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Sistema Viário

O sistema viário é favorável em relação ao terreno,


pois ele está situado em local de fácil acesso, tanto para
quem utiliza os meios de transporte quanto para os pedestres.

Na avenida principal passam os ônibus que fazem a


linha intermunicipal ligando Muqui a Cachoeiro do Itapemirim
e Mimoso do Sul. Estes ônibus também são responsáveis
pelo transporte da comunidade rural para a sede.

Bem próximo ao terreno está situada a rodoviária da


cidade, e também tem-se um ponto de ônibus na Avenida
Vieira Machado. O ponto de taxi fica situado bem em frente à
rodoviária.

Muqui não possui ciclovias, porém é grande o número


de ciclistas que utilizam as ruas da cidade para se
locomoverem.

Os pedestres utilizam as calçadas para a locomoção.


Na cidade também não existe sinalizações de trânsito como
faixas de pedestres.

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Mão dupla Via Local Via Arterial

Mão única Via Coletora

Fig. 31 – Sistema Viário

Fonte: Google maps – Adaptado por Lorenna Borges

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Ponto de ônibus Taxi Via de transporte público/Avenida Principal

Fig. 32 – Sistema Viário

Fonte: Google maps – Adaptado por Lorenna Borges

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Legislação

De acordo com a setorização, disponibilizada pela


Resolução CEC (Conselho Estadual de Cultura) Nº 003/2012
(Fig. 33), o terreno está localizado no setor ferroviário parte
baixa. Este setor possui características que lembram a
morfologia fundiária colonial, com lotes irregulares limitados
pelo Rio Muqui. Possui alguns bens de interesse cultural
edificações contemporâneas e/ou de baixa relevância
histórica e/ ou arquitetônica.

Setor Eixo Ferroviária parte alta Setor Eixo Boa Esperança Setor Entre Morros

Setor jardim Público Setor Eixo Ferroviária parte baixa Poligonal de tombamento

Fig. 33 – Setorização do Sítio Histórico Urbano de Muqui.

Fonte: Resolução CEC Nº 003/2012.

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Para fins de novas construções e reformas de VII – Será permitido o uso de telhas de vidro em até
20% da superfície do telhado sempre que o impacto
construções históricas ou de interesse de preservação neste das visuais das coberturas do edifício seja o menor
possível se observado, em primeiro lugar, a partir das
setor, o CEC prevê algumas diretrizes a serem seguidas, e vias que conformam a quadra onde está inserida a
edificação e, em segundo, dos pontos notáveis como
são elas: os adros das igrejas, capelas e mirantes naturais.

Coberturas

Art.54º. Sobre os planos de cobertura, fica Terraços, varandas, alpendres e marquises.


estabelecido:
Art.56º. Não será permitida a construção de terraços,
I – Deverão ser em telha cerâmica, necessariamente, com ou sem cobertura, nos imóveis localizados nas
nas edificações históricas de interesse de preservação Poligonais de Tombamento.
onde for comprovada a sua utilização anterior, no
modelo pré-existente; Parágrafo único. Não será permitida a inserção de
edificações ou pavimento de edificação com trama
II – Deverão ser em telha cerâmica, preferencialmente, estrutural vazada e elementos estruturais aparentes,
nas edificações novas e nas reformas de edificações como pilares, pilotis, vigas e outros. A respectiva área
sem relevância histórica e/ou arquitetônica; deverá ter fechamento em alvenaria, rebocada e
pintada com tinta sem brilho.
III - Será tolerada a utilização de telha de fibrocimento
sem amianto, de concreto e do tipo ecológica em Art.57º. A construção de varandas ficará condicionada
edificações novas e reformas de edificações sem a respeitar os critérios de Face de Quadra, observada
relevância histórica e/ou arquitetônica, desde que as a tipologia das varandas dos imóveis protegidos.
mesmas se aproximem em cor, da telha cerâmica, que
não possuam brilho ou refletância significativa e Art.58º. Não será permitida a construção de alpendres
estejam ocultas por platibanda da visão do transeunte; e marquises sobre o passeio público nas Poligonais de
Tombamento.
IV – Deverão ser mantidas as cobertura originais das
edificações históricas de interesse de preservação, no Fachadas
que diz respeito ao desenho, inclinação, materiais e
volumetria;
Art.59º. Ficam definidos os seguintes critérios para as
fachadas das edificações nas Poligonais de

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Tombamento, objetivando a manutenção da leitura II – Não será permitido o uso de cores fortes e/ou
urbana e da tipologia arquitetônica: vibrantes em qualquer porção das fachadas dos
imóveis, seja de interesse de preservação ou não;
I – manutenção dos revestimentos originais das
alvenarias externas, dos ornamentos, elementos d) As fachadas das edificações novas deverão receber,
integrados externos, muros e gradis externos segundo obrigatoriamente, pintura sem brilho não sendo
as características históricas e estilísticas dos imóveis permitido o uso de acabamentos brilhantes de tintas,
históricos de interesse de preservação; vernizes, esmaltes ou outros, bem como a imitação de
pedras, tijolos ou de qualquer outro revestimento por
II – A composição das fachadas nas novas construções meio de pintura;
deverá obedecer as particularidades dos imóveis do
entorno como: o ritmo constante de distâncias entre os
vãos, a simetria e as proporções entre os elementos, a
altura das coberturas, a constância na combinação de Esquadrias
certos elementos, a simetria na sua composição e as
proporções entre as diferentes medidas da fachada; Art.62º. O material e o revestimento das esquadrias
das edificações nas Poligonais de Tombamento,
III - É vedado o revestimento, acabamento e deverão se enquadrar em uma das categorias:
ornamentação das fachadas, frontal, laterais e de
fundos, com materiais reflexivos, tais como, panos de II – As esquadrias das edificações novas deverão ser,
vidro, alumínio, aço inox e similares, nas suas preferencialmente, em madeira, devendo ser justificado
diferentes composições industriais, assim, como a a utilização de outro material, o qual deverá ser
aplicação de película reflexiva ou a construção de compatível com a linguagem estética dos imóveis
revestimentos anti-reflexo; protegidos por esta Resolução.
IV – As fachadas voltadas para o Rio Muqui deverão III – Fica vedado o uso de panos de vidro do tipo “pele
receber a mesma importância das fachadas voltadas de vidro”, com ou sem montantes, em qualquer imóvel
para o logradouro, devendo receber tratamento estético dentro das Poligonais de Tombamento;
e estilístico qualitativo em harmonia com o Sítio
Histórico de Muqui IV – O uso de gradil de proteção deverá ser em ferro
ou aço galvanizado pintado, sendo proibida a sua
Art.60º. A utilização de cores nas fachadas das instalação em imóveis históricos de interesse de
edificações deve objetivar a manutenção da leitura preservação quando implicar na mutilação de qualquer
urbana e da tipologia arquitetônica e estilística, e estará parte ou elemento arquitetônico, sendo recomendado,
condicionada aos seguintes critérios: sempre que possível, a instalação dentro da caixa do
vão a ser protegido;

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V – A proporção, as dimensões e a tipologia das §3º. Deverão ser mantidos os elementos e
esquadrias das novas construções deverão respeitar acabamentos originais de pisos, forros, escadas,
aquelas das edificações históricas da Face da Quadra; paredes e outros, sempre que possível.

§4º. As substituições dos elementos internos deverão


ser justificadas, buscando alternativas atuais
Muros e gradis compatíveis com a edificação, evitando-se a introdução
de materiais sintéticos como plástico, PVC, polietileno,
fibra de vidro, alumínio e outros.
Art.63º. Nas Poligonais de Tombamento só poderão
ser utilizados, para fechamento dos lotes, muros em §5º. Serão considerados, para efeito da presente
pedra seca e/ ou em alvenaria e/ou gradil de ferro, resolução, além dos aspectos originais da edificação,
revestidos de argamassa e pintados em cores aqueles que, embora não sejam originais, retratem
conforme padrão estético-estilístico do conjunto e/ou uma intervenção consolidada que importe preservar.
da edificação.

§1º. Os muros em pedra ou alvenaria terão altura


máxima de 1,20m, podendo ser complementado até a
altura de 2,0m com gradil de ferro, salvo em caso de Quanto ao controle urbanístico, a resolução CEC prevê
muros de contenção, com finalidade estritamente
estrutural, previamente projetado por profissional em uma tabela (ver anexo 1) todos os afastamentos
habilitado pelo CREA e aprovados pela Secult/CEC.
necessários para a não descaracterização do sítio histórico de
§2º. O uso de muros frontais estará condicionado ao
critério de avaliação por Face de Quadra. Muqui.

Art.64º. As reformas internas em imóveis históricos de


interesse de preservação deverão obedecer o partido
original da edificação, buscando sempre soluções que
amenizem o impacto das adaptações necessárias.

§1º. Buscar-se-á a manutenção das estruturas e


configuração original da planta sempre que possível.

§2º. As alterações necessárias para adaptação de


áreas úmidas e acessibilidade devem respeitar as
características próprias do imóvel.

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NT(Norma Técnica) – 10 Saídas de emergência. NBR 9050/2004 - Acessibilidade a edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos
Para fins de adequar o projeto quanto às normas de
combate e prevenção a incêndio foi utilizada a Norma Técnica Para a adequação do projeto em relação á
10/2013 do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo que acessibilidade foi utilizada a NBR 9050/2004. Esta norma
trata das de emergência em edifícios. Esta norma garante das garante o acesso de pessoas portadoras de necessidades
condições necessárias que uma edificação deve possuir que especiais, permanentes ou temporárias, ao edifício.
em caso de incêndio a população do edifício possa sair em
segurança do local e também prevê o fácil acesso dos
bombeiros para o combate ao fogo e retirada da população.
Para atingir estes objetivos devem-se projetar as saídas
comuns da edificação para que possam servir como saídas
de emergência ou saídas de emergência, quando exigidas
(NT - 10).

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Manifestações culturais locais denominação Grupo Infantil e em 2 de março , foi fundado o
“Club Carnavalesco Vencedores” (RAMBALDUCCI, 2013). Os
Carnaval
primeiros registros fotográficos do carnaval datam da década
O carnaval em Muqui sempre foi caracterizado pelos de 1920, de acordo com Machado (2012) um dos blocos mais
desfiles pela rua principal da cidade, Avenida Vieira Machado. famosos era o “Fazendo Inferno” (Fig. 34), presidido por
Inicialmente era brincado através de blocos, ranchos, corsos Catília Rizzo Costa e um bloco composto só por homens, “Os
e escolas de samba. Credores que Esperem” (Fig. 35).

Os primeiros registros que se tem a respeito do


carnaval são de 1905 a 1912, onde, segundo Machado (2012)
foi o Cap. Felippe Pereira de Castro um dos primeiros
idealizadores desta festa, começando pelas Cavalhadas,
festa folclórica típica da época. Para o carnaval, Cap. Felippe
importava de Campos dos Goytacazes carros alegóricos para
remodelá-los e utilizá-los nos corsos, que consistia no desfile
de carros enfeitados que buscava reproduzir a batalhas de
flores, característico dos carnavais das elites da época,
baseado nos carnavais europeus.
Fig. 34 – Bloco Fazendo Inferno, década de 1920

Mais tarde, em 1915, foi criada em 24 de fevereiro a Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=160

associação carnavalesca “Menores Muquiense” com a

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O Boi Pintadinho ou Boi Malhado

Atualmente, o carnaval em Muqui acontece com o


desfile dos Bois Pintadinhos que percorrem a avenida
principal, denominada no período do carnaval de Corredor da
Boiada.

É possível observar festas folclóricas envolvendo a


figura do boi em várias regiões do Brasil. Estudiosos
acreditam que este evento tem origem no cristianismo, e que
geralmente está associada ao festejo a algum santo
Fig. 35 – Bloco Os Credores que Esperem, década de 1920 (CARNAVAL DO BOI, online).
Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=160
Em Muqui, acredita-se que o festejo do boi teve origem
na festa de São João Batista, comemorada no mês de junho,
já que este é o santo padroeiro da cidade, provavelmente no
ano de 1940, e só foi levada para o carnaval trinta anos
depois, quando foi criado o “Boi do Bijoca”, em 1970
(CARNAVAL DO BOI, online).

Segundo Machado, o povo desfilava atrás do boi


cantando o refrão:

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“O boi malhado quando sai na rua, olhando lá ruas, entrando debaixo dele e promovendo a brincadeira. Á
pra lua
sua frente a/o espadeira (o) tem a responsabilidade de guiar o
Quem nunca viu, vem ver, vem ver,
boi para que ele não faça movimentos que possam machucar
O boi malhado brinca com você”
os foliões (Fig. 36).
E na volta, o refrão mudava:

“Adeus, adeus, dona Aurora,

Adeus, adeus, dona Aurora,

Porque o malhado já vai embora”

O carnaval do boi possui características especiais que


atraem a curiosidade dos turistas. Os grupos surgem
representando seus bairros, ruas ou fazendas. O boi é
confeccionado muitas vezes por pessoas que não possuem
riquezas, mas que fazem questão de manter viva na cidade a
tradição do carnaval e a cultura, que atrai sempre muitos
visitantes.

O boi é composto de uma armação de madeira e ferro


coberta com um tecido colorido que a cada ano cada grupo
escolhe qual será o motivo que estampará o boi. A cabeça é Fig. 36 – Boi do Bijoca, carnaval 2012.

feita com o crânio de boi e quando não é possível, faz-se com Fonte: http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php

papelão. Uma pessoa é responsável por levar o boi pelas

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Atrás do boi, um grupo de bateria faz a trilha sonora de brincar o carnaval. Surgiu da década de 1970 quando os
cada boi. Com batidas características de cada grupo, trazem moradores da Rua Fortunato Fraga, no Bairro São Pedro
alegria e divertem os foliões. resolveram criar um boi que os representassem nos dias de
carnaval (Fig. 37).
O boi tem de 40 à 50 minutos para passar pelo
Corredor da Boiada, neste tempo ele desfila fazendo
movimentos de dança, rodopios e um dos movimentos mais
famosos é quando o boi para e abaixa no chão simulando a
sua morte. Neste momento a bateria diminui o ritmo da batida
e os foliões se reúnem em volta dele e gritão: “E o boi morreu,
e o boi morreu”, até que o boi começa a levantar levemente
ao som crescente da bateria, e recomeça toda a brincadeira.
Neste embalo ele passa por toda avenida, sem pontos de
paradas pré-definidas, fazendo-a de acordo com a
necessidade de cada grupo e os foliões que os acompanham.

Muitos são os grupos que se apresentam no período


do Carnaval pelo Corredor da Boiada, dentre eles alguns Fig. 37 – Boi Fortunato, carnaval 2012.

possuem destaque especial por sua história, como o “Boi Fonte: http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php
Fortunato Pé Queimado” ou somente “Boi Fortunato”. Este
grupo foi um dos primeiros a aderir a figura do boi para

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Nesta época também surgiu o “Boi do Fulô”. Segundo O boi “Ás de Ouro” tem origem nos antigos carnavais
Machado, anos mais tarde a família deu continuidade à de rancho (Fig. 39). Representando a comunidade de
tradição, porém com um novo boi, batizado “Boi Chapado” Camará, distrito de Muqui. Esse boi sempre faz a alegria de
(Fig. 38). quem participa do carnaval. Sua batida é irreverente e
animada e a organização do grupo é uma característica
marcante.

Fig. 38 – Boi Chapado, carnaval 2012. Fig. 39 – Rancho Ás de Ouro, Camará

Fonte: http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php Fonte: http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp?id=160

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Além do próprio Boi Ás de Ouro (Fig. 40), o grupo Atualmente novos bois surgem, sempre buscando
conta com o Jaguará, figura do folclore brasileiro que é um inovar alguma característica. Neste contexto, surgiu a “Vaca
tipo de boneco com a cabeça de um cavalo (CARNAVAL DO Mocha” (Fig. 41), caracterizada por se tratar de um grupo
BOI, online). formado só por mulheres, onde todas se vestem de rosa-
choque, inclusive a própria vaca (CARNAVAL DO BOI,
online). Este grupo é um dos mais elitizados do carnaval.
Representa o Centro da cidade e possui marchinha própria:

“Marcha vaca mocha

Quando ela passa, faceira,


Contagiando a rua inteira,
Venha cair na folia, a vaca mocha é só alegria
Venha cair na folia, a vaca mocha é só alegria”

Fig. 40 – Boi Ás de Ouro, carnaval 2012.

Fonte: http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php

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jovens do bairro San Domingos. Este boi trás a animação das
batidas de sua bateria em ritmo de funk e apesar de ter pouco
tempo, se comparando aos outros, este boi já arrasta
multidões atrás dele e é um dos bois mais aguardados do
carnaval muquiense.

Fig. 41 – Vaca Mocha, carnaval 2014.

Fonte: Arquivo pessoal

O Boi “Cyclone” (Fig. 42) é outro grupo que merece Fig. 42– Boi Cyclone, carnaval 2013.

destaque. Foi criado em 2002 e é formado por participantes Fonte: http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php

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Acima de tudo, esse é um grupo que representa não Folia de Reis
uma ruptura da tradição, mas a capacidade de compreender o
No documentário “Folia de Reis: costumes, crença e
seu tempo e assimilar outras formas de se enxergar e fazer
tradição” (EULER LUZ TELEPRODUÇÕES E FERNANDA DE
cultura popular (CARNAVAL DO BOI, online).
PAULA, online), o autor fala sobre a folia de reis como
Atualmente, o carnaval de Muqui conta com 17 grupos representante da manifestação cultural mais autentica da
de bois, e os esforços para manter a tradição são muitos. O espiritualidade cristã. A manifestação iniciou-se na Península
que se percebe é que apesar das dificuldades, no final tudo é Ibéria por volta do séc. XVI, onde em Portugal e Espanha, os
válido, mantendo viva a tradição do carnaval, que se poetas cantadores da idade média, homenageavam os santos
transforma em alegria quando o boi sai na rua. reis com tambores, gaitas, pandeiros, etc (EULER LUZ
TELEPRODUÇÕES E FERNANDA DE PAULA, online).

No Brasil, a Folia de Reis iniciou-se em meados do


séc. XVI, por volta do ano de 1534, trazida pelos portugueses
sendo utilizado como instrumento de catequese pelos
jesuítas. Os aspectos da manifestação variaram de região
para região, guardando as em essência os valores religiosos
que lhe deram origem (EULER LUZ TELEPRODUÇÕES E
FERNANDA DE PAULA, online).

O festejo das Folias de Reis está ligado ao catolicismo


e em alguns lugares acontece no período de 24 de dezembro

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a 6 de janeiro, dia de Santos Reis, quando se encerram os
festejos natalinos. Tornou-se popular durante o século XIX em
locais onde a produção cafeeira prosperava, como em
cidades do interior de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de
Janeiro, entre outras (GOVERNO DO ESTADO DO
ESPÍRITO SANTO, online).

Em Muqui, acredita-se que este costume foi trazido


pelos imigrantes portugueses ou pelos colonizadores
(MACHADO, 2012).

De acordo com Cirillo (online), as companhias, nome


dado aos grupos de Folia de Reis, normalmente se organizam Fig. 43– 63º encontro nacional de Folia de Reis/ Muqui – 2013. Foto:
Romero Mendonça/Secom-ES
em grupos de onze pessoas, onde uma é o Mestre da Folia,
Fonte: http://www.es.gov.br/Noticias/164241/encontro-nacional-de-folias-
um tipo de líder espiritual, dois Palhaços, que representam de-reis-deixou-muqui-mais-colorida.htm

Herodes e os soldados que perseguiram o Menino Jesus e os


tocadores que seguem tocando seus instrumentos (Fig. 43).
Durante os festejos do Natal as companhias saem
cantando pelas ruas e param nas casas que as convidam
para cantar os versos, que buscam relembrar a visita dos
Reis Magos a Jesus. A jornada das folias se inicia com uma
oração, logo após, os foliões vão até a Igreja, para uma

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bênção. Acompanhados de seus instrumentos, como o violão,
pandeiro e outros levam a boa nova por onde passam e ao
final da jornada pedem aos moradores das casas que ofertem
dinheiro a eles. De acordo com o Inventário de Ofertas
Turísticas de Muqui, este dinheiro é utilizado para a festa do
arremate que acontece sempre após o dia 20 de janeiro.

A Folia de Reis possui muitos simbolismos em seus


elementos, a bandeira de Santos Reis é um dos principais
(Fig. 44). Ela representa o manto de Maria ofertado aos reis
magos. Ela é levada a frente da folia pelo bandeireiro e
ninguém passa a sua frente sem reverencia-la. Nela contém
imagens dos Reis Magos e santos de devoção dos foliões.

Fig. 44– Bandeiras de Santos Reis

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Fonte: http://cecpdesaojose.blogspot.com.br/2013/01/museu-do-folclore- As roupas utilizadas pelos foliões são geralmente de
recebe-folias-de-reis.html
cores variadas, principalmente as que contêm na bandeira de
Santos Reis. Eles vestem calças e camisas de cetim, o
De acordo com o documentário “Folia de Reis: chapéu muitas vezes é confeccionado por eles mesmos e
costumes, crença e tradição” (EULER LUZ utilizam espelhos para decorá-lo (Fig. 45). Os palhaços
TELEPRODUÇÕES E FERNANDA DE PAULA, online), é normalmente usam roupas coloridas feitas de chitão ou outro
possível observar também na bandeira de Santos Reis que as tecido (Fig. 46) (INVENTÁRIO DE OFERTAS TURÍSTICAS
cores e flores contidas nela representam a alegria de anunciar DE MUQUI, 2005).
o nascimento de Cristo. As fitas penduradas também
possuem uma simbologia para cada cor, sendo elas:

Branco: Representa São José

Azul: A virgem Maria

Vermelho: Rei Baltazar, que levou de presente o


incenso;

Verde: Rei Gaspar, que ofertou a mirra;

Amarelo: Rei Belchior, que ofertou o ouro.

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Fig. 45– Chapéus decorados. 63º Encontro Nacional de Folia de Reis/ Em 1950, o então prefeito Dr. Dirceu Cardoso,
Muqui – 2013. Foto: Bruno Lima
demostrando seu grande apreço pela Folia de Reis, assinou
Fonte: http://www.guiacuca.com.br/evento/encontro-nacional-de-folia-de-
reis-de-muqui-2013 na cidade a lei que decretava Dia de Reis, seis de janeiro,
feriado na cidade, e marcou em Muqui o primeiro Torneio de
Folias. Não se tem registros de como ocorreram estes
torneios, sabe-se que nos dois primeiros anos a participação
foi somente de Folias locais, sendo realizado em 1952 um
torneio maior, com mais premiações e mais organizado, o que
atraiu Folias de várias regiões (CIRILLO, online).

A partir do ano de 1999 o Torneio de Folias passou a


se chamar Encontro nacional de Folias de Reis e em 2001 ele
perdeu o caráter competitivo que tinha no início.

Os encontros acontecem anualmente e reúnem folias


de estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, de
outras cidades do Espírito Santo e as folias de Muqui.
Fig. 46– Palhaços. 63º encontro nacional de Folia de Reis/ Muqui – 2013.
Foto: Romero Mendonça/Secom-ES Os foliões começam a chegar à cidade logo cedo, e às

Fonte: http://www.es.gov.br/Noticias/164241/encontro-nacional-de-folias- oito horas da manha acontece a acolhida com café da manhã
de-reis-deixou-muqui-mais-colorida.htm
e o cadastramento das folias, que normalmente é feita no
ginásio da escola Marcondes de Souza, localizada no centro

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da cidade. Posteriormente acontece a abertura oficial do
evento no mesmo lugar, seguida da assembleia dos foliões.
Na parte da tarde acontece a reunião dos mestres das Folias,
realizada no Centro Cívico Municipal, situado em frente ao
Jardim Público. Às três horas da tarde os foliões saem em
marcha para apresentação pelas ruas do sítio histórico (Fig.
Fig. 47– Marcha das Folias. 63º Encontro Nacional de Folia de Reis/
47), onde são apreciados por turistas e moradores. Nesta
Muqui – 2013. Foto: Romero Mendonça/Secom-ES
apresentação não fazem muitas paradas, pois às quatro
horas da tarde já se inicia a marcha para a manjedoura, nome Fonte: http://www.es.gov.br/Noticias/164241/encontro-nacional-de-folias-
de-reis-deixou-muqui-mais-colorida.htm
dado para as visitas nas casas programadas para receber as
folias. Nestas casas os foliões se apresentam e lhes é
oferecido um lanche pelos moradores. Ás cinco horas da
tarde acontece na Igreja Matriz de Muqui a benção das folias
(Fig. 48), nesta ocasião, somente os mestres e tocadores
entram na igreja, os palhaços aguardam do lado de fora. Após
a missa é feito o encerramento do evento na Praça Geraldo
Viana, onde recebem os agradecimentos, premiações, etc
(RAIZ CULTURA DO BRASIL, Online).

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Fig. 48– Benção das Folias. Igreja Matriz São João Batista. 61º encontro
nacional de Folias de Reis/ Muqui – 2011. Foto: Gilson Borba

Fonte:http://www.soues.com.br/plus/modulos/estabelecimento/
index.php?cdgrupo=14&cdmunicipio=1942&cdbairro=

Segundo Machado, Muqui possui atualmente dez Folias de


Reis, e são elas:

Folia de Reis “Três Reis do Oriente” – Localidade de


santa Rita

Folia de Reis “Estrela Gloriosa” – Localidade de São


Luiz

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De acordo com o Inventário de Ofertas Turísticas de
Muqui (2005), os encontros de folias favoreceram muito para
a manutenção desta manifestação cultural, haja vista que
muitos grupos de folias que estavam extintos voltaram à ativa
impulsionada por este evento, além do interesse de crianças
e adolescentes ter aumentado, gerando maior perspectiva de
Folia de Reis “Estrela do Oriente” – Localidade do continuação deste folguedo de geração para geração (Fig.
Desengano
49).
Folia de Reis “Estrela do Norte” – Localidade do
Sumidouro

Folia de Reis “Sete Estrelas” – Localidade de São


Francisco

Folia de Reis “Estrela da Manhã” – Localidade do


Tororó

Folia de Reis “Estrela Guia do Martir São Sebastião” –


Sede

Folia de Reis “Estrela D’Alva” – Sede

Folia de Reis “Cruzeiro do sul” – Sede

Folia de Reis “Cruzeiro do sul” – Sede

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Associação de afrodescendentes de Muqui

Formada pela família Rosa, a associação surgiu da


necessidade de contribuir para a preservação da história de
Muqui e da própria família.

A família Rosa é descendente de escravos da Fazenda


Santa Rosa, que hoje se localiza no município vizinho, Atílio
Vivácqua.

De acordo com Mota (2013) Dolores Rosa veio aos 16


anos para Muqui, com seu filho José Rosa que mais tarde
casou-se com Benedicta Barbosa Ramos Rosa. A família
Rosa foi alforriada em 1885, porém, mesmo com o fim da
escravidão Benedicta trabalhava como escrava para a “Sinha”
Fig. 49– 61º encontro nacional de Folias de Reis/ Muqui – 2011. e anos mais trade decidiu fugir (MOTA, 2013).

Fonte: http://www.secult.es.gov.br/?id=/noticias/materia.php&cd_matia=
Gostava de ser chamada de “mãezinha velha
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caxambuzeira” e reunia sempre a família para contar histórias
e cantar o jongo (MOTA, 2013) (Fig.50), manifesto que
envolve canto, dança e percussão de tambores (GOVERNO
DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, online), tocar o

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caxambu, uma espécie de tambor utilizado para tocar o jongo. A família Rosa é
Gostava também de servir pratos que servia para a “Sinhá”. responsável não só
pela preservação de
documentos, como
cartas de alforria e
documentos de
doações de terras, mas
também pela
Fig. 5
preservação de histórias da família, cantos de jongo,
Fonte
caxambu e jaguará. Também são responsáveis pelas
manifestações religiosas na casa Ile Ache Oba Ayra Loni,
onde acontecem encontros de candomblé e umbanda (Fig.
51), e pela escola de samba Rancho Tradição (Fig. 52), que
leva para o Corredor da Boiada a história do negro em Muqui.
Fig. 50 – Jongo

Fonte: http://www.es.gov.br/EspiritoSanto/paginas/folclore.aspx Mesmo com a


riqueza cultural material
e imaterial envolvendo a
Segundo Mota (2013), mãezinha fundou, junto com seu
família Rosa, por falta
marido, a Escola Rancho Tradição, e começou a festa do
de incentivos
caxambú e do jongo no dia da festa do bairro São Pedro.
econômicos a cultura

62

Fig.
negra está em decadência no município. As manifestações
pouco acontecem. No ultimo ano, por falta de recursos, a
escola de samba Rancho Tradição não conseguiu sair nas
ruas durante o carnaval. A manifestação do jongo e caxambú
também não acontecem mais com tanta frequência, ficando
somente o candomblé como elemento ativo na cultura da
família Rosa.

Grupo Cultural Etc

Este grupo se define como um coletivo de jovens que


visam preservar e divulgar o patrimônio histórico de Muqui
através de oficinas produzidas por eles mesmos, onde
desenvolvem projetos e ações culturais voltadas para a
cidade (Fig. 53).

O grupo surgiu em 2007 com práticas audiovisuais


utilizando os poucos recursos tecnológicos que possuíam.
Neste ano num ato de ousadia criaram um projeto de longa
metragem utilizando a cidade como cenário, amigos e
vizinhos como atores, uma câmera fotográfica digital e um

63
computador como instrumentos de trabalho. Já que a maioria
dos jovens ainda estava no ensino médio, este projeto foi
concluído durante as férias escolares e teve o nome de
“Floresta Encantada”. Esta ação foi o início das práticas
audiovisuais na cidade.

Este grupo também é responsável pelo surgimento de


eventos que hoje fazem parte do calendário da cidade, como
o FECIN, Festival de TV e Cinema do Interior, o Muqui na
passarela, evento de moda envolvendo a cultura local e o
grupo teatral Conosco Flui.

Fig. 53 - Grupo Cultural Etc

Fonte: http://etccultural.blogspot.com.br/search?updated-min=2011-01-
01T00:00:00-08:00&updated-max=2012-01-01T00:00:00-08:00&max-
results=50

Fecin - Festival de TV e Cinema do Interior

64
Em 2012 aconteceu a primeira edição do FECIM, O evento inclui oficinas de poesia, literatura,
Festival de TV e Cinema Independente de Muqui. apresentações para crianças, apresentação de curtas e
longas metragens e shows na praça da cidade, atraindo todo
Idealizado por jovens da cidade, o evento busca
tipo de público, tornando o evento uma ação cultural de
envolver a cidade em um ambiente cinematográfico, com o
importância na região (Fig. 55).
objetivo de tornar o Sítio Histórico de Muqui um novo pólo de
referência nesta área (Fig. 54).

Fig. 54 – Jovens grupo ETC para a produção do FECIN.

Fonte:https://www.facebook.com/mulitpliqui/photos/ Fig. 55 – Mesa redonda Fecim 2012


a.757265734298939.1073741828.757253064300206/822241997801312/?
type=1&theater Fonte: http://portalyah.com/members/grupoculturaletc/

65
Para concorrer com vídeos, basta enviá-los com Neste ano o evento mudou o nome de FECIM para
antecedência a equipe do FECIN. Os vídeos são exibidos FECIN - Festival de TV e Cinema do Interior, a fim de tornar
durante o evento e ao final é realizada a cerimônia para a mais abrangente o evento.
premiação dos melhores (Fig. 56).

Fig. 56 – Premiação, FECIM 2013.

Fonte: http://www.muquiemfoco.com/2013_09_01_archive.html

66
Muqui na passarela

Idealizado pelo jovem Wander Polati, morador de


Muqui. Este projeto tem por objetivo realizar uma coleção e
um desfile de moda na cidade de Muqui, baseado na história,
no patrimônio e nas manifestações folclóricas, artísticas e
culturais da cidade (MUQUI NA PASSARELA, online).

Wander produz desenhos relacionados à moda desde


sua infância e com este projeto pôde aplicar um conceito
moderno e dinâmico às manifestações culturais da cidade
além de ser uma forma de prestigiar a juventude local
oferecendo oportunidade de atuar nesta área (Fig. 57).

Fig. 57 – Modelo desenhado por Wander Polati. Muqui na passarela,


2012.

Fonte: http://auroradecinema.wordpress.com/2014/02/18/multipliqui-faz-
grande-festa-cultural-em-muqui/

67
A primeira edição do evento ocorreu em 2012 e contou Este ano aconteceu a segunda edição do projeto,
com a participação da modelo internacional Marcelia Freesz, realizado no Jardim Público Municipal, utilizando os casarios
que é natural de Muqui, e da ex-modelo nacional Bia Furtado em volta como cenário para o desfile.
que também é da cidade. Nesta ocasião, segundo Wander, os
De acordo com o autor, esta coleção foi apresentada
modelos produzidos inspirados no patrimônio histórico da
com menos traços carnavalescos, apesar de estes estarem
cidade.
presentes no dia a dia da comunidade na história dos bois,
cultivo do café, etc.(Fig. 59).

Fig. 58 – Muqui na passarela, 2012. Fig. 59– Muqui na passarela, 2014. Foto:Olavo Macedo, Lente em poesia.
Fonte:https://www.facebook.com/media/set/? Fonte:https://www.facebook.com/muqui.napassarela?
set=a.691123137573739.1073741829.687921771227209&type=1
fref=photo&sk=photos

68
As roupas produzidas não tem finalidade comercial. Este projeto representa a não ruptura, atualização e
São confeccionadas através de trabalho artesanal, adquirindo modernização da cultura muquiense, mostrando que é
um caráter alegórico, podendo vir a ser motivo de mostras e possível envolver a cultura e arte local em diferentes ações e
exposições, tornando-se assim verdadeiras obras de arte manifestações.
(Fig. 60).

Fig. 60 – Muqui na passarela, 2014. Foto:Olavo Macedo, Lente em


poesia.

Fonte:https://www.facebook.com/muqui.napassarela?
fref=photo&sk=photos

69
Logomarca – Centro de Cultura e Folclore
A ideia era de criar uma skyline utilizando os elementos
A logomarca do projeto foi idealizada a partir da junção
que estão presentes no cotidiano da população local (Fig. 62).
dos aspectos topográficos (Fig. 61) em que a cidade está
O rolo de fita – Representa a renovação cultural
inserida, manifestações folclóricas/culturais e arquitetura da
voltada para a produção cinematográfica.
mesma.
O boi – O famoso carnaval folclórico da cidade.

O tambor – remete às batidas do caxambú presente na


cultura negra.

O casarão – Arquitetura local.

O palhaço – Folia de Reis.

Fig. 61 – Vista aérea de Muqui, ES.

Fonte:http://www.folhavitoria.com.br/entretenimento/blogs/elogoali/
2013/11/25/bem-vindo-a-muqui-ciscuito-turistico-da-morubia/ Fig. 62 – Logomarca.

Conceito: Lorenna Borges. Criação: João Fernando


Bertassoni

70
Referências projetuais

 Biblioteca Infantil e Centro Cultural

Ficha técnica

Arquitetos: Anagrama

Localização: Monterrey, Nuevo Leon, México

Ano: 2013

Fig. 63 – Biblioteca infantil

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-143568/biblioteca-infantil-e-
centro-cultural-por-conarte-anagrama/5236abb5e8e44eef790000b6

O projeto está situado na cidade de Monterrey que é


conhecida por suas montanhas e a representatividade
industrial. O parque Fundidora é um exemplo da arquitetura
industrial, construído no ano de 1900 ele abriga jardins,

71
auditórios, parques temáticos e espaços culturais como o espaço dinâmico para brincadeiras e aprendizado.
Conarte (Conselho para a Cultura e Artes de Nuevo León). (ARCHDAILY, online)

A biblioteca infantil e centro cultural foram feitos dentro


de um armazém que é patrimônio tombado do Estado.

Fig. 64 – Auditório

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-143568/biblioteca-infantil-e- Fig. 65 – Biblioteca infantil


centro-cultural-por-conarte-anagrama/5236abb5e8e44eef790000b6
Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-143568/biblioteca-infantil-e-

O projeto conta com uma plataforma de leitura multiuso centro-cultural-por-conarte-anagrama/5236abb5e8e44eef790000b6

e assimétrica que simula a topografia local, gerando um

72
 Proposta Vencedora para o Centro de Arte e
Cultura Étnica Internacional do Sudoeste

Ficha técnica

Arquitetos: Tongji Architectural Design and Research Institute

Localização: Kunming, China

Ano: 2013

Fig. 66 – Auditório

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-143568/biblioteca-infantil-e-
centro-cultural-por-conarte-anagrama/5236abb5e8e44eef790000b6

73
Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste, localizado
em Kunming, China.

Fig. 67 – Centro de Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste


Fig. 68 – Centro de Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste
Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-137956/proposta-vencedora-
Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-137956/proposta-vencedora-
para-o-centro-de-arte-e-cultura-etnica-internacional-do-sudoeste-tongji-
para-o-centro-de-arte-e-cultura-etnica-internacional-do-sudoeste-tongji-
architectural-design-and-research-institute
architectural-design-and-research-institute

Os escritórios Tongji Architectural Design e Research


O edifício foi pensado utilizando os limites do terreno e
Institute foram os vencedores do concurso para o Centro de
tendo o interior dividido em quatro partes arredondadas onde

74
os seguimentos podem funcionar individualmente, porém protegem o edifício e criam uma comunicação do interior com
interligados com passarelas. o exterior.

O subsolo contém o pavimento técnico e um


estacionamento. O primeiro andar do edifício é aberto ao
público e abriga a cultura nacional e exposições de arte,
espaços de proteção do patrimônio e uma lanchonete. O
prédio é dividido em quatro partes: o centro de exposições ao
norte, a academia de arte a leste, o teatro ao sul e os estúdios
de arte a oeste.

Fig. 69 – Centro de Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-137956/proposta-vencedora-
para-o-centro-de-arte-e-cultura-etnica-internacional-do-sudoeste-tongji-
architectural-design-and-research-institute

As culturas foram colocadas de forma abstrata nas


fachadas, que são compostas de painéis metálicos, que

75
 Centro Cultural Cais do Sertão

Ficha técnica

Arquitetos: Brasil Arquitetura

Local: Recife, PE

Ano: 2010

Concebido juntamente com a curadoria, realizada por


Isa Grinspum Ferraz, Helena Tassara e Marcelo Macca, o
projeto ficara na zona portuária do Recife Antigo.
Fig. 70 – Centro de Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-137956/proposta-vencedora-
para-o-centro-de-arte-e-cultura-etnica-internacional-do-sudoeste-tongji-
architectural-design-and-research-institute

76
O projeto cria uma relação direta com o bem tombado
ao abrir um vão ao nível do pedestre conectando o prédio
novo ao antigo.

Fig. 71 - Centro Cultural Cais do Sertão

Fonte: http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/brasil-arquitetura-
museu-recife-05-04-2011 Fig. 72 - Centro Cultural Cais do Sertão

Fonte: http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/brasil-arquitetura-
museu-recife-05-04-2011
O projeto dialogará com o único bem tombado do
entorno, a torre Malakoff. A ideia era ocupar um galpão No térreo, rio São Francisco indica o caminho, levando
existente e construir outro volume ao lado, porém decidiu-se o visitante a diversas experiências relacionadas ao sertão.
erguer outro edifício no lugar onde será demolido o galpão e Um mezanino indica o fim do percurso, nele contem um
utilizando elementos do antigo. estúdio que pode ser usado para gravações de musicas de
Gonzaga.

77
O fechamento do prédio é feito com elementos
vazados de concreto, que tem o objetivo de proteger e criar
efeitos internos de acordo com a luz solar.

Fig. 73 - Centro Cultural Cais do Sertão

Fonte: http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/brasil-arquitetura-
museu-recife-05-04-2011

O edifício possui ainda biblioteca e discoteca


multimídia, espaço para exposições temporárias, auditório,
Fig. 74 - Centro Cultural Cais do Sertão
oficinas, salas de múltiplo uso e restaurante na cobertura.
Fonte: http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/brasil-arquitetura-
museu-recife-05-04-2011

78
 Centro Cultural de Eventos e Exposições de Cabo Formado por dois edifícios, que se conectam por um
Frio - Menção Honrosa corpo articulador, o Centro Cultural e de Eventos de Cabo
Frio foi projetado o intuito de promover a aproximação entre
Ficha técnica as margens do terreno – tecido urbano e Laguna – criando
Arquiteta: Luciana Dornellas Pio Magalhães assim novos enquadramentos da paisagem gerando praças e
Local: Cabo Frio, RJ, Brasil. pátios, em uma distribuição dinâmica do programa e dos
Ano: 2014 usos.

Fig. 75 - Centro Cultural de eventos e exposições de cabo Frio


Fig. 76 – Centro Cultural de eventos e exposições de cabo Frio
Fonte: http://www.iab.org.br/projetos/centro-cultural-de-eventos-e-
exposicoes-de-cabo-frio-mencao-honrosa Fonte: http://www.iab.org.br/projetos/centro-cultural-de-eventos-e-
exposicoes-de-cabo-frio-mencao-honrosa

79
No edifício Noroeste foi instalado o foyer receptivo e o  Pavilhão austríaco – Expo 2015
centro de feiras, ambos com pés direitos generosos e que
Ficha técnica
possibilitam os mais variados eventos.
No edifício Sudeste, o restaurante panorâmico, a Arquitetos: Bence Pap e Mario Gasser
comedoria, as salas multiuso e as salas de apoio são a
Local: Milão, Itália
companhia do amplo teatro e auditório.

Fig. 78 – Pavilhão austríaco – Expo 2015

Fig. 77 – Corte perspectivado edifício sudoeste


Fonte: http://aasarchitecture.com/2014/01/austrian-pavilion-expo-2015-by-

Fonte: http://www.iab.org.br/projetos/centro-cultural-de-eventos-e- bence-pap-and-mario-gasser.html

exposicoes-de-cabo-frio-mencao-honrosa

80
Impulsionado por uma abordagem conceitual de
destacar a diversidade cultural e de artesanato local dentro
das regiões austríacas, o pavilhão é uma representação
desses conhecimentos em conjunto com topografia
diversificada da Áustria, que produz uma grande variedade
dentro do cultivo de culturas agrícolas e de bens.

A proposta arquitetônica é de uma arca, carregando


uma biblioteca com diversos produtos austríacos, produzidos
localmente com uma filosofia sustentável. O pavilhão é
organizado como um edifício de dois andares, executado com Fig. 80 – Pavilhão austríaco – Expo 2015
uma estrutura de aço.
Fonte: http://aasarchitecture.com/2014/01/austrian-pavilion-expo-2015-by-
bence-pap-and-mario-gasser.html

Fig. 79 – Pavilhão austríaco – Expo 2015

Fonte: http://aasarchitecture.com/2014/01/austrian-pavilion-expo-2015-by-
bence-pap-and-mario-gasser.html
81
Programa de necessidades básicas

Setor cultural

Ambiente Descrição Metragem quadrada

Recepção Área de chegada, credenciamento e espera. 60 m²

Sala de exibição Espaço voltado para exibição de vídeos, com telão, e 60 m²


com equipamentos audiovisuais.

Praça multiuso Área externa voltada para manifestações culturais. 200 m²

Arena de apresentações Anfiteatro externo voltado para apresentações e 100 m²


debates
Sala para projeção de som e imagem, voltada para a
Auditório realização de seminários, cursos, congressos e 150 m²
convenções de público restrito. Capacidade para 100
pessoas
Locais disponíveis para exposições de materiais
Área de exposições culturais, obras de arte e afins. Exposições 300 m²
permanentes e temporárias

Guarda de instrumentos Local destinado ao armazenamento de instrumentos 20 m²

81
relativos a um grupo de folia, um grupo de boi e
demais instrumentos.
Lanchonete fast-food. Ambiente interno para
Bar/cafeteria atendimento ao público com instalação contendo área 150 m²
de atendimento, cozinha, DML e lixo.

Loja de souvenir Pequeno ponto comercial destinado à venda de 15 m²


lembrancinhas locais.

Área de estudos/biblioteca Pequena biblioteca com acervos e espaço para 400 m²


estudos e leitura.

Sala de arquivos – Arquivo público Local com acervo de documentos à disposição do 30 m²


público.

Sala de aula Espaço com instalações e equipamentos voltados 80 m²


para o ensino. Quantidade: duas salas.

Sala de oficinas Ambiente voltado para produção e ensino de 90 m²


artesanatos e produtos relacionados a cultura local.
Instalações de salas com equipamentos diversos para
Sala multiuso realização de oficinas, cursos, debates, criação, etc. 50 m²
Quantidade: uma sala.

Laboratório de imagem Espaço voltado para a editoração eletrônica de 50 m²


vídeos, documentários, etc.

82
Estúdio de imagem e som Ambiente equipado para produção audiovisual 100 m²

Camarim Espaço voltado para preparação dos foliões/artistas 30 m²


para as apresentações

Atelier de criação Espaço para a produção de ideias para fantasias e 30 m²


acessórios relacionados à cultura local.

Atelier de costura Produção de fantasias e acessórios. 30 m²

Sala de estar Ambiente reservado para artistas/foliões que 50 m²


aguardam para utilizar o camarim ou atendimento nos
ateliês

Figurino Espaço destinado à guarda de figurinos utilizados nas 25 m²


apresentações
Instalações sanitárias divididas por sexo. Feminino (6
Banheiros bacias e 5 cubas). Masculino (6 bacias e 5 cubas). 25 m²
Duas instalações por pavimento.

Setor administrativo

83
Ambiente Descrição Metragem quadrada

Recepção 30 m²

Banheiros adaptados – feminino e masculino 4 m²

Sala de arquivos Local destinado ao abrigo de arquivos e 15 m²


documentos privados ou de valor.

Sala da direção 15 m²

Sala da coordenação 15 m²

Espaço para reuniões do setor


Sala de reuniões administrativo. 15 m²

Setor de serviço

Ambiente Descrição Metragem quadrada

84
Vestiário feminino Instalações sanitárias compostas por 15 m²
duas bacias, dois chuveiros e duas
cubas. Destinada aos funcionários.

Vestiário masculino Instalações sanitárias compostas por 15 m²


duas bacias, dois chuveiros e duas
cubas. Destinada aos funcionários.

Lixo Depósito de lixo com capacidade de 20 m²


abrigo de até três dias.
Local destinado a lanches rápidos.
Cozinha/copa Destinado aos funcionários 10 m²

DML Depósito de materiais de limpeza 10 m²

Segurança Sala de controle e monitoramento de 10 m²


câmeras com acesso externo

Depósito Local destinado à guarda de materiais e 10 m²


equipamentos no período que não
estiverem sendo utilizados.

85
Referências  MACHADO, A.M.B. L. Muqui…suas gentes, suas
tradições! 1ª ed. Muqui: edição do autor. 2012.

 MOTA, M. Projeto “Dolores Rosa”. Premio FUNARTE


 GHIRARDELLO, N.; FARIA, G. G. M. Patrimônio de Arte Negra. Muqui, ES. 2013.
histórico: como e por que preservar. Bauru, SP: Canal  NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário,
6, 2008.
espaços e equipamentos urbanos.
 GONZAGA, J.R. Limites e possibilidades sobre o  NEUFERT, P. Arte de Projetar em Arquitetura. 17ª ed.
tombamento do patrimônio histórico de Muqui/ES. Barcelona: Ed. Gustavo Gili, 2011.
2005. Dissertação (Mestrado em Planejamento
Regional e Gestão de Cidades). Universidade  RAMBALDUCCI, N. E. Muqui, passado de glória, futuro
Cândido Mendes, Campos dos Goytacazes, de esperança. 2ª ed. Muqui: edição do autor, 2013.
RJ. 111p.
 SEBRAE/ES. Inventário da Oferta Turística –
 HAUTEQUESTT, G. C. Arquitetura Urbana do Muqui–ES. Vitória: SEBRAE/ES, 2006.
Café em Muqui-Es. 2011. Dissertação  PORTAL DA SECRETARIA DE CULTURA DO
(Mestrado em Artes, na área de ESPIRITO SANTO. CEC Resoluções.
concentração Patrimônio e Cultura). Resolução CEC 003/2012. Disponível em <
Universidade Federal do Espírito Santo, http://secult.es.gov.br/?id=/cec/resoluções>.
Vitória, ES. 251 p. Acessado em 22/02/2014.

 CAMARA MUNICIPAL DE MUQUI. Museu Virtual.


 _________. Lei Ordinária Nº 70 de 6 de outubro
Disponível em
de 1999. Dispõe sobre o Tombamento do <http://www.camaramuqui.es.gov.br/museu_virtual.asp
Patrimônio Histórico e Artistico do Municipio >. Acessado em 10/03/2014
de Muqui e dá outras providências. Muqui,
outubro de 1999.  INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATISTICA (IBGE). Cidades@. Disponível em

85
<http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php? vencedora-para-o-centro-de-arte-e-cultura-etnica-
lang=&codmun=320380&search=espiritosanto|muqui| internacional-do-sudoeste-tongji-architectural-design-
infograficos:-historico>. Acessado em 10/03/2014. and-research-institute>. Acessado em 04/05/2014.

 YOUTUBE. Folia de reis - Costumes, Crença e  POLATI, W. “Muqui na passarela” Disponível em <
Tradição. Disponível em http://movimentohotspot.com/projeto/muqui-na-
<https://www.youtube.com/watch?v=SaXO2KmwiCQ>. passarela/>. Acessado em 04/05/2014.
Acessado em 24/04/2014.
 GRUPO CULTURAL ETC. “Histórico do Grupo”.
 PORTAL DO GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO Disponível em
SANTO. Principais manifestações folclóricas do <http://etccultural.blogspot.com.br/2011/04/historico-
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do Sertão”. Disponível em
 CARNAVAL DO BOI. O boi. Disponível em < <http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/brasil-
http://www.carnavaldoboi.com.br/o-carnaval.php>. arquitetura-museu-recife-05-04-2011>. Acessado em
Acessado em 29/04/2014. 04/05/2014.

 ARCHDAILY. Biblioteca Infantil e Centro Cultural por  FECIN. O festival. Disponível em


Conarte / Anagrama. Disponível em <http://www.fecin.com.br/novo/o-festival/>. Acessado
<http://www.archdaily.com.br/br/01-143568/biblioteca- em 05/05/2014.
infantil-e-centro-cultural-por-conarte-anagrama>.  RAMOS, L. B. Centro Cultural: território privilegiado da
Acessado em 04/05/2014 ação cultural e informacional na sociedade
contemporânea. Disponível em <
 FURUTO, A. "Proposta Vencedora para o Centro de http://www.cult.ufba.br/enecult2007/LucieneBorgesRam
Arte e Cultura Étnica Internacional do Sudoeste / Tongji os.pdf>. Acessado em 07/05/2014.
Architectural Design and Research Institute" Disponível
em  NEVES. R. R. Centro Cultural: a Cultura à promoção
<http://www.archdaily.com.br/br/01-137956/proposta- da Arquitetura. Disponível em <

86
http://www.ipog.edu.br/uploads/arquivos/55d81f6d4bcb
86ffeb259195254b6ff5.pdf>. Acessado em 07/05/2014.

 NT -10. Saídas de emergência. Disponível em <


http://www.cb.es.gov.br/(X(1)F(brfBxaak5hwBjmdxcOZ
70hu4zPUzg-
cFip0KbqyHsQx7z8lB3ilXNyIh3tkMIjwFSXlQdJM5n9P
Uw6QYwWCThwSeJhFCDvWt10WFmGmkprlxxpZX-
42Sv8uda1sNo6s0fJcwZ4-
10C8Z_8CGZsJNtQJ9WDk1))/conteudo/
atividadestecnicas/normastecnicas/default.aspx>.
Acessado em 12/06/2014.

 RINALDI, M. “Austrian Pavilion Expo 2015 By Bence


Pap And Mario Gasser”. Disponível em
<http://aasarchitecture.com/2014/01/austrian-pavilion-
expo-2015-by-bence-pap-and-mario-gasser.html>.
Acessado em 17/06/2014.

 MAGALHÃES, L. D. P. “A Água Vem À Cidade. A


Cidade Vai À Água”. Disponível em <
http://www.iab.org.br/projetos/centro-cultural-de-
eventos-e-exposicoes-de-cabo-frio-mencao-honrosa>.
Acessado em 17/06/2014.

87
Anexo 1 - Controle urbanístico
SETOR GABARIT ALTURA AFASTAMENT AFASTAMEN AFASTAMEN USOS PERMITIDOS2
O TO LATERAL TO
O MÁXIMA1
FRONTAL FUNDOS
MÁXIMO

Eixo da 10m para Sem 3,00m Comércio e serviço local, 1 Incluindo a cobertura.
Ferrovi edificações afastamento atividades culturais e recreativas
a na face do frontal para 15,0m da e uso institucional compatíveis
2 Desde que não acarretem fluxo demasiado
Parte lote edificações na margem do com o uso residencial: R. de veículos/ pessoas.
face do lote
baixa
7m para
Rio Bernardino Monteiro; R. Vieira 3 Nos casos onde o lote permita novas
Muqui nos Machado;
2 pav. edificações 3,0m da 1,50m no lotes que - R. Getúlio Vargas; R. Hitler
construções, sendo vetado novos
acima do
no fundo do edificação caso
fazem limite Acha Ayub. desmembramentos.
existente para de haver
lote3 com o Rio. * Residencial: 4 Idem.
nível da edificações abertura para
- todos os logradouros.
no fundo do ventilação e
rua
iluminação
Eixo da lote4 Comércio e serviço local,
Ferrovi atividades culturais e recreativas
a e uso institucional compatíveis
Parte 7m com o uso residencial: R. Vieira
3,0m na
alta lateral em que Machado; R. Getúlio Vargas;
3,00 m
houver Residencial:
varanda de - todos os logradouros.
edificação
Eixo histórica no Comércio e serviço local,
boa imóvel vizinho atividades culturais e recreativas
Espera Sem e uso institucional compatíveis
afastamento com o uso residencial: R. João
nça
frontal Jacinto;
Residencial:
- todos os logradouros.

Jardim Comércio e serviço local,


Público atividades culturais e recreativas
8m
e uso institucional compatíveis
com o uso residencial: R. Vieira
Machado; R. Poty Formel; R.
Gercy Tamara Martins; R. Ciro
Duarte.
Residencial:
- todos os logradouros.

8m para Comércio e serviço local,


edificações Sem 15m da atividades culturais e recreativas
na face do afastamento margem e uso institucional compatíveis
lote frontal do Rio com o uso residencial: R. Cel.
Entre Muqui. Pedro João; R. Francisco Siano;
Morros 7m para Residencial:
edificações - todos os logradouros.
no fundo do 3,0m
lote
88
Anexo 2 - Centro Cívico Municipal – Análise do edifício Além do salão de festas, o andar superior conta ainda
com um banheiro feminino, um palco para apresentações,
camarim e uma área de cozinha que servia de apoio aos
Inaugurado em 1960, o edifício do Centro Cívico
eventos que ali aconteciam (Fig 3).
Municipal já passou por diversas modificações. O prédio
adquirido possuía apenas um pavimento, onde funcionava Em 1974, buscando aproveitar a área não construída
uma loja de tecidos e aviamentos. Segundo Rambalducci do terreno o presidente do clube decidiu ampliar as
(2013) a planta foi traçada pelo muquiense Dr. José Brasil instalações do edifício, construindo duas piscinas, adulto e
Siano, porém não há registros físicos do projeto original. infantil. Posteriormente, foi construída uma área de lazer
composta por saunas, vestiários, bar e uma área coberta com
A partir do projeto iniciaram-se as obras para a
mesas e bancos (Fig. 4). (RAMBALDUCCI, 2013)
construção de um segundo pavimento que abrigaria o salão
de festas do clube. A área comercial também sofreu alterações, sendo
dividida em duas lojas com instalações como banheiros e
No andar térreo permaneceu a área comercial, sendo
depósitos para atender as necessidades dos comerciantes
construído ao lado um hall dando acesso ao pavimento
(Fig. 5 e 6).
superior. Ainda no térreo é possível observar na nova
construção a instalação de um banheiro, uma área para bar, Na área destinada anteriormente para depósito de
um depósito, que segundo relatos dos frequentadores, era mesas e cadeiras, foi construída uma casa para o zelador
destinado a guardar cadeiras e mesas que seriam utilizadas com quatro quartos, sala, copa, cozinha e banheiro.
no salão de festas e um campo de futebol de salão (Fig. 1 e
2).

89
A volumetria do edifício é simples, sendo composta de
apenas um bloco retangular com inserção de elementos
decorativos circulares abaixo da janela e na sacada da
fachada principal. Apesar de possuir alguns elementos
verticais inclinados as marquises e a distribuição das
aberturas marcam uma horizontalidade na construção (Fig. 7).

Fig. 7 - Linhas horizontais

Fonte: Arquivo pessoal

90
Anexo 3 - Diagnóstico dos danos

Fachadas

Na fachada principal é possível observar as marcas


das mudanças ocorridas no decorrer dos anos. Utilização de
porta de vidro nas lojas e revestimento de granito nas paredes
do térreo é uma delas. O acréscimo de uma marquise sobre o
passeio fornece cobertura às entradas das lojas.

Devido à exposição às ações das intempéries a pintura


também está comprometida, apresentando manchas de
umidade e descascamento em boa parte da fachada (Fig. 8).

Na fachada noroeste observa-se alto índice de


degradação, como partes faltantes na alvenaria e passagem
irregular de canos pela parede.

96
Fachada Sudeste
Fachada Sudoeste

Fachada Noroeste
Fachada Nordeste

Fig. 8 – Danos nas fachadas

97
Interior – térreo

Hall

98
Circulação

Piso: Ladrilho cerâmico vermelho hexagonal. Apresenta


sinais de desgaste e manchas de umidade. Nos degraus das
escadas o mármore branco não apresenta patologias.

Paredes: Revestimento em madeira a 1,70 m do piso.


Apresenta em algumas partes apodrecimento por umidade e
por insetos xilófagos. No restante a pintura branca sobre
emboço fino encontra-se em bom estado de preservação.

Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta


fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados

Esquadrias: básculas com perfil metálico e vidro,


apresentam pinturas descascadas em alguns pontos. Portas
de madeira com vidro em bom estado de conservação.

99
Paredes: revestimento em azulejo hidráulico branco a 1,45 m
do piso. Apresenta fissuras em alguns pontos e
apodrecimento por umidade. No restante da parede a pintura
em tinta branca encontra-se em bom estado de conservação.

Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta


fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados.

Esquadrias: básculas com perfil metálico e vidro, apresentam


pinturas descascadas em alguns pontos. Portas de madeira
com vidro em bom estado de conservação.

Piso: Ladrilho hexagonal cerâmico amarelo. Apresenta Banheiro


apodrecimento por umidade e sinais de desgaste pelo uso.

100
Piso: Revestimento cerâmico novo.

101
Paredes: Revestimento cerâmico novo a 1,45 m do piso. No
restante da parede a pintura em tinta branca encontra-se em
bom estado de conservação.

Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta


fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados.

Esquadrias: básculas com perfil metálico e vidro, apresentam


pinturas descascadas em alguns pontos. Portas de madeira
em bom estado de conservação.

Piso: Revestimento cerâmico. Apresenta desgaste devido ao


uso, trincas e fissuras.

Paredes: Pintura branca sobre emboço fino. Observa-se em


alguns pontos o apodrecimento por umidade, eflorescências,
descolamento da tinta e mofo.

Teto: Rebaixamento de PVC. Apresenta instabilidade em


alguns pontos.
Loja 1

102
Esquadrias: Porta de entrada com perfil metálico e vidro, de
correr, duas bandeiras. Portas de madeira para áreas internas
com aplicação de verniz em bom estado de conservação.

Loja 2

103
Piso: Revestimento
cerâmico. Apresenta
instabilidade, trincas, fissuras e ausência de peças.

Paredes: Pintura sobre emboço fino. Observa-se em alguns


pontos o apodrecimento por umidade, eflorescências,
descolamento da tinta e mofo.

Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta


fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação
conservados.

104
Esquadrias: portas metálicas com vidro e pintura cinza.
Apresenta desbotamento de pintura e ferrugem em alguns
pontos.

Área externa - Lazer

105
Piso: Piso de cimento. Apresenta
instabilidade, trincas, fissuras e alguns pontos a ausência total
Salão
deles.

Paredes: Pintura sobre emboço fino. Observa-se em vários


pontos o apodrecimento por umidade, eflorescências,
descolamento da tinta e mofo.

Teto: laje com tijolos aparentes. Em alguns pontos observa-


se a ausência de peças e apodrecimento por
umidade.

Esquadrias: portas em madeira com pintura azul.


Apresentam-se em estado de degradação,
apodrecimento por umidade e em alguns pontos a
pintura está descascada.

106
sobre emboço fino encontra-se em bom estado de
preservação e a parede não apresenta trincas ou fissuras.

Teto: Pintura com brilho na cor bege. Sancas lateral e central


com iluminação embutida bem preservada. Instalações de
ventiladores de teto com bom funcionamento. Pontos de
iluminação conservados.

Esquadrias: Portas com madeira escura e vidro bem


preservadas. Janelas em madeira com pintura branca e vidro.
A pintura em alguns pontos apresenta descascamento. A
estrutura está conservada.

Piso: Piso de madeira. Encontra-


Cozinha
se em bom estado de
conservação, não apresentando patologias, apenas falta de
brilho devido ao uso.

Paredes: Revestimento em madeira a 1,60 m do piso, em


bom estado de conservação. No restante a pintura branca

107
Piso: Revestimento cerâmico novo. Camarim

Paredes: Pintura sobre emboço fino. Observa-se em alguns


pontos o apodrecimento por umidade, eflorescências,
descolamento da tinta e mofo.

Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta


fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados.

Esquadrias: porta de madeira com vidro e envernizada. Bem


conservada.

108
Banheiro Feminino

Piso: Ladrilho hexagonal cerâmico amarelo. Apresenta sinais


de desgaste pelo uso.

Paredes: Pintura sobre emboço fino sem trincas ou fissuras.

Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta


fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados.

Esquadrias: Porta de madeira envernizada. Apresenta


alguns arranhões e descascamento do verniz em alguns
pontos. Janelas de madeira com pintura branca e vidro. Bem
conservada.

109
Anexo 4 - A proposta

Piso: Ladrilho retangular cerâmico branco. Apresenta sinais


de desgaste pelo uso.
Pensando em uma proposta que buscasse retornar o
Paredes: Azulejo cerâmico decorado na cor bege a 1,70 m do edifício ao máximo possível da sua concepção original,
piso. Apresenta trincas e fissuras em algumas partes. No busca-se fazer as devidas alterações de forma com que o
restante Pintura sobre emboço fino sem trincas ou fissuras. patrimônio seja preservado tendo um melhor aproveitamento
do ambiente.
Teto: Pintura branca sobre emboço fino. Não apresenta
fissuras ou rachaduras. Pontos de iluminação conservados. Na fachada é proposta a retirada da marquise
acrescida posterior ao projeto, que faz a cobertura sobre o
Esquadrias: Porta de madeira envernizada. Apresenta
passeio, visto que já existe uma marquise superior a esta que
alguns arranhões e descascamento do verniz em alguns
cumpre a função de proteger as entradas. A volumetria do
pontos. Portas de madeira com pintura branca. Apresentam
edifício não será alterada.
apodrecimento por umidade em algumas partes e presença
de insetos xilófagos. Básculas com perfil metálico e vidro, No térreo, foram mantidas as entradas originais, sendo
apresentam pinturas descascadas em alguns pontos. que uma delas, situada na área comercial, foi dividida de
modo que voltasse a ser duas, como era originalmente.
Houve a derrubada das paredes internas que separavam as
lojas e seus ambientes de apoio. Desta forma, cria-se um
ambiente unificado, e onde anteriormente funcionava o

110
comércio, passa a abrigar a galeria de exposições No pavimento superior, a proposta é de fazer o mínimo
temporárias. de alterações possíveis, a fim de preservar as características
do salão existente.
Na residência, buscando voltar à originalidade do
projeto, são retiradas as paredes criando outro ambiente, A partir da análise das normas de combate e
unindo a antiga circulação e área de bar à antiga residência, prevenção de incêndio, foi constatada a necessidade de criar
onde abrigará as exposições permanentes. A entrada uma saída de emergência, visto que a escada existente não
continua sendo utilizada para fazer o acesso a parte externa. atende às medidas mínimas de segurança. Para isto, foi feita
As esquadrias foram alongadas para proporcionar melhor uma escada externa ao edifício, com acesso através da área
iluminação e ventilação natural ao ambiente. em que se situava a cozinha, tornando-se esta uma área de
circulação.
Para se cumprir a legislação de acessibilidade (NBR
9050) utiliza-se de plataforma elevatória para fazer o acesso No camarim foi feito um rebaixo de parte do piso que
de uma área de exposições para a outra, um elevador dando se encontrava no nível do palco, deixando-o no nível do
acesso ao pavimento superior e uma rampa aos fundos da salão. O acesso do camarim pelo salão foi fechado, ficando
edificação faz o acesso para a parte externa do edifício. somente com o acesso pelo palco.

Os banheiros também estão situados no térreo e serão Onde fica o banheiro feminino, foi proposto a
adaptados às normas de acessibilidade. adaptação para uma área técnica de suporte para os eventos
realizados no salão, com acesso pelo palco e pelo salão.

111
No restante do salão serão mantidas as características
originas na estrutura e revestimentos.

112
Com o objetivo de manter o Para que se cumpra a
O terreno está localizado à legislação vigente é aplicado os
Avenida Vieira Machado, no alinhamento existente,
respeitando os limites de afastamentos previstos em lei e
centro histórico de Muqui outros destinados a viabilidade
gabarito do entorno construído
e preservando a vivencia da do volume
cidade é erguido um único
volume, aproveitando toda área
livre do terreno. A forma valoriza
tanto dos espaç
quando do espa
comunicação vi
feita, facilitando
do publico de de
edifício.

A partir dessa abertura frontal,


Buscando criar um espaço de cria-se uma ligação entre o
vivencia, é retirado um volume O volume é composto por três terreno e a rua, objetivando a
central, criando um pátio blocos unidos entre si. atração das pessoas para
descoberto, que servirá também Posteriormente, retira-se uma dentro do terreno. No local
como área útil do projeto massa central no bloco da dessa abertura, também surge
frente. um pátio coberto.

115
No interior do projeto a comunicação visual no térreo
pode ser feita através de grandes esquadrias de vidro
voltadas para o interior do lote, dando uma maior visibilidade
do que acontece na área externa para quem está dentro do
Anexo 7 – memorial Justificativo edifício. De igual forma esta comunicação é feita do segundo
pavimento através da biblioteca e da área comum de
circulação.
Para a realização do projeto do Centro de Cultura e
Folclore, foi feita uma análise cuidadosa da cidade e da O acesso ao edifício acontece no interior do lote,
legislação pertinente ao patrimônio histórico. através da praça multiuso. O setor administrativo situa-se em
um bloco separado, visando maior conforto e privacidade para
O conceito utilizado foi o próprio entorno e a forma foi
trabalho.
pensada de modo que impactasse o mínimo possível nas
características urbanísticas existentes, como os alinhamentos A área de guarda de instrumentos e montagem de
de lote existentes e gabarito. figurinos ficou localizada no térreo com o objetivo de
favorecer aos foliões e artistas que se apresentarão na praça
A abertura frontal criada na forma funciona como
e anfiteatro.
elemento atrativo, que convida as pessoas para o interior do
lote onde se encontra uma praça e um anfiteatro voltados No pavimento superior, ficou situada a área
para apresentações culturais, desta forma elas podem educacional, fornecendo maior tranquilidade e conforto para
participar diretamente da cultura local. as pessoas que utilizarão dela.

116
Como fechamento do projeto, foi utilizada a alvenaria,
conforme indicado na legislação. Na cobertura será utilizada
telha de fibrocimento ondulada, pintada em cor que se
assemelhe a da telha cerâmica.

Anexo 8 - Programa e setorização

Circulações verticais

Setor administrativo

Ambiente Metragem
quadrada

Recepção 30 m²

Banheiros adaptados – feminino e 4 m²


masculino

Sala de arquivos 15 m²

Sala da direção 15 m²

Sala da coordenação 15 m²
117

Sala de reuniões 15 m²
Setor de serviços

Ambiente Metragem
quadrada

Vestiário feminino 15 m²

Vestiário masculino 15 m²

Lixo 20 m²

Cozinha/copa 10 m²

DML 10 m²

Segurança 10 m²

Depósito 10 m²

Banheiros 25 m²

118
Setor cultural

Subsetor - Lazer

Ambiente
Metragem quadrada

60 m²
Recepção

Área de vivência
70 m²

Sala de exibição 60 m²

Praça multiuso 200 m²

Arena de apresentações 100 m²

Área de exposições
300 m²

Guarda de instrumentos 20 m²

Camarim 30 m²

Atelier de criação 30 m²

Atelier de costura 30 m²
119
Sala de estar 50 m²

Figurino 25 m²
Subsetor - Comum

Ambiente Metragem
quadrada

Bar/cafeteria 150 m²

Loja de souvenir 15 m²

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Subsetor - Educação

Ambiente Metragem quadrada

Área de estudos/biblioteca 400 m²

Sala de arquivos – Arquivo público 30 m²

Sala de oficinas 90 m²

Sala multiuso 50 m²

Laboratório de imagem 50 m²

Estúdio de imagem e som 100 m²

Sala de aula 80 m²

Auditório 150 m²

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Parecer do orientador

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115

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