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Importancia
Importancia
O conceito de saúde é um dos mais pronunciados, no entanto, não é fácil de precisar, uma vez
que está relacionado com a perceção que cada pessoa ou comunidade tem num determinado
momento e contexto, e depende de crenças relacionadas com a vida, o sofrimento e o
significado da morte. Turabián e Franco (2001, pág. 18), expressam esta dificuldade de
conceptualização e afirmam que a saúde é uma abstração, uma vez que não existe senão «a
minha saúde», «a tua saúde» ... “a saúde é a capacidade de apropriação por parte do ser
humano do seu próprio corpo e a capacidade de integrá-lo no projeto autónomo de vida que
cada uma forja”
A organização Mundial de Saúde (1948), na sua carta fundamental, definiu saúde como um
estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de doença.
Embora esta definição não seja perfeita, dado o carácter específico e pessoal da perceção de
doença e também porque, na vida, tudo flui e nada está completo ou determinado em termos
de mudança e desenvolvimento humano, o facto é que, ao explicitar-se que não é possível
definir “estado de saúde” apenas pela demonstração da “ausência de doença”
A Educação para a Saúde (EpS) tem vindo a ser internacionalmente reconhecida como parte
integrante dos esforços para a prevenção da doença e promoção da saúde.
Cada cidadão assume assim um papel inelutável de ator e educador de saúde, pelo que a
educação se deve centrar nas disposições e capacidades individuais e grupais, oferecendo
conhecimentos, influenciando modos de pensar, gerando ou clarificando valores, ajudando a
mudar atitudes e crenças, facilitando a aquisição de competências e produzindo mudanças de
comportamento e estilos de vida.
A educação para a saúde deve ser considerada como um dos aspetos do processo educacional
global, do qual faz parte; embora tenha objetivos específicos, não se acha de forma alguma
dele desvinculada, nem constitui um departamento estanque. Podemos considerar que a
saúde individual ou da família é de responsabilidade direta de cada indivíduo e do líder
familiar, ao passo que o problema da saúde pública compete as instituições públicas e à
comunidade, possuindo, portanto, urna dinâmica diferente. Sendo assim, podemos pensar na
educação para a saúde em três níveis: individual, familiar e da comunidade. Lembramos que os
objetivos principais a serem atingidos pela educação-sentido lato-são:
https://jvilelas.webnode.pt/_files/200000157-37a9138a5f/Educacao-Para-a-Saude.pdf
https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/17514/v82n1p14.pdf
A escola, como local por onde passam todas as crianças e jovens, é, hoje, consensualmente
reconhecida como um cenário prioritário na promoção da saúde, visão que é também bem
explicita no Plano Nacional de Saúde 2004-2010
O início da escolaridade traz alterações importantes no ritmo de vida das crianças. Estas
entram para um meio diferente do familiar, onde vão ser confrontadas pela primeira vez com
imposições sociais institucionalizadas e definidas, que irão influenciar o seu comportamento e
a sua personalidade.
Na escola aprende-se não só o conteúdo curricular, mas também inevitavelmente aprende-se
a ser e a viver. Daí a importância de conseguir potencializar estas aprendizagens positivas,
através de ambientes físicos e humanos estruturantes, estimulantes e facilitadores de todas as
aprendizagens
Em 1992, foi criada a iniciativa das Escolas Promotoras de Saúde, através da Rede Europeia de
Escolas Promotoras de Saúde (REEPS). A REEPS teve por base a ideia de que a escola é um
sector importante para as crianças, onde elas podem aprender e desenvolver competências
para melhorar a sua saúde.
Em 1995, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou ainda o programa “Saúde Escolar
Global” que pretendia fortalecer a promoção da saúde através de atividades educativas, a
nível local, regional, nacional e global, com o objetivo de aumentar o número de escolas que
pudessem ser verdadeiramente denominadas Escolas Promotoras de Saúde.
De acordo com o Centre for Health Promotion, da Divisão de Saúde Comunitária Australiana, o
projeto de uma Escola Promotora de Saúde deve assentar em três grandes áreas, inter-
relacionadas entre si:
- Parcerias e ligações com a comunidade: inclui parcerias internas (com os pais e encarregados
de educação, pessoal escolar e alunos) e parcerias externas (com outras escolas, profissionais
de saúde, e organizações governamentais e não governamentais).
Todas estas estratégias têm como meta uma abordagem global da formação escolar, e o
reconhecimento de que todos os aspetos da vida da comunidade escolar são potencialmente
importantes para a promoção da saúde, de modo a melhorá-la e a diminuir desigualdades
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/56468/3/EpS.pdf