ser considerados:


1. Caso especial - onde a estaca está alinhada com o caudal, Figura 7-22.
2. Caso geral - grupos de estacas com filas escalonadas de estacas ou grupos de
estacas, que são inclinadas para o escoamento com um ângulo de ataque, Figura
7-23.

159
O cálculo envolve as seguintes etapas:
1. Determinar a largura projectada das estacas no plano perpendicular ao
escoamento.
2. Determinar a largura efectiva do pilar que causaria a mesma erosão se as estacas
estivessem expostas ao escoamento.
3. Ajustar a altura do escoamento, a velocidade e a altura exposta do grupo de
estacas para levar em consideração os componentes de contenção da haste e do
maciço de encabeçamento/sapata já calculados.
4. Determinar o factor de altura do grupo de estacas com base na altura exposta do
grupo de estacas acima do leito do rio.
5. Calcular a componente de erosão do grupo de estacas.

A largura de um pilar de profundidade total equivalente, b*pg, é dada por

𝒃∗ 𝒑𝒈 = ⁡ 𝒃𝒑𝒓𝒐𝒋 𝑲𝒔𝒑 𝑲𝒎 (7-39)

Onde:
bproj = soma das larguras projectadas não sobrepostas das estacas, Figura 7-22
e Figura 7-23.
Ksp = coeficiente de espaçamento das estacas, Figura 7-24.
Km = coeficiente do número de linhas de estacas m, onde m é o número de linhas
no grupo de estacas, Figura 7-25.
O valor de Km é constante para todos os valores S/b quando há mais de 6 linhas de
estacas, e é 1,0 para grupos de estacas distorcidos ou escalonados.

Figura 7-22 Largura Projectada de Estacas Em Caso Especial - a Largura


Projectada é Perpendicular ao Escoamento

160
Figura 7-23 Largura Projectada das Estacas para o Caso Geral de Escoamento
Oblíquo

O coeficiente de espaçamento das estacas, Ksp, é determinado a partir da Figura 7-24


ou da Equação 7-40.

𝟒 𝟏 𝑺 −𝟎,𝟔
𝑲𝒔𝒑 = 𝟏 − 𝟑 [𝟏 − 𝒃𝒑𝒓𝒐𝒋 ] [𝟏 − (𝒃) ] (7-40)
( )
𝒃

Onde:
S = espaçamento das estacas, centro a centro (m)
b = largura das estacas

161
Figura 7-24 Factor de Espaçamento de Estacas (Adoptado de Sheppard 2001)

O coeficiente para o número de linhas, Km, é ilustrado pela Equação 7-41 e também pode
ser obtido na Figura 7-25.

𝐒 𝐒 𝟐
𝐊 𝐦 = 𝟎, 𝟗 + 𝟎, 𝟏𝟎𝐦 + 𝟎, 𝟎𝟕𝟏𝟒(𝐦 − 𝟏) [𝟐, 𝟒 − 𝟏, 𝟏 (𝐛) + 𝟎, 𝟏 (𝐛) ]
(7-41)

Onde:
m = número de linhas de estacas.
S = distância entre linhas centro a centro (m)
b = largura das linhas (m)

162
Figura 7-25 Factor de Ajuste para o Número de Estacas Alinhadas (Adoptado
de Sheppard 2001)

Calcular a componente de erosão do grupo de estacas usando a Equação 7-42.

𝟎,𝟒𝟑
𝒚𝒔⁡𝒑𝒈 𝒃∗ 𝒑𝒈 𝟎,𝟔𝟓 𝑽𝟑
= ⁡ 𝑲𝒉𝒑𝒈 [𝟐, 𝟎𝑲𝟏 𝑲𝟑 ( ) ( ) ] (7-42)
𝒚𝟑 𝒚𝟑 √𝒈𝒚𝟑

Onde:
Khpg = factor de altura do grupo de estaca como uma função de h 3/y3.
O valor máximo de y3 = 3.5b*pg
H3 = h0 + ys pier/2+ys pc/2 = altura do grupo de pilares acima do leito do rio abatido após
as componentes de erosão do pilar e do maciço de encabeçamento terem sido calculados
(m).

A altura do caudal ajustada (y3) e a velocidade (V3) são dadas pela Equação 7-43 e
Equação 7-44, respectivamente.

𝒚𝒔⁡𝒑𝒊𝒆𝒓 𝒚𝒔⁡𝒑𝒄
𝒚𝟑 = ⁡ 𝒚𝟏 + + (7-43)
𝟐 𝟐

𝒚
𝑽𝟑 = ⁡ 𝑽𝟏 ( 𝟏 ) (7-44)
𝒚 𝟑

163
Onde:
y3 = altura de escoamento ajustada (m)
V3 = velocidade ajustada (m/s)
O Khpg é calculado usando a Equação 7-45 ou pode ser obtido na Figura 7-26.

𝟏
𝒉𝟑 𝒉𝟑 𝟐 𝒉𝟑 𝟑 𝒉𝟑 𝟒 𝟎,𝟔𝟓
𝑲𝒉⁡𝒑𝒈 = ⁡ [𝟑, 𝟎𝟖 (𝒚 ) − 𝟓, 𝟐𝟑 (𝒚 ) + 𝟓, 𝟐𝟓 (𝒚 ) − 𝟐, 𝟏𝟎 (𝒚 ) ]
𝟑 𝟑 𝟑 𝟑
(7-45)

Figura 7-26 Factor de Ajuste de Altura Do Grupo de Estacas (Adoptado em


Sheppard 2001)

7.7.10.4 Determinação da Profundidade Total de Erosão de Pilares


Complexos
A erosão total para pilares complexos (y s) é a soma dos componentes de erosão para a
haste do pilar (ys pier), do maciço de encabeçamento (ys pc) e do grupo de estacas (ys pg),
Equação 7-46.

𝒚𝒔 = ⁡ 𝒚𝒔⁡𝒑𝒊𝒆𝒓 + 𝒚𝒔⁡𝒑𝒄 + 𝒚𝒔⁡𝒑𝒈 (7-46)

Recomendação - Se houver potencial para erosão profunda, o que pode expor as


sapatas/maciço de encabeçamento e estacas, os trabalhos de protecção devem ser
aplicados como norma e a não aplicação de trabalhos de proteção deve ser considerado
como desvio dos padrões. Isso ocorre porque a erosão a longo prazo e as cheias extremas
não podem ser previstas com precisão. O potencial para falhas catastróficas devido à
excessiva erosão deve ser evitado, pois são difíceis e dispendiosas.

164
8. Formação Fluvial/Canal e Protecção de Erosão
Medidas de mitigação dos efeitos hidráulicos (principalmente as estruturas protecção e
revestimento) são projectadas quer para modificar o impacto erosivo do escoamento ou
para garantir a resistência da estrutura contra os efeitos hidráulicos turbulentos
As medidas de mitigaçâo incluem trabalhos de estabilização que se estendem a montante
e a jusante da estrutura em causa.
As medidas de mitigação podem ser adoptadas no decurso da construção ou para
resolver problemas resultantes de infraescavações e de instabilidade estrutural que se
podem ocorrer nas estruturas existents.
A escolha, a localização e a projecção das medidas de mitigação dependem dos factores
hidráulicos e geomorfológicos que contribuem para a instabilidade do leito, bem como
dos custos de construção e têm em consideração a component de manutenção.
O projecto de proteção do rio é um elemento importante do projecto hidráulico e de
drenagem em geral.
O procedimento envolve:
1. Determinação de potenciais problemas que podem afectar o rio e a estrutura
nele construída;
2. Determinação de medidas apropriadas de mitigação̸preparação do rio e
reparação;
3. Dimensões e projecto estrutural de soluções adoptadas para a mitiga ção̸
preparação do rio e reparação.

8.1 Potenciais Problemas


Os potenciais problemas são essencialmente os efeitos adversos das cheias nos rios e
nas estruturas de drenagem. Estes problems estão categorizados em naturais e
antrópicos.
Os problemas naturais incluem:
1. Mudanças frequentes do curso dos rios
2. Alargamento do leito principal dos rios para as margens
3. Desenvolvimento dos cursos naturais em materiais siltosos
4. Confluência de um rio sobre o outro
5. Desenvolvimento dos cursos naturais em secções de corte
6. Erosão acentuada das margens devido a lavagem dos taludes durante as cheias
7. Agradação de leitos dos rios, resultando na subida de cota das cheias como a
agradação das cheias
8. Instabilidade do rio devido à mudança da inclinação do leito, que pode resultar
da actividade sismica
9. Mudança de direcção do rio, em função do sentido de queda pluviométrica ou
precipitação
10. Mudança de direcção do rio, devido a mudança ocorrida na base do seu leito
11. Comportamento errático dos rios em areas deltaicas
12. Comportamento erratico dos rios obstruidos e elevado nivel de sedimentação
13. Formação de bancos de areia na foz dos rios junto ao mar
14. Problemas de navegação, devido à formação de cursos pouco profundos

165
Os problemas antrópicos resultam da acção humana e alguns destes problemas são
mencionados abaixo:
1. Degradação do leito do rio a jusante da estrtura (barragen, represa, ponte)
2. Efeito de dragagem e/ou de direccionamento do alinhamento do leito
3. Efeitos de estreitamento da largura do rio
4. Efeitos de lavagem dos taludes pelas chuvas conforme o regime dos rios
5. Efeito de turbulações e diferentes tipos de obstruçções ao longo do leito do rio
6. Efeitos de extração de materials
7. Efeitos de transferência inter-bacias hidrográficas conforme os regimes dos rios
8. Efeito do cultivo sobre o leito e outras obras dos farmeiros e agricultores
9. Efeito de urbanização intensa ao longo do rio
Os problemas naturais e antrópicos requerem uma investigação adequada de modo a
perceber as dificuldades que eventualmente podem surgir em relação ao comportamento
dos rios. O projecto de preparação ou de reparação ou outras soluções técnicas de
mitigação devem ter em conta o comportamento do rio. Aspectos importantes associados
com o comportamento do rio incluem:
1. Erosâo das margens e mudança do curso
2. Protecção contra cheias
3. Agradação e degradação do leito do rio
4. Efeito do do escoamento turbulento e desvio do curso
5. Dragagem do leito do rio
6. Manutenção do leito navegável

8.2 Determinação de Medidas de Mitigação Apropriadas


O projecto de protecção consiste em prover adequadamente a mitigação de problemas
para a mudança dos desafios sobre o comportamento dos rios. Para o efeito o projecto
deve atingir os seguintes objectives:
1. Passagem rápida e segura da cheia maxima
2. Transporte eficiente dos sedimentos
3. Tornar o curso do rio estável e prevenir ou minimizar a erosão das margens
4. Criar condições suficientes para a garantia da navegação em caso de rios
navegáveis
5. Prevenir que a estrutura transborde, direccionando o escoamento no alinhamento
do rio
Logo que os problemas e as dificuldades tiverem sido identificados, a fase seguinte
consiste em determinar o seu impacto, através de investigações sobre as características
do rio e dos parámetros de engenharia, e quantificar o impacto dos problemas
identificados, cuja informação é obtida do leito do rio e do estudo hidráulico da ponte,
que também foi abordada no Capítulos 5 e 7, respectivamente. Os paráetros atrás
referidos incluem:
1. Projecção do caudal de pico - Isto fornece dados sobre a quantidade e a
velocidade de escoamento.

166
2. A determinação de vários tipos de de infraescavação é tratada nos capítulos 5, 6
e 7 e, inclui informação relacionada com a potêncial infraescavação, proveniente
do cálculo do material do leito e das margens, resistência de corte em caso de
materiais (p), tensões (d), profundidade da infraescavação e a infreascavação
lateral, Secção 5.5.4 e Secção7.7. Esta informação pode ser obtida dos relatórios
do levantamento topográfico, geotécnico dos relatórios de investigação dos
materiais, etc.
3. A determinação dos impactos adversos face aos eventos expremos, recorrendo
à verificação dos caudais de cheia para os correspondentes periodos de retorno.
Os resultados da análise são usados para determiner se o rio é estável ou instável.
Nenhum trabalho ou a trabalhos mínimos de preparação ou de protecção podem ser
necessarios para os rios estáveis. Por outro lado trabalhos adequados de preparação
podem ser projectados para os rios instáveis. Os seguite factores determinam quando
um rio pode ser cconsiderado estável:
1. O canal ou o leito do rio mantem uma capacidade hidráulica suficiente para o
caudal correspondente à uma cheia de referência (máxima ou de ponta
2. Não sofre erosão no alinhamento das suas margens.
3. A erosão ocorre apenas como um fenómeno natural de meandrização de um rio.
4. O rio mantem profundidade e largura adequadas para uma navegação em
segurança.
Além disso, o comportamento do rio é influenciado por outros factores, que são
categorizados como variáveis independentes e dependentes. No caso das variáveis
independentes podem ser referidas as bacias hidrográficas e incluem a hidrologia, bacia
geologia (movimento de água e sedimentos), vegetação (tipo e densidade), clima e
dimensões básicas (largura, profundidade e inclinação).
Um leito, cuja sua variável foi ajustada para acomodar a sua bacia hidrográfica (variáveis
independentes) é considerada estável. Um rio instável constitui a causa de erosão no
fundo do seu leito e nas suas margens, por isso as medidas de mitigação são necessárias
e devem ser projectadas conforme.

8.3 Projecto de Protecção dos Rios


O projecto de protecção dos rios visa essenialmente em prover medidas preventivas
efectivas e sustentáveis sob forma de estruturas de protecção e revestimento do rio e
do fundo do leito.
1. Estruturas de protecção do rio - Estas estruturas devem ser projectadas contra
efeitos de erosão das margens, meadros megratórios e outros processos
dinâmicos do rio no local de travessia da ponte. Estas estruturas estão divididas
em tranversais, longitudinais e tipos de areas, dependendo da sua orientação
relativamente ao sentido de escoamento. As estruturas que são amplamente
discutidas nas secções seguintes esporões ou corta-rios (transversas) e diques e
bermas ou orientadores das margens (longitudinais)
2. Revestimento e protecção do fundo do leito ou canal - Estas medidas protegem o
leito e as margens contra efeitos de erosão do escoamento do rio mediante a
construção de camada de protecção, cobrindo uma area espeficica do leito ou
canal. Os tipos de revestimento aporpriado podem incluir a colocação de
pedragulhos, gabiões, blocos de betão prefabricadoss, pedra argamassa, betão
in situ e estacas pranchas. As várias considerações devem ser levadas acabo
quando se pretende escolher a solução, incluindo a extensão necessária da
protecção, o custo de construção, manutenção e questões ambientais. As
contramedidas envolvem o projecto dos elementos estruturais e da fundação das
pontes para minizar os efeitos da infraescavação. Na fase de manautenção, as

167
contraamedidas incluem o monitoramento e implementação de outras
contramedidas da infraescavação, quando esta fôr identificada.

8.3.1 Considerações Gerais Sobre as Contramedidas ou a Mitigação das


Infraescavações̸
As seguintes considerações deve ser levadas em conta na planifição e projecção das
contramedidas ou medidas de mitigação;
1. Medidas de mitigação da infraescavação em pontes visam reduzir os riscos da
infraescavação danificar as estruturas vulneráveis. O monitoramento continuo, a
manutenção e extensão das medidas de protecção sobre a infraescavação devem
ser levados acabo assim que as medidas de mitigação tenha sido estabelecidas;
2. Um projecto eficaz e a implementação das medidas de mitigação da
infraescavação devem contar com a contribuição de engenheiros das especidades
hidráulica, geotecnia e estruturas;
3. Impactos ambientais e as implicações da construção e da manutenção devem ser
consideradas na fase de projecto;
4. Análise do cisto e benefício e o custo de eventuais danos devido as cheias ou a
substituição da ponte abrangida devem ser consideradas. Para o caso de pontes
novas, a opção mais económica seria aumentar a profundidade das fundações até
abaixo da profundidade da infraescavação e garantir que os encontros da ponte
estejam o mais afastado possível das margens expostas à erosão;
5. A robustez das contramedidas ou medidas de mitigação deve ser considerada no
contexto de um projecto, cujos pressupostos são baseados na resiliência aos
efeitos das variações climáticas/

8.3.2 Principio FHWA Recomendado em Projectos de Mitigação de


Infraescavações nas Pontes
Devem ser consideradas as seguintes recomendações na projecção de medidas de
mitigação das infraescavações.
1. É necessária a análise do custo e benefício para determinar a opção mais optima
de medidas de mitigação da infraescavação;
2. Os projectos devem ter como base a tendência do canal ou do leito e as
experiências de situações similares;
3. Os impactos ambientais relativamente às contramedidas/mitigação de
infraescavação devem ser abordados no projecto;
4. Os projectistas devem efectuar inspecções pessoais de campo, particularmente
ao rio e a area de captção a montante e a jusante da ponte;
5. Qualquer evidência prévia da alteração dinâmica nas proximidades do local de
construção (como as imagens e os sinais antigos disponíveis) deve ser levada em
conta;
6. Deve-se ter em conta os aspectos geotécnicos e as caracterícas dos solos, que
podem ter algum impacto no projecto de medidas de proteção;
7. Muitas medidas de protecção tem impacto nas características de escoamento do
rio e seu impacto ambiental, por isso um modelo físico-hidráulico pode ser
necessário para determinar os seus efeitos;
8. Os processos de infraescavação não são completamente previsíveis, daí que o
plano de monitoramento e manutenção devem ser priorizados.

168
8.3.3 Estruturas de Protecção dos Rios
As estruturas de protecção do rio são projectadas com o objectivo de estabilizarem o
leito do rio e as suas margens de modo a conter eventuais alterações, que podem ser
causadas pelo escoamento em cheia, conforme referido na secção 8.1. Há em geral 2
categorias principais de estruturas de protecção dos rios:
1. Estruturas de protecção transversal–Projectadas e construidas
perpendicularmente ao escoamento ou curso da água. Estas incluem verificação
de barragens (verificação da infraescaavação), represas ou esporões, peitoris,
telas, bandas, protecção das margens como uma armadura
2. Estruturas de protecção longitudinal– Projectadas e construidas nas margens,
paralelas ao sentido de escoamento ou do curso da água. Estas incluem
revestimentos e pedragulhos armados, diques ou aterros dos taaludes, estacas
pranchas, betão sobre os taludes, etc.
Outros trabalhos comuns de protecção incluem:
1. Gabiões – Especialmente projectados cestos com rochas ou pedragulhos, que
podem ser colocadas nas margens, taludes e a volta de outros elementos
estruturais das estruturas de drenagem e pontes, tais como pilares e encontros
2. Revestimento do canal– Estas incluem pedra argamassada seca ou fresca, pedra
armada, estacas de bamboo e sacos de areia.

8.3.4 Projecto de Esporas ou Diques e Esporões


As esporas, diques e esporões são projectadas para controlar a meanderização do rio e
a erosão das margens do rio

8.3.4.1 Tipo de Quebra- Esporões


Os esporões são a prior usados para afastar o escoamento das margens da estrutura de
drenagem, Figura 8-1. Estes quebram o escoamento para evitar que a água atinja as
margens vulneráveis

Figura 8-1 Especificações dos Esporões

169
8.3.4.2 Tipos de Esporas
São ilustrados abaixo diferentes formas de esporas, que podem ser colocados no leito
do rio para controlar a velocidade de escoamento, Figura 8-2

Figura 8-2 Tipos de Esporas


As esporas são preferencialmente usadas em grupos, tanto para repelir ou atrair o
escoamento. As esporas requerem usualmente alguma protecção da sua própria
infraescavação. Para a determinação do grupo de esporas a usar, recomenda-se a
seguinte fórmula

𝑪𝒚𝟏,𝟑𝟑
𝑳𝒔 < ⁡ (8-1)
𝟐𝒈𝒏𝟐

Onde:
Ls = distância entre as esporas,(m)
C = uma constante(aproximadamente 0,60)
y = profundidade media do escoamento (m)
n = coeficiente de rugoridade de Manning m-1/3.s
g = aceleração de gravidade (m/s2)

Para casos similares de rios estreitos, deve-se ter cuidado se as esporas oferecem formas
mais adequadas de protecção da erosão, como no uso delas numa das margens pode
resultar na erosão da margem oposta.

8.3.4.3 Especificações das Esporas, Diques e Esporões

As especificações gerais, que podem ser usadadas em projectos de esporas são indicadas
a seguir:

1. Devem ser projectadas em lotes de 2 a 5,


2. As esporas podem ser submersas ou nao submersas,
3. As esporas podem ser permeáveis ou impermeáveis,
4. A altura das esporas deve ser inferior (<)/ a altura do talude,
5. Para as esporas submersas, a altura deve ser igual ou superior (≥) a 1/3 ou ½
da altura da água,

170
6. A contracção maxima do caudal =20% ou o comprimento da espora deve ser
0.2×largura do rio, and 2-2,5×profundidade de infraescavação em taludes
concavos e 2,5-3,0×profundidade de infraescavação em taludes convexos,
7. O espaçamento é calculado usando a equação 8-1 ou em geral considera-se
4-5×comprimento,
8. Nariz, a montante e a jusante da estrutura require protecção contra erosão,
9. Para as esporas não submersas, a tirante de ar deve ser de 1-1,5 m acima do
nível máximo da cheia correspondente a um periodo de retorno de 500 anos.

Figura 8-3, Figura 8-4 e Figura 8-5 mostram as especificações para o projecto estrutural
das esporas. As dimensões variam com base na forma e nas secções transversais do rio.

Figura 8-3 Especificações Gerais das Esporas, Diques e Esporões

Figura 8-4 Especificações da Secção Transversal Próxima da Corrente


Principal do Rio (Prevendo-Se o Galgamento

171
Figura 8-5 Especificações da Secção Transversal Póximo dos Taludes
(Corrente Baixa)
A interação dos factores infuenciando na implantação e espaçamento das esporas é
complexa e um modelo de estudo seria recomendado na maioria dos casos. Um
especialista deve, preferencialmente, estar envolvido na projecção das esporas. As
considerações económicas deve-se reflectir em grande medida no projecto final.

8.3.5 Dimensionamento das Bermas(Talude Guia)


As bermas podem ter vários usos, incluindo:
1. Protecção da ponte e dos seus acessos contra a erosão, através de eliminação de
sinais do movimentode fluxo lateral;
2. Melhoraria da distribuição do caudal, através dos vãos da ponte e também no
processo de reducção dos efeitos da infraescavação devido a contração;
3. Mudança do ângulo do fluxo do caudal de aproximação
As questões, principais do projecto são a orientação em relação a abertura da ponte ou
os vãos da ponte, a forma do alinhamento a montante e a jusante da ponte e da cota da
crista.
A planta de implantação das bermas deve estar em conformidade com os bons principios
hidráulicos, adicionalmente deve garantir a protecção adequada contra o movimento do
fluxo lateral, Figura 8-6. Uma especificação detalhada do projecto e as dimensões dos
bancos guia são dados na Figura 8-7. A sua altura deve normalmente acomodar o nivel
máximo da água mais a tirante de ar. Os taludes guia requerem normalmente alguma
protecção contra a instabilidade. Um especialista deve de preferência projectar ou rever
o projecto dos taludes guia.

172
Figura 8-6 Talude Guia Tipo (modificado de FHWA 1978)

Figura 8-7 Especificações para os Taludes Guia

Os detalhes do projecto dos elementos que compõem as bermas são indicados na Figura
8-8. São igualmente especificados os trabalhos de protecção necessarios para os diques.
Deve-se notar que o tratamento dos taludes em bancadas ou das bermas ocorre no lado
do rio para garantir a sua estabilidade.

173
Figura 8-8 Especificações para o Projecto das Bermas ou Taludes

8.3.6 Diques e Bancos Marginais


Diques são estruturas lineares que previnem ou controlam o escoamento sobre o talude.
Estas são geralmente usadas para prevenir que o escoamento transborde a ponte.
Modelos de estudos hidráulicos para optimizar a implantação de diques justifica-se
usualmente para as pontes grandes.
Taludes marginais evitam que os rios transbordem sobre as suas margens ou taludes,
Figura 8-9.

Figura 8-9 Talude Marginal ou Bancos de Solos

8.3.7 Dimensionamento de Taludes ou Bancos de Solos Inclinados e Sua


Protecção
O declive íngreme e instável requere tratamento, que envolve a redução da inclinação
do declive e execução de trabalhos de protecção. O dimensionamento pode igualmente
incluir o tratamento do talude ou bermas em escadaria. A Figura 8-10 inslustra os
elementos de dimensionamento e protecção do declive do talude

174
Figura 8-10 Banco inclinado e Obras de Proteção

8.3.8 Projecto de Protecção Contra a Erosão dos Taludes, Diques e Ilhas


A protecção do rio pode envolver a dragagem ou realinhamento do curso do rio para
melhoria da eficiência hidráulica. Isto pode ser feito desviando um escoamento de
meandrização para a secção mais estreita do rio. Deste modo as ilhas e a protecção
podem vir a ser necessarias dependendo das características hidráulicas do escoamento.
A Figura 8-11 e Figura 8-12 ilustram este facto. O gradiente é comumente 1:4, podendo
variar de acordo com as condições do terreno, tendo em conta a estabilidade do declive./

8.3.8.1 Protecção
A protecção do declive pode envolver muitas opções:
1. Protecção com pedra argamassada, húmida ou seca - argamassa de cimento ou
um traço de 1:4, de cimento e areia, respectivamente, pode ser usado. Algumas
vezes traços melhores na proporção de 1:3 em cimento e areia, respectivamente
pode ser usado. A pedra argamassada funciona melhor nos casos em que não se
prevê ou é negligenciado o movimento do terreno, de contrário a protecção vai
desenvolver fissuras indesejáveis e finalmente sofrer o colapso .
2. Protecção com betão aramdo - Betão de classe C20 com armadura de varão Ø6
mm (malha), Ø12 mm ou Ø16 mm.

Figura 8-11 Protecção Contra a Erosão dos Taludes ou Bancos de Solos


Naturais

175
Figura 8-12 Protecção Contra a Erosão de Diques e Ilhas

8.3.8.2 Especificações para Pedra Argamassada e Arrumada


A corrente de água pode ser muito forte e por via disso é importante projector e aplicar
devidamente a pedra argamassada ou arrumada para evitar a lavagem da estrutura em
esudo durante as cheias. Os elementos chaves de dimensionamento são:
1. Dimensões e o peso da pedra ou rocha;
2. Velicidade de escoamento;
3. A espessura da pedra argamassada ou arrumada ;
4. Permeabilidade da camada abaixo da pedra argamassada ou arrumada .
Especificações para as dimensões e peso da pedra - Figura 8-13 mostra as especificações
da pedra em função da velocidade de escoamento.

Figura 8-13 Especificações para as Dimensões do Material a Usar para a Pedra


Argamassada e Aarrumada

176
Espessura da pedra argamassada e arrumada-a espessura da pedra argamassa e
arrumada deve ser igual a dimensão da pedra e/ou menor que 0,25 m. Blocos de betão
de espessura 0,4 m, 0,5 and 0,6 m podem ser usados .
Especificações de filtros ou camadas drenantes - É importante disport de uma camada
de filtro invertido ou drenante debaixo da pedra argamassada ou arrumada de modo a
evitar que os materiais finos sejam lavados. Se a pedra argamassada não é permeável
no caso em que a argamassa de cimento é usada ou uma camada dura de betão é
aplicado, a camada drenante garante a drenagem necessária do talude ou banco de solo.
As especificações para o material de filtro são indicadas a seguir.
A espessura do filtro deve estar entre 200 mm e 300 mm .
Os critérios de correspondência entre o material de filtro com o material do local/base
do material a ser filtrada são dados a seeguir :

Para o material filtrante uniformemente graduado:

𝑫𝟓𝟎 (𝒅𝒆⁡⁡𝒎𝒂𝒕𝒆𝒓𝒊𝒂𝒍⁡𝒇𝒊𝒍𝒕𝒓𝒂𝒏𝒕𝒆)
𝑹𝟓𝟎 = = 𝟓⁡⁡𝒂⁡𝟏𝟎 (8-2)
𝑫𝟓𝟎 (𝒅𝒆⁡𝒎𝒂𝒕𝒆𝒓𝒊𝒂𝒍⁡𝒃𝒂𝒔𝒆)

Para o material de filtro graduado/For graded filter material:

𝑫𝟓𝟎 (𝒅𝒆⁡𝒎𝒂𝒕𝒆𝒓𝒊𝒂𝒍⁡𝒇𝒊𝒍𝒕𝒓𝒂𝒏𝒕𝒆)
𝑹𝟓𝟎 = = 𝟏𝟐⁡𝒂⁡𝟓𝟖 (8-3)
𝑫𝟓𝟎 (𝒅𝒆⁡𝒎𝒂𝒕𝒆𝒓𝒊𝒂𝒍⁡𝒃𝒂𝒔𝒆)

𝑫𝟏𝟓 (𝒅𝒆⁡𝒎𝒂𝒕𝒆𝒓𝒊𝒂𝒍⁡𝒇𝒊𝒍𝒕𝒓𝒂𝒏𝒕𝒆)
𝑹𝟏𝟓 = = 𝟏𝟐⁡𝒂⁡𝟒𝟎 (8-4)
𝑫𝟏𝟓 (𝒅𝒆⁡𝒎𝒂𝒕𝒆𝒓𝒊𝒂𝒍⁡𝒃𝒂𝒔𝒆)

8.3.8.3 Especificações para Gabiões


1. Os gabiões são comumente usados para trabalhos de protecção por serem
eficientes e tendem a ser baratos, comparados com os outros trabalhos de
priotecção. Estes tem 2 propósitos principais: gabiões podem ser usados como
protecção para evitar a erosão dos taludes ou declives e do material em volta dos
elementos estruturais, como por exemplo pilares e encontros;
2. Os gabiões podem ser usados para o propósito de contenção contra uma
instabilidade do talude ou declive;
3. Os gabiões podem igualmente ser usado como se de pedra arrumada tratasse
para a protecção do leito do rio ou da laje do fundo a montante ou a jusante da
estrutura.
A Figura 8-14 ilustra as funções dos gabiões no projecto de trabalhos de protecção.

177
Figura 8-14 Especificações para Gabiões e Sua Aplicação na Projecto

As especificações dos gabiões são igualmente indicadas na Tabela 8-1.

Tabela 8-1 Especificações para Gabiões

Gaiola Dimensões Padrão


Comprimento 1 2 3 ou 4 m
Largura 1,0 m
Altura 0,3 0,5 ou 1,0 m
Diafragma (Separação das celas) = 1,0 m

Colchão
Comprimento 6m
Largura 2,0 m
Altura 0,2 0,3 a 0,5 m
Diafragma (Separação das Células) = 0,6 to 1,0 m

Os gabiões proporcionam uma camada de protecção flexível e esta característica pode


ser crítica nas situações em que movimentos geotécnicos signaficativos ou a
consolidação tem probabilidade de ocorrer.

178
9. Projecto de Drenagem das Águas Pluviais
Este capítulo abrange a colecta, transporte e a descarga segura das águas pluviais,
provenientes das faixas de rodagem e outras areas nas bermas da Estrada. O projecto
dos drenos laterais, de descarga e da água salgada é abordado com mais detalhe no
capítulo 5. Este capítulo aborda sistemas de drenagem e elementos constituintes, que
interceptam e recolhem as águas em escoamento ou movimento:
1. Lancis e canais
2. Calhas ou canaletes
3. Cascatas
4. Drenagens laterais e centrais
5. Poços de drenagem
6. Redes de tubos (incluindo estações de bombagem)
7. Entradas com grelhas ou importunadas

9.1 Colecta das Águas Pluviais


A colecta das águas pluviais é uma função de um pequeno sistema de drenagem das
águas pluviais, que surge através do uso das bermas da estrada e valas centrais, calhas
e drenagens junto das entradas da estrutura.
Valas laterais e medianas/centrais – estas são usadas para intersectar o escoamento e
canalize-lo para um dreno mais adequado de águas pluviais. Devem dispôr de capacidade
adequada e feitas de tal modo que não repsentem qualquer perigo ao tráfego.
Calhas/Gutters – Estas são são usadas para intersectar o escoamento e leva-lo ao longo
das das bermas da Estrada para uma entrada do dreno adequado de águas pluviais. Os
lancis ou uma combimanação de lancis e calhas devem ser usados para evitar que o
escoamento proveniente da superfície da estrada resulte na erosão do aterro executado
nos taludes e/ou onde a área disponível ou as condições topográficas não permitirão a
construcção das valas laterais. As calhas parabólicas sem lancis são usadas em algumas
áreas.
Entradas da Drenagem - Estas são receptoras para as águas superficiais colectadas nas
valas e calhas, e servem como o mecanismo através do qual a água superficial entra nos
drenos de águas pluviais e inclui grelhas de entrada, lancis de entrada e entrada em
ranhura, etc…quando forem localizados ao longo das bermas da estrada, entrada dos
drenos de águas pluviais dimensionados e localizados para limitar a dispersão da água
superficial no percurso da linha de água. Geralmente as entradas, lancis de entrada são
colocados no ponto mais baixo da calha, intersecções, passeios, inversões de declive
cruzado, e nas bermas da Estrada para evitar que a água escome sobre a superfície
principal da estrada. Adicionalmente, as entadas são colocadas e a reparação ou
reabilitação de pontes para evitar a drenagem sobre o tabuleiro e o rebaixamento de
pontes para evitar o escoamento de água da ponte sobre a superfície da estrada.
Consideração chave do projecto - Na projecção de drenagens de águas pluviais é
importante ter em conta as seguintes considerações:
1. Capacidade/Capacity – capacidade inadequada é prejudicial para ambos, Sistema
de drenagem e a estrutura da estrada a funcionar como drenagem. A falha do
sistema de drenagem em colectar as águas pluviais e escoá-las correctamente e
leva incondicionalmente a uma situação de inundações e muitas vezes associadas
a custos relacionados com os seus impactos.
2. Obstruções ou bloqueios/Blockages – áreas com material arenoso ou onde o
escoamento leva consigo muitas particulas são susceptíveis de sobrer obstruções

179
ou bloqueios frequentes dos drenos de águas pluviais, que na volta resulta em
inundações da superfície da etrutura da estrada.
3. Manutenção/Maintenance – esta envolve principalmente a limpeza dos drenos,
daí acessibilidade é de capital importância. Nas áreas arenosas, os drenos
fechados tende a intupir rapidamenete e a limpeza destes torna-se cada vez mais
difícil ou impossível. Isto leva uma manutenção deficitária do dreno das águas
pluviais, que no retorno afecta a sua funcionalidade. Nestas áreas recomenda-se
a projecção de drenos abertos ou drenos em caixão com lajetas discretas,
cobrindo o topo, as quais podem ser removíveis para permitir o acesso ao dreno
e sua limeza..

9.2 Transporte das Águas Pluviais


Os drenos das águas pluviais recebem o escoamento da entrada e transportam e
descarregam no canal, linha de água artificial, ou outro sistema em tubos. Drenos das
águas pluviais podem estruturas fechadas ou canais abertos; estes consistem de umou
mais tubos ou canais de transporte ligando duas ou mais entrada.
Orifícios de acesso, caixa de junção, e entradas – Servem como acessos das estruturas
e pontos de controlo do alinhamento no sistema de drenagem das águas pluviais. Os
parámetros crítcos de dimensionamento relacionados com estas estruturas incluem o
espaçamento dos acessos da estrutura e a deflexão dos drenos de águas pluviais. Os
limites do espaçamento são muitas vezes determinados pelas actividades de
manutenção.

9.3 Processo de Projecção de Drenagem das Águas Pluviais


Passo-a-passo aproxima na projecção de drenagem das águas pluviais:
O projecto de drenagem das águas pluviais consiste, em geral, nas seguintes operações:
O projecto hidráulico e estrutural comporta secções subsequentes. O projecto envolve
vários passos para obter ambos parámetros do projecto hidráulico e estrutural.
1. Passo#1: Revisão de informação relevante, particularmente do projecto
geométrico, que fornece informação relacionada com:
a. Perfil longitudinal– o perfil longitudinal fornece informação sobre o declive
dos canais. Estes dados são importantes no cálculo de caudal e na
velocidade de escoamento. Isto é igualmente usado no cálculo das áreas
de drenagem para o cálculo hidrológico.
b. Perfil transversal– o perfil transversal fornece informação sobre o corte
transversal dos perfis para as estrutturas de drenagem como os lancis e
canais, valas e drenos centrais.
2. Passo #2: Projecto hidrológico– O projecto hidrológico envolve o cálculo do
caudal com base na intensidade de precipitação, tempo de concentração, área de
captação e características da área de capatção.
3. Passo #3: Projecto hidráulico– este envolve a determinação das características
do escoamento dentro dos canais de drenagem. Os resultados destes cálculos
fornecem informação do caudal em qualquer ponto particular ao longo do canal
de drenagem e este é analisado com base nas suas capacidades para obsorver o
caudal máximo.
4. Passo #4: Localização de saídas e entradas como calhas ou canaletes, cascatas,
poços de drenagem, entradas com grelhas, etc. O propósito principal destas
saídas é de garantir que a capacidade das estruturas de drenagem como lancis e
canais não é excedida. Se estas capacidade forem excedidas, o escoamento
transbordará sobre os taludes, podendo causar erosão e o escoamento poderá

180
penetrar excessivamento na faixa de rodagem pondo em risco a segurança do
tráfego como a hidroplanagem excessiva.
5. Passo #5: Determinação do caudal em tubos de drenagem – Isto envolve o
cálculo do caudal de escoamento em tubos e cálculo das perdas ao longo do
elemento e nas caixas de inspecção e ligações. O propósito é de garantir que o
sistema de drenagem é adequado para absorver o caudal gerado pelo escoamento
da estrada e das áreas circunvizinhas dentro da área de captção da drenagem.

9.3.1 Revisão de Informações Relevantes Sobre o Projecto


A seguinte informação deve obtida pelo projectista:
1. Projecto geométrico da Estrada– Isto inclui a descrição e as peças desenhadas do
projecto. A partir das quais, o sistemas de drenagem e as estruturas, que são
considerados no projecto geométrico, a sua localização e os perfis longitudinal e
transversal, são determinados. O manual de dimensionamento geométrico deve
também ser referido para a especificação dos elementos do projecto geométrico.
2. Projecto do pavimento da Estrada– incluindo especificações para o pavimento,
revestimento e materiais para os lancis, dreinagens e bermas. Esta informação é
necessária para a determinação de ”n” valores para os cálculos hidráulicos
(refere-se ao Manual de Dimensionamento do Pavimento para as especificações
dos materiais) .
3. A informação hidrológica da área, isto é, as curvas IDF (para o método racional),
número de curvas, mapas das áreas de captação e levantamentos topográficos
(refere-se aos capitulos 3 e 4 deste manual). As curvas IDF são indicadas no
Apêndice A.

9.4 Projecto Hidrológico de Drenagem das Águas Pluviais


O projecto hidrológico envolve o cálculo do caudal. Os parámetros do projecto, que
devem ser determinados incluem:
1. O periodo de retorno do projecto mais apropriado para diferentes estruturas de
drenagem e sistemas, Tabela 4-2;
2. Área de captação– Lancis, valas ou canais e calhas colectam o escoamento
superficial da faixa de rodagem e das bermas. Os drenos laterais colectam água
dos declives laterais e das proximidades. Onde não há lancis e canais o
escoamento da faixa de rodagem e bermas colectecta nos drenos laterais.
3. Volume do escoamento– Em qualquer ponto específico no canal de drenagem o
escoamento da área de captação a montante n caudal do projecto é o valor do
caudal que deve ser determinado por forma a especificar a capacidade da
estruttura de drenagem ou Sistema.
O period de retorno do projecto/a frequência de pequenas estruturas de drenagem é de
5 anos. O projecto deve ser analisado para 10 anos para o periodo de retorno de para
os eventos extremos. Vejamos a Tabela 4-2. O caudal é determinado com recurso ao
método racional/ drenagem de águas pluviais:
Para drenagens frequentes das águas pluviais:

𝑸 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟕𝟖⁡𝑪𝑰𝑨 (9-1)

Onde:
Q= Valor máxima de escoamento, m3/s

181
C= coeficiente de escoamento representando a relação de escoamento e a
precipitação (vejamoa a Tabela 4-4 através da Tabela 4-8)
I= média da intensidade de precipitação para uma duração igual ao tempo de
concentração, para o periodo de retorno adoptado, mm/hr.
A= Área de captação tributária do local do em estudo, ha
Os coeficientes fornecidos na Tabela 4-4 a Tabela 4-8 são aplicáveis para drenagens de
águas pluviais de 5 a 10 anos de frequência.

Para drenagem não frequentes de águas pluviais

𝑸 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟕𝟖𝑪𝑪𝒇 𝑰𝑨 (9-2)

Os valores Cf estão listados na Tabela 4-7


Tabela 4-6 fornece coeficientes de escoamento para a drenagem de águas superficiais
da estrada
Calcula a área da superfície da estrada em m2 e converta para hectares (ha). Determine
a intensidade de precipitação das curvas IDF para 5 anos de period de retorno de
drenagem de águas pluviais. Obtenha o coeficiente de escoaamento da Tabela 4-6 e
calcule o caudal (Q) usando a equação 4-5.
Portanto, esse cáqlculo pode ser feito para posições diferentes ao longo do canal de
drenagem usando valores da área de captação.

9.5 Capacidade Hidraúlica


A fórmula amplamente usada usada para a determinação da capacidade hidráulica de
drenos de águas pluviais por gravidade pressão do caudal é de Manning´s e esta é
expressa pela seguinte equação

𝟐 𝟏
𝑹𝟑 𝑺𝟐
𝑽 =⁡ (9-3)
𝒏

Onde:
V = velocidade média do caudal, m/s
n = Coeficiente de rugosidade de manning´s, m-1/3.s
R = raio hidráulico,m = área molhada dividida por perímetro molhado (A/WP)
S = Inclinação gradual da Linha de energia, m /m
Em termos de caudal, a fórmula acima passa para:

𝟐 𝟏
𝑹𝟑 𝑺𝟐
𝑸 = 𝑽𝑨 = 𝑨 (9-4)
𝒏

Onde: Q = valor de caudal, m3/s


A = Secção transversal da área molhada, m2
Para drenagem de águas pluviais em cheia, a equação fica:

𝟐 𝟏
𝑫𝟑 𝒔𝟐
𝑽 = 𝟎, 𝟑𝟗𝟕 (9-5)
𝒏

182
𝟖 𝟏
𝑫𝟑 𝑺𝟐
𝑸 = 𝟎, 𝟑𝟏𝟐 (9-6)
𝒏

Onde: D = diâmetro do tubo, m


As soluções nomógrafo de fórmulas de Manning´s para os drenos circulares das águas
pluviais em cheia são fornecidas na Figura 6-2 a Figura 6-5.

9.5.1 Valores Mínimos


Todas as drenagens de águas pluviais devem ser projectados de tal forma que as
velocidades de escoamento não esteja abaixo 0.9 m/s no caudal do projecto. Mínima
inclinação necessária para velocidade de 0.9 m/s será calculada rescrevendo a formula
de Manning´s ou usando os valores fornecidos na Tabela 9-1.

(𝒏𝑽)𝟐
𝑺 =⁡ 𝟒 (9-7)
𝑹𝟑

Para casos de zonas muito planas, a práctica geral é projectar componentes de modo
que as velocidades de escoamento aumente progressivamente ao longo do system do
tubo.

Tabela 9-1 Mínima Inclinação Necessária para Garantir 0.9 M/S na Drenagem
de Águas Pluviais Completamente Cheia

Mínima inclinação m/m

Diâmetro do Tubo cheio, n = 0,012 n = 0,013 n = 0,024


tubo, mm m3/s

200 0,03 0,006 4 0,007 5 0,025 6

250 0,046 0,004 8 0,005 6 0,019 0

300 0,067 0,003 7 0,004 4 0,014 9

375 0,104 0,002 8 0,003 2 0,011 1

450 0,15 0,002 2 0,002 6 0,008 7

525 0,204 0,001 8 0,002 1 0,007 1

600 0,267 0,001 5 0,001 7 0,005 9

675 0,338 0,001 3 0,001 5 0,005 1

750 0,417 0,001 1 0,001 3 0,004 4

825 0,505 0,000 97 0,001 1 0,003 9

900 0,601 0,000 80 0,001 0 0,003 4

1050 0,817 0,000 70 0,000 82 0,002 8

183
Mínima inclinação m/m

Diâmetro do Tubo cheio, n = 0,012 n = 0,013 n = 0,024


tubo, mm m3/s

1200 1,067 0,000 59 0,000 69 0,002 3

1350 1,351 0,000 50 0,000 59 0,002 0

1500 1,668 0,000 44 0,000 51 0,001 7

1650 2,018 0,000 38 0,000 45 0,001 5

1800 2,402 0,000 34 0,000 40 0,001 4

9.6 Dimensões de Canais de Drenagem e Espaçamento de Saídas e


Entradas Raladas

9.6.1 Dimensionamento de Canais de Drenagem


Canais de drenagem como lancis, canais em L e calhas são usualmente de dimensões
predeterminadas dependendo do projecto geométrico ou das especificações
padronizadas. Adicionalmente, lancis prefrabricados e canais em L podem ter dimensões
predefinidas. Desta forma as dimensões destes canais e sua inclinação são fixas. As
capacidades máximas de escoamento são igualmente fixas.

9.6.2 Escoamento em calhas/lancis, canais em L e Medianas


Escoamento proveniente da faixa de rodagem e das bermas corre nos lancis, calhas ou
uma cominação de lancis e calhas ou canais em L ou uma combinação de canais em L e
calhas. A base dos lancis pode ser diferente da base das calhas. As calhas podem ter ou
não uma base similar das bermas. Dai, várias combinações são possíveis.
Medianas escoam no meio da faixa de rodagem e podem ter forma em V ou trapezoidal.
As suas bases não devem representar qualquer perigo ao tráfego
A Figura 9-1 ilustra as diferenças e parámetros, que são essenciais para o projecto.

184
Figura 9-1 Secção típica da calha (Terceira edição da Circular de engenharia
hidráulica da FHWA nº 22)
Cálculos do escoamento das calhas são necessários para estabelecer a distribuição da
água nas bermas e secções do pavimento. Uma modificação da equação de Manning´s
pode ser usada para os caudais computarizados em canais triangulares. A modificação
é necessária pois o raio hidráulico na equação não descreve adequadamente a secção
transversal da calha, particularmente onde o topo da largura da superfície da água pode
ser mais de 40 vezes da profundidade da calçada. Para computalizar o escoamento da
calha, a equação de Manning´s é integrada para um increment da secção transversal da
largura. A equação resultante é:

𝟓 𝟏 𝟖
𝟎,𝟑𝟕𝟕
𝑸 =⁡ 𝑺𝒙 𝟑 𝑺𝟐 𝑻𝟑 (9-8)
𝒏

Onde:
Q = Caudal na calha, m3/s
n = Coeficiente de rugosidade de Manning´s
Sx = Base do pavimento, m/m
S = Inclinação longitudinal, m/m
T = Largura do escoamento ou dispersão, m

Nomógrafos para resolver a Equação 9-8 são dados nas Figura 9-2 e Figura 9-3. n valores
de Manning´s para várias superfícies de pavimentos são apresentados na Tabela 9-2.

185
Figura 9-2 Caudal em calhas Triangulares

186
Figura 9-3 Velocidade em Calhas Triangulares

187
Tabela 9-2 ‘n’valores de Manning´s para as Calhas de Estradas e Pavimentos

Tipo de calhas ou pavimento Manning's n

Calhas de betão, acabamento com espátula 0,012


Pavimento asfáltico: textura suave 0,013
Textura rugosa 0,016
Calha de betão com pavimento asfáltico: 0,013
suave
Rugosa 0,015
Pavimento asfáltico: acabamento flutuante 0,014
Acabamento rugoso 0,016

Para calhas com inclinações pequenas, onde os sedimetos podem acumular, aumentam
os valores acima de n por 0.002, REF.: FHWA, HDS-3 (1961).

9.6.3 Espaçamento das Saídas e Entradas Raladas


De modo a evitar exceeder a capacidade dos canais de drenagem ou estruturas, as saidas
deverão ser colocadas ao longo dos canais de drenagem para retirar o caudal em
excesso. Existem 2 métodos para determinar a sua localização:
1. Processo Iteractivo
2. Resolvendo para o espaçamento ou distância entre saidas e entradas raladas
usando simultãneamente equações (não incluidos neste manual).

9.6.3.1 Processo Iteractico


O processo iterativo para a determinação do espaçamento de saidas e entradas envolve
alguns passos:
1. Escolha uma posição ao longo do canal de drenagem (entre 90 a 150 m)
2. Desenvolva o projecto hidráulico e determine o caudal de projecto a partir da área
de captçaõ, Secção 9.4 (Procedimento do Projecto Hidrológico)
3. Determine o caudal máximo permitidousando a Fórmula de manning´s como
descrito na Secção 9.5 (Capacidade Hidráulica)
4. Compare o caudal do projecto com o caudal máximo permitido. Se o caudal do
projecto é inferior ao caudal máximo permitido, mude a posição da saída ou
entrada mais para baixo do canal e repete o passo (2), (3) e (4). Se o caudal do
projecto é maior que o caudal máximo permitido mude a posição da saida ou
entrada para cima ao longo do canal para reduzir o espaçamento.
5. Determine o volume de caudal desviado para a saida ou entrada. Usualmente a
saida ou entrada não desviam todo o caudal no canal, sendo por isso importante
considerar a eficiência da saida e entrada em desviar parte do caudal fora do
canais de drenagem.
6. Assim que a posição da primeira saida ou entrada fôr determinada, o escoamento
fora e o caudal que continua abaixo do canal de drenagem são calculadas, as
distâncias para a saida mais próxima ou entrada podem ser determinadas.
a. A posição da saida ou entrada é então escolhida entre 90 e 150 m.
b. O caudal que passa a primeira saída ou entrada deve ser adicionado ao
caudal calculado para área de drenagem da saida ou entrada mais
próxima.

188
c. O caudal que passa a primeira saída ou entrada é calculado subtraindo o
caudal interceptado da capacidade do projecto do canal de drenagem no
ponto onde a saída de entrada está posicionada. Os nomógrafos que
devem ser usados para determinar o caudal interceptado para as
profunidades fornecidas do caudal nos canais são dadas em:
i. Figura 9-4 para as entradas raladas em locais de depósito;
ii. Figura 9-5 para abertura dos lancis em depressão;
iii. Figura 9-6 para abertura total da interseção dos lancis em
depressão;
iv. Figura 9-7 para entradas de drenos fissurados em locais de
depósitos.
d. O caudal total é então computarizado para segunda saída ou entrada
através processo iterative descrito em (3) e (4), atrás para projector o
espaçamento entre a primeira e a segunda saida ou entrada.
e. Este processo iterativo é repetido para saídas e entradas subsequentes.

Figura 9-4 Caudal Interceptado na Entrada Ralada na Condição de Depoósito

189
Figura 9-5 Caudal Interceptado pela Abertura do Lancil com Depressão

190
Figura 9-6 Lancil e Dreno Longitudinal Entalhado para a Intercepção Total

191
Figura 9-7 Caudal Interceptado na Entrada do Dreno Entalhado

9.6.4 Hidroplanagem
A hidroplanagem é um fenômeno caracterizado pela perda total do controle do veículo
como resultado da perda de contato dos pneus com a superfície da estrada devido à
formação de uma cunha de água.
A profundidade de água a correr sobre a superfície da estrada aumenta, o potêncial da
hidroplanagem também aumenta. Quando o pneu em movimento encontra a película da
água sobre a estrada, a água é canalizada pelo pneu através da base do pneu e através
da superfície rugosa do pavimento.
A hidroponia ocorre quando a capacidade de drenagem da base do pneu e da superfície
do pavimento é excedida e água começa a construir a frente do pneu. Como a água
acumula, é criada uma cunha de água e esta produz uma força hidrodinâmica, que pode
levanter o pneu da superfície do pavimento. Isto é considerado hidroplanagem dinâmica
completa e, portanto a água oferece uma pequena resistência à tração, o pneu perde a
sua capacidade de tração e e o motorista perde o controlo do veículo. A hidroplanagem
pode ocorrer a velocidade de 80-90 km/hr, com a altyra mínima da água de 2 mm (20).
A hidroplanagem é uma função da profundidade da água, da geometria da estrada,
velocidade do veículo, profundidade do piso, pressão de inflação do pneu e condições da
superfície do pavimento. Nas áreas com problems, a hidroplanagem pode ser reduzida
pelas seguintes razões:

192
1. Projectar as geometrias da estrada com quedas maiores que 2.5% de modo a
reduzir os comprimentos da drenagem da água a correr sobre o pavimento. Isto
vai evitar acumulação da água;
2. Aumentar a profundidade da textura da superfície do pavimento por métodos
como criar rugosidade na superfície do betão. Um aumento da textura da
superfície do pavimento vai aumentar a capacidade de drenagem na interface
entre o pneu e o pavimento;
3. Uso asfalto graduado e aberto mostrou que reduz signficativamente o potencial
de hidroplanagem da siperfície da Estrada. Esta redução deve-se a capacidade da
água de ser forçada através do pavimento debaixo do pneu, o que liberta
quaisquer pressões hidrodinâmicas, criadas e reduz o potencial para o pneu ao
hidroplano;
4. Uso de estruturas de drenagem ao longo da estrada para capturar o escoamento
da água sobre o pavimento vai redizir a espessura da película da água e do
potencial de hidroplanagem da superfície da estrada.

9.7 Programas Cumputarizados


Para assistir projectos de sistemas de drenagem de águas pluviais, vários módulos de
software de minicumputadores foram desenvolvidos para a computação do
comportamento hidráulico. Por exemplo, o programa informático XPSTORM, Micro
Drainage, Hydro CAD, HYDRA é parte do Sistema HYDRAIN. XPSTORM pode ser usado
para verificar adequabilidade do projecto e analisar o desempenho do Sistema de
drenagem de águas pluviais, de acordo com os pressupostos adoptados. Inclui o
procedimento do projecto de valas e formas recomendadas, tipo em comparação com
vários factores.

9.8 Projecto Estrutural das Estruturas de Drenagem de Àguas


Pluviais para Superfícies de Estradas
O projecto de drenagem lateral de águas pluviais é parte de todo o projecto de drenagem
de águas pluviais da Estrada e é detalhado no capítulo 6, projecto de canais abertos. O
projecto de tubos de drenagem de águas pluviais é também referido na Secção 9.1 a
Secção 9.3. Esta secção abrange o projecto de estruturas de drenagem para a colecta
do escoamento da faixa de rodagem, o seu transporte e depósito no sistema principala
de drenagem da estrada ou terras circunvizinhas. Estas estruturas de drenagem incluem:
1. Canais em L – Estes são unidades prefabricadas e são colocadas lateralmente nas
bermas, Figura 9-8. Eles devem ser projectados usando o mesmo principio de
projecção de canais abertos. A profundidade normal da água deve ser tal que o
escoamento não deve atingir a faixa de roadem. O periodo de retorno das chuvas
intensas deve ser de 5 anos e analisado para um periodo de retorno de 10 anos.
Esta especificação do projecto é usada para determiner o espaçamento de saidas
dos canais em L como calhas ou entradas raladas no canais subterrâneos;
2. Instalação de lancis- lancis tem o mesmo propósito de drenagem como os canais
em L e aplica-se a mesma análise hidráulica dos canais em L. Detalhes do projecto
são fornecidos na Figura 9-9;
3. Calhas – Estas são saidas da drenagem longitudinal através dos declives laterais
do talude da Estrada para a sua cota mais baixa ou base do talude. Detalhes do
projecto são dados nas Figura 9-10 e Figura 9-11;
4. Cascatas – Servem o mesmo propósito como as calhas mas podem ser
projectadas para maior capacidade de escoamento. Detalhes do projecto são
dados na Figura 9-12.

193
Figura 9-8 Especificações do Projecto para Canais em L

Figura 9-9 Espercificações do Projecto para os Lancis

194
Figura 9-10 ESpecificações do Projecto para Calhas Tipo A – Aplicado na obra

Figura 9-11 Especificações para as Calhas Tipo B - unidades pré-fabricadas

195
Figura 9-12 Especificações para as Cascatas

196
10. Projecto de Dissipadores de Energia e Protecção
Contra a Erosão
O transporte usual de água através de estruturas de drenagem como aquedutos, drenos
de águas pluviais e drenos laterais das estradas tende a concentrar o escoamento,
aumentar a trubulência, velocidade nas saidas e eventual erosão. È por isso necessário
dissipar a energia da àgua antes da descarga no meio ambiente em que se enconta ou
em outros sistemas de drenagem existentes.

10.1 Padrões para a Dissipação de Energia


Os seguintes padrões devem ser tidas em conta na projecção para a dissipação de
energia da água.
1. A entrada do aqueduto deve ser alinhada;
2. Onde os gradientes permitem, entradas de gota devem ser projectadas para
absrover o escoamento que entra;
3. Todos os aquedutos devem ter gradiente de 1,5% a 3% e drenos de saída devem
ter gradients de 3%-5% para garantir a sua autolimpeza e avitar a erosão;
4. Onde estes critérios dados em (3) são stisfeitos a saida do dreno deve estar
alinhada com alvenaria de predra ou betão para um comprimento mínimo de 3
mm, a partir da boca do aqueduto;
5. A protecção contra a erosão deve ser projectada e aplicada em toda a saida do
aqueduto. Isto inclui a laje do fundo da saída ou entrada, pedra arrumad, pedra
argamassada nos taludes das drenagens laterais e uma parede chave ;
6. Onde se verica queda de água ou gradient íngime na saída do aqueduto e provável
alta velocidade do escoamento, Where there is a drop or steep gradient at the
outlet of the culvert and high flow velocity is likely, bacias reguladoras em caixão
devem ser construídas na boca de saída do aqueduto;
7. Onde a velocidade/energia moderada de escoamento é prevista e o padrão da do
gradiente da drenagem na saída do aqueduto excedida, entao a queda ou o
imapacto de dissipadores de energia deve ser considerado. Se há bacias
reguladoras adequados, dissipadores podem ser usados .

10.2 Projecto para Mitigação da Infraescavação na Saída do


Aqueduto
O primeiro passo consiste em determiner a profundidade e o comprimento do local da
infraescavação na saída do aqueduto.

10.2.1 Determinação de Condições de Saída do Escoamento de Aquedutos


Mais descrição de condições de saída do escoamento de aquedutos é fornecida no
Capítulo 6. Projecto de Aquedutos, alguns parámetros requere uma análise detalhada
para ajustar ao projecto de dissipadores de energia:
1. Profundidade da Saída (do): A profundidade da saída é frequentemente dada como
uma parte da análise hidráulica do aqueduto. Quando este não é o caso, a profundidade
da saída pode ser determinada recorrendo a orientação fornecida no Capítulo 6 deste
Manual;
2. Área (Ao): O corte tranversal da área do escoamento da saída do aqueduto deve ser
determinado usando do;
3. Topo da largura: O topo da largura do escoamento na saida do aqueduto pode ser
determinado usando do;

197
4. Velocidade (Vo): A velocidade de saída do aqueduto deve ser calculada como se
segue;

𝑸
𝑽𝟎 = 𝑨 (10-1)
𝟎

Onde: Q = Caudal do aqueduto, (m3/s)


Nas condições normais Q deveria ser a capacidade de projecto do aqueduto, que seria
caudal de ponta ou escoamento em cheia. Ao seria área da saída do aqueduto em tubo.
5. Profundidade Equivalente (de): A profundidade equivalente é usada em
numerosos cálculos para aquedutos não-rectangulares. Isto pode ser calculado
como se segue:

𝑨 𝟎,𝟓
𝒅𝒆 = ( 𝟐𝟎 ) (10-2)

Número de Froude (Fr): É um factor importante na projecção de dissipadores de energia.


Para secções rectangulares é calculado como apresentado a seguir:

𝑽
𝑭𝒓 = (𝒈∗𝒅𝟎)𝟎,𝟓 (10-3)
𝟎

Onde: g = aceleração de gravidade (9,81 m/seg2)


do = profundidade na saída, (m)
Vo = velocidade na saída do aqueduto, (m/s)
Para formas não-rectangulares, o termo do pode ser substituido com a profundidade
equivalente de

10.2.2 Estimativa da Abertura de Infraescavação


A estimative do tamanho da abertura de infraescavação é uma parte essencial do
procedimento de projecção de dissipadores de energia.
Esta secção apresenta o procedimento para a estimativa da abertura da infraescavação
em materiais sem coesão para o caso máximo ou extremo de infraescavação. O
projectista pode referir ao HEC-14, Capítulo 5 para informação detalhada na estimação
da abertura de infraescavação em solos com coesão. HEC-14 recomenda que a testagem
do solo seja feita no onde se localiza os solos com coesão para determinar o Indice de
Plasticidade e a tensão de tração saturada, que são necessários para o procedimento do
HEC-14.
A geometria máxima de infraescavação ocorre para as profundidades da água inferiors
a metade da altura do aqueduto. Como mostrado na Figura 10-1, a profundidade máxima
de infraescavação, ds, ocorre em locais iguais a aproximadamente 40% do comprimento
da abertura da infraescavação, Ls, medida a jusante a partir do aqueduto.

198
Figura 10-1 Abertura da Infraescavação na Saída do Aqueduto
A equação abaixo pode ser usada para calcular as três dimensões (comprimento, largura
e altura) da abertura da infraescavação. A equação é aplicada usando três coeficientes,
nomeadamente α, β e θ. O valor destes coeficientes varia dependendo de que dimensões
da abertura de infraescavação se pretende calcular. Portanto, para calcular todas as três
dimensões da abertura da infraescavação, a equação seria aplicada três vezes. Cada vez,
um conjunto diferente de valores é atribuido a α, β e θ como determinado da Tabela
10-1.

𝒅𝒔 , 𝒘𝒔 , 𝑳𝒔 = 𝑪𝒔 𝑪𝒉 𝑭𝟏 𝑭𝟐 𝑭𝟑 𝑹𝟎 (10-4)

e,


𝑭𝟏 = 𝝈𝟏/𝟑 (10-5)

𝜷
𝑸
𝑭𝟐 = ⁡ ( ) (10-6)
𝒈𝟎,𝟓 𝑹𝟐,𝟓
𝟎

𝒕 𝜽
𝑭𝟑 = (𝟑𝟏𝟔) (10-7)

Onde:
ds = Profundidade máxima da abertura de infraescavação, (m)
Ls = Comprimento da abertura de infraescavação, (m)
ws = Largura da abertura de infraescavação, (m)
Q = Caudal , (m3/s)
g = aceleração de gravidade (9,81 m/sec2)

199
t =duração do caudal de pico, (minutos), utilize 30 minutos se for
desconhecido
Ro = Raio hidráulico da secção de corte do caudal, (m)
σ = desvio padrão do material (ver a discussão que se segue)
α, β, θ, Cs e Ch são coeficientes, como indicado na Tabela 10-1 à
Tabela 10-3.
O desvio padrão do material, α, é uma medida da distribuição granulométrica do material
do leito do canal. Quando uma análise do peneiro está disponível a partir da da
investigação geotécnica, o desvio padrão pode ser calculado como:

𝒅 𝟎,𝟓
𝝈 = (𝒅𝟖𝟒 ) (10-8)
𝟏𝟔

Onde:
d84 = média do diâmetro das partículas no 84° percentual da distribuição
d16 = média do diâmetro das partículas no 16° percentual de distribuição
Quando a análise do peneiro não está disponível, um valor aproximado de 2.10 pode ser
usado para material granular e um valor aproximado de 1.87 pode ser usado para areia.
Um valor médio de σ não não é aplicável para solos siltosos sem coesão; contudo, numa
estimativa conservadora pode ser obtido assumindo um valor de 1.0.

Tabela 10-1 Coeficientes para o Cálculo das Dimensões Usando a Equação 10-
4

α β θ
Profundidade (ds) 2,27 0,39 0,06
Largura (Ws) 6,94 0,53 0,08
Comprimento
(Ls) 17,10 0,47 0,10

Tabela 10-2 Coeficientes, Cs, para a Inclinação do Aqueduto Usando Equação


10-4

Inclinação
do
Profundidade Largura Comprimernto
Aqueduto
%
0 1,00 1,00 1,00
2 1,03 1,28 1,17
5 1,08 1,28 1,17
≥7 1,12 1,28 1,17

200
Tabela 10-3 Coeficiente, Ch, para as Saídas dos Aquedutos 1

Altura de
queda (Hd)1
Profundidade Largura Comprimernto
0 1,00 1,00 1,00
1 1,22 1,51 0,73
2 1,26 1,54 0,73
4 1,34 1,66 0,73

Os coeficientes derivaram de ensaios experimentais com areia-materiais do leito


Um exemplo práctico do cálculo da profundidade, comprimento e largura de
infraescavação na saída do aqueduto é dado no Apêndice L.
Há duas categorias de dissipadores.
1. Dissipadores externos – Estes são preferidos. Incluem bacias reguladoras, bacias
em pedra arrumada, pilares defectores, etc.
2. Dissipadores internos – Estes são estruturas salientes colocadas dentro de
condutas fechadas de água e com o propósito quebrar a velocidade e energia do
escoamento. A orientação no uso de dissipadores internos deve ser considerada.
Dissipadores internos podem ser usados quando:
a. A capacidade em cheia do aqueduto é maior do que o caudal projectado;
b. Área de reserva é limitada e a água deve ser descarregada na boca do
aqueduto no escoamento subcrítico;
c. Água transporta pequenas quantidades de detritos, de modo a evitar
entupimentos frequentes.
d. Velocidade moderada necessária na saída.

10.2.3 Projecto de Dissipadores Internos de Energia


Tipos de dissipadores Internos de Energia são fornecidos na Figura 10-2 e Figura 10-3.

Figura 10-2 Aumento da Rugosidade Hidráulica


Elementos de rugosidade reduzem velocidades de escoamento, quer aumentando a
resistência do barril do aqueduto ao escoamento ou por um fenómeno conhecido como
escoamento caudaloso.

201
Figura 10-3 Dissipador de Energia de Escoamento Caudaloso Típico
Utilização de escoamento caudaloso é razoável para inclinações até 10 ou 15 por cento.
Uma das grandes limitações de escoamento caudaloso como um dissipadore de energia
é que a altura necessária dos elementos de rugosidade está relacionada à unidade
descarga (descarga dividida pela largura do aqueduto)

10.2.4 Projecto de Dissipadores Externos


Dissipadores de energia externos são betão ou estruturas de alvenaria de pedra
colocadas na saída do aqueduto como bacias reguladoras ou de impact. Dissipadores
externos são usados onde:
1. A saída da abertura da infraescavação não é aceitável;
2. Tem-se quantidade moderada de detritos ;
3. A velocidade na saída do aqueduto (Vo) é moderada, Fr<3 .
Figura 10-4 e Figura 10-5 ilustram dissipadores de energia externos típo

202
Figura 10-4 Comporta Tipica ou Aqueduto com Bacia Reguladora/Tanque

𝒒
𝜷 = √(𝟓𝑯𝟏,𝟓 ) (10-9)

Onde:
β = (q/5H1,5)0,5
q = caudal unitário em m3/sec metro/ largura de queda
H = queda entre nível da soleira da crista de queda e o nível do
eito da bacia em m.
β = Altura do fim da soleira expressa em termos de H
Leliavsky recomenda as seguintes proporções para a projecção de uma bacia reguladora
ω = 0,084, β = 0,05, α = 0,50 to 0,80, ρ = 0,15, δ = 0,75
Os seguintes critérios para as bacias reguladoras:
1. A queda da laje do fundo da saída do aqueduto para o topo ou vertedouro da
saída da bacia deve ser ≥ 0,5d , onde d é o diâmetro do aqueduto em tubo da
dimensão vertical de uma abertura não-circular;
2. A largura da bacia reguladora deve ser 1,5d a 2d;
3. O muro final deve ser vertical ou quase vertical de modo a criar uma reserve do
vector de velocidade;
4. A cota da base do tanque regulador deve ser≥ d s, onde ds é a profundidade
estimada da abertura de infraescavação, Figura 10-4;
5. A cota do topo da parede final ou vertedouro deve ser intermitente ou
ligeiramente saliente acima da saída invertida da drenagem;
6. A parede final da bacia reguladora deve estar numa posição que 50%Ls-70%Ls
(Ls é ao comprimento da abertura de infraescavação)
Bacias reguladoras com paredes de impacto e rectangular ou células de fim quadrado
(Figura 10-5) são projectados para dissipar energia da água na saída dos aquedutos e
saídas mais apropriadas de drenagens de águas pluviais onde a água deve ser
descarregada na saída da drenagem ou juntando-se ao sistema de drenagem em
escoamento subcrítico (Fr < 1). A redução de energia resulta da colocação da parede de
retenção a saída do aqueduto.
A sua projecção envolve a determinação de eficiência de bacia reguladora em redução
da energia. A eficiência foi referida como Número de Desempenho (PN) é dado por:

203
𝟎.𝟓𝑽𝑳𝒔
𝑷𝑵 = ⁡ 𝟎.𝟓 (10-10)
(𝒈𝒚𝒎 𝟑 )

Onde:
V = velocidade média do canal, m/s
Ls =distância mediad até à máxima posição da profundidade de infraescavação,
m.
g = aceleração por gravidade, m/s2
ym = máxima profundidade de infraescavação, m

Valores de PN obtidos através da análise experimental experimental são indicados na


Tabela 10-4.

Tabela 10-4 Valores de PN em Diferentes Números de Froude

Modelo No, Fr = 1,85 Fr = 2,85 Fr = 3,85

MSM-4 0,332 0,348 0,350

MSM-5 0,448 0,425 0,429

Figura 10-5 Bacia Reguladora com Terminal Rectangulares e Quadrados (H.L.


Tiwari, Arun Goel)

Figura 10-6 mostra uma bacia reguladora tipica que pode ser usada para dissipar energia
da água no fim da calha ou cascata ou comporta. Os pilares são projectadas para
aumentar a resistência de escoamento na bacia reguladora. A bacia reguladora é
projectada em situações de escoamento onde o Número de Froude, Fr>4. Isto consiste
de blocos da calha, blocos deflectors e peitoril lateral naquela ordem.

Altura dos blocos da calha (h1) deve ser igual a profundidade de água (y1) antes de
saltar. A distância entre a calha e blocos deflectors é y2.

O espaçamento (S1) e largura (w1) de blocos da calha = y1(=h1)

A altura dos blocos deflectors (h3) é dado por:

𝟒+𝑭𝒓𝟏
𝒉𝟑 = ⁡ 𝒚𝟏 (10-11)
𝟗

204
O espaçamento entre o bloco deflector= 0,75h3. The spacing between the baffle block =
0.75h3. O declive de blocos deflectors deve ser 1:1 e a inclinação da face do peitoril
lateral 1:2.

O comprimento da bacia reguladora (Lz) é dado por:

𝑳𝒛 = 𝟐, 𝟕𝒚𝟐 (10-12)

A altura do peitoril lateral (h4) é dado por:

𝟗+𝑭𝒓𝟏
𝒉𝟒 = ⁡ 𝒚𝟏 (10-13)
𝟗

Figura 10-6 Bacia Reguladora Tipo III (USBR)


A Figura 10-7 mostra uma bacia reguladora tipo gancho III que é projectada para dissipar
energia no aqueduto ou na saída do tubo de drenagem em caso onde há pouca queda
do da saída do aqueduto para a saída da drenagem.
As dimensões de um gancho-tipo bacia de impacto (ver Figura 10-8) pode ser
seleccionado usando o procedimento fornecido in HEC-14 para bacias trapezoidais
estreitas, tendo em conta as seguintes notas:
1. A forma trapezoidal da bacia deve ser modificada para caber o canal a jusante o
mais adequado possível. Logo que a largura efectiva da secção de corte do
aqueduto, Wo (em HEC-14), fôr determinada, a largura da base trapezoidal, W 6
(em HEC-14), pode ser qualquer largura entre Wo e 2Wo, para corresponder a
quanto possível a base da largura do canal existente.
2. Todos os três ganchos deve ter a mesma largura, W 4, que é igual a 0.16 vezes a
largura efectiva Wo. Outras dimensões necessárias para uma projecção
apropriada dos ganchos podem ser determinadas a partir da Tabela 10-5.

205
3. Quando a orientação fornecida em HEC-14 é seguida, a largura entre os ganchos
a montante, W2, mais a largura dos dois ganchos, deve ser aproximadamente
iguais a largura efectiva do aqueduto, Wo. Este espaçamento não muda quando a
base da largura, W6, é maior que Wo.
4. Mais, quando o procedimento recomendado em HEC-14 é seguido, o rácio do
espaçamento entre a montante e a jusante e ganchos a jusante, W 3, para a
largura do gancho, W4, será sempre cerca de 1.6.
5. O HEC-14 fornece um gráfico, que pode ser usado para determiner a reducção na
velocidade de escoamento que é fornecido pela bacia proposta como uma função
do Número de Froude da vazão do aqueduto. Este gráfico fornece duas curvas de
eficiência, uma para W6 =Wo e uma para W6 =2Wo . Onde a largura da base da
bacia, W6, é igual a um destes dois valores, as curvas podem ser usadas
directamente para determiner o rácio da velocidade na saida do aqueduto, V o,
para a velocidade na saída da bacia, VB. Quando a largura da base está entre
estes, o Projectista deve interpolar entre duas curvas.

Figura 10-7 Gancho Tipo do Dissipador de Energia na Bacia Referência:


USDOT, FHWA, HEC-14 (1983)

206
Figura 10-8 Detalhes de Referência para o Gancho Tipo de Dissipador de
Energia na Bacia: USDOT, FHWA, HEC-14 (1983)

O projecto pode também ser feito manualmente, baseado na determinação de rácio entre
a velocidade na saída do aqueduto e a bacia ou velocidade na saída do dreno (V o/VB),
onde:
A Tabela 10-5 Mostra a razão (Vo / VB) para diferentes Números de Froude para a base
das larguras Wo e 2xWo.

Tabela 10-5 Vo/VB Versus Número de Froude na Saida do Aqueduto


(Adaptado de HEC-14)

Número de Froude Largura da base Largura da base


na Saída do = W0 = 2 vezes W0
Aqueduto
1,8 1,469 1,352
1,9 1,491 1,429
2,0 1,519 1,528
2,1 1,550 1,646
2,2 1,585 1,792
2,3 1,633 1,899
2,4 1,701 1,970
2,5 1,773 2,013
2,6 1,858 2,051
2,7 1,949 2,089
2,8 2,031 2,122
2,9 2,110 2,164
3,0 2,180 2,218

207
Um valor para Vo /VB pode ser interpolado de ambas as colunas na Tabela 10-5 baseado
no Número de Froude da Saída do Aqueduto dado. Com base na base da largura da bacia
proposta, o valor final poderia ser intepolado dos dois valores tirados da tabela
1. Onde VB é significativamente maior que a velocidade de escoamento natural da
chuva, a protecção da erosão deve ser tida em conta em forma de pedra arrumada
na base da laje do fundo na saída do aqueduto
2. Paredes de protecção– Excepto nas áreas onde o leito é composto de material
robusto, leito rochoso, parede de protecção deve ser fornecida onde desemboca
a bacia de dissipação. A parede de corte deve estar no mínimo a 0,9 m de
profundidad, salvo se as condições específicas do local precisem uma
profundidade maior

10.2.5 Projecto de Bacia de Dissipação em pedra Arrumada


Projecto de bacia de Dissipação em pedra arrumada é baseado no HEC-14. Figura 10-9
mostra o método de determinação da profundidade da pedra arrumada recorrendo ao
gráfico. O projecto envolve:
1. Determinação da velocidade na saída usando o método de projeccção hidráulica
de aqueduto e equações ou nomógrafos;
2. Determinação do Número de Froude na saída/a beira do aqueduto usando
equação;

𝑽
𝑭𝒓 = (𝒈𝒅 𝟎)𝟎,𝟓 (10-14)
𝟎

3. Determinar d50 (50th percentual do tamanho das partículas – da análise do


peneiro) ;
4. Determinar do = Ye (profundidade do escoamento na saída) ;
5. Calcular d50/Ye e seleccionar a relação das linhas;
6. Ler no eixo Y o valor de hs/Ye e resolver para hs (profundidade de infraescavação
= profundidade do reservatório) ;
7. Determinar Wo (largura da saída) ;
8. O comprimento do reservatório deve ser 10hs ou 3Wo, o que fôr maior;
9. O comprimento da bacia deve ser 15hs ou 4Wo, o que fôr maior;
10. As inclinações de entrada e saída deve ser 1 em 2;
11. A saída do dreno a jusante da bacia de dissipação deve estar em Linha para um
comprimento de 2m–3m e o gradient máximo dever ser de 3%-5%.
Um exemplo práctico no projecto de pedra arrumada para a protecção contra erosão é
dado no Apêndice M

208
Figura 10-9 Profundidade de Pedra Arrumada na Infraescavação

10.2.6 Dissipador de Energia Tipo Ressalto Hidráulico


Um ressalto hidráulico ocorre quando a água escoa num canal aberto a alta velocidade,
escoamento supercrítico (Número de Froude< 1) encotra a zona de velocidade baixa,
escoamento subcrítico (Número de Froude < 1). Em virtude da conservação do
escoamento (Q) a profundidade de escoamento aumenta quando a velocidade reduz
causando o ressalto hidráulico, Figura 10-10.

209
Figura 10-10 Ressalto hidráulico
O ressalto hidráulico pode ser projectado como um dissipador de energia. Dissipadores
de ressaltos hidráulicos são usados no fim de vazadouros, canais íngrimes, longas calhas,
etc. Uma maior parte de turbulências é criada por um ressalto hidráulico e protecção
efectiva contra a erosão torna-se necessária.
Embora haja conservação de momento e caudal num ressalto hidráulico, ocorre a perda
de energia (∆E) e perda de carga (hL).
A velocidade e a profundidade de escoamento a montante e a jusante do ressalto
hidráulico para um caudal dado (Q), são determinados usando a Fórmula de Manning´s
descrita no Capítulo 5 (Projecto Hidráulico e Estrutural de Canais Abertos). As equações
usadas no cálculo de energia e perdas de carga são indicadas a seguir.
Número de Froude, Fr, é calculado usando a equação seguinte:

𝑽
𝑭𝒓 = (10-15)
√𝒈𝑳

A energia a montante do ressalto hidráulico é dada por:

𝑽𝟏 𝟐
𝑬𝟏 = ⁡ 𝒚𝟏 + ( ) (10-16)
𝟐𝒈

A energia a jusante do ressalto hidráulico é dada por:

𝑽𝟐 𝟐
𝑬𝟐 = ⁡ 𝒚𝟐 + ( ) (10-17)
𝟐𝒈

Aplicando o principio de conservação de energia e escoamento, ∆E é dado por:

(𝒚𝟐 −𝒚𝟏 )𝟑
∆𝑬 = ⁡⁡ (10-18)
𝟒𝒚𝟏 𝒚𝟐

Perda de carga, hL no ressalto hidráulico é dada por:

(𝒚𝟐 −𝒚𝟏 )𝟖
𝒉𝑳 ⁡ = ⁡⁡ (10-19)
𝟒𝒚𝟏 𝒚𝟐

Profundidade do Caudal Crítico, 𝒚𝟐 é dado por:

𝒚
𝒚𝟐 = ⁡ ( 𝟏) (√(𝟏 + 𝟖𝑭𝒓𝟏 ) − 𝟏) (10-20)
𝟐

Onde:
y1 = profundidade medida do escoamento a montante

210
y2 = profundidade medida do escoamento a jusante
Fr1 = Número de Froude para o ressalto do escoamento a montante
V = Velocidade de escoamento
A classificação de ressaltos hidráulicos é indicada na Tabela 10-6 abaixo:

Tabela 10-6 Ressaltos Hidráulicos Tipo

Número de Froude Tipo de ressalto


hidráulico
1,0 – 1,7 Ligeiro
1,7 – 2,5 Fraco
2,5 – 4,5 Oscilante
4,5 – 9,0 Estável
>9,0 Forte

10.2.7 Controlo da Erosão nas Drenagens


O projecto de ddrenagem lateral é abrangido pelo Capítulo 5.
Quando não é possível obter especificações da velocidade limte dada na Tabela 5-3,
análise da infraescavação (conhecida também como reforços) deve ser colocados nos
drenos. A distância entre a infraescavação do gradiente do dreno e da erosão potencial
dos solos. Tabela 10-7 mostra valores recomendados. Nas áreas com solos erodíveis é
recomendado que os drenos sejam alinhados com gradients acima de 3%. A forma
preferêncial dos drenos a colocar é trapeizodal.

Tabela 10-7 Intervalos entre verificações da infraescavação

Gradiente da Intervalo de verificação de


Estrada (%) erosão (metros)

3 Não aplicável

4 17

5 13

6 10

7 8

8 7

9 6

10 5

12 4

A verificação da infraescavação pode ser feita em alvenaria de pedra ou de betão


ou qualquer outro material durável. As especificaçõaes do projecto para casos
comuns de verificação da infraescavação são fornecidos na Figura 10-11 e Figura
10-12.

211
Figura 10-11 Configuração da Verificação da Infraescavação

Figura 10-12 Especificações do Projecto para a Verificação da Infraescavação

Devem ser levadas acabo medidas para o controlo da erosão a jusante da saida da
drenagem.
A protecção da drenagem com pedra argamassada a seco é em geral adequada onde o
caudal é menor que 1 m/s por metro de largura, e onde o peso dos sedimentos é
relativamente menor.

212
11. Drenagem Sub-superficial
Este capítulo abrange em principio as considerações e orientações na verificação das
condições de drenagem sub-superficial, recomendações para as investigações de campo
e colecta de dados, e projecção da drenagem sub-superficial.
Se a humidade sub-superficial é excessive pode ser prejudicial para o desempenho do
pavimento da Estrada. Não obstante, o impacto da humidade sub-superficial depende do
volume do tráfico, particularmente o peso. Para estradas de muito baixo tráfico a
drenagem susuperficial pode ser considerada apenas em situações extremas como
Pântanos ou áreas com com o lençol freático próximo ou onde o teor de humidade
sazonal pode aumentar acima de 1,1 do Teor Óptimo Máximo de Humidade. Para
estradas de elevado volume do tráfico todas as áreas com levado potêncial para a
humidade subsupercial devem ser verificadas e tomadas medidas apropriadas para a sua
remediação̸.
O efeito da permeabilidade do solo e a determinação dos trabalhos para garantir o
mínimode distância vertical para a água subterrânean em relação a camada do
pavimento devem ser definidos ̸.
Valores de 1 a 1,5 m para o limite referido atrás são propostos frequentemente como os
mínimos requeridos, mesmo durante as cheias prolongadas.

11.1 Fontes de Humidade da Subsuperficie


A humidade no pavimento pode vir de muitas fontes, conforme ilustrado na Figura 11-
1. A fonte principal da água infiltrada na estrutura do pavimento é geralmente a
proveniente da precipitação.

Figura 11-1 Fontes da Humidade encontrada debaixo da Superficie do


Sistema de Pavimento (ERES, 1999)
Uma verificação efectiva da humidade subterrânea envolve a investigação significativa
de várias fontes de água para a projecção de soluções efectivas, que ajudam a minimizar
a entrada de água e dreiná-la eficientemente para fora assim que ela tenha penetrado a
estrutura da Estrada ou fundação.

11.2 Príncipios do Projecto de Drenagem Subterrânea


Os principios mais importantes do projecto de drenagem subterrânea são dados a seguir:
1. Adequação do projecto– Isto é importante para garantir que a avaliação das
condições de drenagem subterrânea seja determined cuidadosamente de modo

213
que o projecto seja o mais adequado para o meio em estudo e o padrão da estrada
em causa. As necessidades de intervenção deve ser igualmente determinadas;
2. Minimização da infiltração– O projecto deve envolver a minimização da infiltração
de água no pavimento ou no solo. No entanto, nenhuma suposição deve ser feita
que nenhuma superfície pode ser suficientemente impermeável ao longo da vida
da estrada;
3. Drenagemsobre a profundidade efectiva da estruturamaterial ao longo d
aprofundidade– o projecto deve permitir drenagem efectiva através do material
constituinte da profundidade ou influência da profundidade da carga devido o
tráfico, isto é, o lençol freático ou níveis altos de humidade não devem ser
permitidos dentro da profundidade de influência da carga devido ao tráfico. Em
termos gerais a profundidade minima deve ser de 600 mm;
4. O cálculo de permeabilidade deve ser feito usando os vários métodos descritos a
abaixo. No entanto, deve-se ter cuidado pois qualquer variação das condições da
massa do solo pode ter um efeito significante na drenagem da água subterrânea
ou permeabilidade da massa do solo. Quaisquer resultados de laboratório deve
ser correlacionados com as condições actuais do terreno;
5. Complexidades de manutenção– É muito dificil manter a drenagem subterrânea.
Por essa razão o projecto deve-se basear no principio de uma prova de falha; Isto
quer dizer que o sistema de drenagem deve ser devidamente mantido
independentemente ao longo da vida útil da estrada;
Recomendações
Devem ser consideradas as seguintes recomendações antes de partir para a drenagem
subterrânea.
1. Carga devido o tráfico– O tráfico deve em geral ser maior que 0.3 MESAs. No
entanto, as estradas com baixa carga devido o tráfico podem ser consideradas
onde o lençol freático alto prevalence.
2. Precipitação– a precipitação minima annual deve ser de 500 mm.
3. Infiltração prevista–a infiltração esperada deve ser mais que 1/3 a 2/3 da
precipitação de retorno máxima por hora, numa frequência anual; a frequência
depende do tipo de pavimento e condição à data.
Embora estas sejam directrizes gerais, avaliações minuciosas devem ser feitas para
assegurar que sinais de alto teor de humidade no estado do solo no terreno, são tidas
em consideração.

11.3 Aproximando Passo a Passo ao Projecto de Drenagem


Subterrânea
Os procedimento seguintes fornecem indicações para um projecto efectivo de drenagem
subterrânea.
1. Estudo de gabinete - Este envolve ta avaliação das condições climáticas,
geológicas, vegetação e topográficas da área em estudo. Outra informação pode
ser obtida com base no conhecimento do local e e experiência passada.
Detectores de imagens satélites e radars de penetração no solo podem ser usados
para obter informação sobre a drenagem subterrâsnea;
2. Trabalho de reconhecimento topográfico–Este envolve trabalho de investigação
da água subterrânea no terreno para avaliar as condições da água subterrânea e
para a recomendação de investigações de campo e laboratório mais apropriadas.
Nesta fase maior parte das verificações devem-se basear em observações;
3. Testes laboratoriais e de campo - Os testes de campo e de laboratório são
realizados nas secções, que são identificadas durante o trabalho de

214
reconhecimento como sendo potenciais locais com problemas de drenagem
subterrãnea. As investigações de campo e de laboratório incluem testes de
penetração dinâmica (DCP), furos e a determinação das características ou
propriedades dos materiais que constituem a massa do solo em estudo;
4. Determinação dos principais factores do projecto da drenagem subterrânea – É
muito importante considerar factores que influenciam no processo de projecção
da drenagem subterrânea. Estes incluem a o tráfico, características da massa do
solo, condições climáticas, métodos constructivos, facilidade de manutenção e
factores económicos;
5. Projecto de estruturas de denagem subterrânea – Isto envolve a determinação
de permeabilidade das amostras do solo e da massa do solo, retenção da água,
descarga e deposição de água subterrânea e do execssive de humidade
subterrânea. Consiste igualmente na projecção de elementos estruturais do
sistema de drenagem subterrãnea;
6. O projecto das estruturas de drenagem subterrânea – Este envolve o projecto
dos elementos estruturais dos sistemas de drenagem;
7. Monitoramento – O desempenho da drenagem subterrânea deve ser monitorado
de modo adoptar medidas corrective quanto cedo possível durante a sua vida útil
de serviço.

11.4 Estudo de Gabinete


É importante que seja realizado um estudo de gabinete para colher ou colectar toda
informação relevante para a avaliação e projecção da drenagem subterrânea
1. Clima - A quantidade de água subterrânea depende em grande medida da
quantidade de precipitação e da sua distribuição durante o ano. Esta informação
é obtida a partir do mapa hidrológico e dos dados históricos, obtidos das
autoridades meteorológicas, Instituto de Meteorologia. Zonas de maior
intensidade pluviométrica requerem maior ou verificação mais profunda da
drenagem subterrãnea. Um sistema de drenagem superficial mais eficaz dispersa
em geral 10 a 70% de precipitação, quer dizer, 30 a 90% da água penetra no
solo. Uma quantidade signficativa da água do solo é desviada através de
diferentes formas naturais:
a. Evaporação - Desempemha o papel mais relevante em climas quentes;
b. Transpiração das plantas – Plantas como eucaliptos sugam quantidades
significantes de água do solo e a transportam para atmosfera através da
transpiração ;
c. Infiltração/drenagem natural–A drenagem natural subterrânea através de
materiais permeáveis ou fissuras em caso do gradient hidráulico ser
significante;
A água tende a acumular-se quando a infiltração é maior do que o mecanismo de
descarga referido acima, de (a) a (c). O projecto de drenagem fornece capacidade
de drenagem adicional para evitar a acumulação de água numa massa de solo ou
pavimentos.
2. Geologia - A natureza dos solos, a sua característica e permeabilidade determina
a abilidade das massas de solo para drenar ou reter a água subterrânea. Esta
informação a respeito da geologia ao longo da estrutura da estrada pode ser
obtida dos mapas geológicos e de caracterização do solo, e dos relatórios de
investigação geológica. O projecto de drenagem envolve o processo de
determinação das características de drenagem do solo das massas do solo de
modo a determinar o sistema de drenagem artificial necessário para
efectivamente drenar a água para fora e depositá-la de forma segura. A existência

215
de camadas impermeáves na massa do solo pode conduzir a subida do lençol
freático. A formação de rochas no subsolo pode conduzir a mudança do gradiente
hidráulico, que por sua vez afecta o fluxo da água subterrânea. Os relatórios
geológicos deve ser estudados para melhor determinar a as características da
drenagem e tomar as medidas de mitigação apropriadas.
3. Vegetação - Há tipos de vegetação, que podem dar indicação das condições de
drenagem do subsolo. Esta informação pode ser obtida dos mapas contendo
informação Agricola.A vegetação típica incluiu a mangue, que se desenvolve em
zonas cujo subosolo se apresenta com humidade bastante elevada e por vezes
ocorre encharcamento.
4. Topografia - A topografia influencia a drenagem da massa do solo através do
gradiente hidráulico, quepor sua influencia na quantidade de água que se infiltra
no solo comparada com a do escoamento superficial. Os gradientes hidráulicos
influenciam também à drenagem da água subterrânea através das massas do
solos, fissuras das rochas e outras linhas de água subterrânea ou curso de água.
As planícies susceptíveis a inundações tende a ter lençol freático alto, grande
camada do subsolo tende a ser bem drenada e a base do talude tende a ser
molhada propensa a quedas de água. O projecto de drenagem tem em
consideração o efeito da topografia na infiltração e na drenagem natural do
terreno. Isto envolve a determinação de sistemas de drenagem subterrânea, que
são apropriados para gradientes hidráulicos predominantes em solos e massas de
terras.
5. Conhecimento do local e experiências anteriores –O conhecimento das
caracyerísticas da drenagem subterrânea ou comportamento pode ser obtido a
partir das autoridades locais e habitants do local. A experiência anterior sobre o
meio ambiente e os solos, e investigações levadas acabo previamente em áreas
circunvizinhas podem ser fontes úteis de informação..
6. Remote de sensoriamento – Este inclui imagens fotográficas (ambas preto e
branco e colorida) e sua interpretação, linhas infravermelhas, imagens satélites,
etc. Estes dão indicação de padrões de drenagem e algumas características
geológicas próximas à superfície, que influenciam na drenagem subterrânea.

11.5 Reconhecimento
Na planificação de sistemas de drenagem subterrânea, deve-se realizer investigação de
campo. Existem duas condições básicas da água subterrânea, que fazem com que os
sistemas de drenagem seja essenciais:
1. Água subterrânea com o gradient hidráulico menor que a inclinação do terreno –
Indicadores típicos incluem manchas molhadas e saídas visíveis ao lado de um
corte. Nestes casos drenos interceptores podem ser instalados.
2. Lençol freático próximo da superfície– sinais disso são pontos molhados em
colapso nas áreas planas. Esta condição levanta-se onde a água infiltra-se a partir
de zonas altas ou através da uma camada da superfície gotejante.
As observações devem ser realizadas no que diz respeito a:
1. Geologia - O regime de humidade no terreno ou na massa do solo e fases de
humidade associadas dependem de enúmeras variações da permeabilidade do
solo e do leito rochoso dão muitas vezes indicações de possível acumulação de
água subterrãnea, curso de água no subsolo e manchas molhadas do lençol
freático. Estes podem incluir:
a. Rocha fracturada, fissurada ou articulada, diques impermeáveis e massas
sólidas;
b. Diques impermeáveis cortando camadas permeáveis;

216
c. Camadas aletrnadas de rochas sedimentares, incluindo xistos, argilitos,
arenitos de diferentes permeabilidade;
d. Planta geral de implantação de estrato da rocha – horizontal ou em
diferentes ângulos;
Característsicas do solo, que dão uma indicação de lençol freático empoleirado ou áreas
com elevado teor de humidade incluem:
a. Um solo arenoso permeável transportado sobrepondo-se a um solo
argiloso impermeável;
b. Processo pedogênico resultando na formação de laterites (ferricretes) e
calcretes. Estes são formados pelça precipitação de óxido de ferro,
manganésio e de alumínio a partir da solução em processo, onde cheia
sazonal e a seca do subsolo ocorre;
c. Descoloração surge a partir da dissolução dos minerais do solo em zonas
frequentemente saturadas;
A investigação deve ser realizada por um Hidro-Geólogo qualificado.
2. Vegetação - a variação na côr e crescimento vigoroso ou vegetação hidrofílican
dão indicações de condições do terreno com elevado teor de humidade ou lençol
freático empoleirado, por exemplo:
a. Vegetação hidrofílica como canas, árvores de mangue, juncos, etc. são
uma indicação de condições pantanosas;
b. A variação na côr e vigor de crescimento de plantas dão uma indicação de
elevado teor de humidade. in colour and vigour of growth of plants give
an indication of high moisture content. Côr roxa em plantas como a grama
é geralmente uma indicação de condições de uma área subersa ou
pantanosa e uma escassés de minerais como potássio nos solos devido o
excesso de diluição;
c. Padrões geogáficas de vegetação como uma fila de árvores ou secções
gramadas dão uma indicação curso de água subterrâneo próximo da
superfície ou linhas de falha ou diques intrusivos.
3. Topografia - O formato do terreno, depressões, linhas de vales, captações, etc.
influenciam a drenagem e condições de humidade do terreno e massas de solo.
A determinação das características do fluxo de água subterrânea nas pendentes,
acumulação de da água nas depressões é essêncial. A topografia é um dos
aspectos mais importantes no projecto de drenagem de pavimentos e massas de
terra, por exemplo as zonas planas são relativamente mais difiéis para drenar ou
escoar a água que as zonas mais altas;
4. Falhas na superfície da Estrada Bombagem, sulco, fissuras devido a tensão ou
corte e a extensão de reparações pode ser igualmente um bom indicador de
elevada humidade no pavimento da estrada existente. Uma investigação
minuciosa da humidade do pavimento deve ser realizada antes do projecto de
remediação.

11.6 Testes de Campo e Laboratório


Por forma a colher dados e informação para o projecto, investigações detalhadas de
campo e de laboratório devem ser realizados.
1. Teste de poços – testes de poços são escavados para determiner condições de
humodade do terreno e para colhere avaliar amostras do solo. O perfil do solo
deve ser avaliado para determinar se apresenta um dos seguintes casos:

217
a. Água estagnada a partir do lençol freático permanente ou a aproximar-se
junto da superfície ou sinais de infiltração;
b. A estrutura do solo é susceptível a infiltração sazonal, i e, fissuras,
manchas de descoloração apartir da dissolução de minerais, buracos,
juntas, etc.
c. Características e classificações das escavações e codificação dos
materiais;
Uma vez estabelecidos o problema de elevado teor de humidade no terreno/subsolo ou
o lençol freático, os solos deve-se submeter a uma série de testes apropriados para
avaliar e aprovar os materais para os sistemas de drenagem.
O número necessário de testes de poços para a investigação de campo deve ser
determinado na extensão e severidade do problema de drenagem. Em geral intevalkos
de 20-30 m podem ser suficientes nas secções problemáticas.
2. Furos - Quando as condições da água subterrãnea são mais severas, devem ser
feitos furos para obter o solo, rocha e o perfil da água subterrãnea, para o
propósito do projecto. Dados e informação que devem ser colhidos incluem:
a. Perfil da profundidade do solo– para determiner o tipo e características
dos solos e sua indicação clara da permeabilidade;
b. Perfil da rocha – para determiner a natureza e características de perfis da
rocha, permeabilidade, e orientação geológica (ângulos profundos do
estrato rochoso);
c. Níveis da água subterrânea – Estes devem ser determinados na altura da
testagem, e também monitorados mais de 1 ano para determinar as
variações sazonais;
d. Permeabilidade da massa do solo – Isto é realizado por medição ao
rebaixamento do nível da água (abaixamento do lençol freático nos furos)
uma vez a água é bombeada para fora
3. Tubos de suporte – estes são tubos colocados no subsolo e usados no
monitoramento da cota da água subterrânea e flutuações antes, durante e depoid
da construção, Figura 11-2.

218
Figura 11-2 Instalação Típica de um Tubo de Suporte

11.7 Determinação da Permeablidade


Permabilidade de um material é a medida da sua capacidade para permitir que um fluido
passe através dele. No caso de solos, rochas, pavimentos, subcamadas adjacentes,
terrenos naturais circunvizinhos e materiais de filtro, o movimento de água dentro destes
através deles e fora deles é determinado pela permeabilidade destes materiais.
Há 2 metódos para a determinação da permeabilidade :
1. Cálculos provenientes do material e dos parâmetros de campo – Estes incluem a
determinação de propriedades dos materais incluindo a granulometria, limites de
Atterberg, formas das partículas e mineralogia, e a determinação dos gradientes
hidráulicos. Estes parâmetros são usados para calcular as características das
amostras do solo e estimativa de características da massa do solo. As velocidades
mais elevadas de escoamento são obtidas nas condições de saturação. Isto
representa o caso de pior cenário para o projecto. A permeabilidade é definida
usando a Lei de Darcy. As condições não saturadas existem e a velocidade de
escoamento seria baixa. A análise de elementos finitos mais complexos pode ser
aplicada para calcular a velocidade de escoamento neste caso
2. Medição directa/testagem da permeabilidade – Esta é feita nas amostras
obtidasdos testes dos poços and furos de modo a determinar a permeabilidade
dos solos no terreno .

11.7.1 Cálculo de Permeabilidade Usando a Lei de Darcy


Devem ser determinados os seguintes parâmetros :
1. Distribuição das partículas conforme o tamanho – Os materiais finos são
geralmente menos permeáveis que materiais granulares.
2. A forma e a textura das partículas – As superficies irregulars e rugosas tendem
a reduzir a permeabilidade.

219
3. Minerologia – exemplo, solos com alto teor de minerais argilosos tendem a ser
impermeáveis .
4. Indice de vazios e porosidade – alto índice de vazios e porosidade conduzem a
elevada permeabilidade
5. Nível de saturação – baixo nível de saturação inibe o escoamento de água através
de solos e neste caso a Lei de Darcy não é aplicável .
6. O perfil do solo – estratificação e orientasção das partículas ;
7. Dispersão de finos – a distribuição do material fino or argiloso ou siltoso nas
massas de solos gera variações significantes na permeabilidade ;
8. Discontinuidade – a presença de fissuras ou canais de escoamento em massas de
solo aumenta a permeabilidade;
9. Densidade– maior densidade conduz ao baixo índice de vazios e reduz a
porosidade, e por conseguinte baixa permeabilidade .
10. Natureza de fluido – viscosidade e por via disso coeficiente de permeabilidade k
difere para diferentes fluidos e para a água a diferentes temperaturas. Os testes
de permabilidade devem ser realizados a 20˚C.

Figura 11-3 Medição de Permeabilidade, Lei de Darcy


A Figura 11-3 mostra a aplicação da lei de Darcy na determinação da permeabilidade
dos solos.

𝑭𝒍𝒐𝒘, 𝑸 = 𝒌𝑰𝑨 (11-1)

Onde I = h/L (gradiente hidráulico)


A = área (m2)
k = coeficiente de permeabilidade (m/s)
Os intervalos do coeficiente de permeabilidade são indicados na Figura 11-4.

220
Figura 11-4 Diagrama dos Coeficientes de Permeabilidade

Além da determinação da permeabilidade das massas de solo, é igualmente importante


determinar a permeabilidade de materiais de filtro, que podem ser usados na drenagem
subterrânea (Tabela 11-1).

221
Tabela 11-1 Permeabilidade de Materiais de Filtro com Agregados de Tamanho
Único (TRH1, SA, 1994)

Material Permeabilidade Apropriada (m/sec)

Pedra de tamanho único


19,0 mm 1,0
13,2 mm 0,2
9,5 mm 0,05
6,7 mm 0,01
Areia grossa 0,005-0,001

A permeabilidade de materiais naturais pode ser calculada usando a fórmula de Moulton

(𝑫𝟏𝟎 )𝟏,𝟒𝟕𝟖 (𝒏)𝟔,𝟔𝟓𝟒


𝒌=𝑪 𝟎,𝟓𝟗𝟕 (11-2)
(𝑷𝟎,𝟎𝟕𝟓 )

Onde k = coeficiente de permeabilidade em m/sec


C = constante (1.94 para unidades usadas na equação)
D10 = 10% do diâmetro passando pelo peneiro, i é, tamanho das
partículas correspondente a 10% passando (em mm)

correspondendo a 10% de passagem


n = porosidade
P0.075 = Percentagem que passa pelo peneiro de 0.075mm
A porosidade é calculada usando a seguinte equação

𝝆𝒅
𝒏=𝟏− (11-3)
𝑮

Onde 𝜌𝑑 = densidade seca


G = Gravidade específica

11.7.2 Método Directo


Métodos directos envolvem medições correntes de tempo, velocidade e gradiente
hidráulico e incluem:
1. Testes laboratoriais - envolvendo permeâmetro de subida e descida constantes /
involving constant head permeameter and falling head permeameter. Os testes
de permeâmetro de cabeça constante são mais fiáveis para materiais de
permeabilidade baixa. Os materiais com a permeabilidade no limite (10 -5 m/s)
requrem mais experiência pois os resultados podem ser afectados por ar preso

222
ou por finos na superficie do filtro da amostra. Estes testes de permeabilidade
são ilustrados na Figura 11-5;
2. Testes de campo - os tstes são realizados usando o método de furos e este é
adequado massas de solo uniforme. Os procedimentos são os que se seguem:
a. Abrir um furo até a uma profundidade de aproximadamente 600 mm (a
profundidade deve estar entre 200 mm a 2000 mm) debaixo do lençol
freático;
b. Esperar até o nível de água no furo esteja restabelecido no seu nível
natural, o que pode levar aproximadamente 2 horas para areia e 12 horas
para o materiais argilosos;
c. Bombar rapidamente a água para for a até a profundidade de 300 mm ou
conforme a necessidade e de que a água suba até a cota natural do lençol
freático;
d. Fazer o registo sobre o retorno do lençol freático, medindo altura e o
tempo.

Figura 11-5 Testes de Permeabilidade para Massas do Solo

H= profundidade do furo ou buraco abaixo do nível original do lençol


freático
R= raio do furo ou buraco em mm
∆Y = Yo-Yt = altura (mm) que a água sobe num tempo determinado
∆ T (segundos)
Ym = ∆Y/2+Yt = Distância da cota original do lençol freático para a média do
cota da água (em mm) em intervalos de tempo ∆T (em segundos).
S = Profundidade da camada impermeável abaixo da base do furo.
As seguintes condições devem ser satisfeitas:
a. 30mm<r<70mm
b. 200mm<H<2000mm
c. ∆Y≤0.25Yo
d. 0.2H<Ym

223
Coeficiente de permeabilidade em m/dia
Se S>H:

𝟒𝟎𝟎𝒓𝟐 ∆𝒀
𝑲= 𝒀 [ ] ⁡⁡⁡𝒎/𝒅𝒂𝒚 (11-4)
(𝑯+𝟐𝟎𝒓)(𝟐− ) ∆𝑻
𝑯

Se S=0:

𝟑𝟔𝟎𝒓𝟐 ∆𝒀
𝑲= 𝒀 ⁡[∆𝑻] ⁡⁡⁡⁡⁡𝒎/𝒅𝒂𝒚 (11-5)
(𝑯+𝟏𝟎𝒓)(𝟐− )
𝑯

Comprimento em mm e tempo em segundos

11.8 Drenabilidade
A Drenabilidade é a capacidade de uma massa de solo em dissipar água porosa
ousubterrânea através da drenagem por gravidade. Acontecendo isto rapidamente, a
massa de solo é considerada drenável e isto é próprio do material granular grosso. Solos
de material granular fino com minutos de poros seriam menos drenáveis. Apresentam-
se abaixo os factores que afectam a drenabilidade.
1. O movimento da água através daqueles solos é extremamente lento.
2. Uma proporção significativa da água é retida no solo por forças de capilaridade e
como filme adsorvido .
Figura 11-6 mostra a drenabilidade de diferentes solos.

224
Figura 11-6 Drenabilidade de Solos

11.9 Capillaridade
A capilaridade é um aspecto importante de drenagem subterrânea. Em Materiais finos
como solos siltosos e argilosos, o efeito da capilaridade pode ser 4 a 5 m acima do lençol
freático devido a cabeça de sucção. A capilaridade do solo deve ser determinada como
parte do projecto.

11.10 Determinação dos Factores-Chave para o Projecto da Drenagem


Subterrânea
Antes do ínício de projectos detalhados deve-se determinar os parâmetros do projecto ,
pois, estes tem influência nos pressupostos do projecto e na qualidade do projecto de
sistemas de drenagem subterrânea necessária.
1. Tráfego - A carga acumulada do peso do eixo, medida ao longo da vida de um
pavimento é um factor necessário na projecção do sistema de drenagem
subterrânea. Este é potêncial indicador para os danos da estrutura do pavimento
a partir do peso por eixo. O volume total do tráfico deve ser contabilizado no
projecto geométrico da Estrada. Como uma especificação geral, a drenagem
subterrânea deve ser considerada como e quando necessária para todas as
estradas de alto volume de tráfico;
2. Características do solo - são factores-chave influenciando nas características do
projecto para redução dos danos causados pela humidade. A resistência,
deformação, gradação e permeabilidade da camada do solo influenciam no

225
projecto do pavimento e na necessidade de dispôr de uma drenagem
subterrânea;
3. Condições climáticas - como a precipitação, congelamento e descongelamento,
e ciclos de temperaturas diária e sazonal, todos influenciam no subleito e
camadas de pavimento e portanto são importantes na selecção de projectos
alternativos. Pavimentos localizados em regiões com pouca precipitação e sem
congelamento não precisam de drenagem subterrânea;
4. Considerações de construção - há necessidade de uma avaliação para determinar
o tempo necessário para o início da construção, o período que antecede a
reabilitação de vulto ée necessário, e a frequência da futura manutenção. Um
dado importante, especialmente para estradas urbanas e outras rotas de alto
volume de tráfego, onde a contagem do tráfego é cara e o tempo de fecho de
faixas dve ser minimizado;
5. Comparações de custo - as autoridades governamentais e municipais reconhecem
a necessidade para a avaliação de todos os custos de uma auto-estrada para a
melhoria ao longo de um determinado período de análise do projecto, em vez de
se proceder apenas a comparação de custos inciais de construção de diferentes
alternativas;
6. Economia - A análise que compara custos maiores de melhoramento de uma auto-
estrada ao long do period de análise escolhido deve considerar custos iniciais de
construçõa, custos de manutenção, reabilitação, e de utilização;
7. Facilidade de manutenção – do sistema e do desempenho esperado devem ser
considerados como parte dos critérios do projecto.
Esta informação ajuda na tomada de decisão dos padrões necessários de sistemas de
drenagem subetrrânea para o padrão da estrada e condições ambientais predominantes.

11.11 Projecto de Drenagem Subterrânea


O projecto de drenagem envolve o seguinte:
1. Determinação da capacidade de retenção daágua pelas massas de solos, i é, a
diferença entre infiltração e o escoamento ;
2. Mitigação de problemas de drenagem subterrânea através da modificação da
geometria da estrada, minimizando a infiltração e maximizando o caudal
hidráulico para o escoamento da água subterrânea ;
3. Selecção e projecção do pavimento com o objectivo de maximizar a drenagem e
minimizar a susceptibilidade ;
4. Bio-engenharia para a drenagem substerrânea .

11.12 Projecto de Estruturas de Drenagem Subterrânea


Os seguintes aspectos incorporam os principais projectos de drenagem subsuperficial:
1. Projecto de colectores;
2. Projecto de filtros;
3. Projecto de meios de transporte e descarga;
4. Monitoramento:
a. Configuração de piezômetros;
b. Avaliação da eficácia de sistemas de drenagem subterrânea.

226
11.12.1 Tipos de Sistemas de Drenagem Subterrânea
O projecto do pavimento que não incorpora sistemas de drenagem subterrânea é
apresentado da Figura 11-7 para a Figura 11-9. O pavimento sem drenagem subterrânea
tem a água que infiltra as camadas da base e a subbase e se encontra retida nelas. A
camada de aterro e as bermas são feitas em solos de granulometria fina, actuando como
barreiras que previnem a água de sair, consequentemente resultando na acumulação
da água ao longo do tempo. Esta situação é comumente conhecido por “trincheira”. Se
esta água não encontra o caminho para se escoar fora da estrutura a do pavimento,
problemas do pavimento vão-se manifestar . A construção do pavimento sem dispôr de
sistema de drenagem subterrânea pode ser aceitável em áreas com condições especiais,
tais como onde o material granular foi usando nas camadas de aterro, permitindo que a
água escoe verticalmente através da camada de aterro (ERES, 1999).

Figura 11-7 Secção Típica do Pavimento Betão Asfáltico

Figura 11-8 Secção Típica do Paviamento não-Drenante e PCC

Figura 11-9 Secção Típica de Profundidade Complete e Betão Asfáltico

227
Sistemas de drenagem subterrânea em auto-estradas pode ser classificado de acordo
com a fonte da água subtarrânea para a qual foram projectadas para controlar, o seu
desempenho, a sua localização e geometria.
Os Sistema de drenagem são divididos em 6 tipos distintos, nomeadamente :
1. Drenos interceptores ;
2. Drenos laterais longitudinais ;
3. Drenos transversais horizontais ;
4. Bases permeáveis ;
5. Revestimento da drenagem ;
6. Sistemas de poços
Um pavimento tipicamente drenável e bem projectado é constituido pelos seguintes
elementos:
1. Base permável em toda a sua largura, ou base não erodível debaixo do
revestimento do pavimento em AC ou PCC;
2. Uma camada de separação debaixo da base permeável de modo a evitar a
contaminação pelos materiais das camadas de aterro;
3. Drenos laterais longitudinais com as saidas próximas uma da outra, ou drenos
laterais ” iluminação de dia” directamente ligados à vala de drenagem.

11.12.2 Drenos Interceptores


Os Drenos interceptores (Figura 11-10 a Figura 11-14) são drenos subterrâneos
colocados até ao talude dos drenos laterais ou debaixo dos drenos laterais para
interceptar a infiltração de cima do talude e baixar a cota do furo do lençol freático
debaixo das camadas do. Estes drenos, igualmente chamados ”drenos de trincheira”,
consistem de uma trincheira, um tubo perfurado coberto de uma camada de blanket de
areia (150 mm de espessura todos os lados) ou geotextil na interface entre o solo e o
material de filtro ( fino ou granular), que rodeiam o tubo perfurado.
O projecto de drenos interceptores pressupõe a determinação de:
1. Permeabilidade do solo da encosta/talude (k);
2. Espessura da zona saturada para a água subterrânea (indicado como altura H na
Figura 11-11);
3. Inclinação do limite inferior do perfil do solo (S);
4. Altura do dreno acima do limite impermeável, Ho
Um exemplo no cálculo de descarga da drenagem subterrânea para o dreno interceptor
é indicado no Apêndice N.

Figura 11-10 Ilustração do Escoamento da Água Subterrânea ao Longo Duma


Camada Impermeável no Sentido de Descida para uma Estrada

228
Figura 11-11 Ilustração do Efeito de um Dreno Interceptor na Redução da
Cota do Lençol Freático
O dia graduado densamente iluminado ou bases permeáveis com drenos de borda
longitudinais devem ser usados para drenar água, que pode infiltrar na base da estrada
e subbases. Para pavimentos existentes drenos de bordo melhoram a drenagem.
A concepção dos projectos de drenos subterrâneos para diferentes pavimento e
geometria de Estrada são ilustrados da Figura 11-12 para Figura 11-14.

Figura 11-12 Dreno Interceptor Longitudinal Usado para Interromper a


Infiltração e Baixar o Lençol Freático

Figura 11-13 Drenos Longitudianais Simêtricos Usados para Baixar o Lençol


Freático e Recolher a Água A Infiltrar O Pavimento

229
Figura 11-14 Instalação de Drenos Multíplos Interceptore para O Control da
Água Subterrânea.

11.12.3 Drenos Longitudinais


A Figura 11-15 mostra projectos típicos da drenagem longitudinal, que deve ser paralela
ao eixo da Estrada e deve ser seguir o perfil da geometria da estrada.
A Figura 11-16 mostra sistemas multifuncionais de drenagem.

Figura 11-15 Dreno Collector Longitudinal Usado para Remover Água


Infilatrada na Secção da Estrutura De Estrada

230
Figura 11-16 Instalação de Dreno Longitudinal Multi-uso

11.12.4 Drenos Transversais e Horizontais


Onde o aterro ou a camada selecionada é usada, “efeito de banheira” pode ocorrer
quando a água infiltra-se e acumula nestas camadas. O projecto de drenagem
subterrânea vai incluir drenos longitudianais (e transversais) que necessário, Figura 11-
17. O mesmo sistema é usado para baixar o lençol freáticonas áreas de lençol freático
alto ou pantanosas.
Os drenos transversais são projectados em ângulos direitos para o eixo da Estrada ou
em alguns casos enviezados para dar conforto ao gradiente hidráulico natural (Figura
11-18), criando o que é chamado de “espinha de peixe” padrão. Isto é mais apropriado
para instalar estes drenos pelo menos 600 mm debaixo da laje do fundo dos drenos
laterais medidos a partir da laje do fundo do dreno lateral até ao lado de subida lateral
da estrada.

231
Figura 11-17 Drenos Transversais nas Curvas Super Elevadas

Figura 11-18 Instalação de Drenos Interceptores nas Secções de Corte Com


Alinhamento Perpendicular ao S Contornos Existentes
Os Drenos horizontais podem igualmente serem tubos horizontais perfurados nas
encostas de corte ou aterros laterais para a queda e aliviar as pressões da água nos
poros .

11.12.5 Medianas
Medianas referem-se os espaços entre as faixas de rodagem esquerda e direita. Drenos
subterrâneos (Figura 11-19) devem ser considerados ao longo de:

232
1. Lado baixo duma mediana abaulada onde a base do dreno da mediana é menor
que 0.2 m debaixo da camada de aterro do pavimento adjacente.
2. Lado baixo da mediana protegida com lancis onde a secção da encosta é igual ou
maior que 0.10 m/m
3. Lados da mediana com sistema de rega fixo ou largura maior que 6 m
4. Centro de medianas de relva plana sem sistemas de rega fixos e menor que 6 m
de largura.

Figura 11-19 Dreno Subterrâneo Mediano

11.12.6 Drenagem Encamisada


Um encamisamento da drenagem é uma camada larga e relativamente fina, que pode
ser aplicada no ou debaixo do pavimento para água, que tenha infiltrado no pavimento
ou das áreas circunvizinhas. Devem ser projectados com espessura suficiente de material
com um coeficiente muito alto de permeabilidade, Uma saida positiva para a água
recolhida, e, em alguns casos, o uso de uma ou mais camadas filtrantes de protecção.
Figura 11-20 através da Figura 11-23 mostra várias oprções de projectos de protecção
da drenagem.
Mantas de drenagem podem ser usadas efectivamente para controlar o escoamento de
água subterrânea , como ilustrado na Figura 11-23.

Figura 11-20 Aplicação de Mantas de Drenagem Horizontais

233
.

Figura 11-21 Aplicação de Protecção da Drenagem Horizontal

Figura 11-22 Protecção da Drenagem (Cunha) na Encosta de Corte Drenada


Pelo Dreno Colector Longitudinal

Figura 11-23 Protecção da Drenagem no Talude Lateral Exposto ao Dreno


Colector

234
11.12.7 Sistemas de Poços
Sob certas condições, como taludes de auto-estradas potencialmente problemáticos,
sistemas de poços verticais podem ser usados para controlar o escoamento de água
subterrânea e aliviar a pressão da água nos poros. Quando necessário, estes sistemas
são bombados para temporariamente baixarem o lençol freática durante a construção,
ou podem de outro modo podem gerar execesso de escoamento/transbordo para aliviar
a pressão artesiana. A práctica comum prove-los com algum Sistema de recolha, como
túneis, saidas de tubos perfurados ou drenos horizontais, de tal forma que podem drenar
livremente na sua base.

Figura 11-24 Uma Secção Tipica de Trincheira de Drenagem


A Figura 11-24 mostra sistemas de drenagem de poços que pode ser usados na
estabilização de taludes húmidos. A areia usada para o enchimento do poço vertical pode
ser usado para a drenagem acelerada de material fraco e fundação compressível, que
está em processso de consolidação devido a aplicação de uma carga superficial (Barron,
1948; Cedergren, 1977).

Figura 11-25 Saida Típica do Dreno Subterrâneo

235
A capacidade necessária do tubo e espaçamento de saidas ( Figura 11-25) pode ser
determinado por um dos três pressupostos, que são,:
1. Taxa do caudal infiltrado no pavimento (qi );
2. Taxa do caudal na base permeável; e
3. Tempo de escoamento do caudal .
O engenheiro é chamado a conceber um projecto que vai ao encontro com as
condições do terreno. O projecto de escoamento em tubo para esta aproximação
é determinado pela seguinte equação.

𝑸𝒑 = ⁡ 𝒒𝒊 𝑾𝑳 (11-6)

Onde:
Q= Taxa do caudal para escoamento do tubo, cu. m/dia
q i = infiltração do pavimento, cu m/dia/sq m
W = Largura da base permeável, m
L = espaçamento da saída, m

Para determinar o escoamento em tubo, a taxa do caudal do projecto a partir da


base permeável tem de ser ajustado. A equação resultante é:

𝑸𝒑 = 𝒌𝑺𝑹 𝑯𝑳𝒄𝒐𝒔(𝑨) (11-7)

Onde;

Qp = Taxa de caudal de projecto para o escoamento do tubo, cu m/dia


k = coeficiente de permeabilidade, m/dia
SR = inclinação resultante, m/m
H = Espessura da base, fm
L = espaçamento das saídas, m
A = Ângulo entre a secção do talude da estrada e a inclinação resultante
Para drenar a taxa de caudal assumido no tempo, o sistema de dreno de bordo
deve ser capaz de receber o escoamento gerado por drenar a base permeável. A
taxa de escoamento do tubo é determinada pela equação abaixo:

𝟏
𝑸𝒑 = 𝟐𝟒⁡(𝑾𝑳𝑯𝑵𝒆 𝑼) (𝒕 ) (11-8)
𝑫

Onde:
Qp = taxa de caudal de projecto para o tubo, cu.m/dia
W = Largura da base permeável, m
L = espaçamento de saída, m
H = Espessura da base, m
Ne = porosidade efectiva,%
U = Percentagem drenada, expressa como um decimal
tD = período de tempo de drenagem, horas

236
11.13 Especificações para Materiais de Filtro
A eficiência e sustentabilidade da drenagem subterrânea depende da selecção e da
especificação mais apropriada para a drenagem e materiais de filtro. Os seguintes
factores devem ser tidos em conta na selecção do materiais de filtro.
1. Manutenção ou substituição de sistemas de drenagem subterrânea incluindo
materiais de filtro podem não possível sem danificar a estruttura da Estrada e
portanto estes sistemas incluindo material filtrante devem terminar no serviço
completo da Estrada como um requisito mínimo;
2. Sistemas de drenagem subterrânea pode ser sujeitos à alta pressão em serviço
e podem ser susceptíveis a serem danificados durante a instalação, durante a
construção da Estrada e manutenção e, devem portanto, ser robustos e em geral
não degradáveis;
3. Os materiais filtrantes devem ser correctamente combinados com as
características da massa dos solos a serem drenados de modo a evitar
entupimento que pode ocorrer durante a construção ou logo depois da construção
ou ao longo do tempo.
Materiais de filtro são clasdsificados em duas grandes categorias :
1. Natural – Agregado grosso e fino incluindo solos granulares finos, exemplo areia;
2. Artificial/ sintético– Estes incluem materiais prefabricados como geo-tecidos e
betão com finos.

11.13.1 Especificações para Materiais Filtrantes Naturais


Se os materiais de filtro naturais estiverem disponíveis são mais duráveis e preferidos.
Estes incluem areia e agregados (pedra natural e britada).
Os materiais devem ser apropriadamente seleccionados para combiner com as
características e propriedades da massa do solo a ser drenada. O pressuposto principal
para a selecção dos materiais filtrantes é que as camadas filtrantes deve permitir uma
passage livre de água e impedir a passagem da massa do solo ou entrar na camada de
filtro. Isto ajuda em evitar o entupimento da camada filtrante ou tubulação.
As especificações são baseadas em tamanhos das partículas para o desempenho
satisfatório:
D = diâmetro do grão
F = material de filtro
S = representa o solo a ser drenado
D15S e D15F é a nomenclatura que representa tamanhos (diâmetros) das partículas
correspondents a 15% passando no gráfico analítico do peneiro para o solo a ser drenado
e o filtro respectivamente.
Os parâmetros importantes da especificação são os coeficientes de uniformidade e
tamanhos das partículas.
Coeficiente de uniformidade, U:

𝑫 𝑺
𝑼 = 𝑫𝟔𝟎 𝑺 (11-9)
𝟏𝟎

237
11.13.2 Especificações de Projecto para Drenagem e Filtração em Massas de
Solo Coesivos

As especificações para a drenagem e filtração de massas de solos coesivos são dadas na


Tabela 11-2.

Tabela 11-2 Especificações para Drenagem e Filtração de Massas de Solos


Coesivos

Situação Especificações

Critérios de Tubulação

Geralmente 𝐷15 𝐹⁡ ≤ 5𝐷85 𝑆

U < 1,5 𝐷15 𝐹⁡ ≤ 6𝐷85 𝑆


𝐷15 𝐹⁡ ≤ 20𝐷15 𝑆

1,5 < U < 4,0 𝐷15 𝐹⁡ ≤ 5𝐷85 𝑆


𝐷15 𝐹⁡ ≤ 20𝐷15 𝑆

U > 4,0 𝐷15 𝐹⁡ ≤ 5𝐷85 𝑆


𝐷15 𝐹⁡ ≤ 40𝐷15 𝑆

Critérios de
Permeabilidade

Todos solos 𝐷15 𝐹⁡ ≥ 5𝐷15 𝑆

Critérios de
Compatibilidade

Todos solos 𝐷50 𝐹⁡ ≤ 25𝐷50 𝑆

Recomendações:
1. P0.075 ≤ 5%;
2. Materiais filtrantes não devem ter lacunas na sua granulometria;
3. O projecto de materais filtrantes deve ser baseado na fracção mais fina do solo
drenado;
4. Se U> 4,0, O projecto deve-se basear na fracção passando 4,75 mm .

11.13.3 Especificações para Solos Coesivos


Critérios para materiais filtrantes:
D15F ≤ 0,4 mm ou
D15F ≤ 0,7 mm
A aplicação dos critérios é ilustrado na Figura 11-26.

238
Figura 11-26 Especificações para Drenagem e Filtração de Solos Coesivos

11.14 Materiais Artificiais/Sintéticos- Geotêxteis


Há 3 principais tipos de geotéxteis, i é, There are 3 main types of geotextiles i.e. tecido,
não tecido e malha. Muitos geotéxteis são feitos de polímeros e os mais comuns são
polipropilene e poliéster. Poliéster é mais forte e frequentemente resistente e portanto
preferido. Não obstante é mais caro que o polipropilene.
As espeficicações para geotéxteis, que são baseados no AASHTO M288-96 incorporando
“G” taxação são dados na Tabela 11-3.
O “G” Taxação é definido como uma medida geométrica da Queda do Cone e Testes de
Ruptura de CBR. O primeiro envolve a queda de um cone pesado através de um geotéxtil
e medindo a sua resistência e o último envolve a aplicação de um atenuador de CBR
através do geotéxtil and medindo a resistência ao impacto.

Tabela 11-3 Especificações para Geotêxteis

Classe de Resistência Elongamento Classificações de G


do Geotêxtil

Classe 1 <50 % 3000


>50 % 2000

Classe 2 <50 % 2000


>50 % 1350

Classe 3 <50 % 1350


>50 % 900

A classe que é leve (140 g/m2) é usualmente adequado para uso em drenagem
subterrânea .
A classe 2 pode ser usada em casos de separação camada de aterro e agregado .
A classe 1 é usada em condições particularmente de saturação como protecção de
drenagem como geotéxteis não tecidos.

239
12. Resiliência e Adaptação Climática

12.1 Introdução
O clima na terra sofreu mudanças na sua existência. Torana-se importante definer a
mudança climática por forma a sabermos encarar as suas consequências efectivas. A
distinção sobre as alterações climáticas é dada, considerando os seguintes aspectos:
1. Variação climática – trata-se de um caso de mudança climática de curta duração,
por exemplo quando a precipitação aumenta por alguns anos e a intensidade de
queda. Este fenómeno pode repetir-se por si mesmo de uma maneira
imprevisível;
2. Anomalias climáticas – trata-se do caso de um clima irregular e não usual e
fenómeno inesperado ocorre para um period curto, digamos alguns anos, por
exemplo as regiões áridas receberam níveis de precipitação muito altos enquanto
normalmente se espera este fenómeno em regiões húmidas .
3. Mudança climática – trata-se de uma mudança permanente em parâmetros
climáticos, que num futuro breve pode ser considerada irreversível.
A ciência de engenharia civil visa neste caso controlar o meio ambiente de tal modo que
seja garantida a mitigação e minimizado o seu efeito agressivo e negativo. Para fazer
isso de uma maneira suficientemente efectiva o comportamento do ambiente de ser
razoavelmente previsível para que os riscos sejam avaliados e tomadas decisões
racionais. Modelos climáticos assistidos pelo computador podem ser usados para
fornecer as previsões nas mudanças climátivas num periodo longo. Com esta informação,
os engenheiros podem projectar para a resiliência climática nas infraestrutturas de
estradas e o ambiente geral das estradas.

12.2 Factores de Mudança Climática


A mudança climática é um tema técnico importante na concepção de estradas. Há muitos
factos em torno de mudanças que aconteceram em Moçambique, em relação às
condições climáticas, sobre as quais as estradas estão a oprerar e tem um impacto
directo no desempenho destas estradas.
De entre os vários factores influenciando nas mudanças climáticas destacam-se os
seguintes:
1. Temperaturas extremas – As temperaturas estão a tornar-se extremas em alguns
locais e o facto é prejudicial para o bom desempenho das estradas, pois, elevadas
temperaturas são a causa da deterioração acelerada das superfícies betuminosas
devido a sua rápida perda de voláteis e alta oxidação do ligante causando por sua
vez a fragilização do revestimento. Este facto conduz ao início de fissuração
prematura, desenvolvimento de buracos e por fim falhas igualmente prematuras
no pavimento.
2. Chuvas extrema - estudos em Moçambique mostram que as actuais quedas
pluviométricas anuais não sofreram um incremento significativo e em alguns
casos podem ter reduzido. Contudo, em muitos locais a intensidade de
precipitação aumentou com uma alta prevalência de tempestades tropicais e
ciclónicas. Isto aumentaram inevitavelmente os riscos de danos ou lavagem das
estradas e estruturas de drenagem. Sob estas condições, é evidente que toda a
rede de estradas tornou-se mais vulnerável e o custo annual de manutenção de
trabalhos de emergência é alto e sustentável.
3. Condições meteorológicas extremas frequentes – Estas são críticas no projecto
de estruturas de drenagem e para o efeito os seguintes aspectos importantes
deve ser considerados :

240
a. Curvas de Intesidade duração e frequência (IDF) – Estas podem necessitar
de uma revisão regular à luz das mudanças de condições climáticas.
Curcas IDF para Moçambique fotam desenvolvidas usando os dados de
Moçambique sãi indicadas no Capítulo 5.
b. Períodos de retorno de tempestades, também conhecidos por períodos de
retorno de cheias or frequência de tempestade, devem ser revistos porque
as mudanças climáticas em geral encurtaram os períodos de retorno de
algumas cheias destutivas, que por sua vez faz com que a infraestrutura
da Estrada seja mais vulnerável, por via do aumento significativo de riscos
de danos e lavagem.
4. Subida dos níveis do mar – Moçambique tem uma Linha costeira muito extensa
e a subida do níveis do mar vão afectar as zonas costeiras e qualquer estrada
constuida ao longo da costa . Isto pode incluir também a inundação da terra onde
ocorreram assentamentos e em alguns casos em partes das vilas .

12.3 Riscos Climáticos e de Engenharia


Registos de precipitações e tempestades são guardados para permitir que os
meteorológitas façam a previsão de número de vezes que a tempestade de uma
intensidade particular ocorra com maior ou menor probabilidade, digamos cada 100
anos ou ao longo de 50 ou cada 10 anos por exemplo . Prever o tempo exacto em que
é provável ocorrer não é possível mas calcular a probabilidade de ocorrência é tudo que
se requere para determiner os riscos da sua cocorrência e o balancear o custo de
projectos de engenharia para atender a uma tempestade e as consequências da falta
de resposta e pôr em risco uma falha de algum tipo.
Se a infraestrutura é muito cara e a substituição ou reparação é igualmente cara, um
risco mínimo pode ser aceite. De outro modo, algumas estruturas de engenharia podem
se danificar mas as consequências podem não ser severas; a vida pode pode não estar
em risco ou a reparação pode não ser cara. Decisões racionais podem ser tomadas
relativamente as opções de projecto, mas apenas se a probabilidade de falha de uma
estrutura de engenharia pode ser calculada.
A identificação de mudanças climáticas significativas resultando aparentemente de
processos antropogénicos que tiveram lugar nos anos relativamente recentes está
causando problemas em muitos locais da vida humana. O maior desafio é a incerteza de
como estas grandes mudanças serão, quanto tempo vão levar para ocorrer, se podemos
fazer algo significante para para dimui-los ou pará-los por completamente, se a
estabilidade será restabelecida e como lidar com tudo isso.
A severidade das cheias é uma preocupação séria da engenharia porque muitas vezes a
a capacidade de estruturas de drenagem é excedida levando-as à falhas catastróficas.
Figura 12-1 e Figura 12-2 ilustram os danos que pode ocorrer, e o impacto disso tudo
na comunicação e serviços de transporte.
1. Danificação e lavagem de estruturas de drenagem / Damage and washaway of
drainage structures – Estas são críticas e algumas vezes muito caras e o consume
de tempo para reparação demorado. As pontes levam muito tempo para construir
e tendem a ser muito caras. Na maior dos casos, fundos para tais trabalhos de
emergência podem não estar disponíveis e isto resultará na interrupção de
comunicação para longo período de tempo.
2. Onde as cheias ocorrem sobre uma extensão grande de estrada, esta, pode ser
lavada, algumas vezes 5 km a 10 km de uma vez e isto pode precisar mais de
12 meses para a reparação ser feita ou a Estrada ser reconstruida.
3. O maior desafio vem do aumento de frequência de re-ocorrência das cheias. Isto
pode não demorar ser longo depois da conclusão reparação ou reconstrução, as
cheias de severidade similar ou mais severas pode ocorrer e causar mais danos

241
a lavagens. Este é o maior problema em áreas de alto risco de cheias em
Moçambique.
Estes desafions particularmente o item (3) require uma infraestutura de Estrada mais
resiliente contra os impactos de mudanças climáticas ainda que aumento o custo de
projectos, construção e manutenção. O custo maior de reparações ou reconstrução e
impactos sócio-económicos de isolamento parciaql ou complete das comunidade e
economias locais e comércio supera muito o custo de desenvolver uma infraestrutura de
estrada resiliente a alterações climáticas.

Figura 12-1 Danos séveros devido a cheias

Figura 12-2 Inundação/Submersão de Infra-Estruturas

242
12.4 Desenvolvendo Infraestruturas Resilientes ao Clima
Esta secção abrange as considerações para as alterações climáticas que devem ser
levados em conta durante a planificação, construção e manutenção de LVRs e medidas
e serem tomadas para a garantia de infraestruturas resilientes às alterações climáticas
de modo a minimizar os riscos. Esta secção abrange igualmente metodologias e critérios
a seguir para desenvolver uma infraestruturas de Estrada resiliente as alterações
climáticas e a análise do custo e benefício. O processo é ilustrado na Figura 12-3.
O pressuposto para desenvolvimento de infraestrutura resiliente as alterações climáticas
tem dois caminhos:
1. Infraestruturas existentes – o pressuposto envolve avaliação de vulnerabilidade
de infraestruturas existentes e desenvolvimento de medidas para reforçar a
resiliência de tais infraestruturas contra os danos e outros prejuizos.
2. Infraestrutura nova – Infraestrutura nova deve ser projectada para ser resiliente
aos impactos de alterações climáticas de modo a reduzir a vulnerabilidade ou
riscos de ser danificada ou incorrer a outros prejuizos.

Previs Previsão
da alteração
climática ão de
Mudança
Climática

Avaliar o Risco
ea
Vulnerabilidade
Nacional

Áreas de Alto Áreas de baixo


RiscoAreas Risco sco
co

Infra-estrutura Nova Infra- Manutenção Infra- Nova Infra-


Existente estrutura Reforçada estrutura estrutura
existenteExist
ente
Projecto para Use critérios e Implementar Monitorar a Use critérios e
fortalecimento especificações melhorias no infraestrutura especificações
e proteção de projecto de local para por um longo de projecto
aprimorada resiliência reduzir a período normal para
climática vulnerabilidade LVRs

Implementar
os Projectos

Figura 12-3 Desenvolvimento de Infra-estrutura de Estradas Resilientes

243
O primeiro passo no desenvolvimento de infraestruturas resilientes as alterções
climáticas consiste em recolher informação sobre a estrada. Esta é principalmente
informação da localização das secções da Estrada ou estruturasa de drenagem pa serem
concebidos para a resiliência climática. É importante determinar o nível de risco o meio
representa para a Estrada ou estrutura de drenagem. O pressuposto é diferente para
áreas de baixo risco de cheiacomparadas com as áreas de alto risco.

12.4.1 Risco Nacional e Vulnerabilidade das Infra-estruturas Rodoviarias


Figura 12-4 mostra áreas de Moçambique com alto risco de cheia que devem ser
consideradas na engenharia de infraestruturas de estradas e drenagem. Isto pode ser
deduzido do mapa das áreas de alto risco de cheia que estão ao longo das maiores bacias
de rios, por exemplo, Bacias hidrográficas dos Rios Limpopo,Save, Púnguè e Zambeze.
As áreas costeiras consistem de terrenos planos e mais propensos a inundações. O
quadro de inundação é mais predominante e causa danos excessivos a infraestrutura da
estrada. Áreas vastas são inundadas por muitos dias submergendo a infraestruturas da
Estrada por longos periodos.

Figura 12-4 Zonas de Risco de Inundações em Moçambique

244
Inundações Ciclones Secas severas

Figura 12-5 Mapas de Distritos Propensos a Inundacoes e Secas Severas( Moçambique)

245
A Figura 12-5 mostra três de condições climáticas críticas em Moçambique.
Adicionalmentemapas de vulnerabilidade são fornecidos no Apêndice C. Estas mostram
populações e áreas com alto risco de acessibilidade e áreas propensas a inundações. As
medidas de mitigação descritas neste capítulo devem ser aplicados como parte do
projecto de drenagem
1. Risco de inundação / perigo por distrito – os mapas mostram regiões e distritos
de Moçambique e os seus níveis de riscos de inundações. É importante leva rem
conta o nível de risco da inundação no projecto e no reforço de infraestruturas
quando se desenvolvem projectos de estradas e a manutenção de estradas
nestes distritos;
2. Risco de seca/period por Distrito– risco de seca impacta infraestruturas e
cominidades de duas formas :
a. Temperaturas altas prolongadas – as áreas propensas à secas mostradas
no mapa são também áreas de temperaturas máximas extremas. As
temperaturas máximas extremas excedem algumas vezes 40°C por longos
períodos. Intensidade alta da luz UV, que acelera a oxidação de ligantes é
verificada igualmente nestas áreas;
b. A infraestrutura é fundamental para a distribuição da ajuda alimentar
nestas áreas e o impacto social de infraestrutura danificada ou isolamento
de cominudades pode ter sérias consequências sociais. Tais áreas
apresentam baixa precipitação annual mas os poucos fenómenos
extremos ou tempestades que ocorrem, tendem a ser muito pesados e
destrutivos à infraestrutura da estrada.
3. Ciclones e tempestades tropicais - estes são uma ocorrência frequente em
Moçambique e tornam-se mais violentos e destrutivos. Danos das inundações são
uma ocorrência anual e o custo de trabalhos de emergência é muito alto levando
para uma linha de pedidos insustentáveis. Áreas costeiras têm alto risco de
tempestades ciclónicas e inundações destrutivas. As províncias mais afectadas
em Moçambique são Gaza, Sofala, Zambézia, Nampula e Cabo Delgado. O
impacto destes ciclones deve ser levado em conta na projecção de novas
estruturas de estradas e drenagem, e manutendo e reforçando as existentes.

12.4.2 Projecção de Infraestruturas Resilientes às Alterações Climáticas


O projecto de infraestruturas resilientes às alterações climáticas devem-se basear em
dois principios-chaves.
1. Resiliência contra a perda de resitência quando submerso – significa que os
pavimentos e as estruturas de drenagem não devem ter uma perda significativa
de resistência quando submersos;
2. Resisiência contra danos causados pela inundação ou arrastamento – pavimentos
de estradas devem ser robustos o suficiente para resistir as forças causadas pelas
inundações;
3. Revestimento deve ser projectado para vida longa .
Nota: Estudos recentes – Seminário para debater sobre as soluções de estudos da
resiliência climática para determinar que aspectos dos estudos podem ser incorporados
no manual.

12.4.3 Resiliência do pavimento contra a Perda de Resistência⁰⁰Submersos


Critários de selecção dos materiais
1. Os materiais devem ter baixa sensibilidade à humidade – sensibilidade à
humidade é a mudança na resistência (CBR, DN) do OMC à condição submersa.

246
2. A sensibilidade à humidade para subbases e bases deve ser ≤ 25%-a diferença
entre o CBR em OMC e CBR embebido deve ser >25%. A sensibilidade à humidade
medida usando o DCP (DN) não deve também exceder 25% (≤ 25%) .
3. 50Sensibilidade à humidade para a camada de aterro não deve exceder %
(≤50%).
4. O produto de plasticidade dos materiais para subbases e bases não deve ser maior
que 90 (≤ 90).
5. Camadas de aterro, subbases e bases devem projectadas para o estado
submersoo.
6. Preferência deve ser dada ao material granular–a resistência proveniente da
interligação de muitos materiais pode ser sustentada quando a estrutura da
estrada está submersa.
Critério de dimensionamento do pavimento
1. Camadas de paviment deve ser livremente drenantes– Isto ajuda a minimizar o
tempo que leva para recuperar a resistência total depois da inundação.
2. Reforço de pavimentos– Reforço aumenta a resitência de camadas fracas de base
e evita a carga exercer impacto sobre a camada de base.
3. Superfícies amalgamadas– submersão das estradas conduz usualmente à
delaminação, i é, descasque das superficies/revestimentos nas interfaces da
primeira e a segunda camadas de revestimentos e/ou a interface entre o
revestimento e a base.

12.4.4 Resiliência de Pavimentos Contra Danos e Arrastamentos


Critérios de dimensionamento do pavimento:
1. Plano de rota– resiliência climática deve ser considerada durante a escolha da
rota e deve ser uma, que apresenta menor impacto das condições climáticas
extremas. Isto ajuda a minmizar o custo de fazer infraestruturas resilientes. O
processo envolve evitando áreas de alto risco de inundações quando viável.

2. Aterros Pequenos– onde há risco alto de inundação, aterros altos devem ser
evitados.Neste caso a altura da coroa ão deve exceeder 300 mm. Isto vai garantir
que a água escoe sobre o pavimento sem causar muitos danos ou qualquer dano
ao pavimento. Onde este problema fôr verificado como sendo muito severo, o
projecto do pavimento deve ter em conta ao facto, de tal maneira que a cota das
bermas esteja quase à mesma da terra circunvizinha.

3. Aterros altos– onde a inundação é provável sem possibilidade da altura da


corrente de água ser maior o aterro deve ser até 0.50 m acima da cota da água.
Caso a cota da inundação não possivel de ser determinada deve-se assumir que
o pavimento pode vir a estar submerse e o critério para escolha dos materiais
para manter pelo menos a sua resistência minima, deve ser aplicada.
4. Hidrodinâmica - Este é projecto de um perfil da secção do pavimento, que permite
a água escoar sobre o pavimento exercendo impacto mínimo. Este tem de ter a
forma do perfil da secção do pavimento conforme referido atrás.

a. O gradient dos declives laterais não deve ser mais íngreme que 1:5 ambos
a montante e a jusante. Esta forma minimize a formação de vórtices, que
são a causa principal da infraescavação debaixo dos pavimentos e das
estruturas de drenagem e, consequentemente constitui a origem de falhas
e danos durante a ocorrência de inundações. Esta forma de declives

247
laterais e da queda da faixa de rodagem fornece igualmente a forma
necessária para uma eficiente hidrodinâmica.

b. A superficie dos declives laterais deve ser uniforme a menos que o


revestimento/protecção seja aplicado para evitar a infraescavação e
arrastamento.

5. Revestimento– o pode ser aplicado aos declives laterais e bermas. O


revestimento pode estar em forma de cobertura ou reforço dos declives laterais
ou bermas.

6. Reforço de faixas de rodagem– o reforço das faixas de rodagem faz com que o
pavimento seja resiliente à infraescavação e arrastamento.

7. Trabalhos de protecção– Trabalhos de protecção podem ser projectados para


reforçar a resiliência de pavimentos.

a. Protecção de declives laterais–Isto pode incluir construction de pedra


argamassada seca ou húmida. Contudo, a forma apropriada da secção da
estrada para a eficiência hidrodinâmica não deve ser comprometida.

b. Viga de bordo– esta é a viga de betão construida ao longo da berma. As


dimensões devem ser de 100 mm de largura e 400-500 mm de
profundidade. A viga evita o arrastamento dos pavimentos.

8. Drenos laterais– a largura da laje do fundo do dreno não deve ser menor que
1000 mm e preferencialmente deve ser de 1500 mm & the width of drain inverts
should not be less than 1000mm.

9. Drenos de Mitra– o espaçamento de drenos mitra não deve ser maior que 50 m.

12.4.5 Resiliência da Estruturas de Drenagem Contra Danos e


Lavagens/Arrastamentos /
1. Plano de rota– As estruturas devem ser construídas em áreas de baixo risco e é
obrigatório fazer uma avaliação de riscos como parte de planificação da rota.
Áreas, que são propensas às inundações devem ser evitadas.

2. Periodos de retorno para cheias extremas– periodos de retorno apropriados às


tempestades e cheias para áreas de alto risco de cheias devem ser usados. Para
áreas propensas à tempestades tropicais e ciclones, pe4quenas estruturas devem
ser projectadas para periodos de retorno de 25 anos de tempestade/cheia, com
a possibildade de serem galgadas. Estruturas de dimensões medias devem ser
projectadas para periodos de retorno de tempestades/cheias de 50 anos e
analisados para periodos de retorno de 100 anos, com a possibilidade de serem
galgadas. Estruturas de dimensões médias incluem aquedutos em caixão e
pequenas pontes. Estruturas grandes incluindo pontes grandes devem ser
projectadas para periodos de retorno de 200 anos e analisadas para periodos de
retorno de 500 anos e considerar-se igualmente a possibilidade de serem
galgadas.

3. Estruturas monolíticas/compostas – estrutturas monolíticas ou compostas


consistem de uma unidade simples em vez de unidades estruturais discretas,
Figura 12-6. Estruturas monolíticas incluem aquedutos em caixão e em tubo,
estruturas de drenagem aberta ou fechada, etc. Estruturas não monolíticas
incluem pontes e aquedutos com elementos discretos. Uma ponte tem elementos
estruturais discretos, i é, encontros, pilares e tabuleiros, e estes não ligados e
suportam a estrutura de forma discreta. Torna-se fácil para cada element ser

248
arrastado ou deslocado, por exemplo o tabuleiro da ponte pode ser levantado pu
um pilar pode ser arrastado e isso precisa de forças manores para ocorrer. De
contrário estruturas monolíticas precisam muito mais forças para serem
deslocados ou danificados. As pontes devem ser projectadas e construídas à
resiliência climática, usando parafusos de ancoragem ligando a superestrutura à
subestrutura, que pode fazer da ponte uma estrutura monolítica e resiliente a
separação.

Figura 12-6 Estrutura Monolítica - Aqueduto em caixão

4. Hidrodinâmica - todas as estruturas devem ser projectadas para uma eficiência


hidrodinâmica. A consideração chave do ponto de vista de engenharia para as
estruturas é delas virem a ser submersas e podem estar sujeitos a elevadas
forças laterais induzidas pelas fortes correntes de água. Estas estruturas devem
oferecer o mínimo de resistência durante a passage da corrente de água. Os
componentes estruturais devem ser ovais com o lado mais estreito contra a
corrente, o que ajuda a minimizar o impacto das forças laterais.

5. Trabalhos de protecção – deve-se projector trabalhos de protecção para as


estruturas e estas devem ser reforçadas de modo a melhorar a sua resiliência
contra os danos originados pelas inundações ou arrastamentos.

a. Todas as estrutturas fundadas no solo devem ter paredes ambos a


montante e a jusante. A parede chave deve ter 0,50 – 1,0 m de
profundidade, Figura 12-7.

b. A profundidade da fundação não deve ser menor que 1.5 m e a


profundidade do topo da sapata não deve ser menor que 1.5 m abaixo do
nível do leito. A fundação deve ser maior que a profundidade máxima de
infraescavação para o period de retorno de 200 anos.

c. As sapatas sobre a rocha devem ter o dobro de ferrolhos do que o projecto


convencional exigiria de modo a garantir o encastramento da estrutura
para resistir as forças laterais.

d. Pavimento reforçado/revestimento de argamassa em torno dos elementos


estruturais é necessário para reforçar a protecção de estruturas e aterros.
Pavimento reforçado envolve o uso do betão ou pedra argamassada com
malha de armadura ( 6 mm de diâmetro e 200 mm de espaçamento).

e. O uso de outras formas em trabalhos de protecção como pedra


argamassada normal, gabiões, pedra arrumada, vegetação, etc devem

249
igualmente ser usadas em áreas menos críticas e podem ser usadas em
cominação.

Figura 12-7 Ilustração de Paredes de Cortina Chave na Entrada e Saida de


Aquedutos

12.4.6 Aprimoramento da Resiliência para Pavimentos e Estruturas de


Drenagem Existentes
1. Avaliação do risco da inundação de infraestruturas existente – Torna-se
importante fazer a avaliação do risco das infraestruturas existentes para
determiner a vulnerabilidade à alteração climática. Os mapas que fornecem
informação das áreas de alto risco devem ser usadas para este exercício. Áreas
prioritárias devem ser determinadas para uma avaliação mais detalhada. A
vulnerabilidade das infraestruturas depende de alguns factores.

a. A condição da infraestrutura– A infraestrutura que estiver em estado de


ruina, por exemplo, Sistema de drenagem disfuncional, elementos
estruturais fissurados ou instáveis, etc. Estas estruturas se não forem
reparadas vão muito provávelmente colapsar durante as inundações.

b. Ambiente da Estrada– os rios podem estar assoreados causando-os


estouros nas suas encostas inundado as áreas planas a seu redor.

c. As alterações climáticas podem conduzir a uma inundação, superando a


capacidade original das estruturas de drenagem para as quais fora
projectada .

d. Uso da terra pode conduzir à desflorestação e com o aumento do


escoamento ou da quantidade de detritos na água das cheias, podendo
provocar o entupimento das estruturas de drenagem.

2. Monitotamento de infraestruturas e condições climáticas – monitoramento de


infraestruturas existentes e manutenção de dados de intensidades de tempestade
e da severidade de cheias deve ser feita de forma rotineira. A informação a ser
colhida deve incluir o seguinte :

a. A forma de falha ou danificação – Isto vai ajudar a determinar as


intevenções mais apropriadas e necessárias para melhorar a resiliência da
infraestrutura da Estrada .

b. Previsão das mudanças climáticacs e seus impactos – se a infraestrutura


de drenagem, que já funcionou para longo tempo começa a falhar ou a
danificar-se, é uma indicação de que as especificações precisam de ser
revistas, constituindo esta como uma medida de mitigação.

250
3. Trabalhos de protecção – Programas devem ser introduzidos para reforçar as
estruturas existentes contra impactos adversos de mudanças climáticas, cujas
medidas inclue :
a. Alargamento ou revestimento de drenos
b. Reforço dos declives laterais
c. Aplicação de superficies amalgametadas
d. Construção e protecção em betão armado ou pedra argamassada
reforçada
e. Melhoraia hidrodinâmica de pavimentos mediante o ajustamento das suas
formas

4. Revestimento – Este é um método efectivo para evitar o arrastamento de


materais dos pavimentos .

Estas intervenções podem ser realizadas de uma forma paulatina.

12.4.7 Custo/ Análise de Benefício


O custo e análise do benfício para infraestruturas existentes deve ser conduzida por vias
normais.
1. Linha base Cenário de nada feito–esta será a Linha base e a partir desta Linha
base os benefícios e custos são computarizados nas base incremental. Os custos
e benefícios do cenário de nada feito inclui o seguinte:

a. O custo do dano ou arrastamento dque devia ocorrer inclui o custo de


manutenção da estrutura vulnerável. Em áreas de alto risco, isso será o
custo de substituição da estrutura ou seus components.

b. Custos sociais e económicos de perda da comunicação e transporte pela


estra – permite quantificar as perdas causadas nos produtos agricolas
pericíveis, falta de acessos aos centros comerciais, centros de saúde,
escolas e impacto de isolamento. Onde existe uma via alternatica, a
diferença do custo operacional do veículo (VOCs) por usar a via alternative
deve ser computarizado .

c. Os benefícios do uso da infraestrutura como via de redução do custo a


partir do cenário de nada feito.

2. Intervenção – esta é o cenário de faz alguma coisa e o custo e benefício inclui :


a. O custo de intervenção– Este é o custo de intervenção que visa em fazer
da infraestrutura resiliente às alterações climáticas portanto reduzindo o
risco de danificação ou arrastamento.

b. O benefício do aumento no valor do activo

c. Os beneficios socio-económicos de manutenção da comunicação e


transporte por Estrada.

251
13. Começo a Partir dos Padrões

13.1 Procedimento
Onde o Projectista parte de um padrão, escrito aprovação deve ser obtido do Director,
ANE. O projectista deve submeter a seguinte informação para a ANE:
1) O número. Nome, e descrição da secção da estrada;
2) O parâmetro do projecto para o qual um começo partir dos padrões é
desejado;
3) Uma descrição, incluindo valor normal, e o valor do começo partir dos
padrões;
4) A razão do começo a partir dos padrões, e
5) Qualquer mitigação a ser aplicada no interesse da segurança.
6) Justificação para o arranque
O projectista deve submiter todos os maior e menor começos a partir dos padrões para
a respectiva Direcção Regional para a avaliação. Se oscomeços a partir dos padrões são
aceitáveis, os começos dos padrões irão para a Garantia de Qualidade, Inspecção da
Estrada e Direcção de Segurança para a aprovação final.

252
COMEÇO A PARTIR DOS PADRÕES _ FICHA DE APROVAÇÃO

Nome do Projecto:
1. Descrição do assunto/desafios/problemas:

2. Padrão relacionado (s) (secção/página/fig./tabela no manual):

3. Começo proposto a partir de padrão (ões):

4. Impacto se qualquer (incluindo qualidade, custo, vida útil do projecto,


segurança) e mitigações, assuntos ambientais, sociais, etc:
No Impacto Mitigação

5. Submetido por:
Nome:____________________________________Designação:________________

Endereço da Empresa/Organização____________________________________________________________________

Email:________________________________________data:___________________

253
6. Recomendações pelo Director

Assinatura Data

7. Recomendações pelo Director (Projectos/DMAN)

Assinatura Data

8. Decisão (Aprovação/Condicional/Aprovação/Rejeição/Comentários pelo


Director Genral

Assinatura Data

254
14. Referências
1. Mesay Daniel Tulu “Event based rainfall-runoff modelling in semi-arid regions,
September 2010”, PhD Thesis.

2. Mohammed Abdulkadir Abdurahman “Assessment of micro-dam irrigation


projects and runoff predictions for ungauged catchments in Northern Ethiopia
,2009” PhD Thesis

3. Ethiopian Roads Authority, 2012, ERA Drainage Design Manual

4. Highway Drainage Guidelines, Volume 11, Guidelines for Hydrology, Task Force
on Hydrology and Hydraulics, AASHTO Highway Subcommittee on Design.

5. Federal Highway Administration. 1990. HYDRAIN Documentation.

6. Gebeyehu, Admasu, Regional Flood Frequency Analysis, Hydraulics Laboratory,


Royal Institute of Technology, Stockholm, Sweden, 1989.

7. U. S. Department of Transportation, Federal Highway Administration. 1984.


Hydrology. Hydraulic Engineering Circular No. 19.

8. Wahl, Kenneth L. 1983. Determining Stream Flow Characteristics Based on


Channel Cross Section Properties. Transportation Research Board. National
Academy of Sciences, Record Number 922.

9. Sauer, V. B., Thomas, W. O., Stricker, V. A., and Wilson, K. V. 1983. Flood
Characteristics of Urban Catchment areas in the United States -- Techniques for
Estimating Magnitude and Frequency of Urban Floods. U. S. Geological Survey
Water-Supply Paper 2204.

10. Newton, D. W., and Herin, Janet C. 1982. Assessment of Commonly Used
Methods of Estimating Flood Frequency. Transportation Research Board.
National Academy of Sciences, Record Number 896.

11. Water Resources Council Bulletin 17B. 1981. Guidelines for determining flood
flow frequency.

12. Overton, D. E. and M. E. Meadows. 1976. Storm Water Modeling. Academic


Press. New York, N.Y. pp. 58-88.

13. Soil Conservation Service (SCS) Technical Release No. 55 (2nd Edition).

14. Applied Hydrology, V. T. Chow et al.

15. SCS National Engineering Handbook, Section 4.

16. USDA Soil Conservation Service TP-149 (SCS-TP-149), “A Method for Estimating
Volume and Rate of Runoff in Small Watersheds,” revised April 1973.

255
17. Regan, R. M., A Nomograph Based on Kinematic Wave Theory for Determining
Time of Concentration for Overland Flow,” Report No. 44, Civil Engineering
Department, University of Maryland at College Park, 1971.

18. Wright-McLaughlin 1969.

19. Potter, W. D. Upper and Lower Frequency Curves for Peak Rates of Runoff.
Transactions, American Geophysical Union, Vol. 39, No. 1, February 1958, pp.
100-105.

20. Brink ABA and Bruin, R. 2001 (2nd Impression). Guidelines for Soil and Rock
Logging in South Africa, Proceedings, Geoterminology Workshop organised by
AEG, SAICE and SAIEG, 1990.

21. TRL (2005). Overseas Road Note 5: A Guide to Road Project Appraisal.
Wokingham: TRL Limited

22. SATCC, 1998. Code of Practice for Road Bridges and Culverts

23. João Reis Hipólito e Álvaro Carmo Vaz, 2011.. IST PRES, Instituto Superior
Técnico, Lisboa“Hidrologia e Recursos Hídricos”.

24. National Road Administration (ANE), 2012. Normas de Execucao

25. National Road Administration (ANE), 2016. Low Volume Roads Manual

26. TRL (2005) Overseas Road Note 9, A Design Manual for Small Bridges

27. RAMOS, C.M. 2005 – Drenagem em Infra-estruturas de Transportes e Hidráulica


de Pontes. LNEC-Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Lisboa.

28. US Dept. of Transport Federal Highways Administration, 2012, Evaluating Scour

at Bridges 5th Edition

29. GLENNON, J.C. 2003 – Hydroplaning. The Trouble with Highway Cross Slope.

January.

256
Apêndice A Curvas IDF para Moçambique

Figura A-1 Curva IDF do Aeroporto

Figura A-2 Curva IDF do Angoche

257
Figura A-3 Curva IDF do Changalane

Figura A-4 Curva IDF do Chimoio

258
Figura A-5 Curva IDF do Chokwe

Figura A-6 Curva IDF do Cuamba

259
Figura A-7 Curva IDF do Inhambane

Figura A-8 Curva IDF do Inharrime

260
Figura A-9 Curva IDF do Lichinga

Figura A-10 Curva IDF do Lumbo

261
Figura A-11 Curva IDF do Maniquenique

Figura A-12 Curva IDF do Manjacaze

262
Figura A-13 Curva IDF do Mavalane

Figura A-14 Curva IDF do Marrupa

263
Figura A-15 Curva IDF do Massingir

Figura A-16 Curva IDF do Montepuez

264
Figura A-17 Curva IDF do Nampula

Figura A-18 Curva IDF do Observatorio

265
Figura A-19 Curva IDF do Panda

Figura A-20 Curva IDF do Pemba

266
Figura A-21 Curva IDF do Praia

Figura A-22 Curva IDF do Quelimane

267
Figura A-23 Curva IDF do Sussundenga

Figura A-24 Curva IDF do Tete

268
Figura A-25 Curva IDF do Umbeluzi

Figura A-26 Curva IDF do Macia

269
Figura A-27 Curva IDF do Vilanculo

Figura A-28 Curva IDF do Xai Xai

270
Apêndice B Zonas de Precipitação em Moçambique

271
272
Figura B-1 Mapas da Zonas de Precipitação em Moçambique

273
Apêndice C Mapas de Zonas de Vulnerabilidade em
Comunidades e Principais Centros Urbanos

Acessibilidade da População e Áreas Propensas e Alimentos (alto risco


Vulnerabilidade de Isolamento de inundação)

Figura C-1 Mapas de Zonas de Vulnerabilidade em Comunidades e Principais


Centros Urbanos

274
Apêndice D Mapa de Solos de Moçambique

275
Figura D-1 Mapa de Solos de Moçambique

276
Apêndice E Processo de Construção de
Shelvetes/Aqueduto de Meia Lua

Figura E-1 Processo de Construção de Shelvetes/Aqueduto de Meia Lua

277
Apêndice F Escoamento Rural Pelo Método Racional –
Exemplo Pratico
Passo #1: Determine a área de cada célula e adicione-as para obter a área de captação

Figura F-1 Área de Captação Ampla

Passo #2: Determine o caminho mais longo de escoamento e levações, Tabela F-1 e
Figura F-2

Tabela F-1 Características da Área de Captação

Nome Área de Comprimento Elevação@ Elevação Elevação Elevação@


captação do Rio (m) U/S (m) @ D/S @ 10% 85% (m)
km2 (m) (m)
C1 0,3252 798,20 3067,50 2946,90 2950,80 3058,70

278
Passo #3: Determine as características da bacia, Figura F-2.
Cobertura do Tipo de Grupo Hidrológico do Região de AMC
solo Solo Solo Precipitação
Cultivada Litossolos D Região de Normal
Precipitação A1

Figura F-2 Características da Bacia

Passo # 4: Calcule o tempo de concentração


O tempo de concentração em áreas rurais divide-se em duas secções como especificado
na secção 5.5.
1) Tempo de concentração para o escoamento superficial

𝑛𝐿 0,467
𝑇𝑐 = 0,604 ( 0,5 )
𝑆
Cv = coeficiente de rugosidade do aproveitamento da terra Tabela 5-1…, = 0,2
L = comprimento da linha de água, medido desde o limite de bacia até ao ponto em
que é necessário calcular o caudal de cheia (km) = 0,12 km
H = Altura de muitos pontos remotosacima da saida da bacia (m)
H
S = Declive da bacia S= (m/m) = (3067,5-3059,172)/ (1000*0,12)
1000 L
= 0,0694

Tc = tempo de concentração (horas) =0,604(0,2*0,12/ (0,0694)0,5)0,467 = 0,1973 hr


2) tempo de concentração para cursos de água definidos

0,385
0,87𝐿2
𝑇𝑐 = ⁡ ( )
1000𝑆𝑎𝑣

279
L = comprimento hidráulico da bacia medido ao longo da linha de água, desde o
limite da bacia até ao ponto onde se pretende calcular o caudal de cheia (km) = 0,7982
km
Sav = inclinação média (m/m)

𝐻0,85𝐿 − 𝐻0,10𝐿
𝑆𝑎𝑣 =
(1000)(0,75𝐿)

H 0,10L = cota a 10% do comprimento do curso de água (m) = 2950,80


H 0,805L = cota a 85% do comprimento do curso de água (m) = 3058,70
L = comprimento do curso de água (km) = 0,7982
Sav = (3058,7-2950,8)/ (1000*0,75*0, 7982) = 0,21204
Tc = tempo de concentração (horas)= ((0,87*0,79822)/(1000*0,21204)) 0,385
= 0,1014

Tct= TC1+TC2 = 0,1973+0,1014= 0,2986 hr = 17,92min

Passo #5: Determine a intensidade de precipitação, Figura F-3.

Figura F-3 Intensidade de Precipitação

Use a curva IDF de precipitação para a região onde se localiza a área de captação (use
a Curva IDF específica do Projecto) e encontre a intesidade de precipitação para
diferentes períodos de retorno
I2=59,5mm/hr ; I5=78,6mm/hr;I10=90mm/hr; I25=107,3mm/hr; I50=119,4mm/hr;
I100=130mm/hr

280
Passo #6: Determine os coeficientes de escoamento
Os coeficientes de escoamento era dependents a inclinação da bacia, permeabilidade do
solo e a cobertura vegetal.
C= Cs+Cp+Cv
Cs= coeficiente do declive ou inclinação da bacia = 0,10
Cp= coeficiente de permeabilidade do solo = 0,15
CV= coeficiente de cobertura vegetal = 0,20
C= Cs+Cp+Cv = 0,1+0,15+0,2=0,45

Passo #7/: Calcule o caudal de pico


Q = 0,278 CCf IA
Q = taxa máxima de escoamento, m3/s
C = coeficiente de escoamento
I = intensidade media de precipitação para uma duração igual ao tempo de concentração,
para a selecção do período de retorno, mm/hr
A = área de captação do afluente, Km2

Tabela F-2 O Caudal de Pico

Periodo de 2 Anos 5 Anos 10 Anos 25 Anos 50 Anos 100 Anos


retorno
I =mm/hr 59,5 78,6 90 107,3 119,4 130
Cf 1,0 1,0 1,0 1,1 1,2 1,3
Q =m /s 3
8,71 11,50 13,17 17,27 20,97 23,78

281
Apêndice G Exemplo de Escoamento Rural Pelo Método
SCS – Exemplo Práctico
Este exemplo descreve o processo de determinação do escoamento de pico de uma simples
área de captação rural.
Passo # 1: Determine a Área de Captação, Figura G-1.

Figura G-1 Área de Captação Estreita

Passo # 2: Determine o caminho mais longo de esacomanto e elevação

Tabela G-1 Informações da Área de Captação

Nome Área de Comprimento Elevação @ Elevação @ Elevação @ Elevação @


captação Km2 do Rio (m) U/S (m) D/S (m) 10% (m) 85% (m)
C2 19,077 10342,87 1704,4 1320,3 1323 1411,099

Passo # 3: Determine as características da bacia, Tabela G-2 e Figure G-2

282
Tabela G-2 Características da Bacia

Cobertura do Tipo de Grupo Precipitação AMC Curva Curva da


solo Solo hidrológico da Região Normal Região
do solo No Húmida
no.
Solo com Cambissolo B Região de Húmido 69 85
vegetação s distriticos Precipitação
B1
Solo com Acrissolos B Região de Húmido 69 85
vegetação órticos Precipitação
B1

Figure G-2 Características da Bacia

Passo # 4: Calcule o tempo de concentração


O tempo de concentração na área rural divide-se em duas secções, conforme especificado
na secção 5.5.
1) tempo de concentração para o escoamento superficial
𝑛𝐿 0,467
𝑇𝑐 = 0,604 ( 0,5 )
𝑆
Cv = coeficiente de rugosidade do solo Tabela 5-1…, = 0,15
L = comprimento da linha de água, medido desde o limite de bacia até ao ponto em
que é necessário calcular o caudal de cheia (km) = 0,20 km
H = altura do ponto mais remoto acima da foz da bacia (m)
H
S = Declive de Bacia S= (m/m) = (1704,4-1653,769)/ (1000*0,2
1000 L
=0,25316
Tc = tempo de concentração (horas) =0,604(0,15*0, 2/ (0,25316)0,5)0,467 = 0,16187
hr

283
2) Tempo de concentração do curso de água definido

0,385
0,87𝐿2
𝑇𝑐 = ⁡ ( )
1000𝑆𝑎𝑣

L = comprimento hidráulico da bacia, medido ao longo do caminho do escoamento,


dao limite da bacia ao ponto de determinação da inundação (km) = 10.339 km
Sav = Média do declive (m/m)

𝐻0,85𝐿 − 𝐻0,10𝐿
𝑆𝑎𝑣 =
(1000)(0,75𝐿)

H 0,10L = cota a 10% do comprimento do curso de água (m) = 1323,00


H 0,805L = cota a 85% do comprimento do curso de água (m) = 1411,099
L = comprimento do curso de água (km) = 10,399
Sav = (1411,099-1323,00)/ (1000*0,75*10, 399) = 0,01130
Tc = tempo de concentração (horas) = ((0,87*10,3992)/ (1000*0,0,01130)) 0,385 =
2,2613
Tct= TC1+TC2 = 0,16187+2,2613= 2,42319 hr = 145,392min
Passo # 5: Calcule o caudal de Pico,
A estimative do caudal de pico foi feito usando a fórmula de estimação da unidade de
inundação hidrográfica SCS

1) Equação do escoamento da precipitação

Uma relação entre a precipitação acumulada e o escoamento acumulado foi


derivado pelo SCS a partir de ensaios experimentais para condições de cobertura
vegetal e hidrolócicad numerosas.

(𝑃 − 𝐼𝑎)2
𝑄=
(𝑃 − 𝐼𝑎) + 𝑆

Onde: Q = escoamento direto acumulado, mm


P = precipitação acumulada (potencial máximo de escoamento), mm
Ia= abstração inicial, incluindo armazenamento à superfície, interceptação e
infiltração antes do escoamento, mm Ia = 0,2 * S

25400
𝑆= − 254
𝐶𝑁

S = retenção potêncial máxima, mm


Ia= abstração inicial, incluindo armazenamento de superfície, interceptação e
infiltração antes do escoamento, mm Ia=0,2*S

284
CN= Número da Curva, nas características da bacia acima indicadas na Tabela
G-1, onde se localizam na região húmida do País, o número da curva normal
mudou para região húmida conforme o manual = 88

A área de captação localizada na região com precipitação usa a profundidade de


24 horas de precipitação da região, Tabela G-4

Tabela G-3 Profundidade de 24 Horas de Precipitação da Região

Período de Retorno 2 Anos 5 Anos 10 Anos s 25 Anos 50 Anos 100 Anos


P 68,78 83,45 92,34 102,72 109,86 116,49
Q 34,193 46,502 54,224 63,43 69,86 75,89

2) Estimativa de caudal de pico, Tabela G-4.


A seguinte equação é utilizada para a estimar do caudal de pico no
método SCS
𝑞𝑝 = 𝑞𝑢𝐴𝑄⁡
Onde qp = caudal de pico, m /s
3

qu = caudal de pico unitário, m3/s/km2/ mm


2
𝑞𝑢 =∝∗ 10𝐶𝑜+𝐶1𝑙𝑜𝑔𝑡𝑐+𝑐2(𝑙𝑜𝑔𝑡𝑐)
Onde Co, C1 e C2 = coeficientes de regressão para várias relações Ia/p:

= factor de conversão igual a 0,000431 em SI unidade.


A = área de drenagem, Km2
Q = profundidade de escoamento, mm

Tabela G-4 Estimativa de Caudal de Pico

Período de 2 Anos 5 Anos 10 Anos 25 Anos 50 Anos 100 Anos


Retorno
Ia/p 0,130 0,107 0,097 0,087 0,0816 0,0769
qu 0,0821 0,0837 0,0845 0,0853 0,0861 0,0865
53,568 74,271 87,444 103,213 114,701 125,163
qp (m3/s)

285
Apêndice H Método de Direccionamento da Inundação-
Exemplo Práctico

Grandes Captações com Múltiplas Bacias Hidrográficas


Subdivisão da área de uma bacia grande pode ser necessária devido ao tamanho e
complexidade do sistema físico. Uma bacia com rios e/ou ntopografia diversa pode ser
divide em componentes pequenos. Nesta secção, é apresentada a preparação da entrada
do Modelo para uma bacia subdividida. Esta bacia hidrográfica pode ser dividido em sub-
bacias. Os parâmetros da bacia hidrográfica para as sub-bacias são indicados na Tabela
H4. Estes parâmetros foram referidos no passo 1. Para este exercício um a distribuição
da precipitação é assumida para ambas sub-bacias. A base do escoamento será definida
aqui como sendo o escoamento resultante da água liberta da reserve da superfície.
Os parâmetros de entrada que iniciam a descarga do caudal base (ST), descarga do
caudal limiar (QR), e o índice da taxa de recessão (RT) são usados no caudal base do
modelo no modelo HEC-HMS. ST ST representa o caudal inicial no rio, RT é igual à relação
do escoamento do membro de recessão ocorrendo 1 hora mais cedo e QR indica o
escoamento no qual uma recessão exponencial inicia no membro recedindo do
hidrogrma computarizado.
O registo do caudal base é usado para a entrada do caudal base no modelo HEC-HMS.
Os parâmetros seleccionados como uma entrada são 5 m 3/s e 8 m3/s para valores de
ST para sub-bacias norte e sul, respectivamente, 0.005 para QR (i é, 0.05 vezes o
escoamento de pico, recomendado no Manual HEC-1) e 0.9 pata RT ( uma relação de
recessão típica) para as ambas as sub-bacias.
Um programa computarizado, “Systema de Modelação Hidrológico” (HEC-HMS)
desenvolvido pela Corporação Aramada de Engenheiros dos Estados Unidos de America
é usado neste exemplo. Este programa é usado na práctica de engenharia para
determinar as características da drenagem de ambas bacias hidrográficas rurais e
urbanas.
O movimento da inundação através do rios e reservatórios é simulado pelo
direccionamento da inundação. Muitos dos métodos disponíveis de direccionamento da
inundaçãono HEC-HMS são baseados na equação de continuidade e algumas relações
entre o caudal e armazenamento (ou estágio).
Parâmetros De Entrada Do HEC-HMS
Para computarizar um hydrógrafo sintético SCS para este exercício, os seguintes
parâmetros serão determinados.
Área da Bacia Hidrográfica
Um mapa topográfico é necessário para delinear a bacia hidrográfica para a área em
estudo e calcular a sua área fechada. Muitas vezes, o mapa topográfico mais detalhado
não existe . Contudo, o mapa topográfico disponível deve ser obtido das instituições de
direito no País.
Características Hidrológicas Do Solo
A taxa de perda do número da curva SCS é usada para determiner as características
hidrológicas do solo para a bacia hidrográfica . A clafssificação hidrológica de cada solo
pode ser determinada a partir da refrência TR 55 (1986)
A condição de humidade antecedente (AMC) II foi assumuda para esta análise. AMC II
deve ser seleccionada a menos se os registos de chuvas do local estejam disponíveis. Os
números da curva na Tabela H2 aplicam-se para AMC II. Para as condições secas (AMC
I) ou húmidas (AMC III), os números da curva equivalente pode ser comuptarizada
(Veissman, Lewis and Lnapp, 1989)

286
Precipitação
Há seis métodos de modelos de precipitação disponíveis. There are six methods of
precipitation models available. Os dados históricos medidos não estão disponíveis para
a bacia hidrográfica e não vão ser usados para o exemplo dado. A frequência baseada
na tempesdade será usada neste exemplo ilustrativo. Esta tempestade hipotêtica será
distribuida automaticamente de acordo com os dados de profundidade/duração. A
distribuição de precipitação triangular é construída de modo que a profundidade
especificada for qualquer duração ocurra durante a parte central da tempestade.
Os dados necessários de entrada são:
Probabilidade de excedência;
Periodo de retorno do Projecto; tempestade de 100 anos é usada para o exemplo de 1%
de probabilidade
Área da tempestade; A magnitude da tempestade vai ser a mesma como a da área da
bacia hidrográfica.
Tipos de séries;anual ou partial.
Duração da Intensidade máxima, duração de dados de entrada mais pequeno
Duração da tempestade; Duração de entrada máxima
Método de de Unidade Hidrográfiaca
A dimensão SCS pequena unidade hidrográfica é usada no exemplo ilustrativo. O único
parâmetro necessário para obter esta unidade hidrográfica é o tempo de concentração
(Tc), que é determinado pelas técnicas indicadas no TR-55 (21986). Para o exemplo da
bacia hidrográfica, há três components do Tc: escoamento disperso, escoamento
concentrado e escoamento em canais abertos. Ver a Tabela H-1 para detalhes na
determinação destes valores.
Determinação da Inundação Hidrográfica
Conforme destacado acima a tempstade baseada na frequência será usada para
determiner os dados de precipitação, número de curca SCS para a taxa de perda, e a
unidade hidrográfica SCS. A determinação destes parâmetros dados na Tabela
H-1,Tabela H-2, Tabela H-3 e Tabela H-4.

Tabela H-1 Tipos de Solo e Folha de Informação de Números de Curva, CN

Solo Descrição Área* CN CN Pesado


(Área x CN)
Água Novos tanques 28,00 100 2800
RsC Afloramento rochoso de Rockaway 71,50 75 5362,5
RvF Afloramento rochoso 31,80 90 2862
Pedregulho Rochoso
HbC 27,50 70 1925
Afloramento rochoso
RsD Ridgebury, Muito Arenoso Argiloso
23,25 89 2069,25
RgA Rocha muito pedregosa arenoso argiloso 18,50 80 1480
RpC Extremamente pedregoso 17,25 72 1242
RiB Extremamente pedregoso arenoso argiloso 12,00 81 972
RrD Carisle Muck 9,50 76 722
Cm Adrian Muck 7,75 82 635,5
Ad Park, Extremamente Pedregoso arenoso argiloso 3,00 80 240
PeC Whitman, Arenoso argiloso 2,00 70 140
Rockaway, Afloramentos rochosos
Wm 1,50 80 120
Rocha muito pedregosa arenoso argiloso
RsC 1,50 83 124,5
RpC 0,75 75 54

287
* Nota: Área em unidade arbitrárias Total = 255,8 Total =
20748,75
(Peso Total CN)/( Área Total) = CN = 81,11

Tabela H-2 Números de Curva de Escoamento

DESCRIÇÃO DA COBERTURA NÚMERO DE CURVAS


HIDROLÓGICO
GRUPO DE SOLOS
COBERTURA TIPO HYDROLÓGICO
CONDIÇÃO
A B C D

Pastagem, erva do solo ou cordilheira —


Cobertura continua pobre 68 79 86 89
Razoável 49 69 79 84
Boa 39 61 74 80

Prado, vegetação continua,


protegida de pastoreiro e geralmente cortado para feno. 30 58 71 78

tipo escova-erva escova-erva mistura com escova como elemento principal


pobre 48 67 77 83
Razoável 35 56 70 77
Boa 30 48 65 73
Madeireira..combinação de vegetação
(pomar ou árvore). pobre 57 73 82 86
Razoável 43 65 76 82
Boa 32 58 72 79
Madeireira. pobre 45 66 77 83
Razoável 36 60 73 79
Boa 30 55 70 77
Fazendas, edifícios, faixas,
Entradas e zonas de circulação. ---- 59 74 82 86

Devido uma variedade de formas e topografia da bacia hidrográfiaca sob influência de


falhas natuaris, très caminhos de esacomaneto for a seleccionados para determiner o Tc,
ver Figura H-1 e Figura H-2. Estes três caminhos localizam-se no topo, meio e na base
da bacia hidrográfica. A referência 1 TR-55 é usada para determiner o Tc.

Há três componentes do Tc:


1. Escoamento da folha Tc1 = 0,007 (nl)0,8 / (P2 )0,5 s0,4
Onde / Where, n = 0,4 madeiras,
L = 150 (L máximo de 200 m, uma valor pequeno é recomendado,
P2 = 3,25 mm (2 anos, chuva de 24 horas ,
S = declive da bacia hidrográfica ao divider-se ,
2. Escoamento superficial concentrado Tc2 = L / 3600v
Onde, v = 16,134s1/2

288
s = declive do curso da água,

3. Escoamento em canal aberto TC3 = L / 3600v


Onde, v = (1,49r2/3 s 1/2 )/n
Onde n = ,03 da visita de campo TR-55 recomenda 0,05
s = declive do canal;
r = raio hidráulico = ,4(TR55),

4. Total TC = TC1 + TC2 + TC3

Tabela H-3 Folha de Computação Para o Tc, Tempo de Concentração

Caminh S TC1 L DH S TC2 L DH S TC3 Total


o (m) (m) (m) (m) TC
Topo 0,060 ,317 1600 80 ,050 ,123 4400 78,3 0,0178 0,339 ,779
Méio 0,031 ,411 4900 125 ,026 ,523 2000 68,3 0,0342 0,111 1,045
3
Base 0,224 ,187 3400 272 ,080 ,207 3200 19,3 0,0060 0,425 ,819
O valor mais alto do tempo de viagem é usualmente seleccionado para Tc. Devido o
número de pressupostos feito na selecção dos parâmetros, uma Tc média será.
TC = 0,88 horas e, TLAG = 0,6 x TC = 0.53 horas

Tabela H-4 Características da Sub-Bacia

Sub-bacia Tc(Horas) Área (km2) CN 100anos


precipitação (mm)
Norte 0,77 0,771 85,2 7,5
Sul 0,9245 1,859 79,4 7,5

Figura H-1 Resultado para uma Bacia Hidrográfica

289
Figura H-2 Resultado Hidrográfico Combinado

290
Apêndice I Projecto de Canais Abertos – Exemplo
Práctico

1. Determinação dos parâmetros de escoamento de canais

Este exemplo descreve o processo para determinar a taxa de escoamento, a velocidade


e o estado de escoamento no rio. O exemplo começa após dados do rio (tais como secção
transversal, terreno, condição do canal e do perfil do rio para determinar a inclinação da
base do leito no terreno) tiverem sido reunidos (ver Capítulo 3).This example describes
the process to determine the flow rate, the velocity of a flow and the state of flow in a
stream. The example commences after the stream data (such as cross section,
terrain, condition of channel and stream profile to determine site bed slope) has been
gathered (refer Chapter 3). A tarefa deste exemplo é, tendo os dados do rio e a altura
de escoamento (ver o diagram abaixo), determine a velocidade de escoamento no canal,
a taxa de escoamento e o estado do escoamento (subcrítico/crítico/supercrítico).

Dados do Rio, Figura I-1


Inclinação do leito no local é 0,8%
Ht do leito do canal é 110,60 m
O canal é regular e considerado pouco rugoso com muitas árvores e ervas ao longo
do aterro

Figura I-1 Dados do Canal Regular

Solução

Queremos determinar a velocidade do escoamento usando primeiro a fórmula de


Manning, depois a taxa de escoamento usando a equação fundamental e finalmente,
determiner número de Froude para descrever o estado de escoamento.

A equação de Manning é:

𝑅0,667 𝑆 0,5
𝑉=
𝑛
Onde R é o raio hidráulico, determine como secção transversal da área do escoamento
(A) dividido pelo perímetro molhado (P). O S é também a inclinação da Linha de energia
que não temos, e portanto podemos usar a inclinação do leito (So) para aproximar S.

Passo #1 .Calcule a secção transversal da área do escoamento

291
A = 1,2*1,2 + 1,2 x 2,5 = 4,44 m 2

Passo # 2. Calcular o perímetro molhado.

P= (√(1,2*1,2 + 1,2*1,2 )) x 2 + 2,5 = 5,89 m

Passo # 3. Calcule o raio hidráulico.

R = A / P = 4,44 / 5,89 = 0,75 m

Passo # 4 . Agora determine o coeficiente apropriado de rugosidade de Manning.

Usando a Tabela 5-1, Valores de n de Manning para Canais Naturais para este exemplo
é assumido como árvores e ervas daninhas com valores de “n” no interval entre 0.06 e
0.08. Agora, com o leito pouco rugoso, n=0.07 (no meio do interval) é considerado
apropriado.

Passo #5. Todas as variáveis agora já foram determinadas, por isso calculi a velocidade

0,750,667 𝑥0,0080,5
𝑉=
0,07

V=1.06 m/s

Passo # 6. Usando a equação fundamental Q = V.A,podemos determinar a taxa de


escoamento no canal.

Q = 1,06 x 4,44
= 4,71 m 3 /s

Passo # 7. Para determinar o estado do escoamento, calculamos o número de Froude.

𝐵
𝐹𝑟 = 𝑄√ 3
𝑔𝐴

Determinamos que /We have determined that Q = 4.71m 3 /s, A = 4.44m 2e g é


aceleração de gravidade (tido como 9.81 m/s2), portanto queremos calcular B, o B

B = 1.2 + 2.5 + 1.2 = 4.9 m

Portanto:

4,9
𝐹𝑟 = 4,71√
9,81⁡𝑥⁡4,443

Fr = 0,36

Número de Froude é inferior a 1 e por isso o escoamento é subcrítico.

292
2. Determinação da elevação da superfície/Profundidade WS mediante o cálculo
iterativo
Este exemplo descreve o processo para determinar a profundidadee a velocidade de
escoamento baseada num caudal/taxa de escoamento no rio, com base na discussão da
secção 8.4 .

O exemplo começa após dados do rio (tais como secção transversal, terreno, condição
do canal e do perfil do rio para determinar a inclinação da base do leito no terreno)
tiverem sido reunidos (ver Capítulo 4) e a taxa de escoamento (determinar usando o
método racioanl) foi determinado (ver Capítulo 5).A tarefa deste exemplo é, tendo os
dados do rio e a taxa de escoamento (ver o diagrama abaixo, altuta e velocidade do
escoamento no canal.

Dados do Rio, Figura I-2

• Caudal/Taxa de escoamento = 17,86 m 3/s


• Inclinação do leito no local é de 1,2%
• O leito do canal é de 65,10 m
• A altura máxima escoamento é de 2,0 m
• Valor n de Manning = 0,06.

Figura I-2 Determinação da Elevação da Superfície/Profundidade

Solução

Para resolver para d, vamos usar formula de Manning e desenvover umacurva Estágio-
Descarga.

𝑅0,667 𝑆 0,5
𝑉=
𝑛
Uma curva Estágio-Descarga divide a descarga contra a profundidade de escoamento .
Assim, muitas iterações usando a formula de manning são necessários para diferentes
profundidades de escoamento.

Passo#1. Usando profundidade máxima do canal de 2.0 m. calcule a velocidade no rio e


a taxa de escoamento. Calcule a secção transversal da área do escoamento, perímetro
molhado e raio hidráulico:

A = 12,00 m 2. P = 9,66 m portanto R = 1,24 m


Agora,

293
1,240,667 0,0120,5
𝑉=
0,06

Usando Q/VA, Q=25,33 m 3 /s


Este escoamento é maior que o caudal conhecido e portanto sabemos que o canal pode
facilmente absorver o escoamento.
Passo #2. Agora, usando o mesmo método, re-calcule a velocidade do rio e a taxa de
escoamento para várias profundidades (sugere-se usar incrementos iguais),
Tabela I-1.

Tabela I-1 Velocidade do Rio e a Taxa de Escoamento para Várias


Profundidades

Depth A P R Velocity Discharge


1,50 8,25 8,24 1,00 1,83 15,07
1,00 5,00 6,83 0,73 1,48 7,42
0,50 2,25 5,41 0,42 1,02 2,29

Passo # 3, Agora desenhe a curava de Estágio-Descarga para este local/canal (refere a


página seguinte), Figura I-3.

Passo # 4, Da curva, podemos agora ler da profundidade para o escoamento do nosso


projectode de 17,86 m3/s,
Q = 17,86 m 3 /s, portanto d = 1,62 m
Passo # 5, Agora podemos usar a profundidade para calcular a área do escoamento,
então Q=V,A para determinar a velocidade de escoamento médio,
A = 1,62 2 + 1,62 x 4 = 9,10 m 2
17,86 m 3 /s = V x 9,10 m 2
V = 1,96 m/s

294
Figura I-3 Curva de Caudal do Estágio

O exemplo começa após os dados do rio (tais como secção transversal, terreno, n
Manning e o perfil do rio para determinar a inclinação do leito no local) foram reunidos
(refere Capítulo 4).
A tarefa para este exmplo é, tendo dados do rio a altura de escoamento (ver diagram
abaixo), determine a velicidade m´+edia de escoamnento no canal e a taxa de
escoamento

Dados de Rio, Figure I-4

• Inclinação do leito no terreno é de 0.8%

Figure I-4 Dados de Rio com Seção Transversal Irregular

295
Solução
Para resolver para Q, temos que usar a formula de Manning para cada subsecção da
corrente:

𝑅0,667 𝑆 0,5
𝑉=
𝑛

Depois de calcular V para cada sub-secção, use


Q total = VA x AA + VB x AB + VC x AC para determinar a taxa de escoamento total.
Passo #1. Para a sub-secção A, calculi VAFusando equação de manning
Calcular a secção da área dp escoamento, perímetro molhado e raio hidráulico para a
sub-secção A como se segue:
AA = (1,2 2
/2) + 1,2 x 4,0 = 5,52 m 2
PA = sqrt (1,2 2
+ 1,2 2
) + 2,5 = 5,70 m
É importante recorder que água- limite da água entre as sub-secções A & B não contribui
qualquer comprimento para o perímetro molhado,
RA = A / P = 5,52 / 5,70 = 0,968 m

Agora,

0,970,667 0,0080,5
𝑉𝐴 =
0,07

Usando Q/VA , Q A = 6,90 m 3 /s

Passo # 2. Para a sub-secção B, calcular VB usando a equação de Manning.

A B = 7,39 m 2
P B = 4,83 m
R B = 1,53 m

Agora,
1,5310,667 0,0080,5
𝑉𝐵 = = 3,40⁡𝑚/𝑠
0,035

Usando Q/VA, QB = 25,09 m 3 /s


Passo #3. Para a sub-secção C, calcular V C usando a equação de Manning
AC = 3,50 m 2
PC = 4,41 m
RC = 0,79 m
Agora,

296
0,7930,667 0,0080,5
𝑉𝐶 = = 3,40⁡𝑚/𝑠
0,06

Usando Q/VA, Q C = 4,47 m 3 /s


Passo #4. Agora podemos acalcular:

Q total = 6,90 + 25,09 + 4,47 = 36,46 m 3 /s


e
A total = 5,52 + 7,39 + 3,50 = 16,41 m 2
Portanto
V avg = 36,46 / 16,41 = 2,22 m/s

297
Apêndice J Projecto Hidráulico de Pontes –Exemplo
Práctico

1. Determine a água estagnada causada pela passage da ponte sobre o rio.


Detalhes da ponte são dados abaixo, e Figura J-1, . .

Caudal de projecto Q = 150m3/s


Inclinação média do leito S0 = 0,00082m/m
Ângulo do alinhamento enviezado  = 15o
Vão da ponte em viéz bs = 17,6m
Vão projectado da ponte b = 17,0
No de filas de pilares Np = 1
Largura projectada do pilar Wp = 2,00m

Figura J-1 Vista a Montante da Ponte

Determine :
1 Características do estado de inundação não-construida
2 O tipo de escoamento
3 Relação da abertura da ponte
4 Coeficiente de velocidade
5 Àgua estagnada calculada

Exemplo de Solução
Características do estado de inundação não-construída, Tabela J-1 e Tabela J-2
Primeiro determine a altura normal do escoamento, yn,

298
Tabela J-1 Parâmetros Hidráulicos de Ponte Antes da Construção

Sub-Secção ni Ai(m) Pi(m)


1 0,035 1,602y2 (y2 +10,26y2) 0,5

2 0,030 18,61y2 18,61


3 0,035 0,163y2 (y2 +5,41y2) 0,5

Utilizando a equação de Manning a profundidade normal de escoamento pode ser


calculada, yn = 3,157

Tabela J-2 Parâmetros de Escoamento de Ponte

Sub- Ai Pi Ai qi qi
secção Ri = (m 2) Vi = (m / s)
(m ) 2
(m) Pi (m /s)
3
Ai
1 15,96 10,59 1,51 17,17 1,08
2 58,75 18,61 3,61 120,69 2,05
3 11,59 7,99 1,45 12,14 1,05
86,30 37,19 150,00

O resultado no
Nível do estágio de inundação = 84,56m
Largura no estágio de inundação = 56,06m
1 Determinar o tipo de escoamento
1 1
Q2 B 1502 (36,06) 2
2
Frn = ( ) = ( )
gAn 3 (9,81)(86,30)3

= 0,359 < 1

Escoamento Tipo I ou Tipo II


Calcule a energia específica (Esn) do fluxo normal não-construído:
Com yn = 3,157 m (nível do estagio de inundação - nível do leito do rio)

𝑄 150
𝑉̅𝑛 = =⁡
𝐴𝑛 86,30
= 1,738 m/s

2
𝑉̅𝑛 1,7382
𝐸𝑠𝑛 = 𝑦𝑛 + = 3,157 +
2𝑔 2(9,81)
= 3,311 m

299
Calcular a energia especifica (Esc) da da profundidade critica do escoamento
estreito
1 1
𝑄2 2 1502 3
𝑦2𝑐 = ( 2) = ⁡ ( )
𝑔𝑏 (9,81)(17)2
= 2,817 m
𝑄 150
𝑉̅2𝑐 = ⁡ 2
=⁡
𝑔𝑏 (9,81)(17)
= 3,132 m
2
𝑉̅2𝑐 3,1322
𝐸𝑠𝑐 = 𝑦2𝑐 + = 2,817 +
2𝑔 2(9,81)
= 3,317 m > Esn indicando Tipo II do escoamento

Considerando que os valores de Esn e Esc são próximos, e as outras perdas são até agora
ignorados, seria prudente verificar o escoamento tipo I e tipo II
2 Calcular a razão de abertura da ponte

17
𝑄𝑏 = (120,69) ( )
17 + 1,61
= 110,25 m3/s

𝑄𝑏 110,25
𝑀= =
𝑄 150
= 0,735

3 Calcular os coeficientes de validade

̅ 2)
∑(qV
α1 =
̅n 2
QV
= 1,20
𝛼2 = 1,15 (da Equação 5-8)

Calcular a água estagnada


Para escoamento tipo 1:
Determine o coeficiente K* de perda de energia secundária
Área projectada de pilares na direcção do escoamento e area projectada abaixo da cota
normal da água,

A = Wpyn An2 = (bcosø) (yn)


= (2)(3,157) = (17cos(15))(3,157)
= 6,314 m 2
= 51,84 m2

300
𝐴𝑝 6,314
𝐽 =⁡𝐴 = ⁡ 51,84 = 0,122 (use J = 0,1)
𝑛2

Excentricidade
𝑄𝑎 12,14
𝑒 =1− =1− = 0,44
𝑄𝑐 17
17,17 + (120,69) (1 − 17 + 1,61)

Da figura e com = 15o


K* = 0,73
Água estagnada aproximada (a estimar A1)
𝑄 150
𝑉̅𝑛2 = ⁡ = = 2,894⁡𝑚/𝑠
𝐴𝑛2 51,84

Estimativa final de água estagnada:

𝐴𝑛2 2 𝐴𝑛2 2 𝑉𝑛2 2


ℎ1 ∗1 = ⁡ ℎ1 ∗1 + ⁡ 𝛼1 [( ) −( ) ]
𝐴4 𝐴1 2𝑔
51,84 2 51,84 2 (2,894)2
ℎ1 ∗1 = ⁡0,358 + (1,20) [( ) −( ) ]
86,30 99,22 2(9,81)
= 0,403 m

Para escoamento tipo II::

𝑏𝑐 = ⁡ (𝑏 − ∑ 𝑊𝑝 ) = 17,0 − 2,0 = 15,0⁡𝑚

Cb = 0,125

1 1
𝑄2 3 (150)2 3
𝑦2𝑐 =⁡( ) = ⁡ ( ) = 2,168⁡𝑚
𝑔𝑏𝑐 2 (9,81)(15)2

𝐴𝑛2 51,84
𝑦̅ = ⁡ =⁡ = 3,050⁡𝑚
𝑏 17

Na primeira iteração, assume-se:


𝑄 150
𝑉̅1 = ⁡ =⁡ = ⁡1,738⁡𝑚/𝑠
𝐴𝑛 86,30

Com base na largura da malha:

301
𝑉̅2𝑐 = ⁡ √𝑔𝑦2𝑐 = (9,81)(2,168)0,5 = 4,612⁡𝑚/𝑠

2
∗1 𝑉2𝑐 2 𝑉̅1
ℎ1 = ⁡ 𝛼2 (𝐶 + 1) − ⁡ 𝛼1 + 𝑦2𝑐 − 𝑦̅
2𝑔 𝑏 2𝑔

(1,15)(4,612)2 (0,125 + 1) (1,20)(1,738)2


ℎ1 ∗1 = ⁡ − + (2,168) − (3,050) = 0,336⁡𝑚
2(9,81) 2(9,81)

Embora a diferença neste é negligenciada, para ser mais conservativo, o valor alto
deve ser usado, Do cálculo de hI*1 para escoamento tipo II temos 0,379 m que é
inferior a gua estagnada calculada do escoamento tipo I, portanto escoamento tipo I
prevalece, i é, hI*1 = 0,403m.
Note que este exemplo foi igualmente modelado no HEC-RAS e que o valor mais alto
foi obtido pelo método padrão Step Energy Method. A água estagnada de 300 mm,
que é inferior que 403 mm obtida acima. Contudo, neste modelo a opção da area
efectiva do escoamento foi usada. O modelo foi então re-corrido, com esta opção
desligada e um valor alto da água estagnada de 508 foi obtidono modelo revisto.
Usuários de HEC-RAS devem, portanto, cuidadosamente considerer a opção onde as
condições de aproximação da ponte são suavizaados, reduzindo assim a água
estagnada.

302
Apêndice K Cálculos da Infraescavação na Ponte -
Exemplo Práctico

Exemplo:
Considere uma ponte construida sobre o rio arenoso, com uma largura de cerca de 730
m no local proposto. A infraescavação potêncial na ponte deve ser determinada. Este
problema foi igualmente avaliado com o HEC-RAS.
A Figura K-1 e Figura K-2 mostra uma vista em planta (obtida do HEC-RAS para a
avaliação do problema) e a posição da ponte em relação às outras secções transversais,
A informação dos cortes transversais para todas as secções está disponivel, A ponte sera
posicionada na secçáo transversal 6,5 (a jusante da secção transversal 7 e a montante
da secção transversal 6).

Figura K-1 Vista Geral das Secções Transversais e o Posição da Ponte

Os dados da ponte são descritos abaixo. A abertura da ponte entre os encontros


inclinados é de aproximadamente 126,61 m de largura e a ponte é apoida em cinco
pilares, com largura de 1,5 m cada (espaçados por igual). A altura (superfície da estrada)
e cabo baixo (intradorso da ponte) avaliados do tabuleiro da ponte a montante são 6,7
e 5,5. respectivamente.
A taxa de escoamento do projecto para a qual a análise da infraescavação foi conduzida
é de uma cheia de1:100 ano (Q100), que foi determinado e é de 850 m3̸s.

303
Figura K-2 Montante e Jusante da Secção Transversal da Ponte Apartir da
Análise pelo HEC-RAS .

O escoamento no rio é ocontrolo da jusante e a profundidade de escoamento normal, y n


podia ser calculado na ponte, assumindo uma inclinação representative de 0.002 m̸m.
Características do material da base do leito
A análise do peneiro (percentage que passa) do material do leito revelou o seguinte:
D50 = 0,0020 m
D90 = 0,0045 m
Detalhes da secção transversal
Os detaches da secção transversal são fornecidos na Tabela K-1. Estes detalhes podem
ser obtidos da análise da informação sobre as secções transversais, usando o programa
de cálculo como HEC-RAS, ou computarizando as variáveis a mão.

Inclinação do rio
O declive geral do rio é de 0.2%.
Determine
(i) Infraescavação geral de curta duração
(ii) Infraescavação de contracção
(iii) Infraescavação localizada nos pilares e encontros
(iv) Infraescavação total
(v) Verifique a profundidade de infraescavação com o método baseado no
principio de applied stream power

304
Solução
Para a análise, o caudal de cheia do projecto de 850 m3/s será usado (capitulo 5 descreve
procedimentos para determinar a cheia do projecto)
A largura estreitada na ponte sera de 126.61 m, o que vai resultar no caudal por unidade
de largura de 850/126.61= 6.713 m3/s
A profundidade de escoamento normal (leito fixo), y n, do rio pode ser determinado pelo
pressuposto da inclinação da linha de energia ser igual à inclinação do leito, 0.002 m/m
e usando equações de Chezy you Manning.
Estima-se que a rugosidade do leito sob condições de cheia sera 0.002 m, igual D50,
tamanho do material sedimentar representativo.

Tabela K-1 Detalhes da Secção Transversal 6.5 (Obtido apartir da Análise do


HEC-RAS)

Taxa de
Perímetro
Secção Yn (m) Área (m2) escoamento
Molhado (m)
(m3/s)
Margem 209,97 288,17 168,75
esquerda
Canal Principal 2,98 258,73 126,67 542,60
Margem 185,40 283,48 138,65
direita
Total 654,10 698,32 850,00
R = 0,937m e V = 1,299 m/s
Topo da largura de escoamento = 698.2 m para a profundidade de escoamento normal
calculada de 2.98 m
Assume-se que o material do leito consiste de areia alluvial profunda sem coesão .
(i) Infraescavação geral de curta duração

As equações de regime são aplicada para estabelecer condições de equilibrio no caudal


do projecto;
Equação de formulada 7-11

0,25 −0,5
𝐵 = 14𝑄 0,5 𝐷50 𝐹𝑠

Com Fs = 0,1 da Tabela formulada 7-4 para argila-siltosa, a largura B pode ser calculada

B = 273 m, que é maior que a ponte proposta de 126,61 m.


Usa Equação 7-10 para determinar a profundidade media de escoamento na largura de
equilibrio:
−0,17
𝑦 = 0,38𝑞 0,67 𝐷50

q = 850/273 = 3,114 m3/s, m

Profundidade média y = 2,34 m, A profundidade máxima, Ymax = 1,25y = 2,92 m

305
A profundidade maxima do leito, Ymax, é ligeiramente menor que a profundidade fixada
yn de 2,98, o que mostra que a infraescavação geral de curta duração não vai ocorrer.

(ii) Infraescavação de contracção


Foi indicado que a infraescavação de contracção pode ser determinada aplicando, quer
equações de regime (Equações 8,5 e 8,7) ou equações de contração (Equações 7-20 e
7-21).
Primeiro aplica a equação de regime da largura reduzida, neste caso q= 850/126,61 =
6,714 m3/s,m conduz-nos à profundidade de escoamento médio y de 3,915 m, Da tabela
7-4 Ymax, pode ser determinaddo como Ymax, = 1,25 x 3,915 = 4,893 m, Isto resulta
numa profundidade de infraescavação, ds = 4,893 – 2,98 = 1,913 m
Segundo, equações se contracção são usadas para determinar a profundidade de
infraescavação depois desta ter-se estabelecido se o escoamento fôr de sedimentos
densos ou não.
V* pode ser determinado usando Equação 7-6, V* = √𝑔𝐷𝑆⁡* = √9,81 ∗ 2,98 ∗ 0,002 = 0,242
m/s e o termo,
V*D50/v = 483 >> 13, assim, na região de fluxo turbulento (Equação 7-8)
A velocidade crítica de cisalhamento V * c = 0,12 x Vss (Equação 7-5) A velocidade de
sedimentação, VSS pode ser obtida da Figura 7-11 para a partícula representativa, D50,
e a densidade relativa de 2,65 que flui:
Vss = 0,24 m/s, e
V*C= 0,029 m/s
12𝑅 (0,937)
A partir da equação 8,10: Vc = 5,75 V*C𝑙𝑜𝑔 = 5,75 [(0,029) log 12
𝐾𝑠 (0,002)

Vc = 0,625 m/s
A velocidade critica de corte V* c = 0,12 x Vss (Equação 7-5) a velocidade de ajuste, VSS
pode ser obtida da Figura 7-11 para particulas representative, D50, e densidade relative
de 2,65 do seu escoamento,

𝑌2 𝑄𝑡 6 𝐵1 2 n2 1
= ( )7 ( )3 ( )3
𝑌1 𝑄𝑐 𝐵2 n1
𝑌2 850 6
=( )7 = 1,469 (larguras e valores de ”n” são iguais para estas secções)
𝑌1 542,6
Y2 = (1,469) (2,98) = 4,378 m
Assumindo um nivel do leito com um total de profundidade de 4,378 m, a velovidade na
contracção pode ser determinada
850
𝑉2 = (4,378)(126,61−5(1,5))= 1,63m/s

Note que neste caso a area a jusante é 521,5 m2, calculada como se segue (4,378x
(126,61-5(1,5))), Esta é maior que do canal principal a montante de 258,78 m2 (Tabela
8,16), e portanto o escoamento está a expander, Equação 8,12 é usada para determinar
a profundidade da ifraescavação de contracção.
𝑉22 −𝑉12
ds = (𝑌2 − 𝑌1) + (1 + 𝐾)( ) e com K = 1 para uma transição repentina
2𝑔

1,632 −1,232
ds = (4,378 − 2,98) + (1 + 1,0)( )
2(9,81)

ds = 1,50 m

306
Esta profundidade de infraescavação (1,50 m) é menor que a obtida com a teoria de
regime (1,913 m).

(iii) Infraescavação localizada em pilares e encontros


Para pilares em coesão aluvial menos materiais:
Usa Equação 7-15 e Equação 7-16 para computarizar infraescavação localizada em dois
caminhos diferentes. Obtenha os factores necessarios para a Equação 7-20 tabelas 7-6
e Tabela 7-7. Obtenha factores necessarios para a Equação 7-24 Tabela 7-6, Tabela
7-7 e Tabela 7-8 e Equações 7-25, 7-27, 7-28, 7-29, . Compare as respostas obtidas a
partir da Equação 7-22 e Equação 7-24 e seleccione uma resposta conservadora usando
engenharia de bom julgamento
A partir da Equação 7-24, com a profundidade yo na secção da ponte como determinado
a partir da equação do regime 7-14:
0,75
ds = 1,8yo b0,25 - yo
ds =1,8 (3,9150,75)(1,50,25) – 3,915
ds = 1,629 m
Note que o nivel de infraescavação é (3,915 + 1,629) = 5,544 m abaixo da cota da
cheia do projecto.
Alternativamente Equação 8.15 para pilares muito largos próximo da base minima da
laje do fundo do rio pode ser usado para calcular a profundidade de infraescavação
localizada no pilar.
𝑌𝑠 𝑌1 0,35
= ⁡2,0𝐾1 𝐾2 𝐾3 𝐾4 ( ) 𝐹𝑟1 0,43
𝑏 𝑏

Com
b = 1,5 m
Y1 = 2,98 m(profundidade de escoamento normal a montante da
ponte ,Tabela .16)
Fr1 = 0,468 baseado nos dados canal principal directamente a montante do pilar
K1 = 1,0 para o zero do ângulo enviezado
K2 = 1,0 para o zero do ângulo enviezado
K3 = 1,1 para dunas pequenas
K4 = 1,0 para sedimento uniforme (não reforçados), então

𝑌𝑠
= ⁡2,0(1,0)(1,0)(1,1)(1,0)(2,98)0,35 0,4680,43
𝑏
Ys = 3,03m
Observe que a cota de infreascavação é (2,98 +3,03) = 6,01 m abaixo da cota da cheia
do projecto associada com a profundidade de escoamento normal e a cota fixada para o
leito.
Para encontros em materiais aluvionares de coesão baixa:
Aplique os factores da Tabela 7-12 para a profundidade de infraescavação media geral
de termo curto obtida a partir da Equação 7-14.

307
Da Tabela 7-12 o factor para o escoamento que desvia para a direita do ângulo na
margem direita = 2,25; por conseguinte a infraescavação nos enccontros pode ser
determinada como mostrado abaixo:
ds (encontros) = (2,25) (3,915 – 2,98) = 2,10 M
(iv) Infraescavação Total

A infraescavação total é a soma de longo e curto termos de infraescavação geral,


infraescavação de contracção e infraescavação localizada. A Tabela K-2 contem um
resumo de todas as profundidades de infraescavação calculadas.

Tabela K-2 Profundidades de Infraescavação Calculadas

Profundidade de
Tipo de infraescavação Infraescavação
calculada, ds (m)
Geral e de termo curto Sem erosão

Infraescavação por Equação do regime 1,9


contracção Equação de Contracção 1,4

Infraescavação Pilares 3,0


Localizada Encontros 2,1

Infraescavação Total Pilares 4,9


esperada/estimada Encontros 4,0

Revisão da infraescavação de contracção de termo-curto usando procedimentos


de análise diferentes
A potêncial infraescavação geral nas pontes foi determinada em (i) usando Equações
7-10 e 7-15. Uma aproximação mais correcta é estimar separadamente a infraescavação
de contracção para o canal principal e sobre as margens, como é feito no HEC-RAS, onde
o escoamento sobre as margens pode traduzir-se na infraescavação da água. A
profundidade de infraescavação no canal, calculaada por aproximação usando HEC-RAS
é menor que 3.1 m. Com a teoria de regime indicando a profundidade de infraescavação
de 1,91 m e HEC-RAS resulta em 3,1 m, infraescavação de contracção de 1,5 m usando
equação 8.174 é demasiado conservador e por isso decartada.
Com base no resumo da Tabela 8.17 a infraescavação total pode ser determinado como
se segue.
Infraescavação total em pilares no canal principal
Profundidade de infraescavação total em pilares, abaixo da cota de cheia do projecto
(sem contra com água estgnada)
= 1,913 + 3,03 = 4,943 m
Infraescavação total nos encontros
Com o encontro direito no extreme do canal principal, a infraescavação seria a soma da
contracção do canal principal e a infraescavação do encontro, portando:
Infraescavação total no encontro T= 1,9 + 2,1 = 4,0 m abaixo da cota da cheia do
projecto
A infraescavação para a margem direita seria menor.

308
Apêndice L Aproximação da Abertura de
Infraescavação Usando HY-8, V7.2
-Exemplo Práctico

Exemplo:
Um aqueduto de betão foi projectado como se segue :
• Caudal do projecto (Q50) = 1,132 m3/s
• Diâmetro = 2,22m
• Comprimento do aqueduto = 30,48 m
• Elevação da laje do fundo a entrada = 183,64 m AOD
• Elevação da laje do fundo a saida = 182,88 m AOD
• Profundidade computarizada TW = 0,49 m

Os materais naturais em canais à saida do aqueduto a jusante consiste em granular e


pequenas pedras, e a linha de escoamento do canal é na mesma elevação como da saida
do aqueduto, A duração do escoamento de pico poder ser asumida a ser de 30 minutos.,
A jusante recebendo o canal tem a forma trapeizodal, largura de 1,22 m, e à mesma
inclinação como do aqueduto. A jusante do canal valores ”n” é igual a 0,03.
ENCONTRE:
Estime as dimensões da abertura de infraescavação para a caudal do projecto. Os
parâmetros a serem determinados serão:
Profundidade da abertura de infraescvação, ds, ds
Largura da abertura de infraescavação, Ws
Comprimento da abertura de infraescavação,
SOLUÇÃO:
Passo# 1: Computarize e indique dados necessaries para o canal e aqueduto usando
HY8-V7.2
Passo# 2 O projectista deve rever capitulos 5 e 6 deste Manual e desenvolver a
compreensão básica de canais hidráulicos abertos e escoamentos de aquedutos. Para as
condições do aqueduto dado, o projectista deve completar o projecto padrão do aqueduto
para a estrutura proposta neste local.
Entrada/Dados fornecidos:
Tipo de Aquedutos................... Circular
Número de Barrels ............... 1
Resolvido para..................... Cabeceira
Número de Gráfico FHWA................ 1
Número da Escala.................... 1
Número de Gráfico FHWA........... TUBO DE BETÃO; SEM ENTRADA DE RETENÇÃO
BISELADO
Descrição da Escala............... ENTRADA DA BORDA QUADRADA COM MURO DE
RETENÇÃO
Análise do galgamento............. On
Descarga ........................ 1,132 m3/s
Manning's n ..................... 0,0130
Elevação do Galgamento da Estrada.. 185,56 m AOD
Elevação da Admissão................. 183,64 m AOD
Elevação do Escoadouro ................ 182,88 m AOD
Diâmetro ........................ 2,22m
Comprimento.......................... 30,48 m
Carga de entrada ................... 0,5000
Entrada....................... 0,49 m
Resultados calculados:
Inclinação ........................... 0,0076 m/m

309
Velocidade ........................ 4,15 m/s
Cabeceira....................... 184,455 mAOD Controlo de Entrada
Menagens e/ou Erros:
Diferença de Nível de Entrada > Diferença de Nível de Saída.
Cálculo de Controlo de Entrda da Cabeceira.
Cabeceira: 184.455 m AOD

Tabela L-1 Nível de Entrada e Nível de Saída


Caudal Cota Prof, de Prof Tipo Prof/ Prof/ Vel Prof Veloc Prof
da control control Esc/ Normal Critic Crit saida entrada entrada
água/ entrada saida

m3/s m m m m3/s m m m/s m m/s m


0,566 184,18 0,54 0 N/A 0,24 0,4 3,39 0,24 0 0,47
0,707 184,25 0,61 0 N/A 0,27 0,45 3,62 0,27 0 0,47
0,849 184,32 0,68 0,122 N/A 0,3 0,49 3,82 0,3 0 0,47
0,99 184,39 0,75 0,195 N/A 0,32 0,54 4 0,32 0 0,47
1,132 184,45 0,81 0,26 N/A 0,35 0,58 4,15 0,35 0 0,47

Passo#3: Faça a computarização da abertura de infraescavação para determinar a


profundidade, ds, usando a informação da forma do aqueduto do projecto, o projectista
deve computarizar a largura, Ws, comprimento, Ls, da abertura de infraescavação
aplicando a Equação 10-4 três vezes, uma para cada parâmetro da abertura de
infraescavação, Cs e Ch da Equação 10-4 são factores ajustáveis a contabilizar para os
efeitos da inclinação e da queda entre a saida do aqueduto e o leito do canal.
Usando a informação da, estes factores podem ser directamente obtidos ou interpolados
da Tabela 10-3. Introduza os valores para estes coeficientes na coluna de profundidades
da planilha na porção baixa da abertura de infraescavação.
Os termos F1, F2 e F3 devem ser determinados. Um valor diferente dos coeficientes
designados α, β, e θ será usado para resolver estas equações para cada uma das três
iterações desenvolvidas na Equação 10-4. Os termos α, β, e θ podem ser obtidos da
Tabela 10-1.
A primeira computação ou iteração da Equação 10-4 deve ser feita para determinar
profundidade da abertura de infraescavação, como se segue:
Resolver a Equação 10-5 para o termo F1,

Onde, σ = o desvio padrão de material dado e α é obtido da Tabela 10-1,

Intruza o valor de F1 na planilha, coluna de profundidades na porção baixa da abertura


infraescavação,
Resolver a Equação 10-6 para o F2 da seguinte forma:

 Q 
F2 =  0,5 .2,5 
 g Rc 
Onde, Rc É o raio hidráulico do aqueduto a escoar em cheia e β obtido da Tabela 10-1,

310
0 , 39
 1,132 
F2 =  0,5

2.5  F2 = 1,194
 9,81 0,555 0 

Introduzir o valor para F2 na coluna de profundidades da planilha de computação da


porção baixa da abertura de infraescavação natural como mostrado abaixo.
Então, o projectista deve resolver a Equação 10-7 para o termo F3 como segue:

Onde, t é a duração de escoamento de pico t = 316 minutos) e θ é obtido a partir da


Tabela 10-1.

Introduz o valor para F3 na coluna de profundidades da porção baixa da planilha de


computação da abertura de infraecavação natural, conforme mostrado acima.
Com todos os termos da Equação 10-4 computarizados, profundidade de infraescavação,
da abertura pode ser agora determinado resolvendo a Equação 10-4 como a seguir:

ds = (1,037)(1,0)(1,77)(1,194)(0,868)(0,555)
= 1,056 m
Introduza valor para ds na base da coluna de profundidade na planilha de computação
da abertura.
Passo #4: Computarizar a abertura de infraescavação para determimar largura e
comprimento
Neste ponte no procedimento do projecto, o projectista deve seguir os procedimentos e
equações destacados no passo 3 para resolver para a abertura, Ws, Ls, respectivamente.
Os valores apropriados para α, β, e θ serão obtidos da Tabela 10-1. Introduza colunas
largura e comprimento da Tabela 10-2 e Tabela 10-3 para obter valores de Cs e Ch.
Resolvendo a Equação 10-4 para ambos largura e comprimento, o projectista obtem
valores de 5,67 m e 10,13 para abertura de infraescavação, respectivamente, Esstes
valres deve ser introduzidos abaixo da planilha da abertura de infraescavação, A planilha
da abertura de infraescavação apresentada acima está agora completa.

311
Apêndice M Projecto de Protecção com Rip-Rap Contra
a Erosão em Drenos - Exemplo Práctico

Exemplo:
Dado: Um canal de drenagem lateral é trapezoidal com uma base da largura de
1,2 m e declives laterais de 1V:3H, A inclinação da base do leito é 0,005
m/m e a taxa de escoamento do projecto é 0,6 m3/s.
Determine: Calcule o diâmetro necessário (D50) de cascalho a ser usado como um
protecção permanente do canal com rip rap, e a profundidade de
escoamento do projecto.
Solução: A solução segue o procedimento definido em HEC-15, baseado no método
de força de corte.
(1) Escolha o cascalho arredondado com D50 = 25 mm

Então p = 19 Pa (Tabela 5-6)

(2) n=0,033 tirado da Tabela 5-2 para a profundidade y=0,15–0,6 m/

(3) Calcule y a partir da equação de Manning

[(1,486nQ)/(b8/3)(S1/2)] = [1,486(0,033)(0,6)]/[(1,28/3)(0,0051/2)]
=0,256
Então, com Z = 3: y/b = 0,29 and y = 0,35 m

(4) Calcule a força maxima de corte na base do leito, d

d = 9800 yS = 9800 x 0,35 x 0,005 = 17 Pa

Agora, pelo facto d<p, aceita-se D50 de 25 mm aproximadamente.


De contrário o exercício seria repetido com outro diâmetro de
cascalho para rip rap .

(5) Declives laterais serão estáveis, pois, a inclinação não é muito


íngrime que 1V:3H. De contrário ou se a inclinação do canal fosse
íngrime, consultar-se-ia o HEC-15 para computações adicionais.

312
Apêndice N Projecto de Drenagem Subterrânea-Cálos
de Caudal -Exemplo Práctico

Exemplo:
Cálculo da taxa de esscoamento ao dreno interceptor
Determine a taxa de escoamento ao dreno interceptor.

Conhecidos

Altura do lençol freático junto do dreno e (H) = 3,048 m,


Inclinação da base da frointeira de solos (S) = 0,0122 m/m
Altura do dreno acima da barreira impermeável (Ho)= 1,22 m
Condutividade hidráulica do solo (K) = 0,61 m/dia
Solução
Primeiro, calculamos o comprimento de influência (Li)
Li = 3,8 (H-Ho) = 3,8 (3,048 -1,22) = 1,828 m
Ho 1,22
A relação ( )= = 0,4
H 3,048

A relação (
SLi
)=
(0,0061)(1,828) = 0,0004
H 3,048
E resulta conduzindo a
qd = (5,5) (k)(H)(S)= (5,5( (2)(3,048) (0,0061)= 2,05 cu, m/dia metro linear do dreno
interceptor, Com estea taxa de escoamento podemos determinar o diâmetro necessário
e o grau para o dreno interceptor.

313

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