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Arte Na Educação
Arte Na Educação
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Profª. Cristiane Kreisch de Andrade
Profª. Elisiane Souza Saiber Lopes
Prof. Leomar Peruzzo
A553a
ISBN 978-65-5663-153-0
ISBN Digital 978-65-5663-154-7
CDD 707
Impresso por:
Apresentação
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático de Arte na
Educação. Esta é uma disciplina muito importante para a formação da
docência, pois ela possui uma dimensão formativa que possibilita que
as pessoas possam se transformar, bem como, transformar o que está
ao seu redor. Vamos refletir e adentrar no contexto da arte e, conhecer e
contextualizar acerca dessa expressão artística na atualidade frente a uma
dimensão educacional e social.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Bons estudos!
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 70
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 154
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 218
UNIDADE 1 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 —
A FUNÇÃO DA ARTE
1 INTRODUÇÃO
Desde o início dos tempos, o ser humano busca um espaço para expressar
suas ideias, sentimentos e emoções. Compreendemos então, que a preocupação
com a “arte” já ocorre desde a antiguidade, pois conforme menciona Azevedo
Junior (2007) em cada sociedade a arte é vista de modo peculiar, pois considerando
que cada sociedade possui sua própria cultura, influenciada por diversos valores,
como religiosos e ou artísticos. A arte, então, é representada, a partir das vivências,
valores e crenças dos seres humanos, sendo que cada grupo social a identifica de
modo diferenciado, segundo cada qual com a sua função. Será que a arte tem uma
função? E qual seria a sua função na sociedade?
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
4
TÓPICO 1 — A FUNÇÃO DA ARTE
Se a arte é considerada universal, por que isso pode acontecer? Para os grupos
étnicos o significado da arte é diferente, pois não pertencem ao mesmo contexto no
qual vivem, pois no convívio social em que vivem, não a separam do seu dia a dia.
Podemos compreender, então, que a arte tem uma função, porém é diferente em cada
sociedade, pois isso depende da tradição e da cultura de cada povo.
DADAISMO
DADAISMO SUPREMATISMO METAFÍSICA SURREALISMO
5
UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
Como vimos, ela possui muitas funções. As funções que a arte apresenta,
corrobora em demonstrar para que o objeto artístico serve, como vimos
anteriormente, depende do período histórico, da região geográfica, bem como,
dos aspectos relacionados a cultura de cada povo. Para entender melhor a função
que ela possui, foi necessário dividir em três perspectivas: pragmática ou utilitária,
naturalista e formalista. Vamos entender melhor cada função da arte.
2 FUNÇÃO PRAGMÁTICA
Uma pessoa pragmática pode ser considerada como uma pessoa prática,
ou seja, uma pessoa objetiva que procura solucionar seus problemas e conflitos,
com soluções simples e práticas para a sua vida. E assim é a arte também, na
função pragmática, é utilizada como um meio para conseguir alcançar um fim
que não é considerado artístico, ou seja, não é valorizada pelo que o objeto é,
e sim, pela finalidade que possui (EDUCAR BRASIL, c2020). Vamos entender
melhor a partir da observação da imagem a seguir:
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TÓPICO 1 — A FUNÇÃO DA ARTE
Em seu apogeu, a ilha de Marajó pode ter tido mais de 100 mil habitantes.
Entre eles havia diversos artistas, que fabricavam objetos cerâmicos ricamente
decorados, vasilhas. Estatuetas, urnas funerárias e adornos. [...] Os objetos
produzidos pelas culturas antigas estavam, muitas vezes, associados a rituais
que eram verdadeiros espetáculos artísticos, pois reuniam todas as manifestações
(música dança, adereços, vasos) (GARCEZ; OLIVEIRA, 2004, p. 15-16).
Por isso que na função pragmática a arte pode servir para fins práticos,
religiosos e ou políticos, porém não se questiona a perspectiva estética das peças,
somente a sua utilidade, ou seja, para que fim é determinada. Outro exemplo
de arte pragmática é percebido na Arte Egípcia, quando seus artesões criavam
muitas peças para serem utilizadas pelas pessoas no seu cotidiano, como é o
caso dos sarcófagos, vasos e jarros para armazenamento de alimentos e bebidas.
Também foi um povo que criou adereços, adornos, peças de cerâmicas e pinturas
em geral. Vamos visualizar um exemplo:
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
3 FUNÇÃO NATURALISTA
Na função naturalista, a arte é apresentada por meio do conteúdo que
a obra aborda. O principal objetivo dessa função é apresentar, como realmente
ela é, ou seja, o mais próximo da realidade. A obra torna-se tão simplória
que o espectador, não tem muitas dificuldades para compreendê-la. Vamos
compreender melhor essa função, observando a obra a seguir:
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TÓPICO 1 — A FUNÇÃO DA ARTE
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
4 FUNÇÃO FORMALISTA
Na função formalista, a preocupação é voltada para a forma e, considera
os elementos básicos da visualidade como cor, ponto, linha e textura, importantes
aspectos a serem considerados na elaboração da obra. A função formalista da arte
considera na produção artística a estrutura intrínseca existente na composição,
atribuindo mais valor na forma de apresentação da obra de arte. Com isso, sua
preocupação está direcionada para os valores, significados, bem como, pelos
motivos estéticos existentes na obra (EDUCAR BRASIL, c2020).
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TÓPICO 1 — A FUNÇÃO DA ARTE
FIGURA 8 – OBRA: ARLEQUIM COM GUITARRA. ARTISTA: JUAN GRIS. OBRA CRIADA EM 1917
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
12
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• As obras de arte, desde a antiguidade até os dias de hoje, nem sempre tiveram
a mesma função. Ora serviam para contar uma história, ora para rememorar
um acontecimento importante, ora para despertar o sentimento religioso ou
cívico, portanto, a arte é dividida em três funções: pragmática, naturalista e
formalista.
• Na função pragmática, o objeto artístico é criado para ser utilizado e ter uma
determinada utilidade.
• Foi só neste século que a obra de arte passou a ser pensada como um objeto
desvinculado de funções para propiciar experiência estética por seus valores
íntimos.
13
AUTOATIVIDADE
14
UNIDADE 1 TÓPICO 2 —
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, nós vamos refletir acerca da arte. Você, acadêmico, sabe
o que é arte e qual seu sentido para a vida do ser humano? Neste estudo,
compreendemos que a arte é conhecimento, pois é uma linguagem que possibilita
às pessoas interpretarem o contexto no qual estão inseridos de forma a relacionar
as percepções sensíveis e os saberes inteligíveis. Essa linguagem expressiva,
possibilita o desenvolvimento da consciência, da emoção, da criatividade, da
percepção, da imaginação e do conhecimento.
2 O QUE É ARTE?
Vamos parar um pouco nossa vida corrida e, imaginar sobre o que
podemos observar ao nosso redor. Você consegue listar o que você imaginou e, é
possível relacionar com a arte? Agora, pense em alguns móveis que você tem na
sua casa, os espaços que eles ocupam, como são? E as roupas que você escolhe
para utilizar? Que tipo de estampas as vestimentas possuem? Pense também
em revistas, livros, histórias em quadrinhos, utensílios domésticos, objetos
decorativos, enfim, verifique tudo o que circundam você. As placas, os outdoors,
panfletos, imagens e vídeos divulgados em redes sociais e nas diversas mídias. E
os filmes a que assistimos? E as músicas que ouvimos? Você já parou para pensar
que tudo isso é uma expressão e manifestação artística?
Afinal, o que é arte? Você sabe o que podemos afirmar como arte? Como
se aprende e se ensina arte? Vamos entender esse contexto. Podemos afirmar que
o universo da arte é muito amplo, pois envolve diversas linguagens artísticas.
Ponderamos que ela pode ser representada muito além das pinturas, desenhos,
esculturas, músicas, peças teatrais, entre outras linguagens. Hoje, a arte, por
meio da criação estética, está envolvida com muitas áreas do conhecimento
que socialmente se apresentam pela arquitetura, designer, moda, publicidade,
produção cultural, eventos, turismo etc.
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
[...] ver a experiência da arte de tal maneira que venha a ser entendida
como experiência. A experiência da arte não deve ser falsificada como
um fragmento da formação estética que está na sua posse e, com isso
não deve ter neutralizada sua reivindicação própria. Veremos que
nisso reside uma consequência hermenêutica de longo alcance, na
medida em que todo encontro com a linguagem da arte é um encontro
com um acontecimento não acabado e, ela mesma, uma parte desse
acontecimento (GADAMER, 1999, p. 171).
Ao ver, ouvir e sentir uma obra de arte, pode ser compreendido como
um encontro, mas para o filósofo Gadamer, nem sempre esse encontro significa
uma experiência, mas o acontecimento que reverbera no encontro por meio das
sensações provocadas é que ocasiona a experiência;
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TÓPICO 2 — PENSANDO SOBRE A ARTE
Para tanto, os sujeitos precisam estar “livres para” e “prontos para fruir”
inter-relacionando a arte com o seu meio social, ou seja, inter-relacionando o
objeto de arte ao meio social e interagindo com ele, mudando assim, seu modo de
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
ver e sentir as coisas ao seu redor. Umberto Eco (1991, p. 40) apresenta o seguinte
conceito de fruição de obra de arte: “[...] cada fruição é, assim, uma interpretação
e uma execução, pois em cada fruição a obra revive dentro de uma perspectiva
original. O filósofo explica que a ação fruitiva é relativa aos estímulos onde o
possível fruidor possa recompreender por meio da sensibilidade e da inteligência
numa perspectiva individual.
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TÓPICO 2 — PENSANDO SOBRE A ARTE
FIGURA 9 – OBRA: LÍMITE DE UNA PROYECCIÓN I. ARTISTA: DAVID LAMELAS. OBRA CRIADA
EM 1967
2.1 O ARTISTA
O artista é considerado como tal, devido à arte que produziu. Assim, o
artista é aquele que transmite sua ideia por meio da criação que está implícita em
sua obra de arte. Para compreender quem é e, como surgiu o artista, precisamos
voltar um pouco no tempo.
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
Conforme postula Costa (2004, p. 43), nem mesmo “Platão, um dos mais
importantes filósofos, ao conceber a sociedade perfeita, a República, dela excluía
o artista, que segundo ele, era uma espécie de imitador”. Em diversos povos
antigos, o artista também era tratado em diferentes posições sociais.
Desse modo, a corte precisava dos artistas, que passaram a ser contratados,
para “emprestar seu brilho” (COSTA, 2004, p. 44) aos mecenas. Foi nesse momento,
que os artistas passaram a viver na corte, colocando-se à disposição dos nobres,
emprestando, um tom humanista e intelectual ao reinado.
Conforme postula Costa (2004, p. 44), “os artistas eram sustentados por
eles, vivendo, na maioria das vezes, junto a seus mecenas, gozando de uma
proximidade inédita com o poder. Para isso, eram homenageados com títulos de
nobreza que lhes facultava o acesso à intimidade real”.
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TÓPICO 2 — PENSANDO SOBRE A ARTE
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
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TÓPICO 2 — PENSANDO SOBRE A ARTE
Foi com essa expansão que as artes chegaram no final do século XVI, na
qual começavam a se diferenciar das demais áreas de conhecimento, adquirindo
seu próprio espaço de atuação. Conforme postula Costa (2004), no século XV, os
artistas, como Leonardo da Vinci, eram além de pintores, escultores, desenhistas,
filósofos, matemáticos, arquitetos, engenheiros e cientistas. Já os considerados
artistas modernos se especializavam somente em sua área de atuação, ou seja,
eram pintores.
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
DICAS
A indústria cultural é aquela que produz em série e por meio de máquinas bens
culturais e artísticos. Confira a charge denominada “Indústria Cultural e Indústria de Massa”:
Quem estimula mais o cérebro: a televisão ou o livro?
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TÓPICO 2 — PENSANDO SOBRE A ARTE
FONTE: <https://www.meisterdrucke.pt/impressoes-artisticas-sofisticadas/Henri-de-Toulouse-
-Lautrec/198498/No-concerto,-1896-(zincograph).html>. Acesso em: 20 abr. 2020.
Devido a essas mudanças, Costa (2004) menciona que o campo das artes
ficou ainda mais complexo, pois trabalhavam lado a lado, o artista considerado
erudito que servia as classes abastadas, o artista popular que era contratado pela
indústria e o artista independente, que realizava suas criações em seu ateliê, e
assim, podia realizar experimentos acerca de novas possibilidades estéticas,
porém, também tinha aquele artista que desempenha todos esses papéis.
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
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TÓPICO 2 — PENSANDO SOBRE A ARTE
Desse modo, podemos inferir que a arte pode ser considerada como um
elemento fundamentalmente cultural. O conceito de arte está intrinsecamente
associado com as obras de arte, apesar de ser produzida por um artista, que
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TÓPICO 2 — PENSANDO SOBRE A ARTE
[...] a obra de arte diz algo a alguém, e isso não apenas como um
documento histórico diz algo ao historiador – ela diz algo a cada
um como se isso fosse dito expressamente a ele, enquanto algo atual
e simultâneo. Desse modo, vem à tona a tarefa de compreender o
sentido daquilo que ela diz e de torná-lo compreensível – para si e
para os outros (GADAMER, 2010, p. 6).
2.3 O ESPECTADOR
Acerca da relação existente entre o espectador e a obra de arte, diversas
áreas de estudos, como a antropologia, e ou sociologia já realizaram estudos
enfatizando a pesquisa ao espectador. Segundo Ramaldes (2016), um dos motivos
do estudo dessa relação é que o espectador é considerado como uma figura
fundamental para que a obra de arte se concretize.
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
Costa (2004) acrescenta que o papel do artista é tão importante, pois ele
consegue mudar o olhar do espectador diante daquilo que o cerca a sua volta,
“sem o público que percebe sua beleza e a transpõe para o seu cotidiano, a obra
de arte também não existiria” (2004, p. 132). Desse modo, podemos compreender
a importância para o artista, de quando apresenta sua obra de arte ao público,
ou seja, para perceber a reação do espectador diante da sua obra, ou seja, para a
participação do espectador na ressignificação de sua obra:
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TÓPICO 2 — PENSANDO SOBRE A ARTE
Desse modo, para Costa (2004), a obra de arte só ocorre por intermédio
da fruição do espectador, cuja intensidade depende de alguns fatores como, a
subjetividade, a constituição emocional do público acerca dos hábitos artísticos
e da competência dos artistas para direcionar o olhar do espectador para a obra
de arte.
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
DICAS
Para conhecer mais sobre a obra “Piscina”, de Jorge Macchi e outras obras de
arte contemporânea, conheça o Instituto Inhotim, localizado na cidade de Brumadinho, em
Minas Gerias. Acesse o site do Instituto pelo link: https://www.inhotim.org.br/visite/como-
chegar.
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TÓPICO 2 — PENSANDO SOBRE A ARTE
DICAS
FONTE: <https://www.inhotim.org.br/inhotim/arte-contemporanea/obras/viewing-machine/>.
Acesso em:18 jun. 2020.
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
FONTE: <http://arteinteratividade.blogspot.com/2011/06/arte-e-sua-interacao-moderna.html>.
Acesso em: 13 abr. 2020.
3 CRÍTICA DE ARTE
Para entender os sistemas que definem as artes e as regras que permitem
pensar as obras e suas potências culturais, é preciso conhecer as principais
correntes que buscam direcionar os olhares para as manifestações artísticas.
Platão tentou definir uma classificação para as artes em três categorias. Para ele,
as artes poderiam ser classificadas em “as que fazem uso da realidade, as que
produzem uma nova realidade e as que imitam a realidade” (SALES, 2019, p. 52).
Para o filósofo, a maior importância deveria ser dada para as artes que imitam ou
artes imitativas. Ele propôs a realidade em uma concepção pautada na divisão
entre a dimensão sensível e inteligível.
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TÓPICO 2 — PENSANDO SOBRE A ARTE
E
IMPORTANT
O artista não é um contemplador das ideias, mas sim aquele que produz
imagens sensíveis, produzindo aparências que estão desvinculadas da natureza
das coisas. Como as ideias pertencem ao mundo inteligível e os objetos ao mundo
sensível, o artista é um tipo de criador de aparências que não tem o conhecimento
sobre a natureza das coisas (SALES, 2019, p. 52).
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
E
IMPORTANT
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), assim como seu professor Platão, deixou textos
que abarcam diferentes assuntos, tais como como a ética, a biologia, a zoologia, a música,
a lógica, a física, a metafísica, o governo, a retórica, bem como as leis da poesia e do drama
(SALES, 2019, p. 58).
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
p. 103). Interpretar uma obra de arte requer identificar o tema proposto, o que ela
provoca pode ser um guia, pode basear-se em uma visão de mundo ou em teorias
de arte específicas e o foco são as obras de arte e não os artistas. Cada observador
pode ter uma visão diferente para a mesma obra de arte e toda obra de arte traz
conexões para outras obras de arte (BARRET, 2014).
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TÓPICO 2 — PENSANDO SOBRE A ARTE
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
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AUTOATIVIDADE
3 Para Cézanne, um quadro não representa nada. Ele é aquilo que perce-
bemos, o seu sentido não é aquilo que é transformado em ideia, em fala;
é aquilo que ele é, antes de ser enquadrado em qualquer tema ou teo-
ria. É algo que toca num determinado ponto singular da sensibilidade do
observador. Só se tem acesso à arte a partir da própria obra, através de
um contato direto com ela, um processo ligado à experiência e ao pen-
samento. É fundamental ir do conceito ao objeto e do objeto ao conceito.
Uma obra de arte é a soma de tudo que ela contém: forma, cor, linha, volu-
me, textura, gesto, conceito, ideia. Ela constrói um campo visual que soli-
cita do olhar o exercício do conhecimento e da imaginação. Partindo desse
pressuposto, acerca da obra de arte, analise as afirmativas:
42
Assinale a alternativa CORRETA:
43
44
UNIDADE 1 TÓPICO 3 —
1 INTRODUÇÃO
Penna (1995, p. 18) acrescenta a ideia de que “se a arte é uma forma de
expressão – de expressar emoções, ideias, vivências, é também uma forma de
comunicação”. Vygotsky nos ensina:
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
A arte é uma forma que o ser humano encontrou para se expressar sensível
e inteligivelmente. Desta maneira, no processo de construção do conhecimento,
os sujeitos libertos a se envolverem com as manifestações artísticas, sejam eles
estudantes, espectadores e ou pesquisadores e críticos de arte, desenvolvem
habilidades como identificar, selecionar, classificar, analisar, sintetizar a fim de
descobrir o que a arte tem a oferecer materialmente e imaterialmente, de forma
abstrata e concreta, real e ou imaginária.
Para Martins (2012) a arte não responde, mas “pergunta”, isso quer dizer
que as experiências com a arte são geradas de uma aprendizagem da interrogação
pela sensação, emoção e pela razão reflexiva e sensível que nos leva a criar
conceitos explicativos, mas interrogativos sobre a vida:
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TÓPICO 3 — ARTE COMO FORMAÇÃO SENSÍVEL E INTELIGÍVEL
3 ARTE E A SOCIEDADE
A arte representa o social em nós, conforme já mencionamos na fala
de Vygotsky (1999). Seu efeito se processa em um indivíduo isolado, isto não
significa que as raízes e essências sejam individuais. O autor ainda postula que o
social pode ser entendido como o homem e seus sentimentos, ou seja, não é algo
que acontece somente entre as pessoas. Pode acontecer no contato com imagens
ou pela história de um livro. Vygotsky (1999) nos ensina que seria ingênuo pensar
que o social acontece somente no coletivo, pois o social se processa também onde
há uma pessoa e suas emoções pessoais.
Por meio da arte as pessoas podem externar suas emoções, que por sua vez,
é resultante de um sentimento social “que foi objetivado, levado para fora de nós,
materializado e fixado nos objetos externos da arte, que se tornaram instrumento
da sociedade” (VYGOTSKY, 1999, p. 315). A arte como um instrumento da
sociedade, possibilita que as pessoas exteriorizem seus sentimentos, que para
Vygotsky (1999, p. 315) “seria correto dizer que o sentimento não se torna social,
mas ao contrário, torna-se pessoal, quando cada um de nós vivencia uma obra de
arte, converte-se em pessoal sem com isto deixar de continuar social”. O sujeito,
desta maneira, vivencia experiências significativas para o desenvolvimento do
seu processo imaginativo e criativo, tornando pessoal sua experiência, porém
seus sentimentos externados foram construídos em vivências sociais.
47
UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
Na arte, tudo que está internalizado vem à tona, tanto ao observar quanto
ao interagir com a obra de arte. Quem observa, analisa e ou participa do contexto
artístico é tomado por sensações, conhecimentos e memórias que influenciam
na leitura e ressignificação da arte. Para Vygotsky (1999), na arte o pensamento
depende de interpretações, do modo como são analisadas e percebidas as imagens,
os acontecimentos e quais sentimentos elas proporcionam, cujo resultado da
obra é a atividade fantasiosa do pensamento. A arte é fruto de um pensamento
emocional inteiramente específico.
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TÓPICO 3 — ARTE COMO FORMAÇÃO SENSÍVEL E INTELIGÍVEL
artísticos que puderam ampliar-se por meio da imagem fotográfica, dos vídeos,
bem como dos seus espaços expositivos e de apresentação que transcenderam
para espaços públicos e urbanos, bem como para espaços virtuais como é o caso
de museus e ou de provedoras de filmes, de música e das artes cênicas. Tudo
está em constante mudança numa velocidade acelerada. A arte atual, por sua
vez, busca se opor a essa velocidade para proporcionar a experiência estética que
não significa apenas estar no local e ou visualizar um objeto artístico e ou uma
apresentação. Mas significa que aquele momento realmente significou algo capaz
de transformar e ou mudar o pensamento do sujeito da experiência. Podemos
inferir então, que devido a essa constante mudança nos padrões estéticos da arte
que estão relacionados ao contexto histórico e social global, o sujeito também
se transforma conforme a sua subjetividade, considerando as suas percepções
individuais de afetamento através do olhar, do ouvir, do tocar, do degustar, ou
seja, da interação proporcionada pela arte da atualidade.
4 ARTE E A CULTURA
Compreendemos que a arte está ligada à cultura à medida que ela
representa a expressividade dos povos e, desta maneira, a arte pode ser uma
manifestação estética que diferencia os povos existentes na sociedade. A cultura,
além de manifestar hábitos, crenças e costumes de um povo, também influencia
na criação artística.
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
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TÓPICO 3 — ARTE COMO FORMAÇÃO SENSÍVEL E INTELIGÍVEL
5 ARTE E POLÍTICA
"Iniciamos fazendo alusão a Marcuse (1981), que postula que a arte não
pode mudar o mundo, porém ela contribui para ampliar a consciência de homens
e mulheres, para que possam mudar o mundo. Desse modo, vamos refletir acerca
da relação entre arte e política, que, conforme menciona Costa (2004) é de longa
data que essa relação sempre foi conflituosa e delicada. Para a autora a política
é um conjunto de relações de poder estabelecidas numa sociedade e ações que
visam a conservação do poder pelos grupos que têm e as que buscam obtê-lo, ou
seja, as ações revolucionárias (COSTA, 2004, p. 93)."
51
UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
Na Idade Média, quem tinha o poder absoluto da arte era a Igreja Católica
e a nobreza. As maravilhosas obras arquitetônicas evidenciavam o poder dos
feudais, bem como, do clero. Mas foi também, na Idade Média, que segundo Costa
(2004, p. 93), “as ciências tomaram consciência da importância e da racionalidade
da arte”, desse modo, colocou a arte num lugar privilegiado e digno perante a
comunidade científica, evidenciando, assim, seu papel político e ideológico.
"As grandes mudanças que ocorreram na arte foram, sem dúvida, com
a inserção da sociedade moderna. Conforme menciona Costa foi na sociedade
moderna que, favorecendo a profissionalização do artista e sua autonomia diante
das corporações de ofício, criou as condições para que se discutisse a função da
arte, a independência do artista e as suas relações com o poder (2004, p. 93)."
52
TÓPICO 3 — ARTE COMO FORMAÇÃO SENSÍVEL E INTELIGÍVEL
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
A arte busca criar diálogos com todas as áreas possíveis e, nessa relação,
permite questionar o pensamento e as ações das pessoas na sociedade em
que vivem, buscando mudanças de comportamentos. Entre tantas áreas do
conhecimento percebe-se que a arte vem se aproximando do ambiente natural
para desenvolver suas práticas artísticas a fim de contribuir com reflexões e
consciência sobre o espaço que é habitado.
54
TÓPICO 3 — ARTE COMO FORMAÇÃO SENSÍVEL E INTELIGÍVEL
FIGURA 20 – OBRA: SOUND WAVE (ONDAS DE SOM). ARTISTA: JEAN SHIN. OBRA CRIADA EM 2012
FONTE: <https://www.ecycle.com.br/3961-arte-e-meio-ambiente-ambiental-sustentavel-susten-
tabilidade>. Acesso em: 5 maio 2020.
55
UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
56
TÓPICO 3 — ARTE COMO FORMAÇÃO SENSÍVEL E INTELIGÍVEL
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UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
DICAS
FIGURA 24 – OBRA: A ORIGEM DA OBRA DE ARTE. ARTISTA: MARILÁ DARDOT. OBRA CRIADA
EM 2002
58
TÓPICO 3 — ARTE COMO FORMAÇÃO SENSÍVEL E INTELIGÍVEL
São obras de arte que se integram ao seu espaço da arte de tal maneira
que tudo que faz parte daquele contexto se torna a obra. Atualmente, artistas
exploram superfícies planas ou montanhas, lagos e mares ou o próprio céu, entre
outras possibilidades, considerando os elementos naturais como o vento, a chuva,
a neblina, o sol, a temperatura, os sons e toda a paisagem que rodeia a obra para
integrar-se ao projeto artístico.
FIGURA 25 – OBRA: SONIC PAVILION (PAVILÃO SÔNICO). ARTISTA: DOUG AITKEN. OBRA CRIA-
DA EM 2009
FONTE: <https://www.inhotim.org.br/en/inhotim/arte-contemporanea/obras/sonic-pavilion/>.
Acesso em: 18 jun. 2020.
59
UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
7 ARTE E TECNOLOGIA
Entre os séculos XIX e XX aconteceu uma grande revolução no mundo com
a invasão da tecnologia em todo o espaço por meio de suas fibras ópticas, levando
com uma rapidez as mensagens e o acesso às mais diversas informações. Já no
século XXI, a tecnologia é tão rápida que basta um toque das mãos para adentrar
no mundo tecnológico e ter acesso a todo o tipo de informação. Para Costa (2004,
p. 112) “o ritmo de vida passou por um processo crescente de aceleração e as
tecnologias se integraram umas às outras, formando conexões e aproximando
setores da vida humana anteriormente isolados”.
Desse modo, com o advento das mídias digitais, bem como, da comunicação
em rede, a arte também foi estimulada a explorar as novas possibilidades estéticas.
A arte teve que se adequar, não que os artistas deixaram de utilizar as técnicas
tradicionais, mas muitos artistas em busca do inusitado e de atrair o público,
ousaram em transformar suas produções em algo que envolvesse o espectador:
A fotografia, a vídeo arte, a internet arte, arte cibernética, bem como todas
as linguagens artísticas que se utilizam de alguma ferramenta tecnológica, alguma
mídia digital ou de algum processo tecnológico, são inovações que permitem
maior interatividade e ou uma ampliação das poéticas artísticas contemporâneas.
Percebemos que as artes visuais, a música, as artes cênicas, a dança, bem como
a própria literatura modificou a forma de apresentar suas produções. No século
XX, com a inserção da tecnologia na sociedade, muitos artistas vanguardistas
tiveram que repensar sua maneira de criar a arte, ou seja, buscaram questionar os
valores estéticos existentes nas suas próprias obras. Para compreender a função
interativa, vamos entender o contexto tecnológico na arte:
60
TÓPICO 3 — ARTE COMO FORMAÇÃO SENSÍVEL E INTELIGÍVEL
DICAS
61
UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
62
TÓPICO 3 — ARTE COMO FORMAÇÃO SENSÍVEL E INTELIGÍVEL
LEITURA COMPLEMENTAR
O que Efland (2005) coloca em discussão nesse momento é que para além
das tendências modernistas da arte na educação, os olhos daqueles que ensinam
e daqueles que apreendem não estão condenados a uma linearidade estanque, ou
seja, apreendemos e ensinamos paralelamente, num círculo que se faz de idas e
voltas na história. Nesse movimento não há lugar para verdades absolutas, nem
para a separação entre as questões relacionadas à construção de um olhar sensível
e dos conhecimentos apropriados; entre a arte e o contexto sociocultural.
64
TÓPICO 3 — ARTE COMO FORMAÇÃO SENSÍVEL E INTELIGÍVEL
Nesse aprendizado existe sempre uma escolha: por onde olhamos, o que
queremos ver e o que fazermos com o que selecionamos, percebemos e vemos –
apropriação – transformação – ressignificação. Por esse viés, podemos pensar na
apreensão do conhecimento “nos níveis da racionalidade (argumentação/reflexão)
e do sensível (emoção, intuição, percepção...). Ambos devem ser considerados nos
processos de aprendizagem, pois fazem parte do contexto cotidiano e, sobretudo,
da experiência humana” (PILLOTT, 2004, p. 53).
65
UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
66
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A arte busca criar diálogos com todas as áreas possíveis e, nessa relação,
permite questionar o pensamento e as ações das pessoas na sociedade em que
vivem, buscando mudanças de comportamentos.
CHAMADA
67
AUTOATIVIDADE
68
da capacidade de estabelecer conexões entre blocos de informação, uma
característica essencial do museu virtual é o fato do ambiente virtual ser
interativo, o usuário ganhando importância (BEARMAN, 1995). Partindo
desse pressuposto, realize uma pesquisa acerca dos museus virtuais
existentes e, escolha um para elaborar um folder explicando e apresentando
o museu. Compartilhe sua pesquisa com sua turma!
FONTE: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2010/resumos/R5-2227-1.pdf>.
Acesso em: 11 ago. 2020.
69
REFERÊNCIAS
AIDAR, L. Arte contemporânea. 2010. Disponível em: https://www.culturage-
nial.com/arte-contemporanea/. Acesso em: 8 ago. 2020.
70
Disponível em: http://www.anpap.org.br/anais/2010/pdf/cpcr/humberto_farias_
de_carvalho.pdf. Acesso em: 15 dez. 2019.
DEWEY, J. Arte como experiência. Tradução Vera Ribeiro. São Paulo: Martins
Fontes, 2010.
FERRAZ, M. H. C. T.; FUSARI, M.F. R., Arte na educação escolar. São Paulo:
Cortes, 2010.
71
GESTÃO EDUCACIONAL. Cubismo – O que é? Características, resumo, au-
tores e exercícios Disponível em: https://www.gestaoeducacional.com.br/cubis-
mo/. Acesso em: 18 jul. 2020.
GULLAR, F. A crítica de arte hoje. Folha de S. Paulo. São Paulo, 14 jun. 2015.
Disponível em: https://www.academia.org.br/artigos/critica-de-arte-hoje. Acesso
em: 4 dez. 2019.
72
SILVA, J. V. Obra de arte importância e função. 2009. Disponível em: http://en-
sinandoartesvisuais.blogspot.com/2009/04/obra-de-arte-importancia-e-funcao.
html. Acesso em: abr. 2020.
73
74
UNIDADE 2 —
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
75
76
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
1 INTRODUÇÃO
A arte é uma forma que o ser humano encontrou para se expressar. Desta
maneira, no processo de construção do conhecimento, o estudante desenvolve
habilidades como identificar, selecionar, classificar, analisar, sintetizar e, ao se
expressar, ativa estas habilidades devido a uma necessidade intelectual própria
na sua organização.
77
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
78
TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DE ENSINAR E APRENDER ARTE NO BRASIL
79
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
80
TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DE ENSINAR E APRENDER ARTE NO BRASIL
81
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
82
TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DE ENSINAR E APRENDER ARTE NO BRASIL
Cabe aos professores dessa geração lutar para que o espaço da sala de aula
não seja utilizado como espaço de recreação, desenho livre, trabalhos manuais,
reprodução de tarefinhas e trabalhinhos, tirando o direito dos alunos do contato
com as experiências artísticas. Não podemos permitir que o ensino de arte nas
escolas seja exercido somente como complemento de outras disciplinas, por meio
de pinturas de desenhos mimeografados, como atividade “livre” para preencher
lacunas de tempo, como atividade disciplinar para tranquilizar e distrair os
alunos, ou ainda, como atividades decorativas em festas escolares.
Assim como, não podemos permitir que o ensino de artes seja somente
um exercício livre e técnico, de uma concepção que tem por objetivo unicamente
fazer o aluno desempenhar uma função, operar, executar, mas propor práticas de
ensino para estimular que pensem sobre questões sociais, filosóficas, econômicas
e políticas, para tornar-se críticos e refletir sobre a arte em paralelo ao contexto
de vida atual:
83
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
4 PRÁTICA REFLEXIVA
Você já deve saber que existem diferentes práticas de ensino que são
regidas por várias concepções de ensino e avaliação. Nesse sentido, é possível
afirmar que algumas concepções contribuem com a aprendizagem dos alunos e
outras pouco contribuem para sua emancipação.
85
do eu articulado à vida cotidiana; a participativa, que promove a construção de
saberes por meio da colaboração e da participação e a descentralizadora, que visa
à superação da dicotomia entre a teoria e a prática, centrada na problematização
dos saberes experienciais.
Alguns autores do nosso país, como Freire (2003), Libâneo (2008) e Pimenta
(2008) destacam em seus estudos a formação e a prática do professor crítico e
reflexivo. Criar subsídios e fazer com que os professores reflitam sobre sua prática
é essencial nos dias de hoje, já que estamos inseridos em uma sociedade que
desafia os jovens, mas que sobretudo valoriza os alunos e seus saberes. Os autores
acima nos fazem refletir sobre a importância da formação inicial e a necessidade
da formação continuada, que devem fomentar a construção de concepções de
ensinar baseado nos fundamentos da formação crítico-reflexiva propondo para a
escola um profissional, que vai estar comprometido com a formação integral dos
alunos.
86
Alarcão (2003) menciona que a concepção de professor reflexivo se baseia
na sua capacidade de adaptar-se às diferentes realidades de uma sala de aula e no
contexto atual em que vivemos no mundo e na nossa comunidade:
87
[...] A reflexão-na-ação tem uma função crítica, questionando a
estrutura de pressupostos do ato de conhecer-na-ação. Pensamos
criticamente sobre o pensamento que nos levou a essa situação difícil
ou essa oportunidade e podemos, neste processo, reestruturar as
estratégias de ação, as compreensões dos fenômenos ou as formas de
conceber os problemas (SHÖN, 2000, p. 33).
Nesse sentido, para que um professor queira mudar sua prática pensando
na formação integral de seus alunos é necessária uma transformação de suas
ações. Atitudes de um professor não reflexivo devem ser substituídas por ações
88
crítico reflexivas. Essa mudança de concepção não acontece de um dia para
o outro, ou seja, essa mudança requer reposicionamentos, reconstrução de
concepções e que, o professor assuma uma postura crítica frente a sua prática.
Ser um professor crítico reflexivo irá depender fundamentalmente da visão do
próprio profissional frente às necessidades de seu trabalho, as necessidades de
se pesquisar e reconstruir sua prática pedagógica e sobretudo, as necessidades
de seus alunos, o que poderá levar a uma profunda transformação e o professor
deve estar preparado para tal ato.
89
A reflexão crítica, nesse contexto, se apresenta como um suporte
fundamentado para viabilizar essa transformação, utilizando os recursos teóricos
em conjunto com a prática pedagógica. Assim, o conhecimento adquirido
poderá certamente oferecer o subsídio necessário para a melhoria do trabalho
do professor. Acreditar na melhoria dessa prática através da reflexão, é conceber
a importância de ofertar às crianças e jovens uma educação com uma melhor
perspectiva e melhor qualidade. O professor deve sentir essa responsabilidade
e, dentro dos seus limites, favorecer essa mudança, esse certamente não é um
discurso meramente teórico, simplesmente porque ele é possível.
DICAS
90
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
91
AUTOATIVIDADE
I- Reflexão na ação
II- Reflexão sobre a ação
III- Reflexão sobre a reflexão na ação
92
UNIDADE 2 TÓPICO 2 —
1 INTRODUÇÃO
93
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
1. Conhecimento.
2. Pensamento científico, crítico e criativo.
3. Repertório cultural.
4. Comunicação.
5. Cultura digital.
6. Trabalho e projeto de vida.
7. Argumentação.
8. Autoconhecimento e auto acuidade.
9. Empatia e cooperação.
10. Responsabilidade e cidadania.
DICAS
2 EDUCAÇÃO INTEGRAL
A Educação Integral é tema de muitos estudos relacionados à educação
total do aluno. Essa forma de educação, prevê que o sujeito seja desenvolvido em
várias dimensões do seu conhecimento.
94
TÓPICO 2 — CONHECENDO AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
DICAS
Ela também prevê que o ensino de arte seja ofertado em uma proposta
de “educação integral”, em que o conhecimento em arte contribua com o
desenvolvimento dos alunos em vários aspectos. Mais do que conhecer os
conteúdos referentes à arte de uma maneira global, o aluno deve trazer para sua
realidade e refletir sobre várias questões do seu dia a dia (BRASIL, 2019). A Base
95
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
96
TÓPICO 2 — CONHECENDO AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
• mobilidade;
• dificuldade de aprendizagem;
• deficiência (física, mental...);
• desfavorecimento social, cultural.
97
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
conceitual da proposta da BNCC (2019) para a educação dos nossos alunos. Essa
estrutura nos faz pensar que a BNCC (2019), abre questionamentos e norteia a
prática do professor para que a educação, chegue a todos de maneira igualitária
e efetiva.
FONTE: <http://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/seb/curso/2773/unidade/1164/acessar?conti-
nue=true>. Acesso em: 1º jul. 2020.
98
TÓPICO 2 — CONHECENDO AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
99
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
100
TÓPICO 2 — CONHECENDO AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
do pressuposto que nossos alunos não são folhas em branco que já possuem seus
gostos musicais, repertórios que fazem parte do seu contexto social e presença
das mídias eletrônicas.
101
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
Sabemos que essa realidade ainda faz parte de algumas escolas pelo nosso
país, devido, muitas vezes, pela falta de qualificação por parte desses profissionais.
102
TÓPICO 2 — CONHECENDO AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
A linguagem das artes visuais foi por muito tempo, o foco das aulas de
artes na escola. Os primeiros cursos de formações de professores de artes, ou seja,
licenciatura, tiveram como foco as artes plásticas e posteriormente artes visuais.
Esses cursos tinham como concepção formar professores e consequentemente
alunos para atuar no mercado de trabalho, tendo como ênfase em suas práticas
metodológicas o ensino de desenho, seja ele geométrico ou livre. Atualmente, no
ensino de arte, seja ele dentro dos cursos superiores ou no contexto escolar, se
percebe grande relevância na relação do conhecimento sensível e inteligível de
todas as linguagens.
103
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
Partindo dessa ideia, podemos perceber que o jogo está no dia a dia dos
nossos alunos, principalmente no contexto infantil, quando estão brincando de
pega-pega ou pula-pula em uma festa de aniversário, correndo suados por entre
as mesas e cadeiras em uma sala de jantar, correndo entre os casais dançando em
uma festa de casamento, gritando no pátio da escola na hora do recreio, jogando
futebol, entre outras atividades.
104
TÓPICO 2 — CONHECENDO AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
Antes disso, porém, por um bom tempo a Educação Infantil não era
obrigatória e os pais somente inseriam as crianças na pré-escola para que elas
começassem a se adaptar àquele ambiente e se fortalecer para enfrentar o primeiro
ano da Educação Fundamental, antigamente denominada primeira série.
105
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
106
TÓPICO 2 — CONHECENDO AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
107
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
108
TÓPICO 2 — CONHECENDO AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
reconheçam na sociedade, que identifique as várias culturas que nos cercam, mas
principalmente, estimular para que sejam pessoas que respeitem as diferenças
em vários âmbitos da nossa sociedade.
109
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
110
TÓPICO 2 — CONHECENDO AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
111
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
112
TÓPICO 2 — CONHECENDO AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
CRECHES PRÉ-ESCOLA
113
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
114
TÓPICO 2 — CONHECENDO AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
115
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
produzidas pelo aluno, precisam ser socializadas com eles, para que os alunos
se percebam como parte do processo. Essa ação da fotografia também permite
a compreensão do trabalho realizado, uma vez que a ação é a materialidade e a
fotografia é a imagem.
DICAS
Caro acadêmico!
Torne a ação do desenvolvimento do portfólio um momento de pertencimento por parte
do aluno para com as atividades realizadas. Não deixe que se torne uma atividade sem
objetivo, pois muitos professores, por conta da quantidade de alunos em sala de aula,
acabam entretendo seus alunos com atividades rotineiras ou ainda deixando as crianças
brincarem em sala de aula, para poder montar esse material com o intuito, apenas, de exibir
para a direção da escola e ou pais. O portfólio precisa conter significado para todos que nele
participaram, principalmente para o aluno.
Desde cedo, a criança deve ter acesso à arte por meio da poética e da
ludicidade. Geralmente em países de terceiro, quarto e quinto mundo, muitas
crianças vão ter acesso à arte somente na escola. Os professores de arte
devem estar constantemente atentos ao contexto artístico global e rever suas
práticas. A importância da arte se dá pelo desenvolvimento da criatividade.
Independentemente da profissão que o aluno escolher, o mundo quer pessoas
criativas. Ideias que já existem, operações que já estão sendo feitas não precisam
ser reforçadas. Pessoas que se destacam, são aquelas que mostram o diferente.
116
TÓPICO 2 — CONHECENDO AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
117
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
DICAS
118
TÓPICO 2 — CONHECENDO AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
DICAS
119
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
120
TÓPICO 2 — CONHECENDO AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
121
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
em Arte.
4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação,
ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.
5. Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação
artística.
6. Estabelecer relações entre arte, mídia, mercado e consumo, compreendendo, de
forma crítica e problematizadora, modos de produção e de circulação da arte
na sociedade.
7. Problematizar questões políticas, sociais, econômicas, científicas, tecnológicas
e culturais, por meio de exercícios, produções, intervenções e apresentações
artísticas.
8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo
nas artes.
9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e
imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo (BRASIL, 2019, p.
198).
DICAS
123
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
124
TÓPICO 2 — CONHECENDO AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
DICAS
Para você ter acesso cinco aos campos de atuação social e acesso ao
documento da BNCC Ensino Médio, acesse o link a seguir: http://basenacionalcomum.
mec.gov.br/images/historico/BNCC_EnsinoMedio_embaixa_site_110518.pdf.
Mais uma dica importante aos professores de artes, é que nessa fase, o
estudo deve começar a partir do olhar em torno do contexto social e cultural dos
alunos. Para isso acontecer, é fundamental instigar os educandos sobre temas que
partem da sua realidade, ou seja, verificar seus interesses, suas inquietudes e o
que mais surgir de necessidade por parte deles.
125
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
DICAS
DICAS
126
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
127
• A área de linguagens e suas tecnologias no ensino médio priorizam cinco
campos de atuação social: campo da vida pessoal; campo das práticas de
estudo e pesquisa; campo jornalístico-midiático; campo de atuação na vida
pública; campo artístico.
128
AUTOATIVIDADE
129
130
UNIDADE 2 TÓPICO 3 —
1 INTRODUÇÃO
131
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
2.1 CRIAÇÃO
A dimensão denominada "criação" refere-se ao momento que os alunos
desenvolvem suas produções artísticas, de maneira individual ou coletiva e os
processos de aprendizagens são colocados em ação. O papel do professor é de
propor desafios durante o fazer artístico. No percurso desse processo, os alunos
devem ser estimulados a fazer escolhas e são colocados diante de desafios para
estimular sua reflexão e o senso criativo, essencial no mundo em que vivemos.
Quanto à criação a BNCC expõe:
132
TÓPICO 3 — PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM ARTE DE ACORDO COM A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
2.2 CRÍTICA
A dimensão denominada "crítica" assume a própria função da sua palavra.
O ato de criticar faz com que estudantes passem a conhecer, primeiramente,
o objeto em questão, seja uma obra de arte, como pintura, desenho, escultura,
instalação, ou ainda uma peça musical, uma performance artística, um vídeo arte,
uma dramatização, entre outros.
A partir do momento que o aluno faz essa leitura geral da obra de arte ele
pode criticar, no sentido de se aprofundar na sua história, contexto e trazer seu
ponto de vista. Assim, na BNCC, a crítica:
133
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
2.3 ESTESIA
A dimensão denominada "estesia" pode ser associada à dimensão
"fruição", pois elas andam muito próximas. A estesia, é um termo complexo, mas
que permeia entre as várias dimensões, mais especificamente, é irmã gêmea da
fruição e da expressão. A BNCC apresenta que a estesia:
134
TÓPICO 3 — PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM ARTE DE ACORDO COM A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
2.4 EXPRESSÃO
A dimensão denominada "expressão" é a materialidade, o momento da
prática, como por exemplo, eu me expresso cantando, me expresso desenhando,
me expresso dançando, me expresso interpretando, ela está muito nesse âmbito
subjetivo e individual. As pessoas utilizam diferentes formas para se expressar,
algumas de uma maneira e outras pessoas de outra. Assim na BNCC a expressão:
135
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
2.5 FRUIÇÃO
A dimensão denominada "fruição" é o momento individual do aluno com
a obra, onde ele tem a possiblidade de explorar elementos visuais, táteis e sonoros
ao observar a obra e ou a manifestação artística. Na BNCC, a fruição:
2.6 REFLEXÃO
A dimensão denominada "reflexão" está em tudo. Parte do professor e do
aluno, pois você não faz nada sem pensar, mesmo que seja inconscientemente
você está pensando. Se você vai fazer uma interpretação tem que pensar, tem que
refletir, ou seja, a reflexão é uma das dimensões que permeia todo o processo de
ensino aprendizagem em arte. Na BNCC, a reflexão “[...] refere-se ao processo
de construir argumentos e ponderações sobre as fruições, as experiências e os
processos criativos, artísticos e culturais. É a atitude de perceber, analisar e
interpretar as manifestações artísticas e culturais, seja como criador, seja como
leitor” (BRASIL, 2019, p. 193).
136
TÓPICO 3 — PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM ARTE DE ACORDO COM A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
137
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
138
TÓPICO 3 — PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM ARTE DE ACORDO COM A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
139
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
Objetos de
Áreas do co- Unidades Habilida-
Componentes Conheci-
nhecimento Temáticas des
mento
São nove
componentes
curriculares,
São cinco abrigados nas As unidades
áreas do áreas do conhe- temáticas defi-
conhecimen- cimento: língua nem um arran-
to, conforme portuguesa, jo dos objetos
Expressam
definidas nas arte, educação de conheci-
Referem-se as apren-
Diretrizes física e língua mento ao lon-
a conteú- dizagens
Curriculares inglesa (LIN- go do Ensino
dos, con- essenciais
Nacionais: GUAGENS), Fundamental
ceitos e relativas
LINGUA- matemática adequado às
processos aos objetos
GENS, MA- (MATEMÁTI- especificidades
mobiliza- de conhe-
TEMÁTICA, CA), ciências dos diferentes
dos em cimento
CIÊNCIAS (CIÊNCIAS componentes
diferentes que devem
DA NA- DA NATURE- curriculares.
habilida- ser assegu-
TUREZA, ZA), história Há unidades
des, relati- radas aos
CIÊNCIAS e geografia temáticas co-
vos a cada alunos nos
HUMANAS e (CIÊNCIAS muns aos anos
unidade diferentes
ENSINO RE- HUMANAS), iniciais e finais
temática. contextos
LIGIOSO. Há ensino religioso e unidades te-
escolares.
competências (ENSINO RE- máticas especí-
estabelecidas LIGIOSO). Há ficas para cada
para cada competências fase do Ensino
área. específicas esta- Fundamental.
belecidas para
cada um dos
componentes.
140
TÓPICO 3 — PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM ARTE DE ACORDO COM A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
Áreas do Aprendizagens
Componentes Habilidades
conhecimento Comuns
Os currículos
e as propostas
pedagógicas
As áreas do devem garantir
Para assegurar
conhecimento as aprendizagens
o desenvolvi-
definidas nas essenciais definidas
mento das com-
Diretrizes na BNCC e
petências espe-
Curriculares contemplar,
Os cíficas de área, a
Nacionais para sem prejuízo
componentes cada uma delas
o Ensino Médio da integração e
curriculares é relacionado
são: articulação das
obrigatórios um conjunto
1. Linguagens diferentes áreas
dessa etapa são: de habilidades,
e suas do conhecimento,
1. Língua que representa
Tecnologias, estudos e práticas de:
Portuguesa, as aprendiza-
2. Matemática • Língua Portuguesa;
2. Matemática. gens essenciais
e suas • Matemática;
Há a ser garantidas
Tecnologias, • Conhecimento
competências no âmbito da
3. Ciências da do mundo físico
específicas BNCC a todos
Natureza e suas e natural e da
estabelecidas os estudan-
Tecnologias, realidade social e
para cada tes do Ensino
4. Ciências política;
um dos Médio. Elas são
Humanas • Arte;
componentes. descritas de
e Sociais • Educação Física;
acordo com a
aplicadas. • História do Brasil e
mesma estrutu-
Há competências do mundo;
ra adotada no
estabelecidas • História e cultura
Ensino Funda-
para cada área. afro-brasileira e
mental.
indígena;
• Sociologia e
Filosofia;
• Língua inglesa.
141
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
142
TÓPICO 3 — PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM ARTE DE ACORDO COM A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
COMPETÊNCIA HABILIDADE
* Pesquisar o local;
*Observar o espaço e o que nele encontra;
* Se deslocar em uma * Avaliar o trânsito;
grande cidade. * Escolher o transporte mais rápido;
*Escolher o transporte mais econômico;
*Definir o melhor horário para o deslocamento.
FONTE: A autora
144
TÓPICO 3 — PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM ARTE DE ACORDO COM A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
DICAS
146
TÓPICO 3 — PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM ARTE DE ACORDO COM A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
outras. A nossa música brasileira, entre todos os estilos musicais, de nível nacional
ao local, merece também ser conhecida, apreciada, refletida e valorizada. Assim
como as danças, das clássicas até as populares.
147
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
LEITURA COMPLEMENTAR
Com uma escrita simples e acolhedora, esta obra, que existe há mais de
uma década, trata de um assunto não apenas atual, mas extremamente relevante
à Educação. Ana Rosa Abreu, ao coordenar a Série Palavra de Professor, da qual
esta obra faz parte, teve duas preocupações: primeiramente, escolher autores
que, além de atuarem na formação docente, também pudessem contribuir,
significativamente, às discussões atuais; depois, Abreu buscou selecionar assuntos
pertinentes às inquietações dos professores.
148
TÓPICO 3 — PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM ARTE DE ACORDO COM A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
149
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
FONTE: JUCHEM, Luiza de Salles. FIGHERA, Adriana Claudia Martins. O diálogo entre o ensino e
a aprendizagem. 2009. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/5861.
Acesso em: 16 out. 2020.
150
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
151
AUTOATIVIDADE
I- Criação.
II- Crítica.
III- Estesia.
IV- Expressão.
V- Fruição.
VI- Reflexão.
152
2 Baseados no estudo sobre competências e habilidades, vamos refletir
novamente. As competências são as potencialidades que cada um de nós
possui e as habilidades é o que as pessoas adquirem ao longo de suas vidas.
Observe o exemplo a seguir e mencione uma situação da “vida cotidiana”
e do “ensino de arte”:
COMPETÊNCIA HABILIDADE
* Pesquisar o local;
* Avaliar o trânsito;
* Se deslocar em uma grande * Escolha do transporte mais rápido;
cidade. * Escolha do transporte mais econômico;
* Definição do melhor horário para o
deslocamento.
EX.: COTIDIANO
153
REFERÊNCIAS
ALARCÃO, I. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Cor-
tez, 2003.
154
FUSARI, M. F. R.; FERRAZ, M. H.C. T. Arte na educação escolar. 2. ed. São
Paulo: Cortez, 2002.
LDB – Leis de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394. 1996. Disponível em: http://portal.
mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein. Acesso em: 16 out. 2020.
155
PILLAR. A.; VIEIRA. D. O vídeo e a metodologia triangular no ensino de arte.
Porto Alegre: UFRGS: Fundação Iochpe, 1992.
156
UNIDADE 3 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
157
158
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
1 INTRODUÇÃO
159
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
Ana Mae Tavares Bastos Barbosa, conhecida como Ana Mae Barbosa,
representa a pesquisa em arte na educação brasileira. Ela nasceu no Rio de Janeiro
em 1936 e foi morar quando criança em Recife. Ao perder os pais ainda criança,
ficou aos cuidados de sua avó materna, referência em sua educação. Cresceu, e ao
realizar um curso com o mestre Paulo Freire, trilhou os primeiros passos na arte e
educação. Ao compreender a necessidade de uma educação libertadora, dedicou-
se aos estudos, e foi aprovada em concurso para trabalhar como professora em
uma Escolinha de Arte em Recife (BARBIERI, 2013).
160
TÓPICO 1 — TEÓRICOS DA ARTE NA EDUCAÇÃO
Ao sair de Recife para fixar moradia em São Paulo, decidiu abrir uma
escola de arte e para aprofundar seus conhecimentos decidiu fazer o curso de
Mestrado. Ao solicitar uma bolsa de estudos para subsidiar sua pesquisa, recebeu
a resposta que arte e educação não eram área de pesquisa científica no Brasil.
Mesmo com dificuldades, foi para os Estados Unidos estudar na Universidade
de Yale, onde concluiu o Mestrado e ingressou no curso de Doutorado na
Universidade de Boston. Ao retornar ao Brasil, passou a trabalhar como professora
na Universidade de São Paulo onde trabalhou até sua aposentadoria e hoje ainda
atua como professora orientadora de pesquisas de doutorado (BARBIERI, 2013).
161
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
FONTE: O autor
162
TÓPICO 1 — TEÓRICOS DA ARTE NA EDUCAÇÃO
163
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
164
TÓPICO 1 — TEÓRICOS DA ARTE NA EDUCAÇÃO
Para o autor existem duas instâncias que nos movem para a construção
dos sentidos da vida e o conhecimento do mundo: a dimensão sensível que está
associada com a capacidade de sentir e a inteligível, que abarca o universo de
signos criados pela mente. Ambas possuem dinâmicas constantes e podem ser
desenvolvidas. Ele busca definir o produto da inteligência simbólica como conhe-
cimento inteligível e a capacidade de sentir como caminho para o saber sensível.
Nesse sentido, Duarte Jr. traz para a discussão a ideia de o verbo saber estar inti-
mamente conectada com o saborear por meio dos sentidos (CARVALHO, 2012).
Duarte Jr. (2001) aborda o termo estesia, que deriva do idioma grego
aisthesis, como o oposto da anestesia (a inexistência da capacidade de sentir),
deriva ainda deste termo a estética cunhada pelo filósofo Alexander von
Baungarten no século XVIII. Na atualidade, a estética como campo da filosofia,
estuda os fenômenos conectados com a arte, bem como dimensões filosóficas
voltadas para as experiências estéticas. Uma educação estética seria um modo de
buscar intensificar relações entre corpo e mundo. Para ele, uma educação estética
estaria ligada ao fato de que, temos um corpo que busca sobrevivência com prazer
e alegria em meio ao caos que a vida se apresenta e ainda temos a capacidade de
contemplar a beleza diariamente em pequenas doses (CARVALHO, 2012).
165
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
166
TÓPICO 1 — TEÓRICOS DA ARTE NA EDUCAÇÃO
4 FERNANDO HERNÀNDEZ
FONTE: <http://ordenadoresenelaula.blogspot.com/2007/09/hoy-entrevistamos-fernando-hern-
ndez.html>. Acesso em: 7 maio 2020.
167
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
168
TÓPICO 1 — TEÓRICOS DA ARTE NA EDUCAÇÃO
169
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
170
TÓPICO 1 — TEÓRICOS DA ARTE NA EDUCAÇÃO
171
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
172
TÓPICO 1 — TEÓRICOS DA ARTE NA EDUCAÇÃO
173
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
174
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• João Francisco Duarte Júnior propõe uma educação conectada com dimensões
sensíveis de modo que o inteligível e o sensível estabeleçam dinâmicas de
pensamento. O autor propõe a educação estética como possibilidade de
ampliação das dimensões sensíveis do corpo e que ele passaria da anestesia
para a estesia. Ela seria como um estado que potencializa o corpo diluindo
dualismos e cisões entre o saber inteligível e o saber sensível.
175
AUTOATIVIDADE
176
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( ) V – V – F – F.
( ) V – V – V – V.
( ) F – V – V – F.
( ) F – F – V – V.
177
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
178
UNIDADE 3 TÓPICO 2 —
1 INTRODUÇÃO
179
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
180
TÓPICO 2 — TEORIA E MÉTODOS DE PESQUISA EM ARTE E EM ARTE NA EDUCAÇÃO
181
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
2.1 A/R/TOGRAFIA
A Pesquisa Educacional Baseada em Arte (PEBA) sustenta bases
teórico-metodológicas para o desenvolvimento de conhecimento em percursos
de pesquisa com base na arte. Desta forma, surge a necessidade de conectar
dimensões como a arte, a pesquisa à docência em um processo que produz arte,
visualidades ou outras maneiras de criar inserções artísticas provenientes de um
percurso de pesquisa. Os atravessamentos entre estas três dimensões representam
a possibilidade de mergulhar nas áreas da arte permitindo a inserção da poética,
das linguagens e das teorias da arte como lugar de investigação no percurso de
desenvolvimento de conhecimento em arte e educação.
182
TÓPICO 2 — TEORIA E MÉTODOS DE PESQUISA EM ARTE E EM ARTE NA EDUCAÇÃO
183
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
184
TÓPICO 2 — TEORIA E MÉTODOS DE PESQUISA EM ARTE E EM ARTE NA EDUCAÇÃO
185
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
186
TÓPICO 2 — TEORIA E MÉTODOS DE PESQUISA EM ARTE E EM ARTE NA EDUCAÇÃO
187
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
188
TÓPICO 2 — TEORIA E MÉTODOS DE PESQUISA EM ARTE E EM ARTE NA EDUCAÇÃO
189
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
190
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Cada proposta de pesquisa possui um caminho próprio que pode ter ponto
de partida em conhecimentos já desenvolvidos naquela temática e traçar
percurso para a obtenção de avanços em determinada área.
191
AUTOATIVIDADE
192
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – F – F.
b) ( ) V – V – V –V.
c) ( ) F – V – V – V.
d) ( ) F – F – V – V.
193
194
UNIDADE 3 TÓPICO 3 —
PROJETO DE PESQUISA
1 INTRODUÇÃO
Mas toda pesquisa inicia-se pela definição do tema, podendo ser, muitas
vezes, uma tarefa árdua, pois dele derivam os textos que terá que estudar, conhecer
o que outros pesquisadores desenvolveram sobre o assunto e vislumbrar avanços
na área pretendida. Em nível de graduação, a área de conhecimento pode ser
espaço para definir temas, bases teóricas e possibilidades metodológicas. Ao
pensar nas definições para pesquisa podemos trazer ao centro das discussões
os procedimentos sistematizados para encontrar respostas para problemas
de diversas áreas. Quando um problema é identificado e não há informações
suficientes para que possamos buscar soluções, recorremos a iniciativas de
pesquisa para gerar informações, formular ou reformular teorias e por fim,
encontrar as soluções.
195
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
Outro fator que define os objetos da pesquisa é o tempo que cada percurso
de investigação pode levar para ser concretizado. Por meio de um cronograma de
leitura e de realização de tarefas podem-se organizar os tempos de acordo com
a velocidade de leitura e tempos disponíveis de cada pesquisador, portanto, o
primeiro passo na elaboração da proposta de pesquisa, que se faz necessário, é
o planejamento relacional e sistemático da intenção do estudo. A primeira etapa
de elaboração do projeto envolve o mapeamento de problemas, especificação
das pretensões da pesquisa, formulação de hipóteses, mapeamento de conceitos
e cronograma para a operacionalização das ações. Em algumas iniciativas
necessitam pensar nos recursos humanos e econômicos envolvidos. Dimensões
como processo, eficiência, prazos e metas estão em questão desde o início até a
fase conclusiva da pesquisa (GIL, 2002).
196
TÓPICO 3 — PROJETO DE PESQUISA
E
IMPORTANT
197
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
DICAS
Você tem interesse em continuar seus estudos? Para quem possui interesse
em avançar os estudos para uma Pós-Graduação em nível de Especialização, Mestrado e
de Doutorado há a necessidade de inserir-se em grupos de pesquisa e em programas de
pós-graduação. O pesquisador ao conduzir uma pesquisa, desenvolve a habilidade de gerar
dados, conhecer a base teórica escolhida, analisar os dados sob a ótica de determinada
teoria e esquematizar um relatório de pesquisa que explicite o caminho metodológico, a
teoria escolhida, os recursos de geração de dados, a análise dos dados e a resposta para a
questão problema apresentada inicialmente. As considerações finais buscam sintetizar os
conhecimentos gerados no percurso e responder à questão problema (ECO, 2008).
Uma dissertação e ou tese deve seguir alguns critérios básicos para ser realizada. Depois
de o projeto ser aprovado por uma banca examinadora, o pesquisador parte para o
desenvolvimento da pesquisa. Se a pesquisa estiver conectada com o campo empírico
deverá acessar seus participantes, se for o caso, ou elaborar os procedimentos para a geração
dos dados. Se a pesquisa for bibliográfica ou histórica, deverá organizar o cronograma e os
passos para que se possa levantar os dados (ECO, 2008).
198
TÓPICO 3 — PROJETO DE PESQUISA
NOTA
199
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
3.2 TEMA
O percurso inicia quando a tomada de decisão de um tema ocorre e desta
atitude, desencadeia-se a busca por delimitações. A escolha e delimitação de
um tema pode ser um caminho árduo e Gil (2002) propõe questionamentos que
podem ser úteis para que um tema seja formulado: O tema é de meu interesse?
Há relevância na pesquisa deste tema? Quais materiais bibliográficos existem e
estão disponíveis? Há tempo suficiente para pesquisar com profundidade o tema
escolhido?
O tema pode ser o primeiro passo para o início de uma pesquisa. Segundo
Gil (2002), a escolha de um tema pode ser tarefa fácil pela diversidade de áreas de
pesquisa e temas a serem explorados. O tema pode definir a direção a ser tomada
para a definição do aporte teórico. Toda modalidade de pesquisa exige atitude
proativa de modo que o desenrolar do percurso é conduzido pelo pesquisador. O
papel do orientador na escolha de um tema é fundamental, pois suas experiências
de pesquisa são capazes de guiar a delimitação do problema. A ação de orientar
e sugerir possibilidades direciona o estudante nos primeiros passos (GIL, 2002).
200
TÓPICO 3 — PROJETO DE PESQUISA
3.3 PROBLEMÁTICA
O problema de pesquisa pode ter variantes de acordo com a natureza
da pesquisa, a área de conhecimento e pode ser de ordem prática, conceitual ou
intelectual. O problema de ordem prática busca a aplicação direta dos resultantes,
ou seja, busca a solução de determinada questão, em determinado contexto. Os
problemas de ordem conceitual buscam o desenvolvimento de saberes de ordem
intelectuais ou filosóficos. A resposta do problema, ao final da pesquisa, pode
trazer importantes contribuições para tal campo de conhecimento. Em arte na
educação, os problemas podem estar conectados aos percursos de ensino e
aprendizagem da arte, com os contextos escolares e com os espaços não formais
de ensino (GIL, 2002).
201
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
uma pergunta que possibilita o desenrolar dos objetivos, geral e específicos, para
buscar possibilidades metodológicas que melhor conduzam a geração de dados e
a resolução da problemática por meio das análises. O problema pode desdobrar-
se em problemáticas menores que serão respondidas ao final da pesquisa.
Segundo Gil (2002), o problema deve ser formulado como uma pergunta
clara e precisa. Pode ser de ordem empírica, bibliográfica ou histórica. A
problemática deve ter alta possibilidade de solução e ser viável, considerando os
contextos da pesquisa, do pesquisador e da instituição onde ela está vinculada.
O apoio de profissionais como a orientação da pesquisa, instituição em que a
pesquisa está vinculada e a dedicação aos estudos podem definir o sucesso de
uma iniciativa de pesquisa. A seguir veremos os objetivos de pesquisa.
202
TÓPICO 3 — PROJETO DE PESQUISA
uso de verbos no infinitivo, estabelece a conexão com a ação a ser realizada. Como
exemplo temos: “[...] apontar, definir, descrever, organizar, selecionar, diferenciar,
documentar, criticar, formular, avaliar, sintetizar, analisar, compreender, entre
outros” (LAROCCA; ROSSO; SOUZA, 2005, p. 124). A seguir discutiremos os
caminhos metodológicos para pesquisas em educação.
203
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
DICAS
204
TÓPICO 3 — PROJETO DE PESQUISA
DICAS
DICAS
205
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
DICAS
207
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
208
TÓPICO 3 — PROJETO DE PESQUISA
210
TÓPICO 3 — PROJETO DE PESQUISA
A arte existe para que possamos nos expressar. Dizemos por meio
dela aquilo que não conseguimos comunicar de outras maneiras.
As diversas formas artísticas existem para responder às diferentes
necessidades de expressão do ser humano. Uns se manifestam pela
música, pelo teatro, outros pela poesia. Há aqueles que se expressam
pelas artes plásticas e outros ainda pela dança (STRAZZACAPPA,
2009, p. 40).
211
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
212
TÓPICO 3 — PROJETO DE PESQUISA
213
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO
Conclusão
214
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
215
AUTOATIVIDADE
216
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – F – V.
b) ( ) V – V – V – V.
c) ( ) F – V – V – V.
d) ( ) F – F – V – V.
217
REFERÊNCIAS
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