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Departamento de Engenharia Mecânica
Engenharia de Materiais
Introdução
Histórico
Materialografia
Processo Produtivo
Glossário
Revestimentos Cerâmicos
Introdução
Qu int a de Be a u Se j or
Benfica;
Portugal.
Pa in e l de Azu le j os n o
Con ve n t o de Sã o
Francisco da Bahia
Piso
Para pisos implica observar diversas características não exigidas para
parede, de acordo com o local onde vai ser usado (residencial, público,
industrial ou especial; e se é seco ou úmido), tais como resistência à
abrasão; o tipo de carga e a possibilidade de impacto no revestimento
definem a resistência à ruptura; o coeficiente de atrito; a facilidade de
limpeza.
Para apresentar maior resistência, os pisos apresentam espessura maior
que os azulejos.
Esmalte
Engobe
Massa ou Substrato
Ao observar a micrografia do piso percebe-se que é possível distinguir
três “camadas” principais, ou três diferentes componentes, que são: a
massa cerâmica, o engobe, o esmalte.
A m a ssa ce r â m ica ( supor t e ) recebe a denominação de biscoito, é
constituída praticamente em seu todo por argila. Os suportes de pavimentos
cerâmicos apresentam uma baixa porosidade, com o que se conseguem
melhores características técnicas.
A camada entre a massa e o esmalte é denominada engobe, e consiste
em uma espécie de argila líquida para disfarçar ou decorar a cor natural do
biscoito. Sua aplicação é necessária quando a cor da massa for escura
(cerâmica vermelha) e o esmalte que se tem intenção de aplicar tiver
tonalidade clara. Outras funções do engobe são fazer o ajuste dos diferentes
coeficientes de dilatação térmica da massa e do esmalte, evitando a
ocorrência de gretamentos, e atuar como uma espécie de “cola” a massa e o
esmalte, conferindo assim maior resistência mecânica ao piso.
O esmalte é o componente que irá caracterizar a cor da cerâmica, onde
são adicionados elementos de pigmentação. Dentre as características que
determinam a qualidade do esmalte e sua utilização podemos destacar:
Características estéticas: índice de brancura ou cor, transparência,
brilho, textura da superfície.
Desempenho mecânico: resistência à abrasão, à flexão, dureza,
tenacidade, resistência ao choque térmico;
Propriedades químicas: resistência ao ataque químico.
Resistência contra raios ultra-violeta.
Impermeabilidade.
Grês Porcelanato
A denominação grês, na terminologia cerâmica, indica um material
muito compacto, constituído por várias fases cristalinas dispersas em uma
matriz vítrea, enquanto porcelanato tem raiz etimológica no termo
porcelana, que denomina o material cerâmico mais nobre em evidência e
apreciado há séculos.
O grês porcelanato é atualmente a cerâmica para revestimentos que
apresenta as melhores características técnicas e estéticas, se comparada
com as demais cerâmicas encontradas no mercado. Tal sucesso se deve a
um longo processo de desenvolvimento tecnológico, o qual permitiu a
elaboração de um material constituído por fases cristalinas de elevada
dureza, muito denso e não-esmaltado.
Um revestimento cerâmico é classificado como Porcelanato quando
possui absorção d’água menor que 0,5% conforme norma ISO 13.006.
O porcelanato é um piso nobre feito com massa de porcelana, com
absorção de água quase nula, por volta de 0,01% a 0,02 %. Possui a mais
alta das resistências ao impacto entre todos os produtos do universo
cerâmico (a mais alta carga).
O porcelanato é produzido em temperaturas elevadas, por volta de
1250 ºC, com prensas hidráulicas de altíssima pressão, com massas ricas
em feldspato e fundentes nobres, com moagem muito fina e uma
sinterização total.
Entre as características do grês porcelanato, a mais importante é a
resistência ao desgaste físico, destacando-se em seguida os baixos valores
de absorção de água, a alta resistência mecânica, a resistência ao ataque
químico, a dureza superficial, a resistência ao congelamento, a resistência à
compressão e o isolamento a descargas elétricas estáticas.
Além das características técnicas, o grês porcelanato apresenta beleza
estética, o que permitiu conquistar espaço no mercado de pedras naturais
(especialmente granito e mármore) com menor custo.
Massa Porcelanato
Resina embutimento
Em termos de superfície:
O porcelanato pode ser polido como um espelho. O porcelanato
espelhado é o máximo em termos de beleza mas são delicados em relação
ao riscado, motivo pelo qual jamais devem ser adquiridos para entradas, e
sim para áreas internas residenciais ou para áreas comerciais muito limpas,
mas precisa de materiais protetores nos acessos.
O porcelanato sem polir resiste ao risco. O porcelanato esmaltado
brilhante precisa ser protegido contra o risco. O porcelanato polido é mais
artístico que um piso comum esmaltado. Também é mais delicado quanto à
limpeza. Contrariamente ao que o consumidor imagina, o polimento em vez
de facilitar a limpeza, abre os poros internos, daí a necessidade de aplicar
material incolor na 1ª vez. O porcelanato polido é um material que deve ser
protegido contra manchas. Em contrapartida exige uma impregnação inicial
com cera incolor, necessidade que não se manifesta para o pavimento
esmaltado, a não ser quando este for antiderrapante.
Azulejos
Os azulejos são materiais cerâmicos empregados no revestimento de
paredes, visando a impermeabilização e um acabamento melhor.
O azulejo é um produto de cerâmica branca constituído de um biscoito
poroso, queimada a uma temperatura superior a 900ºC e esmaltada em
uma face que lhe dá o acabamento final. A outra face é ranhurada para
aumentar a capacidade de fixação, após o assentamento sobre a argamassa
ou cola mineral.
Os azulejos não possuem engobe em razão de sua massa ser constituída de
argila de melhor qualidade, mais selecionada, geralmente com tonalidade
bastante clara; além disso, os azulejos não requerem grande resistência
mecânica.
O azulejo apresenta espessura mais fina que o piso, justamente por não
exigir elevada resistência mecânica. É aceitável PEI 0 e resistência mínima à
ruptura. Os suportes são normalmente porosos, o que favorece sua
aderência à parede e sua maior estabilidade dimensional. Os azulejos
apresentam-se com absorção de água em torno de 15 a 20%.
As características de qualidade observadas em azulejos são: uniformidade
de dimensões e de tonalidade de cor; resistência do vidrado ao gretamento
com as variações de umidade e temperatura; face estriada para permitir
melhor aderência a parede através de argamassa ou cola mineral; cantos
vivos e retos; vidrado contínuo sem bolhas ou falhas; faces planas.
Absorção de água:
Determina a porosidade da base cerâmica.
É expressa em percentual em relação à peça seca.
Influi diretamente nas resistências mecânica e ao gelo.
Deve ser baixa nas piscinas, box de banheiro e pias de cozinha (menos de
4%), nunca 18%;
Nos países que têm neve, absorção deve ser menor de 3%; para evitar
congelamento.
Os grupos de absorção de água são classificados como segue:
Resistência ao gelo
Está diretamente ligada à absorção de água, pois o gelo provoca dano ao
produto devido ao seu aumento de volume quando a água se solidifica no
interior dos poros da cerâmica. Quanto menor a absorção de água, maior a
resistência ao gelo. É importante para as regiões frias, onde ocorre neve ou
geadas fortes, para aplicações em pisos externos ou fachadas.
Carga de ruptura
É a carga máxima que suporta a placa cerâmica quando flexionada. Depende
do material e da espessura da peça. A determinação é realizada segundo o
método de determinação do módulo de resistência à flexão, porém o cálculo
é diferente. O resultado é expresso em newtons (N).
NORMA CARGA
TIPO DE PRODUTO
DE RUPTURA (N)
Porcelanato mínimo 1.300
Grés mínimo 1.100
Semi-Grés mínimo 1.000
Semi-Poroso mínimo 900
Piso = 600
Poroso
Parede de 200 a 400
Resistência do impacto:
A resistência ao impacto de materiais para piso é a resistência à quebra, em
toda a sua espessura, ou apenas a fragmentação da superfície, como
resultado de uma pancada. Os revestimentos cerâmicos em geral, como
todos os materiais cerâmicos, não são elásticos, e um impacto mecânico de
um peso provoca buracos ou furos. Por isso, muitas vezes requer cuidados
por parte do usuário, evitando a queda de pesos e de objetos pontiagudos.
Deve ser elevada nos pisos de cozinhas (panelas que caem) e nas paredes
dos postos de gasolina (bicos de mangueiras que batem). Quando
acontecem batidas contra as paredes; a espessura do azulejo (5-6mm) é
insuficiente; deve-se usar 8 mm ou mais.
Resistência química
A deterioração da superfície de uma peça pelos vários produtos químicos
pode ser atribuída a dois mecanismos distintos:
1) Reação química entre a substância e a peça, que resulta em alteração da
superfície (em geral todas as superfícies cerâmicas são relativamente inertes
à ação de produtos químicos; a única exceção é o ácido fluorídrico);
2) absorção do produto químico na superfície da peça, de maneira a
provocar uma mancha, se não permanente, pelo menos de difícil remoção.
Dilatação térmica
O coeficiente de expansão térmica é definido como a razão entre o aumento
de tamanho do corpo de prova de análise correspondente ao aumento de
temperatura DT, e o produto do seu tamanho inicial e intervalo de
temperatura (DT). O valor do coeficiente de expansão térmica linear é
expresso em ºC-1. O coeficiente de expansão térmica para pisos e azulejos
cerâmicos oscila entre 4 x 10-6/ºC a 8 x 10-6/ºC. Isto significa que, para
cada acréscimo de temperatura de 1ºC, o comprimento da peça é acrescido
de 4 a 8 centésimos de milímetros por metro do tamanho inicial.
É importante controlar o coeficiente de expansão térmica da peça cerâmica,
a fim de se manter uma relação com os outros materiais da construção civil.
Estabilidade de cores
Exposições prolongadas à luz alteram as cores. Por isso, materiais que são
estáveis à luz significa que são resistentes à ação de deterioração.
Esta característica é bastante importante para chãos e paredes em áreas
externas sujeitas a longas exposições ao sol. As cores utilizadas em
materiais cerâmicos, em geral, são estáveis em relação aos efeitos de
exposição ao sol e à luz. A comparação entre cerâmica e tinta na fachada de
grandes prédios revela extraordinárias diferenças de durabilidade. Vale
lembrar que, na época da colonização, os portugueses introduziram o uso do
azulejo em fachadas, para protegê-las das intempéries.
Coeficiente de atrito
É o parâmetro que caracteriza a resistência ao escorregamento. Quanto
maior o coeficiente de atrito, menos escorregadio é o piso. As superfícies
ásperas tendem a possuir alto coeficiente de atrito, enquanto as superfícies
lisas possuem coeficiente de atrito menor. É medido no piso seco e molhado
e o valor máximo é 1, que representaria um piso totalmente áspero. O piso
é considerado antiderrapante quando seu coeficiente de atrito molhado é
maior que 0,4.
Condutibilidade elétrica
O material cerâmico é um clássico isolante e por isso não conduz a corrente
elétrica. Esta característica é muito importante em relação à segurança na
prevenção de riscos de incêndio. Caso ele esteja molhado, é a água, com os
sais contidos nela, que pode conduzir a eletricidade, mas não o revestimento
cerâmico. Outra característica elétrica importante no pavimento é a
capacidade de evitar acúmulo de carga eletrostática superficial. Este
acúmulo pode ser gerado, por exemplo, pelo atrito que se realiza quando se
caminha, gerando descarga elétrica no corpo de uma pessoa (sensação de
choque).
Em alguns casos, qualquer risco de eletricidade tem de ser totalmente
eliminado. É o caso, por exemplo, de salas cirúrgicas, onde a descarga da
eletricidade estática acumulada pode provocar no cirurgião movimentos
incontroláveis, com risco para pacientes.
Comportamento ao fogo
Característica essencial em todos os materiais utilizados em edificações. O
comportamento ao fogo de materiais para pavimento e revestimento pode
ser avaliado baseado em três critérios:
1) Resistência à ação destrutiva da chama;
2) Possibilidade de contribuir na difusão da chama;
3) Emissão de fumos ou substâncias tóxicas.
Em caso de incêndio, a cerâmica não produz fumaças ou gases tóxicos, que,
como se sabe, são a principal causa de morte. Além de possibilitar um
imediato controle do incêndio, o revestimento cerâmico não se altera em
contato com o fogo.
Vale ressaltar também que a eficácia do revestimento na proteção à
estrutura na qual está aplicado é enorme. Durante um incêndio, a
temperatura na superfície do revestimento cerâmico é superior a 500ºC; na
parte inferior da mesma peça, a temperatura se mantém por volta de
100ºC, com a conseqüente drástica redução da solicitação térmica da
estrutura. O mesmo não ocorre com madeira, carpete, cortiça e borracha.
Processo Produtivo
a.2) Moagem:
A preparação das matérias-primas consiste numa série de operações
para obtenção de um material de composição homogênea (massa), com
uma distribuição granulométrica e forma dos grãos apropriadas e com um
conteúdo de água adequado ao sistema de conformação escolhido (para a
prensagem, 4 a 7% de umidade).
A principal etapa da preparação das matérias primas constitui-se na
sua moagem, que ocorre via seca ou via úmida.
Na via se ca as argilas e demais matérias-primas que são preparadas
para a prensagem (conformação) com sua umidade natural, isto é, aquela
com que foram extraídas da jazida, e posterior regulagem da umidade da
mistura moída através de pulverizadores especiais. O beneficiamento destes
materiais envolve somente misturas e desagregações para em seguida
serem prensados. Praticamente sem beneficiamento.
Na via ú m ida , as argilas e demais matérias-primas são dosadas, com
adição de água e moídas. Esta mistura chama-se barbotina que é
homogeneizada em grandes tanques e depois segue para um equipamento
chamado atomizador ou spray-dryer, que a rigor é um grande e sofisticado
secador. Neste equipamento, a barbotina é pulverizada em forma de spray
dentro de um grande ciclone (câmara) junto com ar quente. A medida que a
umidade é extraída, a barbotina agrega-se em pequenos grãos
arredondados, com forma e umidade muito adequada para uma boa
prensagem. Os grânulos são recolhidos na parte inferior da câmara de
secagem e enviados aos silos de estocagem.
Os fabricantes optam por um tipo desses processos baseados nos critérios:
- Investimento : na via seca praticamente não existe setor de massa. Não
há moinhos, tanques, bombas, fornalhas e nem atomizadores.
- Econômico: na via seca o processo é muito primário e simples permitindo
uma diminuição enorme de energia, manutenção, mão de obra e
consequentemente, de custo.
- Qualidade: a opção de via úmida é pela melhor qualidade. Neste processo
as materiais primas moídas e homogeneizadas permitem uma melhor reação
pela interação entre os materiais e um melhor controle do processo.
b) Etapa de conformação
A conformação das peças pode-se realizar mediante processos de
prensagem e extrusão.
A prensagem é o processo de molde mais usado para a fabricação de
peças cerâmicas, devido à maior estabilidade dimensional que se consegue
no produto final. Somente a terracota e alguns tipos de clínquer são
conformados por extrusão.
Na prensagem, os pós com umidade geralmente variável entre 4% e
7%, são comprimidos entre duas superfícies, uma móvel (punção) e a outra
fixa (estampo), com pressões específicas de 200-400 kg/cm2 (20000-40000
kPa) de acordo com os formatos das placas cerâmicas e do tipo de produto.
Tal pressão provoca um rearranjo e uma parcial deformação dos grãos,
permitindo uma elevada compactação do corpo cerâmico. É preciso fornecer
aos pós um adequado conteúdo de água, o que favorece certa plasticidade
do material. É também necessária uma eficaz expulsão do ar da massa (cuja
presença é tão maior quanto mais fina é a granulometria dos pós).
Prensa hidráulica
c) secagem;
A fase de secagem tem a função de reduzir o conteúdo de água
necessária à moldagem, para que a queima do material seja realizada em
tempos industrialmente aceitáveis e, no caso da monoqueima, para
aumentar a resistência mecânica do suporte cru (ou verde), de forma a
permitir o seu transporte nas linhas de esmaltação.
As condições de secagem dos materiais cerâmicos são relativamente
críticas quanto à integridade dos mesmos. A velocidade de secagem deve
ser condicionada à velocidade do fenômeno da migração interna da água,
que é mais lento. Isto visa a evitar que uma secagem superficial mais rápida
leve a fissuras na peça, quando a umidade interna tentar sair pela superfície
seca. Além disto, durante a secagem do material, tem-se uma retração das
dimensões da peça em função da quantidade de água evaporada. Por isto, é
necessário que não ocorra no interior do material, durante a secagem, um
gradiente de umidade e, consequentemente, zonas de retração diferenciada
tais que induzam tensões perigosas no próprio material.
d) Etapa de queima
Podemos identificar três ciclos fundamentais, que substancialmente
abrangem toda a gama de tipos de produção de revestimentos cerâmicos. A
diferença substancial entre os ciclos é relativa à fase de queima do suporte,
realizada ou não simultaneamente com a queima do esmalte.
Monoqueima: A técnica adotada nos pisos cerâmicos de se queimar uma só
vez implica em maior absorção de água, maior resistência e durabilidade. A
pasta e o esmalte são queimados juntos.
Biqueima: Técnica utilizada somente para azulejos. O biscoito e o esmalte
são queimados em duas etapas distintas, propiciando maior riqueza em
detalhes decorativos.
Uma Te rce ir a qu e im a é utilizada nas linhas nobres decoradas de azulejos,
obtendo maior riqueza de detalhes. Consiste em se criar efeitos de
decoração no suporte sobre o esmalte já queimado e recolocá-lo no forno
sob temperaturas mais baixas, para obter o “design” definitivo. A utilização
dessa técnica permite a obtenção de alguns efeitos especiais, como pinturas
metálicas, alto-relevo etc., que não eram possíveis a temperaturas elevadas,
também permite decorar pequenas quantidades de peças sem causar
variações na tonalidade.
Serigráfica
Método de Fabricação
Absorção de água(%)
Extrudado (A) Prensado (B) Outros (C)
Menor que 0,5 AI Bia CI
0,5 á 3,0 AI Bib CI
3,0 á 6,0 AIIa BIIa CIIa
6,0 á 10,0 AIIb BIIb CIIb
acima de 10,0 AIII BIII CIII
http://www.cecrisa.com.br/principa/dados/pei.htm
Introdução
Histórico
Materialografia
Processo Produtivo
Glossário
Revestimentos Cerâmicos
Introdução
Qu int a de Be a u Se j or
Benfica;
Portugal.
Pa in e l de Azu le j os n o
Con ve n t o de Sã o
Francisco da Bahia
Piso
Para pisos implica observar diversas características não exigidas para
parede, de acordo com o local onde vai ser usado (residencial, público,
industrial ou especial; e se é seco ou úmido), tais como resistência à
abrasão; o tipo de carga e a possibilidade de impacto no revestimento
definem a resistência à ruptura; o coeficiente de atrito; a facilidade de
limpeza.
Para apresentar maior resistência, os pisos apresentam espessura maior
que os azulejos.
Esmalte
Engobe
Massa ou Substrato
Ao observar a micrografia do piso percebe-se que é possível distinguir
três “camadas” principais, ou três diferentes componentes, que são: a
massa cerâmica, o engobe, o esmalte.
A m a ssa ce r â m ica ( supor t e ) recebe a denominação de biscoito, é
constituída praticamente em seu todo por argila. Os suportes de pavimentos
cerâmicos apresentam uma baixa porosidade, com o que se conseguem
melhores características técnicas.
A camada entre a massa e o esmalte é denominada engobe, e consiste
em uma espécie de argila líquida para disfarçar ou decorar a cor natural do
biscoito. Sua aplicação é necessária quando a cor da massa for escura
(cerâmica vermelha) e o esmalte que se tem intenção de aplicar tiver
tonalidade clara. Outras funções do engobe são fazer o ajuste dos diferentes
coeficientes de dilatação térmica da massa e do esmalte, evitando a
ocorrência de gretamentos, e atuar como uma espécie de “cola” a massa e o
esmalte, conferindo assim maior resistência mecânica ao piso.
O esmalte é o componente que irá caracterizar a cor da cerâmica, onde
são adicionados elementos de pigmentação. Dentre as características que
determinam a qualidade do esmalte e sua utilização podemos destacar:
Características estéticas: índice de brancura ou cor, transparência,
brilho, textura da superfície.
Desempenho mecânico: resistência à abrasão, à flexão, dureza,
tenacidade, resistência ao choque térmico;
Propriedades químicas: resistência ao ataque químico.
Resistência contra raios ultra-violeta.
Impermeabilidade.
Grês Porcelanato
A denominação grês, na terminologia cerâmica, indica um material
muito compacto, constituído por várias fases cristalinas dispersas em uma
matriz vítrea, enquanto porcelanato tem raiz etimológica no termo
porcelana, que denomina o material cerâmico mais nobre em evidência e
apreciado há séculos.
O grês porcelanato é atualmente a cerâmica para revestimentos que
apresenta as melhores características técnicas e estéticas, se comparada
com as demais cerâmicas encontradas no mercado. Tal sucesso se deve a
um longo processo de desenvolvimento tecnológico, o qual permitiu a
elaboração de um material constituído por fases cristalinas de elevada
dureza, muito denso e não-esmaltado.
Um revestimento cerâmico é classificado como Porcelanato quando
possui absorção d’água menor que 0,5% conforme norma ISO 13.006.
O porcelanato é um piso nobre feito com massa de porcelana, com
absorção de água quase nula, por volta de 0,01% a 0,02 %. Possui a mais
alta das resistências ao impacto entre todos os produtos do universo
cerâmico (a mais alta carga).
O porcelanato é produzido em temperaturas elevadas, por volta de
1250 ºC, com prensas hidráulicas de altíssima pressão, com massas ricas
em feldspato e fundentes nobres, com moagem muito fina e uma
sinterização total.
Entre as características do grês porcelanato, a mais importante é a
resistência ao desgaste físico, destacando-se em seguida os baixos valores
de absorção de água, a alta resistência mecânica, a resistência ao ataque
químico, a dureza superficial, a resistência ao congelamento, a resistência à
compressão e o isolamento a descargas elétricas estáticas.
Além das características técnicas, o grês porcelanato apresenta beleza
estética, o que permitiu conquistar espaço no mercado de pedras naturais
(especialmente granito e mármore) com menor custo.
Massa Porcelanato
Resina embutimento
Em termos de superfície:
O porcelanato pode ser polido como um espelho. O porcelanato
espelhado é o máximo em termos de beleza mas são delicados em relação
ao riscado, motivo pelo qual jamais devem ser adquiridos para entradas, e
sim para áreas internas residenciais ou para áreas comerciais muito limpas,
mas precisa de materiais protetores nos acessos.
O porcelanato sem polir resiste ao risco. O porcelanato esmaltado
brilhante precisa ser protegido contra o risco. O porcelanato polido é mais
artístico que um piso comum esmaltado. Também é mais delicado quanto à
limpeza. Contrariamente ao que o consumidor imagina, o polimento em vez
de facilitar a limpeza, abre os poros internos, daí a necessidade de aplicar
material incolor na 1ª vez. O porcelanato polido é um material que deve ser
protegido contra manchas. Em contrapartida exige uma impregnação inicial
com cera incolor, necessidade que não se manifesta para o pavimento
esmaltado, a não ser quando este for antiderrapante.
Azulejos
Os azulejos são materiais cerâmicos empregados no revestimento de
paredes, visando a impermeabilização e um acabamento melhor.
O azulejo é um produto de cerâmica branca constituído de um biscoito
poroso, queimada a uma temperatura superior a 900ºC e esmaltada em
uma face que lhe dá o acabamento final. A outra face é ranhurada para
aumentar a capacidade de fixação, após o assentamento sobre a argamassa
ou cola mineral.
Os azulejos não possuem engobe em razão de sua massa ser constituída de
argila de melhor qualidade, mais selecionada, geralmente com tonalidade
bastante clara; além disso, os azulejos não requerem grande resistência
mecânica.
O azulejo apresenta espessura mais fina que o piso, justamente por não
exigir elevada resistência mecânica. É aceitável PEI 0 e resistência mínima à
ruptura. Os suportes são normalmente porosos, o que favorece sua
aderência à parede e sua maior estabilidade dimensional. Os azulejos
apresentam-se com absorção de água em torno de 15 a 20%.
As características de qualidade observadas em azulejos são: uniformidade
de dimensões e de tonalidade de cor; resistência do vidrado ao gretamento
com as variações de umidade e temperatura; face estriada para permitir
melhor aderência a parede através de argamassa ou cola mineral; cantos
vivos e retos; vidrado contínuo sem bolhas ou falhas; faces planas.
Absorção de água:
Determina a porosidade da base cerâmica.
É expressa em percentual em relação à peça seca.
Influi diretamente nas resistências mecânica e ao gelo.
Deve ser baixa nas piscinas, box de banheiro e pias de cozinha (menos de
4%), nunca 18%;
Nos países que têm neve, absorção deve ser menor de 3%; para evitar
congelamento.
Os grupos de absorção de água são classificados como segue:
Resistência ao gelo
Está diretamente ligada à absorção de água, pois o gelo provoca dano ao
produto devido ao seu aumento de volume quando a água se solidifica no
interior dos poros da cerâmica. Quanto menor a absorção de água, maior a
resistência ao gelo. É importante para as regiões frias, onde ocorre neve ou
geadas fortes, para aplicações em pisos externos ou fachadas.
Carga de ruptura
É a carga máxima que suporta a placa cerâmica quando flexionada. Depende
do material e da espessura da peça. A determinação é realizada segundo o
método de determinação do módulo de resistência à flexão, porém o cálculo
é diferente. O resultado é expresso em newtons (N).
NORMA CARGA
TIPO DE PRODUTO
DE RUPTURA (N)
Porcelanato mínimo 1.300
Grés mínimo 1.100
Semi-Grés mínimo 1.000
Semi-Poroso mínimo 900
Piso = 600
Poroso
Parede de 200 a 400
Resistência do impacto:
A resistência ao impacto de materiais para piso é a resistência à quebra, em
toda a sua espessura, ou apenas a fragmentação da superfície, como
resultado de uma pancada. Os revestimentos cerâmicos em geral, como
todos os materiais cerâmicos, não são elásticos, e um impacto mecânico de
um peso provoca buracos ou furos. Por isso, muitas vezes requer cuidados
por parte do usuário, evitando a queda de pesos e de objetos pontiagudos.
Deve ser elevada nos pisos de cozinhas (panelas que caem) e nas paredes
dos postos de gasolina (bicos de mangueiras que batem). Quando
acontecem batidas contra as paredes; a espessura do azulejo (5-6mm) é
insuficiente; deve-se usar 8 mm ou mais.
Resistência química
A deterioração da superfície de uma peça pelos vários produtos químicos
pode ser atribuída a dois mecanismos distintos:
1) Reação química entre a substância e a peça, que resulta em alteração da
superfície (em geral todas as superfícies cerâmicas são relativamente inertes
à ação de produtos químicos; a única exceção é o ácido fluorídrico);
2) absorção do produto químico na superfície da peça, de maneira a
provocar uma mancha, se não permanente, pelo menos de difícil remoção.
Dilatação térmica
O coeficiente de expansão térmica é definido como a razão entre o aumento
de tamanho do corpo de prova de análise correspondente ao aumento de
temperatura DT, e o produto do seu tamanho inicial e intervalo de
temperatura (DT). O valor do coeficiente de expansão térmica linear é
expresso em ºC-1. O coeficiente de expansão térmica para pisos e azulejos
cerâmicos oscila entre 4 x 10-6/ºC a 8 x 10-6/ºC. Isto significa que, para
cada acréscimo de temperatura de 1ºC, o comprimento da peça é acrescido
de 4 a 8 centésimos de milímetros por metro do tamanho inicial.
É importante controlar o coeficiente de expansão térmica da peça cerâmica,
a fim de se manter uma relação com os outros materiais da construção civil.
Estabilidade de cores
Exposições prolongadas à luz alteram as cores. Por isso, materiais que são
estáveis à luz significa que são resistentes à ação de deterioração.
Esta característica é bastante importante para chãos e paredes em áreas
externas sujeitas a longas exposições ao sol. As cores utilizadas em
materiais cerâmicos, em geral, são estáveis em relação aos efeitos de
exposição ao sol e à luz. A comparação entre cerâmica e tinta na fachada de
grandes prédios revela extraordinárias diferenças de durabilidade. Vale
lembrar que, na época da colonização, os portugueses introduziram o uso do
azulejo em fachadas, para protegê-las das intempéries.
Coeficiente de atrito
É o parâmetro que caracteriza a resistência ao escorregamento. Quanto
maior o coeficiente de atrito, menos escorregadio é o piso. As superfícies
ásperas tendem a possuir alto coeficiente de atrito, enquanto as superfícies
lisas possuem coeficiente de atrito menor. É medido no piso seco e molhado
e o valor máximo é 1, que representaria um piso totalmente áspero. O piso
é considerado antiderrapante quando seu coeficiente de atrito molhado é
maior que 0,4.
Condutibilidade elétrica
O material cerâmico é um clássico isolante e por isso não conduz a corrente
elétrica. Esta característica é muito importante em relação à segurança na
prevenção de riscos de incêndio. Caso ele esteja molhado, é a água, com os
sais contidos nela, que pode conduzir a eletricidade, mas não o revestimento
cerâmico. Outra característica elétrica importante no pavimento é a
capacidade de evitar acúmulo de carga eletrostática superficial. Este
acúmulo pode ser gerado, por exemplo, pelo atrito que se realiza quando se
caminha, gerando descarga elétrica no corpo de uma pessoa (sensação de
choque).
Em alguns casos, qualquer risco de eletricidade tem de ser totalmente
eliminado. É o caso, por exemplo, de salas cirúrgicas, onde a descarga da
eletricidade estática acumulada pode provocar no cirurgião movimentos
incontroláveis, com risco para pacientes.
Comportamento ao fogo
Característica essencial em todos os materiais utilizados em edificações. O
comportamento ao fogo de materiais para pavimento e revestimento pode
ser avaliado baseado em três critérios:
1) Resistência à ação destrutiva da chama;
2) Possibilidade de contribuir na difusão da chama;
3) Emissão de fumos ou substâncias tóxicas.
Em caso de incêndio, a cerâmica não produz fumaças ou gases tóxicos, que,
como se sabe, são a principal causa de morte. Além de possibilitar um
imediato controle do incêndio, o revestimento cerâmico não se altera em
contato com o fogo.
Vale ressaltar também que a eficácia do revestimento na proteção à
estrutura na qual está aplicado é enorme. Durante um incêndio, a
temperatura na superfície do revestimento cerâmico é superior a 500ºC; na
parte inferior da mesma peça, a temperatura se mantém por volta de
100ºC, com a conseqüente drástica redução da solicitação térmica da
estrutura. O mesmo não ocorre com madeira, carpete, cortiça e borracha.
Processo Produtivo
a.2) Moagem:
A preparação das matérias-primas consiste numa série de operações
para obtenção de um material de composição homogênea (massa), com
uma distribuição granulométrica e forma dos grãos apropriadas e com um
conteúdo de água adequado ao sistema de conformação escolhido (para a
prensagem, 4 a 7% de umidade).
A principal etapa da preparação das matérias primas constitui-se na
sua moagem, que ocorre via seca ou via úmida.
Na via se ca as argilas e demais matérias-primas que são preparadas
para a prensagem (conformação) com sua umidade natural, isto é, aquela
com que foram extraídas da jazida, e posterior regulagem da umidade da
mistura moída através de pulverizadores especiais. O beneficiamento destes
materiais envolve somente misturas e desagregações para em seguida
serem prensados. Praticamente sem beneficiamento.
Na via ú m ida , as argilas e demais matérias-primas são dosadas, com
adição de água e moídas. Esta mistura chama-se barbotina que é
homogeneizada em grandes tanques e depois segue para um equipamento
chamado atomizador ou spray-dryer, que a rigor é um grande e sofisticado
secador. Neste equipamento, a barbotina é pulverizada em forma de spray
dentro de um grande ciclone (câmara) junto com ar quente. A medida que a
umidade é extraída, a barbotina agrega-se em pequenos grãos
arredondados, com forma e umidade muito adequada para uma boa
prensagem. Os grânulos são recolhidos na parte inferior da câmara de
secagem e enviados aos silos de estocagem.
Os fabricantes optam por um tipo desses processos baseados nos critérios:
- Investimento : na via seca praticamente não existe setor de massa. Não
há moinhos, tanques, bombas, fornalhas e nem atomizadores.
- Econômico: na via seca o processo é muito primário e simples permitindo
uma diminuição enorme de energia, manutenção, mão de obra e
consequentemente, de custo.
- Qualidade: a opção de via úmida é pela melhor qualidade. Neste processo
as materiais primas moídas e homogeneizadas permitem uma melhor reação
pela interação entre os materiais e um melhor controle do processo.
b) Etapa de conformação
A conformação das peças pode-se realizar mediante processos de
prensagem e extrusão.
A prensagem é o processo de molde mais usado para a fabricação de
peças cerâmicas, devido à maior estabilidade dimensional que se consegue
no produto final. Somente a terracota e alguns tipos de clínquer são
conformados por extrusão.
Na prensagem, os pós com umidade geralmente variável entre 4% e
7%, são comprimidos entre duas superfícies, uma móvel (punção) e a outra
fixa (estampo), com pressões específicas de 200-400 kg/cm2 (20000-40000
kPa) de acordo com os formatos das placas cerâmicas e do tipo de produto.
Tal pressão provoca um rearranjo e uma parcial deformação dos grãos,
permitindo uma elevada compactação do corpo cerâmico. É preciso fornecer
aos pós um adequado conteúdo de água, o que favorece certa plasticidade
do material. É também necessária uma eficaz expulsão do ar da massa (cuja
presença é tão maior quanto mais fina é a granulometria dos pós).
Prensa hidráulica
c) secagem;
A fase de secagem tem a função de reduzir o conteúdo de água
necessária à moldagem, para que a queima do material seja realizada em
tempos industrialmente aceitáveis e, no caso da monoqueima, para
aumentar a resistência mecânica do suporte cru (ou verde), de forma a
permitir o seu transporte nas linhas de esmaltação.
As condições de secagem dos materiais cerâmicos são relativamente
críticas quanto à integridade dos mesmos. A velocidade de secagem deve
ser condicionada à velocidade do fenômeno da migração interna da água,
que é mais lento. Isto visa a evitar que uma secagem superficial mais rápida
leve a fissuras na peça, quando a umidade interna tentar sair pela superfície
seca. Além disto, durante a secagem do material, tem-se uma retração das
dimensões da peça em função da quantidade de água evaporada. Por isto, é
necessário que não ocorra no interior do material, durante a secagem, um
gradiente de umidade e, consequentemente, zonas de retração diferenciada
tais que induzam tensões perigosas no próprio material.
d) Etapa de queima
Podemos identificar três ciclos fundamentais, que substancialmente
abrangem toda a gama de tipos de produção de revestimentos cerâmicos. A
diferença substancial entre os ciclos é relativa à fase de queima do suporte,
realizada ou não simultaneamente com a queima do esmalte.
Monoqueima: A técnica adotada nos pisos cerâmicos de se queimar uma só
vez implica em maior absorção de água, maior resistência e durabilidade. A
pasta e o esmalte são queimados juntos.
Biqueima: Técnica utilizada somente para azulejos. O biscoito e o esmalte
são queimados em duas etapas distintas, propiciando maior riqueza em
detalhes decorativos.
Uma Te rce ir a qu e im a é utilizada nas linhas nobres decoradas de azulejos,
obtendo maior riqueza de detalhes. Consiste em se criar efeitos de
decoração no suporte sobre o esmalte já queimado e recolocá-lo no forno
sob temperaturas mais baixas, para obter o “design” definitivo. A utilização
dessa técnica permite a obtenção de alguns efeitos especiais, como pinturas
metálicas, alto-relevo etc., que não eram possíveis a temperaturas elevadas,
também permite decorar pequenas quantidades de peças sem causar
variações na tonalidade.
Serigráfica
Método de Fabricação
Absorção de água(%)
Extrudado (A) Prensado (B) Outros (C)
Menor que 0,5 AI Bia CI
0,5 á 3,0 AI Bib CI
3,0 á 6,0 AIIa BIIa CIIa
6,0 á 10,0 AIIb BIIb CIIb
acima de 10,0 AIII BIII CIII
http://www.cecrisa.com.br/principa/dados/pei.htm