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Curso de Gesseiro

CONSTRUÇÃO CIVIL

CURSO DE GESSEIRO

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O Gesso

O gesso é conhecido a mais de 9.000 anos. É uma substância, normalmente


vendida na forma de um pó branco, produzida a partir do mineral gipsita (também
denominada gesso), composto basicamente de sulfato de cálcio hidratado. Quando a
gipsita é esmagada e calcinada, ela perde água, formando o gesso.
É produzido através de um processo de esmagamento e calcinação do
"gypsum" (rocha sedimentaria), transformado em pó branco que misturado com água
endurece rapidamente.
Existem muitas variedades de gesso, cada uma adaptada a uma função de
determinado trabalho: ceramista, fundidor, decorador, dentista, etc.
Seca em pouco tempo, adquirindo sua forma definitiva em 8 a 12 minutos, é
usado também para fundir molduras, na modelagem e fixação de placas para forro.
O gesso não é só bonito e barato, mas peças confeccionadas com este
material apresentam bom isolamento térmico e acústico, além de manter equilibrada
a umidade do ar em áreas fechadas, devido à sua facilidade em absorver água.
O critério para utilização de um tipo de gesso é dependente de seu uso e,
como conseqüência, das propriedades físicas que esta aplicação em particular irá
exigir. A nós interessa mais o gesso comum (estuque) encontrado nas lojas de
material de construção.
O gesso encontrado sob a forma de pó, blocos ou placas, presta-se a uma
grande variedade de aplicações:
- como revestimento de paredes, no lugar da massa fina;
- para fundir molduras e na modelagem e fixação de placas para forro;
- fabricar peças como sancas, molduras para tetos, colunas e placas para
composição de paredes e forros rebaixados, que permitem embutir caixas de som e
spots de luz;
- como chapas de gesso acartonado (compostas basicamente por duas folhas
de papel recheadas de gesso), também se prestam à execução de forros, além de
permitir a construção de paredes divisórias.

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O Gesso na Construção Civil

Na construção civil, em medicina, odontologia, artesanato e esculturas são os


aspectos mais visíveis da aplicação do gesso. A presença do gesso na construção,
em forma de revestimento de paredes de alvenaria ou mesmo como material para
construção das divisórias internas dos imóveis, começou a ser difundido na mesma
época que o isopor, que é aplicado nas lajes dos edifícios. Porém, por considerarem
alto o investimento, os empresários do setor somente agora estão intensificando o
uso do produto.
Embora ainda existam alguns fatores culturais com relação ao gesso, dentre
eles a falta de referência do produto, que assegure aos consumidores segurança e
qualidade, observa-se um crescimento anual da ordem de 20 a 30% no consumo. A
expectativa é de que a partir da apreciação e divulgação, o material possa ser
amplamente empregado pelas construtoras, a exemplo do que ocorre nos países
desenvolvidos. Observa-se que o consumo per capita do gesso no Brasil não
ultrapassa 3 quilos por pessoa ao ano, enquanto na Europa é de 80 quilos, nos
Estados Unidos 86 quilos e no Japão 75 quilos por pessoa ao ano.

Aplicações do Gesso

O gesso não é só bonito e barato: as peças confeccionadas com este material


apresentam bom isolamento térmico e acústico. Sua plasticidade permite produzir
formas especiais e elementos diferenciados, que dependem da criatividade de quem
trabalha com ele. Além de manter equilibrada a umidade do ar em áreas fechadas
(especialmente naqueles onde há sistemas de condicionamento de ar), devido à sua
facilidade em absorver água. Contudo, não é possível abusar de suas
características; molhadas, as peças têm diminuída a resistência mecânica, limitando
assim o seu uso a ambientes internos.

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Em suas infinitas aplicações, o gesso destina-se principalmente a dois tipos


de segmento: Construtivo, como em revestimentos, divisórias e forros e Decorativo,
na arquitetura de interiores.

Revestimento de gesso

Revestimento de gesso é o recobrimento de superfícies, paredes e tetos, com


pasta ou argamassa de gesso confeccionado in-loco. É uma técnica usada com a
finalidade de eliminar as ondulações nas emendas das placas de gesso ou dar
acabamento em paredes e tetos de alvenaria.
Deve-se ter cuidados especiais quando o revestimento for utilizado em
argamassa; a proporção, qualidade e a natureza da areia interfere significativamente
na aplicação e qualidade final do revestimento, quase sempre necessitando de
aditivos.
O revestimento com gesso é particularmente recomendado para superfícies
internas e secas, já que a umidade e a água permanente alteram as características
do gesso.
Pela sua plasticidade, as argamassas e as pastas de gesso são muito
adequadas para o jateamento, permitindo a execução de revestimentos em larga
escala e com acabamentos diversos.

Vantagens e Cuidados Básicos

Os revestimentos em gesso apresentam as seguintes vantagens:


* Possui elevada aderência aos diversos tipos de substratos: cerâmica,
concreto, sílico calcários, argamassa de cimento, madeira, etc.;
* Facilitam o acabamento lisos e decorativos, devido à textura fina e baixa
retração, podendo aceitar a pintura direta sem a utilização de massa corrida;

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* Possui endurecimento rápido e dispensam prazos de cura prolongados,


sendo apenas necessário aguardar o período de secagem, que depende da umidade
e velocidade de troca de ar do ambiente e da espessura do revestimento aplicado.
* Possui baixa massa específica (da ordem de 1050 Kg/m 3) o que pode
contribuir para redução do peso próprio;
* Possui baixa condutividade térmica e resistência ao fogo, o que contribui
para prolongar o tempo de proteção;
* Contribui para manter o equilíbrio higrotérmico com o meio ambiente e pode
reduzir o efeito da umidade de condensação em ambientes com excesso de vapor
de água.
Por outro lado, os revestimentos de gesso apresentam desvantagens que
demandam cuidados:
* O gesso pode reagir com o cimento Portland, em presença de umidade, com
isso o revestimento de gesso não poderá ser aplicado sobre superfícies de
argamassa ou de concreto de cimento em prazo inferior ao um mês. Também não
deve ser aplicado nem receber pintura a base de cimento.
* São bastante suscetíveis ao desenvolvimento de bolor, principalmente em
ambientes pouco ventilados e úmidos. Recomenda-se nestes casos utilizar um
sistema de pintura permeável ao ar, e garantir a estanqueidade da base do
revestimento com impermeabilização adequada.
* O gesso propicia a corrosão de metais ferrosos, podendo provocar manchas
de ferrugem quando em contato. Deve ser evitada a utilização de instrumentos
ferrosos na aplicação e não utilizar componentes ferrosos não galvanizados nos
revestimentos.

Forros

O forro de gesso, além de decorar o ambiente, pode resolver os problemas de


vigas aparentes e rebaixamentos de um modo geral. Suas características de

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resistência ao fogo, melhor isolamento termo-acústico, economia e rapidez na


instalação, fazem com que o forro de gesso seja superior aos demais.

Instalação do forro de gesso


A instalação de um forro de placas de gesso comum começa com a inserção
no teto de pinos de aço colocados a cada 60 cm no máximo (tamanho normal da
placa), com um revólver especial. Um arame de aço ou cobre passa por um furo
existente no pino e é preso na placa em um furo feito na própria obra, torcendo-o
bem para amarrar a peça.
Uma massa feita de pó de gesso, água e estopa é colocada junto à parede
para reforçar a fixação. A moldura é fixada do mesmo jeito. As placas, com encaixes
macho-e-fêmea nas laterais, recebem a mesma massa para acabamento nos
rejuntes, após a retirada dos restos de fios com alicate.

Cuidados com o forro de gesso

Nos forros de gesso não se deve permitir impactos, pois podem quebrar.
Não fixar ganchos ou suportes para pendurar vasos ou qualquer outro objeto, pois os
forros não foram dimensionados para suportar peso.
Os forros de gesso nunca podem ser molhados, pois o contato com a água
faz com que o gesso se decomponha.
O bolor (manchas) no teto dos banheiros e da cozinha é causado pela
umidade do banho ou preparo das refeições. Evita-se mantendo as janelas abertas
durante e após o uso do ambiente. Para remover tais manchas no caso de seu
aparecimento, utilizar água sanitária. Recomenda-se que os forros dos banheiros
sejam repintados anualmente com tintas acrílicas.

Uso Decorativo na arquitetura de interiores

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O uso do gesso na arquitetura de interiores pode ter até duas funções, a


decorativa com molduras, frisos, florões, sancas, cimalhas, iluminação embutida,
revestimentos de colunas, frentes de lareira, captéis, além de perfis e bordas de
janelas, portas e rebaixamento de teto. Neste caso, não é utilizado somente por sua
função estética, mas pela necessidade de se esconder uma tubulação hidro-sanitária
aparente no teto.
Já existem no mercado opções de modelos prontos ou peças feitas sob
encomenda para o espaço e no estilo solicitado. Neste caso, com moldes
desenvolvidos especificamente, o preço também é diferenciado. E vale a pena saber
também que o gesso, por sua maleabilidade, é o material ideal para trabalhos
meticulosos de restauração de peças antigas.
Seguindo o padrão de qualidade e resistência exigido por arquitetos,
decoradores e consumidores finais, as empresas investem no desenvolvimento de
ferramentas e tecnologia. Por conta disso, cada vez mais empresas oferecem
trabalhos exclusivos.

UNIDADE I - Materiais e Equipamentos Utilizados


Os materiais e equipamentos empregados nos serviços de rebaixamento e
estuque de gesso numa obra, normalmente são:

- Alicate de corte
- Arame galvanizado nº 18
- Arame recozido nº 18
- Colher de pedreiro
- Desempenadeira de aço
- Desempenadeira de PVC 30 cm
- Espátula 2, 4, 6, 8, 10, 12
- Esquadro
- Estopa

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- Fincapino Vermelho cx com 100 unid.


- Fita perfurada de aço zincada 19 mm
- Gesso Lento (SC 40 kg)
- Gesso Rápido (SC 40 kg)
- Lápis de pedreiro
- Linha de Nylon
- Machadinha
- Mangueira de Nível e nível de mão
- Pegador de gesso
- Pino com rosca longo pcte com 100 unid.
- Pistola Finca-pinos
- Placas de Gesso 60 x 60
- Recipientes para preparo – 30 lts
- Régua de alumínio
- Serra-copo
- Serrote
- Serrote-faca
- Sisal
- Trenas 3m e 10 m

UNIDADE II – Equipamentos de Segurança

- Botina de couro

- Capacete

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- Luva de raspa

- Máscara Facial

- Uniforme

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UNIDADE III – Sistema de Revestimento de Paredes e Tetos em Gesso

Foto 1 - Aplicar com rolo de textura média uma demão de chapisco rolado na
superfície inferior das lajes para garantir a aderência da pasta de gesso.

Foto 2 - Remover sujeiras, incrustações e materiais estranhos como pregos, arames


e pedaços de aço até que o substrato fique uniformizado.

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Foto 3 - Após 72 horas iniciar a preparação polvilhando o gesso na água, dentro da


argamasseira, até que o pó esteja totalmente submerso. A seguir, misturar até obter
uma pasta homogênea e sem grumos

Foto 4 - Começar o trabalho pelo teto, aplicando a pasta com o auxílio de


desempenadeira de PVC em movimentos de vai-e-vem

Foto 5 - Nas paredes (metade superior), o deslizamento deve ser realizado de baixo
para cima. Algum tipo de referência - ripa de madeira, pequenas taliscas ou batentes
- deve ser escolhido para medir a espessura da camada de revestimento.

Foto 6 - Regularizar a espessura da camada, aplicando a pasta com a


desempenadeira, agora, no sentido horizontal. Cada faixa deve ser sobreposta à
anterior e a espessura da camada deve ter de 1 a 3 mm.

Foto 7 - Retirar os excessos limpando o teto e a parede com régua de alumínio. Em


seguida conferir a espessura do revestimento junto à referência escolhida.

Foto 8 - Limpar a superfície com o canto da desempenadeira de aço para eliminar


ondulações e falhas e, depois, aplicar nova camada de pasta para cobrir os vazios e
imperfeições da superfície, assegurando a espessura final do revestimento.

Foto 9 - Desempenar cuidadosamente os excessos e rebarbas exercendo uma certa


pressão para obter a superfície final. A aplicação de pintura deve respeitar o período
de cura e ser executada após o lixamento da superfície.

UNIDADE IV – Sistema de Rebaixamento de Tetos em Gesso

O serviço de rebaixamento de teto em gesso é empregado largamente na


construção civil, como

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A instalação de um forro de placas de gesso comum começa com a inserção


no teto de pinos de aço colocados a cada 60 cm no máximo (tamanho normal da
placa), colocados com um revólver especial.
Um arame de aço ou cobre passa por um furo existente no pino e é preso na
placa em um furo feito na própria obra, torcendo-o bem para amarrar a peça. Uma
massa feita de pó de gesso, água e estopa é colocada junto à parede para reforçar a
fixação. A moldura é fixada do mesmo jeito.
As placas, com encaixes macho-e-fêmea nas laterais, recebem a mesma
massa para acabamento nos rejuntes, após a retirada dos restos de fios com alicate.
Já as chapas de gesso acartonado (cujas dimensões são maiores,
normalmente de 0,60 x 1,20m) são colocadas sob perfis metálicos que são fixados à
parede e no teto com tirantes. Um tipo de elevador aproxima as chapas da estrutura
metálica, onde são fixadas, com parafuso auto-atarrachante, a cada 30 cm, no
máximo. Também se parafusa a 1 cm da borda.
O processo começa junto à parede para que as chapas não se comprimam na
parafusagem final.
O acabamento é feito com massa de rejunte e fita de papel, usada para
prevenir fissuras.
Uma nova camada de massa finaliza o trabalho (única etapa em que se utiliza
água, para fazer amassa).
Na instalação do forro suspenso deverão ser observados todos os detalhes
previstos no projeto, locando-se previamente os pontos de fixação dos pendurais, as
posições de luminárias, as eventuais juntas de movimentação etc.
Os serviços só deverão ser iniciados depois de concluídos e testados
eventuais sistemas de impermeabilização, as instalações elétricas, hidráulicas, de ar-
condicionado etc. Deverão também estar concluídos os revestimentos de paredes
(curados e secos), as caixilharias (inclusive com a instalação dos vidros) e quaisquer
outros elementos que possam ter interferência com o forro de gesso.
Nos forros em que for empregada pasta preparada na obra (rejuntamento de
placas, assentamento de molduras ou cimalhas, etc.), qualquer superfície metálica
passível de entrar em contato como gesso (caixilhos, metais sanitários, etc) deverá

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ser previamente protegida, mesmo que tais componentes sejam anodizados,


cromados, etc.
Reparar o material é bastante simples: a aplicação de uma nova camada
sobre partes danificadas é perfeita, não deixando marcas devido à plasticidade do
material.
Optar por um forro de gesso significa, além de decorar o ambiente, resolver
com criatividade e beleza problemas com vigas aparentes e rebaixamentos de modo
geral.
Com a utilização de placas de gesso é possível fazer divisórias em uma
grande área, utilizando esse tipo de parede sem o risco de comprometer a estrutura
do prédio, com a importante vantagem de economizar tempo na construção e obter
facilidades para a instalação das redes hidráulica e elétrica.

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BIBLIOGRAFIA DE APOIO

ALMEIDA REGO, N.V. – Tecnologia das Construções. Ed. Ao Livro Técnico: RJ, 2002.

ALMEIDA REGO, N.V., CHAGAS, R.D. - Curso de Formação Inicial e Continuada de


Trabalhadores – Técnicas de Edificações para Aprendiz.
Apostila FAETEC.

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