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MEMORIAL MINAS GERAIS - VALE

ANTIGA SEDE DA SECRETARIA DE


ESTADO DA FAZENDA

Lays Silva de Souza


Juliana Martins
MONUMENTO: ANTIGA SEDE DA SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA
PROJETO ARQUITETÔNICO: JOSÉ DE MAGALHÃES
ORNAMENTAÇÃO INTERNA E PINTURA: FREDERICO ANTÔNIO STECKEL

OBRAS: 1895 A 1897


DECORAÇÃO: DURARAM ATÉ 1920
ESTILO: ECLÉTICO

TOMBAMENTOS:
DECRETO 18.531 DE JUNHO DE 1977 (ESTADUAL)
CONJUNTO ARQUITETÔNICO DA PRAÇA DA LIBERDADE
DELIBERAÇÃO 03/90 DE NOVEMBRO DE 1994 (MUNICIPAL)
ECLETISMO

Refere-se a uma posição filosófica que aceita e admite a coexistência de


modos de pensar diferentes, conciliando correntes e comportamentos
diversos.

Surgido na frança durante a primeira metade do séc. XIX o ecletismo


denotou não apenas um fato artístico e sim uma nova organização social
e cultural, pondo fim a toda e qualquer idéia de unidade para apontar o
múltiplo, o diversificado, para privilegiar o instável e o relativo em
detrimento do absoluto e do eterno.

A arquitetura se tornava tolerante feita segundo as linhas dos mais


variados estilos históricos ou encerrando soluções díspares de estilos
diversos.
ECLETISMO

No Brasil ao contrário da Europa, a formação do ecletismo não implicou


um conhecimento da tradição anterior e sim em rejeição aos vestígios
coloniais.

Sinônimo de modernização, o ecletismo marcou os primeiros anos da


república, caracterizando-se pela importação de recursos humanos
(engenheiros, arquitetos, pintores, mestres-de-obras) e materiais
(plantas, projetos, equipamentos decorativos e de construção), assim
como pela inovação do uso da estrutura de ferro na arquitetura.

Exemplos:
- As telhas foram importadas de Marselha, França
- A escada foi importada de Bruges, Bélgica
ANÁLISE ARQUITETÔNICA

Construção do Edifício da Secretaria das Finanças, 1896.


Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Fazenda: 100 anos de historia, 1891-1991.
Belo Horizonte: Dossiê: Agência de Investigação Histórica, 1991. p.18.
ANÁLISE ARQUITETÔNICA

A edificação se desenvolve a partir de um módulo central que define o


corpo principal da edificação. Corpos laterais, simetricamente disposto,
organizam-se de forma a gerar pavilhões laterais marcados por
coberturas diferenciadas. Destes elementos, os dois localizados na
parte posterior da edificação possuem, originalmente, dois pavimentos
enquanto o restante do prédio desenvolve-se em três pavimentos.

Secretaria de Estado das Finanças, 1904. Fonte: Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.
ANÁLISE ARQUITETÔNICA

Os módulos localizados nas extremidades da edificação recebem


cobertura em formato piramidal com telhas executada com placas de
zinco de formato losangular lembrando os telhados franceses em
ardósia, destacando-se como pavilhões diferenciados. O restante do
edifício recebe cobertura em telha cerâmica, tipo francesa, com
ornamentação em grade metálica colocada sobre a cumeeira frontal.

Secretaria das Finanças, data provável: 1906-1909.


Fonte: Bello Horizonte - Bilhete Postal. Coleção Otávio Dias Filho - Fundação João Pinheiro.
ANÁLISE ARQUITETÔNICA
Seu porão alteado, executado em alvenaria de pedras irregulares com
preenchimento das juntas com argamassa, define o embassamento do
edifício e permite a marcação de seu acesso principal, efetuado através
de uma ampla escadaria inteiramente executada com lajes de pedra.

Nos corpos laterais de sua fachada frontal, janelas são retangulares


coroadas por frontões triangulares. Estas janelas possuem pequenos
balcões protegidos por parapeitos com balaústres.

Janelas
Frontões triangulares
Balcões

Escadaria
Lajes de Pedra
HISTÓRICO DE INTERVENÇÕES

1908: Construção do terceiro pavimento sobre o terço posterior da


edificação eliminando-se as coberturas em zinco destes módulos que
tão bem definiam a concepção original do monumento. Em continuidade
a estes corpos constroem-se mais um módulo que, mantendo o mesmo
alinhamento, rompe com a proporção e o ritmo compositivo original.
Internamente, o acréscimo efetuado não mantém a continuidade das
circulações laterais, refletindo, posteriormente, na conformação do pátio
interno.

Secretaria de Estado das Finanças, 1910. Fonte: Acervo do Museu Histórico Abílio Barreto.
HISTÓRICO DE INTERVENÇÕES
1930: Executa-se mais uma ampliação, em sua parte posterior, com a
construção de um novo elemento que irá alterar definitivamente o
partido arquitetônico original, inicialmente em forma de “U” e agora, um
retângulo, com um vazio central.

A construção deste novo bloco acaba por criar um pátio central que,
talvez pelo fato de não ter sido pensado anteriormente e ser uma
decorrência das sucessivas ampliações efetuadas, possui mais
características de uma abertura, com funções de ventilação e
iluminação, do que de um pátio interno presente nos edifícios deste
período.
HISTÓRICO DE INTERVENÇÕES

Vista aérea do conjunto arquitetônico da Praça da Liberdade, 1934.


Fonte: Acervo Museu Histórico Abílio Barreto.
HISTÓRICO DE INTERVENÇÕES

1940: A partir da década de 40 este pátio passa a ser sucessivamente


ocupado com construções efetuadas sem nenhum critério arquitetônico,
pensados exclusivamente como elementos que tentassem resolver
problemas funcionais momentâneos.

Dentre estes acréscimos destaca-


se o volume criado junto à parede
que define o vestíbulo da escadaria
nos fundos, construído para abrigar
as instalações sanitárias e que
elimina todas as aberturas
originalmente existentes nesta
parede, que permitiam a iluminação
do hall central.
HISTÓRICO DE INTERVENÇÕES

1970-1972 – Cobertura com camadas de gesso das pinturas parietais e


do forro.

1992-1996 – Intervenção com obras de engenharia, arquitetura e


restauração dos elementos artísticos sobre a supervisão do IEPHA.
(adaptação do edifício para portadores de deficiência física, projeto
elétrico, obras de drenagem, pisos e acabamentos externos,
recuperação de jardins e das pinturas originais, encobertas na
restauração de 1970).
HISTÓRICO DE INTERVENÇÕES

2009-2010- As modificações e acréscimos internos ocorridos no edifício,


proporcionaram inclusive a eliminação do pátio central, impedindo que a
leitura e a percepção do monumento fluam normalmente seguindo a
concepção originalmente adotada pelo projetista e de elementos como o
fluxo, a entrada de luz e a ambiência de seus compartimentos, assim
como as visadas amplas proporcionadas pelas características
arquitetônicas do prédio e, também, a relação e jogo dos volumes
externos que definiram o partido arquitetônico original.

Se externamente, a marcação diferenciada dos elementos agregados


não mais se justifica, pois o volume existente já se consolidou como
referência urbana e histórica, internamente, a recuperação e o restauro
dos elementos definidores de seus ambientes já servirão, por si só, para
estabelecer as diferenças existentes entre as etapas de intervenção.
HISTÓRICO DE INTERVENÇÕES

2009-2010 - Através da análise das etapas construtivas percebemos que


os conceitos primordiais do projeto original de José de Magalhães não
foram considerados. Os acréscimos efetuados consistem em tentativas
de solucionar demandas espaciais deixando clara a inexistência de um
estudo conceitualmente pré-definido, gerando uma seqüência de
cômodos.

Para se alcançar a valorização desejada é essencial a liberação e a


recuperação do vazio central, retornando-se as aberturas originalmente
existentes na parede que serve de pano de fundo para a escadaria do
vestíbulo, resgatando a luminosidade anterior.
HISTÓRICO DE INTERVENÇÕES

2009-2010 - Dentro desta orientação torna-se essencial a recuperação


das circulações laterais ao vestíbulo central, incorretamente
interrompida nas ampliações efetuadas, com a introdução de portas que
fragmentam a continuidade originalmente pensada e que servem como
elementos condutores aos diferentes espaços propostos.
HISTÓRICO DE INTERVENÇÕES

2009-2010 - O projeto de restauração apresentado considera que as


áreas localizadas no trecho posterior do edifício, correspondentes às
expansões efetuadas ao longo de sua história, são passíveis de
intervenções, prevendo-se inclusive a demolição destes elementos e a
alteração da distribuição espacial atualmente existente. Esta alteração,
ou seja, a demolição das paredes internas refletirá na estrutura e,
conseqüentemente, na composição do telhado, visto que serão retiradas
as paredes que lhe servem de apoio. Exemplo: Auditório

Elementos Artísticos Integrados

Devem ser salvas todas as pinturas reveladas, embora tenham sido


encontradas em estado fragmentário. Preservar as áreas fragmentadas é
a única maneira de manter as características históricas do monumento,
evitando-se assim reconstituições apressadas que deixam o prédio
“como novo”.
FACHADA
RELEVOS EM CORES CLARAS
FACHADA
TRATAMENTO DE TRINCAS
RECOMPOSIÇÃO DE REBOCO – ANÁLISE DO TRAÇO
EMASSAMENTO/ ESPECIFICAÇÃO DE TINTAS
ESQUADRIAS
METÁLICAS/MADEIRA
IMPOSSIBLIDADE DE PROSPECÇÕES DE CORES
DECISÃO BASEADA NA LEITURA EXTERNA E INTERNA
CORES DA FACHADA E ESQUADRIAS
PROSPECÇÕES
TESTES COM VARIAÇÃO DE TONS
2° e 3° PAVIMENTOS
REFORÇO ESTRUTURAL COM
VIGAS METÁLICAS NO PISO
NOVO USO
AUMENTO DA SOBRECARGA
2° e 3° PAVIMENTOS

REFORÇO ESTRUTURAL COM SOLDAGEM


DE VIGAS METÁLICAS NAS EXISTENTES
NOVO USO – AUMENTO DA SOBRECARGA
FORRO CAIXOTE – FORRO DE GESSO
SALAS DE EXPOSIÇÃO
ENVELOPAMENTO EM DRY-WALL
RESTAURAÇÃO DAS PINTURAS ,
ESQUADRIAS E RODAPÉS
SALAS DE EXPOSIÇÃO
ENVELOPAMENTO EM DRY-WALL
ALTURA DO FECHAMENTO
LEITURA DO FORRO E VINHETAS
JARDIM SUSPENSO
ANTIGOS ACRÉSCIMOS/SANITÁRIOS E ESTRUTURAS DE APOIO
RECUPERAÇÃO DO ESPAÇO DO PÁTIO INTERNO
RESGATE DA LUMINOSIDADE
JARDIM SUSPENSO
DEMOLIÇÃO DAS LAJES, VIGAS E PILARES
1°, 2° E 3° PAVIMENTOS
JARDIM SUSPENSO
CONCRETAGE DA LAJE INCLINADA
TELHADO – VAZIO
DEMOLIÇÃO
JARDIM SUSPENSO
MONTAGEM DOS ANDAIMES PARA INSTALAÇÃO
DO REVESTIMENTO AÇO CORTEN/ TRATAMENTO
JARDIM SUSPENSO
PAISAGISMO
ESCADARIA
REFORÇO ESTRUTURAL
ESCADARIA
REFORÇO ESTRUTURAL
COFRE / PORTA FALSA
DESCOBERTA DE ABERTURA
MANUTENÇÃO DO COFRE E DA
LEITURA DA SIMETRIA INTERNA
LADRILHO HIDRÁULICO
RESTAURAÇÃO
PEÇAS EM VIDRO E ADESIVO DA PAGINAÇÃO
MARCA INTERVENÇÃO
AUDITÓRIO
DESCOBERTA DO ARREMATE DO FINAL DO PRÉDIO
PERÍODO DA 1a AMPLIAÇÃO
ABERTURAS
BUSCA PELA VOLTA DA LUMINOSIDADE
ALTERAÇÕES NA CONCEPÇÃO ORIGINAL DO PROJETO
ABERTURAS – ESCADARIA PRINCIPAL
LUMINOSIDADE
PINTURAS ARTÍSTICAS
ABERTURAS – ESCADARIA PRINCIPAL
LUMINOSIDADE
PINTURAS ARTÍSTICAS
PAREDES
ALVENARIA DE TIJOLOS COM PEDRAS
DESVIO DE TUBULAÇÕES
PORÃO TÉCNICO
ESCAVAÇÃO / ESTAQUEAMENTO
MONITORAMENTO DE RECALQUE
BENCHMARK
PORÃO TÉCNICO
CONCRETAGEM / ACABAMENTO
JARDIM DA PRAÇA CARLOS DRUMMOND
RESTAURAÇÃO DOS PISOS
RECOMPOSIÇÃO E FIXAÇÃO DE PEÇAS
IMUNIZAÇÃO
LIXAMENTO/ SINTECO
RODAPÉ
ELÉTRICA
CALHA METÁLICA
PEDRAS / ALVENARIA
ACABAMENTO COM RESSALTO
RODAPÉ MASSA / RODAPÉ MADEIRA
EMBASSAMENTO EM PEDRA
PINTURAS /IMITAÇÃO DE PEDRAS
REBOCO IMITANDO O DESENHO DAS PEDRAS
TESTE DE CORES
EMBASSAMENTO EM PEDRA
LAVAGEM
RECOMPOSIÇÃO DOS REJUNTES DAS PEDRAS
1  

3/4
2  

5  

6  

9  _  nível  3 11
11
10 7  

12

ELEMENTOS ARTÍSTICOS
PROSPECÇÕES
ELEMENTOS ARTÍSTICOS
TESTE DAS CORES DAS VINHETAS E PAREDES
ELEMENTOS ARTÍSTICOS
SALAS – PINTURA DAS VINHETAS
ELEMENTOS ARTÍSTICOS
ESCADARIA – DOURAMENTO E PINTURA
PROSPECÇÃO
RECUPERAÇÃO DO DOURAMENTO
ELEMENTOS ARTÍSTICOS
VESTÍBULO – PINTURA DAS COLUNAS
REINTEGRAÇÃO E FIXAÇÃO DA POLICROMIA
ELEMENTOS ARTÍSTICOS
SALAS – RESTAURAÇÃO DE FORROS
Nesta sala existem três pinturas: a primeira (original), sobre o reboco fino, tem uma composição com grega
em laço e flores-de-lis, pintada sobre um fundo lilás; sobre ela foi pintada uma vinheta com flor decô sobre
pintura também lilás; posteriormente foi pintada outra vinheta em verde e vermelho sobre fundo verde
(também decô).

ELEMENTOS ARTÍSTICOS
SALAS – TRÊS MOMENTOS – OPÇÃO
PELO RESTAURO DO 1° MOMENTO
Sob a vinheta com fundo azul encontra-se a 1ª
pintura, apresentando uma composição com flores
contornada por moldura com faixa, listra e flores.
Não sabemos a abrangência dessa pintura.

ELEMENTOS ARTÍSTICOS
SALAS – TRÊS MOMENTOS – OPÇÃO
PELO RESTAURO DO 1° MOMENTO
ELEMENTOS ARTÍSTICOS
RESTAURAÇÃO DE FORROS
ELEMENTOS ARTÍSTICOS
RESTAURAÇÃO DOS FORROS
ELEMENTOS ARTÍSTICOS
SALA DO COFRE
ELEMENTOS ARTÍSTICOS
SALA DO COFRE
ELEMENTOS ARTÍSTICOS
RESTAURAÇÃO DOS FORROS
ELEMENTOS ARTÍSTICOS
SALAS – RESTAURAÇÃO DE FORROS
ELEMENTOS ARTÍSTICOS
GALERIAS LATERAIS
ELEMENTOS ARTÍSTICOS
ESCADARIA – 2° PAVIMENTO
ELEMENTOS ARTÍSTICOS
VESTÍBULO
ELEMENTOS ARTÍSTICOS
RESTAURAÇÃO DE FORROS
ELEMENTOS ARTÍSTICOS
GALERIAS LATERAIS
ELEMENTOS ARTÍSTICOS
RESTAURAÇÃO DOS FORROS

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