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Gabarito Da Atividade de Revisão
Gabarito Da Atividade de Revisão
GRAMÁTICA
1- (UFMG) Assinale a alternativa em que a função não corresponde ao termo em
destaque.
a. Comer demais é prejudicial à saúde. – complemento nominal
b. Jamais me esquecerei de ti. – objeto indireto
c. Não tens interesse pelos estudos. – complemento nominal
d. Tinha grande amor à humanidade. – objeto indireto
No exemplo, “à humanidade” complementa o sentido do substantivo amor, por isso ela exerce a função
sintática de complemento nominal, e não de objeto indireto
2- Observe a frase a seguir: “Não posso lhe garantir que todos estarão presentes à sua festa
de formatura”.
a) sujeito de posso.
b) objeto direto de posso.
c) objeto indireto de posso.
d) objeto direto de garantir.
e) objeto indireto de garantir.
A sequência destacada é uma oração que funciona como complemento direto do verbo garantir, pois quem
garante, garante algo a alguém. O verbo garantir, nesse contexto, pede também um objeto indireto, que está
representado pelo pronome oblíquo lhe. É importante notar que a oração tem valor de um sintagma nominal.
Portanto, exercendo função substantiva, pode ser substituída por um pronome: “Não posso lhe garantir
isso”.
3- Leia os versos a seguir da música Asa branca e atente para os termos destacados.
I II
Entonce, eu disse: “Adeus, Rosinha, Eu te asseguro, num chore, não, viu!
Guarda contigo meu coração”. Que eu voltarei, viu, meu coração.
a) os termos, em I e II, são objeto direto, e ambos devem ser entendidos no sentido denotativo.
b) o termo em I é sujeito e em II é aposto, e ambos devem ser entendidos no sentido
denotativo.
c) o termo em I é sujeito e em II é aposto, e ambos devem ser entendidos como uma metáfora.
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d) o termo em I é objeto direto e em II é sujeito, e ambos devem ser entendidos como uma
metáfora.
e) o termo em I é objeto direto e em II é vocativo, e ambos devem ser entendidos como uma
metáfora.
Na primeira ocorrência, o verbo guardar requer objeto direto (quem guarda, guarda algo). Nesse caso, a
metáfora é “guarda contigo minha vida/meu sentimento, porque eu vou voltar”. Na segunda ocorrência,
“meu coração” é vocativo, ou seja, o eu lírico está chamando Rosinha de “meu coração”.
(Luís Fernando
Veríssimo, Diminutivos)
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
Aquele bêbado
— Juro nunca mais beber — e fez o sinal da cruz com os indicadores. Acrescentou: — Álcool.
O mais ele achou que podia beber. Bebia paisagens, músicas de Tom Jobim, versos de Mario
Quintana. Tomou um pileque de Segall. Nos fins de semana, embebedava-se de Índia Reclinada,
de Celso Antônio.
— Curou-se 100% do vício — comentavam os amigos.
Só ele sabia que andava mais bêbado que um gambá. Morreu de etilismo abstrato, no meio de
uma carraspana de pôr do sol no Leblon, e seu féretro ostentava inúmeras coroas de ex-
alcoólatras anônimos.
ANDRADE, C. D. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: Record, 1991.
2- (UNIFESP)
Poetas e tipógrafos
Vice-cônsul do Brasil em Barcelona em 1947, o poeta João Cabral de Melo Neto foi a um
médico por causa de sua crônica dor de cabeça. Ele lhe receitou exercícios físicos, para
“canalizar a tensão”. João Cabral seguiu o conselho.
Comprou uma prensa manual e passou a produzir à mão, domesticamente, os próprios
livros e os dos amigos. E, com tal “ginástica poética”, como a chamava, tornou -se essa ave
rara e fascinante: um editor artesanal.
Ruy Castro. Folha de S.Paulo, 17 ago. 2013. (adaptado)
Com a frase – tornou-se essa ave rara e fascinante –, o autor vale-se de uma
As demais alternativas não apresentam designação correta para a gura de linguagem usada na frase “tornou-
se essa ave rara e fascinante”, pois a hipérbole expressa exagero, a redundância está associada a tudo o que
é repetitivo, demasiado ou supérfluo, a ironia declara o contrário do que se pensa e a metonímia substitui
um termo por outro do mesmo domínio. Apenas D é correta, pois a associação de “ave rara” com a
genialidade de João Cabral constitui uma metáfora.
3- (ENEM)
Nessa tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas figuras de
linguagem para
a) condenar a prática de exercícios físicos.
b) valorizar aspectos da vida moderna.
c) desestimular o uso das bicicletas.
d) caracterizar o diálogo entre gerações.
e) criticar a falta de perspectiva do pai.
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Na tirinha, a personagem estabelece uma relação de similaridade entre pedalar na bicicleta
ergométrica à existência do pai, levando a crer que ele, apesar de esforçar-se, não alcança seus
objetivos.
O corpo no cavalete
é um pássaro que agoniza
exausto do próprio grito.
As vísceras vasculhadas
principiam a contagem
regressiva.
No assoalho o sangue
se decompõe em matizes
que a brisa beija e balança:
o verde — de nossas matas
o amarelo — de nosso ouro
o azul — de nosso céu
o branco o negro o negro
CACASO. In: HOLLANDA, H. B. (Org.). 26 poetas hoje. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2007.
4- Situado na vigência do Regime Militar que governou o Brasil, na década de 1970, o poema
de Cacaso edifica uma forma de resistência e protesto a esse período, metaforizando:
5- As figuras de linguagem são recursos comumente utilizados no texto poético como meio de
afastar-se do significado literal das palavras. A caracterização da figura de linguagem
sublinhada está adequadamente indicada em:
LITERATURA
3- (ENEM)
A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha
nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem
Rei, e dessa maneira vivem desordenadamente, sem terem além disto conta, nem peso,
nem medida.
GANDAVO, P. M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que
vulgarmente chamamos Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2004. (adaptado)
4- (UNICAMP)
O vento da vida, por mais que cresça, nunca pode chegar a ser bonança; o vento da
fortuna pode chegar a ser tempestade, e tão grande tempestade, que se afogue nela o
mesmo vento da vida.
VIEIRA, Antônio. Sermão de quarta-feira de cinza do ano de 1672. In: A Arte de Morrer. São
Paulo: Nova Alexandria, 1994. p. 56.
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5- O Barroco manifesta-se entre os séculos XVI e XVII, momento em que os ideais da Reforma
entram em confronto com a Contra-Reforma católica, ocasionando no plano das artes uma difícil
conciliação entre o teocentrismo e o antropocentrismo.
O estilo barroco chega ao Brasil pelas mãos dos colonizadores, sobretudo portugueses.
Desenvolve-se no século XVIII, 100 anos após o surgimento do Barroco na Europa, – recebe
influências tanto portuguesas quanto francesas, italianas e espanholas. Em Minas Gerais, a
expressão estética tanto deverá corresponder às solicitações dos elementos transpostos como
dos elementos locais espontâneos. Isso vai se verificar tanto em relação aos fatores estruturais,
como no que diz respeito às ideias, aos conhecimentos e valores.
(MACHADO, L. R. Barroco Mineiro. São Paulo: Perspectiva, 1983.
p. 167-169.)
I. Nascido da herança europeia, o barroco mineiro é uma arte que traz em si o diálogo entre sua
origem e um novo contexto, caracterizando-se como um meio de expressão ao mesmo tempo
barroco e mineiro.
II. O aspecto social contemporâneo à chegada do barroco a Minas contribuiu para que sua
organização fosse caótica e para que as características desse movimento acabassem
contrastando com a vida mineira.
III. Posto em contato com o clima de efervescência cultural e com as descobertas no campo
estético de Minas, o barroco mineiro rompeu com a ideia do barroco universal e se destacou pela
ambivalência.
IV. Os elementos transpostos pelos colonizadores apresentavam em suas raízes algumas
semelhanças com o universo mineiro, mas o poder instituído pela Academia Nacional de Belas
Artes encaminhou o movimento para rumos distintos.
6- Pequei, Senhor; mas não porque hei Se uma ovelha perdida e já cobrada
pecado, Glória tal e prazer tão repentino
Da vossa piedade me despido: Vos deu, como afirmais na Sacra História:
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado. Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada;
Cobrai-me; e não queirais, Pastor Divino,
Se basta a vos irar tanto um pecado, Perder na vossa ovelha a vossa glória.
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa que vos há ofendido, (MATOS, G. Poesias selecionadas. São
Vos tem para o perdão lisonjeado. Paulo: FTD, 1998. p.18.)
A análise desse soneto de Gregório de Matos permite identificar características barrocas, principalmente
suas contradições. A primeira característica se refere ao tema abordado pelo autor, onde o eu-lírico ora a
Jesus Cristo, Nosso Senho e Salvador, enaltecendo a fé católica e assim, colaborando com a “Arte da Contra
Reforma.”
No primeiro quarteto fica claro o ato de contrição, em que o eu-lírico humildemente se confessa pecador,
tentando garantir o seu perdão, mas deixando claro que sua falta não representa uma vontade de se distanciar
do Senhor e de se despedir de sua piedade, pelo contrário, que existe a confiança no empenho de Cristo em
salvar todos, mesmo em caso de novo erro. O conflito espiritual se faz presente junto com a angústia
causada pelo desejo de aproveitar a vida e a necessidade de salvação divina, concentrada na antítese que
enfoca o perdão e o pecado, como por exemplo, podemos utilizar o seguinte verso para demonstrar essa
antítese.
O “Cultismo” aparece na linguagem rebuscada e na forma de metáfora, onde despedir-se da piedade do
Senhor significa não desejar mais o perdão.
A parte final de “A Jesus Cristo Nosso Senhor”, dois tercetos, traz consigo a característica barroca do
“Conceptismo”, onde existe um jogo de ideias pautado num raciocínio lógico. Se existe a premissa
maior de que a glória e o regozijo de Cristo consiste em recuperar a ovelha perdida, ou seja , perdoar
o pecador, e se existe também a premissa menor de que eu sou pecador, e, portanto a ovelha perdida,
então conclui-se que o Senhor, para não perder a sua glória, buscará a sua ovelha perdida, “me
salvará”.
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