Você está na página 1de 125

Lorenna Borges

Lorenna Borges
Faculdade Redentor
Arquitetura e Urbanismo

Lorenna Correia Borges


TCC 1

Thiago Maia
Orientador

Itaperuna, RJ
Setembro, 2014
Sumário

Entorno Imediato

Resumo.……………………………………………………….….04 Cheios/vazios…………………………………………………….28

Introdução………………………………………………...…….05 Usos e funções………………………………………………..…29

Justificativa e relevância do tema……………………………...06 Tipologia Arquitetônica………………………………………….30

Histórico do centro cultural…………………………….……….10 Gabarito…………………………………………………………..36

Sistema Viário…………………………………………..............38

Aspectos Fisiográficos

Localização……………………………………………………….13 Legislação ………………………………………………….…...41

Histórico da ocupação……………….………………………….15 NT -10 Saídas de emergência…………………………….….45

Mapa desenvolvimento urbano……………………………...…20 NBR 9050/2004………………………………………..………...45

O tombamento……………………………………………….......21

O terreno…..…………………………………………………......23 Manifestações culturais locais

Carnaval……………………………………………………….….46
Boi Pintadinho ou Boi Malhado………………………….……..47

Folia de Reis…………………………………………………......53

Associação de Afrodescendentes de Muqui……….………...61

Grupo Cultural ETC………………………………………...…...63

FECIN……………………………………….…………………….64

Muqui na Passarela…………………………………………......66

Logomarca…………………………………….……………...….69

Referências Projetuais…………………………...……………..70

Programa de necessidades básicas…………………………..81

Referências.………………….…..………………………………85

Anexo 1 – Controle urbanístico………….……………………..89

Anexo 2 – Centro Cívico Municipal………....…………………90

Anexo 3 – Diagnóstico de danos………………..……………105

Anexo 4 – A proposta de intervenção……………………..…120

Anexo 5 – Estudo da forma……………….…….…………….121

Parecer do Orientador…………………………….……….…..123
Resumo

Este trabalho trata da implantação de um Centro


Cultural na cidade de Muqui-ES, a fim de suprir a carência de
informação da população em relação à própria história e de
levar a todos que queiram, mais uma opção de cultura e lazer
na cidade.

Para isto, utilizou-se de pesquisas bibliográficas com o


objetivo de conhecer melhor a cidade e os fatores importantes
a serem considerados no projeto arquitetônico.

4
Introdução Possui fácil localização e acesso aos principais equipamentos
urbanos e atividades culturais e econômicas da cidade.

Muqui está localizada ao sul do Espírito Santo e conta Acredita-se que os Centros Culturais tiveram origem na
hoje com um grande acervo de bens imóveis tombados em antiguidade clássica, porém, somente no século XIX surgiram
esfera estadual. Possui também uma cultura muito rica que é os primeiros Centros Culturais que serviram de referência
representada pelo do carnaval de Boi Pintadinho, Folias de para a criação dos demais.
Reis e outras manifestações.
Para conhecer melhor os fatores que são importantes á
Devido ao fato de ser considerado o maior sítio realização deste trabalho, utilizou-se de pesquisas
histórico do estado do Espírito Santo, Muqui atrai visitantes de bibliográficas em livros, artigos e sites da internet, coleta de
diversos lugares a fim de conhecer a cidade. dados, levantamento dos imóveis tombados para análise
tipológica e levantamentos documentais em visitas à
Apostando no desenvolvimento cultural da cidade,
prefeitura da cidade de Muqui.
propõe-se a implantação de um Centro Cultural em Muqui
denominado Centro de Cultura e Folclore, e este terá como
objetivo levar a todos que queiram conhecer mais sobre a
cidade um pouco da história e cultura local.

O terreno escolhido para a implantação do projeto está


localizado à Avenida Vieira Machado, no centro de Muqui.

5
Justificativa e relevância do tema

Muqui se destaca no cenário capixaba por seu acervo


arquitetônico preservado com 227 imóveis tombados em
esfera estadual (Resolução CEC Nº 003/2012), sendo
considerado o maior sítio histórico do estado do Espírito
Santo.

Além do patrimônio físico material, tem-se ainda o


imaterial que é composto por um rico folclore representado
pelo Carnaval do Boi Pintadinho, que há mais de 70 anos está
presente na cultura da cidade, inicialmente em festas
religiosas como a de São João Batista, em junho, sendo a
tradição levada mais tarde para o carnaval (CIRILLO, online)
(Fig. 1), e o Encontro Nacional de Folia de Reis realizado
anualmente na cidade e que, segundo historiadores, é o
Fig. 1 – Carnaval Boi Pintadinho - Muqui
maior e mais antigo encontro folclórico do Brasil (CIRILO,
online) (Fig. 2). Estes dois eventos caracterizam as principais Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=162

manifestações artísticas e culturais da cidade.

6
Apesar de toda a riqueza arquitetônica e cultural da
cidade, comprovou-se através de pesquisas a carência de
informação da população em relação à própria história, visto
que não é oferecido nenhum tipo de incentivo à educação
patrimonial no município, sendo que atualmente, os únicos
locais disponíveis para conhecer essa história é a casa da D.
Ney Rambalducci (Fig. 3), historiadora, que gentilmente abre
sua casa à visitação, e o Museu Virtual da Câmara de
Vereadores de Muqui (Fig. 4).

Fig. 2 – Folia De Reis - Muqui

Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=164

7
Fig. 4 – Site Câmara Municipal de Muqui

Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp/

Outro local que foi destinado à cultura na cidade é a


antiga estação de trem, atual rodoviária (Fig. 5), que na
década de 1990 foi modificada, sendo adaptada para atender
à Secretaria de Turismo, Biblioteca Municipal Cyro Duarte,
Fig. 3 – Casa D. Ney Rambalducci
Casa do Artesão e um pequeno auditório (SEBRAE/ES,
Fonte: arquivo pessoal. Data: abril, 2014
online). Este local foi denominado Centro Cultural Wolfango
Ferreira e, posteriormente, Centro Cultural Emanuel Britto
Ribeiro, porém atualmente encontra-se em desuso destas

8
funções abrigando somente a Secretaria de Agricultura e Percebendo esta carência, vê-se a oportunidade de
Meio Ambiente, uma loja de artesanato que atualmente está criar um Centro Cultural em Muqui com o objetivo de levar à
fechada e o auditório interditado por más condições de uso. toda população e visitantes a história e a cultura da cidade.
Será um local também onde as pessoas e os grupos culturais
da cidade poderão promover a cultura e incentivar novas
manifestações artísticas. As pessoas poderão interagir
diretamente com a cultura, folclore e arte local, favorecendo
assim o fluxo de pessoas na cidade que poderá impulsionar o
turismo, sendo mais uma opção de lazer para os visitantes e
o comércio local, que com o aumento de pessoas na cidade,
aumenta o dinheiro em circulação e pode favorecer a criação
de novos empreendimentos para atender às necessidades
desse público.

Fig. 5 – Rodoviária, antigo centro cultural de Muqui.

Fonte: Arquivo pessoal. Foto: Lorenna Borges Data: abril, 2014.

9
Histórico do centro cultural

Os centros culturais são instituições criadas com


o objetivo de se produzir, elaborar e disseminar
práticas culturais e bens simbólicos, obtendo o
status de local privilegiado para práticas
informacionais que dão subsídios às ações
culturais. São espaços para se fazer cultura viva,
por meio de obra de arte, com informação, em
um processo crítico, criativo, provocativo, grupal
e dinâmico (NEVES, 2012).

De acordo com Ramos (2007), a origem dos centros Fig. 6 – Imagem Representativa Biblioteca de Alexandria.

culturais está ligada à antiguidade clássica, onde a Biblioteca Fonte: http://blogs.fanbox.com/SinglePost.aspx?pbid=2034853&post=


de Alexandria foi caracterizada como a pioneira no assunto, 2639333&bts=50
composta de um amplo programa que continha jardins,
observatórios, salas de trabalho, espaços para culto ás
Foram criados no século XIX os primeiros centros
divindades, dentre outros.
culturais, denominados “Centros de Artes”, porém somente
em 1977 foi inaugurado, na França, o primeiro edifício
denominado centro cultural, o Centre National d’Art et Culture
Georges Pompidou(Fig. 7) (RAMOS, 2007).

10
Centro Cultural São Paulo (Fig. 9), ambos em São Paulo
(NEVES, 2012).

Fig. 7 – Centro Nacional de Arte e Cultura George Pompidou

Fonte: http://blogs.fanbox.com/SinglePost.aspx?pbid=2034853&post=

2639333&bts=50 Fig. 8 – Centro Cultural do Jabaquara, SP.

Fonte: http://shieh.com.br/CENTRO-CULTURAL-JABAQUARA

No Brasil começou-se a falar em centros culturais na década


de 1980, sob influência dos países europeus. Neste período
foram criados o Centro Cultural do Jabaquara (Fig. 8) e o

11
Fig. 9 – Centro Cultural São Paulo, SP.

Fonte: http://www.centrocultural.sp.gov.br/aviso.html

De acordo com Neves (2012), no Brasil os centros


culturais vêm surgindo através de investimentos pelas leis de
incentivo à cultura, tendo visto que os órgãos públicos são os
principais realizadores destes espaços.

12
Aspectos fisiográficos

Localização

A cidade de Muqui está localizada ao sul do Espírito


Santo na microrregião Centro Sul (fig. 11), que compreende
as cidades de Apiacá, Atílio Vivácqua, Castelo, Cachoeiro de
Itapemirim, Jerônimo Monteiro, Muqui, Mimoso do Sul e
Vargem Alta. Distante 180 km da capital, Vitória (fig. 12), seu
território possui uma extensão de 327,490 m². De acordo com
dados do IBGE (Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística)
de 2013 sua população estimada é de 15.438 habitantes.

Fig. 10– Brasil – Espírito Santo

Fonte: http://baudaweb.blogspot.com.br/ - Adaptado por Lorenna Borges

13
Fig. 11 – Espírito Santo – Microregiões – Microregião Centro Sul - Muqui

Fonte: http://www.ijsn.es.gov.br - Adaptado por Lorenna Borges

14
Histórico da ocupação

Inicialmente Muqui era habitada por índios Puris, mas


não se tem registros de quando abandonaram o local. Consta
em arquivos que a colonização iniciou-se por posseiros de
nomes João Corumbá e Henrique Alemão aproximadamente
no ano de 1840, na região do Vale do Sumidouro, próximo da
serra dos Pirineus. Em 1849 José Pinheiro Souza Werneck
vindo de Valença-RJ, chega à região do Sumidouro onde
adquire terras em que será implantada mais tarde, no ano de
1852, a fazenda Santa Tereza, caracterizando o primeiro
núcleo populacional. Com o aparecimento de mais fazendas à
beira do ribeirão Muquy a povoação passa a ser chamada,
em 1853, de Arraial dos Lagartos (Fig. 13) (CIRILLO, online)

Fig. 12 - Distância Muqui x Vitória 180 Km

Fonte: http://www.ijsn.es.gov.br - Adaptado por Lorenna Borges

15
Em 1890 o povoado foi desmembrado de Cachoeiro de
Itapemirim e anexado a São Pedro de Alcântara de
CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM Itabapoana e no mesmo ano, a partir do decreto 53/1890 em
JERÔNIMO MONTEIRO

11 de novembro de 1890 foi anexada a Calçado (CIRILLO,


Fazenda Verdade
online).
Fazenda São Luiz
Fazenda Santa Rosa
Em 1902 é inaugurada no povoado a estação
Fazenda São Gabriel
ferroviária Leopoldina (fig.14), que liga Vitória ao Rio de
Fazenda Primavera
ATÍLIO VIVÁCQUA Janeiro, que teve importante papel na economia local por
Fazenda São João
MUQUI
Fazenda São Francisco
facilitar o escoamento da produção cafeeira da região e trazer

Fazenda Entre Morros


Fazenda Boa Esperança os imigrantes libaneses, portugueses, espanhóis e italianos
que ajudaram no processo de desenvolvimento da cidade. A
Fazenda Santa Tereza,
Fazenda Santa Rita Sumidouro partir desta ocasião pode-se perceber o desenvolvimento do
vilarejo em torno da ferrovia (Fig. 15). Após a inauguração da
linha férrea o vilarejo passa a chamar-se estação do Muquy
MIMOSO DO SUL
Perímetro Urbano
(IBGE, online).
Limite Municipal

Núcleos Populacionais
N

Rio Muqui

Fig. 13 – Arraial dos Lagartos

Fonte: Lorenna Borges. Data: abril de 2014.

16
Fig. 15 – Muqui, 1910.

Fonte:http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=143

Em 1911 o vilarejo volta a ser distrito de Cachoeiro de


Itapemirim, e mais tarde, em 22 de outubro de 1912, com a
emancipação política passa a se chamar Vila de São João do

Fig. 14 – Muqui, 1902 – Inauguração Estação Ferroviária Leopoldina.


Muquy (Fig. 16) em homenagem ao padroeiro da cidade, São

Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=143
João Batista (CIRILLO, online). A vila neste momento
constitui-se de dois distritos: São João do Muquy e São
Gabriel do Muquy que permanecem até mais tarde, quando

17
em 1923, São João do Muqui passa a categoria de cidade
(IBGE, online).

Fig. 16 – Mapa São João do Muqui (S/d)

Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=143

Em 1943 São João do Muqui passa a se denominar


Muqui e o distrito de São Gabriel denominar-se Camará
Fig. 17 – Muqui - Divisões administrativas
(IBGE, online), como permanece até os dias atuais (fig. 17).
Fonte: http://www.ijsn.es.gov.br

18
É possível observar na cidade que muitos dos demolidas para dar espaço às novas, fazendo com que
a cidade aos poucos perca a coerência volumetria e
casarões construídos nas décadas de 1920 e 1930 são sua harmoniosa relação com o ambiente natural que a
cerca (p. 24).
preservados até hoje, caracterizando o período de expansão
da produção cafeeira e desenvolvimento da cidade.
Presenciando tais modificações no contexto urbano da
Segundo Gonzaga (2005): cidade, em 1988 foi enviado pelos moradores um abaixo

A organização espacial do ambiente urbano sofreu assinado ao Conselho Estadual de Cultura solicitando o
grandes transformações em determinados trechos. A
tombamento da cidade.
partir da década de 50, a cidade passa por um novo
surto desenvolvimentista, após curto período de
decadência econômica provocada pelos efeitos
retardados da crise de 1929, nessa época a indústria e
o comércio são novamente incrementados. No campo
da arquitetura, nos anos 50, os modernistas
encontram-se em plena atividade por todo país,
principalmente na capital federal, com a qual Muqui
possui estreitas relações comerciais por via ferroviária.
Novamente a cidade volta a crescer e algumas
edificações de antiquadas começam a ser substituídas
por outras de feições mais “modernas”. Após esse
breve surto de desenvolvimento, Muqui cai novamente
no ostracismo econômico.
As décadas de 80 e 90 são marcadas por um
crescimento acelerado da malha urbana,
principalmente pela ocupação desordenada dos morros
periféricos da cidade, o que não significa que no
período citado o município esteja passando novamente
por outro surto de desenvolvimento. Esse crescimento
da malha urbana é ocasionado pela contínua expulsão
do homem do campo devido à redução da oferta de
trabalho na região. Nesse momento terrenos vagos são
reparcelados e ocupados, edificações “velhas” são

19
487

488

171
A 171
172

PRANCHA: MUQUI - ESCALA 1/4000


ORIENTADOR: THIAGO MAIA
ALUNA: LORENNA BORGES
MAPA DE CRESCIMENTO DE MUQUI LEGENDA
ESCALA: 1/15000 ARRAIAL DO LAGARTO. A PARTIR DE 1853 RIO MUQUI

A PARTIR DE 1919

A PARTIR DE 1940
0 100 500 1000 2000

A PARTIR DE 1970

20
O tombamento

De acordo com a cartilha “Patrimônio histórico: como e por


que preservar” (2008), o tombamento:
É um conjunto de ações, realizadas pelo poder público
e alicerçado por legislação específica, que visa
preservar os bens de valor histórico, cultural,
arquitetônico, ambiental e afetivo, impedindo a sua
destruição e/ou descaracterização.

Apesar dos pedidos dos moradores, somente em 1998


iniciou-se o processo do tombamento da cidade, feito pelo
Conselho Municipal de Cultura, onde 186 casarões foram
incorporados no processo (Lei nº 070/99). Dez anos depois,
em 05 de novembro de 2009 a SECULT (Secretaria Estadual
de Cultura) decide tombar a cidade a nível estadual, num total
de 299 mil metros quadrados, e abrangeu quase toda a área
urbana, principalmente a avenida central da cidade (Fig. 18).
Nela contém os principais imóveis construídos na década de Entorno Imediato (EI) Poligonal de tombamento (PT)

Entorno Imediato Especial (EIE) Poligonal de Entorno (PE)


1920, que contam a história do ciclo cafeeiro na região.

Fig. 18 – Poligonal de Entorno (PE), Entorno Imediato e Entorno imediato


especial.

Fonte: Resolução CEC Nº 003/2012

21
Pelo fato de Muqui ser uma cidade rodeada por
montanhas, viu-se a necessidade de determinar áreas de
preservação ambiental e paisagística (Fig. 19) que
compreende as áreas de preservação ou conservação dos
recursos naturais e dos equipamentos ambientais e de
paisagem (CEC nº 003/2012), definindo regras que ajudam no
planejamento e ordenamento do sítio histórico e em algumas
áreas proíbem a construção de novas edificações (área non-
aedificandi) a fim de garantir a integridade ambiental do local
(Fig. 20).

Área de Preservação Ambiental e Poligonal de tombamento (PT)


Paisagística (APAP)

Fig. 19 – Área de Preservação Ambiental e Paisagística (APAP)

Fonte: Resolução CEC Nº 003/2012

22
O terreno

Para a implantação do projeto, foi feita uma análise do


perímetro urbano de Muqui dando maior destaque à área
central da cidade, a fim de encontrar um local que atendesse
com o fácil acesso, o fluxo das pessoas e as necessidades do
projeto (Fig. 21).

Área non-aedificandi Poligonal de tombamento (PT)

Fig. 20 – Área non-aedificandi

Fonte: Resolução CEC Nº 003/2012

Área central, aprox. 300 m

Fig. 21 – Perímetro Urbano Muqui

Fonte: Google maps – Adaptado por Lorenna Borges

23
O terreno escolhido fica situado à Avenida Vieira O terreno engloba uma edificação existente, que faz
Machado, no centro de Muqui. O principal fator levado em parte do acervo de bens imóveis com interesse de
consideração para a escolha do mesmo foi o fácil acesso por preservação. Trata-se do Centro Cívico Municipal.
estar situado no eixo principal da cidade onde se concentram
De acordo com Rambalducci (2013), O Clube foi
a maioria das atividades culturais e econômicas. (Fig. 22).
fundado em novembro de 1947, porém não possuía sede
própria, tendo seus eventos realizados no salão nobre da
Prefeitura Municipal. Após alguns anos, foi feita uma
mobilização, arrecadando verba para a compra de um edifício
Fig. 22 – Aproximação Centro
para ser a sede do clube.
Fonte: Google maps – Adaptado por Lorenna Borges

Em 1954 foi lançada a pedra fundamental, dando início


às obras de reforma do edifício, que foi inaugurado anos mais
tarde, em 1960. (RAMBALDUCCI, 2013)

O Clube, um edifício de dois pavimentos, era composto


por um salão de festas onde eram promovidos os bailes da
cidade e um campo de futebol de salão. No pavimento térreo,
Avenida Vieira Machado Terreno
além das dependências do clube, situava-se também uma loja
de tecidos e aviamentos. Mais tarde, com as mudanças de
presidência do clube, foram feitas obras de melhoria,

24
acrescentando uma área externa para bar, sauna, vestiários e
piscinas. (RAMBALDUCCI, 2013)

Atualmente o Centro Cívico Municipal se encontra


desativado. A área de lazer externa está totalmente
degradada e a quadra já não existe mais. As Piscinas
também não possuem mais utilidade, devido ao seu estado
de conservação. O andar térreo foi muito modificado, e a loja
existente foi transformada em duas salas comerciais (Fig. 23).

Fig. 23 – Centro Cívico Municipal

Fonte: Google maps – Adaptado por Lorenna Borges

25
Quanto às análises do entorno, Muqui não possui principal referência por estar localizado em frente ao terreno,
transporte público municipal, mas por se tratar de uma cidade sendo também o principal ponto de encontro de pessoas.
pequena, é possível caminhar pelo centro e bairros próximos
da cidade em um curto espaço de tempo. A avenida que foi
escolhida para a implantação do projeto, possui pontos de
ônibus intermunicipal, praça de táxis, e a presença da
rodoviária, tornando viável o fácil acesso ao local para quem
chega à cidade de ônibus.

No comércio, o entorno oferece os serviços como, lojas


de roupas, supermercados, padaria, bar, lanchonetes e
restaurantes.

Por estar localizado na avenida principal da cidade, o


terreno possui fácil identificação e no entorno também é
possível encontrar pontos referenciais importantes (Fig. 24)
que ajudam na localização, como o Teatro Neném Paiva,
Escola de Música Manoel Vicente de Castro, Igreja matriz
São João Batista, Escola de 1º grau Marcondes de Souza,
Prefeitura Municipal e o Jardim Público Municipal, que é a

26
Terreno Esc. Marcondes de Souza Igreja Matriz

Jardim Municipal Teatro/ Escola de musica Rodoviária

Prefeitura Municipal

Fig. 24 – Pontos referenciais - Centro

Fonte: Google maps – Adaptado por Lorenna Borges

Imagens: Lorenna Borges, maio 2014

27
A
PAIV
EUS
MA T
L
ONE
COR
RUA
260 m

L
TE
AR
QU
DO
200 m RU
A
AR
TE
L

QU

AV
DO

JE
140 m RU
A

RU
RO
80 m

A
NI

LU
MO

IZ
MO

AF
NT

ON
20 m

EI

SO
RO

RU
A
LU
IZ
AF
ON
SO
B
AYU AD
O
CHA

RU
LER
A CH
MA

A
RIT

CY
RUA IR
A

RO
E
VI

DU
A
RU

AR
TE

PRANCHA: CHEIOS E VAZIOS - ESCALA 1/4000


LEGENDA
RUA CEL MARCONDES
R
U
A
BE
R
N
CHEIOS
AR
D
IN
O
M
O
N
TE
I R
TERRENO
O

56 m
EL

RIO MUQUI DO NORTE


RM

ORIENTADOR: THIAGO MAIA


FO
TY

ALUNA: LORENNA BORGES


PO
A
RU

120 m
S
O
RL
CA
IZ
LU
L
CE
A

0 10 100
RU

50
170 m

CHEIOS E VAZIOS
R300

ESCALA: 1/4000

28
A
PAIV
US
ATE
LM
ONE
COR
RUA
260 m

200 m TE
L
AR
QU
DO
A
140 m RU

RU
A
AV

LU
IZ
JE

AF
RO

O
80 m

NS
NI

O
20 m

MO
MO
LEGENDA

N
TE
IR
O

RU
A
LU
RESIDENCIAL

IZ
AF
ON
SO
A YUB
A CHA AD
O
COMERCIAL

RU
LER CH
RIT MA

A
RUA

CY
RA
EI

RO
VI INSTITUCIONAL

DU
A
RU

A RT
E
MISTO - RES/COM
R
U
A
BE
R
RUA CEL MARCONDES MISTO - RES/INST
N
AR
D
IN

PRANCHA: USOS DO SOLO - ESCALA 1/4000


O
M
O
N
TE
IR
O
TERRENO

RIO MUQUI DO NORTE


56 m
EL
RM
FO
TY
PO
A
RU

S
O

ORIENTADOR: THIAGO MAIA


120 m
RL
CA

ALUNA: LORENNA BORGES


IZ
LU
L
CE
A
RU

170 m 0 10 50 100

USOS DO SOLO
R300

ESCALA: 1/4000

29
Tipologia Arquitetônica Tipologia 1 – Casas térreas residenciais I

É possível observar na cidade os vestígios de um farto Normalmente casas térreas com afastamentos laterais
período econômico observando algumas casas e sobrados. e algumas com pequenos afastamentos frontais. Nestes
Muitas construções do início do século XX são preservadas afastamentos encontram-se pequenos jardins que em alguns
no local. O estilo eclético, caracterizado pela mistura de casos foram substituídos por garagens.
elementos arquitetônicos distintos, é o mais presente entre as
O acesso se dá por avarandados laterais e algumas
edificações tombadas em Muqui, possuindo também algumas
edificações possuem um pequeno lance de escada.
edificações em estilo art decó.
Algumas possuem porões que podem ser utilizados ou
Os lotes na área urbana central têm como
apenas servem como afastamento do chão, a fim de evitar
características pequenas dimensões de frente e fundos e
problemas relacionados à umidade.
maior dimensão no comprimento, assim, as edificações
existentes normalmente foram construídas nos limites do
terreno.

Para realizar o estudo das tipologias arquitetônicas


locais utiliza-se como base a divisão criada por
HAUTEQUESTT FILHO, 1999 apud GONZAGA, 2005 e
HAUTEQUESTT FILHO 2011, onde evita-se ao máximo a
utilização de nomenclaturas dos estilos arquitetônicos devido
as alterações que ocorreram.

30
uso residencial. Possuem afastamentos laterais, e em um dos
lados este afastamento é maior.

As plantas podem ser retangulares ou em L, sempre no limite


da via pública.

O acesso é feito, na maioria das vezes, por um


avarandado lateral e através de uma pequena escadaria de
formas arredondadas e decorações volutas. A cobertura de
alguns avarandados é feita por uma laje sustentada por
colunas com capteis decorados, outras tem a cobertura feita
por um pequeno telhado que recebe um forro de madeira.

Fig. 25: Tipologia 1 - Casa Léia Fragoso

Foto: Lorenna Borges. Junho, 2014

Tipologia 2 – Casas térreas residenciais II

São representadas pelas edificações mais requintadas da


cidade. São formadas por edificações de um pavimento, de

31
superior se dá na maioria das vezes por uma escada lateral
que conduz a um avarandado.

Na maioria das vezes possuem uso residencial, no


pavimento superior, e comercial, no térreo, onde antigamente
era utilizado para armazenar café.

Fig. 26: Tipologia 2 - Casa Da Família Villela Vieira

Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1538595

Tipologia 3 – Sobrado

Também conhecidos como palacetes, estas edificações são


caracterizadas por possuírem dois pavimentos, situadas Fig. 27: Tipologia 3 - Palacete Geraldo Viana
normalmente no alinhamento da rua. Algumas possuem
Fonte: http://muquinews.blogspot.com.br/p/casario.html
pequenos afastamentos laterais. O acesso ao pavimento

32
Tipologia 4 – Casas térreas mistas

Esta tipologia tem como característica a divisão de um


mesmo edifício em comercial e residencial.

A planta é normalmente retangular, sendo possível observar a


simetria da fachada.

Construída sobre o alinhamento da via pública, tendo o


acesso à residência feita por uma das fachadas laterais.

Fig. 28: Tipologia 4 - Casa Elias Haddad

Foto: Saulo Mateus. Junho, 2014.

Tipologia 5 – Armazéns

São caracterizados por construções de uso comercial


que funcionavam como galpões ou armazéns destinados ao
estoque e comercialização de café ou a pequenas indústrias.

33
Técnicas construtivas como alvenaria estrutural dão espaço
ao concreto armado e nas fachadas é possível observar o uso
de elementos geométricos, em oposição aos elementos
orgânicos utilizados anteriormente.

Fig. 29: Tipologia 5 - Antiga Casa da Farinha

Foto: Saulo Mateus. Junho, 2014.

Tipologia 6 – Outros

Composta por edificações mais novas ou reformadas que Fig. 30: Tipologia 6 - Casa Família Carvalho, 1970.
possuem características do período moderno brasileiro.
Foto: Genildo C. H. Filho, 2008.

As edificações térreas passam a ser implantadas no centro do


lote, com afastamentos pequenos nas laterais e frontais.

34
A
PAIV
US
ATE
LM
ONE
COR
RUA
260 m

L
200 m QU
AR
TE

DO
A
RU
140 m

RU
80 m

A
AV

LU
LEGENDA

IZ
JE

AF
RO

ON
NI

SO
20 m

MO
MO
NT
EI
RO

RU
A
LU
IZ
AF
ON
SO
YUB
AA AD
O
TIPOLOGIA 3 - SOBRADOS
ACH

RU
LER CH
MA

A
RIT

CY
RUA RA
EI

RO
VI

DU
A
RU

AR
TE
RUA CEL MARCONDES
R
U
A
TIPOLOGIA 6 - OUTROS
BE
R
N
AR
D
IN
O
M
O
N
TE
IR

PRANCHA: TIPOLOGIAS - ESCALA 1/4000


O TERRENO

56 m RIO MUQUI DO NORTE


EL
RM
FO
TY
PO
A
RU

S
O

120 m
RL
CA

ORIENTADOR: THIAGO MAIA


IZ
LU

ALUNA: LORENNA BORGES


L
CE
A
RU

170 m 0 10 50 100
R300

ESCALA: 1/4000

35
Gabarito

Analisando o entorno imediato ao terreno, observa-se que o


gabarito é variável entre um e quatro pavimentos, porém a
predominância na Avenida Vieira Machado é de edificações
com um e dois pavimentos.

36
A
AIV
P
US
ATE
LM
ONE
CO R
RUA
260 m

L
TE
200 m QU
AR

DO
A
RU
140 m

RU
A
80 m

AV

LU
IZ
JE

AF
RO

ON
NI

SO
MO
20 m

MO
NT
EI
RO

RU
A
LU
IZ
AF
ON
SO
B
AYU DO
CHA HA

RU
A
LER C
MA

A
RIT

CY
RUA RA
EI
LEGENDA

RO
VI

DU
A
RU

AR
TE
1 PAVIMENTO
RUA CEL MARCONDES
R
U
A
BE
R
2 PAVIMENTOS
N
AR
D
IN
O
M
O
3 PAVIMENTOS
N
TE

PRANCHA: GABARITO - ESCALA 1/4000


IR
O

4 PAVIMENTO

TERRENO
56 m
EL
RM
FO
TY
PO
A
RU

ORIENTADOR: THIAGO MAIA


S
O

ALUNA: LORENNA BORGES


RL

120 m RIO MUQUI DO NORTE


CA
IZ
LU
L
CE
A
RU

170 m

0 10 50 100
R300

GABARITO
ESCALA: 1/4000

37
Sistema Viário Os pedestres utilizam as calçadas para a locomoção. Na
cidade também não existe sinalizações de trânsito como
faixas de pedestres.
O sistema viário é favorável em relação ao terreno, pois ele
está situado em local de fácil acesso, tanto para quem utiliza
os meios de transporte quanto para os pedestres.

Na avenida principal passam os ônibus que fazem a linha


intermunicipal ligando Muqui a Cachoeiro do Itapemirim e
Mimoso do Sul. Estes ônibus também são responsáveis pelo
transporte da comunidade rural para a sede.

Bem próximo ao terreno está situada a rodoviária da cidade, e


também tem-se um ponto de ônibus na Avenida Vieira
Machado. O ponto de taxi fica situado bem em frente à
rodoviária.

Muqui não possui ciclovias, porém é grande o número de


ciclistas que utilizam as ruas da cidade para se locomoverem.

38
Mão dupla Via Local Via Arterial

Mão única Via Coletora

Fig. 31 – Sistema Viário

Fonte: Google maps – Adaptado por Lorenna Borges

39
Ponto de ônibus Taxi Via de transporte público/Avenida Principal

Fig. 32 – Sistema Viário

Fonte: Google maps – Adaptado por Lorenna Borges

40
Legislação

De acordo com a setorização, disponibilizada pela


Resolução CEC (Conselho Estadual de Cultura) Nº 003/2012
(Fig. 33), o terreno está localizado no setor ferroviário parte
baixa. Este setor possui características que lembram a
morfologia fundiária colonial, com lotes irregulares limitados
pelo Rio Muqui. Possui alguns bens de interesse cultural
edificações contemporâneas e/ou de baixa relevância
histórica e/ ou arquitetônica.

Setor Eixo Ferroviária parte alta Setor Eixo Boa Esperança Setor Entre Morros

Setor jardim Público Setor Eixo Ferroviária parte baixa Poligonal de tombamento

Fig. 33 – Setorização do Sítio Histórico Urbano de Muqui.

Fonte: Resolução CEC Nº 003/2012.

41
Para fins de novas construções e reformas de VII – Será permitido o uso de telhas de vidro em até
20% da superfície do telhado sempre que o impacto
construções históricas ou de interesse de preservação neste das visuais das coberturas do edifício seja o menor
possível se observado, em primeiro lugar, a partir das
setor, o CEC prevê algumas diretrizes a serem seguidas, e vias que conformam a quadra onde está inserida a
edificação e, em segundo, dos pontos notáveis como
são elas: os adros das igrejas, capelas e mirantes naturais.

Coberturas

Art.54º. Sobre os planos de cobertura, fica Terraços, varandas, alpendres e marquises.


estabelecido:
Art.56º. Não será permitida a construção de terraços,
I – Deverão ser em telha cerâmica, necessariamente, com ou sem cobertura, nos imóveis localizados nas
nas edificações históricas de interesse de preservação Poligonais de Tombamento.
onde for comprovada a sua utilização anterior, no
modelo pré-existente; Parágrafo único. Não será permitida a inserção de
edificações ou pavimento de edificação com trama
II – Deverão ser em telha cerâmica, preferencialmente, estrutural vazada e elementos estruturais aparentes,
nas edificações novas e nas reformas de edificações como pilares, pilotis, vigas e outros. A respectiva área
sem relevância histórica e/ou arquitetônica; deverá ter fechamento em alvenaria, rebocada e
pintada com tinta sem brilho.
III - Será tolerada a utilização de telha de fibrocimento
sem amianto, de concreto e do tipo ecológica em Art.57º. A construção de varandas ficará condicionada
edificações novas e reformas de edificações sem a respeitar os critérios de Face de Quadra, observada
relevância histórica e/ou arquitetônica, desde que as a tipologia das varandas dos imóveis protegidos.
mesmas se aproximem em cor, da telha cerâmica, que
não possuam brilho ou refletância significativa e Art.58º. Não será permitida a construção de alpendres
estejam ocultas por platibanda da visão do transeunte; e marquises sobre o passeio público nas Poligonais de
Tombamento.
IV – Deverão ser mantidas as cobertura originais das
edificações históricas de interesse de preservação, no Fachadas
que diz respeito ao desenho, inclinação, materiais e
volumetria;
Art.59º. Ficam definidos os seguintes critérios para as
fachadas das edificações nas Poligonais de

42
Tombamento, objetivando a manutenção da leitura II – Não será permitido o uso de cores fortes e/ou
urbana e da tipologia arquitetônica: vibrantes em qualquer porção das fachadas dos
imóveis, seja de interesse de preservação ou não;
I – manutenção dos revestimentos originais das
alvenarias externas, dos ornamentos, elementos d) As fachadas das edificações novas deverão receber,
integrados externos, muros e gradis externos segundo obrigatoriamente, pintura sem brilho não sendo
as características históricas e estilísticas dos imóveis permitido o uso de acabamentos brilhantes de tintas,
históricos de interesse de preservação; vernizes, esmaltes ou outros, bem como a imitação de
pedras, tijolos ou de qualquer outro revestimento por
II – A composição das fachadas nas novas construções meio de pintura;
deverá obedecer as particularidades dos imóveis do
entorno como: o ritmo constante de distâncias entre os
vãos, a simetria e as proporções entre os elementos, a
altura das coberturas, a constância na combinação de Esquadrias
certos elementos, a simetria na sua composição e as
proporções entre as diferentes medidas da fachada; Art.62º. O material e o revestimento das esquadrias
das edificações nas Poligonais de Tombamento,
III - É vedado o revestimento, acabamento e deverão se enquadrar em uma das categorias:
ornamentação das fachadas, frontal, laterais e de
fundos, com materiais reflexivos, tais como, panos de II – As esquadrias das edificações novas deverão ser,
vidro, alumínio, aço inox e similares, nas suas preferencialmente, em madeira, devendo ser justificado
diferentes composições industriais, assim, como a a utilização de outro material, o qual deverá ser
aplicação de película reflexiva ou a construção de compatível com a linguagem estética dos imóveis
revestimentos anti-reflexo; protegidos por esta Resolução.
IV – As fachadas voltadas para o Rio Muqui deverão III – Fica vedado o uso de panos de vidro do tipo “pele
receber a mesma importância das fachadas voltadas de vidro”, com ou sem montantes, em qualquer imóvel
para o logradouro, devendo receber tratamento dentro das Poligonais de Tombamento;
estético e estilístico qualitativo em harmonia com o
Sítio Histórico de Muqui IV – O uso de gradil de proteção deverá ser em ferro
ou aço galvanizado pintado, sendo proibida a sua
Art.60º. A utilização de cores nas fachadas das instalação em imóveis históricos de interesse de
edificações deve objetivar a manutenção da leitura preservação quando implicar na mutilação de qualquer
urbana e da tipologia arquitetônica e estilística, e parte ou elemento arquitetônico, sendo recomendado,
estará condicionada aos seguintes critérios: sempre que possível, a instalação dentro da caixa do
vão a ser protegido;

43
V – A proporção, as dimensões e a tipologia das §3º. Deverão ser mantidos os elementos e
esquadrias das novas construções deverão respeitar acabamentos originais de pisos, forros, escadas,
aquelas das edificações históricas da Face da Quadra; paredes e outros, sempre que possível.

§4º. As substituições dos elementos internos deverão


ser justificadas, buscando alternativas atuais
Muros e gradis compatíveis com a edificação, evitando-se a introdução
de materiais sintéticos como plástico, PVC, polietileno,
fibra de vidro, alumínio e outros.
Art.63º. Nas Poligonais de Tombamento só poderão
ser utilizados, para fechamento dos lotes, muros em §5º. Serão considerados, para efeito da presente
pedra seca e/ ou em alvenaria e/ou gradil de ferro, resolução, além dos aspectos originais da edificação,
revestidos de argamassa e pintados em cores aqueles que, embora não sejam originais, retratem
conforme padrão estético-estilístico do conjunto e/ou uma intervenção consolidada que importe preservar.
da edificação.

§1º. Os muros em pedra ou alvenaria terão altura


máxima de 1,20m, podendo ser complementado até a
altura de 2,0m com gradil de ferro, salvo em caso de Quanto ao controle urbanístico, a resolução CEC prevê
muros de contenção, com finalidade estritamente
estrutural, previamente projetado por profissional em uma tabela (ver anexo 1) todos os afastamentos
habilitado pelo CREA e aprovados pela Secult/CEC.
necessários para a não descaracterização do sítio histórico de
§2º. O uso de muros frontais estará condicionado ao
critério de avaliação por Face de Quadra. Muqui.

Art.64º. As reformas internas em imóveis históricos de


interesse de preservação deverão obedecer o partido
original da edificação, buscando sempre soluções que
amenizem o impacto das adaptações necessárias.

§1º. Buscar-se-á a manutenção das estruturas e


configuração original da planta sempre que possível.

§2º. As alterações necessárias para adaptação de


áreas úmidas e acessibilidade devem respeitar as
características próprias do imóvel.

44
NT(Norma Técnica) – 10 Saídas de emergência NBR 9050/2004 - Acessibilidade a edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos

Para fins de adequar o projeto quanto às normas de


combate e prevenção a incêndio foi utilizada a Norma Técnica Para a adequação do projeto em relação á acessibilidade foi
10/2013 do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo que utilizada a NBR 9050/2004. Esta norma garante o acesso de
trata das de emergência em edifícios. Esta norma garante das pessoas portadoras de necessidades especiais, permanentes
condições necessárias que uma edificação deve possuir que ou temporárias, ao edifício.
em caso de incêndio a população do edifício possa sair em
segurança do local e também prevê o fácil acesso dos
bombeiros para o combate ao fogo e retirada da população.
Para atingir estes objetivos devem-se projetar as saídas
comuns da edificação para que possam servir como saídas
de emergência ou saídas de emergência, quando exigidas
(NT - 10).

45
Manifestações culturais locais denominação Grupo Infantil e em 2 de março , foi fundado o
“Club Carnavalesco Vencedores” (RAMBALDUCCI, 2013). Os
Carnaval
primeiros registros fotográficos do carnaval datam da década
O carnaval em Muqui sempre foi caracterizado pelos de 1920, de acordo com Machado (2012) um dos blocos mais
desfiles pela rua principal da cidade, Avenida Vieira Machado. famosos era o “Fazendo Inferno” (Fig. 34), presidido por
Inicialmente era brincado através de blocos, ranchos, corsos Catília Rizzo Costa e um bloco composto só por homens, “Os
e escolas de samba. Credores que Esperem” (Fig. 35).

Os primeiros registros que se tem a respeito do


carnaval são de 1905 a 1912, onde, segundo Machado (2012)
foi o Cap. Felippe Pereira de Castro um dos primeiros
idealizadores desta festa, começando pelas Cavalhadas,
festa folclórica típica da época. Para o carnaval, Cap. Felippe
importava de Campos dos Goytacazes carros alegóricos para
remodelá-los e utilizá-los nos corsos, que consistia no desfile
de carros enfeitados que buscava reproduzir a batalhas de
flores, característico dos carnavais das elites da época,
baseado nos carnavais europeus.
Fig. 34 – Bloco Fazendo Inferno, década de 1920

Mais tarde, em 1915, foi criada em 24 de fevereiro a Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=160

associação carnavalesca “Menores Muquiense” com a

46
O Boi Pintadinho ou Boi Malhado

Atualmente, o carnaval em Muqui acontece com o


desfile dos Bois Pintadinhos que percorrem a avenida
principal, denominada no período do carnaval de Corredor da
Boiada.

É possível observar festas folclóricas envolvendo a figura do


boi em várias regiões do Brasil. Estudiosos acreditam que
este evento tem origem no cristianismo, e que geralmente
está associada ao festejo a algum santo (CARNAVAL DO
Fig. 35 – Bloco Os Credores que Esperem, década de 1920 BOI, online).
Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=160
Em Muqui, acredita-se que o festejo do boi teve origem
na festa de São João Batista, comemorada no mês de junho,
já que este é o santo padroeiro da cidade, provavelmente no
ano de 1940, e só foi levada para o carnaval trinta anos
depois, quando foi criado o “Boi do Bijoca”, em 1970
(CARNAVAL DO BOI, online).

Segundo Machado, o povo desfilava atrás do boi


cantando o refrão:

47
“O boi malhado quando sai na rua, olhando lá ruas, entrando debaixo dele e promovendo a brincadeira. Á
pra lua
sua frente a/o espadeira (o) tem a responsabilidade de guiar o
Quem nunca viu, vem ver, vem ver,
boi para que ele não faça movimentos que possam machucar
O boi malhado brinca com você”
os foliões (Fig. 36).
E na volta, o refrão mudava:

“Adeus, adeus, dona Aurora,

Adeus, adeus, dona Aurora,

Porque o malhado já vai embora”

O carnaval do boi possui características especiais que


atraem a curiosidade dos turistas. Os grupos surgem
representando seus bairros, ruas ou fazendas. O boi é
confeccionado muitas vezes por pessoas que não possuem
riquezas, mas que fazem questão de manter viva na cidade a
tradição do carnaval e a cultura, que atrai sempre muitos
visitantes.

O boi é composto de uma armação de madeira e ferro


coberta com um tecido colorido que a cada ano cada grupo
escolhe qual será o motivo que estampará o boi. A cabeça é Fig. 36 – Boi do Bijoca, carnaval 2012.

feita com o crânio de boi e quando não é possível, faz-se com Fonte: http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php

papelão. Uma pessoa é responsável por levar o boi pelas

48
Atrás do boi, um grupo de bateria faz a trilha sonora de brincar o carnaval. Surgiu da década de 1970 quando os
cada boi. Com batidas características de cada grupo, trazem moradores da Rua Fortunato Fraga, no Bairro São Pedro
alegria e divertem os foliões. resolveram criar um boi que os representassem nos dias de
carnaval (Fig. 37).
O boi tem de 40 à 50 minutos para passar pelo
Corredor da Boiada, neste tempo ele desfila fazendo
movimentos de dança, rodopios e um dos movimentos mais
famosos é quando o boi para e abaixa no chão simulando a
sua morte. Neste momento a bateria diminui o ritmo da batida
e os foliões se reúnem em volta dele e gritão: “E o boi morreu,
e o boi morreu”, até que o boi começa a levantar levemente
ao som crescente da bateria, e recomeça toda a brincadeira.
Neste embalo ele passa por toda avenida, sem pontos de
paradas pré-definidas, fazendo-a de acordo com a
necessidade de cada grupo e os foliões que os acompanham.

Muitos são os grupos que se apresentam no período


do Carnaval pelo Corredor da Boiada, dentre eles alguns Fig. 37 – Boi Fortunato, carnaval 2012.

possuem destaque especial por sua história, como o “Boi Fonte: http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php

Fortunato Pé Queimado” ou somente “Boi Fortunato”. Este


grupo foi um dos primeiros a aderir a figura do boi para

49
Nesta época também surgiu o “Boi do Fulô”. Segundo O boi “Ás de Ouro” tem origem nos antigos carnavais
Machado, anos mais tarde a família deu continuidade à de rancho (Fig. 39). Representando a comunidade de
tradição, porém com um novo boi, batizado “Boi Chapado” Camará, distrito de Muqui. Esse boi sempre faz a alegria de
(Fig. 38). quem participa do carnaval. Sua batida é irreverente e
animada e a organização do grupo é uma característica
marcante.

Fig. 38 – Boi Chapado, carnaval 2012. Fig. 39 – Rancho Ás de Ouro, Camará

Fonte: http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=160

50
Além do próprio Boi Ás de Ouro (Fig. 40), o grupo Atualmente novos bois surgem, sempre buscando inovar
conta com o Jaguará, figura do folclore brasileiro que é um alguma característica. Neste contexto, surgiu a “Vaca Mocha”
tipo de boneco com a cabeça de um cavalo (CARNAVAL DO (Fig. 41), caracterizada por se tratar de um grupo formado só
BOI, online). por mulheres, onde todas se vestem de rosa-choque,
inclusive a própria vaca (CARNAVAL DO BOI, online). Este
grupo é um dos mais elitizados do carnaval. Representa o
Centro da cidade e possui marchinha própria:

“Marcha vaca mocha

Quando ela passa, faceira,


Contagiando a rua inteira,
Venha cair na folia, a vaca mocha é só alegria
Venha cair na folia, a vaca mocha é só alegria”

Fig. 40 – Boi Ás de Ouro, carnaval 2012.

Fonte: http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php

51
jovens do bairro San Domingos. Este boi trás a animação das
batidas de sua bateria em ritmo de funk e apesar de ter pouco
tempo, se comparando aos outros, este boi já arrasta
multidões atrás dele e é um dos bois mais aguardados do
carnaval muquiense.

Fig. 41 – Vaca Mocha, carnaval 2014.

Fonte: Arquivo pessoal

O Boi “Cyclone” (Fig. 42) é outro grupo que merece Fig. 42– Boi Cyclone, carnaval 2013.

destaque. Foi criado em 2002 e é formado por participantes Fonte: http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php

52
Acima de tudo, esse é um grupo que representa não Folia de Reis
uma ruptura da tradição, mas a capacidade de compreender o
No documentário “Folia de Reis: costumes, crença e
seu tempo e assimilar outras formas de se enxergar e fazer
tradição” (EULER LUZ TELEPRODUÇÕES E FERNANDA DE
cultura popular (CARNAVAL DO BOI, online).
PAULA, online), o autor fala sobre a folia de reis como
Atualmente, o carnaval de Muqui conta com 17 grupos representante da manifestação cultural mais autentica da
de bois, e os esforços para manter a tradição são muitos. O espiritualidade cristã. A manifestação iniciou-se na Península
que se percebe é que apesar das dificuldades, no final tudo é Ibéria por volta do séc. XVI, onde em Portugal e Espanha, os
válido, mantendo viva a tradição do carnaval, que se poetas cantadores da idade média, homenageavam os santos
transforma em alegria quando o boi sai na rua. reis com tambores, gaitas, pandeiros, etc (EULER LUZ
TELEPRODUÇÕES E FERNANDA DE PAULA, online).

No Brasil, a Folia de Reis iniciou-se em meados do séc. XVI,


por volta do ano de 1534, trazida pelos portugueses sendo
utilizado como instrumento de catequese pelos jesuítas. Os
aspectos da manifestação variaram de região para região,
guardando as em essência os valores religiosos que lhe
deram origem (EULER LUZ TELEPRODUÇÕES E
FERNANDA DE PAULA, online).

O festejo das Folias de Reis está ligado ao catolicismo e em


alguns lugares acontece no período de 24 de dezembro a 6

53
de janeiro, dia de Santos Reis, quando se encerram os
festejos natalinos. Tornou-se popular durante o século XIX em
locais onde a produção cafeeira prosperava, como em
cidades do interior de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de
Janeiro, entre outras (GOVERNO DO ESTADO DO
ESPÍRITO SANTO, online).

Em Muqui, acredita-se que este costume foi trazido pelos


imigrantes portugueses ou pelos colonizadores (MACHADO,
2012).

De acordo com Cirillo (online), as companhias, nome


dado aos grupos de Folia de Reis, normalmente se organizam Fig. 43– 63º encontro nacional de Folia de Reis/ Muqui – 2013. Foto:
Romero Mendonça/Secom-ES
em grupos de onze pessoas, onde uma é o Mestre da Folia,
Fonte: http://www.es.gov.br/Noticias/164241/encontro-nacional-de-folias-
um tipo de líder espiritual, dois Palhaços, que representam de-reis-deixou-muqui-mais-colorida.htm

Herodes e os soldados que perseguiram o Menino Jesus e os


tocadores que seguem tocando seus instrumentos (Fig. 43).
Durante os festejos do Natal as companhias saem
cantando pelas ruas e param nas casas que as convidam
para cantar os versos, que buscam relembrar a visita dos
Reis Magos a Jesus. A jornada das folias se inicia com uma
oração, logo após, os foliões vão até a Igreja, para uma

54
bênção. Acompanhados de seus instrumentos, como o violão,
pandeiro e outros levam a boa nova por onde passam e ao
final da jornada pedem aos moradores das casas que ofertem
dinheiro a eles. De acordo com o Inventário de Ofertas
Turísticas de Muqui, este dinheiro é utilizado para a festa do
arremate que acontece sempre após o dia 20 de janeiro.

A Folia de Reis possui muitos simbolismos em seus


elementos, a bandeira de Santos Reis é um dos principais
(Fig. 44). Ela representa o manto de Maria ofertado aos reis
magos. Ela é levada a frente da folia pelo bandeireiro e
ninguém passa a sua frente sem reverencia-la. Nela contém Fig. 44– Bandeiras de Santos Reis

imagens dos Reis Magos e santos de devoção dos foliões. Fonte: http://cecpdesaojose.blogspot.com.br/2013/01/museu-do-folclore-
recebe-folias-de-reis.html

De acordo com o documentário “Folia de Reis:


costumes, crença e tradição” (EULER LUZ
TELEPRODUÇÕES E FERNANDA DE PAULA, online), é
possível observar também na bandeira de Santos Reis que as
cores e flores contidas nela representam a alegria de anunciar

55
o nascimento de Cristo. As fitas penduradas também
possuem uma simbologia para cada cor, sendo elas:

Branco: Representa São José

Azul: A virgem Maria

Vermelho: Rei Baltazar, que levou de presente o


incenso;

Verde: Rei Gaspar, que ofertou a mirra;

Amarelo: Rei Belchior, que ofertou o ouro.

As roupas utilizadas pelos foliões são geralmente de Fig. 45– Chapéus decorados. 63º Encontro Nacional de Folia de Reis/
Muqui – 2013. Foto: Bruno Lima
cores variadas, principalmente as que contêm na bandeira de
Santos Reis. Eles vestem calças e camisas de cetim, o Fonte: http://www.guiacuca.com.br/evento/encontro-nacional-de-folia-de-
reis-de-muqui-2013
chapéu muitas vezes é confeccionado por eles mesmos e
utilizam espelhos para decorá-lo (Fig. 45). Os palhaços
normalmente usam roupas coloridas feitas de chitão ou outro
tecido (Fig. 46) (INVENTÁRIO DE OFERTAS TURÍSTICAS
DE MUQUI, 2005).

56
Folias. Não se tem registros de como ocorreram estes
torneios, sabe-se que nos dois primeiros anos a participação
foi somente de Folias locais, sendo realizado em 1952 um
torneio maior, com mais premiações e mais organizado, o que
atraiu Folias de várias regiões (CIRILLO, online).

A partir do ano de 1999 o Torneio de Folias passou a se


chamar Encontro nacional de Folias de Reis e em 2001 ele
perdeu o caráter competitivo que tinha no início.

Os encontros acontecem anualmente e reúnem folias de


estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, de
outras cidades do Espírito Santo e as folias de Muqui.
Fig. 46– Palhaços. 63º encontro nacional de Folia de Reis/ Muqui – 2013.
Foto: Romero Mendonça/Secom-ES
Os foliões começam a chegar à cidade logo cedo, e às oito
Fonte: http://www.es.gov.br/Noticias/164241/encontro-nacional-de-folias-
de-reis-deixou-muqui-mais-colorida.htm horas da manha acontece a acolhida com café da manhã e o
cadastramento das folias, que normalmente é feita no ginásio
da escola Marcondes de Souza, localizada no centro da
Em 1950, o então prefeito Dr. Dirceu Cardoso,
cidade. Posteriormente acontece a abertura oficial do evento
demostrando seu grande apreço pela Folia de Reis, assinou no mesmo lugar, seguida da assembleia dos foliões. Na parte
na cidade a lei que decretava Dia de Reis, seis de janeiro,
da tarde acontece a reunião dos mestres das Folias, realizada
feriado na cidade, e marcou em Muqui o primeiro Torneio de
no Centro Cívico Municipal, situado em frente ao Jardim

57
Público. Às três horas da tarde os foliões saem em marcha
para apresentação pelas ruas do sítio histórico (Fig. 47), onde
são apreciados por turistas e moradores. Nesta apresentação
não fazem muitas paradas, pois às quatro horas da tarde já
se inicia a marcha para a manjedoura, nome dado para as
visitas nas casas programadas para receber as folias. Nestas
casas os foliões se apresentam e lhes é oferecido um lanche
pelos moradores. Ás cinco horas da tarde acontece na Igreja
Matriz de Muqui a benção das folias (Fig. 48), nesta ocasião,
somente os mestres e tocadores entram na igreja, os
palhaços aguardam do lado de fora. Após a missa é feito o
encerramento do evento na Praça Geraldo Viana, onde
recebem os agradecimentos, premiações, etc (RAIZ Fig. 47– Marcha das Folias. 63º Encontro Nacional de Folia de Reis/
CULTURA DO BRASIL, Online). Muqui – 2013. Foto: Romero Mendonça/Secom-ES

Fonte: http://www.es.gov.br/Noticias/164241/encontro-nacional-de-folias-
de-reis-deixou-muqui-mais-colorida.htm

58
Fig. 48– Benção das Folias. Igreja Matriz São João Batista. 61º encontro
nacional de Folias de Reis/ Muqui – 2011. Foto: Gilson Borba

Fonte:http://www.soues.com.br/plus/modulos/estabelecimento/index.php?c
dgrupo=14&cdmunicipio=1942&cdbairro=

Segundo Machado, Muqui possui atualmente dez Folias de Folia de Reis “Estrela do Oriente” – Localidade do
Desengano
Reis, e são elas:
Folia de Reis “Estrela do Norte” – Localidade do
Sumidouro
Folia de Reis “Três Reis do Oriente” – Localidade de
santa Rita Folia de Reis “Sete Estrelas” – Localidade de São
Folia de Reis “Estrela Gloriosa” – Localidade de São Francisco
Luiz

59
Folia de Reis “Estrela da Manhã” – Localidade do
Tororó

Folia de Reis “Estrela Guia do Martir São Sebastião” –


Sede

Folia de Reis “Estrela D’Alva” – Sede

Folia de Reis “Cruzeiro do sul” – Sede

Folia de Reis “Cruzeiro do sul” – Sede

De acordo com o Inventário de Ofertas Turísticas de


Muqui (2005), os encontros de folias favoreceram muito para
a manutenção desta manifestação cultural, haja vista que
muitos grupos de folias que estavam extintos voltaram à ativa
impulsionada por este evento, além do interesse de crianças
e adolescentes ter aumentado, gerando maior perspectiva de Fig. 49– 61º encontro nacional de Folias de Reis/ Muqui – 2011.
continuação deste folguedo de geração para geração (Fig. Fonte: http://www.secult.es.gov.br/?id=/noticias/materia.php&cd_matia=
49).
3236

60
Associação de afrodescendentes de Muqui caxambu, uma espécie de tambor utilizado para tocar o jongo.
Gostava também de servir pratos que servia para a “Sinhá”.
Formada pela família Rosa, a associação surgiu da
necessidade de contribuir para a preservação da história de
Muqui e da própria família.

A família Rosa é descendente de escravos da Fazenda


Santa Rosa, que hoje se localiza no município vizinho, Atílio
Vivácqua.

De acordo com Mota (2013) Dolores Rosa veio aos 16


anos para Muqui, com seu filho José Rosa que mais tarde
casou-se com Benedicta Barbosa Ramos Rosa. A família
Rosa foi alforriada em 1885, porém, mesmo com o fim da
escravidão Benedicta trabalhava como escrava para a “Sinha”
e anos mais trade decidiu fugir (MOTA, 2013). Fig. 50 – Jongo

Fonte: http://www.es.gov.br/EspiritoSanto/paginas/folclore.aspx
Gostava de ser chamada de “mãezinha velha
caxambuzeira” e reunia sempre a família para contar histórias
e cantar o jongo (MOTA, 2013) (Fig.50), manifesto que Segundo Mota (2013), mãezinha fundou, junto com seu
envolve canto, dança e percussão de tambores (GOVERNO marido, a Escola Rancho Tradição, e começou a festa do
DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, online), tocar o caxambú e do jongo no dia da festa do bairro São Pedro.

61
A família Rosa é responsável não só pela preservação
de documentos, como cartas de alforria e documentos de
doações de terras, mas também pela preservação de histórias
da família, cantos de jongo, caxambu e jaguará. Também são
responsáveis pelas manifestações religiosas na casa Ile Ache
Oba Ayra Loni, onde acontecem encontros de candomblé e
umbanda (Fig. 51), e pela escola de samba Rancho Tradição
(Fig. 52), que leva para o Corredor da Boiada a história do
Fig. 51: Imagem representativa. Terreiro de Umbanda
negro em Muqui.
Fonte: www.terreirodeumbanda.com

Mesmo com a riqueza cultural material e imaterial


envolvendo a família Rosa, por falta de incentivos econômicos
a cultura negra está em decadência no município. As
manifestações pouco acontecem. No ultimo ano, por falta de
recursos, a escola de samba Rancho Tradição não conseguiu
sair nas ruas durante o carnaval. A manifestação do jongo e
caxambú também não acontecem mais com tanta frequência,
ficando somente o candomblé como elemento ativo na cultura
da família Rosa.
Fig. 52: Bloco Tradição. Carnaval 2012.

Fonte:http://www.camaramuqui.es.gov.br/galeria_fotos_exi
be.asp?id_grupo_foto=58#25

62
Grupo Cultural Etc passarela, evento de moda envolvendo a cultura local e o
grupo teatral Conosco Flui.
Este grupo se define como um coletivo de jovens que
visam preservar e divulgar o patrimônio histórico de Muqui
através de oficinas produzidas por eles mesmos, onde
desenvolvem projetos e ações culturais voltadas para a
cidade (Fig. 53).

O grupo surgiu em 2007 com práticas audiovisuais


utilizando os poucos recursos tecnológicos que possuíam.
Neste ano num ato de ousadia criaram um projeto de longa
metragem utilizando a cidade como cenário, amigos e
vizinhos como atores, uma câmera fotográfica digital e um
computador como instrumentos de trabalho. Já que a maioria
dos jovens ainda estava no ensino médio, este projeto foi
concluído durante as férias escolares e teve o nome de Fig. 53 - Grupo Cultural Etc

“Floresta Encantada”. Esta ação foi o início das práticas Fonte: http://etccultural.blogspot.com.br/search?updated-min=2011-01-
01T00:00:00-08:00&updated-max=2012-01-01T00:00:00-08:00&max-
audiovisuais na cidade. results=50

Este grupo também é responsável pelo surgimento de


eventos que hoje fazem parte do calendário da cidade, como
o FECIN, Festival de TV e Cinema do Interior, o Muqui na

63
Fecin - Festival de TV e Cinema do Interior

O evento inclui oficinas de poesia, literatura,


Em 2012 aconteceu a primeira edição do FECIM, Festival de apresentações para crianças, apresentação de curtas e
TV e Cinema Independente de Muqui. longas metragens e shows na praça da cidade, atraindo todo

Idealizado por jovens da cidade, o evento busca tipo de público, tornando o evento uma ação cultural de
importância na região (Fig. 55).
envolver a cidade em um ambiente cinematográfico, com o
objetivo de tornar o Sítio Histórico de Muqui um novo pólo de
referência nesta área (Fig. 54).

Fig. 54 – Jovens grupo ETC para a produção do FECIN.


Fig. 55 – Mesa redonda Fecim 2012
Fonte:https://www.facebook.com/mulitpliqui/photos/a.757265734298939.1
073741828.757253064300206/822241997801312/?type=1&theater Fonte: http://portalyah.com/members/grupoculturaletc/

64
Para concorrer com vídeos, basta enviá-los com Neste ano o evento mudou o nome de FECIM para
antecedência a equipe do FECIN. Os vídeos são exibidos FECIN - Festival de TV e Cinema do Interior, a fim de tornar
durante o evento e ao final é realizada a cerimônia para a mais abrangente o evento.
premiação dos melhores (Fig. 56).

Fig. 56 – Premiação, FECIM 2013.

Fonte: http://www.muquiemfoco.com/2013_09_01_archive.html

65
Muqui na passarela

Idealizado pelo jovem Wander Polati, morador de


Muqui. Este projeto tem por objetivo realizar uma coleção e
um desfile de moda na cidade de Muqui, baseado na história,
no patrimônio e nas manifestações folclóricas, artísticas e
culturais da cidade (MUQUI NA PASSARELA, online).

Wander produz desenhos relacionados à moda desde sua


infância e com este projeto pôde aplicar um conceito moderno
e dinâmico às manifestações culturais da cidade além de ser
uma forma de prestigiar a juventude local oferecendo
oportunidade de atuar nesta área (Fig. 57).

Fig. 57 – Modelo desenhado por Wander Polati. Muqui na passarela,


2012.

Fonte: http://auroradecinema.wordpress.com/2014/02/18/multipliqui-faz-
grande-festa-cultural-em-muqui/

66
A primeira edição do evento ocorreu em 2012 e contou com a Este ano aconteceu a segunda edição do projeto, realizado
participação da modelo internacional Marcelia Freesz, que é no Jardim Público Municipal, utilizando os casarios em volta
natural de Muqui, e da ex-modelo nacional Bia Furtado que como cenário para o desfile.
também é da cidade. Nesta ocasião, segundo Wander, os
De acordo com o autor, esta coleção foi apresentada
modelos produzidos inspirados no patrimônio histórico da
com menos traços carnavalescos, apesar de estes estarem
cidade.
presentes no dia a dia da comunidade na história dos bois,
cultivo do café, etc.(Fig. 59).

Fig. 58 – Muqui na passarela, 2012. Fig. 59– Muqui na passarela, 2014. Foto:Olavo Macedo, Lente em poesia.
Fonte:https://www.facebook.com/media/set/?set=a.691123137573739.107 Fonte:https://www.facebook.com/muqui.napassarela?fref=photo&sk=photo
3741829.687921771227209&type=1 s

67
As roupas produzidas não tem finalidade comercial. Este projeto representa a não ruptura, atualização e
São confeccionadas através de trabalho artesanal, adquirindo modernização da cultura muquiense, mostrando que é
um caráter alegórico, podendo vir a ser motivo de mostras e possível envolver a cultura e arte local em diferentes ações e
exposições, tornando-se assim verdadeiras obras de arte manifestações.
(Fig. 60).

Fig. 60 – Muqui na passarela, 2014. Foto:Olavo Macedo, Lente em


poesia.

Fonte:https://www.facebook.com/muqui.napassarela?fref=photo&sk=photo
s

68
Logomarca – Centro de Cultura e Folclore A ideia era de criar uma skyline utilizando os elementos
que estão presentes no cotidiano da população local (Fig. 62).
A logomarca do projeto foi idealizada a partir da junção dos
O rolo de fita – Representa a renovação cultural
aspectos topográficos (Fig. 61) em que a cidade está inserida,
voltada para a produção cinematográfica.
manifestações folclóricas/culturais e arquitetura da mesma.
O boi – O famoso carnaval folclórico da cidade.

O tambor – remete às batidas do caxambú presente na


cultura negra.

O casarão – Arquitetura local.

O palhaço – Folia de Reis.

Fig. 61 – Vista aérea de Muqui, ES.

Fonte:http://www.folhavitoria.com.br/entretenimento/blogs/elogoali/2013/11
/25/bem-vindo-a-muqui-ciscuito-turistico-da-morubia/ Fig. 62 – Logomarca.

Conceito: Lorenna Borges. Criação: João Fernando


Bertassoni

69
Referências projetuais

 Biblioteca Infantil e Centro Cultural

Ficha técnica

Arquitetos: Anagrama

Localização: Monterrey, Nuevo Leon, México

Ano: 2013

Fig. 63 – Biblioteca infantil

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-143568/biblioteca-infantil-e-
centro-cultural-por-conarte-anagrama/5236abb5e8e44eef790000b6

O projeto está situado na cidade de Monterrey que é


conhecida por suas montanhas e a representatividade
industrial. O parque Fundidora é um exemplo da arquitetura
industrial, construído no ano de 1900 ele abriga jardins,

70
auditórios, parques temáticos e espaços culturais como o espaço dinâmico para brincadeiras e aprendizado.
Conarte (Conselho para a Cultura e Artes de Nuevo León). (ARCHDAILY, online)

A biblioteca infantil e centro cultural foram feitos dentro


de um armazém que é patrimônio tombado do Estado.

Fig. 64 – Auditório

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-143568/biblioteca-infantil-e- Fig. 65 – Biblioteca infantil


centro-cultural-por-conarte-anagrama/5236abb5e8e44eef790000b6
Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-143568/biblioteca-infantil-e-

O projeto conta com uma plataforma de leitura multiuso centro-cultural-por-conarte-anagrama/5236abb5e8e44eef790000b6

e assimétrica que simula a topografia local, gerando um

71
 Proposta Vencedora para o Centro de Arte e
Cultura Étnica Internacional do Sudoeste

Ficha técnica

Arquitetos: Tongji Architectural Design and Research Institute

Localização: Kunming, China

Ano: 2013

Fig. 66 – Auditório

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-143568/biblioteca-infantil-e-
centro-cultural-por-conarte-anagrama/5236abb5e8e44eef790000b6

72
Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste, localizado
em Kunming, China.

Fig. 67 – Centro de Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste


Fig. 68 – Centro de Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste
Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-137956/proposta-vencedora-
Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-137956/proposta-vencedora-
para-o-centro-de-arte-e-cultura-etnica-internacional-do-sudoeste-tongji-
para-o-centro-de-arte-e-cultura-etnica-internacional-do-sudoeste-tongji-
architectural-design-and-research-institute
architectural-design-and-research-institute

Os escritórios Tongji Architectural Design e Research


O edifício foi pensado utilizando os limites do terreno e
Institute foram os vencedores do concurso para o Centro de
tendo o interior dividido em quatro partes arredondadas onde

73
os seguimentos podem funcionar individualmente, porém protegem o edifício e criam uma comunicação do interior com
interligados com passarelas. o exterior.

O subsolo contém o pavimento técnico e um


estacionamento. O primeiro andar do edifício é aberto ao
público e abriga a cultura nacional e exposições de arte,
espaços de proteção do patrimônio e uma lanchonete. O
prédio é dividido em quatro partes: o centro de exposições ao
norte, a academia de arte a leste, o teatro ao sul e os estúdios
de arte a oeste.

Fig. 69 – Centro de Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-137956/proposta-vencedora-
para-o-centro-de-arte-e-cultura-etnica-internacional-do-sudoeste-tongji-
architectural-design-and-research-institute

As culturas foram colocadas de forma abstrata nas


fachadas, que são compostas de painéis metálicos, que

74
 Centro Cultural Cais do Sertão

Ficha técnica

Arquitetos: Brasil Arquitetura

Local: Recife, PE

Ano: 2010

Concebido juntamente com a curadoria, realizada por


Isa Grinspum Ferraz, Helena Tassara e Marcelo Macca, o
projeto ficara na zona portuária do Recife Antigo.
Fig. 70 – Centro de Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-137956/proposta-vencedora-
para-o-centro-de-arte-e-cultura-etnica-internacional-do-sudoeste-tongji-
architectural-design-and-research-institute

75
O projeto cria uma relação direta com o bem tombado
ao abrir um vão ao nível do pedestre conectando o prédio
novo ao antigo.

Fig. 71 - Centro Cultural Cais do Sertão

Fonte: http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/brasil-arquitetura-
museu-recife-05-04-2011 Fig. 72 - Centro Cultural Cais do Sertão

Fonte: http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/brasil-arquitetura-
museu-recife-05-04-2011
O projeto dialogará com o único bem tombado do
entorno, a torre Malakoff. A ideia era ocupar um galpão No térreo, rio São Francisco indica o caminho, levando
existente e construir outro volume ao lado, porém decidiu-se o visitante a diversas experiências relacionadas ao sertão.
erguer outro edifício no lugar onde será demolido o galpão e Um mezanino indica o fim do percurso, nele contem um
utilizando elementos do antigo. estúdio que pode ser usado para gravações de musicas de
Gonzaga.

76
O fechamento do prédio é feito com elementos
vazados de concreto, que tem o objetivo de proteger e criar
efeitos internos de acordo com a luz solar.

Fig. 73 - Centro Cultural Cais do Sertão

Fonte: http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/brasil-arquitetura-
museu-recife-05-04-2011

O edifício possui ainda biblioteca e discoteca


multimídia, espaço para exposições temporárias, auditório,
Fig. 74 - Centro Cultural Cais do Sertão
oficinas, salas de múltiplo uso e restaurante na cobertura.
Fonte: http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/brasil-arquitetura-
museu-recife-05-04-2011

77
 Centro Cultural de Eventos e Exposições de Cabo Formado por dois edifícios, que se conectam por um
Frio - Menção Honrosa corpo articulador, o Centro Cultural e de Eventos de Cabo
Frio foi projetado o intuito de promover a aproximação entre
Ficha técnica as margens do terreno – tecido urbano e Laguna – criando
Arquiteta: Luciana Dornellas Pio Magalhães assim novos enquadramentos da paisagem gerando praças e
Local: Cabo Frio, RJ, Brasil. pátios, em uma distribuição dinâmica do programa e dos
Ano: 2014 usos.

Fig. 75 - Centro Cultural de eventos e exposições de cabo Frio


Fig. 76 – Centro Cultural de eventos e exposições de cabo Frio
Fonte: http://www.iab.org.br/projetos/centro-cultural-de-eventos-e-
exposicoes-de-cabo-frio-mencao-honrosa Fonte: http://www.iab.org.br/projetos/centro-cultural-de-eventos-e-
exposicoes-de-cabo-frio-mencao-honrosa

78
No edifício Noroeste foi instalado o foyer receptivo e o  Pavilhão austríaco – Expo 2015
centro de feiras, ambos com pés direitos generosos e que
Ficha técnica
possibilitam os mais variados eventos.
No edifício Sudeste, o restaurante panorâmico, a Arquitetos: Bence Pap e Mario Gasser
comedoria, as salas multiuso e as salas de apoio são a
Local: Milão, Itália
companhia do amplo teatro e auditório.

Fig. 78 – Pavilhão austríaco – Expo 2015

Fig. 77 – Corte perspectivado edifício sudoeste


Fonte: http://aasarchitecture.com/2014/01/austrian-pavilion-expo-2015-by-

Fonte: http://www.iab.org.br/projetos/centro-cultural-de-eventos-e- bence-pap-and-mario-gasser.html

exposicoes-de-cabo-frio-mencao-honrosa

79
Impulsionado por uma abordagem conceitual de
destacar a diversidade cultural e de artesanato local dentro
das regiões austríacas, o pavilhão é uma representação
desses conhecimentos em conjunto com topografia
diversificada da Áustria, que produz uma grande variedade
dentro do cultivo de culturas agrícolas e de bens.

A proposta arquitetônica é de uma arca, carregando


uma biblioteca com diversos produtos austríacos, produzidos
localmente com uma filosofia sustentável. O pavilhão é
organizado como um edifício de dois andares, executado com Fig. 80 – Pavilhão austríaco – Expo 2015
uma estrutura de aço.
Fonte: http://aasarchitecture.com/2014/01/austrian-pavilion-expo-2015-by-
bence-pap-and-mario-gasser.html

Fig. 79 – Pavilhão austríaco – Expo 2015

Fonte: http://aasarchitecture.com/2014/01/austrian-pavilion-expo-2015-by-
bence-pap-and-mario-gasser.html
80
Programa de necessidades básicas

Setor cultural

Ambiente Descrição Metragem quadrada

Recepção Área de chegada, credenciamento e espera. 60 m²

Sala de exibição Espaço voltado para exibição de vídeos, com telão, e 60 m²


com equipamentos audiovisuais.

Praça multiuso Área externa voltada para manifestações culturais. 200 m²

Arena de apresentações Anfiteatro externo voltado para apresentações e 100 m²


debates
Sala para projeção de som e imagem, voltada para a
Auditório realização de seminários, cursos, congressos e 150 m²
convenções de público restrito. Capacidade para 100
pessoas
Locais disponíveis para exposições de materiais
Área de exposições culturais, obras de arte e afins. Exposições 300 m²
permanentes e temporárias

81
Guarda de instrumentos Local destinado ao armazenamento de instrumentos 20 m²
relativos a um grupo de folia, um grupo de boi e
demais instrumentos.
Lanchonete fast-food. Ambiente interno para
Bar/cafeteria atendimento ao público com instalação contendo área 150 m²
de atendimento, cozinha, DML e lixo.

Loja de souvenir Pequeno ponto comercial destinado à venda de 15 m²


lembrancinhas locais.

Área de estudos/biblioteca Pequena biblioteca com acervos e espaço para 400 m²


estudos e leitura.

Sala de arquivos – Arquivo público Local com acervo de documentos à disposição do 30 m²


público.

Sala de aula Espaço com instalações e equipamentos voltados 80 m²


para o ensino. Quantidade: duas salas.

Sala de oficinas Ambiente voltado para produção e ensino de 90 m²


artesanatos e produtos relacionados a cultura local.
Instalações de salas com equipamentos diversos para
Sala multiuso realização de oficinas, cursos, debates, criação, etc. 50 m²
Quantidade: uma sala.

82
Laboratório de imagem Espaço voltado para a editoração eletrônica de 50 m²
vídeos, documentários, etc.

Estúdio de imagem e som Ambiente equipado para produção audiovisual 100 m²

Camarim Espaço voltado para preparação dos foliões/artistas 30 m²


para as apresentações

Atelier de criação Espaço para a produção de ideias para fantasias e 30 m²


acessórios relacionados à cultura local.

Atelier de costura Produção de fantasias e acessórios. 30 m²

Sala de estar Ambiente reservado para artistas/foliões que 50 m²


aguardam para utilizar o camarim ou atendimento nos
ateliês

Figurino Espaço destinado à guarda de figurinos utilizados nas 25 m²


apresentações
Instalações sanitárias divididas por sexo. Feminino (6
Banheiros bacias e 5 cubas). Masculino (6 bacias e 5 cubas). 25 m²
Duas instalações por pavimento.

83
Setor administrativo

Ambiente Descrição Metragem quadrada

Recepção 30 m²

Banheiros adaptados – feminino e masculino 4 m²

Sala de arquivos Local destinado ao abrigo de arquivos e 15 m²


documentos privados ou de valor.

Sala da direção 15 m²

Sala da coordenação 15 m²

Espaço para reuniões do setor


Sala de reuniões administrativo. 15 m²

84
Setor de serviço

Ambiente Descrição Metragem quadrada

Vestiário feminino Instalações sanitárias compostas por 15 m²


duas bacias, dois chuveiros e duas
cubas. Destinada aos funcionários.

Vestiário masculino Instalações sanitárias compostas por 15 m²


duas bacias, dois chuveiros e duas
cubas. Destinada aos funcionários.

Lixo Depósito de lixo com capacidade de 20 m²


abrigo de até três dias.
Local destinado a lanches rápidos.
Cozinha/copa Destinado aos funcionários 10 m²

DML Depósito de materiais de limpeza 10 m²

Segurança Sala de controle e monitoramento de 10 m²


câmeras com acesso externo

Depósito Local destinado à guarda de materiais e 10 m²


equipamentos no período que não
estiverem sendo utilizados.

85
Referências  NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos.
 NEUFERT, P. Arte de Projetar em Arquitetura. 17ª ed.
 GHIRARDELLO, N.; FARIA, G. G. M. Patrimônio Barcelona: Ed. Gustavo Gili, 2011.
histórico: como e por que preservar. Bauru, SP: Canal
6, 2008.  RAMBALDUCCI, N. E. Muqui, passado de glória, futuro
de esperança. 2ª ed. Muqui: edição do autor, 2013.
 GONZAGA, J.R. Limites e possibilidades sobre o
tombamento do patrimônio histórico de Muqui/ES.  SEBRAE/ES. Inventário da Oferta Turística – Muqui–
2005. Dissertação (Mestrado em Planejamento ES. Vitória: SEBRAE/ES, 2006.
Regional e Gestão de Cidades). Universidade Cândido  PORTAL DA SECRETARIA DE CULTURA DO
Mendes, Campos dos Goytacazes, RJ. 111p. ESPIRITO SANTO. CEC Resoluções. Resolução CEC
003/2012. Disponível em <
 HAUTEQUESTT, G. C. Arquitetura Urbana do Café http://secult.es.gov.br/?id=/cec/resoluções>. Acessado
em Muqui-Es. 2011. Dissertação (Mestrado em Artes, em 22/02/2014.
na área de concentração Patrimônio e Cultura).
Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES.
 CAMARA MUNICIPAL DE MUQUI. Museu Virtual.
251 p.
Disponível em
<http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp
 _________. Lei Ordinária Nº 70 de 6 de outubro de >. Acessado em 10/03/2014
1999. Dispõe sobre o Tombamento do Patrimônio
Histórico e Artistico do Municipio de Muqui e dá outras
 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
providências. Muqui, outubro de 1999.
ESTATISTICA (IBGE). Cidades@. Disponível em
<http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&
 MACHADO, A.M.B. L. Muqui…suas gentes, suas
codmun=320380&search=espiritosanto|muqui|infografi
tradições! 1ª ed. Muqui: edição do autor. 2012.
cos:-historico>. Acessado em 10/03/2014.
 MOTA, M. Projeto “Dolores Rosa”. Premio FUNARTE
de Arte Negra. Muqui, ES. 2013.  YOUTUBE. Folia de reis - Costumes, Crença e
Tradição. Disponível em

86
<https://www.youtube.com/watch?v=SaXO2KmwiCQ>.  POLATI, W. “Muqui na passarela” Disponível em <
Acessado em 24/04/2014. http://movimentohotspot.com/projeto/muqui-na-
passarela/>. Acessado em 04/05/2014.
 PORTAL DO GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO
SANTO. Principais manifestações folclóricas do  GRUPO CULTURAL ETC. “Histórico do Grupo”.
Espírito Santo. Disponivel em Disponível em
<http://www.es.gov.br/EspiritoSanto/paginas/folclore.as <http://etccultural.blogspot.com.br/2011/04/historico-
px>. Acessado em 25/04/2014. do-grupo.html>. Acessado em 04/05/2014.

 CARNAVAL DO BOI. O boi. Disponível em <  SERAPIÃO, F. “Brasil Arquitetura: Centro cultural Cais
http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php>. do Sertão”. Disponível em
Acessado em 29/04/2014. <http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/brasil-
arquitetura-museu-recife-05-04-2011>. Acessado em
 ARCHDAILY. Biblioteca Infantil e Centro Cultural por 04/05/2014.
Conarte / Anagrama. Disponível em
<http://www.archdaily.com.br/br/01-143568/biblioteca-  FECIN. O festival. Disponível em
infantil-e-centro-cultural-por-conarte-anagrama>. <http://www.fecin.com.br/novo/o-festival/>. Acessado
Acessado em 04/05/2014 em 05/05/2014.
 RAMOS, L. B. Centro Cultural: território privilegiado da
 FURUTO, A. "Proposta Vencedora para o Centro de ação cultural e informacional na sociedade
Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste / Tongji contemporânea. Disponível em <
Architectural Design and Research Institute" Disponível http://www.cult.ufba.br/enecult2007/LucieneBorgesRam
em <http://www.archdaily.com.br/br/01- os.pdf>. Acessado em 07/05/2014.
137956/proposta-vencedora-para-o-centro-de-arte-e-
cultura-etnica-internacional-do-sudoeste-tongji-  NEVES. R. R. Centro Cultural: a Cultura à promoção
architectural-design-and-research-institute>. Acessado da Arquitetura. Disponível em <
em 04/05/2014. http://www.ipog.edu.br/uploads/arquivos/55d81f6d4bcb
86ffeb259195254b6ff5.pdf>. Acessado em 07/05/2014.

87
 NT -10. Saídas de emergência. Disponível em <
http://www.cb.es.gov.br/(X(1)F(brfBxaak5hwBjmdxcOZ
70hu4zPUzg-
cFip0KbqyHsQx7z8lB3ilXNyIh3tkMIjwFSXlQdJM5n9P
Uw6QYwWCThwSeJhFCDvWt10WFmGmkprlxxpZX-
42Sv8uda1sNo6s0fJcwZ4-
10C8Z_8CGZsJNtQJ9WDk1))/conteudo/atividadestecn
icas/normastecnicas/default.aspx>. Acessado em
12/06/2014.

 RINALDI, M. “Austrian Pavilion Expo 2015 By Bence


Pap And Mario Gasser”. Disponível em
<http://aasarchitecture.com/2014/01/austrian-pavilion-
expo-2015-by-bence-pap-and-mario-gasser.html>.
Acessado em 17/06/2014.

 MAGALHÃES, L. D. P. “A Água Vem À Cidade. A


Cidade Vai À Água”. Disponível em <
http://www.iab.org.br/projetos/centro-cultural-de-
eventos-e-exposicoes-de-cabo-frio-mencao-honrosa>.
Acessado em 17/06/2014.

88
Anexo 1 - Controle urbanístico
SETOR GABARIT ALTURA AFASTAMENT AFASTAMEN AFASTAMEN USOS PERMITIDOS2
O TO LATERAL TO
O MÁXIMA1
FRONTAL FUNDOS
MÁXIMO 1 Incluindo a cobertura.
Eixo da 10m para Sem 3,00m Comércio e serviço local,
2 Desde que não acarretem fluxo demasiado
Ferrovi edificações afastamento atividades culturais e recreativas de veículos/ pessoas.
a na face do frontal para 15,0m da e uso institucional compatíveis 3 Nos casos onde o lote permita novas
Parte lote edificações na margem do com o uso residencial: R.
face do lote Rio Bernardino Monteiro; R. Vieira
construções, sendo vetado novos
baixa
7m para Muqui nos Machado; desmembramentos.
2 pav. edificações 3,0m da 1,50m no lotes que - R. Getúlio Vargas; R. Hitler
no fundo do edificação caso 4 Idem.
acima do fazem limite Acha Ayub.
existente para de haver
lote3 com o Rio. * Residencial:
nível da edificações abertura para
- todos os logradouros.
no fundo do ventilação e
rua
Eixo da lote4
iluminação Comércio e serviço local,
Ferrovi atividades culturais e recreativas
a e uso institucional compatíveis
Parte 7m com o uso residencial: R. Vieira
3,0m na
alta Machado; R. Getúlio Vargas;
lateral em que 3,00 m
Residencial:
houver
- todos os logradouros.
varanda de
Eixo edificação Comércio e serviço local,
boa histórica no atividades culturais e recreativas
Espera Sem imóvel vizinho e uso institucional compatíveis
nça
afastamento com o uso residencial: R. João
frontal Jacinto;
Residencial:
- todos os logradouros.
Jardim Comércio e serviço local,
Público atividades culturais e recreativas
8m
e uso institucional compatíveis
com o uso residencial: R. Vieira
Machado; R. Poty Formel; R.
Gercy Tamara Martins; R. Ciro
Duarte.
Residencial:
- todos os logradouros.
8m para Comércio e serviço local,
edificações Sem 15m da atividades culturais e recreativas
na face do afastamento margem e uso institucional compatíveis
lote frontal do Rio com o uso residencial: R. Cel.
Entre Muqui. Pedro João; R. Francisco Siano;
Morros 7m para Residencial:
edificações - todos os logradouros.
no fundo do 3,0m
lote

89
Anexo 2 - Centro Cívico Municipal – Análise do edifício salão de festas, o andar superior conta ainda com um
banheiro feminino, um palco para apresentações, camarim e
uma área de cozinha que servia de apoio aos eventos que ali
Inaugurado em 1960, o edifício do Centro Cívico
aconteciam.
Municipal já passou por diversas modificações. O prédio
adquirido possuía apenas um pavimento, onde funcionava Em 1974, buscando aproveitar a área não construída do
uma loja de tecidos e aviamentos. Segundo Rambalducci terreno o presidente do clube decidiu ampliar as instalações
(2013) a planta foi traçada pelo muquiense Dr. José Brasil do edifício, construindo duas piscinas, adulto e infantil.
Siano, porém não há registros físicos do projeto original. Posteriormente, foi construída uma área de lazer composta
por saunas, vestiários, bar e uma área coberta com mesas e
A partir do projeto iniciaram-se as obras para a construção de
bancos. (RAMBALDUCCI, 2013)
um segundo pavimento que abrigaria o salão de festas do
clube. A área comercial também sofreu alterações, sendo dividida
em duas lojas com instalações como banheiros e depósitos
No andar térreo permaneceu a área comercial, sendo
para atender as necessidades dos comerciantes.
construído ao lado um hall dando acesso ao pavimento
superior. Ainda no térreo é possível observar na nova Na área destinada anteriormente para depósito de mesas e
construção a instalação de um banheiro, uma área para bar, cadeiras, foi construída uma casa para o zelador com quatro
um depósito, que segundo relatos dos frequentadores, era quartos, sala, copa, cozinha e banheiro.
destinado a guardar cadeiras e mesas que seriam utilizadas
no salão de festas e um campo de futebol de salão. Além do

90
91

ALUNA: LORENNA BORGES

ORIENTADOR: THIAGO MAIA


92

ALUNA: LORENNA BORGES

ORIENTADOR: THIAGO MAIA


93

ALUNA: LORENNA BORGES

ORIENTADOR: THIAGO MAIA


94

ALUNA: LORENNA BORGES

ORIENTADOR: THIAGO MAIA


95

ALUNA: LORENNA BORGES

ORIENTADOR: THIAGO MAIA


96

ALUNA: LORENNA BORGES

ORIENTADOR: THIAGO MAIA


97

ALUNA: LORENNA BORGES

ORIENTADOR: THIAGO MAIA


98

ALUNA: LORENNA BORGES

ORIENTADOR: THIAGO MAIA


99

ALUNA: LORENNA BORGES

ORIENTADOR: THIAGO MAIA


100

ALUNA: LORENNA BORGES

ORIENTADOR: THIAGO MAIA


101

ALUNA: LORENNA BORGES

ORIENTADOR: THIAGO MAIA


102

ALUNA: LORENNA BORGES

ORIENTADOR: THIAGO MAIA


103

ALUNA: LORENNA BORGES

ORIENTADOR: THIAGO MAIA


A volumetria do edifício é simples, sendo composta de
apenas um bloco retangular com inserção de elementos
decorativos circulares abaixo da janela e na sacada da
fachada principal. Apesar de possuir alguns elementos
verticais inclinados as marquises e a distribuição das
aberturas marcam uma horizontalidade na construção (Fig. I).

Fig. I - Linhas horizontais

Fonte: Arquivo pessoal

104
Anexo 3 - Diagnóstico dos danos

Fachadas

Na fachada principal é possível observar as marcas


das mudanças ocorridas no decorrer dos anos. Utilização de
porta de vidro nas lojas e revestimento de granito nas paredes
do térreo é uma delas. O acréscimo de uma marquise sobre o
passeio fornece cobertura às entradas das lojas.

Devido à exposição às ações das intempéries a pintura


também está comprometida, apresentando manchas de
umidade e descascamento em boa parte da fachada (Fig. II).

Na fachada noroeste observa-se alto índice de degradação,


como partes faltantes na alvenaria e passagem irregular de
canos pela parede.

105
Fachada Sudeste
Fachada Sudoeste

Fachada Noroeste
Fachada Nordeste

Fig. II – Danos nas fachadas

106
Interior – térreo

Hall

107
Circulação

Piso: Ladrilho cerâmico vermelho hexagonal. Apresenta


sinais de desgaste e manchas de umidade. Nos degraus das
escadas o mármore branco não apresenta patologias.

Paredes: Revestimento em madeira a 1,70 m do piso.


Apresenta em algumas partes apodrecimento por umidade e
por insetos xilófagos. No restante a pintura branca sobre
emboço fino encontra-se em bom estado de preservação.

Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta


fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados

Esquadrias: básculas com perfil metálico e vidro,


apresentam pinturas descascadas em alguns pontos. Portas
de madeira com vidro em bom estado de conservação.

108
Piso: Ladrilho hexagonal cerâmico amarelo. Apresenta
apodrecimento por umidade e sinais de desgaste pelo uso.

Paredes: revestimento em azulejo hidráulico branco a 1,45 m


do piso. Apresenta fissuras em alguns pontos e
apodrecimento por umidade. No restante da parede a pintura
em tinta branca encontra-se em bom estado de conservação.

Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta


fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados.

Esquadrias: básculas com perfil metálico e vidro, apresentam


pinturas descascadas em alguns pontos. Portas de madeira
com vidro em bom estado de conservação.

109
Banheiro

110
Piso: Revestimento cerâmico novo. Loja 1

Paredes: Revestimento cerâmico novo a 1,45 m do piso. No


restante da parede a pintura em tinta branca encontra-se em
bom estado de conservação.

Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta


fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados.

Esquadrias: básculas com perfil metálico e vidro, apresentam


pinturas descascadas em alguns pontos. Portas de madeira
em bom estado de conservação.

Piso: Revestimento cerâmico. Apresenta desgaste devido ao


uso, trincas e fissuras.

Paredes: Pintura branca sobre emboço fino. Observa-se em


alguns pontos o apodrecimento por umidade, eflorescências,
descolamento da tinta e mofo.

111
Teto: Rebaixamento de PVC. Apresenta instabilidade em
alguns pontos.

Esquadrias: Porta de entrada com perfil metálico e vidro, de


correr, duas bandeiras. Portas de madeira para áreas internas
com aplicação de verniz em bom estado de conservação.

112
Loja 2

113
Piso: Revestimento cerâmico. Apresenta instabilidade, Área externa - Lazer
trincas, fissuras e ausência de peças.

Paredes: Pintura sobre emboço fino. Observa-se em alguns


pontos o apodrecimento por umidade, eflorescências,
descolamento da tinta e mofo.

Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta


fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados.

Esquadrias: portas metálicas com vidro e pintura cinza.


Apresenta desbotamento de pintura e ferrugem em alguns
pontos.

114
Piso: Piso de cimento. Apresenta instabilidade, trincas,
fissuras e alguns pontos a ausência total deles.

Paredes: Pintura sobre emboço fino. Observa-se em vários


pontos o apodrecimento por umidade, eflorescências,
descolamento da tinta e mofo.

Teto: laje com tijolos aparentes. Em alguns pontos observa-


se a ausência de peças e apodrecimento por umidade.

Esquadrias: portas em madeira com pintura azul.


Apresentam-se em estado de degradação, apodrecimento por
umidade e em alguns pontos a pintura está descascada.

115
Salão

Piso: Piso de madeira. Encontra-se em bom estado de


conservação, não apresentando patologias, apenas falta de
brilho devido ao uso.

Paredes: Revestimento em madeira a 1,60 m do piso, em


bom estado de conservação. No restante a pintura branca
sobre emboço fino encontra-se em bom estado de
preservação e a parede não apresenta trincas ou fissuras.

116
Teto: Pintura com brilho na cor bege. Sancas lateral e central Piso: Revestimento cerâmico novo.
com iluminação embutida bem preservada. Instalações de
Paredes: Pintura sobre emboço fino. Observa-se em alguns
ventiladores de teto com bom funcionamento. Pontos de
pontos o apodrecimento por umidade, eflorescências,
iluminação conservados.
descolamento da tinta e mofo.
Esquadrias: Portas com madeira escura e vidro bem
Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta
preservadas. Janelas em madeira com pintura branca e vidro.
fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados.
A pintura em alguns pontos apresenta descascamento. A
estrutura está conservada. Esquadrias: porta de madeira com vidro e envernizada. Bem
conservada.

Cozinha

117
Camarim

Piso: Ladrilho hexagonal cerâmico amarelo. Apresenta sinais


de desgaste pelo uso.

Paredes: Pintura sobre emboço fino sem trincas ou fissuras.

Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta


fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados.

Esquadrias: Porta de madeira envernizada. Apresenta


alguns arranhões e descascamento do verniz em alguns
pontos. Janelas de madeira com pintura branca e vidro. Bem
conservada.

118
Banheiro Feminino

Piso: Ladrilho retangular cerâmico branco. Apresenta sinais


de desgaste pelo uso.

Paredes: Azulejo cerâmico decorado na cor bege a 1,70 m do


piso. Apresenta trincas e fissuras em algumas partes. No
restante Pintura sobre emboço fino sem trincas ou fissuras.

Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta


fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados.

Esquadrias: Porta de madeira envernizada. Apresenta


alguns arranhões e descascamento do verniz em alguns
pontos. Portas de madeira com pintura branca. Apresentam
apodrecimento por umidade em algumas partes e presença
de insetos xilófagos. Básculas com perfil metálico e vidro,
apresentam pinturas descascadas em alguns pontos.

119
Anexo 4 - A proposta dividida de modo que voltasse a ser duas, como era
originalmente. Houve a derrubada das paredes internas que
O conceito utilizado para a elaboração deste projeto
separavam as lojas e seus ambientes de apoio. Desta forma,
parte do termo mimese, que é proveniente do grego, e em
cria-se um ambiente unificado que abrigará as exposições
síntese significa imitação.
permanentes. Toda parte externa acrescida posteriormente foi
Das variedades existentes para este conceito, utilizou- demolida.
se a analogia visual. O Centro cívico municipal, localizado no
No pavimento superior, a proposta é de fazer o mínimo
terreno de intervenção, não é uma edificação tombada e já
de alterações possíveis, a fim de preservar as características
passou por várias transformações ao longo de sua existência,
do salão existente.
desta forma, o emprego do conceito se dá pela inserção de
um anexo a este edifício, de modo que se crie uma nova No camarim foi feito um rebaixo de parte do piso que
totalidade do mesmo acompanhando as linhas de força da se encontrava no nível do palco, deixando-o no nível do
arquitetura existente no local. salão. O acesso do camarim pelo salão foi fechado, ficando
somente com o acesso pelo palco.
Na fachada principal é proposta a retirada da marquise
acrescida posterior ao projeto, que faz a cobertura sobre o Onde fica o banheiro feminino, foi proposta a
passeio, visto que já existe uma marquise superior a esta que adaptação para uma área técnica de suporte para os eventos
cumpre a função de proteger as entradas. realizados no salão, com acesso pelo palco e pelo salão.

No térreo, foram mantidas as aberturas das entradas No restante do salão serão mantidas as características
originais, sendo que uma delas, situada na área comercial, foi originas na estrutura e revestimentos.

120
Anexo 5 – Estudo da forma

Partindo do conceito e Será criado um espaço livre


Terreno inicial com respeitando a legislação É erguido um volume
construção existente na lateral do edifício, gerando paralelo respeitando as
quanto ao gabarito e distancia entre as fachadas e
afastamentos, cria-se mesmas características
conseguindo desta forma do volume inicial
uma extensão do CCM área de circulação entre os
dois blocos

A comunicação entre A nova totalidade é um Objetivando a formalidade


os dois edifícios é feita No volume central de
volume que se assemelha do edifício, são feitos
através de um volume ligação, são feitas
a um H, com a parte acréscimos de modo a
adicionado aberturas horizontais que
externa livre para abrigar deixar as fachadas
perpendicularmente e favorecem a visualização
as manifestações inclinadas, assemelhando-
suspenso, criando da parte externa e a
artísticas e culturais que se aos elementos inclinados
também uma praça ventilação e iluminação
virão a acontecer existentes na fachada do
coberta que pode natural
abrigar atividades edifício existente
culturais e artísticas. 121
A parte anexa ao edifício do
O resultado final é uma forma Centro Cívico recebe uma A fachada lateral do CCM
que favorece o uso tanto malha metálica em aço corten recebe um painel em vidro
interno quanto externo. O vazado, proporcionando branco e fosco, a fim de servir
pátio aberto, interliga todo o autenticidade e diferenciação como tela para projeção de
projeto e cria uma entre a parte nova construída imagens e exibição de filmes
comunicação entre e o antigo modelo existente. de curta duração
elementos como o rio que
passa ao fundo do terreno e a
praça que acontece na frente.

122
Parecer do Orientador

123

Você também pode gostar