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Cooperativismo de

Crédito
UNICRED
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História do cooperativismo de
crédito no Brasil
No Brasil, a cultura cooperativista ganhou força no fim do
século XIX, nos estados de Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo, Rio de
Janeiro e Rio Grande do Sul. A cooperativa de crédito mais antiga da
América Latina, e ainda em atividade, foi fundada em 1902, no
município de Nova Petrópolis/RS.

O responsável pela chegada do modelo cooperativista ao país


foi o padre suíço Theodor Amstad. O jesuíta chegou ao Rio Grande do
Sul alguns anos antes para trabalhar nas colônias de imigrantes
alemães.

Enquanto realizava sua função nas capelas do interior, ele


observava a precariedade daquelas comunidades. Resolveu, então,
apresentar uma solução que tornasse as famílias dos colonos mais
prósperas.

Conhecedor do cooperativismo, Amstad juntou-se a 19


lideranças comunitárias para construir a Caixa de Economias e
Empréstimos que levava seu sobrenome. A sede da organização ficava
na localidade de Linha Imperial, no município de Nova Petrópolis. Hoje
a organização é denominada Sicredi Pioneira RS.
Como funciona uma cooperativa?

As sociedades cooperativas são formadas por indivíduos


que exercem uma atividade econômica em comum. Elas não
visam ao lucro, mas, sim, à prestação de serviços aos associados.
As regras para o funcionamento estão descritas na Lei Nº
5.764/71, que define a Política Nacional de Cooperativismo.

Uma cooperativa pode ajudar produtores rurais a


adquirirem equipamentos agrícolas, por exemplo, ou oferecer
empréstimos a juros baixos. Também pode promover cursos de
capacitação para qualificar os trabalhadores.
Segmentos de atuação
Crédito: o grupo é composto por cooperativas que prestam
serviços financeiros, como empréstimo, financiamento e
aplicações. Elas têm o objetivo de facilitar a entrada dos
participantes no mercado, já que operam com taxas mais
baixas;

Agropecuário: esse segmento abrange as cooperativas de


produtores rurais e de pescadores, entre outras. A união das
forças ajuda na comercialização e no armazenamento da
produção, além de possibilitar assistência técnica para os
associados.
e com menos burocracia;

Transporte: esse setor envolve as pessoas que atuam no


transporte de passageiros e aquelas que transportam carga.
Para tanto, os cooperados devem ser proprietários dos veículos
em circulação. Há modalidades variadas dessas cooperativas –
para táxi, ônibus, transporte escolar, frete de mercadorias etc.
Cada uma tem suas especificidades.
Segmentos de atuação
Trabalho, Produção de Bens e Serviços: esse segmento do
cooperativismo contempla a prestação de serviços especializados,
indo do turismo ao beneficiamento de material reciclável. As
organizações surgem para elevar a remuneração e as condições de
trabalho de uma determinada categoria;

Saúde: essas associações cooperativas são formadas por médicos,


dentistas ou outros profissionais da área. Ainda, pode abranger
usuários comuns para a constituição de uma operadora de plano
de saúde;

Consumo: cooperativas de consumo existem para viabilizar a


compra coletiva de produtos ou serviços. Dessa maneira, os
cooperados obtêm preços mais competitivos e poupam recursos,
garantindo a sustentabilidade financeira de seus negócios;

Infraestrutura: por fim, o ramo do cooperativismo de infraestrutura


fornece imóveis, energia elétrica, rede de telefonia e outros serviços
essenciais. Isso possibilita o acesso a uma estrutura básica para o
crescimento econômico e produtivo dos pequenos associados.
Museu Sicredi em Nova Petrópolis-RS
O Sistema Nacional de Cooperativas de Crédito
(SNCC)
Olhado além da Política Nacional de Cooperativismo, o cooperativismo no
Brasil possui uma definição própria. Baseado na Lei Complementar nº 130/2009,
atualizada pela Lei Complementar nº 161/2018, está o SNCC (Sistema Nacional de
Crédito Cooperativo. Esse sistema é responsável por regulamentar as cooperativas,
bem como direcionar sua atuação, as classificando em níveis, por exemplo.

Instituições financeiras sem fins lucrativos, as cooperativas de crédito têm


como um de seus principais pilares a inclusão financeira. Como resultado da união de
esforços, alcançam centenas de municípios onde não estão presentes os bancos,
oferecendo taxas e tarifas mais vantajosas e condições ajustadas às necessidades
locais. E mais! Os cooperados têm voz ativa nas decisões e nos resultados de suas
cooperativas.

É importante ressaltar, que além de serem fiscalizadas e reguladas pelo


Banco Central, as cooperativas de crédito contam com o Fundo Garantidor do
Cooperativismo de Crédito (FGCoop), para dar ainda mais segurança a todos os
cooperados.
Principais diferenças entre BANCOS e cooperativas
A cooperativa de crédito utiliza seu capital e patrimônio como garantia
para captar recursos no mercado, seja em bancos públicos e privados. Para isso,
elas podem realizar convênios, cobranças de títulos e realizar operações no
mercado financeiro, por exemplo.

Tudo que é arrecadado é repassado para os cooperados com juros mais


baixos e prazos de liquidação mais interessantes do que os praticados pelos
bancos tradicionais. O principal objetivo do cooperativismo financeiro é oferecer
soluções adequadas às necessidades dos cooperados e não o lucro.

É um círculo virtuoso que o cooperativismo financeiro proporciona aos


associados. A organização oferece produtos e serviços a preços justos, incluindo
a devolução das sobras aos cooperados.

Com isso, os cooperados assumem uma posição de protagonistas na


regulação do mercado financeiro e conseguem promover mais a inclusão e
educação financeira.

O resultado é um impulsionamento do desenvolvimento


socioeconômico local e regional que leva novamente a oferta de mais e
melhores soluções financeiras.
Porque uma cooperativa pode ser melhor que um
Banco?
Toda a gestão e tomadas de decisão são realizadas em conjunto. Além disso,
o destino de parte da sobra anual, como as cooperativas denominam o montante
financeiro que não é utilizado no ano, é decidido coletivamente em assembleia,
visando o benefício de todos os associados.

De acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro, em 2020, o Brasil


tinha 827 cooperativas financeiras. Além disso, o estudo revelou que esse é o ramo
que mais tem cooperados no país (10.786.317 pessoas) e um dos que gera mais
empregos (71.740).

A disponibilidade dos serviços bancários de uma cooperativa acontece não


só presencial, mas também no digital. As cooperativas têm investido cada vez mais
em canais online e aplicativos para facilitar comunicações e transações.

As cooperativas financeiras são autorizadas e supervisionadas pelo Banco


Central, assim como os bancos comerciais.
Dessa forma, elas também possuem um fundo único, chamado FGCoop
(Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito). Esse fundo garante os depósitos e
os créditos mantidos nas cooperativas singulares de crédito e nos bancos
cooperativos em caso de intervenção ou liquidação extrajudicial dessas instituições.

Atualmente, o valor limite dessa proteção é de R$250 mil, o mesmo dos


bancos comerciais. Dessa forma, os associados estão muito mais seguros ao fazerem
seus investimentos.
Principais diferenças entre BANCOS e cooperativas
1. Modelo de gestão

Os bancos são sociedades de capital e as decisões são tomadas por quem


tem mais ações. O seu objetivo principal é o lucro e você é apenas um cliente da
instituição.

Já as cooperativas financeiras são uma sociedade de pessoas nas quais os


associados têm direitos de voto equivalentes. Isso significa que eles também são
donos da instituição e podem tomar as decisões de acordo com o que for melhor para
o coletivo.
Nas cooperativas, o objetivo é administrar os recursos dos cooperados de
forma vantajosa para todos.

2. Taxas e preços

Os bancos definem os preços e taxas dos seus serviços visando o lucro e o


valor repassado ao cliente é maior. Já as cooperativas, por não objetivarem o lucro,
conseguem cobrar taxas menores dos seus associados pelos mesmos serviços e
produtos financeiros oferecidos pelos bancos.
Segundo levantamento realizado pelo MyNews com base nos dados do
Banco Central. Os cooperados gastam 50% a menos em taxas de crédito pessoal e as
taxas de juros no cartão de crédito podem chegar até a 55% a menos.
Principais diferenças entre BANCOS e cooperativas
3. Atuação nas comunidades

Não é prioridade para os bancos fazer investimentos nas comunidades


locais em que atuam.

No caso das cooperativas, investir nas regiões em que estão instaladas faz
parte dos seus princípios. Por isso, elas assumem um papel significativo no
desenvolvimento social, promovendo educação, formação e informação.
Leia também: o que é o cooperativismo e seus princípios!

Então, é comum ver as cooperativas por trás de iniciativas como palestras,


workshops, cursos técnicos que contribuem para o progresso não só dos seus
cooperados e parceiros, mas da comunidade ao seu redor.
Cooperativas financeiras, por exemplo, incentivam o acesso facilitado ao crédito,
refletindo na melhor distribuição de renda e favorecendo a movimentação
econômica de forma geral.
Ex. de PRODUTOS das cooperativas de crédito
Distribuição de Lucros (SOBRAS)
Distribuição de Sobras

Nada mais é do que a distribuição dos resultados a mais de uma cooperativa


para os seus cooperados.

Por exemplo, quando uma cooperativa tem resultados extremamente


positivos e alguns recursos acabam sobrando, eles são distribuídos entre os
cooperados.

Já pensou em desfrutar dos recursos de uma cooperativa e ainda ganhar


por isso? Essa é a realidade das instituições cooperativistas, elas são justas e
igualitárias com seus sócios.

Porém, a distribuição de sobras é realizada em um momento específico das


operações da cooperativa.

Essa compensação é uma etapa exclusiva das cooperativas, justamente


porque elas são instituições financeiras sem fins lucrativos.

Em bancos tradicionais, as sobras dos resultados não são distribuídas entre


seus clientes. Quem recebe o lucro são os acionistas.

Já nas cooperativas de crédito não acontece assim. As sobras dos lucros


finais são distribuídas entre todos os cooperados.
Distribuição de Lucros: SOBRAS ou JCP?

Sobras ou juros ao capital: qual a diferença?

Na distribuição de sobras, o cooperado recebe parte dos juros


que foi pago sobre os empréstimos tomados ao longo do ano.

Esses juros são transferidos para a conta corrente do cooperado


e são distribuídos conforme decisão soberana em Assembleia Geral.

Já os juros ao capital são distribuídos após o encerramento do


balanço no dia 31 de dezembro de cada ano.

A remuneração é feita sobre o capital acumulado, conforme


legislação vigente. A distribuição pode ser integrada ao capital ou,
casualmente, ser paga de maneira total ou parcial na conta corrente
dos sócios.
Distribuição de Lucros: SOBRAS ou JCP?

Distribuição de Sobras

O valor remanescente após as destinações estatutárias (FATES e Fundo de


Reserva) fica à disposição dos associados na AGO.

Juros ao Capital Próprio

Os juros ao capital próprio são deduzidos do resultado da cooperativa de crédito


ainda no decorrer do exercício fiscal, isto significa que somente após o
pagamento dos juros é que serão feitas as destinações do FATES e Fundo de
Reserva.
Distribuição de Lucros: SOBRAS ou JCP?

Sobras ou juros ao capital: qual a diferença?

Suponha que o estatuto social da cooperativa preveja uma destinação ao


FATES de 5% e de Fundo de Reserva de 45%. Suponha ainda que a Cooperativa tenha
tido um resultado no ano de R$ 3 milhões e possua de Capital Social o valor de R$ 15
milhões. Suponha ainda que a cooperativa em uma das simulações opte por
pagamento de juros ao capital de 10% ao ano, valor este equivalente ao CDI do ano.
Distribuição de Lucros: SOBRAS ou JCP?
Observações:

Percebe-se portanto que no modelo em que houve o pagamento de juros


ao capital social o valor distribuído aos associados foi 28% superior ao modelo em que
as sobras foram distribuídas apenas proporcionalmente à movimentação do
associado com sua cooperativa.

Apesar desta vantagem para o associado da Cooperativa atualmente são poucas


aquelas que pagam juros sobre capital, sendo que como motivos para tal temos a
intenção de evitar a tributação de 15% de IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) e
talvez o desconhecimento da vantagem acima.

Segundo o COSIF (Plano Contábil das Instituições Financeiras), “para efeito de


elaboração e publicação do resultado do semestre/exercício, o montante da despesa
incorrida, relativa ao pagamento dos juros referentes à remuneração do capital
próprio, deve ser objeto de ajuste, mediante reclassificação para Lucros ou Prejuízos
Acumulados, de modo que seus efeitos, inclusive tributários, sejam eliminados do
resultado do semestre/exercício.” (Capítulo 1, seção 22, 14). “O valor do ajuste de que
trata o item anterior deve ser apresentado na Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido do Semestre/Exercício (documento nº 11), como destinação do
resultado, em verbete específico”.

A Receita Federal do Brasil, através de seu Parecer Normativo CST nº 38 de 1980,


consideraproibido o pagamento de juros sobre o capital nos casos em que as
cooperativas não apuram sobras.

Fonte: Artigo: Distribuição de Sobras nas Cooperativas de Crédito


Plano de contas contábeis COSIF (Banco Central)
Maiores cooperativas de Crédito no Brasil

Tiago Machado

O Sistema de Crédito Cooperativo foi fundado em 1902, O Sistema de Cooperativas Financeiras do Brasil foi criado em
carregando o título da primeira cooperativa de crédito 1997 e conta com mais de 5 milhões de associados. No geral, são
brasileira. Atualmente, possui quase 5 milhões de associados quase 400 cooperativas singulares, com atividade em todos os
e marca presença em 23 estados, além do Distrito Federal. estados do país.
São 2 mil agências distribuídas em 108 cooperativas, com
30 mil colaboradores. Um ótimo destaque é que a Essa cooperativa está prestes a alcançar o número de 2 mil
empresa firmou parcerias internacionais no setor financeiro. cidades atendidas, sendo que já possui mais de 3 mil pontos de
Entre elas está a multinacional holandesa Rabobank, atuante atendimento. Além disso, existem milhares de caixas eletrônicos
em 40 países. distribuídos por todo o território nacional.
Outra, é a IFC (International Finance Corporation), uma
corporação associada ao Banco Mundial, membro do Grupo Segundo o ranking de Melhores e Maiores da revista Exame, o
Banco Mundial. Sicoob é o 47º maior grupo empresarial do Brasil.

Criado há 30 anos, o Sistema Unicred também contribuiu


para a formação da Confederação Nacional das Cooperativas
Centrais Unicred, em 1994. Uma Confederação Nacional
representa a empresa, com sede em São Paulo e em Porto
Alegre.

A Unicred também marca presença em 15 estados


brasileiros. Ao todo, são 280 Unidades de Negócios, 4
Unicreds Centrais, 35 cooperativas e mais de 220 mil
associados.
Cooperativas de crédito singulares no Brasil
Tiago Machado
CECRED: com sede em Santa Catarina, possui 15 cooperativas singulares filiadas à
Cooperativa Central de Crédito Urbano, sendo 2 de Livre Admissão e 5 de
Empresários;

CECRERS: com sede no Rio Grande do Sul, possui 17 cooperativas singulares filiadas
à Cecrers Central, sendo uma delas na categoria de Empresários;

CENTRALCRED: com sede em Rondônia, possui 10 cooperativas singulares filiadas à


Cooperativa Central de Crédito Noroeste Brasileiro, no ramo do Crédito Rural;

CECOOPES: com sede no Espírito Santo, possui 3 cooperativas urbanas filiadas à


Cooperativa Central de Economia e Crédito Mútuo do Espírito Santo;

UNIPRIME: composta por 8 cooperativas derivadas da Unicred, sendo 6 no Paraná e


2 do Mato Grosso do Sul.
VIACREDI: fundada em 1951, possui sede em Santa Catarina. Atualmente, conta
com 99 postos de atendimento, mais de 640 mil cooperados e 1,5 mil
colaboradores.
ato
Fontes

Blog Cresol Sistema OCB Sescoop


Blog Ailos
https://blog.cresol.com.br/o-que-e-
https://www.somoscooperativismo.c https://www.sescooprs.coop.br/coop https://blog.ailos.coop.br/cooperativi
cooperativismo/#Como_funciona_uma_cooper
oop.br/o-que-e-cooperativismo erativismo/o-que-e-cooperativismo/ smo/cooperativas-de-credito-no-
ativa
brasil/

Gaúcha ZH
https://gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/cultur
a-e-lazer/memoria/noticia/2019/06/museu-
sicredi-e-a-historia-do-cooperativismo-de-
credito-na-serra-10948402.html

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