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2722532-Unofficial - Consertando o Passado Vol.1 - O Ritual de Passagem
2722532-Unofficial - Consertando o Passado Vol.1 - O Ritual de Passagem
o passado Vol. 1
Ritual de Passagem
Após o Líder da matilha apresentar Nahi ao grupo... com damas e fatidicamente acabam por falar merda, se
- Huuuuuuu!!! Yeah!!! (Palmas) - Seja bem vinda a nossa imporem pra cima dos outros e perderem o respeito com
matilha e parabéns pelo seu posto, “Fostern”, é uma honra facilidade.
podermos receber a pródiga Galliard do povo Wendigo em Nahi responde:
nossa família, dessa vez oficialmente como membra da - Tudo bem, ele não é o primeiro babaca que cruza meu
matilha “Dilaceradores de Malditos”, rsrsrs, veja, eu não estou caminho e não será o último, mas quero deixar claro a todos
sendo irônico, eu realmente espero muito de você aqui conosco, que se ele me faltar com o respeito novamente eu não
se olhar par nós verá que somos bem mais velhos que você e responderei por mim!
que temos cicatrizes de ponta a ponta na nossa cara, e o Bruce Gordon põem a mão nos ombros de David e diz:
ali, bem... ele já tem cabelo grisalho nascendo naquela - David, vá buscar mais cerveja para nós, agora!
pelugem falhada ali... além de um teco da orelha esquerda Ele se vira para Nahi e diz:
faltando né Bruce fala ai?! Kkkkkkkkkkkkk, E você... bem, - Acredito que a Galliard deva ter boas histórias para nos
você é uma fedelha, com todo o respeito claro, mas me cheira contar, posso lhe chamar de Nahi?
a leite e já conseguiu alcançar o posto de Fostern, eu realmente Ela sorri e responde:
estou impressionado, e acredite... eu não sou do tipo que se - Sim, tenho boas e más histórias assim como todos
impressiona com tudo, fala pra ela Boss? acredito, e sim pode me chamar de Nahi, todos aqui me
Gordon o líder da matilha diz: chamam assim.
- David cala a boca, tá deixando a garota irritada, e me Ele consente com a cabeça e pergunta:
constrangendo, me desculpe Nahi, pelo mal comportamento de - Então nos conte, como foi que recebeu esse nome? É seu
um dos meus “garotos”, eles não estão acostumados a lidar nome mesmo ou um de guerra assim como o nosso?
Nahi responde: mãe Larissa me contou, e agora essa? Puxa, eu tô realmente
- É os dois e não é nenhum, é uma mensagem deixada pelo impressionado, agora as coisas fazem total sentido. Seu avô
meu primeiro ancestral chamado Kiunik ele foi o primeiro dos era, era... cara eu sou realmente fã dele, e pra mim é uma
Lotaah e nós que viemos depois dele devemos honra-lo e grande honra poder contar com sua neta na minha matilha,
manter seu nome, sua história e seu legado... Lotaah significa essa noite irei oferecer tabaco a ele antes de ir dormir!
Rubro(a), vermelho(a) e sangue! Lotaah é meu sobrenome e Nahi sorri e diz:
Rubro é o meu legado, o legado de sangue que Kiunik, o maior - Ele disse que vai te cobrar durante a madrugada se não
dentre todos do nosso sangue me deixou. cumprir sua promessa...
David retorna com os canecos cheio de cerveja Gordon engasga uma terceira vez e arregala os olhos:
barata e exclama: - Você tá brincando né? Não tá falando com ele mesmo
- Caraaaaaaaalho! Já arrepiei meu parceiro! Pega aí seu está? Hã? É sério, você fala com seu falecido avô?
caneco Gordon, Pocahontas tá bebendo também? Kkkkkkkk. Ela abana a cabeça com os olhos fixos nos de
Nahi toma o caneco dele e diz: Gordon e responde:
- Pocahontas foi uma Croatan seu trapaceiro idiota, você - Eu não brincaria com isso, Angaluk é meu mentor
deveria saber disso... e virou o caneco todo na garganta. espiritual, me acompanha desde que fiz minha primeira
Enquanto isso, Gordon ria colocando as mãos na transformação, foi ele quem alertou os Garou daqui a me
boca para conter o seu engasgo, mas falhava encontrarem as margens do rio, desde então sempre que pode
admiravelmente nisso. Ele recupera seu folego e volta a ele me acompanha e me orienta. Ah, ele disse também que
perguntar a Nahi: ouviu falar de você e de sua matilha, que você é um homem
- Mas então você não muda seu nome de guerra como nós? honesto e que daria sua vida pela irmandade que tem, disse
O Bruce ali já mudou de nome umas três vezes desde que que eu não preciso me preocupar com você rsrsrs.
formamos essa matilha, a cada novo ataque bem sucedido aos Gordon agradece o elogio vindo do além, e diz que
corrompidos que concluímos ele atualiza e muda o nome de só faz o que considera o melhor para a matilha e que ele
novo rsrsrsrs. é apenas uma ferramenta e que por isso age sempre com
O lobo inclina a cabeça e franzi o cenho. responsabilidade.
Nahi termina seu caneco e o empurra ao David e lhe Os dois continuam conversando, até que David
ordena: retorna e se junta ao grupo, eles bebem um pouco, riem
- Me traga outro copo ou teremos problemas um com outro de tudo e Nahi volta a contar a história de seu nome
daqui a pouco, e quando voltar nada de piadas ou meu punho lotaah e do legado deixado nele...
dará um jeito de encontrar o seu grande e feio nariz!
Kkkkkkkkkkkkkk
...
David resmunga algo enquanto pega o caneco e se Tudo começou com meu tatatatataravô Kiunik, ele
dirige a fila para pegar mais cerveja. surgiu durante a virada do ano cristão em 1800, e
Nahi continua: quando digo surgiu é porque ele não nasceu pelos
- Não, eu não mudarei o meu nome como fazem na meios convencionais.
maioria das vezes os Garou, meu nome individual de nascença Ele foi encontrado na beira de um rio quando ainda
é Nahimana que na minha língua nativa significa “A era apenas um bebê, não estava sozinho, uma família de
canção”, meu sobrenome veio de minha mãe, que recebeu de lontras estavam a sua volta e uma delas lhe dava frutas
seu pai, meu avô, um dos grandes Garou que já pisaram aqui mastigadas para que ele não ficasse com fome nem sede,
na Seita Verde, você deve o conhecer, ele era conhecido aqui um caçador ouviu o barulho e foi até a margem, e foi
como Luke O Caçador Feroz, mas seu verdadeiro nome era quando meu ancestral foi achado e levado para a tribo
Angaluk Lotaah “O Caçador Rubro”... do caçador.
Nesse momento Gordon engasga com a cerveja, O caçador era um nativo da tribo dos Mohawk, e o
perde o folego novamente e quando o recupera, volta a bebê tinha o mesmo tom de sua pele, cabelos e olhos
questionar Nahi: negros, o caçador achou que ele talvez tivesse sido
- Seu avô era O Caçador feroz? O grande Philodox da abandonado por um outro nativo nômade, então
Seita verde? Aquele lá mesmo? O fodão? Da matilha Luna’s quando chegaram até seu povoado, todos ficaram
Arm? Não é possível, mãe Larissa não me falou essa parte... encantados com o recém-nascido, e uma velha parteira
cara, eu á achava você especial somente pelos seus feitos que da tribo já o pegou no colo e o levou para sua tenda
onde lhe deu um banho e depois de mamar nos seios
de uma das nativas da tribo que era ama de leite.
O chefe da tribo ficou curioso e preocupado por
terem achado uma criança tão pequena na beira do rio,
ele não sabia o que fazer, então orou aos Manitus que
lhe dessem a visão por sabedoria para o que deveria
fazer, os espíritos o escutaram e durante a noite ele
sonhou. No sonho o velho chefe da tribo estava numa
canoa em mar aberto, o Sol estava a pino e queimava a
velha face do chefe, ao longe no horizonte ele via uma
grande sombra, ela parecia se aproximar, o velho olhava
para todos os lados e não vi nada além do Sol acima, o
mar abaixo de sua canoa e uma enorme sombra
crescendo no horizonte vindo em sua direção, algum
tempo se passou, até que a enorme sombra se revelou
ser uma grande Tartaruga, e ela nadava em sua direção,
em suas costas acima de seu gigantesco casco estavam as
montanhas das terras puras, de um de seus lados descia
um enorme rio que desaguava no mar, o velho chefe
ficou abismado e fascinado com a enorme criatura que
deslizava pelo mar aberto em alta velocidade, passou
algum tempo até que A Tartaruga chegou até ele, sem
saber o que dizer abaixou sua cabeça em sinal de
respeito e disse que estava à disposição do grande
espírito.
A Tartaruga se manifestou:
- Eu conheço você velho, você é Dorme-na-Pedra,
Angalkuk! Xamã do povo Wendigo e chefe da tribo dos
Mohawk. Você encontrou meu filho não?
Eis que o velho chamado Dorme-na-pedra responde:
- Seu filho? Aquela criança trazida a mim é seu filho?
Você é quem os antigos chamam de A Tartaruga Mundo?
Que carrega as terras puras em suas costas? É uma honra estar
diante de ti ó grande sábio espírito!
A Tartaruga gigante lhe responde:
- Sim, aquela criança entregue a sua tribo através de meus
servos as Lontras do rio Sauconi, é meu filho. E não, não
carrego as Terras puras em minhas costas, eu sou As Terras
Puras, e elas vivem em mim. Estive dormindo por gerações e
me levantei apenas para relembrar a todos que no passado os
meus filhos caminharam por essas terras e vocês os chamavam
de Irmão-do-Meio, seu povo e meu povo lutaram juntos, e
prosperaram juntos, mas isso foi a muito tempo, seu povo se
esqueceu dessas canções e não as cantam mais, o legado do
povo Croatan e seu sacrifício por todos vocês que ainda vivem
nessas terras foi esquecido, os wasichus voltaram as minhas
terras e vocês os permitiram, eles criaram raízes em mim e
vocês não fizeram o bastante.
Minha dor é insuportável e não posso mais continuar a -vam presentes na clareia onde acontecia a Assembleia
dormir e descansar enquanto as minhas terras não forem Garou, houve festa, houve dança, houveram sessões
lembradas do que houve no passado e seu legado seja visionárias a base de ervas sagradas, e também duelos
respeitado e honrado. entre ahroun’s orgulhosos demais para conter sua fúria
- Sim, ele é meu filho e você irá cria-lo como se fosse seu, e que precisavam mostrar sua virilidade diante de tantos
criará entre os seus, ele eventualmente descobrirá que não é espectadores. Mas o mais importante naquela noite foi
um de vocês ou não, mas na hora certa eu irei vê-lo, até lá, a apresentação de Kiunik para toda a tribo, um bebê
trate de mantê-lo vivo e saudável, e eu espero que sua seita se filho do Croatan, nascido com uma grande missão que
lembre de mim na próxima Lua e que a história de meus filhos só lhe seria revelada pela própria Tartaruga quando a
seja cantada, ou irei retornar a você, e dessa vez não serei tão hora chegasse. Todos brindaram ao novo membro da
generoso. tribo e ao grande totem que havia despertado. Após
Dorme-na-pedra pulou de sua cama, uma enorme apresentarem Kiunik ao aos Garou, o líder da Seita
lápide rosada de rocha ancestral na horizontal, ele chamou seu mestre de cerimônia, um antigo Galliard
acordou assustado, o dia ainda não havia amanhecido, conhecido por todos os presentes, um sábio Garou,
ele se levantou foi até a tenda da velha parteira e a guerreiro sem igual, e um contador de histórias
acorda: lendário, se chamava A-Última-Dança, mas também era
- Você precisa manter essa criança bem, avise ao caçador conhecido como A-Canção-dos-Manitus-Esquecidos,
quando ele levantar para cuidar de sua segurança, eu preciso pois conhecia algumas histórias, histórias muito
visitar alguns velhos amigos, volto ao anoitecer de amanhã! antigas, de espíritos que já caminhavam pelas Terras
Ele saiu da tenda da velha parteira e correu até seu Puras antes mesmo do povo Wendigo chegar, histórias
cavalo, um Mustang caramelo. Montou seu cavalo e que ninguém mais contava.
partiu imediatamente pelo vale, correu a maior parte do Ele se aproximou do centro da clareira onde
dia e ao anoitecer chegou na Seita do Aro Sagrado a crepitava uma grande fogueira e se ajoelhou, deu boa
qual ele pertencia. Ele se reuniu com os antigos anciões noite a todos, agradeceu o comparecimento de cada um
e lhes contou sobre a criança e sobre seu sonho, sobre ali presente enquanto esfregava a terra seca e vermelha
o que havia entendido e o que temia. entre seus dedos, olhou profundamente para o fogo
O Líder da Seita o acalmou e comemorou o incandescente, fechou os olhos, inclinou sua cabeça
ocorrido, chorou de felicidade e contou a Dorme-na- para cima e inspirou lentamente o ar que estava a sua
pedra que isso era um grande sinal, e não um agouro, volta, encheu seu pulmões e soltou o ar pela boca em
era um bom sinal, um sinal de novos tempos, um sinal direção as chamas da fogueira, a fogueira respondeu se
de esperança. Lhe contou que a Tartaruga não era vista afastando e crepitando ainda mais, parecia que a
a mais de 200 anos pelo povo Garou: fogueira havia ganhado mais força, como se alguém
- Desde a morte do povo Croatan ela havia se recolhido tivesse colocado mais lenha nela, mas não, estavam
adormecido, desde então nunca mais foi vista, até hoje! Desde todos em volta da fogueira, todos viram que nada nem
o sacrifício dos Croatan, nossa tribo vem tentando encontrar ninguém se aproximou, fora ele mesmo quem havia
seus filhos no nascimento de seus parentes, mas infelizmente incendiado, e com o fogo mais vivo ele começou:
nenhuma criança nascida do que restou de seus parentes tinha - Hoje contarei para vocês a história mais triste que já ouvi
o sangue Garou, nenhuma delas veio até nós... até hoje! Se em minha vida, hoje irei partir os seus corações, hoje os
animem todos! Hoje é um dia para comemorar! Reúnam todos deixarei inconsoláveis, mas o farei mesmo assim, pois
os nossos filhos, e os enviem atrás do restante de nossa seita, precisamos honrar aqueles que vieram antes de nós, porque
chamem os líderes dos Wendigo de todas as seitas norte precisamos que eles sejam lembrados e honrados, para que seus
americanas! Teremos uma Assembleia na próxima Lua! nomes vivam para sempre dentro de nós! Essa é a balada do
Dorme-na-pedra, quero que você retorne imediatamente para luto, o som do lamento... é a última canção dos Croatan!
seu povo e retorne com a criança na próxima Lua para a
Assembleia! Agora vá!
...
Então Dorme na pedra seguiu as ordens do líder da Dezesseis anos se passaram desde aquela noite, a
seita e partiu de volta para casa. noite que mudou a vida de todos os presentes. O bebê
Na Lua seguinte, todos os Wendigo convocados esta- recebeu o nome dado pelo chefe da tribo de Kiunik
em homenagem as lontras que lhe trouxeram para o europeus aos montes, Kiunik sentiu um enorme fedor
caçador anos antes, “Kiunik” significa Lontra na língua descendo da embarcação junto com os wasichus, e não
antiga. conseguiu conter seu nojo, vomitou por causa do mal
- Kiunik cresceu na tribo de Dorme-na-pedra, com cheiro. As pessoas passavam por ele e o atravessam, era
outras crianças em sua volta. Os mais velhos por alguma como se elas fossem reais e Kiunik fosse apenas um
razão lhe tratavam melhor do que tratavam as demais fantasma. Um homem que desceu desse navio chamava
crianças, já as outras crianças o tratavam muito mal, ele a atenção de Kiunik, ele se parecia com um feiticeiro do
teve diversos apelidos, o sem mãe, o filho da lontra, as povo wasichu, se vestia de forma diferente e carregava
crianças eram más com ele, mas Kiunik tinha um bom símbolos em suas vestimentas, símbolos jamais vistos
coração, e relevava. Quando completou dezesseis anos por Kiunik, seu fedor era maior que em qualquer outro
saiu para caçar com os guerreiros da tribo para provar wasichu, Kiunik se afastou nauseado e se sentou na
que já era um homem também, Kiunik conseguiu caçar areia. Enquanto se recuperava as cenas foram correndo
um belo cervo adulto, todos comemoraram, mas e Kiunik pode ver que os nativos pareciam receber bem
quando voltavam para a tribo foram emboscados por os wasichus, eles trocaram presentes e conhecimentos,
wasichus que estavam armados com rifles e atiraram em mas o Líder dos nativos parecia não concordar com o
Kiunik e nos demais guerreiros, dois deles não que acontecia ali, as cenas vão se adiantando, e
voltariam para casa para comer a carne de caça que passando de forma muita rápida, mas Kiunik de alguma
Kiunik havia providenciado. Ele nunca havia sentido forma consegue absorver tudo o que está acontecendo
tamanha fúria dentro de si, jamais havia odiado alguém ali, ele entende que o líder dos nativos é Garou como
sem se quer conhece-lo, mas ele os odiava assim mesmo, ele, e que alguns dos outros nativos também, e inclusive
Kiunik acabou sucumbindo ao Frenesi Garou e correu alguns dos wasishu também o são, ele vê os conflitos
em direção aos atiradores, ele é acertado na barriga de acontecerem de forma drástica , os wasichus tentavam
raspão, ele cai no chão mas se levanta e salta sobre eles, roubar e matar os nativos por causa de comida, estavam
os destroça em segundos e foge dali, acaba caindo sem contaminados por uma fome insaciável. Ele viu um
folego alguns quilômetros à frente, cansado e ferido ele velho índio se aproximar depois de algumas décadas
adormece e acorda só no dia seguinte. Estava nesse litoral conforme as cenas foram passando os anos,
descoberto e sujo de sangue, sangue que não era seu, ele o velho se chamava Velha Águia vermelha e era um
tenta se levantar, mas sente dores, não se lembra onde Uktena da tribo do Irmão-mais-Novo, e viu o líder dos
está e porque está sujo de sangue, não se lembra se quer nativos ir falar com o velho, o líder era Croatan e se
de seu nome. chamava Wanchese, agora tudo fazia sentido, aquela
Ele se levantou mesmo com dores e começou a história que Kiunik estava vendo diante de seus olhos
caminhar com o sol nascendo em suas costas, as era a história dos Croatan. Conforme o tempo foi
memórias, começaram a chegar uma atrás da outra e avançando Kiunik viu o espírito ancestral Uktena
Kiunik começou a entender o que houve quando sentiu aconselhar Wanchese e pequena Raposa, ele viu Velha
uma fraqueza, caiu no chão e desmaiou. Enquanto Águia Vermelha quase morrer para matar o feiticeiro
estava desmaiado ele sonhou, e no seu sonho ele estava wasichu que tentou conjurar a Devoradora de Almas,
numa praia, aos seus pés havia areia, e um enorme viu Wanchese partir para a Inglaterra e se deparar com
litoral se apresentava diante dele. Ele se sentia perdido, o velho mundo, sujo, destruído e corrompido. Kiunik
via a uma certa distância nativos com uma vestimenta viu Wanchese voltar para as terras puras e também viu
diferente das dele, ele ouvia uma linguagem diferente seu primo Manteo se envaidecer com os costumes dos
da do povo dele, eles pareciam ocupados, e pareciam wasichus, viu que eles mais uma vez traíram a confiança
não enxergar Kiunik. Ao olhar para o mar ele percebeu dos nativos e tentaram mata-los e rouba-los, mas dessa
uma grande embarcação chegando, o tempo parecia vez Wanchese estava preparado e armou uma cilada,
girar de forma diferente do mundo real, e o Sol todos os invasores morreram incluindo dois
começava a se mover rapidamente, e tudo ao seu redor Dançarinos da Espiral Negra infiltrados. Kiunik
parecia acompanhar a velocidade do Sol, a embarcação lamentou quando Wanchese sucumbiu a sua fúria para
chegou em segundos até a praia onde Kiunik estava, e tentar impedir que o ritual funcionasse, dessa vez
dela rapidamente desceram dezenas de wasichus, acabou atirando contra o seu próprio parente que esta-
-va sendo rendido por um dos Dançarinos da Espiral falam mais pois guardam magoas antigas demais para
negra que sobreviveram, e quando isso aconteceu a sararem, a dor os alimenta e por isso precisamos cicatriza-las
Devoradora de Almas conseguiu forças para cruzar a também, veja meu filho, era a função da tribo Croatan, eles
película e se materializar na Telurian. Kiunik viu eram mediadores, entre os outros dois irmãos, um sempre foi
quando Wanchese recebeu uma última visão do muito sábio e por isso era o Irmão-Mais-Velho, o outro sempre
Uktena e decidiu se sacrificar e sacrificar toda a sua foi furioso demais e sempre teve muita energia, por isso era
tribo para saciar a fome da Devoradora-de-Almas, ele chamado de Irmão-Mais-Novo, mas os Croatan, eles eram
chorou como uma criança pela perda do Irmão-do- chamados de irmão-do-Meio pois ele supria as necessidades de
Meio, e se entristeceu quando Raposa vermelha jurou cada uma das tribos irmãs, eles eram os mais equilibrados, e
jamais perdoar o Irmão-Mais-Novo. quando havia paz demais eles traziam a guerra, quando
Ele acordou soluçando de chorar na terra seca onde estavam em guerra a tempo demais eles traziam a paz. Nossos
havia desmaiado e viu um cágado comendo um pedaço inimigos triunfaram por tempo demais meu filho, é hora de
do cacto que estava a poucos metros dele, se assustou equilibrarmos as coisas... os Wendigo e Uktena guardam
com o que viu, mas percebeu num instante que era rancores a tempo demais, e já é hora de os unirmos
apenas um animal inofensivo... enquanto mastigava o novamente... De hoje em diante eu o guiarei até que sua hora
cacto o cágado o olhou e disse: de se juntar aos seus ancestrais chegue, e você possa comungar
- Não se assuste meu filho, não há o que temer. Eu não e se juntar ao coro.
vim lhe fazer mal e lamento pela sua dor ao reviver nosso - Agora me leve com você naquela direção, chegaremos a
passado doloroso. É uma grande pena, mas foi necessário, sua tribo antes de anoitecer.
nenhuma palavra que eu lhe dissesse faria jus ao que houve Ele caminhou durante muitas horas até conseguir se
no passado, nenhuma palavra traduziria essa dor. aproximar da tribo, algumas centenas de metros
Dor essa que não deve ser esquecida e antes de chegar dois guerreiros da tribo o
deixada para trás, eles fizeram isso encontraram a cavalo e lhe deram
conosco e precisam pagar por carona para chegar a sua tribo.
isso, seus irmãos não se
Todos estavam muito preocupados, Kiunik foi então madrugada, Kiunik ouviu um barulho de pedras
tomar um banho e o chefe da tribo foi falar com ele, ele rolando, galhos se quebrando, isso só podia significar
lhe explicou que estava tudo bem, que todo Garou uma coisa, alguém ou algo estava chegando.
passa por essa transformação, e que os guerreiros que Não houveram uivos, nem gritos, apenas os barulhos
estavam com ele eram parentes, e desmaiaram quando de galhos se quebrando e pedras rolando até se
ele se transformou, que ninguém lembrava do que havia aproximar mais e mais, Kiunik conseguiu ver a silhueta
acontecido, e que só lembravam que estavam caçando e que vinha em sua direção, seguindo o rastro de sangue.
que foram abordados por dois bandidos armados, Era um puma adulto, magro e faminto, ele se movia
depois disso eles não lembravam de nada. Dorme-na- com graciosidade e não tirava os olhos de Kiunik, o
pedra lhe disse que ele correu muito rápido e para jovem Garou então se levantou e pegou um dos finos
muito longe, que outros Garou haviam saído em sua galhos queimados que ainda crepitava sob a fogueira e
busca e que ninguém havia lhe achado. Lhe disse fez ruídos com a boca no intuito de espantar o felino, o
também que eles precisavam partir na manhã seguinte, puma rugia, grunhia e afiava suas garras numa arvore
pois Kiunik precisava passar pelo seu ritual de próxima, mas sempre sem tirar os olhos do Garou,
passagem. então o puma decidiu avançar, e começou a rodear o
Garou, buscando o melhor ângulo para ataca-lo. Kiunik
... se desesperou e gritou com o puma, mas sem efeito, ele
Então na manhã seguinte eles cavalgaram até a seita se abaixou para pegar uma pedra e atacar no puma, mas
Wendigo onde realizaram o ritual de Passagem de o puma entendeu isso como um sinal para ataca-lo, e
Kiunik, ele não era qualquer Garou, e por isso seu ritual pulou em sua direção com as garras de fora. Kiunik
não foi comum, eles o enviaram para um teste muito caiu para trás com o peso do puma e o empurrou com
antigo realizado pelo antigo povo Wendigo, que os braços e pernas para cima da fogueira, o puma caiu
consistia em levar o filhote até a montanha mais alta e em cima e se queimou, ele saltou de dor e soltou um
larga-lo em seu cume munido apenas de suas roupas e rugido aterrorizador enquanto tentava fugir da
coragem, o filhote deveria resistir sem entrar em frenesi fogueira, ele se afastou, mas não foi embora. Kiunik já
a maior quantidade de tempo. não sabia mais o que fazer então decidiu enfrentá-lo
Os antigos falavam que era um mal agouro o filhote como o ensinaram na seita, ele tremia de medo e ódio,
desistir nos primeiros oito dias. Kiunik foi imbuído em suas roupas então viraram trapos em segundos e no
sangue de cervo e mais sangue de cervo foi derramado segundo seguinte Kiunik estava uivando para Lua, não
no chão próximo a ele, o desafio não consistia em era uma Lua qualquer, era a sua Lua que estava no alto
apenas resistir ao frio apenas com a benção do Grande daquela noite fria, uma grande e redonda lua
Wendigo, o desafio era também mental e físico, quando minguante. Kiunik partiu para cima do puma com
sangue era derramado naquelas montanhas, alcateias de unhas e dentes, eles rolaram no chão entre as arvores, o
lobos selvagens despertavam de seus sonos e saiam para puma conseguiu cravar seus dentes nos ombros de
caçar, Kiunik não deveria dormir desarmado e indefeso Kiunik, que gritou de dor, se enfureceu mais ainda e
se quisesse sobreviver até o fim do teste. engalfinhou o puma, Kiunik rasgou a barriga do felino
O teste havia começado e Kiunik fora abandonado e o atravessou até as costas, o puma urrou de dor e se
no alto da montanha pelos guerreiros da Seita que o contorceu, Kiunik retirou seu punho de dentro do
desejaram sorte antes de partirem. Ele não dormiu animal, que espasmou por alguns segundos e então
naquela noite, após ser deixado no alto da monta, ele amoleceu, e parou de respirar.
buscou gravetos e humus para acender uma fogueira e Kiunik tentou conter a própria respiração que o
se proteger do frio, enquanto buscava madeira seca deixou ofegante, tentou buscar um lugar dentro de si
encontrou um paredão de rocha que acreditou poder que pudesse controlar a fera dentro dele e caiu de
protege-lo das rajadas de vento durante a noite, pegou joelhos diante da fera, ele fechou seus olhos e chorou,
folhas para ajudarem a protege-lo do frio e lá esperou. pouco depois começou a rir compulsivamente de
A quantidade de madeira recolhida por Kiunik não nervoso e, olhou para suas garras sujas de sangue e
duraria a noite toda, e a ventania não parecia dar trégua. percebeu que ainda estava tremendo, ele olhou para
Pouco tempo antes da manhã chegar, durante a cima em busca da Lua, e ela já estava desaparecendo no
céu, a primeira noite estava acabando e ele havia a ponta de osso lapidado e amolado. Quando partiu
conseguido sobreviver. para seu desafio era um garoto esquio que vivia de
Nos dias que se passaram Kiunik se tornou mais cabeça abaixada por conta do bullying que sofreu dos
destemido, entendeu qual o seu papel naquilo e não se nativos de sua tribo, sempre o chamando de sem mãe,
lamentou mais pelo que pudesse acontecer, ele de diferente, de esquisito, ele cresceu como um paria
espantou uma pequena matilha de lobos selvagens e dentro dos seus, um estranho no ninho,
também um coiote solitário, conseguiu caçar um cervo completamente deslocado, mas esse era o Kiunik que
com as próprias presas, encontrou sua parte besta havia partido, aquele jovem que retornava para a seita
dentro de si e fez bom uso dela, aprendeu a farejar era um homem, ele tinha a confiança de um predador,
odores, a demarcar território, caçar e principalmente a e a astúcia de uma presa. Aquele não era mais “a
sobreviver. pequena lontra” ele era algo mais, algo maior, agora ele
Agradecimentos Especiais:
A mim mesmo que arregaçou as mangas e
preparou isso tudo sozinho, e aos meus amigos
de mesa que se juntaram virtualmente para
celebrar o RPG nessa pandemia de 2020, e por
último ao Marcio nosso narrador que se
disponibilizou a contar essa fantástica história.
Advertencia
^
Este material foi elaborado por um fã, baseado numa campanha real jogada por um grupo de amigos,
usamos como base para a nossa campanha o livro básico Lobisomem o Apocalipse 1ªed; o livro Guia dos
Jogadores 1ªed; e os livros de tribo da 2ªed; por tanto se faz necessário pelo menos ter lido um desses
livros para compreender os textos que compõem este material (livro digital).
Este material não é cópia de nenhum livro oficial, por tanto não é uma falsificação ou qualquer outro
crime de violação de direitos, estou aberto a qualquer tipo de protesto dos proprietários dos direitos caso
o conteúdo os desagrade. No entanto, não me responsabilizo pelo mal uso do arquivo ou qualquer
espécie de adulteração por parte de terceiros.
Conteudo
´
Livro 1
Lendas dos Garou: O Legado de Sangue 05
Livro 2
Glossário Wendigo 20
Livro 6
Dossiê dos Filhotes 77
Acompanhamento da Campanha 87
Litania Wendigo 103
Glossario
´ Wendigo
A Dança do Sol – Wiwanyag Wa’chipi Philodox – Mediwiwin, “Chefes de paz”
Ahroun – Ya’pahe, “Guerreiros da lua cheia” Ragabash – Heyoka
Aliado espiritual – Tuunrat Rito de Passagem – Kalukarluteng
Amigo – Needjee “Nosso povo”, “Irmandade”, Rogar por uma visão – Hanblecheyapi
“Nativo” Salmão – Skaia
Bane – Otkon Theurge – Angalkuq, “Xamãs”
Batidas de Tambor – Kallegneq
Todos os meus Parentes – Mitakuye Oyasin
Cabana da Transpiração – Inipi
Totens – Oyarans
Caçador – Igaluk
Carcaju – Kwakwad-jec Touro – Tatanka
Clima Gélido – Negakfok Umbra – Mundo fantasma
Cobertura de Gelo – O’háa Vermelho – Lotaah, Luta “Rubro”, “Sangue”,
Criador de Eco – Maedawaewae-Igun “Vida”
Criador dos Ventos – Tomanik Weaver – Iktomi, “A aranha louca”
Destino - Ordinnonk Wendigo – Avô Jobenangiwingkha, “O Pé
Espíritos – Manitus Grande”, “A vingança dos ventos”
Espíritos malignos – Nakani Wyrm – Jipijkám, “Serpente de chifres”
Fadas das Florestas – Maemaegawaehnse
Fadas dos Rios e dos Lagos –
Nebaunaubaewuk
Fogo sem fim – Peta-owihankeshni
Gaia – Muzzu-Kummik- Quae, “Avó Terra” ou
chamada apenas de “Unchi”
Galliard – Daebaudjimoot, “Os contadores de
histórias”
Grito de vitória – Kihe! Kihe!
Homens Brancos – Wasishu
Líder de guerra – Ogimauh
Língua dos espíritos – Hanbloglaka
Lobo do Inverno – Amikuk
Local onde habitam as Visões – Katasha
Lontra – Kiunik
Lua – Han-hepi-wi
Magos – Ratetshents “Aqueles que sonham”
Manitus do Inverno – Negakfok, Tomanik,
O’há’a (Esses são os seus nomes)
Nuvem – Maq’pe
Pássaro Trovão – Wakinyan Tanka
Glossario
´ Nativo-Americano
passagem
“Kalukarluteng”
Prologo
´ – Angaluk Lotaah “O Caçador Rubro”
Após o abraço fraternal com sua nova matilha Nahi sai para buscar mais cerveja e quando retorna seus novos amigos
explicam que precisam ir embora, e que se ela quiser acompanha-los para conhecer o espaço que eles chamavam de
QG ela seria bem-vinda. Nahi termina de beber seu copo e os acompanha e acaba conhecendo o local. Era uma antiga
casa abandonada, estava bem velha e destruída, ela os acompanha terreno a dentro, e eles dão a volta até a parte de trás
da casa, ignorando a porta da frente.
Lá atrás havia uma porta no chão que provavelmente levava até o porão, a porta estava muito bem trancada e
diferente das demais portas e janelas da caça, essa porta era de ferro. Nahi desceu as escadas e viu que lá dentro tudo
estava limpo e organizado, havia uma parede com um pequeno arsenal de armas, um quadro na parede com várias fotos
e linha vermelha ligando alguns pontos, uma mesa com um computador com 4 telas ligadas, alguns sacos de dormir,
uma mini cozinha e um banheiro ao fundo.
Gordon:
- Lar doce lar! O que achou da nossa humilde residência?
Nahi riu:
- É impressionante... quando paramos em frente à casa achei que vocês eram desabrigados e que iriam dormir lá em cima no
meio da podridão rsrsrsrs, mas aqui é realmente algo muito bom, estão de parabéns pela organização.
Eles conversaram durante algum tempo, se despediram e ela foi para o seu apartamento.
Dois dias eles ligaram para ela e marcaram um chopp para falar da nova missão que planejavam cumprir. Ela
compareceu no local e horário marcado e Gordon lhe contou as novas, e sobre seu plano. Ele contou que havia um
galpão na zona portuária de Nova York que pertencia a Endron, e que nesse galpão haviam galões e galões de produtos
químicos vencidos e sem o selo de avalição, esses produtos seriam enviados em alguns dias para a empresa terceirizada
que cuidava da distribuição e controle de água potável da cidade. Explica que em algumas semanas a cidade toda
correria riscos de adoecer por causa disso, e que descobriu que os homens que entregaram esses produtos eram fomori,
eles estavam seguindo esses homens a algumas noites e que planejavam ataca-los em dois dias a contar dali. Nahi ouvi
tudo dando atenção aos detalhes, ela dá a opinião dela em alguns pontos e os ajuda e elaborar melhor o plano, eles
continuam a conversa até que Gordon muda de assunto:
- Bom agora que está tudo certo, um brinde a nossa primeira missão com Nahi! Nahi por favor nos conte mais histórias, queremos
nos embriagar e uma boa história é sempre bem-vinda, uh, por que não conta sobre o grande Angaluk O Caçador feroz!? Tenho
certeza que sabe tudo sobre ele!
Nahi responde:
- Claro, por que não, mas já advirto, é uma longa história e vocês terão que me pagar em canecos de chopp até ela acabar!
Todos concordam levantando seus copos e Nahi inicia sua história.
...
- Por onde eu começo? Angaluk Lotaah foi um grande guerreiro do povo Wendigo, morreu como viveu, como um herói que estava
destinado a ser, muitos ouviram a sua lenda, mas a história verdadeira é essa que irei lhes contar...
Ele nasceu na reserva indígena de Mount Robson Provincial Park no início do solstício de inverno quando a grande
Deusa Luna estava dividida no céu, houve uma grande festa pois era um menino, seu pai era um parente de valor da
seita e pertencia a tribo dos Mohawk, e seu avô paterno havia falecido antes de seu nascimento, ele havia sido um
grande guerreiro do povo Wendigo e assim como seu filho ele era Mohawk, era chamado Búfalo-Vermelho, a mãe de
Angaluk pertencia a tribo canadense Ottawa, ela era filha de um sacerdote muito procurado pelos netos do
Jobenangiwingkha, por bençãos e por orientações, o Velho-Corvo-do-Inverno sempre atendia a todos com uma
serenidade que só o tempo a de trazer.
Seus pais se conheceram quando a mãe de Angaluk foi viajar para os Estados Unidos para aprender mais sobre ser
guia turística, ela visitou diversas aldeias e tribos norte-americanas e uma delas em Oklahoma conheceu Nayati, ele era
um jovem atraente, musculoso e charmoso, depois que se conheceram Kimana a mãe de Angaluk voltou para sua tribo
no norte do Canadá, mas não demorou um ano a se passar e Nayati apareceu para visita-la e propô-la em casamento.
Luke nasceu dessa união entre dois parentes Wendigo, uma do Canadá e outro dos Estados Unidos, eles também eram
de tribos nativas diferentes, mas o sangue ancestral dos Wendigo era mais forte que suas diferenças e por causa disso
suas famílias aceitaram a união entre os dois.
...
Luke aprendeu a caçar desde pequeno com seu tio e seu pai, e quando não estava ocupado com suas obrigações
estava sempre na mata gelada atrás de pequenas presas para caçar.
Seu pai morreu quando ele ainda era um garoto, defendendo uma reserva vizinha dos ataques de “fazendeiros”
patrocinados por uma grande empresa que havia chegado aos arredores da cordilheira do Arco-íris recentemente.
Após o falecimento de Nayati a mãe de Angaluk retornou com ele para o Canadá e continuou seu trabalho como
guia turística da reserva indígena onde Luke havia nascido.
Quando completou 13 invernos, Angaluk foi convidado por um primo de 2º grau de seu pai a trabalhar como
“office boy” num cassino ilegal em Oklahoma, lhe disse que ele poderia ganhar algum dinheiro, aprender sobre os
wasichu e quem sabe se tornar independente.
Ele aproveitou essa oportunidade para conhecer outros ares e pessoas, ele sempre quis conhecer o mundo lá fora.
Não demorou muito a se adaptar à nova vida e no Cassino teve contatos com todo o tipo de gente e viu como alguns
índios se “escravizam” pelo dinheiro e ignoram os velhos costumes, toda vez que ele se deparava com esse tipo de
situação, lamentava e orava por suas almas vendidas.
Capitulo
´ Um – Fantasmas do Passado
Era inverno em Oklahoma e nevava a mais de dois dias, mas finalmente cessou e um dia seco surgiu no horizonte.
Luke acordou cedo como de costume, assim que o sol nasceu, pulou da cama e saiu para se exercitar, normalmente
corria 5k até o centro e depois voltava, mas nesse dia ele decidiu ir um pouco mais além e ir até o super mercado da
cidade e comprar algumas coisas para repor, então voltou caminhando pela beira da estrada cheio de sacolas.
Ao longo do dia ele seguiu sua rotina de afazeres e estudos e quando entardeceu se trocou e foi trabalhar no
“Chuckchansi” Cassino indígena na entrada da cidade o qual batia ponto todos os dias.
Ao chegar foi cuidar das cartas de cobrança e depósitos a pagar como de praxe, até que anoiteceu e saiu para fazer
uma ronda no salão de jogos, num determinado momento ele vê seu falecido avô no outro lado do salão lhe observando,
nesse momento ele sentiu um calor intenso e uma agonia crescendo dentro de dele, decidiu subitamente correr na
direção do seu avô, mas ele se movimentava rapidamente de forma sobrenatural pelos aposentos, desaparecia e
reaparecia em outros cômodos, Luke não entendia o que estava acontecendo e continuou sua busca por explicações,
até que seu avô surgiu atrás de Angaluk e o tocou nos ombros, quando isso aconteceu ele viu seu avô se transformando
em um ser disforme, repugnante e nojento, seu avô continuou olhando fixamente para ele enquanto o apertava e
tentava traze-lo para si, Angaluk tentou se desvencilhar do monstro que se revelava à sua frente, enquanto ele lutava
para se livrar acaba sentindo uma quentura aumentar dentro dele, sua fúria tomou conta de seu corpo e ele viu sem
acreditar que seu corpo se transformou numa criatura grande, peluda e com muita raiva.
Luke conseguiu escapar do abraço do monstro e correu para fora do Cassino, ele olhou para trás incrédulo do que
acabava de acontecer e permaneceu a passos largos correndo em direção à beira da estrada, ele ainda não entendia o
que havia acontecido e enquanto processava tudo dentro da cabeça ele tropeçou e caiu de joelhos, tentou gritar, mas
acabou uivando, sentiu um cheiro no ar e então percebeu que do outro lado da estrada havia um índio vestido e pintado
para a guerra, ele viu o que Luke era e mesmo assim permaneceu calmo e tranquilo, ele tinha uma face dura e
envelhecida.
O índio olhou nos seus olhos e caminhou em sua direção, Luke não sabia o que fazer, se sentiu exausto e depressivo,
o índio então se aproximou e se agachou, tocou o seu ombro e disse numa língua que Luke jamais havia ouvido antes,
mas de alguma maneira ele conseguiu absorver:
- “Até que enfim no encontramos filhote, não tenha medo... Eu vim por você, como seu avô um dia veio por mim. Nós não temos
muito tempo, precisamos ir embora o quanto antes, por favor, me acompanhe”.
No caminho o índio lhe disse que se chamava O-Caminhante-das-Sombras e revela que Luke corria perigo, que
precisava fugir com ele para lhe salvar, e que a Serpente-de-Chifres não descansaria enquanto Luke não fizesse o seu
Ritual de Passagem.
Luke não entendia nada do que o nativo estava lhe falando, mas mesmo assim ele sentia que o nativo dizia a verdade
e se sentia compelido a seguir as orientações do índio.
Luke o seguiu até uma motocicleta Harley Davidson Panhead vermelha original, a motocicleta parecia bem usada,
mas ainda corria como nos velhos tempos.
Ao subirem na moto, o monstro surgiu para confrontá-los, o nativo então acelerou sua moto com uma mão e com
a outra atirou com um velho revólver.
A criatura caiu no chão com o tiro e eles partiram para estrada de motocicleta.
Assim que despistaram o monstro, o índio lhe contou que alguém estava lhe esperando em Nova York e que de lá
eles iriam para o Canadá, que a viagem seria longa e que Angaluk deveria relaxar pois agora estava seguro.
- Sua vida vai mudar garoto, vai por mim, daqui pra frente nada será como antes. Nada será fácil, você encontrará grandes
desafios, e as chances de você falhar e morrer serão grandes, mas temos fé que você vingará, que onde a maioria de nós acaba
falhando, você triunfará! Hoje é grande dia garoto! O povo Wendigo vive em seu sangue! Nosso povo prospera e uma nova esperança
desponta no horizonte!
Capitulo
´ Dois – Cinco Noites
Nahi:
- Minha caneca está vazia e minha garganta está seca, David me faça a gentileza dessa vez pode ser?
David:
- Claro Pocahontas, mais alguém? Assim faço só uma viagem.
Nahi:
- Continuando (ela revira os olhos) ...
Ao longo das mais de quatro mil milhas que percorreram de moto, Luke aprendeu sobre o que havia acontecido
com ele, sobre quem ele era e sobre quem pretendia ser. Na primeira noite O-Caminhante-das-Sombras lhe ensinou
sobre cada uma das formas e como usa-las sabiamente, lhe ensinou sobre a Telurian e sobre o Mundo Fantasma, sobre
a Nação Garou e os antigos Manitus, sobre como todos nós surgimos e como nosso povo chegou às terras puras, lhe
contou sobre o sacrifício de nossa tribo e como o Avô Jobenangiwingkha nos curou da tristeza e nos deu forças para
continuarmos a repelir a Serpente-de-Chifres.
Ainda nessa noite ele contou a Luke sobre o sacrifício do Irmão-do-meio, o povo Croatan e sobre o rancor que
carregávamos do Irmão-mais-velho o povo Uktena, foi uma noite longa e estrelada, fria e iluminada, nessa noite Luke
sentiu algo de especial dentro dele, ele havia encontrado seu lugar no mundo, agora ele era parte de algo maior que a
vida, nessa noite ele uivou para a Lua e sentiu sua benção pela primeira vez na vida.
Nahi:
- Vocês se lembram da sua primeira vez?
Gordon suspira:
- Cara, foi incrível!
David que já havia retornado com os canecos cheios de chopp e estava sentado escutando a história:
- Cê é loko cachoeira!!! Foi tipo um orgasmo só que com fúria cê me entende? Kkkkkkkk
Bruce que estava bem desconfortável com sua forma hominídea apenas balança a cabeça com um grande sorriso
bobo e com os olhos arregalados e as sobrancelhas levantadas.
Nahi então concluí:
- É Bruce, nós te entendemos rsrs, mas enfim, como eu estava dizendo...
Na segunda noite Luke aprendeu três dádivas da grande Avó Muzzu-Kummik, uma pela sua origem humana, uma
pela fase da Lua que abençoou seu nascimento, e uma última pela descendência tribal, ele aprendeu a usar o faro e a
falar a linguagem dos lobos, compreendeu a importância de ser um Mediwiwin “Guardião da Litania” e como tal
aprendeu sobre cada uma das leis designadas aos que caminham entre humanos e os lobos, foi lhe ensinado também
sobre a reputação dos Garou, de como ganham e como perdem, como são prestigiados e como são punidos.
Nessa noite Luke meditou em silencio sob a luz das estrelas, e refletiu sobre os ensinamentos que recebeu e sobre a
responsabilidade que estava assumindo com seu povo.
Foi na terceira noite que Luke descobriu como usar a sua fúria interior como uma arma, que ele descobriu que
tinha uma força espiritual dentro dele chamada Gnose, aprendeu sobre as fraquezas do nosso povo, sobre a prata que
fere aos Garou de forma letal. Ele aprendeu mais sobre os Manitus e sobre como devemos trata-los, como devemos
honra-los e por vezes servi-los, ele aprendeu alguns rituais e como atravessar a película que separa a Telurian do Mundo
Fantasma. O-Caminhante-das-Sombras o levou até o Mundo Fantasma e ele poder ver e ouvir por si mesmo.
Nessa noite quando adormeceu, ele sonhou e teve visões, o Mundo Fantasma o deixou curioso e extasiado, com medo
e perplexidade.
Ao anoitecer da quarta noite O-Caminhante-das-Sombras começou a ascender a fogueira enquanto Luke preparou
o resto do acampamento improvisado, o veterano índio estava mais calado do que de costume, e após jantarem um
coelho que Luke caçou sozinho, o O-Caminhante-das-Sombras disparou:
- “Hoje falaremos sobre quem não devemos falar levianamente, após as lições de hoje, não falaremos nunca mais nesse assunto.
Estamos entendidos?”
Luke apenas consentiu com a cabeça sem dizer uma palavra.
Foi então que o índio começou a contar a história da Serpente-de-Chifres a qual as outras Tribos chamam de Wyrm,
da loucura que a acometeu, de seus filhos degenerados e dos Garou que se corromperam, quando terminou a história
eles uivaram e lamentaram a perda dos Uivadores Brancos e de todos os Garou que se perderam no caminho da Avó.
Depois disso ele contou sobre o Impergium e a Guerra da Fúria, sobre as raças perdidas e também a extinção da
Tribo Bunyip. Luke não conhecerá anteriormente nada dessas histórias, e ao desvendar o passado de seu povo, sente
um remorso e uma grande vergonha por tudo o que houve, ele percebeu ao ouvir todas essas histórias o quanto a Nação
Garou falhou em seu propósito e com seus irmãos e primos metamorfose.
Ao terminar de ouvir ele jura ao velho índio que fará diferente, que aprenderá com os erros do passado para não
cometê-los no presente e mudar o futuro, pois ele assim como O-Caminhante-das-Sombras descendia dos filhos
ancestrais do grande Avô Jobenangiwingkha, os modos dele eram os antigos modos e que jamais se esqueceria de cada
uma das lições aprendidas.
Luke tentou fechar os olhos e descansar nessa noite, mas os olhos não queriam fechar, sua tristeza era grande demais
para ser suportada, e assim como os antigos uma vez o fizeram, ele suplicou em suas orações em silêncio, tentando
conter as suas lágrimas, ele pede ao Wendigo que congele suas lágrimas e lhe dê forças para fazer o que fosse preciso
quando a hora chegasse. A noite parece que seria sua companheira por longas horas e o tempo parece congelar.
Nahi:
- Será que o Avô Jobenangiwingkha havia ouvido suas preces? (Gesticula com os braços)
Pela manhã eles arrumaram suas coisas calados e voltaram para a estrada antes que o Sol surgisse completamente
no horizonte.
Na última noite em que passaram na estrada antes de conseguirem chegar até a seita local foi mais tranquila que a
anterior, O-Caminhante-das-Sombras lhe contou histórias sobre sua própria matilha e sobre a união e respeito entre
eles, sobre como lealdade e propósito são encontrados numa “família” que eles chamam de alcateia “matilha”, contou
histórias sobre os avós de Luke que assim como ele também foram Garou:
- “O-Búfalo-Vermelho foi quem me encontrou quando me transformei pela primeira vez”
Luke ouviu cada palavra e dedicou seu tempo a aquelas histórias, imaginando como foram as batalhas, e
questionando sobre quem havia sido seu avô paterno que morreu em batalha antes mesmo dele nascer.
Contou a Luke sobre seu outro avô o Velho-Corvo-do-Inverno, e sobre seus feitos também, sobre como ele havia se
tornado um Ancião com grande respeito dentro de uma das seitas dos Povo Wendigo.
Seu coração foi confortado e aquecido com tão bravos feitos realizados, e quando ele se preparava para adormecer,
o velho índio lhe deu dois presentes que haviam pertencidos ao seu avô Tatanka Lotaah “O Velho Búfalo vermelho”,
ele recebeu um arco que parecia de osso, mas tinha textura de pedra, e um pequeno recipiente com um líquido com
cheiro forte dentro, o velho índio lhe disse que quando chegassem na Seita Verde, ele o ensinaria a ativar seus fetiches.
Luke adormeceu sorrindo nessa noite, ele sentia-se pronto para enfrentar seu destino e não via a hora de ser colocado
a prova.
Não ande atrás de mim, talvez eu não saiba liderar.
Não ande na minha frente, talvez eu não queira segui-lo.
Ande ao meu lado, para podermos caminhar juntos.
- Provérbio Ute
´ Tres
Capitulo ^ – A Sereia, o Rato e o Lobo
Ao entardecer do quinto dia de viagem, eles finalmente chegam até o local onde Luke era esperado, ele estavam em
Nova York, Luke nunca havia viajado para lá e fica encantado com a imensidão da cidade, da mesma forma que ele
ficou fascinado também ficou amedrontado, pois agora entendia que aquilo era influência da Weaver e de suas aranhas
padrão. O-Caminhante-das-Sombras estacionou sua moto na calçada em frente ao um parque enorme, era o Central
Parque, eles pegaram suas coisas e caminharam pelo parque até chegar no centro, lá eles entraram numa trilha e
chagaram até uma clareira, alguns mendigos estão aquecendo suas mãos nos latões com óleo e restos de lixo. Luke se
sentiu bem desconfortável com aquilo tudo mas continuou seguindo o velho índio, ele cumprimentou todos e
perguntou pela “Mãe Larissa”, Luke ainda não entendi nada, mas ao continuar caminhando eles acabaram cruzando
com uma velha curvada e carcomida caminhando a passos lentos segurando sua bengala, ao lado dela um enorme lobo
negro com manchas avermelhadas nas costas rosna e caminha de forma imponente em direção ao Caminhante-das-
Sombras e Angaluk, Luke olha para trás e vê que os mendigos que eles haviam cruzado a minutos atrás estavam atrás
deles, eles estavam cercados e Luke não sabia o porquê.
Mãe Larissa então falou com sua voz estridente rangendo os dentes:
- Ele é mais novo do que eu imaginava, rsrs venham vocês já estão atrasados.
Ela, o lobo e os outros mendigos os escoltam até uma cabana de papelão, papelão velho, húmido, mofado e
cheirando muito mal, provavelmente algum, ou alguns cachorros deveriam ter mijado neles. O lobo negro rosna e dá
uma cabeçada nas pernas de Angaluk como quem diz:
Nahi:
- Entra nessa merda ou arranco suas canelas!
Gordon e os outros caem na gargalhada, eles sabem quem é o lobo negro da história, era Spotlight,” Zoo” lendário
guerreiro Garra vermelha que protegia o Caern da Seita Verde desde o final dos anos 70.
Nahi toma mais um gole de seu chopp e continua.
Luke então entrou nessa cabana horrível, O-Caminhante-das-Sombras se despediu dele dizendo que ainda se
encontrariam em vida e lhe desejou sorte e força. Quando Luke entrou uma porta se fechou, mas não era compatível
com o barulho de papelão se fechando, ele se virou e viu que era uma grande porta de ferro, continuou passando os
olhos para dentro da “cabana” e percebeu que estava dentro de um grande galpão, um grande mesmo, caberia
facilmente uns quinze carros, lá dentro haviam algumas crianças como ele, um jovem garoto branco sujo com roupas
de mendigo sorriu quando Angaluk olhou para ele, viu também um outro jovem branco com roupas de marca, ele
parecia ser o mais novo ali, e também o mais frágil. Num canto do galpão estava uma criança oriental que ainda por
cima era albina, ele estava de olhos fechados e sentado com as pernas cruzadas e as mãos ligadas formando um símbolo,
estava meditando. No galpão também havia uma grande mesa com muita comida. Luke não sabia muito bem o que
fazer, estava constrangido e tímido, antes que ele pudesse se mexer a porta atrás dele voltou a se abrir, e por ela passou
um outro garoto estranho, ele era grande ruivo, com um queixo enorme, ele era desengonçado e anda curvado, ele
passou por Luke e rosnou para ele, depois o cheirou e foi até a mesa pegar comida com as mãos, ignorando os pratos e
talheres expostos na mesa, Luke achou muito estranho um garoto rosnar, ele começou a andar e se sentou no chão
numa das pilastras do galpão. Alguns minutos depois enquanto rolava um silêncio constrangedor e o som do jovem
ruivo mastigando com a boca aberta, a porta se abre mais uma vez, e por ela chegam um lobo e um outro grandalhão
ruivo de cabelos encaracolados, ele é mal encarado, passa por todos encarando se encosta num dos cantos do galpão e
cospe no chão.
E então Mãe Larissa abre a porta, passa por ela e cumprimenta todos os jovens ali presentes, ela explica que é uma
anciã e que é a líder da Seita Verde, local onde eles estão, lhes conta que eles não humanos e sim Garou, que eles
pertencem a uma Nação de seres sobrenaturais, lhes fala que eles ainda são filhotes e que só se tornarão Garou quando
passarem pelo seu Ritual de Passagem, ela explica que todos eles estavam sendo caçados e que se não fosse por Accolon
e seus homens, todos os filhotes poderiam estar mortos. Por fim ela fala que eles foram escolhidos para serem irmãos
em vida, que eles formariam uma matilha, mas antes que ela pudesse concluir o nórdico de cabelos encaracolados ruivo
cospe novamente no chão e diz que ele não queria estar ali.
O garoto vestido com trapos e sujo tenta repreender o ruivo rebelde e Luke não se contém e o condena:
- Um homem que não respeita seus anciões não pode contemplar seu futuro!”
Ele balança a cabeça em desaprovação e se encaminha até a mesa do buffet. Mãe Larissa ignorou a atitude rude do
filhote e explicou que eles teriam de aguardar um pouco até partirem para seu Ritual de Passagem, ela se encaminha
para a porta e lhes diz para ficarem à vontade e comerem o que quiserem. Ela sai pela porta e a porta se fecha atrás
dela.
O lobo e o ruivo desengonçado começam a se cheirar e a se esfregarem um no outro, o ruivo até mesmo fica de
quatro enquanto cheira o lobo. O garoto mendigo se aproxima do Luke e puxa um pouco de conversa, se apresenta e
revela que se chama Tim, e que ele nascerá na lua de Ragabash e que pertencia a tribo dos Roedores de Ossos assim
como a Mãe Larissa, ele lhe revela inclusive quem foi ela quem o achou depois de sua primeira transformação. A criança
monge despertou de sua meditação e foi imediatamente tirar satisfação com o ruivo rebelde, a diferença de tamanho e
de massa muscular era gigantesca, mas o pequenino monge não se intimidou, eles batem boca durante algum tempo
enquanto os demais observam, até que o pequeno monge diz para o ruivo que ele era livre para ir embora, que ele não
era obrigado a estar lá com os demais. O Ruivo então o provocou e se transformou em sua forma de combate rasgando
toda a sua roupa, ele empurrou o pequeno monge para o lado e se dirigiu a porta de aço, mas quando chegou até a
porta ela se abriu e o grande lobo negro com cara de poucos amigos rosnando surgiu e ameaçou morde-lo caso ele
continuasse, na mesma hora o rebelde mudou para sua forma hominídea e voltou para o canto onde estava antes
dizendo que ele não era livre, caso fosse não seria impedido de sair de lá, o jovem monge tenta argumentar com ele
mas é ignorado. A porta se abre novamente e um mendigo sai de lá e jogar algumas peças de roupa velha no chão,
aponta para o rebelde chamando ele de Jonas e lhe diz que era para ele vesti-las naquele momento pois em breve
partiriam e não seriam de bom tom ele sair pelado pela porta. Todos riram do rebelde chamado Jonas, que foi buscar
as roupas jogadas no chão, ele praguejou alguma coisa e tentou provocar um dos outros jovens, mas foi completamente
ignorado por todos eles, então acabou voltando para o seu canto. O Monge se apresentou aos demais jovens e lhes
revelou que se chamava Kentai Haram, depois de algum tempo conversando o monge percebeu que o rebelde ainda
estava calado e sozinho e foi lhe entregar uma maça, o rebelde pegou a maça e a guardou no bolso de sua jaqueta velha.
Lá enquanto esperavam para sair do galpão Luke conheceu o jovem frágil que chamava Oliver e também conheceu
o lobo chamado Fúria Primordial além do jovem estranho que andava de quatro, seu nome era Trovão vermelho, um
nome atípico para um jovem branco, seria um belo nome para um nativo Luke pensou, mas para um wasichu era a
primeira vez que ouvia algo parecido, o jovem lhes contou que havia sido adotado a algum tempo por uma família de
humanos, mas que desde que nasceu foi encontrado por lobos e desde então vivia como um, e que só a pouco tempo
ele conheceu os modos humanos. Eles passaram algum tempo conversando até alguém entrou pela porta e os avisou
que eles precisavam descansar pois apenas no dia seguinte eles partiriam para o Canadá. Na manhã seguinte eles são
acordados pela porta se abrindo e um velho monge entrou no Galpão, ele lhes deu bom dia aguardou que todos
levantassem e se apresentou, ele era Accolon o lendário Portador da Luz Interior líder da matilha de O-Caminhante-
das-Sombras, nessa manhã Accolon lhes convidou a saírem e caminharem com ele pelo parque, enquanto caminharam
ele lhes contou sobre a função dos Portadores da Luz Interior, que é a de guiar as outras tribos no caminho de Gaia,
que eles observam as estrelas e interpretam suas palavras, e que numa dessas visões para interpretar as estrelas ele viu
os 7 jovens, e seu destino, então ele decidiu junto com a sua matilha ir atrás de cada um dos jovens e traze-los até aquele
momento, para que eles pudessem cumprir seu papel como defensores de Gaia.
Jonas tentou provoca-lo mas Accolon o ignorou, e então começou a contar a história de Jonas, de como ele havia sido
enganado, sequestrado por uma família de fomoris parentes de dançarinos da Espiral Negra, todos ficaram chocados
com a história, Jonas ficou constrangido de ter sido exposto e Accolon com toda a paciência do mundo continuou com
suas histórias, foi uma manhã agradável tirando a notícia que Jonas havia sido educado pelos inimigos dos Garou, e
isso fez com o restante dos jovens se afastassem mais ainda dele. Após o passeio Accolon se despediu de todos e partiu,
eles voltaram para o galpão onde passaram o resto do dia trancados, conversaram mais entre eles mesmo, comeram e
descansaram, até que anoiteceu, e um tambor começou a bater, e depois outro, um ritmo havia se firmado e eles
começaram a ouvir cânticos tribais, o ritual havia começado mas eles ainda estavam trancados lá dentro, mais e mais
alto o som ficou e várias vozes começaram a cantar em coro. Algum tempo depois do ritual começar um mendigo surgiu
após abrir a porta e os convidou a saírem de lá de dentro, um por um eles vão saindo curiosos para verem de onde
vinha a música e do lado de fora outro mendigo estava os aguardando, então ele guiou os filhotes até uma clareira onde
uma grande fogueira crepitava e diversos homens e mulheres dançavam, tocavam e cantam. Mãe Larissa também estava
lá, sentada em uma cadeira velha e descascada, aos seus pés dois lobos, o lobo negro que eles já haviam conhecido e
também um outro vira-lata com várias manchas no pelo e sem uma cor bem definida, ela sorriu ao ver os filhotes
caminhando até a celebração, os dois lobos se levantaram e começaram a caminhar, o vira-latas se moveu de forma
desengonçada e despreocupada, já o lobo negro se moveu como um predador prestes a atacar, os pelos em suas costas
se eriçaram e ele começou a rosnar enquanto contornou os filhotes, chegou por trás do grupo e ameaçou morder o
último deles que era Jonas, Jonas puxou a perna rapidamente para evitar uma mordida, praguejou e o chamou de vira
latas, o lobo avançou novamente e o fez acelerar o passo, o outro lobo gentilmente se esfregou nos filhotes e os
empurrou levemente com a cabeça sinalizando que eles precisavam se adiantar pois era chegada a hora. O lobo negro
se esfregou no filhote de lobo que estavam com os hominídeos e ganiu em lamento por ele ser obrigado a juntar aos
macacos pelados. O filhote assentiu com a cabeça e se esfregou no lobo negro em resposta.
Eles aceleraram o passo até chegarem a Mãe Larissa que se levantou e começou a guia-los até um outro lugar, ela se
dirigiu até um lago, onde uma cascata descia água límpida e onde peixes nadavam tranquilamente enquanto patos se
alimentavam do que fisgavam na água.
Da água surgiu uma linda e esbelta sereia, estava desnuda e com uma enorme cauda de peixe, ela sorriu ao ver os
filhotes, era ruiva e belíssima. A água do lago começou a se mexer em resposta aos gestos delicados que a sereia executava
com as mãos, a água seguia suas ordens, e então partículas de água começaram a subir e formar um globo vivo de água
em cima da cabeça da sereia enquanto ela gesticulava, o globo ficou cada vez maior até que começou a reluzir e explodir,
da explosão de água cristalina eles viram que surgiu um portal cristalino e prateado, a serei havia sumido e de dentro
do portal era possível ouvir vozes e ver que era uma floresta congelada. A hora havia chegado.
Mãe Larissa gesticulou para eles correrem para dentro do portal dizendo:
- Vamos logo! Vocês precisam ir embora agora! É urgente, vocês correm perigo! Se apressem!
Os filhotes todos correm para o portal e quando saíram do outro lado não estavam mais em Nova York, aquele
lugar era a Seita do Lobo do Inverno e eles estavam no norte do Canadá.
...
Nahi:
- David, juro, não sei o que acontece, mas minha caneca não para cheia, pode por favor ir buscar mais enquanto vou ao
banheiro?
David resmunga alguma coisa e vai novamente até o balcão buscar mais chopp para eles. Está uma bela noite, é
possível ver pela janela que as ruas estão bem movimentadas. Nahi retorna do banheiro, toma mais um gole do seu
chopp favorito e retorna para sua história.
Nahi:
- Onde eu parei mesmo?
Bruce:
- Filhotes, chegam, Caern, Wendigo!
Nahi:
- Sim! Isso mesmo Bruce, queria ver se estavam mesmo prestando a atenção e se não estou perdendo meu tempo rsrsrs, (ela
esfrega uma mão na outra) como eu estava falando...
A Seita do Lobo do Inverno residia no interior de uma reserva indígena ao norte das colinas do Canadá, morros e
uma floresta densa protegiam o local sagrado dos ventos fortes que assolavam o resto da região. Lá haviam muitos
índios locais, pintados para uma celebração, todos foram muito cordiais e respeitosos com Luke, e lá ele conheceu toda
a matilha do Caminhante-das-Sombras, cada um deles chegou pela Umbra no centro do Caern, os nativos não
pareceram muito contentes com os estrangeiros, mas deram seu melhor para manter o máximo de respeito que
conseguiam e honrarem o pacto espiritual. Os filhotes foram todos escoltados até uma caverna no alto do morro onde
ficava a clareira e acontecia uma celebração, Accolon e sua matilha foram convidados a participar, os filhotes tiveram
que respeitar as ordens que receberam.
Na caverna eles encontraram cobertores, comida e uma fogueira acessa, do lado de fora dois guerreiros pintados e
armados faziam a segurança, os wasichu foram se proteger do frio intenso pegando cobertores e sentando em volta da
fogueira, menos Luke, Luke se sentia renovado e cheio de energia com aquele clima. Eles passaram a noite lá comendo
e descansando enquanto aguardavam o dia seguinte quando deveriam passar pelo seu Ritual de Passagem.
Enquanto Luke e Kentai conversavam em volta da fogueira durante a madrugada algo inesperado aconteceu, eles
viram lá fora a movimentação dos índios e suas feições alteradas, eles ouviram os uivos de lamento, vingança e morte,
o vento de repente mudou de direção e o clima mudou drasticamente.
Luke e Kentai Haran decidiram sair da caverna para entender o que estava acontecendo, mas eles são abordados
imediatamente por um dos Garou Vigia da Seita que barrou a passagem. Eles questionaram o guarda sobre o que havia
acontecido mas o vigia limitou-se a dizer que algo ruim tinha acontecido e que os anciões temiam que eles os filhotes
estivessem relacionados ao que aconteceu de ruim, lhes ordenou a voltarem para a caverna, e os mandou aguardar a
decisão dos antigos anciões da Tribo.
Luke então retornou para a caverna e sentou-se com os demais filhotes, ele questionou diretamente os demais
filhotes e perguntou se algum deles sabiam o que estava acontecendo e se sabiam o porquê de suspeitarem deles, mas
todos alegaram inocência, estavam nervosos e inseguros, com medo, Kentai argumentou que eles não podiam fazer
mais nada a não ser aguardar. Jonas se revoltou mais uma vez, e chutou a fogueira e chamou todos os filhotes para
fugirem para a mata, lhes disse que não deveriam ficar e aguardar a condenação, porém nenhum dos filhotes lhe deu
ouvidos e todos concordaram que deveriam esperar o julgamento dos anciões, afinal eram inocentes e não haviam feito
nada de errado.
Algum tempo depois, o vigia retornou a caverna e convocou todos os filhotes para seguirem-no até onde os anciões
os aguardavam, todos seguiram o vigia até o centro do Caern onde os anciões estavam transformados em forma de
combate, alguns deles tinham a expressão de sofrimento e lamentação, mas seu líder expressava fúria e frieza.
Luke não conseguiu encontrar entre os Garou ali presentes O-Caminhante-das-Sombras e sua matilha e se
preocupou com as consequências que teriam de lidar sozinhos ali.
O líder da seita devorou os filhotes com seus olhos enquanto eles caminharam em sua direção e quando se
aproximaram ele explodiu em fúria, e desgosto, condenou os filhotes e a matilha de O-Caminhante-das-Sombras pela
morte de uma outra matilha, uma matilha pura do Povo Wendigo que havia sido assassinada, ele ordenou que os
filhotes partissem de suas terras e Seita e que não voltassem nunca mais, e ainda alegou que só não havia os condenado
a morte pois um deles “Luke” pertencia ao seu próprio povo, ele os amaldiçoa e Luke se entristeceu e lamentou pelo
ocorrido, mas agradeceu por terem poupado a sua vida e a vida dos outros filhotes, Kentai tentou argumentar e pediu
uma chance dos filhotes provarem sua inocência, mas infelizmente os ouvidos do líder da Seita não estavam abertos
para quem era wasihu e por isso ele se negou a compreender, enquanto isso um dos outros filhotes se enfureceu e
Trovão vermelho entrou em Crinos, desafiou o líder da seita e se não fosse por Luke interromper, listando as duas leis
da litania que o filhote havia acabado de quebrar, a situação teria sido ainda pior, ele conseguiu convencer o jovem a
voltar a sua forma natural e se calmar, e convenceu a todos os demais filhotes que eles deveriam partir naquele
momento e respeitar as leis locais.
Todos os filhotes acataram o sábio conselho de Angaluk Lotaah e partiram para floresta congelada.
´
Capitulo Cinco – A Noite mais Escura
David:
- Alguém quer mais uma rodada?
Todos levantaram seu caneco vazio.
- Bruce, então você pega dessa vez, hahahahahaha
Nahi:
- David, eu estou tentando contar uma história, fique quieto e me deixe continuar, como eu estava dizendo, aí...
Enquanto finalizavam o ritual de libertação dos espíritos lupinos que haviam sido assassinados, Jonas uivou em sua
forma lupina chamando os três para saírem dali e o seguirem, mas eles o ignoraram. Eles terminaram o ritual e Kentai
ajudou Tim com seus curativos, Luke decidiu ir até o Mundo Fantasma ver como os Manitus dos lupinos estavam, mas
ao chegar na penumbra encontrou um cenário amplificado da Telurian, a tempestade era mais violenta do lado de fora
da cabana umbral, e os espíritos da Wild estavam muito zangados e revoltados com a morte dos lupinos e protestavam
invocando seus poderes do inverno. Luke percebeu que os lupinos estavam numa espécie de transe, não estavam
dormindo nem acordados, estavam se recuperando do que havia acontecido com eles, mas pareciam bem. ele então
orou por suas almas e agradeceu por poder tê-los ajudado a encontrar seus caminhos para o além-morte.
Quando retornou para a Telurian, Luke encontrou seus irmãos preocupados, e Jonas insistia para que todos o
seguissem, mas Luke não queria abandonar ninguém para trás então falou para todos da sua matilha ali presentes que
eles precisavam ir atrás dos demais.
Eles partiram então em busca de seus irmãos de matilha na tempestade de gelo, e por estarem feridos começaram a
sentir dificuldade em avançarem em direção ao último lugar em que haviam visto eles por último, eles mudaram todos
para a forma lupina e depois de algum tempo correndo e farejando eles encontraram marcas na floresta que indicavam
que seus irmãos estavam por perto, mais alguns minutos de muita neve já altura da cintura e grandes rajadas de vento
cortante eles acabam encontrando Oliver e Fúria Primordial, eles estavam ilhados sem visibilidade alguma por conta
da tempestade e perdidos sem conseguir ir até o acampamento onde Luke e os outros estavam. Todos uivaram ao se
encontrar e Jonas assumiu à frente do grupo em sua forma de combate carregando Tim nas costas e os guiou em direção
à caverna que ele havia encontrado quando saiu para caçar.
...
No caminho para a caverna a visibilidade só piorou, a floresta se fechou, a neve aumentou e os ventos pioraram,
eles sentiam algo errado no ar, mas continuaram correndo até que Fúria primordial que estava na retaguarda do grupo
acabou sendo acertado por uma flecha indígena em suas costas enquanto corria. Ele tentou ignorar a dor ao receber a
flechada e apertou o passo da corrida para alcançar os demais e continuar a fugir, Jonas olhou para trás, viu o ocorrido,
soltou Tim na neve e correu o mais rápido que pôde para fugir das flechas que começaram a voar por cima da matilha
deles. Tim ao ser deixado na neve mudou para sua forma de combate e tentou se esconder atrás de uma arvore próxima,
ele estava muito ferido e uivou de dor além de grunhir enquanto se arrastava. Nesse momento Luke percebeu o que
estava acontecendo e imediatamente se camuflou a selva congelada e sacou seu arco lendário e começou a procurar por
alvos, Kentai Haran mudou para sua forma de combate e rugiu em direção aos inimigos escondidos na mata, Oliver
mesmo ferido viajou para o Mundo Fantasma e os inimigos então se pronunciaram:
-Traidores! Nós iremos nos vingar! Vocês não sairão daqui vivos! Aqui será o túmulo gelado esquecido de vocês! Ninguém virá
em seu auxilio! Morram!
Eram várias vozes, deveriam haver pelo menos três deles cercando a posição da matilha de Luke.
Luke identificou uma pequena movimentação na mata congelada e esticou seu arco, uma sombra despontou no
horizonte e ele soltou a flecha, que viajou através da tempestade cortando flocos de neve e folhas soltas no ar para
encontrar um Wendigo em Crinos gritando de dor, por conta disso os outro Wendigo acabou saindo de sua
camuflagem para atacar a matilha de Luke, Kentai estava na vanguarda e exposto, ele correu assim que viu um dos
Wendigo surgirem, o atacou com um golpe aéreo que fez com que o Wendigo caísse no chão gelado da floresta, Kentai
caiu por cima do inimigo e travou um combate mortal, Kentai mordeu com toda sua força o Wendigo que guinchou
de dor, depois o acertou com uma grande garrada, isso fez com que Kentai caísse na neve inconsciente e rasgado do
peito até a barriga.
Fúria Primordial percebeu que ao fugir seus irmãos foram deixados para trás e se tornaram alvos fáceis para os
Wendigo, então decidiu retornar para ajudar, Jonas ao ver a movimentação de Fúria Primordial, também decidiu dar
meia voltar e ajudar.
Enquanto isso no Mundo Fantasma Oliver invocou o totem de sua tribo o Unicórnio, enquanto um espírito servo
do grande Grifo engalfinhava um Wendigo a poucos metros dali e um outro Wendigo armado com prata ataca o grifo
que não conseguiu se defender. Oliver fez o chiminage e orou para que o grande Unicórnio atendesse seu chamado e
o ajudasse naquele momento, antes que fosse tarde demais, no Mundo Fantasma à noite fria era mais escura, mas não
por muito tempo, enquanto Oliver se esforçava para não perder as esperanças o Unicórnio iluminou a noite mais
escura com uma luz celestial que queimou os dois Wendigo que lutavam com o grifo, Oliver não conseguia mais
enxergar, pois havia sido arrebatado pela aura do cavalo sagrado com chifres. O Incarna cavalgou até Oliver e o
questionou de forma impaciente como um cavalo selvagem que resiste a ser domado, as palavras fogem da boca de
Oliver, que mesmo tendo o invocado ainda não acreditava no que via diante de seus olhos, ou melhor no que o cegava
com sua aura de luz celestial. Ele recuperou seu folego e gaguejando esboçou que não teria feito aquilo se houvesse
outra solução, ele apelou pela sabedoria e generosidade do Totem para que o perdoasse e o ajudasse a controlar a
situação, ele lhe explicou que sua matilha estava sendo caçada desde que havia saído da Seita do Lobo do Inverno, e
que não resistiriam por muito mais tempo, pois estavam feridos, fracos e cansados, estavam longe de seus mentores, de
seus lares e que só o grande Unicórnio poderia salva-los.
O Incarna relinchou aborrecido por ter sido convocado sem sua autorização, mas percebeu que quem lhe convocou
não sabia o que estava fazendo nem do perigo que corria ao fazê-lo e por enxergar essa ingenuidade e verdade nos olhos
de seu conjurador ele decidiu o ajudar:
- O que posso fazer por você? O que está acontecendo aqui? Por que Garou luta contra Garou diante de meus olhos? Não sabem
o quanto isso me enfurece? O quão grande é o insulto ao me chamar diante de tanta violência desnecessária? Vocês não passam de
tolos e só merecem meu desprezo.
Então Oliver lhe diz:
- Por favor ó grande Incarna da Sabedoria, nos ajude eu te imploro! Nós somos inocentes, a Wyrm Corruptora enganou a todos
e colocou duas seitas uma contra a outra e agora só podemos nos defender, e não temos como vencer esse percalço e por isso clamamos
por sua benção e ajuda nessa hora mais importante de nossas vidas, nessa noite que é a mais escura de nossas vidas só ti pode nos
salvar!
O Unicórnio então respondeu:
- Vejo verdade em seus olhos e também ingenuidade, irei lhe ajudar desta vez filhote, mas meus desejos devem se tornar ordens e
comandos, aqueles que não seguiram conheceram minha fúria!
- Eu vos ordeno que essa guerra sem fundamentos pare imediatamente! Eu o Incarna Unicórnio ordeno a todos que se rendam!
Suas palavras queimaram mais os Wendigo do que a própria luz que o Unicórnio emitia, tanto o grifo quanto Oliver
não conseguiram se mexer após o Unicórnio se pronunciar, suas palavras viajaram do Mundo Fantasma até a Telurian
e todos os que lutavam na neve contra os outros três Wendigo foram arrebatados pela luz e comando dado pelo
Unicórnio. Nisso Oliver entendeu o que precisava ser feito e viajou também para a Telurian como porta voz do Incarna
e reforçou que todos deveriam baixar suas armas, pois todos foram enganados pela Wyrm e que plano dela estava dando
certo, pois Garou estavam matando Garou enquanto ela perseverava não muito longe dali.
Enquanto Oliver estava no Mundo Fantasma, o combate se adiantou e Luke com a ajuda de Jonas e Fúria Primordial
conseguiu derrotar os dois Wendigo, e quando Oliver surgiu após o Unicórnio se pronunciar, um dos Wendigo que
também estava no Mundo Fantasma surgiu com uma adaga de prata em sua mão, ele rugiu de ódio e estava em sua
forma de combate, ele praguejou palavras de ódio contra a matilha de Luke e os ameaçou, todos com exceção de Fúria
Primordial estavam feridos, Kentai Haran enxergou a influência da Serpente de Chifres e franziu o cenho, e antes que
qualquer um pudesse pensar ou reagir, Luke se adiantou e pulou na direção do Wendigo maculado pela Serpente de
Chifres, ele o engalfinhou e o fez esguichar sangue da barriga onde foi acertado, Luke ainda conseguiu morde-lo antes
que ele pudesse fincar a adaga de prata em sua barriga e rasga-lo até o ombro.
Luke não resistiu ao ferimento mortal e caiu em frente ao Wendigo que uivava pela vitória ao mesmo tempo que
grunhia de dor pelos dois ataques bem sucedidos de Luke. Todos da matilha de Luke se enfureceram no mesmo instante
pela queda de seu irmão e todos esqueceram de sua promessa ao Unicórnio e partiram para cima do Wendigo
corrompido. Jonas conseguiu chegar antes dos demais e mordeu ferozmente o Wendigo que caiu balbuciando que sua
morte não havia sido em vão, pois ele havia conseguido tombar um dos inimigos.
Kentai desmaiou por conta da grande fúria dentro de si e por conta da hemorragia decorrente dos ferimentos graves
que sofreu, alguns o ajudaram e tentaram estancar seus ferimentos, Luke acordou subitamente e percebeu que parte de
sua ferida havia se fechado milagrosamente, ele não tinha tempo para tentar compreender o que acontecia com seu
corpo e imediatamente se rastejou até o corpo de seu inimigo tombado, ele investigou seu corpo e se certificou que o
Wendigo estava mesmo morto, então ele pegou a adaga de prata de seu inimigo e a guardou em sua cinta, enquanto
pedia ajuda de Tim para ajudá-lo a se levantar.
Um dos Wendigo derrotados tentou fugir, mas foi morto por Fúria Primordial, o outro conseguiu escapar e se
camuflou na neve, a matilha de Luke tentou procura-lo momentaneamente, mas a visibilidade era precária e a
tempestade não havia melhorado ainda. Oliver disse que conseguiu sentir a película sendo atravessada e que o Wendigo
fugitivo deveria ter ido embora, eles pensaram em investigar melhor o lugar, em ir direto para o Caern e também em
comer e se abrigar, pensaram em tacar fogo nos corpos dos Wendigo mortos, e em purifica-los. Mas acabaram decidindo
ir embora para a caverna que o Jonas havia encontrado, levando consigo os corpos dos dois Wendigo abatidos na
batalha.
...
Todos estavam feridos, principalmente Oliver, Kentai e Luke mal paravam de pé e sentiam dor até para respirar,
eles foram amparados pelos demais irmãos de matilha que ajudaram a carrega-lo. Eles não podiam fazer muito mais
que caminhar enquanto a tempestade avançava e ficava cada vez mais violenta, se tornando impossível avançar por
muito tempo. Depois de alguns minutos debaixo de muita neve Luke tentou fazer a proteção da retaguarda da matilha
enquanto avançavam para dentro da floresta, ele ouviu um barulho de algo se aproximando, não conseguiu identificar
o que era nem em quantos estavam, mas ele sabia que o que ouvia, vinha em direção ao grupo.
Luke acenou para os irmãos de matilha e avisou gestualmente que uma nova leva de inimigos vinha em sua direção,
todos pararam e se esconderam atrás de arvores, com exceção de Jonas que saltou para frente na sua forma de combate
e uivou para o que quer que fosse que estava vindo em suas direções. Da pior forma ele descobriu que o que vinha na
direção deles era um grande e agressivo urso marrom, o urso correu de encontro a Jonas e o fez sangrar enquanto
lutavam até a morte, Luke sacou seu arco lendário e atacou a besta que repeliu a flecha com seu couro
sobrenaturalmente grosso. Jonas foi mordido mais uma vez, mas conseguiu contra-atacar o urso, ele foi ajudado por
Fúria Primordial que atacou o urso pelas costas na pata traseira e a amputou, o urso não suportou os ataques dos dois
Garou e tombou na floresta, ao morrer ele suspirou de alívio e todos perceberam que ele havia sido controlado por
algum ser monstruoso, nenhum deles sentiu orgulho em ter matado o urso, apenas lamentação. Trovão vermelho surgiu
do outro lado da floresta rosnando e uivando para a matilha de Luke, ele protestava que havia se perdido no Mundo
fantasma e que seus irmãos não foram atrás dele, ele lhes contou que teve ajuda de um ser misterioso e que todos
deveriam ir até ele para se curarem de seus ferimentos. Todos ficaram surpresos e felizes por terem reencontrado seu
irmão perdido e concordaram que antes de visitar o tal amigo misterioso eles deveriam descansar na caverna que Jonas
havia encontrado e que eles até agora não haviam conseguido encontrar pois haviam sido atacados três vezes desde que
saíram da Seita do Lobo do Inverno.
...
Na caverna todos começaram a discutir quais seriam os próximos passos a seguir pela matilha, e cada um deles tinha
um plano e uma ideia a seguir, Luke começou a ouvir cada uma delas, mas se revoltou por ninguém concordar com
ninguém, nenhum deles respeitava a opinião do outro, então um instinto primal dentro dele tomou força e o fez se
levantar mesmo estando todo rasgado e sangrando, ele grunhiu e amaldiçoou os que o fizeram sangrar e chegar naquele
ponto, ele retirou a adaga da bainha e a apontou para cada um dos irmãos de matilha que ali estavam discutindo e se
pronunciou:
- Chega de decisões erradas, chega de cada um seguir um caminho, chega de nos perdermos, de nos ferirmos, chega de ser caçado
e de não ser ouvido. Não podemos definir que caminhos trilharmos se não nos respeitarmos como irmãos, se não temos um líder não
somos uma matilha, somos apenas filhotes perdidos correndo atrás de nosso próprio rabo! Nós decidiremos agora por meio de votação
quem será o líder dessa matilha, e então o líder, somente ele decidirá qual será o nosso próprio passo a seguir, respeitaremos e
confiaremos nossas vidas a ele, e lhe seremos leais até que a morte nos separe ou seja escolha de cada um partir e não mais formarmos
uma irmandade!
Antes que Luke pudesse abaixar a adaga empunhada em sua mão e perguntar a cada um dos seus irmãos quem seria
o escolhido para votarem, Tim se levantou segurando nos braços de Luke e disse:
- Você tem a minha lealdade e voto Angaluk.
Kentai Haran se levantou no mesmo instante e se declarou:
- Não vejo outro irmão mais equilibrado e qualificado para ocupar essa nobre função, nós não podemos mais seguir as cegas sem
um líder, e por isso meu voto é de Angaluk Lotaah!
Jonas se levantou, foi até a entrada da caverna e se lamentou:
- Eu ajudarei a provar nossa inocência da acusação de traição e de assassinato contra os lupinos, mas depois disso, é cada um
por si, vocês não são a minha família e eu não quero ficar com vocês!
Sua feição se contorceu e ele prendeu o choro enquanto virava de costas, e finalizou:
- Enquanto eu for parte dessa matilha o Luke tem meu voto...
Trovão vermelho também deu o seu voto:
- Eu voto em Angaluk, ele parece ser a escolha certa.
Fúria Primordial apenas levantou sua pata em direção a Luke e abanou seu rabo com uma expressão de satisfeito.
Luke, guardou sua adaga, foi em direção a Jonas e disse:
- Você é livre para partir quando quiser Jonas, mas enquanto estiver conosco será tratado como um irmão.
Ele tocou no ombro de Jonas e o olhou nos olhos, Kentai se aproximou e disse a Jonas que:
- Para se encontrar é preciso se perder Jonas.
Lhe disse que as coisas que ele aprendeu no passado podiam não ter sido o correto, e que não era natural um lobo
viver sozinho, que Jonas pertencia à aquela matilha e o abraçou como a um irmão, Jonas o segurou forte e pôs para
fora sua agonia e medo, chorou como uma criança.
Algum tempo depois, com todos de volta a caverna sentados em volta de uma fogueira, Luke decidiu que todos
deviam descansar, e que pela manhã bem cedo deveriam se levantar e partirem em direção ao amigo misterioso de
Trovão vermelho.
E assim a madrugada chegava ao fim, e quando amanheceu Fúria Primordial trouxe uma lebre para Luke se
alimentar, Kentai iniciou sua meditação matinal e os demais começaram a despertar do sono.
Antes de partirem pela manhã, Luke fez o ritual do primeiro ferimento em si mesmo e também em seu companheiro
de matilha Kentai Haran, todos os membros da matilha compartilharam do ritual e comemoraram com os dois. Kentai
agradeceu imensamente Luke pelo renome conquistado. Enquanto arrumavam suas coisas Fúria Primordial contou ao
Luke que Accolon havia enviado o espírito da Coruja para ajudá-lo a não se perder no Mundo Fantasma e também
para nos avisar que a Serpente de Chifres estava em seu encalço e que não descansaria enquanto não matasse cada um
deles. Luke agradeceu a mensagem enviada por ele, e então eles partiram em meio a tempestade em direção a cabana
do amigo misterioso de Trovão vermelho.
Capitulo
´ Seis – O Grande Urso da Floresta
A tempestade não havia melhorado, mas eles não podiam se dar ao luxo de esperar as coisas melhorarem. A
caminhada era longa e o tempo só piorou, foram todos obrigados a mudar de forma para hispo para conseguirem
avançar com a neve subindo a cada hora passada. Eles continuaram caminhando em quatro patas até vislumbrarem
uma cabana de madeira no horizonte. Eles continuaram a seguir até que se aproximarem da cabana um homem grande
e barbudo saiu de lá de dentro com um machado na mão:
- Sejam bem vindos, eu me chamo Bill, sou o amigo de quem trovão Vermelho lhes contou.
- Trovão vermelho... Eles aceitaram jurar não contar sobre mim e sobre minha cabana?
Angaluk quem respondeu:
- Eu sou Angaluk Lotaah, líder da matilha dos filhotes perdidos, e em seu nome eu vos digo que
Sim, nós aceitamos os seus termos e juramos não revelar sua identidade a ninguém e nem falar a respeito de sua cabana.
Bill então concluiu:
- Pois então, sejam mais que bem vindos, minha casa é sua casa!
Ao entrarem na cabana eles perceberam que havia algum tipo de encantamento sobrenatural, algum tipo de ritual,
ou coisa parecida, pois ela era extremamente aconchegante e quente, o frio não entrava na cabana quando eles
entraram. Dentro da casa eles encontraram uma lareira acessa, candelabros estava acessos iluminando a casa toda, e
eles se sentiram muito confortáveis.
Bill ao colocar todos os filhotes para dentro de sua casa lhes explicou que era um Gurahl, e que assim como os
Garou, ele tinha um dever sagrado com a Mãe de todos Gaia. Ele lhes contou que nenhum dos Wendigo ou qualquer
outro Garou deveriam saber de sua existência. Todos concordaram com o Bill, e ele então lhes mostrou sua cozinha e
comida que estava pronta aguardando seus visitantes. Enquanto eles comiam, Bill ajudou Kentai a se deitar em seu
sofá, ele afastou a roupa suja de sangue e limpou seu ferimento. Ele colocou as mãos sob as feridas abertas de Kentai e
suas mãos começaram a brilhar, o corpo de Kentai começou a queimar e ele sentiu suas feridas sendo cicatrizadas. Ele
deixou Kentai desmaiado se recuperando e passou pelos lobos que comiam carne crua em quatro patas, ele foi até um
quarto e voltou com algumas mudas de roupas, os filhotes se transformaram em hominídeos. Se vestiram ali mesmo
no meio da sala, enquanto isso Luke que tinha suas roupas dedicadas foi falar com o seu anfitrião, ele pede que Bill
faça o mesmo com ele pois estava ferido gravemente e sangrava muito. Bill o ajudou a se mover até um outro sofá na
sala e tocou as feridas de Luke com as mãos, elas brilharam novamente e curaram completamente Luke, ele ao ver o
que havia acontecido se emocionou e chorou, ele o agradeceu de coração e pegou sua mochila que estava em suas costas
e buscou dentro dela algo, ele mexeu um pouco lá dentro e retirou um pequeno recipiente de couro que estava fechado,
ele explicou a Bill que aquilo era um fetiche Garou, e que servia para melhorar a pontaria do atirador de forma
sobrenatural e mística, e após lhe mostrar o fetiche ele o entrega a Bill como forma de recompensa e o agradece pela
ajuda a ele, Kentai e os demais. Bill aceita o presente e agradece por poder ajuda-los, Kentai se levanta do sofá e senta,
Bill também se senta e convida os demais que estavam na cozinha comendo a se juntarem a eles na sala, para trocarem
histórias e conhecimento. Todos os filhotes acatam o chamado e seguem para a sala. Lá Bill lhes conta uma de suas
histórias, quando ele termina Kentai pede para contar a história de sua visão quando ainda vivia no Tibete e teve sua
primeira transformação. Todos ficam um pouco distraídos pois a história de Kentai não tem pé nem cabeça, e então
ele terminou sua história e Angaluk decidiu contar a história da matilha, de como se conheceram e de como haviam
chegado ali. Bill ouviu tudo até o final e se encucou com alguma coisa na história e começou a falar baixo consigo
mesmo, depois mirou os olhos em Trovão Vermelho e brandiu:
- Você não me falou a verdade! Você mentiu para mim! Por que não me disse que todos vocês eram filhotes e que
ainda não haviam passado pelo seu ritual de passagem?
Todos ficaram confusos, tentando compreender a irritação de Bill, Trovão vermelho se constrange e não sabe o que
dizer, e responde apenas que ele precisava de ajuda, que todos eles precisavam de ajuda e como ele Bill se ofereceu para
ajudar ele aceitou, mas que não sabia que era tão importante assim mencionar que não haviam passado pelo seu ritual
de passagem.
Bill volta a falar baixo consigo mesmo e Luke decide interromper e perguntar:
- Bill, por favor nos explique o que está acontecendo, nós somos muito gratos pelo que fez por nós, mas se fizemos algo que colocou
você em risco, nós lamentos profundamente e partiremos agora se você assim quiser!
Bill balançou a cabeça sem saber o que dizer e então ele olha para Luke e diz:
- Não, a culpa não é de vocês, é só que eu deveria saber... esse ritual não é qualquer ritual, é O Ritual, sem eles vocês não são
nada, não são Garou, não são protegidos de Gaia, nem nada, se Garou fosse o Cristianismo, vocês seriam pagãos. Eu não poderia
ter me intrometido, não podia ter me envolvido, isso está errado, e coisas ruins acontecem com que se envolve onde não deveria, vocês
não entendem...
Kentai tentou acalmar Bill, que se levantou subitamente do sofá e continuou falando sozinho ignorando o que os
demais ali falavam ou faziam, ele caminhou até uma parede atrás de um móvel e enfiou sua mão na parede,
sobrenaturalmente a sua mão atravessou a parede como se fosse um tecido e ele retirou algo grande lá de dentro,
quando ele se virou a parede estava intacta e em suas mãos estava um grande berrante com glifos desenhados nele.
Luke percebeu ao olhar o instrumento que ele era uma espécie de arma, os glifos desenhados nele lhe diziam que era
uma antiga arma do povo Wendigo a muito tempo esquecida no tempo, era claramente um Fetiche Ancestral.
Bill então respira fundo e lhes pede desculpas pelo súbito ataque de fúria, lhes explica que os Gurahl também a
possuem e que passam sua vida lutando para controla-la assim como fazem os Garou. Ele estende o berrante para Luke
e conta que ele deveria ficar com ele, e completa:
- Agora tudo faz sentido, agora eu posso ver e entender. Eu sei porque você está aqui Luke e sei por que a Wyrm está atrás de ti
e sua matilha. Você deve ser descendente de Ela-Chora-Lágrimas-de-Gelo, uma antiga xamã do povo Wendigo que viveu nessas terras
a muitos séculos atrás. Entre seus grandes feitos, ela aprisionou um antigo mal que tomava conta dessas terras em uma pedra estrelar
que veio do espaço, ao aprisionar o espírito na pedra ela arremessou a grande pedra estelar contra uma enorme muralha de rochas
na montanha mais ao norte de estamos, a montanha fica a dois dias de caminhada pela floresta. O antigo mal tinha um nome, era
chamado de Narlthus, e antes de desaparecer ele prometeu retornar e se vingar de Ela-Chora-Lágrimas-de-Gelo e de todos o Povo
Wendigo, essa foi a sua profecia. A antiga xamã só consegui aprisionar o maldito na pedra com a ajuda desse berrante, ele pertenceu
a ela e ele era chamado de Berrante dos Caminhantes de Gelo. Esse fetiche já passou muito tempo em mãos Gurahl, passando de
geração em geração até chegar até mim Luke, acho que já é hora dele voltar para as mãos dos Wendigo, e não de um nativo qualquer,
mas para o descendente de Ela-Chora-Lágrimas-de-Gelo.
Luke ficou perplexo ao pegar o berrante nas mãos e o girou entre elas para poder ver todos os detalhes, o berrante
estava trincado, e ao perceber ele olhou para Bill que explicou que o berrante só poderia ser soprado mais uma vez, que
Luke tinha uma grande responsabilidade com ele e que só deveria sopra-lo no momento certo. Luke agradeceu o
presente e refletiu sobre a história que acabara de ouvir e sobre essa nova ancestral que ele nunca havia ouvido falar.
Bill havia se recuperado misticamente e perguntou se mais alguém gostaria de ser curado, então ele curou Tim e Oliver
completamente. Jonas mesmo ferido se recusou a aceitar ajuda e cuspiu no chão para o desagrado de Luke e os demais,
Luke ordenou que ele limpasse o cuspe no chão, mas ele cruzou os braços bancando o babaca mais uma vez quando
lhe ofereciam ajuda, e os demais membros da matilha o esculacham até que ele se irritou e ameaçou ir embora achando
que alguém fosse ficar com dó, Luke o confrontou e dizendo que era melhor ir embora mesmo ao invés de trazer
problemas para a matilha, Luke jogou em sua cara que ele havia sugerido fugir na caverna quando estavam no Caern
dos Wendigo, que ele havia fugido quando os demais estavam ferido e Luke e Kentai lutaram contra a matilha de
Wendigo, lhe disse que ter sido criado por parentes de Dançarinos da Espiral Negra não era motivo para ele cometer
os mesmo erros e agir feito um idiota, que ou ele seguia suas ordens ou seria abandonado para morrer na neve. Bill
ficou preocupado e interviu, tentou colocar panos quentes nos Garou enfurecidos, Jonas retornou e se desculpou com
o anfitrião, alegando que não tinha culpa, Luke o fuzila com os olhos, ele ainda não sabia mas Luke já estava em seu
limite para dar cabo a um wasichu orgulhoso e estúpido, tudo o que Jonas vinha fazendo desde que se conheceram só
deixa Angaluk mais nervoso e irritado.
Luke então se acalmou e reuniu a matilha para decidirem quais seriam os próximos passos. Kentai queria ir ao norte
descobrir sobre o antigo espírito maligno que poderia estar por trás de tudo o que vinha acontecendo de ruim, Tim
também concordava com ele, mas Luke tinha outros planos, ele argumentou com os demais que o corpo dos Wendigo
mortos estavam do lado de fora da cabana apodrecendo, que eles precisavam ser purificados e precisavam de um ritual
de morte apropriado. Luke os convenceu de que sem corpos dos Wendigo eles não poderiam provar sua inocência para
a Seita do Lobo do Inverno, os corpos eram provas circunstanciais e tinha prazo de validade, ele insistiu ao dizer que
outros ataques poderiam continuar a acontecer da parte dos Wendigo se eles não provassem logo sua inocência, ele
revelou aos seus irmãos de matilha que quando encontrou os corpos dos lobos assassinados na floresta ele viu marcas
de golpes letais por uma lâmina e então ele revelou a adaga para que todos entendessem, lhes disse que os corpos dos
lobos também estavam apodrecendo e as provas do ataque pela adaga Wendigo estava se esvaindo. O tempo estava
contra eles, e Luke não queria ir para o norte sem saber o que iria achar, afinal era só uma lenda, nem sabiam se era
verdade e se alguém estaria esperando por eles, Luke era Mediwiwin, um chefe da paz, guardião da Litania de Gaia e
Philodox, ele tinha as provas em suas mãos e queria confrontar o líder que os expulsou, ele queria seu ritual de passagem
realizado, e queria a fonte de todo o mal atrás deles destruída, mas isso podia esperar.
Luke como bom Philodox que era, conseguiu convencer todos com argumentos de que seu plano era o melhor a
ser seguido, e convenceu toda a sua matilha a segui-lo. Então Bill se despediu deles e foi se deitar, eles pediram ao Bill
antes dele sair da sala para poderem passar a noite lá, todos foram dormir, menos Luke. Ele se levantou quando todos
estavam deitados e saiu da cabana, sentia sua fúria se esvaindo e decidiu comungar com a Lua, Tim acordou com o
barulho e foi atrás de Luke, quando o encontrou lá fora lhe questionou o motivo de ter saído e deixado todos para
trás, mas Luke o confortou dizendo que só havia saído para ver a Lua. Luke era um caçador natural e sentiu a presença
de algo os observando e Tim sentiu um enorme arrepio, eles continuaram mais um pouco do lado de fora observando,
mas não encontraram nada, decidiram voltar e Luke avisou que não dormiria, e que ficaria de guarda no primeiro
turno. Tim abanou a cabeça concordando com seu líder e lhe disse que faria o segundo turno.
Na manhã seguinte, todos acordaram descansados, tomaram seu café, guardaram seus pertences, pegaram alguma
comida para a viagem, se despediram de Bill e partiram rumo a Seita do Lobo do Inverno.
“Seremos lembrados para sempre pelas pegadas que deixamos.”
- Ditado Dakota
Capitulo
´ Sete – A Ponta do Iceberg
Ao saírem da cabana de Bill eles pegaram os corpos dos Wendigo mortos por eles e os carregaram em sua jornada
de volta a Seita do Lobo do Inverno.
Jonas e Tim passaram para a forma Hispo e seguiram na frente como batedores, Luke pegou o corpo do líder
Wendigo e Kentai pegou o outro corpo, durante algum tempo da caminhada rumo ao Caern eles se sentiram
misteriosamente relaxados, tranquilos, calmos, e até mesmo aquecidos, mas não sabiam de onde vinham essa sensação
boa, apenas aproveitaram e continuaram o caminho, todos menos Luke, de alguma forma ele soube que aquilo era
proposital, era como se alguém controlasse essa aura para se aproveitar da sua matilha, e isso o deixou muito irritado.
Luke tentou controlar sua fúria e quase falhou, acabou conseguindo reverter a situação e se manteve em sua forma
hominídea, Oliver e Kentai perceberam que Luke diferente dos demais não estava bem e lhe questionaram o que havia
de errado, ele apenas assobiou para Tim que imediatamente olhou para trás, Luke gesticulou com as mãos para ele
voltar, e quando Tim se aproximou, Luke olhou em seus olhos e lhe disse:
- Se lembra do arrepiou que você sentiu ontem de madrugada quando saímos para contemplar a Lua? Pois eu estou sentido algo
pior agora, volte lá pra frente e avise Jonas, fiquem espertos e farejem qualquer cheiro diferente, acho que seremos emboscados!
Tim uivou em aprovação e voltou correndo lá para frente do grupo, quando alcançou Jonas ele o avisou do recado
de Luke. Enquanto isso Luke pediu a atenção de Kentai e Oliver, e lhes explicou sobre seu plano, e o que pretendia
fazer quando chegasse na Seita, ele lhes pediu para não falarem sem sua autorização, e lhes falou sobre os costumes
Wendigo e de seu antigo rancor contra as demais Tribos Garou.
Depois de algumas horas de caminhada eles decidiram para e comer alguma coisa, após terminarem a refeição Tim
percebe algo nos arbustos a uma certa distância da matilha e uiva em alerta à matilha, Luke se transforma para sua
forma de combate assim como os demais, menos Kentai que se manteve em sua forma hominídea, ele gritou na direção
que Tim percebeu algo:
- Quem está aí? O que querem de nós?
De onde Tim havia visto algo, uma sombra desapareceu por trás das árvores e a outra se revelou ser um homem com
mais de trinta anos, ele caminhou em direção aos Garou, sem temer ou vacilar ante a forma de combate de seis dos
sete Garou que ali estavam.
O homem misterioso que caminhava em suas direções vestia-se como um caçador canadense da região, vestia camisa
de flanela, calça jeans velha, uma bota de trilha e carregava algumas cicatrizes, uma enorme cicatriz de garra desenhava
seu rosto e passava por um dos olhos e alcançava o seu queixo, uma outra grande de mordida mostrava seu trapézio
deformado e faltando uma parte já cauterizada.
Ao se aproximar da matilha ele revelou ser um Dançarino da Espiral Negra e lhes disse que já estavam causando
problemas demais e que ele só lhes daria uma única chance de se juntarem a ele ou seriam mortos ali mesmo, sem
chance de despedida ou enterro adequado, nada de ritual póstumo, mortos e abandonados como indigentes para
apodrecer no gelo.
David:
- O que??? Angaluk e sua matilha quase forma corrompidos antes mesmo do ritual de passagem? Cara, eu não fazia ideia,
ninguém jamais nos contou sobre tudo isso que aconteceu com ele antes mesmo de seu batismo Garou! Impressionante!
Gordon:
- É sério que você se impressionou só agora? Depois de tudo o que ela já havia contado? Eu já era fã dele, mas depois de ouvir
tudo que Nahi contou e isso é só a ponta do Iceberg hein? Ela ainda nem chegou na grande história.
- Vamos recapitular tudo o que aconteceu até agora... Eles foram expulsos da Seita do Lobo do Inverno, foram caçados por uma
matilha de lobos Wendigo na Umbra, depois foram caçados por uma matilha de Wendigo Nativos, depois foram caçados por um
Urso selvagem que certamente estava sendo controlado por alguém, e agora dançarinos da Espiral Negra... é Nahi, você realmente é
neta de Luke, e esse cara e a matilha dele pra mim só por ter ouvido até aqui já são a minha favorita, kkkkkkkkkkkkk. Que história
Nahi!!! Eu espero honestamente que você não esteja aumentando nada nesse conto, certo?
Nahi:
- Como eu lhes disse, Luke está sempre comigo me acompanhando e orientando, ele certamente demonstraria sua insatisfação
com minha história caso eu estivesse o desagradando, ou não estivesse honrando seus feitos do passado.
Você pode confiar em minhas palavras, nenhuma virgula do que eu lhes contei até agora foi invenção minha, tudo isso aconteceu
em meados de 1985 com meu avô e seu matilha, agora se me permitirem continuar a história, o Dançarino estava impaciente e lhes
deu duas opções...
Luke usou a benção que recebeu quando conheceu o Caminhante-das-Sombras e tentou enxergar a verdade nas
palavras do estranho, e ele viu que havia verdade em suas palavras, o jovem Oliver viu dissimulação na forma como ele
falou e Kentai viu que a Serpente-de-Chifres se alimentava dentro dele.
Jonas se enfureceu na mesma hora e o atacou, o estranho se transformou imediatamente em Crinos, e se esquivou
do ataque de Jonas, no mesmo instante um outro Garou saiu de sua camuflagem em Crinos com a face deformada e
distorcida e atacou Jonas, que caiu morto num piscar de olhos diante de toda a sua matilha.
Luke gritou para que todos o seguissem para a batalha, o Dançarino já tinha a sua resposta, só precisava digeri-la,
Luke sacou sua adaga de prata e partiu para cima do estranho, Tim estava mais próximo e também tentou ataca-lo, o
Dançarino se esquivou de Tim, Fúria Primordial e quase conseguiu escapar da estocada de Luke, mas o simples
arranhão provocado por Luke e sua adaga de prata, foram o suficiente para abrir a barriga do estranho e suas tripas
começarem a se derramar no chão. Enquanto isso a outra sombra que havia desaparecido surgiu entre a matilha e ataca
Tim, que consegue se esquivar por muito pouco e quase foi degolado, o inimigo que Luke enfrentava o mordeu na
barriga e o feriu gravemente, Kentai ao ver a situação lhe deu uma voadora que o fez cair no chão exposto, Luke então
crava sua adaga no peito do Dançarino que gritou de dor e morreu sob a neve. O outro Dançarino entrou em Frenesi
com a morte do seu companheiro e atacou Luke, que conseguiu se desvencilhar do ataque feroz, Oliver decidiu entrar
na dança, se agarrou em um galho, girou se transformando em Crinos e caiu sobre o Garou ferido em Crinos com
garras afiadas, o Dançarino chegou ao chão desacordado e Luke para garantir o empalou com sua adaga de prata.
Kentai ao ver que a situação estava sob controle foi até Jonas que estava acordando, parecia um milagre, parte de
suas feridas estavam cicatrizadas na parte do pescoço, porém seu braço esquerdo estava dilacerado e ele havia perdido
os movimentos dele. Kentai perguntou se alguém poderia ajuda-lo mas foi ignorado pelos demais que estavam em
Crinos e com adrenalina no corpo.
Luke que já estava sobre os corpos começou a investiga-los e revista-los, num dos corpos encontrou uma carteira
velha, com algum dinheiro e cartões de visita de algumas empresas suspeitas, em alguns cartões haviam anotações e
telefones marcados a mão com caneta, e havia também um molho de chaves, Oliver ajudou Luke a procurar por pistas
mas não encontraram mais nada além da certeira e chaves, eles perceberam que um dos corpos não mudou de forma e
permaneceu em Crinos, Luke ao investigar o corpo dele viu que se tratava de um impuro e que sua deformidade eram
os pelos ralos e caindo, a pele dele fedia, então eles se afastaram e foram ver o estado de Jonas, Tim ficou parado
olhando ao redor caso algum outro inimigo pudesse surgir, Luke ao olhar os ferimentos de Jonas decidiu que a matilha
precisava se separar, então ele ordenou que Fúria primordial e trovão Vermelho voltassem com Jonas até a cabana de
Bill para salvarem a vida de Jonas, e diz ao demais que eles deveriam acompanha-lo até a Seita do Lobo do Inverno,
cada um levando um dos corpos que nesse momento se acumulavam e já eram quatro corpos.
Trovão vermelho e Fúria Primordial partem então de volta a cabana de Bill com Jonas em seus braços, e Luke e os
demais voltam a jornada até o Caern carregando cada um dos corpos abatidos.
...
Depois de mais ou menos quatro ou cinco horas de caminhada, Jonas e os outros chegaram até um vale que nunca
haviam encontrado antes, eles se lembraram que a cabana estava protegida por algum encantamento e não poderia ser
achada sem que Bill assim o quisesse, mesmo assim eles decidiram continuar pelo vale, a água do lugar era límpida e
pura, a neve parecia mais fina e a tempestade não afetava o local, estava mais quente e vários animais podiam ser
observados de onde eles estavam. Jonas estava desidratado por causa da longa viagem e cansaço e bebeu um pouco da
água do lago, ele se sentiu em paz ao beber a água e até a dor pareceu se aliviar, ele sentiu uma necessidade de se deitar
e descansar um pouco por causa dos ferimentos e acabou adormecendo. Quando acordou ele não estava mais no vale,
estava num quarto luxuoso, olhou ao seu redor assustado pela janela e pôde ver que não estava no Canadá, era um
outro lugar que jamais havia estado antes, se lembrou que não sentia dores e quando olhou para os braços viu que
estavam curados e não doíam mais, ele se levantou e saiu do quarto. Ao chegar na sala se deparou com duas figuras
exóticas, dois europeus com traços marcantes, um homem e uma mulher, ambos magros, extremamente brancos e
esbeltos, eram lindos e muito magros, o homem quando lhe viu o saudou como um velho conhecido, mas Jonas não
se lembrava de tê-lo conhecido antes, tentou falar algo mas sua voz não saiu, ao invés disso ele se ajoelhou levantou a
cabeça e respondeu aos estranhos:
- Olá mestre, está tudo saindo conforme o planejado. Não há nada com o que se preocupar.
Jonas ficou aterrorizado com a voz e movimentos que seu corpo fazia involuntariamente, aquela não era a voz dele,
e ele estava paralisado assistindo a tudo dentro daquele corpo sem ter qualquer tipo de controle, o estranho continuo
falando com algo dentro de Jonas e ele tentava sem sucesso controlar seu corpo, até que de repente um lapso de controle
retornou a ele, e ele entrou em Crinos, o estranho o repreendeu e lhe disse que isso era ultrajante e rude da parte dele,
que estavam todos seguros e não havia necessidade dele mudar de forma, e o ordena a retornar para sua forma
hominídea, Jonas tenta gritar e responder ao estranho mais ainda não tinha controle total de seus movimentos, mas
ele conseguiu ver que atrás da janela da sala havia uma varanda, e então ele correu em sua direção e se jogou do prédio
altíssimo. Jonas sentiu o controle de seu corpo retornar para si e quando o solo se aproximava ele despertou do sono
no lago onde havia adormecido, ele acordou com um forte impulso, muito assustado, tremendo, com dor e muito frio.
Havia sido apenas um sonho ou algo estava acontecendo? Jonas estava sendo controlado por alguém?
Enquanto Jonas processava o que havia acontecido com ele, Luke e os demais foram obrigados a parar por conta
dos ferimentos sofridos na última batalha e também por conta da tempestade que estava mais forte, enquanto fizeram
uma pausa, comeram, conversaram e Luke meditou e buscou pela sua ancestral Ela-Chora-Lágrimas-de-Gelo, ele tinha
muitas perguntas e precisava saber se a lenda contada por Bill era de fato verdade e se ela era mesmo sua ancestral,
Luke foi tomado por uma grande preocupação e senso de responsabilidade pois sabia que as coisas poderiam não sair
como ele havia planejado, em seu íntimo ele sabia que ao voltarem para o Caern poderiam ser assassinados pelos
Wendigo da Seita, e ele sabia que se isso acontecesse a culpa seria dele, ele tentou se agarrar ao seu código de honra
para fazer o que precisava ser feito e ignorou os maus sentimentos que tentavam tomar conta dele, ao buscar por uma
visão de sua ancestral Luke foi arrebatado por visões de outros ancestrais, eles sussurravam em seu ouvido, que a tragédia
era muito maior do que Luke tinha capacidade de observar, que ele estava envolvido em algo muito grande e que o que
já havia visto e passado era só o começo, ele sentiu um arrepio e quando voltou a si, ordenou a sua matilha que
levantassem o acampamento e partissem com ele, Tim e Oliver acataram a ordem imediatamente, Kentai estava
devaneando enquanto meditava olhando para as estrelas que já estavam no céu, ele levou algum tempo até conseguir
retornar a sua sanidade, arrumar suas coisas e começar a andar, ele estava distraído e preocupado, pensativo e calado,
então durante o resto da jornada todos eles caminharam em silêncio.
...
Quando se aproximaram do território dos Wendigo, uma matilha surgiu e começou a uivar, estavam em movimento
rápido e vinham em sua direção, chegaram todos em Crinos, Luke ordenou aos seus que permanecessem na forma
hominídea e que não caíssem nas provocações que viriam da matilha, e da forma como Luke falou eles agiram,
circulavam Luke e sua matilha, xingando, praguejando, cuspindo, rosnando e ameaçando atacar. Luke levantou as mãos
e lhes disse que haviam chegado em paz por vontade própria, que queriam ter sua chance de provar a sua inocência,
foi quando o último Wendigo chegou, ele estava em Crinos e tinha diversas cicatrizes, em seu corpo haviam pinturas
de guerra, e usava sua armadura de ossos conhecida por todos do povo Wendigo, pelo colar de pedaços de madeira
Luke o reconheceu, era o líder da Seita que não nutria nada de bom por Luke e os demais, ele mudou sua forma para
hominídea e começou a ordenar aos outros Wendigo que escoltassem a força Luke e sua matilha, ordenou também
para que eles recolhessem os corpos e Luke tentou persuadi-lo alegando que os corpos eram sua prova de inocência e
de sua boa vontade em entrega-los a seita, mas o líder não queria ouvir a voz de Luke e o mandou se calar, alegou que
Luke sabia das consequências e que ele e sua matilha deveriam sofrer com elas por terem retornado ao Caern que
prometeram nunca mais voltar, e que talvez morressem ainda naquela noite. Luke o afrontou dizendo ele havia
retornado por vontade própria e que o líder não poderia mata-lo sem lhe dar a chance de se explicar, que o líder deveria
respeitar as antigas leis, isso só o enfureceu mais ainda, e o fez explodir em raiva e dizer a Luke que aquele era seu Caern
e sua Seita e que ele poderia fazer o que bem entendesse. Luke o afrontou mais uma vez e lhe disse que a Litania era
soberana e que todos deveriam responder a ela de forma igual, que ninguém estava acima dela e que o líder não tocaria
nele nem em sua matilha até a assembleia terminar. O líder já explodindo em fúria se aproxima de Luke enquanto ele
era escoltado por lanças Wendigo em suas costas e lhe ordena:
- Se disser mais uma palavra irá morrer aqui mesmo, não tolerarei insubordinação e desrespeito em minha casa, você fará como
eu ordenar ou morrerá!
Luke engoliu seu orgulho e convicção de que era inocente e se lembrou das visões que teve na floresta, ele era
responsável pela matilha e deveria agira de acordo para mate-los todos vivos.
Eles foram escoltados até a caverna que haviam antes estado, comido e dormido esperando a noite acabar para
passarem por seu ritual de passagem que infelizmente nunca havia acontecido até então. Ao chegarem na caverna dois
guardas armados com lanças e arcos entraram com eles e os observaram por todo o tempo que se passou lá, eles se
entreolhavam e falavam em sua própria língua, era nítido que estavam enojados com a presença de Luke e de sua
matilha, se sentiam ofendidos e demonstravam que só esperavam por um deslize de Luke para mata-los todos ali mesmo,
mas os quatro não lhes deram motivos, ficaram o tempo todos calados, sentados em volta de uma fogueira aguardando
sua sentença. Foi então que depois de mais de uma hora o velho Theurge mestre dos Rituais apareceu na caverna e
lhes ordenou que os acompanhassem, que uma Assembleia havia sido criada e que eles deveriam comparecer e provar
sua inocência ou serem condenados culpados e aceitarem sua morte.
Estava muito frio naquela noite, Angaluk olhou nos olhos dos seus irmãos que depositavam a fé da matilha nele e
caminhou em direção ao velho Ancião, os demais o acompanharam e caminharam pela clareira em direção ao centro
do Caern. Ao sair da caverna eles puderam ouvir o som dos tambores de guerra batendo, Wendigo pintados para a
guerra, entoando cantigas de glória, alguns deles estavam em suas formas de combate, alguns eram grandes lobos
cinzentos, eles rosnavam e uivavam para Luke e sua matilha. Quando chegaram ao centro, eles puderam ver que não
só os Wendigo e seus parentes estavam presentes, mas sim os ancestrais deles, a película do Mundo Fantasma havia
caído tanto que os espíritos começaram a cruza-la e se ajeitaram em algum lugar para assistirem o julgamento. Entre os
espíritos um se destacou mais do que qualquer outro, um enorme lobo cinzento saiu dos meio dos pinheiros congelados
e caminhou como um gigante predador até um ponto de elevação no terreno próximo a clareira do centro do Caern e
de lá ele podia ver tudo e todos, era um monstro assustador, haviam pedaços de gelo pendurados em seu pelo, tinha
diversas cicatrizes e se você quer saber o tamanho dele, bem, um Garou adulto em Crinos de pé alcançaria o peito dele
no máximo, só a cabeça dele era do tamanho de um boi adulto, era impressionante e ao mesmo tempo aterrorizante,
ele era o Lobo do Inverno, o Totem da Seita, um espírito de honra, quando a enorme besta se sentou em suas próprias
patas o mestre dos desafios se levantou, se apresentou chamando a si mesmo de Chefe-dos-Ventos falou a todos que a
Assembleia estava oficialmente aberta, ele contou resumidamente tudo o que havia acontecido desde a chegada da
matilha de Luke do ponto de vista limitado deles e apresentou por último o que ele chamou de um acusador, então
um outro Wendigo se levantou, estava vestido para a guerra, era um caçador feroz chamado Protege-os-Pinheiros, ele
se apresentou e acusou a Seita Verde no envolvimento da morte da matilha de lobos Wendigo, acusou Luke e sua
matilha de terem matado dois outros Wendigo que os caçaram, ele afirmou saber que eles estavam errados, mas
abrandou dizendo que eles não mataram ninguém. Ao fim de sua versão dos fatos ele se calou, o mestre dos desafios
ordenou que a matilha se pronunciasse e aceitasse sua sentença.
Luke se apresentou como os antigos teriam feito:
- Eu sou Angaluk Lotaah, filho de Nayati Lotaah e neto de Tatanka Lotaah, ancestral de kiunik Lotaah “O Filho da
Tartaruga”, sou Wendigo como meu avô foi um dia, e como o avô dele também foi antes dele nascer, nasci quando a face de Han-
hepi-wi estava dividida no céu estrelado, sou Mediwiwin, um “chefe de paz” ou Philodox como os wasichu nos chamam, minha mãe
é parente e vive naquelas cordilheiras (apontando para um lado com o dedo indicador), sou devoto ao Avô Jobenangiwingkha e
conterrâneo de cada um de vocês, até onde eu sei podemos ter o mesmo sangue e ancestrais em comum, eu sou o líder da “Matilha
Perdida”, dos filhotes que não foram batizados, dos párias, mas nada disso que vem acontecendo é nossa culpa, ou culpa da Seita
Verde e eu tenho como provar! Está noite provarei a inocência de minha matilha e os farei sentir remorso pelo que nos acusaram e
nos condenaram, essa noite a justiça de Gaia se fará presente e ela se envergonhará de cada um que deseja avançar sobre esse solo
em minha direção e nos matar como se fossemos uma presa desobediente!
- Eu começarei esse julgamento afirmando que o líder da matilha dos Wendigo estava corrompido e que se ele estava, todos vocês
nessa Seita estão vulneráveis a mácula da Serpente-de-Chifres, qualquer um de vocês pode estar agora maculado e não saber, mas eu
não irei lhes dizer quem carrega ou não a mácula da corruptora, eu apenas lhes aviso do perigo que todos estão correndo, e sugiro
que cada um dos presentes façam um ritual de purificação e se certifiquem de que não estão contaminados, meu papel aqui não é
de salvar as suas almas e sim provar a inocência da minha matilha e da Seita Verde, e é isso que farei agora.
Gordon:
- Cara... me arrepiei todo, isso é que é um metre de cerimonias, isso é o que eu chamo de chegar com os dois pés no peito!!!
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Nahi:
- Pasmem! Ele só tinha 14 anos quando fez esse discurso! (Cara de chocada!)
David:
- Esse era brabo memo! (Passando a mão na cabeça!)
Capitulo
´ Oito – Orgulho e Rancor
David:
- Eu ouvi falar desse julgamento! Eles foram inocentados, mas ainda assim foram expulsos certo? Depois da Assembleia, e aí eles
fizeram o ritual de passagem e o totem deles a... (som de murro na mesa o interrompe!)
Nahi:
- Você vai me deixar contar a história do meu avô ou devo deixar que você continue daqui?
Gordon:
- David por favor, não interrompa a história!
David:
- Calma, calma, calma! Eu só me empolguei porque já ouvi essa parte lá na Seita Verde numa das Assembleias de filhotes, mas
ok, vou me calar agora. Por favor Nahi, continue...
Nahi:
- Hunf...
O mestre dos desafios gritou em desaprovação e caminhou até Angaluk e sua matilha, então ele falou bem alto para
que todos ali presentes pudessem ouvir:
- Antes de você começar, irão fazer uma escolha, uma que precisa ser feita agora! Vocês se declaram pertencentes a Seita do Lobo
do Inverno? Se sim, serão absolvidos do envolvimento com a Seita Verde, mas se optarem por pertencerem a Seita verde, então vocês
responderão pelos crimes deles também! Falem agora e para que todos possam ouvi-los!
Luke se voltou para os seus irmãos e lhes questionou sobre o que pensavam, ele queria ouvi-los primeiro antes de se
pronunciar, cada um deles falou e no fim os três se posicionaram insatisfeitos em aceitar entrar para a Seita do Lobo
do Inverno, afinal eles haviam sido hostis desde o começo, e eles não se sentiam parte desse grupo. Luke então falou
para todos, que se eles ficassem ao lado da seita local, eles poderiam intermediar o conflito com a Seita verde, e os
lembrou que a Seita verde havia prometido eles aos Wendigo, para que fizessem seu ritual de passagem ali, todos
pesaram os prós e contras ditos por Angaluk, mas ainda assim não concordaram com seu líder, Luke entendeu o silêncio
de seus irmãos, se virou para o mestre dos desafios brandindo e gritou:
- Nós não falaremos pela Seita do Lobo do Inverno, vocês nos expulsaram, nos caçaram, e estão nos julgando! Tão pouco falaremos
pela Seita Verde, nós só passamos por lá, não pertencemos a eles, estamos sozinhos a três dias e três noites, ninguém nos ajudou e
ninguém nos socorreu! Por tanto eu exijo um julgamento como uma matilha Neutra, nós falaremos por nós, e somente por nossas
ações é que desejamos ser julgados e condenados!
Muitos gritos em suas direções, ofensas e até alguns empurrões por parte dos Wendigo que estavam a sua volta, os
nativos estavam agitados e não gostaram do que ouviram. O Mestre dos desafios torceu o nariz e fez uma careta e lhes
disse que não gostava nada do que estava ouvindo, mas que também não poderia obriga-los a escolher um lado nessa
guerra, e que por tanto faria como os filhotes desejaram, eles seriam tratados como neutros.
Angaluk então deu um passo pra frente, tomou algum folego e começou seu discurso de defesa, durante a Assembleia
ele lhes contou que os lobos assassinados foram encontrados por eles mesmos, e que eles tinham marcas no corpo
causadas por adagas de prata, ele sacou a sua adaga da mochila e esticou seu braço em direção aos Wendigo que estavam
muito próximos a eles no centro como forma de provocação para que eles se afastassem, os Wendigo gritaram em
resposta, palavras ofensivas e xingamentos, alguns colocaram suas garras para fora e outros se armaram contra Angaluk,
mas ele continuou girando sua adaga na mão para que todos os presentes pudessem vê-la, ele disse que adagas de prata
não eram armas do povo nativo, que os Wendigo abominavam tais armas, e que aquela adaga provavelmente havia sido
usada para matar eles, ele lhes contou que fez um ritual fúnebre para libertar a alma dos lupinos e que quando estava
realizando ele percebeu que todos eles haviam sido maculados pela Serpente de Chifres. Luke lhes contou também que
após realizarem o ritual partiram em busca de um local para adormecerem e que foram emboscados pela matilha de
Wendigo, e que o líder deles estava armado com a adaga de prata e que quando foi morto, todos puderam ver algo
saindo de dentro dele, e que Kentai poderia atestar que o líder estava corrompido, sendo controlado por algo ou
alguém. Nisso dois Wendigo saíram da multidão de nativos que os circulavam e começaram a gritar ofensas enquanto
alegavam que Angaluk mentia, eles eram os sobreviventes da matilha de Wendigo que confrontou Angaluk e sua
matilha, eles estavam em Crinos e sua fúria falava por eles, estavam quase fora de si, a dor e a fúria tomavam conta dos
dois, mas Angaluk não se abalou e continuou, ele lhes contou que só lutaram para se defender, e que por duas vezes a
matilha deles tentou parar o combate, e que mesmo após matarem dois membros da matilha local Angaluk e seus
irmãos gritaram mais de uma vez através da mata para os sobreviventes se entregarem que eles não iriam mais atacar,
que eles queriam paz, mas os covardes sobreviventes preferiram fugir. Então os dois Wendigo explodiram em fúria e
tentaram partir para cima de Angaluk e sua matilha, mas foram contidos pelos guardiões do Caern que mantinham os
nativos fora do centro do Caern, outros Wendigo se enfureceram também, e nesse momento caótico da Assembleia,
mais guardas surgiram e foram retirando os Wendigo que estavam fora de si, os Anciões gritavam ordens e comandos
para os mais jovens, e a maioria foi contida do tumulto, mas alguns foram expulsos da Assembleia por desordem.
Luke estava muito nervoso, mas confiava em seus instintos e em suas próprias palavras, ele sabia que não estava
mentindo e que estava sendo honesto o tempo todo.
Ele tentou continuar a sua defesa, mas foi interrompido pelo Wendigo identificado como Acusador, que bateu sua
lança no chão três vezes e gritou para Angaluk do outro lado do círculo na clareira:
- Você pode provar que Adaga-de-Gelo estava corrompido? Pode provar que ele (apontando para o corpo do líder dos Wendigo
morto) era um agente da Corruptora? Pode nos dizer quem aqui está maculado? Pode nos dizer onde encontramos a grande Serpente
de Chifres? Kkkkkkkkkkkkkkkk!!! Você não pode! O que sabe, é o que você acredita, a benção que receberam para poder identificar
a Wyrm em outros seres pode falhar, você pode interpretar os sinais de forma errada! Nós queremos provas!!! Você tem?
Angaluk então se virou para Kentai, pois ele havia visto, e Kentai até tentou convencê-los na Assembleia, mas eles
não tinham ouvidos para palavras, eles queriam provas, e infelizmente os filhotes não tinham, o acusador riu de suas
caras e continuo acusando, dizendo que eles não poderiam provar também que os lobos haviam sido mortos pelos
próprios Wendigo pois eles só tinham palavras, Angaluk então solicitou a Oliver que convocasse os espíritos dos lobos
para essa audiência urgente, os lobos precisavam se posicionar. Oliver então invocou imediatamente os lobos, e do
Mundo Fantasma, dois lobos surgiram rasgando a penumbra com seus dentes, eles ainda estavam enfraquecidos pela
morte trágica que sofreram, mas já conseguiam andar e falar, Oliver então perguntou a eles se os Wendigo humanos
haviam matado eles, e os lobos afirmaram que não, que não haviam sido eles, Luke se abalou com o que eles disseram,
ele acreditava que o líder da matilha Wendigo estava por trás das mortes dos lobos, o acusador gargalhou e antes que
ele pudesse soltar alguma gracinha, Angaluk se dirigiu aos espíritos e lhes perguntou:
- Então fomos nós que matamos vocês espíritos?
Eles também responderam que não, e continuaram dizendo que Luke e sua matilha os haviam ajudado, que eles
fizeram seu ritual fúnebre e os enterraram conforme os velhos costumes, que eles estavam em dívida com eles. Luke se
virou para o acusador, mas este já não estava mais rindo, agora ele apresentava uma carranca e seus olhos transpareciam
ódio.
Angaluk então falou:
- Nós viemos de coração aberto até aqui, nós entregamos por vontade própria, fomos nós quem trouxemos os corpos dos Wendigo
para vocês, pois sabíamos que mesmo eles tendo caído em tentação, mereciam um ritual fúnebre adequado, não houve prazer nem
desejo pela morte deles, apenas o instinto primitivo de nos mantermos vivos, nós nos defendemos e lutamos por nossas vidas, essa
cicatriz em meu corpo que começa no ombro e vai até a minha virilha foi causada por essa adaga! Nós não tivemos escolha! Eram
eles ou nós! E nós viemos até aqui para nos desculparmos e aceitarmos nossa condenação, para honrar os velhos pactos e trazer justiça
a todos, incluindo nós mesmo! Eu espero que se lembrem disso quando decidirem o nosso futuro! Podem levar os corpos agora, não
necessitamos mais deles aqui como provas, peguem eles, são seus para iniciarem seus rituais!
Todos os burburinhos, os ruídos e barulhos cessaram, todas as vozes dos presentes se calaram, o líder dos anciões
ordenou aos guardiões do Caern para retirarem os corpos, e o juiz de paz do Caern olhou nos olhos de cada um dos
filhotes para ver se encontrava alguma mentira neles, mas não encontrou nada, os demais anciões demonstraram tristeza
nessa hora e lamentaram o infeliz ocorrido, mas agradeceram o gesto de bondade da matilha de filhotes.
Então os velhos anciões se levantaram e questionaram se alguém ainda tinha algo a dizer sobre as mortes dos lupinos
e dos Wendigo nativos, mas ninguém se manifestou, eles então declaram que iriam julgar os dois crimes. Eles saíram
do círculo e se reuniram numa cabana velha de couro de caça e madeira, a cabana era toda ornamentada, com pinturas
e ossos pendurados, eles levaram algum tempo decidindo e quando voltaram trouxeram sua condenação, por conta do
testemunho dos dois espíritos lobos assassinados a matilha de Luke foi absolvida, e pelo crime de ter matado os dois
Wendigo eles foram condenados como culpados, mas pelo fato dos Wendigo terem os caçados e por terem quebrado
duas vezes a ordem para interromperem o combate e ainda terem fugido da luta, e por usarem prata contra outros
Garou, os Anciões decidiram punir somente os dois sobreviventes da matilha Wendigo, e o castigo de Luke e sua
matilha seria a expulsão do Caern e da Seita, o Ancião lhe disse que se eles não eram da Seita do inverno e que por
isso não poderiam continuar lá, pois eles estavam fechando o Caern para a Guerra contra a Seita verde e lhes disse que
eles só não foram condenados e mortos pois escolheram ser neutros, se escolhessem a Seita Verde eles seriam mortos.
Luke e os demais aceitaram a sua condenação e questionaram quando deveriam partir, então um dos Anciões lhes disse
que eles deveriam passar a noite lá e que no dia seguinte ao anoitecer seria feito o ritual de passagem deles, pois depois
de ouvirem as histórias contadas por Angaluk na Assembleia eles perceberam que os filhotes já estavam prontos e que
independente da guerra deles contra a Seita verde, eles como Garou honrados que eram deveriam cumprir a promessa
que fizeram de realizar o ritual de passagem dos filhotes. Luke ainda tentou falar mais sobre o que eles haviam passado
nas últimas três noites, mas os Anciões encerraram a Assembleia e alegaram que ela havia sido criada apenas para o
julgamento dos crimes da matilha, já que eles não eram da Seita Verde, não responderiam pelos erros deles, e quaisquer
outros assuntos deveriam ser tratados fora da Assembleia. Luke compreendeu a politicagem do local e se encaminhou
até o lago semicongelado, lá ele se ajoelhou aliviado pelo fim da Assembleia e bebeu um pouco da água do lago.
Oliver e Tim estavam um pouco aliviados pois a sentença havia sido brandida, mas eles continuavam vivos e era isso
que importava para eles, mas não para Kentai, ele havia passado a Assembleia toda resmungando palavras que somente
ele mesmo entendia, ele tentou falar com Angaluk quando ele havia se abaixado para beber agua do lago, mas quando
ele se aproximou, Angaluk se desfez refletido no lago e sumiu da Telurian, ele havia passado para o Mundo Fantasma,
e lá ele busco a mesma pedra elevada onde o grande lobo havia se sentado na Telurian e lá ele foi meditar e buscar uma
visão que pudesse lhe ajudar.
Angaluk sonhou, e no seu sonho ele pôde ver o local ao norte num passado muito distante, ele pôde ver um local
sagrado e ritualístico utilizado pelos três povos nativos dos Garou, ele Viu os Wendigo, os Croatan e também os Uktena,
cada tribo se vestia de forma ritualística e eles pareciam estar sérios e preocupados, eles fizeram um grande ritual para
aprisionar algo ou alguém numa grande rocha de Gelo, Angaluk continuou olhando e o tempo pareceu correr
velozmente através das eras, muito tempo se passou e ele viu no mesmo local do ritual ser abandonado pelas três tribos,
ouviu um sussurro vir de dentro da pedra, muito tempo se passou e ele viu os wasichu se aproximando do local e a voz
agora era mais forte e ela chamava os wasichu para perto da pedra, o tempo acelerou novamente e muito tempo havia
se passado, agora Angaluk podia ver que os wasichu haviam cercado o lugar, eles subiram grandes muros, e protegeram
bem o lugar, o tempo foi para a frente novamente e Angaluk pode ver homens armados, cercas elétricas, carros militares
entrando e saindo e maquinários de perfuração começavam a perfura o solo, Angaluk foi tomado por um sentimento
de culpa, de agonia e de urgência e então ele acordou, ele estava assustado com o que havia visto, tremia e mal conseguia
respirar, ele permaneceu sentado por um tempo tentando recuperar seu folego e quando se sentiu seguro voltou a
Telurian, quando retornou percebeu que seus irmãos estavam aproveitando a oportunidade de estarem num Caern e
estavam fazendo jornadas até o Mundo fantasma atrás de Dons e bençãos dos espíritos, ali havia uma grande
concentração de espíritos como eles não encontrariam tão cedo em nenhum outro lugar, Angaluk se distanciou de seus
irmãos e os deixou com suas ocupações, ele caminhou em direção as cabanas dos anciões, pois ele ainda tinha o que
falar com eles.
...
Os anciões o receberam com todo o respeito, e lhe questionaram sobre o que Luke ainda tinha a dizer, Luke então
pediu a palavra para continuar a lhes contar o que havia acontecido nos últimos três dias, pois ele acreditava que havia
informação a ser compartilhada com eles, então ele lhes disse que depois do combate com a matilha de Wendigo, eles
foram atacados por um urso selvagem sobrenatural, e que após isso eles foram atacados por dois dançarinos da espiral
negra, e também lhes contou sobre a profecia que Bill havia lhe contado anteriormente, mas ele não contou para os
Wendigo quem havia lhe contado a história. Luke lhes disse que eles todos deveriam se purificar e investigar o que
estava ao norte da floresta, pois lá estava a raiz de todo o mal. Infelizmente eles não acreditaram em Angaluk, afinal ele
era apenas um filhote e não tinha um posto dentro da sociedade, fora isso, ele havia matado dois dos Garou nativo da
seita, eles ainda lhe questionaram de onde ele havia ouvido a profecia já que nem mesmo eles conheciam a história,
Luke se limitou a dizer que ele não tinha posto o suficiente para lhes revelar tal informação, e saiu da tenda deles
enfurecido e impotente, estava frustrado pela politicagem da tribo e pela forma teimosa com que eles se comportavam,
ao mesmo tempo ele enxergou todas essas características dentro dele, afinal ele também era um Wendigo.
Quando retornou para a caverna onde os irmãos de matilha o aguardavam ele encontrou Kentai parado na entrada,
assim que o viu lhe questionou, sobre a resposta dos Anciões, Luke não gostou do tom que Kentai usava para lhe cobrar
algo, mas ainda assim o respondeu lhe dizendo que a Seita não iria atrás do mal ao norte, e que eles não acreditaram
na profecia, Kentai debochou e disse que eles não deveriam ter voltado para a Seita. Angaluk mudou seu tom e o
confrontou dizendo que a melhor coisa que eles fizeram até aquele momento havia sido retornar para a Seita do Lobo
do Inverno, que eles estavam prometidos de fazer seu ritual de passagem e que agora o fariam, que eles foram
inocentados da primeira acusação feita a eles de terem matado os lupinos, e que por terem entregado os corpos dos
Wendigo eles não seriam mais caçados pela Seita, Angaluk ainda disse ainda que graças a ele e seu trabalho na
Assembleia todos puderam recorrer aos espíritos e puderam aprender algo com eles, e finalizou lhe dizendo que o saldo
era positivo, e que tudo o que ele havia planejado havia dado certo. Kentai, deu de ombros e acusou o povo Wendigo
de serem teimosos e rancorosos, Luke o encarou olhando em seus olhos e lhe disse que ninguém da Nação Garou havia
passado pelo que o seu povo passou, lhe disse que as terras norte americanas pertenciam a eles por decisão de Gaia, e
que todos os seus locais sagrados foram atacados e invadidos ao longo dos anos por outras tribos, e que por isso eles
aprenderam a não confiar em ninguém, Kentai não quis entender e acusou o povo de Luke de ter distratado e insultado
um de seus ancestrais no passado. Luke lhe respondeu a altura dizendo para Kentai que o ancestral dele devia superar
isso e ir cuidar da não-vida dele, e que não se pagava teimosia com mais teimosia, que ele sabia das limitações da
politicagem da tribo dele e que ele faria o que tivesse que ser feito para provar para eles que estavam errados. Kentai
abriu a boca para continuar a discussão, mas Angaluk o ignorou e entrou na caverna para descansar.
Oliver e Tim já estavam lá, e conversavam bastante sobre a aventura que tiveram ao pedir a benção de alguns espíritos
locais, Luke se sentou calado em um canto, pegou um pouco de cerveja quente e um pedaço de carne de caça e comeu
calado refletindo sobre tudo o que havia acontecido com ele e sua matilha, ele se sentia satisfeito por ter desempenhado
um ótimo trabalho até ali, e sabia que que não conseguiria cumprir 100% do planejado, mas estava recarregado e
determinado a pôr um fim nessa guerra entre as duas seitas, e queria muito descobrir quem era o ser maligno que estava
por trás de tudo isso.
Quando terminou de comer e estava se preparando para deitar, Trovão Vermelho, Fúria Primordial e Jonas
chegaram, eles estavam sujos, cansados e fedendo. Jonas assim que entrou olhou para cada um dos presentes, se virou
para um punhado de feno e se deitou sem dizer uma palavra, seu braço ainda estava pendurado por conta do ferimento
e ele parecia sentir muita dor e cansaço. Oliver ao ver a cena correu em sua direção e o ajudou com o Dom que acabará
de aprender com um espírito Urso, e assim que tocou o braço ferido de Jonas suas mãos brilharam e a ferida começou
a cicatrizar. Fúria Primal foi até Angaluk com uma cara enfezada, mordeu seu calcanhar, rosnou em direção ao Jonas e
depois grunhiu, soltou um peido fedorento, farejou o cheiro de carne de caça e foi comer ignorando os demais na
caverna. Trovão vermelho ao ver a cena apenas balbuciou:
- É... Jonas deu trabalho pra gente, eu e fúria primordial não gostar disso, ele fugiu pro norte, não se curar com Bill, sonhar com
coisa ruim e muita, muita merda acontecer, amanhã ele contar pra vocês, mas eu, bem... eu não ser mais baba desse idiota de novo,
agora chega disso, mim estar com fome... ei fúria! Deixa essa coxa de cervo para mim!
Tim ficou espantado com o que houve e foi até o Trovão Vermelho e lhe questionou sobre mais detalhes, Trovão
apenas o ignorou e rosnou em sua forma hominídeo, ele estava pelado sentado no chão duro da caverna coçando seu
próprio saco, Luke apenas observou tudo, parou para olhar sua perna babada e marcada com os dentes de Fúria
balançou a cabeça, riu do ocorrido, e tentou abanar com as mãos para se livrar do mal cheiro causado pelo lobo, se
arrumou em seu canto para dormir e disse para todos descansarem, que o Jonas teria muito a dizer na manhã seguinte
e que eles fariam seu ritual ao anoitecer, e por isso era bom dormir pois já era de madrugada, se virou para o canto e
adormeceu.
Capitulo
´ Nove – A Doninha e o Chacal
Na manhã seguinte eles acordaram com alguns nativos trazendo mais comida, eles estavam mais tranquilos e não
foram hostis com os filhotes, Angaluk comeu alguma coisa enquanto aguardava os demais, Jonas foi o último a se
levantar e quando o fez, fez com muita dor, mesmo com a ajuda de Oliver suas feridas ainda não haviam curado
completamente, Oliver foi até ele novamente e tentou mais uma vez o Toque da Mãe, Jonas o provocou e ele cutucou
sua ferida aberta, Jonas quase desmaiou de dor, então se calou e aguardou ser curado, dessa vez Oliver conseguiu curar
completamente suas feridas. Ele resmungou um pouco, pegou um pouco de comida e quis saber o motivo de todos
olharem para ele, Angaluk o questionou sobre o que havia acontecido ao norte e Jonas lhes contou. Contou que eles
não encontraram a cabana do Bill e que provavelmente ele teria feito algum ritual para não ser encontrado facilmente,
lhes revelou que ao invés disso eles encontraram um local sagrado, escondido na floresta, lá a tempestade não os
alcançava, e não havia neve nas arvores nem na mata, haviam diversos animais e uma grande lago, esse lago era quente
e haviam peixes nele, Jonas disse que se sentiu relaxado naquele lugar, e como estava ferido foi beber um pouco da
água e descansar da viagem, nisso ele contou que acabou adormecendo na beira do lago e que quando dormiu, sonhou
com um mal pressagio.
Ele contou a Angaluk sobre o terrível sonhou que havia tido em um apartamento de luxo num andar muito alto de
uma grande cidade a qual ele não conseguia identificar, contou que estava sendo controlado e que a voz que saia de
sua boca não era dele, mas que o “plano de colocar seita contra seita, estava caminhando conforme o planejado”, Kentai
ficou muito assustado com o que ouviu e disse a todos que era provavelmente um presságio e que eles não deveriam
ignorar, Angaluk então contou sobre a sua visão que havia tido no Mundo Fantasma na noite anterior e ao fim da
história ele retirou os cartões das empresas roubados do corpo do Dançarino da Espiral Negra e disse a todos os irmãos
de matilha que eles deveriam fazer uma escolha, ir para o Norte investigar o grande mal ou ir para Toronto investigar
as empresas.
Cada um deles deu seu ponto de vista, e o que preferiria fazer, após o último deles se expressar Angaluk então pediu
a palavra, pois já estavam discutindo, e cada um queria ir para um lugar, ele interrompeu a discussão e falou que
primeiro eles deveriam ir para Toronto, pois ao norte, eles eram poucos e fracos perante os desafios que enfrentariam,
que eles precisavam de informação antes de enfrentar o inimigo e finalizou dizendo que todos deveriam descansar e
aproveitar o último dia na Seita, que aquele seria um grande dia e que após o ritual quando tivessem de partir, então
ele decidiria para onde deveriam ir.
Durante o resto do dia eles passearam pela floresta e pela reserva indígena, falaram com alguns espíritos para
conseguirem mais bençãos e Angaluk também pediu algumas bençãos para si, nesse dia o espírito do urso lhe ensinou
como resistir aos ferimentos e se manter firme em batalha, e o espírito dos Ventos do Oeste lhe ensinou como invocar
a sua brisa, Angaluk foi grato pelos Dons e fez um pacto com cada um dos dois espíritos para ajuda-los em necessidade
quando chegasse a hora.
...
O dia anoiteceu e com isso começaram os preparativos para o ritual, enquanto os filhotes aguardavam na caverna
tambores começaram a ritmar, mas diferente da noite anterior não era um ritmo de guerra, e sim um ritmo de festa,
vozes começaram a cantar no ritmo dos tambores, flautas de bambu se juntaram ao coro, e mais e mais nativos chegam
de todas as direções. O Mestre dos rituais caminhou até a caverna acompanhado de dois guardiões do Caern e convidou
os filhotes a seguirem-no até o centro do Caern pois o ritual de passagem deles seria enfim realizado. Enquanto
caminhavam para o centro do Caern eles puderam ver toda a festa acontecendo, a película baixava suavemente e era
possível ver os ancestrais dos nativos e os espíritos da floresta chegando para acompanhar a cerimônia, o espírito do
Lobo do Inverno também estava presente, sentado na mesma pedra enorme olhando tudo e todos lá de cima. Quando
chegaram ao seu lugar no centro, eles sentiram outras presenças, e quando se viraram puderam ver os seus ancestrais
também presentes, todos que um dia os antecederam agora estavam ali presentes. Os de Angaluk também
comparecerem, incluindo Kiunik Lotaah, ele ficou emocionado e sentiu-se grato pela presença de cada um deles, então
os tambores cessaram de imediato com apenas um movimento de mãos dos Mestre dos Desafios do Caern, ele vestia
roupas ritualísticas assim como os demais anciões, ele se apresentou a todos enquanto circulava a grande fogueira no
centro do Caern e cumprimentou cada um dos filhotes, ele iniciou o ritual se abaixando até a fogueira e pegando um
pouco das cinzas já queimadas que ainda fervia no chão, ele passou as cinzas de uma mão para a outra e fez uma marca
em sua própria testa, ele esfregou o que restou das cinzas nas duas mãos olhando para cada um dos filhotes, e então
começou a gesticular em volta da fogueira, cada gesto desenhava silhuetas nas sombras da fogueira, era como se os
desenhos ganhassem vida, os tambores voltaram a tocar mas dessa vez como acompanhamento, era algo hipnótico,
cadente e baixo, para poder dar destaque a voz do contador de histórias que dançava sob a chamas, ele contou naquela
noite todos os feitos da matilha de Angaluk do ponto de vista dele, enfatizando o salvamento da matilha de lobos e
enfatizando também a vitória contra os Dançarinos da Espiral Negra, depois passou a palavra para Kentai o Galliard
da matilha, para ele contar a história de cada um dos seus membros.
Kentai deu um passo à frente e contou a todos os presentes o início da jornada de cada um até se conhecerem,
contou com detalhes as dificuldades que enfrentaram e superaram para chegarem até aquele momento, sobre as
adversidades e abismos entre eles, e sobre como tudo isso se tornou pequeno diante da irmandade que formaram entre
si, todos os presentes prestavam muita atenção em cada uma das palavras lançadas pelo jovem monge, somente quando
ele contou do embate contra os Wendigo é que os nativos pareceram reprovar suas palavras e quando Kentai contou
sobre a sua própria história e lhes contou sobre a sua conexão com os espíritos do vento e sua tribo...
Nahi:
- Os Wendigo pareceram ignorar, alguns debocharam de suas palavras, pois para o nosso povo, o Povo Wendigo, nenhum espírito
dos ventos se afeiçoa a qualquer outra tribo dos Garou, eles tem um pacto conosco e por isso o que ele disse não acontece nas terras
puras! talvez por falta de informação nossa e também por nós não viajarmos tanto para fora das terras puras acabamos não
compreendendo a ligação genuína dos Portadores da Luz Interior com os incarnas do Vento Orientais.
- É triste, mas é verdade, (gesticulou com as duas mãos com as palmas para cima).
Mas no geral o discurso foi bem aceito pela maioria dos nativos, os espíritos ancestrais ficaram orgulhosos, Kentai
deu um passo para trás sinalizando que havia terminado seu discurso, o mestre dos desafios também deu um passo para
trás, e então o mestre dos rituais se levantou e caminhou até a fogueira, ele caminhou lentamente apoiado em seu
cajado, e quando ele começou a falar, o fogo pareceu crepitar de uma forma diferente, ele falou para todos os presentes
que era a hora dos filhotes conhecerem o seu totem, e quando ele terminou de dizer, uma dos fios brancos da fumaça
que subia da fogueira rumo ao céu começou a desenhar no vento de forma anti-natural, mudou de cor até atingir um
tom de verde musgo escuro, a fumaça passou a cheirar diferente ao invés do tradicional cheiro de madeira queimada,
e foi crescendo, rapidamente rodopiou pelo ar e voou para longe, e conforme a fumaça voava deixava um enorme rastro
verde, a película caiu ainda mais depois disso e todos os presentes passaram automaticamente para o Mundo Fantasma,
lá a floresta era mais densa, e a fumaça verde entrelaçava as arvores, o terreno em um certo ponto se inclinava e se torcia
como num sonho distópico, a fumaça fez um looping nessa parte do terreno e continuou desenhando a floresta,
enquanto isso, parado de frente para a grande fogueira no centro do Caern, o mestre dos Rituais abriu um leve sorriso
e disse para Angaluk e sua matilha que aquele rastro estava sendo deixado pelo totem deles, e que eles deveriam correr
atrás deles para serem abençoados.
Angaluk sentiu um enorme frio na barriga e na mesma hora mudou para sua forma de combate, começou a correr
e uivar para que seus irmãos de matilha o seguissem, eles começaram a mudar de forma também, alguns como ele
mudaram para sua forma de combate e outros mudaram para o forma de lobo, ao terminarem suas transformações
todos correram excitados, com uma enorme corrente de adrenalina correndo por seus corpos, eles não sabiam o que
estava acontecendo, nem quem era aquele espírito que “voava” através da fumaça em alta velocidade. Conforme eles
se aproximaram puderam perceber que a fumaça entrou dentro da terra em um ponto e saiu em outro lugar em alta
velocidade, isso os deixou confusos, mas mesmo assim eles continuaram sua perseguição, eles chegaram a se dividir
para tentar cercar a fumaça e prever seus movimentos, até que enquanto eles corriam puderam ver a fumaça entrar em
um rio congelado, e depois de alguns segundos uma gigantesca Doninha marrom saiu de lá pingando a água congelada,
estava comendo um pedaço de peixe, era um anila incrível e enorme, o maior entre eles era Jonas e esse por sua vez se
parecia com um pequeno filhote de lobo perto de um urso adulto, sua pelagem refletia um brilho tênue e seus olhos
se moviam com muita rapidez e astúcia, era impossível acompanhar para onde ele olhava.
O grande espirito então se aproximou dos filhotes e largou peixe no chão (que para os nossos padrões era bem
grande, mas para o espírito não passava de uma sardinha), parou por um instante, suspirou e então falou:
- Então vocês serão os meus filhos? Sabem o porquê deu eu ter os escolhido como meus filhos? Por que vi que vocês não costumam
fugir da batalha, vi que vocês são destemidos, e então conclui que talvez vocês sejam dignos de serem chamados de meus filhos, mas
antes de os abençoar, eu quero lhes fazer três perguntas e quero que me respondam imediatamente.
- Vocês lutarão por mim quando chegar a hora? Vocês protegerão meus outros filhos quando eles precisarem de ajuda? E por
último vocês prometem jamais, em circunstância alguma demonstrarem medo diante dos seus inimigos?
Todos responderam em uníssono:
- Sim!!!
A Doninha gigante abriu um largo sorriso malicioso e antes que qualquer um dos filhotes fizesse qualquer coisa, ela
se movimentou mais rápido que os olhos deles puderam acompanhar novamente, ela gingou para um lado e para o
outro, girou em volta dos filhotes e os abraçou de uma única vez, girando seu corpo em volta deles e os protegendo
como se fossem pequenos filhotes de doninha, eles puderam sentir o seu odor, sua energia, velocidade e astucia, e
enquanto ela girava e apertava os filhotes contra si mesma eles puderam sentir rapidamente a sua cabeça se aproximar
deles e mordisca-los levemente e num piscar de olhos ela já estava mordendo o outro e no seguinte instante o outro.
Da mesma forma que a Doninha gingou, abraçou, os rodeou e os mordeu sem que pudessem reagir, ela os deixou e
voltou para o seu antigo lugar, antes de piscarem ela já estava novamente com o peixe na mão levando ele à boca e o
mastigando, apenas seus olhos continuavam a se mexer de forma veloz, o resto do seu corpo agora estava parado de
forma graciosa, como um predador que não teme a presença de nada nem ninguém.
Quando deram por si, marcas de glifos ritualísticos estavam marcadas em seus corpos no lugar onde foram mordidos
pela Doninha, era o Glifo da Doninha, a marca brilhava a luz do Luar e podia ser vista em qualquer forma que os
filhotes assumissem, a Doninha apenas sorriu enquanto mastigava e lhes falou uma última vez:
- Vocês agora são meus filhos, carreguem minha marca com orgulho, que vocês jamais demonstrem medo diante de seus inimigos!
Estou orgulhoso de cada um de vocês, mas o tempo urge, e vocês correm contra ele agora! Partam imediatamente! Seu ritual de
passagem já está quase no fim, vocês precisam voltar para o Caern!
E então ela se virou, deu uma última piscada e saltou no rio congelado e desapareceu, Angaluk olhos para seus
irmãos que estavam extasiados e excitados, voltou a correr de volta para o Caern, uivou mais uma vez e seus irmãos o
acompanharam de volta.
Quando chegaram até o Caern todos os nativos ainda estavam lá os aguardando, e enquanto recuperavam seu folego
pela corrida feita no gelo do norte canadense o mestre dos rituais voltou a declamar, lhes dizendo que era a hora do
Galliard da matilha revelar o nome dela para que todos pudessem ouvir, e Kentai então deu um passo à frente e lhes
revelou que a matilha se chamaria “Brisa Indomável”, o mestre dos rituais então repetiu o nome da matilha para que
todos pudessem ouvir e pediu a Angaluk para dar um passo à frente, então o mestre dos rituais declamou:
- Você Angaluk Lotaah, filho de Nayati Lotaah, Mediwiwin, Juiz de paz, Philodox do Povo Wendigo se chamará “Fala-com-
Força” pois se fez ouvir diante de tantas adversidades, não se abalou com nada e com ninguém, e mesmo sendo apenas um filhote se
postou como um grande predador que virá a se tornar! Eu agora o abençoou em nome da Seita do Lobo do Inverno, você passou por
todos esses testes e provou que é digno de pertencer a essa grande Nação Garou!
Enquanto o mestre dos rituais falava, ele marcava o corpo de Angaluk com cinzas da grande fogueira, e cada marca
se tornava um glifo permanente na pele de Angaluk, três glifos foram marcados em seu corpo, o glifo de hominídeo, o
glifo de Philodox e o glifo do Povo Wendigo, o mesmo foi feito com os demais membros da matilha, Kentai, passou a
se chamar “Procura-Respostas-no-Céu”, Oliver passou a se chamar “Fala-de-Paz”, Jonas passou a se chamar “Se-Enfurece-com-
Todos”, Fúria Primordial passou a se chamar “Segue-os-Humanos”, Trovão vermelho passou a se chamar “Fala-como-os-
Lobos”, e Tim passou a se chamar “Conforta-os-Amigos”.
O mestre dos rituais então finalizou:
- Vocês chegaram aqui como filhotes e como Garou irão deixa-lo, quando chegaram aqui estavam assustados e não sabiam de
fato o que eram, agora vocês têm responsabilidades com a Nação Garou! Eu os Abençoou em nome da Seita do Lobo do Inverno!
Todos os presentes foram cumprimentar cada um dos membros da matilha e após cumprimenta-los foram se
retirando da clareira, os espíritos começaram a voltar para a mata. Angaluk abraçou seus irmãos e todos puderam sentir
uma energia interior que conectava cada um deles ao outro, era o dia mais importante de suas vidas, e todos estavam
muito contentes com o desfecho dessa jornada.
Apenas os anciões e os não mais filhotes agora Garou da matilha de Angaluk ficaram até os demais partirem, e então
o velho mestre dos rituais se aproximou e lhes contou que alguém havia chegado durante o ritual de passagem deles,
mas que esse alguém foi proibido de entrar, pois o Caern estava fechado para a Guerra contra a Seita Verde, ele lhes
contou que era inclusive um membro da Seita verde que estava lá na entrada aguardando o fim do ritual, ele ainda lhes
revelou que esse membro não era bem vindo ali, e que ele só não havia sido morto pois veio em paz e pediu uma
audiência com Angaluk e sua matilha, ele finalizou lhes avisando que eles deveriam ir imediatamente falar com o esse
estrangeiro e serem breves e que ao final da conversa ele seria expulso e que Angaluk e sua matilha deveriam voltar para
o Caern, comer, descansar e ao acordarem deveriam pegar suas coisa e não voltarem mais para a Seita, não até
conseguirem provas da inocência da Seita Verde.
...
Angaluk agradeceu o voto de confiança e correu até a entrada do Caern onde quatro guardiões impediam o
estrangeiro de entrar. Ao chegar lá ele viu que o estrangeiro tinha cara de árabe, uma barba rala, e estava montado em
uma motocicleta retrô, Angaluk achou muito estranho pois não haviam estradas a menos de 50 quilômetros de
distância da mata fechada onde ficava o Caern, mas ainda assim ele estava lá de braços cruzados contando histórias
para os guardiões que riam, ao verem Angaluk e os demais se aproximarem os nativos fingiram estar sérios, tentado
esconder o que estava acontecendo ali. O estrangeiro apenas sorriu e abriu os braços dizendo:
- Meus parabéns garotos! Sejam bem vindos a Nação Garou... caramba cara! Da pra ver seus Glifos a uma grande distância,
não pera! Nooooossa isso é uma cicatriz de batalhas? Uauuuuu vocês são realmente impressionantes, nem imagino pelo que já
passaram aqui com esses caras (apontou discretamente para os nativos), eles não são muito fáceis né? Mas a gente aprende a lidar
com todo mundo...
Nisso os nativos viraram os olhos e se afastaram para deixarem o estrangeiro falar com Angaluk e matilha. Assim
que eles se afastaram o estrangeiro mudou a postura e assumiu um ar mais sério, e foi logo se apresentando, seu nome
era...
David:
- Essa eu sei! Essa eu sei!!! Com essa cara só pode ser o “Trago Presságios”! Acertei? Eu sabia!!! Essa tava na cara...
Nahi:
- Ora, ora, ora... temos um xerox Holmes aqui, meus parabéns David, todos conhecem hoje o Trago-Presságios na Seita Verde,
mas meu avô e os demais jamais o tinham visto antes, e como eu estava dizendo...
Seu nome era Trago-Presságios, ele era um grande Ragabash da Tribo dos Peregrinos Silenciosos, e ele falava pela
Seita Verde. Angaluk se apresentou como líder da matilha e assumiu a conversa dali com o Trago. O peregrino lhes
contou olhando para os lados para se certificar que nenhum dos nativos os ouvissem, que ele estava a serviço da Seita
verde para buscar informações sobre a matilha de Angaluk, eles achavam que a matilha de meu avô estava toda morta
e ele foi até lá apenas para confirmar e avisar a Seita Verde, para que eles pudessem declarar Guerra aberta contra os
Lobos do Inverno. Angaluk o advertiu quanto a começar uma guerra naquele momento e disse que não poderiam falar
abertamente ali, que ele deveria ir para Toronto, que Angaluk e sua matilha iriam encontra-lo lá em 5, ou 6 dias,
Angaluk lhe contou que eles haviam acabado de passar pelo seu ritual de passagem e que muita coisa havia acontecido
e que por isso seria prudente e mais seguro conversarem com calma em Toronto.
Trago-Presságios não sabia mas Angaluk tinha um plano, ele já queria ir para Toronto afinal no dia seguinte seriam
expulsos do Caern mais uma vez, e de lá precisariam ir para algum lugar, ele tinha duas opções, ir para o norte investigar
o tal Nalrthus ou ir para Toronto investigar as empresas ligadas ao eventos ruins que continuavam a acontecer, então
ele marcou com o peregrino em Toronto para resolver duas coisas de uma única vez.
O peregrino aceitou conversar com Angaluk em cinco dias e não contar nada previamente para a seita verde até que
eles tivessem a conversa entre eles, ele parabenizou todos mais uma vez pela conquista alcançada, ligou sua moto, deu
uma derrapada com a moto no gelo e poucos metros depois com ela em movimento, cruzou a película e sumiu diante
dos olhos de todos. Jonas o chamou de idiota assim que ele partiu e todos o ignoraram pela atitude infantil mais uma
vez, ele ainda tinha raiva de todos os membros da Seita Verde, pois se considerava sequestrado contra sua própria
vontade e culpava todos com algum envolvimento com eles.
Gordon:
- Puta cara chato hein! Para ser bem sincero, nunca ouvi falar nele, deve ter morrido jovem ainda, cara babaca, infantil, mereceu
ser esquecido mesmo. Kkkkkkkkkkkk
Nahi:
- Nisso eu concordo com você Gordon, em número gênero e grau! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
...
Ao voltarem para o Caern eles passaram pela área onde foi servido a comida e as bebidas, todos eles pararam para
comer alguma coisa, ao terminarem de comer receberam algumas prendas dos nativos, como adaga de osso, lança de
pedra, teia dos sonhos e outros mimos, muitos deles não concordavam com essa guerra, mas obedeciam seu líder, vários
dos nativos estavam tristes, deprimidos, outros estavam preocupados, mas poucos concordavam com essa loucura,
infelizmente Angaluk ainda não tinha voz entre eles e não podia resolver as coisas como ele gostaria. Ele agradeceu
cada presente ganho, e voltou para a caverna para dormir, enquanto ele caminhava até a caverna foi refletindo sobre
tudo o que eles passaram e ao chegar na caverna ele se sentou o convidou a todos os membros da matilha a também se
sentarem e ouvirem seu plano.
Ele recapitulou os principais eventos que eles haviam passado, como a luta contra os Dançarinos da Espiral Negra
e os cartões que eles acharam, recapitulou também os eventos ocorrido com Jonas, Fúria e Trovão e por último sobre
o encontro com o membro da Seita Verde, Jonas o interrompeu grosseiramente dizendo que não confiava em ninguém
da Seita Verde por conta dos sonhos que ele havia tido, Kentai tentou argumentar com Jonas, mas foi interrompido
por Angaluk que lhe disse que da mesma forma que ele havia o alertado sobre a teimosia dos Wendigo, Jonas agora
estava o avisando sobre a Seita Verde, e que ele como líder deveria ouvir a todos e não somente a Kentai, o jovem
oriental então se calou, pois percebeu que Angaluk não tinha engolido seu mal comportamento na noite anterior ainda.
Após terminar de falar sobre seu plano, Angaluk quis ouvir seus irmãos de matilha sobre a sua decisão, e todos
concordaram com ele que seria melhor mesmo irem para Toronto na manhã seguinte, após esclarecem tudo, Angaluk
se despediu de todos e foi dormir, assim como os demais, também foram descansar pois eles sabiam em seu íntimo que
mais uma grande aventura começaria no dia seguinte.
Nahi:
- E foi assim que meu avô e sua primeira matilha começaram suas jornadas, foi dessa forma que ele chegou até seu ritual de
passagem, e foi assim que a Doninha se tornou seu Totem, espero que vocês tenham gostado de ouvir essa história tanto quanto eu
gostei de conta-la. Ahhhhh que preguiça, acho que estou um pouco bêbada, enfim... Algum outro dia eu conto mais sobre meu avô,
mas não hoje, hoje eu só quero uma cama bem macia porque eu acho que passei do ponto... kkkkkkkkkkkk
Gordon:
- (Clapl, clap, clap, som de palmas) Eu poderia ficar mais algumas horas ouvindo você contar suas histórias, mas realmente
preciso concordar que está tarde e todos estamos bêbados... Que fascinante essa história, seu avô foi de fato um grande homem, e um
Garou invejável! Garçom!!! Vê a saideira! Vamos brindar a Angaluk e sua matilha, onde quer que eles estejam, nós beberemos agora
em sua homenagem, em gratidão por seus feitos no passado! Que você viva para sempre!
David:
- Viva!!!
Nahi:
- Viva!!!
Bruce:
- Viva!!!
Mais do que a maioria das outras tribos, os Wendigo se reúnem em matilhas de uma só tribo.
Os anciões da tribo mantêm os filhotes Wendigo isolados dos outros Garou, tendo perdido terreno e
controle para os Estrangeiros da Serpente-de-Chifre repetidamente ao longo dos anos.
Muitos dos Wendigo encontrados em matilhas multitribais congregam-se com Garou de visões e atitudes
semelhantes, e muitas vezes, descendentes de indígenas e lupinos, Uktena Filhos de Gaia e Garras vermelhas
estão frequentemente entre aqueles com os quais os Wendigo formam matilhas.
Filhotes Wendigo mais rebeldes são inclinados a formarem matilhas com quaisquer Garou solidários
que os aceitem, eles não estão comprometidos com os princípios de pureza da tribo de maneira alguma.
Alguns deles buscam se juntar ao campo do Aro Sagrado, pois é o campo mais aberto a se juntar com
outros Garou.
A matilha Brisa Indomável de Angaluk foi recém formada e o único motivo para estarem juntos é descobrirem
quem está por trás de todas as mortes e por colocar as duas Seitas uma contra a outra.
É uma matilha bem eclética e grande, porém não tem uma personalidade bem definida, seu líder é Angaluk Lotaah,
seu Totem é a Doninha e juntos eles precisam superar seus conflitos para por um fim ao grande mal que está por vir.
Mote: Vejo e sinto que você é cheio de energia e vontade. Você certamente será uma grande ameaça aos inimigos de Gaia,
e muitos Galliards cantaram e se lembraram de seus feitos. Mas antes de combater a Wyrm em seus esconderijos mais escuros e
profundos, você está preparado para combate-la dentro de você?
Ficha Tecnica:
´
Raça: Hominídeo
Auspício: Galliard
Tribo: Portadores da Luz Interior
Posto: Cliatah, Posto 1
Destaque: Praticante de Kailindo
Defeitos: Albino e Discromatismo
Oliver Oak
“Fala de Paz”
Relatório: Nasceu na Califórnia,
descendente de antigos democratas
latifundiários de milho do leste dos EUA
por parte de seu pai, e descendente de
republicanos comerciantes de Denver que
enriqueceram com o Gold Rush em
Georgetown CO por parte de sua mãe.
Cresceu em uma família progressista de
intelectuais. Seu pai era engenheiro elétrico,
contava-lhe histórias sobre a vida no campo
e ensinou-lhe a mecânica dos Jeep’s (o
hobbie do pai é correr Rally, inclusive se
orgulha de um título de 1969 do Rally Mint)
sua mãe atriz é artista plástica, e se interessa
por espiritualidade oriental, tem uma pequena horta em casa como terapia.
Oliver Oak teve uma infância plena. Gostava de ler e de ouvir histórias pois tinha imaginação
fértil e por vezes imaginava amigos dessas histórias com os quais conversava quando estava entediado.
Embora fosse um jovem reservado, tinha facilidade natural para atividades físicas, o que era estimulado pela
família. Gostava de visitar os avós pois o contato com a natureza trazia imenso conforto a ele, como se sempre
estivesse morado ali.
Aos 13 anos teve sua primeira experiência espiritual quando um espírito o advertiu com um sinal para não entrar
na oficina. Assustado, voltou correndo para casa e contou ao avô, que o acalmou.
Momentos depois, houve um estrondo e seu avô foi com ele até a oficina para ver o que havia acontecido. Parte
do telhado havia caído e um incêndio acontecia no local. Um de seus empregados acabou morrendo nesse acidente.
Aparência: Oliver se porta como um garoto branco classe média norte-americano, se considera privilegiado mas
entende sobre as diferenças sociais que existem no mundo, ele é um pacifista, cresceu entre duas famílias distintas
politicamente adversárias e conflitantes e isso fez com que ele aprendesse desde cedo que cada um enxerga a
realidade de uma forma diferente e nem por isso estão errados ou certos, cada qual com sua realidade.
Depois que se descobriu Garou e Filho de Gaia esse instinto de preservação e de pacifismo se intensificaram e o
fortaleceram, Oliver descobriu seu lugar no mundo.
Mote: “Não veremos um mundo melhor enquanto agirmos com egoísmo em nossos corações, é preciso refletirmos sobre nossas
atitudes e melhorarmos nós mesmos.”
Ficha Tecnica:
´
Raça: Hominídeo
Auspício: Theurge
Tribo: Filhos de Gaia
Posto: Cliatah, Posto 1
Destaque: Pacifista, consegue conjurar Espíritos
Defeitos: Aparentemente ele não possui defeitos
Fetiches: Não possui
Totem: Doninha
“Tim”
“Conforta os Amigos”
Relatório: Pouco se sabe sobre
as origens desse garoto de rua de
Nova York, mas o pouco que sabe
é basicamente que ele ficou órfão
ainda muito pequeno, e nunca
soube quem foram seus pais.
De lar em lar, abusado,
agredido, explorado, aprendeu
desde cedo a defender-se,
escondendo em seu coração o
garotinho carente e solitário se
passando até como um indigente
da grande cidade de New York,
aprendendo as manhas das ruas, so-
-brevivendo de pequenos furtos, trabalhos marginalizados e subempregos.
Defendendo-se e protegendo os mais próximos, geralmente outros meninos de rua como
ele.
Ele se mostra atento e desconfiado, do tipo que avalia os riscos, e tudo o que puder dar errado, sua mente trabalha
sempre focando as melhores formas para mitigar cada tipo de riscos, ele é um garoto sagaz que aprendeu com a vida
da pior forma possível como sobreviver a esse mundo injusto e cruel. Mas apesar disso tudo ele é um bom garoto e
possui ótimo senso de humor.
Aparência: Tim é um garoto esperto, mas generoso, sua alta-estima parecer ter sofrido muito durante os anos em
que viveu nas ruas de Nova York, ele não é uma pessoa convicta e decidida, tende a sempre concordar com a maioria
e evita se colocar em posições de definição e liderança.
Mote: “Eu concordo com você, não poderia ter escolhido melhores palavras para expressar, você tem toda razão.”
Ficha Tecnica:
´
Raça: Hominídeo
Auspício: Ragabash
Tribo: Roedores de Ossos
Posto: Cliatah, Posto 1
Destaque: Zelador, está sempre procurando ajudar
Defeitos: Mentalidade da Matilha
Fetiches: Não possui
Totem: Doninha
Matilha: Brisa Indomável
Furia
´ Primordial
´
“Segue os Humanos”
Relatório: Fúria nasceu na floresta de “xxxxxx”
no início da década de 80, um filhote grande e pe-
sado para a média da sua raça, da sua ninhada nas-
ceram 5 lobos, um deles era Fúria, infelizmente 3
de seus irmãos morreram durante a infância, alvos
de predadores maiores que os lobos selvagens. O lí-
-der da grande alcateia em que Fúria nasceu era um
Garou chamado Ruína da Weaver, foi ele quem em-
-sinou o pequeno filhote a se tornar um grande pre-
-dador e caçador.
Sua primeira transformação aconteceu durante uma
caçada, Fúria farejava rastros de algumas presas e percebeu que todas elas haviam fugido a algum
tempo daquele local, algo havia as assustando, o filhote continuou farejando e procurando por mais
pistas e enquanto corria pela floresta selvagem se deparou com uma criatura jamais vista antes, se parecia com um
lobo, mas tinha os olhos vermelhos e fedia a cadáver, Fúria não sentiu seus batimentos cardíacos mal pôde sentir
seu medo. A criatura havia arrastado até a floresta um ser humano, e estava se alimentando dele no território da
alcateia de Ruína da Weaver, ele uivou para a criatura que o desafiou, ele se encheu de ódio pela monstruosidade
de rouba a aparência de seus parentes e o atacou, enquanto ele corria em direção ao vampiro Gangrel, acabou se
transformando para uma forma maior, mais agressiva e muito mais furiosa, o filhote agora estava em Crinos e numa
rápida mordida arrancou o braço do cainita, o Gangrel fugiu o mais rápido possível e não voltou mais a ser visto
pelo filhote, que não sabia o que havia acontecido com ele e estava mais assustado do que furioso, então ele
conseguiu voltar a sua forma natural, e correu de volta para sua alcateia.
Quando retornava para junto de seus irmãos ele ouviu alguém lhe sussurrando, parou para ver de onde vinha as
vozes e percebeu um espirito caminhando no meio da floresta, ele se apresentou como sendo seu guia espiritual e
desde então vem ajudando Fúria em sua jornada.
Aparência: Fúria Primordial é um lobo com a pelagem avermelhada, nunca teve contato com lobos antes e por
isso se sente deslocado no meio da matilha “alcateia” de Garou hominídeos, ele é esperto, astuto, e um ótimo
caçador, se porta como um predador.
Mote: “Roooaaaaaaaaarrgh!!!”
Ficha Tecnica:
´
Raça: Lupino
Auspício: Ragabash
Tribo: Garras Vermelhas
Posto: Cliatah, Posto 1
Destaque: Astuto, batedor
Defeitos: Aparentemente seus defeitos são desconhecidos
Fetiches: Não possui
Totem: Doninha
Matilha: Brisa Indomável
Objetivos a curto prazo: Se adaptar
“Jonas Johnson”
“Se enfurece com Todos”
Relatório: Jonas Johnson, norte-
americano descendente de Europeus
nórdicos, filho de um empresário do
ramo de abate de animais, o garoto
cresceu assistindo diariamente ao abate
de diversos animais, ele detestava aquele
lugar, o fedor de morte e todo o resto.
Não era um garoto popular, pelo com-
-trário, era retraído e sofria bullying das
outras crianças.
Ele cresceu com muita mágoa, ódio e
rancor dentro de si, sem amigos e sem bons
exemplos a serem seguidos, se sentia traído
por tudo e por todos. Ele tentou algumas
vezes fugir de casa, mas seus pais sempre o
encontravam e o levavam de volta para casa. Quando completou 18 anos conseguiu fugir para uma pequena e pacata
cidade ao sul do Arkansas, fez muitos bicos e trabalhos físicos para conseguir sobreviver na periferia da cidade. Com
passar do tempo na nova cidade procurou conforto para suas cicatrizes no álcool, drogas e em prostitutas, com uma
delas descobriu o masoquismo e passou a pratica-lo.
Aparência: Jonas é um jovem adulto de 19 anos que não se sabe se comportar como uma pessoa normal, ele não
tem educação, nem respeito pelas pessoas, não sabe se portar diante de outras pessoas, prefere provocar e irrita-las
agir como não se importasse, apenas para chamar atenção, ele não teve a afeição dos próprios pais e família, nem
de outras crianças durante sua infância, recentemente ele descobriu que sua família não era sua verdadeiramente,
eles haviam sequestrado ele ainda bebê, e eram parentes de Dançarinos da Espiral negra.
Mote: “Só ficarei enquanto estivermos em perigo, quando resolvermos essa situação eu pego minhas coisas e vou embora, eu
nem queria estar aqui (cospe no chão e dá de ombros).”
Ficha Tecnica:
´
Raça: Hominídeo
Auspício: Ahroun
Tribo: Cria de Fenris
Posto: Cliatah, Posto 1
Pontos Negativos: Egoísta, não respeita hierarquia
Defeitos: Educação Deturpada, Compulsão por uivar para a Lua
Fetiches: Não possui
Totem: Ainda não tem
Matilha: Ainda sem nome definido
Segredos: Foi educado por parentes de BSD, e provavelmente é controlado por eles ou por coisas piores!
Trovao
~ Vermelho
“Fala como os Lobos”
Relatório: Pouco se sabe sobre esse
“rapaz”, aparentemente ele foi encontrado
ainda bebê por lobos selvagens que o sal-
-varam de ser morto e o criaram como um
lobo até quase chegar a puberdade, pouco
antes de se tornar adolescente ele foi encon-
-trado por humanos que o retiraram da selva
e o levaram para a sociedade humana, lá ele
passou por diversos psicólogos e psiquiatras
que o ajudaram com seu deslocamento social
humano, conseguiu uma família adotiva e
desde então vem trabalhando para aprender a
ser gente, já que ele se porta como um animal
desde que era um bebê.
Aparência: Ele é desengonçado, não cabe dentro de si, está sempre desconfortável entre pessoas, e tem um
afinidade enorme com outros lobos, muitas vezes ele se porta como um sem se importar com o que vão achar. Ele
também é muito observador, e pouco falante. Tem poucos amigos e entre a matilha busca afinidades, mas sem
sucesso até agora.
Mote: “Hunf, hunf, hunf... (Som de Trovão vermelho te cheirando a 5 centímetros de distância, enquanto aperta
demasiadamente sua mão) Você fede!
Ficha Tecnica:
´
Raça: Hominídeo
Auspício: Ahroun
Tribo: Cria de Fenris
Posto: Filhote (Não passou pelo Ritual de Passagem)
Pontos Negativos: Dificuldade em se relacionar com humanos
Defeitos: Algum bem pesado para justificar o Rolleplay
Fetiches: Não possui
Totem: Ainda não tem
Matilha: Ainda sem nome definido
Objetivos a curto prazo: ?
Doninha “Espírito totêmico”
Totem da Matilha Brisa Indomável
Relatório: Totem da matilha Brisa Indomável
Aparência: Alguns hominídeos são surpreendidos
quando descobrem que a Doninha é um Totem de Guerra,
esperando que ela fosse um Totem de Astúcia. Enquanto que
a Doninha é de fato astuta, ela não é uma mera trapaceira, mas
uma furtiva, hábil e incansável guerreira. Assim como a Pulga, a
Donihna favorece ataques rápidos e furtivos acima da força bruta.
´
Diferente da Pulga, ela nuca recua até que um inimigo seja des-
truído. Essa atitude faz com que ela seja popular entre muitas
matilhas de jovens e também entre os Senhores das Sombras.
Características: A doninha dá um ponto de Destreza e um dado extra
nas paradas de dado de Esquiva para cada um de seus filhos, e todos
ganham um dado extra de dano em ataques por mordida.
Dogma: As matilhas da Doninha nunca devem demonstrar medo.
Ficha Tecnica:
´
Nome: Doninha (Weasel)
Fúria: 5
Gnose: 2
Força de Vontade: 3
Pontos de Poder: 30
Encantamentos: Reformar, Sentir o Vento e Falar com todos da Matilha
+3 pontos de Atributos (1ponto)
+10 pontos de poder (1ponto)
“Sem Nome”
“Ancestral Espiritual de Jonas”
Relatório: Pouco se sabe sobre ela, mas o
que se sabe é que ela acompanha de perto os
avanços de Jonas Se Enfurece com Todos, ela
parece ter uma ligação maior do que os demais
ancestrais dele, e as vezes ela surge para ele para
lhe dar orientações sobre conduta e postura dos
Crias de Fenris do passado.
Aparência: Ela é uma mulher atraente e
musculosa, tem diversas cicatrizes no corpo e
quando fala intimida pela postura, pelo tom e
pela forma como se articula
“Espirito Grifo”
“Companheiro Espiritual” de Fúria Primordial
Relatório: Faminto, sempre faminto, o Grifo mata com garras velozes e se
alimenta de seus inimigos caídos.
Ele protege as regiões selvagens da dominação do homem e representa os
poderes mais primais e animalescos.
Características: Caçador ágil, o Grifo pode se comunicar diretamente com
todas as aves de rapina sem a necessidade de um Dom especial.
Os Garras Vermelhas reconhecem os devotos do Grifo como almas irmãs.
Dogma: O Grifo não gosta seus companheiros Garou se associem com os
humanos e apenas raramente adota um Garou hominídeo como seu
companheiro.
Acompanhamento
da
campanha
Esse é o espaço para acompanharmos a evolução do jogo que foi narrado Marcio Leite, aqui
encontraremos a descrição de todos os tópicos que serão atualizados a cada semana durante as sessões.
• Regras: Definição de regras estabelecidas para este cenário fictício;
• Experiência: Acompanhamento semanal dos pontos de experiência cedidos pelo Narrador aos
jogadores da mesa;
• Aprimoramento: Acompanhamento da compra de pontos na ficha com os pontos de experiência
ganhados ao longo das sessões pelos jogadores;
• Renome: Acompanhamento semanal dos pontos de renome conquistados pela matilha “alcateia”
de Luke;
Regras
• 1 ponto: Jogou;
• 1 Ponto: Roleplay: se expressou de acordo com o personagem;
• 1 Ponto: Conceito: seguiu a história do personagem;
• 1 Ponto: Trama: agiu de maneira a avançar a trama do jogo, e ou a história de seu personagem;
• 1 Ponto: Heroísmo. Garou são os guerreiros de Gaia. Temos os Black Spiral para serem vilões, não precisamos
de vocês.
HISTÓRIA DE PERSONAGEM
Devido a restrições de tempo de todos nós, muitas vezes não temos tempo para escrever a história e detalhes do
personagem como queremos sendo assim, estou abrindo para quem quiser ao longo do jogo adicionar partes de história,
inclusive algo entre histórias do jogo, poder fazer e planejar como colocar Exemplo: Mike comentou sobre um ritual
do livro de Wendigo, uma Vision Quest, uma busca espiritual. Por limitações impostas por mim mesmo, ele não podia
incluir isso, visto que é feito após a primeira transformação, então ele me solicitou que isso ocorresse durante o jogo
com ele, e concordei com a sugestão.
Quem quiser fazer adições a história, favor me sugerir por mensagem direta ou no Canal Geral (Discord)
Nas regras oficiais da White Wolf, a cada 10 renomes temporários, é necessário se realizar o Ritual of Accomplisment
para que esse renome temporário se torne um permanente (no caso, simbolizado pela bolinha acima dos quadrados)
estaremos usando minha versão da regra. Aqui se acumulara o renome temporário, podendo acumular, 20, 30, etc. E
quando fizer o ritual de acomplishment, ele se tornara permanente na taxa normal de cada 10 vira um permanente.
APRIMORAMENTOS
No canal aprimoramento irei anotar o que cada jogador pode comprar com experiência na sua ficha. Cada jogador
pode colocar no próprio canal o que comprou. Pode ir até o Roll20 e fazer a alteração. A anotação do desconto de xp
será efetuada por mim. O gasto de XP pode ser feito até toda quarta até às13 horas, dando tempo para eu checar.
• Merits/Flaws: Nunca é liberado. Acontecimentos de história podem conceder novos méritos ou flaws, bem
como eliminar flaws ou merits;
• Gifts: Somente aprende com espíritos ou outros Garou Rituais> somente aprende com outros Garou;
• Backgrounds: Perde/ganha de acordo com história. Totem pode ser comprado quando liberado;
• Atributos: Treino ou uso continuo. No canal aprimoramento e marcado quando liberado por uso;
• Abilities: Treino/professor, uso continuo ou descoberta de alguma nova informação/técnica;
• Talents: São mais fáceis de aprender do que skills;
• Skills: São mais fáceis de aprender do que Knowledges;
• Knowledges: “RARAMENTE” se aprimora por uso contínuo.
FUNCIONAMENTO: Durante cenas NARRATIVAS, não inclusos combate, quando for solicitado algum teste, e não
for exigido múltiplos sucessos, quando o NARRADOR solicitar o teste, se a soma ATRIBUTO + ABILITIE for IGUAL
ou SUPERIOR a dificuldade do teste, cabe ao JOGADOR lembrar que seu personagem se qualifica para o sucesso
automático. Nesse caso, caso o narrador entenda que apenas um sucesso é necessário, não será necessário rolar os
dados. O personagem irá concluir a ação com sucesso.
Experiencia
^
~ - 18/06/2020
XP SESSAO
Fúria Primordial
0 Xp = Não Jogou
Igaluk Lotaah
1 Xp jogou
1 Xp Roleplay
1 Xp Conceito
1 Xp Protagonismo
1 Xp Bônus: publicou bg no fórum conforme solicitado
Total 5xp
Jonas Johnson
1 Xp Jogou
1 Xp Roleplay
Total 2p
Kentai Haran
1 Xp jogou
1 Xp Roleplay
1 Xp Conceito
1 Xp Protagonismo
1 Xp Bônus: publicou bg no fórum como solicitado
Total 5xp
Oliver Oak
1 Xp jogou
1 XP Roleplay
1 Xp Protagonismo
Total 3xp
Red Thunder
1 Xp jogou
1 Xp roleplay
1 Xp Conceito
1 Xp Protagonismo
Total 4xp
Tim
1 XP jogou
1 Xp roleplay
1 Xp conceito
1 Xp protagonismo
Total 3xp
~ - 25/06/2020
XP SESSAO
Fúria Primordial Oliver Oak
1 Xp Jogou 1 Xp jogou
1 Xp Conceito 1 Xp Roleplay
1 xp Protagonismo 1 Xp Conceito
Total 3xp 1 Xp Protagonismo
Total 7xp
Igaluk Lotaah
1 xp jogou Red Thunder
1 xp roleplay 1 Xp Jogou
1 xp Conceito 1 Xp Conceito
1 Xp Protagonismo Total 6xp
Total 9xp
Tim
Jonas Johnson 1 Xp Jogou
1 XP Jogou 1 Xp Roleplay
1 Xp roleplay 1 Xp Conceito
1 Xp Protagonismo 1 Xp Protagonismo
Total 5xp Total 8xp
Kentai Haran
1 Xp jogou
1 Xp Roleplay
1 Xp Protagonismo
1 Xp Conceito
Total 9xp
~ – 01/07/2020
XP SESSAO
Matilha
1 xp jogou; 1 xp roleplay; 1 xp Conceito; 1 Xp Protagonismo.
Total 4Xp
Acumulado:
Fúria Primordial
Total 7xp
Igaluk Lotaah
Total 13xp
Jonas Johnson
Total 9xp
Kentai Haran
Total 13xp
Oliver Oak
Total 11xp
Tim
Total 12xp
~ – 08/07/2020
XP SESSAO
Fúria Primordial
Total 3xp
Positivo: melhorou a comunicação como lobo;
Negativo: precisa participar mais.
Acumulado 10xp
Angaluk Lotaah
Total 5xp
Positivo: Atuou como um caçador, que está no bg
Negativo: falta incluir termos/costumes nativo
americanos, como os do ritual
Total 7xp
Jonas Johnson
Total 4xp
Positivo: melhorou roleplay e coerência com bg
Negativo: falando muito em off
Total 13xp
Kentai Haran
Total 3xp
Positivo: harmonia entre agir e respeitar o turno de terceiros
Negativo: sentindo falta de ver o lado "monge tibetano"
Total 16xp
Oliver Oak
Total 4xp
Positivo: atos de acordo com o bg
Negativo: falando muito em 3 voz. Necessário falar mais como
o personagem
Total 15xp
Tim
Total 3xp
Positivo: Compaixão e sensibilidade do bg
Negativo: Falta demonstrar o lado morador de rua/Ragabash
Total 7xp
Trovão Vermelho
Total 2xp
Positivo: manteve atuação de acordo com personagem
Negativo: muito confuso, falta de atenção em muitos momen-
-tos importantes
Total 8xp
~ – 15/07/2020
XP SESSAO
Fúria Primordial Kentai Haran
Total 3xp Total 4xp
Positivo: ótimo comunicação de lobo Ótima Sessão
Negativo: Jogou metade da sessão Total 20xp
Total 13xp
Oliver Oak
Igaluk Lotaah Total 0xp
Total 4xp Infelizmente não participou da sessão.
Ótima sessão Total 15xp
Total 11xp
Tim
Jonas Johnson Total 4xp
Total 4xp Ótima Sessão
Ótima sessão Total 8xp (gastou 3 xp)
Total 17xp
Trovão vermelho
Total 0xp
Infelizmente não participou da sessão.
Total 8xp
~ – 22/07/2020
XP SESSAO
Matilha
Todos Jogaram muito bem: 4 XP
Angaluk: +2 Xp pelo trabalho no seu "back livro"
Acumulado:
Angaluk Lotaah Oliver Oak
Total 11xp Total 6xp
Kentai Haran
Total 15xp
~ – 29/07/2020
XP SESSAO
Jonas Johnson
3xp
Total 17xp
XP SESSAO – 05/08/2020
Jonas Tim
3xp 3xp
Total 20xp Total 5xp
Kentai
3xp
Total 6xp
Renome
Renome da Sessao:
~ 18/06/2020
Trovão Vermelho: Desafiar um Garou de rank muito acima do seu (+2 ou maior) -3 Honor; protegendo sua matilha:
+4 Honor;
Total: +1 Honor
Kentai Haran: Dar bons conselhos (aconselhando os Anciões da seita em permitir que a matilha provasse a inocência)
+ 2 Wisdow;
Total: + 2 Wisdow
Renome da Sessao:
~ 25/06/2020
Matilha:
Derrotar espíritos contaminados pela Wyrm +2 Glory;
Libertar os espíritos de seu tormento, retornando-os a Gaia +2 Wisdow.
Angaluk Lotaah:
Fazer a promessa para os espíritos Garou (ainda não cumpriu) +2 Honor.
Renome da Sessao:
~ 01/07/2020
Matilha:
Purificando/libertando os espíritos dos filhotes Wendigo + 2 Wisdow.
Wendigo mortos -= modificado o Renome;
Modificado= Wendigo mortos;
Oliver Oak:
Convocando um Incarna Avatar + 2 Wisdow;
Sobreviver um ferimento Incapacitated +2 Glory;
Recebendo uma cicatriz de batalha +1 Glory.
Renome da Sessao:
~ 08/07/2020
Matilha:
Derrotar uma criatura menor da Wyrm +2 de Glory.
Angaluk Lotaah:
Pack Leader +3 de Honor;
Sobrevir um ferimento Incapacitated +2 de Glory;
Recebeu uma cicatriz de batalha +1 de Glory.
Kentai Haran
Entrou em Berserker Frenzy -1 de Wisdow.
RED THUNDER
Mantendo suas promessas +2 de Honor.
Renome da Sessao:
~ 15/07/2020
Matilha:
Descobrindo antigos conhecimentos Garou +3 de Wisdow.
Kentai Haran:
Recebeu o Ritual of Wounding +2 de Glory.
Angaluk Lotaah:
Recebeu o Ritual of Wounding +2 de Glory;
Descobriu um fetiche+2 de Wisdow.
Renome da Sessao:
~ 22/07/2020
Matilha:
Derrotar uma ameaça forte da Wyrm (BSD) +5 de Glory;
Matou a ameaça +1 de Glory.
Angaluk Lotaah:
Atacar um servo da Wyrm sem se preocupar com sua vida +3 de Glory.
Jonas Johnson:
Atacar um servo da Wyrm sem se preocupar com sua vida +3 de Glory;
Sobreviveu a um ferimento Incapacitated +2 de Glory;
Recebeu uma cicatriz de batalha +1 de Glory.
Kentai Haran:
Atacar um servo da Wyrm sem se preocupar com sua vida +3 de Glory.
Tim:
Atacar um servo da Wyrm sem se preocupar com sua vida +3 de Glory.
Renome da Sessao:
~ 29/07/2020
Ninguém ganhou renome, a sessão acabou no meio de uma cena importante, na sessão seguinte terá o acumulado.
Renome da Sessao:
~ 05/08/2020
Matilha
• Acusar um Garou de ser da Wyrm sem prova certa; - 5 honor - 4 wisdow
• Provando que existe a Wyrm no protetorado; tt + 3 wisdow
• Receberam o ritual de passagem; tt + 2 honor + 1 wisdow
• Participaram de um Julgamento justo; t + 1 glory + 2 honor
• Mantiveram suas promessas (Bill); tt + 2 honor
• Esconderam a verdade devido a juramentos; t - 1 honor
Kentai
• Contou uma boa história para a seita + 1 glory + 2 wisdow
• Falou mal dos Wendigo - 1 honor
Jonas Johnson
• Fúria
Kentai Haran
• Um ponto em Atributo físico (1 ponto independente de nível);
• Um ponto em Percepção (1 ponto independente de nível);
• Liderança (somente o 1º nível);
• Direito “Leis” (somente o 1º nível);
Oliver Oak
• Um ponto em Atributo Social (1 ponto independente de nível);
• Empatia (1 ponto independente de nível);
• Direito “Leis” (somente o 1º nível);
Tim
• Um ponto em Atributo Social (1 ponto independente de nível);
• Empatia (1 ponto independente de nível);
Aprimoramentos
Comprados
Sessão de 15/07/2020
Angaluk Lotaah:
Destreza 3 (8xp)
Liderança 1 (3xp)
Gnose 4 (6xp)
Tim
Destreza 3 (8xp)
Briga 2 (2xp)
Expressão 2 (2xp)
Empatia 2 (2xp)
Sessão de 22/07/2020
Kentai Haran
Carisma 3 (8 xp)
Expressão 2 (2 xp)
Sobrevivência 1 (3 xp)
Oliver Oak
Destreza 3 (8xp)
Ocultismo 2 (2xp)
Sobrevivência 1 (3xp)
Jonas Johnson
Sobrevivência 3 (4xp)
Litania Wendigo
Não te acasalarás Com Outro Garou tempo, e compartilharmos tantos de nossos modos com
Tudo o que você deve fazer é olhar para um deles eles, eles são mais inclinados a obedecer e se beneficiar
para ver que os Impuros são uma afronta à natureza. dos rituais de purificação que nossos Theurges realizam.
Eles são deformados no momento em que são Se você encontrar um índio que sucumbiu à Wyrm e
concebidos. não foi purificado, só resta uma coisa para você fazer.
Assim como mantemos nosso sangue puro das Nós não matamos nossos Parentes sem necessidade, há
muito pouco de nós para abandonar aqueles que
corrupções dos estrangeiros da Wyrm, mantemos
podem ser salvos para poupar esforço. Mas se eles não
nossos postos puros longe do fedor dos Impuros.
puderem ou não forem salvos, então a morte é a única
Ainda assim, erros acontecem de tempos em coisa que sobra para eles. Para a maioria isso é piedade.
tempos. Para alguns — justiça. Independente disso, isso é o que
E nestes casos muito raros, nós damos a esta prole nós devemos fazer. Se não pudermos manter nosso
amaldiçoada muito mais do que qualquer outra tribo próprio povo livre do toque da Wyrm, então nós não
daria. No mínimo, um Impuro Wendigo certamente merecemos viver nossas vidas.
não será um homem branco. Nossos Impuros são bem
tratados e dados um lugar entre nosso povo, mas eles Respeitarás o Território do Próximo
não são mimados. O Wendigo não é um espírito Isto é uma piada. Por milhares de anos nós mantivemos
piedoso, menos ainda seu povo é tranquilo e liberal. É estas terras. Nós prosperamos. Nossos Parentes
uma criatura sortuda aquela que morre em defesa de prosperaram. A terra não era chamada de Pura por
nada. Sob nossa guarda, as pessoas da América do
Gaia. Muitos de nossos Impuros encontram honra
Norte aprenderam a viver com a terra. Aprendemos
neste caminho apesar das infortunas circunstancias de
com os erros do Impergium e éramos os melhores para
seu nascimento, e o isso. A terra estava melhor. Gaia crescia e florescia,
Wendigo fica mais forte com isso. jogos eram abundantes, os espíritos da terra eram
unidos como moscas no verão. E então eles vieram. Os
Combaterás a Wyrm Onde Ela Estiver e Sempre brancos. Eles quebraram a Litania. Eles viraram as
que Proliferar costas para a tradição de nosso povo, nos expulsaram de
Ninguém é mais forte que Wendigo. Ninguém é nossos protetorados e jogaram as Terras Puras para os
mais fiel em defesa de nossa Mãe. Nós fomos feitos para dentes da faminta Wyrm. Todas estas terras são nosso
isso e nós, de todas as tribos, sabemos o nosso território. Vamos ir e vir conforme quisermos. Se nós
propósito, nossa natureza, e conhecemos a nós mesmos. dermos aos que vivem em nossas terras notícias que
Como nós poderíamos ser faltosos nisso, em nosso estamos passando, eles devem se sentir sortudos. Eles
dever, se todas essas coisas forem verdadeiras? Nós não são estrangeiros em nosso território e merecem
nenhum respeito mais do que o coiote bandido que
podemos. Nós não somos. Nós nunca seremos.
vem roubar a toca do lobo.
Fique atento a isso — a Wyrm está em todo lugar.
Não fique bloqueado por fronteiras de leis, ou
Aceitarás uma Rendição Honrosa
tradições, ou raça. Apenas dê uma caminhada em volta
Nossos números são muito baixos para desperdiçar
da reserva por um tempo — seu toque está em todo
vidas de guerreiros em disputas infantis. Não há glória
lugar. É nossa grande sorte que nossos Parentes sejam em pintar sua lança com o sangue de um irmão. Com o
mais resistentes ao seu toque —– um testamento mais inimigo de pé do outro lado da porta não há ameaça
verdadeiro de que estamos certo nunca existirá — mas tão grande que faça o Wendigo se matar para encontrar
mesmo assim, a Wyrm encontra um caminho de satisfação. Os estrangeiros da Wyrm, entretanto,
entrada de tempos em tempos. A verdade é que, por mantêm o orgulho tão próximo de seu coração e a
vivermos tão próximos de nossos Parentes por tanto sabedoria tão longe.
Não busque a morte deles, mas se eles são tão tolos e Seus espíritos, grandes e pequenos.
de pensar que podem fazer uma falsa rendição, eduque- É nosso dever proteger aqueles inferiores a nós,
os. mesmo que tenhamos que protegê-los deles mesmos.
Se isto significa que eles devem morrer, então pelo Que maior demonstração de respeito poderia haver?
menos eles o podem fazer sabendo que eles podem ser
uma lição para o resto de sua tribo. Não erguerás o Véu
Submete-te aos Garou de Posto Mais Elevado Isto Os Parentes dos Estrangeiros da Wyrm não nos
com toda certeza precisa ser dito. Este tem sido nosso conhecem. Eles reclamam e falam coisas sem sentido
caminho desde que Gaia nos colocou nesta ilha e nos sobre a visão que eles têm de seus primos Garou. Nós
sempre vivemos próximos de nossos Parentes, e
deu nosso povo. Nós temos sempre ouvido o conselho
escolhemos os fortes desde o início — fortes de corpo e
de nossos anciões. A sabedoria deles nos guia em todas
mente. Eles nos temem, assim como deveriam, pois
as coisas. Estamos muito acostumados com nossa força, Gaia nos fez maiores e terríveis para atingir nosso
e em guerra nós deixamos o nosso mais forte guiar. Isto propósito; mas nossos Parentes (ou pelo menos aqueles
é óbvio para qualquer um que se conhece —isto é como que não se entregaram aos caminhos dos brancos) não
deve ser. nos reprimem quando o medo os deixa. Em seus
corações, eles sabem que o Grande Wendigo olha por
Oferecerás o Primeiro Quinhão da Matança aos de eles e os protege de uma coisa mais terrível do que
Posto Mais Elevado qualquer um de nós.
Os Estrangeiros da Wyrm não conhecem esta lei.
Eles pensam que, por eles serem mais fortes, é dado a Não serás um Fardo Para Teu Povo
eles para pegar o que quiserem e deixar aqueles abaixo Wendigo ensina sobre a força em todas as coisas.
Força em corpo, força em espírito. Wendigo nos
deles lutar pelos restos que sobram. Não foi por nada
ensina a confiar em nós mesmos. Expulsar da tribo
que eles tenham caído nas trilhas da Terra. Sim, para o
aquele que não pode mais contribuir não é o nosso jeito
líder vai o primeiro quinhão da matança — mas não de ser — é o jeito dos Estrangeiros da Wyrm serem e nós
para guardar para si próprio. É dever do líder, dar não faremos nada disso. Os maiores de nós partem para
provimento a sua tribo. O sábio líder vê que todos estão o gelo quando chega a hora. E se ele viveu
alimentados de acordo com suas necessidades. Esta é a corretamente, o próprio Wendigo desce dos céus para
maneira certa, a nossa maneira. comer seu coração e devolver a força de seu espírito às
pessoas. A morte é parte da vida. Apenas um tolo ou
Não provarás da Carne Humana um branco lutaria contra os planos e Gaia. Este não é o
Nós não nos alimentamos de homens. Nenhum nosso jeito de ser.
Garou com um pingo de sentido o faria, mas os
Estrangeiros da Wyrm apontam para o grande Wendigo Poderás Desafiar o Líder em Tempos de Paz
e dizem ‘Vejam — o próprio totem deles come carne Um líder que sabe que deve provar sua força é
humana! Portanto eles também devem comer!’ Isto é aquele que se mantêm forte, em tudo. Fazer qualquer
um conto idiota nascido do medo. Medo de nossa outra coisa é tolice. Nenhum lobo conhece todos os
força. poços d’água.
Medo de nosso espírito. Medo da conexão com a
terra que eles não podem quebrar, apesar de eles Não desafiarás o Líder em Tempos de Guerra
tentarem isso há quinhentos anos. O medo deles é Idiotice e loucura. Apenas os Estrangeiros da Wyrm
certamente justificado, mas não porque nós voltariam suas machadinhas para si próprios quando a
Wyrm está batendo a porta. Nós fomos feitos para lutar
satisfazemos o apetite da Wyrm. Não alimente seus
por Gaia. Todas as outras disputas devem ser deixadas
contos de fada. Não se alimente de homens.
de lado quando nosso dever, ou nosso propósito
Respeita Aqueles Inferiores a Ti: sagrado, nos chama para a batalha.
Todos Pertencem a Gaia Como nossos Parentes e nós Este é um dos tambores favoritos dos Presas de
poderíamos estar mais próximos? Mantemos as mesmas Prata.
tradições, invocamos os mesmos espíritos. Nós Eles irão bater nele o dia inteiro se deixá-los. Eles vão
ensinamos a eles a viverem com a terra. Nós os falar e falar sobre o legado de sua linhagem, da
ensinamos a viver corretamente, a reverenciar a Terra e autoridade de seu sangue.
Seu sangue não é o que vai matar o fomor na minha
porta. Os Wendigo não precisam de reis — um rei que
fica a milhares de milhas de distância não conhece as
terras que eu corro todos os dias. Ele não conhece os
espíritos que rondam a Umbra de minha casa.
Nossos líderes nos lideram. Eles não se sentam em
cadeiras acolchoadas em salas enfeitadas reclamando
porque nós não atendemos o seu chamado. Os Presas
esperam que nós reconheçamos seus feitos enquanto se
ocupam em ignorar os nossos. Onde estava a Litania
quando eles estavam roubando nossas terras?
Hipócritas — não gaste seu fôlego argumentando com
eles. Eles não são nossos líderes, nós somos. Os desafiar
é nosso dever.
Eles é que deviam estar nos mostrando seus
abdomens.