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ASPECTOS HISTÓRICOS:
Casa nº 21. Em 1831 havia uma casa tipo modelo colonial, o terreno foi
aforado em 03 de abril de 1841, tendo 40,2 X 25 braças a Antônio Clemente Pinto.
A casa, hoje existente, foi construída em 1843 para ser residência urbana do
Barão. Foi um marco da construção civil, projeto do engenheiro Jacobus Gijsbertus
Paulus van Erven, e construída com pedra e óleo de baleia. Pertenceu a: Antônio
Clemente Pinto, Bernardo Clemente Pinto Sobrinho, Baronesa de São Clemente,
Spinelli e Firma, e a partir de 1921 a Prefeitura de Nova Friburgo.
Funcionou neste prédio: Prefeitura (1921-1969), Câmara (1922-2001),
Biblioteca (1941-2001), Fórum e Sala do Júri (1938-1941), Cadeia (1938-1940),
também foi depósito de materiais da prefeitura. Em maio de 1961, foi inaugurado o
Porão das Artes, atual Centro de Artes; hoje abriga também a Oficina Escola.
Esse prédio apresentava quatro colunas com quatro leões da Fundição Val
D’Osne que ladeavam o prédio formando duas entradas laterais. No fundo desta
casa havia um magnífico jardim que seguia até o Rio Bengalas. A área ajardinada
media aproximadamente 97 m X 130 m.
Figura 03: Foto datada de 1890. Figura 04: Registro dos jardins existentes atrás do Solar, sec. XVIII.
Fonte: acervo pessoal Fonte: acervo pessoal
DADOS TIPOLÓGICOS:
Construído no século XIX (1843), o prédio possui um estilo neoclássico,
sendo composto por dois pavimentos (térreo e porão). O prédio encontra-se
alinhado ao logradouro público (calçada) e possui recuos nas duas laterais e
posterior, de forma que encontra-se solto em todas suas fachadas.
Em sua planta, notamos que a circulação interna é distribuída por corredores
e entre cômodos dando acesso aos seus adjacentes, no térreo e uma configuração
interna sem corredores, no porão, de forma que cada cômodo dá acesso aos seus
adjacentes. No térreo, não identificamos hierarquização entre espaços, com
riqueza de detalhamentos e de materiais de acabamento em todos os ambientes.
No porão, embora que com intensas modificações, há simplificação dos
acabamentos.
O acesso principal se dá pelo centro da fachada frontal, com hall de entrada
volta ao logradouro público. A figura 03 (acima) mostra a escadaria em dois lances
que invadia a calçada e dava o acesso original a residência.
A cobertura e o sistema de escoamento de águas pluviais encontram-se
escondidos pela platibanda. O telhado é composto por telha colonial, distribuídas
em quatro águas. As inúmeras infiltrações no forro são indícios da deteriorização
da cobertura.
Os ornatos e distribuição dos elementos nas fachadas seguem o estilo de
construção da época, em estilo neoclássico. Sua fachada principal está voltada
para a Praça Getúlio Vargas.
PLANTAS TÉCNICAS:
LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO:
Figuras 09 e 10: Desgaste do tempo e presença de vegetação na platibanda ao redor de todo o prédio
Figura 11: Pichação fachada frontal Figura 12: Rachadura, em vários trechos do prédio
Figura 13: Fiação poluindo as fachadas Figura 14: Falhas na argamassa de acabamento
Figuras 17, 18, 19 e 20: Janelas de prospecção, no hall de entrada e sala de jantar.
Figura 21: Falha no revestimento cerâmico. Figura 22: Desgaste do piso original, em tabua.
Figura 23: Vidro quebrado, em várias esquadrias. Figura 24: Umidade e infiltração nas paredes.
Figuras 25e 26: Umidade, infiltração, desgaste do tempo e cupins nos forros.
Figura 27: Abertura na porta para passagem de Figura 28: Umidade, desgaste do tempo e cupins
fiação vinda da área externa. no rodapé.
Figura 29: Umidade, infiltração, desgaste do tempo Figura 30: Umidade, infiltração e desgaste do
e cupins nos acabamentos de madeira e tempo nas paredes.
esquadrias.
Figura 31: Ajustes inadequados à novos Figura 32: Umidade, infiltração, rachaduras e
equipamentos eletrônicos e degradação do desgaste do tempo nas paredes.
detalhamentos no forro.
Figuras 33, 34, 35 e 36: Umidade, infiltração e
degradação do tempo nas paredes de exposição,
no painel do artista plástico Nêgo e demais
paredes do Centro de Artes.
Figuras 37 e 38: Sinais de cupins e degradação da estrutura de suporte e forro (piso de tabua no
pavimento térreo), devido ao impacto das atividades desenvolvidas no térreo.
Figuras 39, 40 e 41: Umidade, infiltração, degradação do tempo e caminhos de cupins nas paredes do
teatro no Centro de Artes.
Figura 42: Degradação do tempo e material Figura 43: Falha do degrau (revestimento cerâmico
inadequado como piso do teatro. no piso e carpete no espelho) de acesso ao palco
do teatro.
DETALHES:
Figuras 44, 45 e 46: Leões em ferro fundido originais da Fundição Val D’Osne, relocados de seu lugar
original, em conjunto incompleto e apresentam-se descascados, com rachaduras e com pontos de
oxidação.
Figuras 47 e 48: Fechaduras nas portas externas são originais, em metal. A fechadura na porta posterior,
necessita de conserto, observar que foi improvisada outra ferragem para fechamento. Ambas as
fechaduras devem ser restauradas.
Figuras 49 e 50: Internamente são mantidas algumas das fechaduras originais; as quais devem ser
restauradas.
Figuras 51, 52 e 53: Alguns exemplares das ferragens de fechamento e travamento das esquadrias; que
devem ser restauradas.
Figura 54: Florão original danificado e lustre devem
ser restaurados.
PROPOSTA DE RESTAURAÇÃO
Em virtude do prédio apresentar um mau estado de conservação, causado
pelo desgaste do tempo e uso inadequado das estruturas; e tendo em vista a
manutenção das várias características originais (mantidas ou encontradas em
registros – como nas janelas de prospecção ou em arquivos históricos, por
exemplo), indicamos como solução adequada a restauração do prédio.
Justificamos para isso a importância histórica e arquitetônica do prédio em questão.
Diretrizes emergências:
Restrição do uso, para atividades com menor agressão ao piso original, no
térreo;
Elaboração de mapeamento de danos e desenvolvimento de projeto de
restauração;
Manutenção, impermeabilização e adequação dos materiais de revestimento
com os usos, no porão.
DETALHAMENTO:
Jadde Azevedo
Fundação Dom João VI
Arquiteta e Urbanista