Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BLOCO: II
SEMESTRE/ANO: 1º/2007
2
SUMÁRIO
4 - Moagem.................................................................................................................................... 21
4.1 - Propriedade dos sólidos ...................................................................................................... 21
4.2 Moagem com moinhos de bolas........................................................................................... 22
4.2.1 - Moagem por via úmida................................................................................................ 22
4.5.2 - Moinho de bolas .......................................................................................................... 23
4.5.2.1 - Variáveis que influem na moagem com moinho de bolas........................................ 23
4.5.2.2 - Carga de bolas ou seixos utilizados nos moinhos..................................................... 24
4.5.2.3 - Distribuição do tamanho de bolas ............................................................................ 24
4.5.2.4 - Quantidade de produto a moer.................................................................................. 24
4.5.2.5 - Densidade ................................................................................................................. 24
4.5.2.6 - Viscosidade............................................................................................................... 24
4.5.2.7 - Velocidade do moinho .............................................................................................. 25
4.5.2.8 - Tempo de moagem ................................................................................................... 25
4.6 - Moagem a seco................................................................................................................... 25
5 - Separações mecânicas .............................................................................................................. 26
5.1 - Peneiramento ...................................................................................................................... 26
5.2 - Caracterização de peneiras................................................................................................. 27
5.3 - Granulometrias ................................................................................................................... 27
5.4- Peneiras vibratórias ............................................................................................................. 27
4
1.1 - Introdução
a) preparação da massa - a qual poderá ser por via seca ou por via úmida;
b) conformação da peça - os métodos de conformação mais utilizados são a prensa gem, a
extrusão e a colagem;
c) secagem;
d) esmaltação - esta fase poderá ser usada ou não, dependendo se o produto à fabricar será
ou não esmaltado;
e) queima - nesta fase o produto passará uma vez (monoqueima) ou duas vezes (biqueima).
c) Por último a massa cerâmica deve possuir uma adequada composição química e
mineralógica de maneira que as transformações físico-químicas que acontecem durante a
fase de queima, confiram ao produto acabado as características desejadas (coeficiente de
dilatação térmica, resistência mecânica, porosidade, etc.) e também ser estável possível às
variações de temperatura de queima dentro de certos limites.
Os produtos cerâmicos utilizados para revestir paredes e pisos podem ser classificados em
função de seu aspecto, uso a qual será destinado, características do processo de fabricação e
propriedades do produto acabado. Estes critérios de classificação são muito importantes, estando
incluídos as aplicações de cada produto.
A divisão que surge em função da cor após a queima do suporte, delimita o conteúdo em
óxido corante, principalmente de ferro, que podem apresentar as inúmeras matérias-primas que
integram a massa. A cor das peças queimadas depende do conteúdo destes óxidos, no entanto,
6
também é de grande importância a forma que este elemento encontra-se presente nas matérias-
primas (integrado na estrutura argilosa, em forma de distintos compostos de ferro, como sais
solúveis de ferro, ou em forma de ferro metálico).
Por outro lado, a intensidade da coloração também depende da presença de outros óxidos
corantes, como o óxido de titânio que proporciona uma coloração amarelada do tipo e quantidade
de fase vítrea formada na peça queimada, que pode fazer com que uma maior ou menor
proporção de ferro passe a formar parte desta, e da facilidade de formação de fase cristalinas, que
em ocasiões podem ocluir o óxido de ferro na sua estrutura descolorindo as peças. As fase
cristalinas que se desenvolvem com mais freqüência nestes produtos são a mulita, a partir dos
minerais argilosos cauliniticos, e a anortita e pseudowollastonita, a partir dos minerais argilosos e
do óxido de cálcio.
Pavimento
Os produtos para pavimentos caracterizam-se por apresentar uma alta resistência mecânica
das peças queimadas e, em muitos casos, por um bom comportamento frente ao gelo. Estas
propriedades consegue-se, normalmente, mediante a introdução de matérias-primas que possuem
em sua constituição óxidos alcalinos (K 2 O, NaO; etc.), responsáveis pela formação de fase
líquida no interior do material e conseqüente redução da porosidade. A redução da porosidade
vem normalmente acompanhada de uma alta retração de queima, que será elevada, quanto menor
a porosidade requerida ao produto final.
As matérias-primas para fabricar pavimentos deverão possuir óxidos alcalinos em maior ou
menor percentual, em função da temperatura de queima do produto. Por outro lado, o percentual
de óxidos alcalino terrosos, reduz normalmente o intervalo de queima e aumenta as deformações,
porque as argilas com um conteúdo em carbonato superior a 5% não consideram-se aptas para
uso em massas de pavimento.
Revestimento
Em geral para os produtos de revestimentos exige-se uma alta estabilidade dimensional, que
poderá ser obtida mediante o uso de uma massa com uma baixa retração de queima. Esta baixa
retração de queima vem associada à alta porosidade, que auxilia no assentamento do produto. Por
outro lado, ao ter elevada porosidade o produto torna-se mais permeável (água) e com isso pode
ocorre a hidratação de algumas fases cristalinas, como por exemplo, os compostos de CaO (óxido
de cálcio), formando o (CaOH) hidróxido de Cálcio o que leva a um aumento do tamanho do
suporte queimado, que pode chegar até a produzir curvaturas das peças e inclusive gretagens no
vidrado (esmalte). Por isto, é necessário que as peças queimadas apresentem uma elevada
proporção de fases cristalinas estáveis já que para este produto não pode ter porosidade reduzida.
7
a) Etapa de preparação da massa: constituída normalmente por uma fase de moagem das
matérias-primas que pode ser realizada em presença de água ou não, classificando esta
fase em preparação por via úmida ou via seca:
A preparação da massa por via úmida consiste em colocar as matérias-primas plásticas e não
plásticas junto com a água em um moinho de bolas. A operação de moagem (redução de tamanho
de partículas) é realizada para obter um material mais fino e aumentar a reatividade entre os
materiais reduzindo os efeitos causados pelas impurezas presentes nas matérias-primas. Após esta
operação, é realizado um peneiramento para eventual a separação das partículas de maior
tamanho.
Um dos fatores que deve ser considerado é a dureza das matérias-primas ou a dificuldade
existente para desintegrá- las, pois este fato esta diretamente relacionado com o tempo de
moagem. Quanto menor o tempo de moagem menor o custo da massa.
Antigamente, para o processo de moage m via seca, algumas matérias-primas, como pegmatitos,
talcos, dolomitas, e inclusive argilas muito compactadas, não eram adequadas para uso, devido a
alta abrasão que produzem nos moinhos associado a geração de grande quantidade de impurezas
e a dificuldade de obter tamanhos de partículas pequenas. Entretanto, graças aos avanços
tecnológicos dos equipamentos, é possível processar materiais mais duros.
Outro aspecto que deve ser considerado é a dificuldade para deflocular uma determinada
massa em função da adição de argilas com elevada plasticidade, ou pela presença de sais solúveis
floculantes, tais como sulfatos, águas “duras” (ricas em cálcio e magnésio) e “doces” (ricas em
sódio e potássio). Este fato condiciona a utilização de determinada argila. O uso de composições
de difícil defloculação terá um custo adicional pelo aumento na quantidade de defloculante a ser
utilizado, ou pela baixa quantidade de sólidos presentes na barbotina, com implicações diretas na
produção.
b) Etapa de conformação: pode ser rea lizada mediante processos de prensagem, extrusão,
moldagem plástica ou colagem de barbotinas. A prensagem é o processo de obtenção de
placas mais usado para a fabricação de peças cerâmicas, por apresentar maior estabilidade
dimensional ao produto final.
8
c) Etapa de secagem: é realizada para retirar a água utilizada na prensagem, sendo efetuada
em secadores contínuos túneis, a rolos secadores horizontais a rolo ou em secadores
verticais.
Nos processos de monoqueima deve-se destinar especial atenção para os efeitos provenientes
das reações (decomposição) que acontecem com os componentes no interior da massa, durante o
processo de queima, reações estas, que podem vir acompanhadas de produção de gases
(degaseificações) no interior do material. Dependendo da temperatura de queima, esses gases
podem provocar defeitos na camada de esmalte. Por isso, deve-se utilizar preferencialmente
massas com baixa proporção de compostos que sofram decomposições, ainda mais, se estas são a
alta temperatura e se o tamanho de partícula é grande. Por este motivo, para o processo de
monoqueima são empregadas massas com proporções em carbonatos menores que em biqueima.
Paro o processo de monoqueima é importante controlar o conteúdo em matéria orgânica, devido à
acessibilidade do oxigênio na peça compactada, necessário para oxidá- la e a quantidade de gás
liberado no momento em que o esmalte impermeabiliza a peça. Neste sentido a duração do ciclo
de queima, está condicionada à quantidade de matéria orgânica presente na massa, a qual terá que
se oxidar durante a queima. Nos processos de queima rápida, esta reação de oxidação é limita a
certos intervalos de queima com velocidades máxima. Pede-se dizer que não é aconselhável
utilizar nos processos de queima rápida, composições com um conteúdo de matéria orgânica, em
forma de carbono, superior aos 0,2% em peso.
Outro aspecto está relacionado ao tamanho de partícula das matérias-primas que compõe a
massa, o qual deve ser menor nos processos de queima rápida para que as reações
(transformações fisico-químicas) ocorram completamente durante a queima eliminando as
impurezas presentes. Por este motivo, não serão aconselháveis para os processos de queima
rápida, argilas com impurezas, sobre tudo se tratando de processos via seca.
A evolução desta etapa tem-se direcionado até a máxima redução dos ciclos (aumento da
produtividade) e a realização de uma única queima. Na fabricação dos produtos de pavimento,
tem-se assimilado com maior facilidade e rapidez esta tecnologia, como conseqüência da menor
desgaseificação que apresentam os suportes de pavimentos em relação aos revestimentos.
A classificação proposta pela norma européia EM-87 para peças cerâmicas (Tabela 1)
realiza-se em função de sua capacidade de absorção de água (E), se são ou não esmaltados e do
procedimento de conformação da peça, o que define algumas características. Os grupos de
produtos que mais são fabricados são:
- Peças cerâmicas prensadas de alta absorção de água, E > 10% (em peso) (B-III GL).
Neste grupo inclui-se o revestimento poroso;
- Peças cerâmica prensadas esmaltadas de mé dia absorção de água (B-IIa GL);
9
Tabela 1 - Classificação proposta pela norma européia EM-87 para peças cerâmicas
A absorção de água das peças cerâmicas varia amplamente segundo sua utilização; para os
produtos que se destinam a revestimentos de interiores a absorção de água não pode ser superior
aos 14% (Grupo BIII). Entretanto, quando usados como pavimento de interiores ou pavimento e
revestimento de exteriores esta propriedade não pode superar os 5% (Grupo B-I e B-IIa).
- Revestimentos porosos ;
- Pavimentos gresificado;
- Grés porcelanato;
- Grês rústico extrudado.
Revestimento poroso
tipo de produto. Quando se emprega a moagem via seca, a queima do suporte e do esmalte
realizam-se geralmente de forma independente, num processo de biqueima, devido ao
retardamento das degaseificações das matérias-primas e impurezas presentes com tamanho maior.
Se for utilizada uma queima lenta do suporte, com peças empilhadas, o esmalte é submetido a
uma segunda queima que pode ser lenta ou rápida.
Quando a preparação da massa é efetuada por via úmida a queima do suporte e do esmalte
pode ser simultânea (monoqueima), devido à menor incidência das impurezas sobre a qualidade
do produto acabado, já que estas são de menor tamanho.
Pavimento gresificado
Neste tipo de produto, a moagem realiza-se na maioria das vezes, por via úmida, já que o pó
atomizado apresenta melhores características para a prensa gem. A extrusão é pouco empregada
em função dos problemas de estabilidade dimensional, que provem da elevada retração de
secagem do produto extrudado. Quando é utilizado o processo de conformação por extrusão,
geralmente a massa é preparada por via seca. Os vidrados empregados em seu recobrimento ou
acabamento são mais rústicos. Em todos os casos utiliza-se uma queima simultânea de esmalte e
suporte (monoqueima).
Grés porcelanato
Neste produto, a preparação da massa é sempre por via úmida, em função do reduzido
tamanho de partícula s que é necessário para um bom desempenho no processo de queima. O
método de conformação utilizado é a prensagem a seco pois permite obter placas cerâmicas com
maior estabilidade dimensional. Este produto, na maioria das vezes, não se esmalta. Entretanto,
pode ser decorado na operação de prensagem combinando grãos de diferentes cores. Nos últimos
anos tornou-se habitual a serigrafia mediante o emprego corantes com sais solúveis assim como
outros processos de decoração.
Grés rústico
Para a fabricação deste produto utiliza-se normalmente a moagem via seca e também
adiciona-se a massa chamote com tamanho de partículas elevado para proporcionar às peças
cerâmicas o aspecto rústico que requere o produto.
A extrusão é o procedimento mais usado para conformar as peças, pois proporciona uma
superfície mais áspera e rústica a peça queimada, e pela elevada produtividade.
As peças podem ou não ser esmaltadas, mas em ambos os casos, fabricam-se por monoqueima.
2 - Matérias-primas
Características da
massa a fabricar
Disponibilidade Matérias-primas
Homogeneidade existentes
Preço
Seleção das
matérias-primas
Se for aprovada a viabilidade da jazida, é efetuada a lavra. A lavra de argilas é realizada a céu
aberto e os métodos utilizados variam de uma argila para outra, dependendo dos condicionantes
geológicos e topográficos locais. Assim sendo, o método de lavra empregado em uma jazida
situada na várzea de um rio ou córrego é diferente do método empregado em uma jazida situada
na vertente de uma encosta. A extração das argilas pode ser mecanizada ou não, ou ainda, semi-
mecanizada dependendo do método de lavra utilizado.
As argilas são produtos da decomposição de rochas ígneas, tais como granitos, feldspatos e
pegmatitos. Esta decomposição ocorre, provavelmente, pela ação química da água e do CO 2 que
forma o ácido carbônico e também pela ação dos ácidos húmicos dos ventos, dos gases de
enxofre e flúor auxiliados por elevadas temperaturas, fortes chuvas, etc. (intemperismo). As
argilas que permanecem nos locais de formação são denominadas “argilas residuais” e as que
foram transportadas pelas águas para locais diferentes dos de origem são denominadas “argilas
sedimentares”. As argilas sedimentares transportadas pela ação do vento não são estratificadas e
apresentam estruturas mais porosa e friáveis. As rochas “mães” são os aluminiossilicatos
complexos que durante o envelhecimento sofreram hidrolise, sendo os íons alcalinos terrosos
transformados em sais solúveis e lixiviados (separados por diferença de densidade). O resto se
compõe de aluminiossilicatos hidratados e de sílica livre com composições e estruturas variadas,
sendo mais refratário que a rocha ígnea original. Permanece neste material decomposto retos de
materiais (rochas), inalterado como, por exemplo, feldspato, mica e quartzo.
Uma classificação mais usual de argilas que oferece as propriedades e, portanto, facilita sua
aplicação industrial, pode-se dividir nos grupos a seguir:
São aquelas argilas que normalmente se fundem na faixa de 1200 - 1480 ºC podendo ser
silicosas, ferruginosas e calcáreas. O carbonato de cálcio pode variar de 5 - 30% e o óxido de
ferro de 6 - 20%. Estas argilas permanecem porosas até uma certa temperatura e depois,
bruscamente, fundem. São normalmente de natureza calcárea. A plasticidade destas argilas é
muito variável assim como a sua textura e distribuição de tamanho dos grãos. Algumas são
excessivamente finas, isentas de areia e portanto muito plásticas, ricas em matéria orgânica,
contendo percentuais variáveis de óxidos e hidróxidos de ferro, alumínio, ilita
(K 2 O.3Al2 O 3 .6SiO2 .2H2O), montmorilonita (Al2 O 3. 4SiO 2.H2 O), carbonatos e sulfatos, metais
13
alcalino-terrosos, sulfetos de ferro, micas e de feldspatos. Como exemplo podemos citar o taguá,
e certas argilas denominadas barro azul (encontradas nas baixadas). Algumas contém muita areia,
sendo utilizadas então para fabricação de produtos grosseiros. As argilas silicosas e ferruginosas
são utilizadas na fabricação de telhas, tijolos, ladrilhos, vasos, filtros, objetos de adorno, etc... As
argilas fundentes calcáreas queimam branco, amarelo e até mesmo vermelho, dependendo da sua
composição.
Segundo a ABNT, as argilas refratárias são argilas características que apresentam inicio de
deformação por volta de 1435ºC (cone orton 11), e um teor de alumina após calcinação inferior a
48%. A caulinita após calcinação apresenta um percentual teórico de alumina igual a 46%. Em
função da pequena quantidade de fundentes (2 - 3%), tais como os óxidos de ferro, cálcio e
alcalinos, que essas resistem a elevadas temperaturas.
Classificam-se em aluminosas e silicosas. Em sue estado natural, são geralmente brancas,
cinzentas clara, cinzas escura, rosadas, marrom escuras e até mesmo pretas; sendo a tonalidade
influenciada pela quantidade de material orgânico impurezas. Também são classificadas com
relação a sua plasticidade em magras, de plasticidade média e gordas (são aque las que contém
menos sílica livre). As argilas desta classe que não contém ferro são utilizadas na fabricação de
porcelana, grés e faiança.
Caulim - nome de origem chinesa, vem da palavra KAO - alto e LING - morro. É uma rocha
clara cuja forma mais pura é a caulinita (Al2O 3 .2SiO 2 .2H2 O). Pode fazer parte da composição das
porcelanas, faianças, grés, pisos e azulejos e em geral das massas refratárias, etc. Difere das
argilas por ter baixa plasticidade e cor de queima muito mais branca. Em seu estado natural os
caulins são brancos, cremes e róseos; são friáveis e untuosos ao tato. Os caulins podem ser
argilosos, arenosos e areia caulinítica. O caulim argiloso é mais plástico; o arenoso contém
pequenas quantidades de grãos finos de quartzo e feldspato. A areia caulinítica apresenta-se
geralmente sob forma de uma massa branca e sem plasticidade. Os caulins após processamento
podem ser classificados comercialmente em silicosos, alcalinos e ferruginosos.
São argilas que apresentam a uma temperatura relativamente baixa o início de um processo de
transformação denominado fusão/vitrificação. Neste processo a massa argilosa se contrai, reduz a
porosidade e assume por efeito de uma fase vitrosa, que se desenvolve cada vez mais com a
ele vação da temperatura até chegar a fusão completa. Este comportamento deve-se a elevada
proporção de materiais fundentes, tais como os óxidos sódio, potássio, ferro, cálcio e alcalinos. O
teor de óxido de ferro é geralmente elevado (5 - 6%), proporcionando a estas argilas colorações
cinza escuro e amarelo. Os fundentes calcáreos e alcalinos, proporcionam a vitrificação em
temperaturas relativamente baixas. As argilas vitrificáveis calcáreas possuem uma estreita faixa
entre a fusão e a vitrificação.
14
- Feldspato ;
- Filitos;
- Sílicas;
- Carbonatos;
- Talcos, entre outras.
2.5.1 - Feldspatos
2.5.2 - Filitos
2.5.3 - Quartzo
Utiliza-se na forma de rocha moída ou em forma de areia. Faz com que as massas cerâmicas
fiquem menos plásticas, aumentando seu coeficiente de dilatação (quando adicionado na forma
cristalina), e também diminuindo consideravelmente a retração de secagem e de queima.
Dentre os minérios de sílica utilizados em cerâmica, destaca-se o quartzito que normalmente é o
mais utilizado. Quartzitos são rochas de cristais irregulares derivados do quartzo.
2.5.4 - Carbonatos
O óxido de cálcio (CaO) pode ser adicionado nas massas cerâmicas em diversa formas, sendo
as mais comuns a calcita (CaCO3 ) e a dolomita [CaMg(CO3 )2]. É utilizada como fundente
(dependente da temperatura) nas massas, por que forma compostos com o sódio e com a sílica.
Agregado com a dolomita amplia o intervalo de queima das massas. Quantidades não superiores
a 3% de CaO (depende do processo) na massa, eleva a retração, aumenta a resistência, diminui a
porosidade e melhora a brancura de certas massa. A decomposição dos carbonatos aumenta a
porosidade da peça, devido a liberação de CO2 .
2.5.5 - Talco
O talco é um mineral do grupo dos silicatos, é um silicato hidratado de magnésio. Nas massas
de azulejo, deve apresentar cor de queima branca com teor de ferro não superior a 1% e de MgO
ao por volta de 30%. Deve-se salientar, que a dureza do talco é baixa (1 na escala de Mohs). O
talco atua como fundente, sendo muito usado em massas cerâmicas com o objetivo de aumentar a
resistência ao choque térmico e aumentar a dilatação térmica (reduzindo os problemas de
gretagem).
3 - Preparação da massa
b) Testes completos de laboratório: o ideal seria efetuar estes testes no ato do recebimento,
porém isso, torna-se impossível, visto que são demorados. Assim, são feitos,
normalmente, duas vezes por semana do lote do material que entrou na fá brica, ou de
acordo com a determinação de cada fábrica, visto que, hoje em dia os próprios
fornecedores já garantem a qualidade das matérias-primas, responsabilizando-se por
danos que possam surgir, desde que o problema seja da matéria-prima. Entre os principais
testes destacam-se: plasticidade, cor de queima, resistência mecânica à cru e após queima,
retração, umidade, perda ao fogo, expansão de queima, expansão após prensagem,
viscosid ade, densidade, resíduo, granulometria, dilatometria, análise química qualitativa e
quantitativa, análise térmica diferencial e termogravimétrica (ATD e ATG), etc.
17
a) liga-se a balança;
b) tara-se a balança com uma caçamba o nde serão colocadas as matérias-primas;
c) regula-se a balança para que desligue automaticamente quando a quantidade de matérias-
primas atingir o valor previamente estabelecido pelo controle;
d) procede-se a alimentação das matérias-primas primeiramente com a retro escavadeira
pegando no box e transportando até o funil de alimentação da correia; a correia leva o
material até a caçamba que está sobre a balança, ocorrendo então, a pesagem;
e) após a pesagem, a caçamba é levada até a boca do moinho onde é descarregada, sendo a
água e os defloculantes.
Numa fábrica, a massa cerâmica é geralmente expressa pelos pesos dos constituintes secos,
por exemplo, uma composição de porcelana pode ser expressa pela seguinte forma:
O peso seco corresponde à massa, em kg, de cada cons tituinte, que deve ser pesada para se
obter a carga seca. No exemplo acima a carga seca a ser alimentada no moinho seria de 500 kg.
Como se sabe, a maior ia das matérias-primas possuem umidade que deve ser corrigida e
18
controlada para que se possa efetuar e processar a formulação, pois o cálculo é realizado em base
seca.
A umidade das matérias-primas deve ser determinada diariamente e, em função desta, a
formulação deve ser corrigida. Por exemplo, quanto deve ser pesado de uma argila, com 25% de
umidade, supondo que esta equivale a 150 kg da carga seca?
x = 200 kg de argila
É necessário, portanto, 200 kg de argila úmida para se obter os 150 kg secos como manda a
fórmula. Isto significa que o teor de água a ser adicionada em uma carga, diminui em função da
umidade, ou então, aumenta. Se o percentual de umidade das matérias-primas é elevado, água a
ser adicionada diminui; já se o percentual de umidade e pequeno , a quantidade de água a
adicionar aumenta.
Obviamente a umidade de um material refere-se a amostras colhidas no box e a validade do
resultado assim como de sua aplicação depende de fatores tais como: coleta das amostras
(quarteamento adequado), teste de umidade (preciso) e utilização do material.
Fórmulas:
Ps = %C . Mc
100
PU = PS__
(100 - %U)
Calculo do MA
MA = (PU . %U)
(100 - %U)
V = Mc . % agua
% sólidos
20
Onde:
3.3.1 - Defloculantes
Após estes conceitos podemos falar de certas características da massa tais como:
21
a) Densidade: É a quantidade de material seco (massa) dividido pelo volume de líquidos. Ela
pode ser expressa em g/cm3 , g/l, g/ml, Kg/l, etc. A densidade é a medida utilizada da
concentração de material sólido em um litro de massa. Quanto mais água, menor
densidade.
b) Viscosidade: O conceito de viscosidade é amplo e complexo. Porém, de forma resumida
pode-se dizer que a viscosidade é a medida da tensão ou da força necessária para o
deslocamento de uma partícula em ralação a outra ou de um grupo de partículas. A
medida é expressa em Pa.s. A facilidade de escorregamento de uma partícula sobre as
outras ou simplesmente a facilidade de escoamento torna a suspens ão mais flúida. Então,
o tempo de escoamento medido em copo Ford n°4 representa um indicativo de
viscosidade, ou seja, se o tempo de escoamento diminui, a viscosidade também diminui.
Entretanto, o tempo de escoamento é expresso em segundos (unidade de tempo) e a
viscosidade em Pa.s, portanto, são medidas diferentes.
No mercado existem vários tipos de floculantes e defloculantes, para usos diversos, como:
4 - Moage m
Uma partícula, ou um fragmento tem dimensões lineares, uma área superficial, uma dureza e
uma estrutura. A dimensão linear pode ser o diâmetro de uma esfera, a arestas de uma cubo, ou
uma média fictícia das dimensões de um fragmento irregular. A área superficial representa o
exterior das partículas, embora algumas tenham superfícies correspondentes a poros internos. No
caso de cubos e esferas, a área é facilmente calculada, mas quando as formas são irregulares há
que estima- la ou medi- la. A dureza é indicada pelo critério convencional do risco numa superfície
e pode ser medida por indentações. A estrutura pode ser homogênea ou heterogênea.
Uma mistura de partículas, como a existente em uma massa de pós ou em uma composição
cerâmica, pode ser definida em termos da distribuição dos tamanhos das partículas, da área, da
área espec ífica e do tamanho- limite da partícula. A distribuição dos tamanhos da partícula é um
22
parâmetro que indica a quantidade proporcional a cada tamanho individual na “população” inteira
do material “puverulento”. A área total é a soma das áreas das partículas, e a área específica é a
área da unidade de peso ou de volume do material. A moabilidade é uma medida da taxa de
moagem do material num moinho determinado.
O conhecimento mais fundamental sobre a ação de desagregação e moagem que o corre num
moinho depende do desenvolvimento do conhecimento sobre o mecanismo da fratura de uma
única partícula. As falhas, que isoladamente não são suficientes para iniciar uma fissura, podem
ser adicionadas por fenômenos de fadiga, como os escorregamentos, até que se tornem eficientes.
As fissuras, no entanto, podem ser limitadas por inclusões e fronteiras intergranulares, de modo
que um material heterogêneo pode ser mais forte que os seus componentes. A força necessária
para esmagar uma única partícula que é esférica nas vizinhanças da região de contato é dada pela
equação de Hertz. Os projetos de diferentes moinhos visão a aplicar a força de diversas maneiras.
A energia armazenada na partícula antes do rompimento pode ser calculada pela análise das
tensões e medida experimentalmente.
Outros fatores que afetam as características de moagem de um material, são a combinação
com a água, a higroscopicidade e a sensibilidade às variações de temperatura.
- Aumentar a superfície livre espec ífica, já que a velocidade com que acontecem as reações
sólido-sólido é proporcio nal ao numero de contatos entre as partículas do sólido;
- Conseguir uma mistura mais uniforme dos materiais;
- Obter um pó muito fino para aplicação correta do material. Exemplo: fabricação dos
pigmentos, esmaltes , etc.
químicas que ocorre com o material durante a etapa de queima. Reduz o tamanho de partículas
das impurezas presentes na massa, diminuindo seus efeitos no produto final.
Os equipamentos utilizados para a moagem por via úmida são os moinhos de bolas, contínuos ou
descontínuos (estes são os mais usados), com elementos (bolas) mascinantes (moedores) de
alumina, porcelana e seixos de sílix. O revestimento interno destes moinhos pode ser de sílix, alta
alumina ou borracha, cada um com suas vantagens e desvantagens.
Ao final do processo de moagem obtém-se uma suspensão aquosa das matérias-primas
finamente moídas (barbotina), com conteúdo de água que varia de 30 a 40%. A seguir, é retirada
a água da barbotina por meio do atomizador, resultando em um pó granulado com uma umidade
residual de 5 a 7%.
O processo a úmido é aplicado com ótimos resultados na produção de mo noqueima
gresificada queimada em ciclos rápidos e do grés porcelanato. No processo via úmida pode-se
utilizar como água de moagem, a água reaproveitada da linha de esmaltação e da preparação de
esmaltes.
As desvantagens deste processo são o alto custo de equipamento e operação, além de
elevados gastos de energia para evaporar considerável quantidade de água de moagem para a
obtenção de pós, adequados para a prensagem.
Esses moinhos são usados na industria cerâmica para moagem de matérias-primas, massas
cerâmicas, esmaltes, corantes podendo ser utilizado ainda para outros fins industriais. A forma
mais simples é um cilindro oco fabricado em chapas de aço revestido internamente com
porcelana silix ou borracha. Possui um eixo perfeitamente ajustado e centrado no fundo do
tambor, sustentado por mancais situados em bases metálicas ou de concreto, tampas de carga e de
descarga revertidas internamente por borracha, porcelana, etc... Podem ser usados a seco e a
úmido e seu func ionamento pode ser continuo ou intermitente, segundo construção e tipo de
alimentação.
As bolas moem por choque e por fricção. Por isso devemos selecionar diferentes tamanhos de
bolas, para conseguir um maior rendimento de moagem. As bolas de tamanho maior atuarão
preferencialmente na ruptura do material, enquanto que as de menor tamanho terão maior
eficiência na obtenção de partículas menores. Em geral, é aconselhável compor o carregamento
inicial do moinho com três diâmetros diferentes de esferas. Quanto melhor for o empacotamento
das bolas, ou seja, menor quantidade de espaços vazios, maior será a eficiência de moagem.
Não existe uma regra geral sobre a quantidade ótima de produto a moer e sim indicações
gerais. O material a moer, será tal que a barbotina formada cubra ligeiramente as bolas. Uma
quantidade menor deixaria as bolas fora da barbotina sofrendo um desgaste desnecessário. Um
excesso de material retardará demasiadamente o tempo de moagem. Em geral, o conteúdo
máximo de barbotina deve ser tal que deixe livre 25% do volume útil do moinho.
4.5.2.5 - Densidade
Quanto maior a densidade da barbotina maior será o tempo de moagem pela dificuldade de
ação dos corpos moedores em função da elevada viscosidade da mistura. A densidade elevada
melhora qualidade do pó atomizado, porém se for excessiva provocará entupimentos e um maior
desgaste dos bicos do atomizador. Ao contrário, quanto menor a densidade maior a facilidade de
moagem e por isso maior atrito entre os corpos moedores aumentando seu desgaste.
4.5.2.6 - Viscosidade
revestimento do moinho. O defloculante é utilizado para obter-se uma ótima relação água x
viscosidade.
A ação moedora das bolas acontece em função da rotação do moinho que provoca um
movimento ascendente com posterior caída em cascata. Esse movimento pode ser afetado pelo
movimento de rotação do moinho. Para velocidades muita baixa, a carga de bolas desliza para
trás havendo pouca moagem e muito desgaste dos elementos mascinantes. Para velocidades
muito elevadas, produz-se centrifugação das bolas com moagem quase nula e grande desgaste das
bolas e revestimento.
O processo de moagem a seco consiste na moagem das matérias-primas com baixo (3 a 10)
conteúdo de água. Após a moagem, o pó é umidificado por meio de pulverizadores e
granuladores especiais. Este método é adotado quando se empregam argilas extraídas diretamente
das jazidas com umidade baixa. Do ponto de vista dos equipamentos, pode-se empregar diversos
tipos de moinhos, chamados “moinhos granuladores” (britador de mandíbulas ou de cone,
cilindreiras, etc). O tamanho do material a ser moído varia de 150 a 200 mm de diâmetro para
britadores e de 20-30 mm de diâmetro para moinhos. Além desses, há os “moinhos de
acabamento” (moinhos de martelo, pendular etc), os quais normalmente são alimentados pelo
produto que sai dos moinhos granuladores, e permitem obter partículas com diâmetro máximo de
0,5 mm. Em geral obtém-se um pó de no máximo 2 a 3% de umidade (valores mais altos
comprometeriam a eficiência dos moinhos por causa da sujeira que se acumula nas superfícies
moedoras em função condensação da umidade do material a ser moído) e que em seguida é
umidificado por pulverizadores especiais, de funcionamento contínuo que levam a umidade a
valores apropriados para a prensagem.
As vantagens do processo a seco são seus custos relativamente baixos de implantação e de
operação e menor consumo de energia (com relação ao processo a úmido). Do ponto de vista
tecnológico, percebe-se uma evolução nos últimos anos em termos de equipamentos, permitindo
a obtenção de produtos com boas características. Antigamente este processo não permitia a
26
obtenção de grãos tão finos quanto os obtidos pela moagem a úmido, não era possível sequer à
obtenção de elevadas superfícies específicas e a boa eliminação de eventuais impurezas
grosseiras contidas na massa e portanto, a sua utilização não era adequada para os produtos
altamente gaseificados, queimados em ciclos rápidos ou onde era necessário moer uma pasta
branca de vários componentes (monoqueima de massa branca).
O Brasil é o maior produtor mundial de pisos cerâmicos confeccionados por via seca, mas
com uma tecnologia incipiente no seu sistema de preparação de massa, que compromete bastante
a qualidade final do produto acabado. Normalmente estes produtos são fabricados com massa
vermelha (rica em ferro), sendo produtos de baixo custo, porém com design e características
físicas muito pobres. Entretanto, o emprego de equipamentos modernos e o controle rigoroso dos
parâmetros relativos ao processo de fabricação, permite a obtenção de produtos de elevada
qualidade.
A distribuição de tamanho de partículas que se pode atingir na moagem a úmido é menor que
na moagem seca, graças à ação físico-química do líquido que impede a aglomeração das
partículas finas.
5 - Separações mecânicas
5.1 - Peneiramento
O processo de peneiramento pode ser usado na industria cerâmica com diferentes finalidades
tais como:
- Classificação de materiais;
- Separação da fração grossa, ou da fração fina (segundo necessidades) do produto
de moagem;
- Separação de impurezas;
- Classificação de materiais segundo seus tamanhos.
a) Peneiramento a seco;
b) Peneiramento úmido.
As partes essenciais de uma peneira são a tela e o caixilho que podem ser conectados a
dispositivos de carga e descarga. A tela pode ser de diferentes materiais: aço inox, aço doce,
nylon ou seda.
5.3 - Granulometrias
Tanto no peneiramento a seco como a úmido existe o risco de obstrução das peneiras. No caso
particular do peneiramento a seco, se o material apresenta umidade a formação de grumos pode
produzir a obstrução da peneira e o erro ao efetuar a medida.
Para evitar este tipo de problema, dispõe-se de peneiras vibratórias. Estas peneiras são
caracterizadas por uma grande freqüência de vibração, geralmente entre 1.500 a 4.000 vibrações
por minuto.