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MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTOS DE

PISOS CERÂMICOS DE AMBIENTES INTERNOS


Pathological Manifestations In Ceramic Floor Coatings In Internal Environments

Stênio Sales Rezende


stenio.ssr@gmail.com
David Cristóvão de Carvalho Braga
davidc.c.braga@gmail.com
Everton Henrique Pereira
evertohenrique99@gmail.com

Elker Lucas Garroni


Professor do curso de Engenharia Civil

Resumo: Vivemos em uma crescente demanda por revestimentos cerâmicos


e possivelmente os futuros usuários poderam se deparar com anomalias em
seu uso, das quais gerando custos desnecessários e em determinados casos
podendo até mesmo comprometer a segurança do ambiente. Diante de tal
situação o artigo a seguir procurou abordar suas principais patologias
presentes nos revestimentos cerâmicos de pisos em ambientes internos
através de um estudo bibliográfico em diversos materiais datados dentre os
anos de 1995 e 2020, podendo assim concluir que o fator humano deve ser
levado em total consideração para que se tenha um revestimento cerâmico
com total qualidade e assim perdurar por muito mais tempo.
Palavra-Chave: Revestimento cerâmico, desplacamento, bolor, manchas.

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1. Introdução

Desde a década de 1950, a indústria de revestimento cerâmico vem


crescendo significativamente devido ao aumento da demanda de revestimentos
cerâmicos por parte da população em geral (PEZZATO e SICHIERI, 2008,
p.17). De acordo com dados apresentados pela Associação nacional dos
Fabricantes de Cerâmica para revestimento (ANFACER, 2020), as maiores
concentrações de produções no ano de 2020 se encontram nas regiões Sul e
Sudeste do Brasil e ainda de acordo com os dados esse setor pode gerar 228
mil postos de trabalhos, dos quais 28 mil diretos e 200 mil indiretos tornando
esse segmento um grande gerador de empregos além de contribuir para a
economia do país.
Segundo (ANFACER, 2020) suas vendas atingiram 920 milhões de
metros quadrados no ano de 2020, dos quais 826 milhões no mercado interno
brasileiro e 94 milhões destinados ao mercado externo e segundo dados
determinados casos apresentaram patologias impactando em prejuízos
financeiros, estética do ambiente e com isso gerando insatisfação e impacto na
qualidade de vida do usuário além de desvalorização do imóvel.
Hoje em dia torna-se comum o uso de revestimentos cerâmicos em
ambientes internos e externos nas construções devido suas características e
propriedades, tais como; estanqueidade à água, resistência mecânica, isolante
térmico, eficiência, durabilidade, etc. Porém é costumeiro o aparecimento de
patologias, tais como descolamento, gretamento, trincas e manchas.
Segundo a ABNT, essas patologias podem se apresentar logo nos
primeiros anos da entrega da obra e reforça que podem estar relacionadas a
falhas no planejamento ou na realização do projeto, qualidade do material
empregado e falhas humanas. Logo que apresentadas tais anomalias torna-se
necessário a realização dos serviços de correção gerando custos
desnecessários, insatisfação dos usuários, alteração no desempenho,
comprometimento do acabamento, etc.
Portanto, é de essencial importância que o projeto seja realizado
seguindo o planejamento para que evite o surgimento de anomalias e caso
apresente que venha a atuar logo no início evitando agravantes. Diante desta
problemática, o trabalho será apresentado abordando as principais patologias

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nos pisos em ambientes internos juntamente com métodos para que possa ser
realizada sua correção.

2. Revestimentos cerâmicos

De acordo com os estudos realizados por Lima (1997), há relatos do uso


da cerâmica desde o período Neolítico (6.500 a.C), onde inicialmente era
utilizada na fabricação de cestas e em seguida sendo utilizadas em azulejos
pelos árabes. No entando, somente após as grandes navegações do século XV
que essa arte veio a se expandir mundialmente.
Medeiros e Sabbatini (1999) relata em seus estudos que a placa
cerâmica consiste em um dos principais elementos que compõem o
revestimento de uma edificação. Tratando-se de um conjunto de camadas que
tem como as principais funções isolamento térmico, acústico, estanqueidade à
água e aos gases, segurança contra fogo e acabamento final com um intuito de
maior valorização do imóvel.
Chrun (2002) descreve em seus estudos que as camadas de cerâmica
são dividas em três conforme figura 1, das quais o “Suporte ou Biscoito”
consiste na face inferior sendo composta por argila e outras matérias, o
“Englobe” seria o responsável pela função de impermeabilizar e garantir a
aderência do “Esmalte”, camada vítrea que ficará exposta e com função de
acabamento e impermeabilizante.

Figura 1: Camadas de uma Placa Cerâmica (Fonte: DAL BÓ)

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Dal Bó (2012, p. 4-7) complementa que o corpo cerâmico pode ser
constituído de matérias-primas argilosas e não argilosas, tendo suas
características exercer influência sobre a qualidade do produto acabado.
Santos (2019) relata em seus estudos que as placas cerâmicas
apresentam características estabelecidas por suas propriedades, que por sua
vez são designadas as suas empregabilidades, tais como, resistência à
abrasão e a impermeabilização. Santos (2019, p. 2-3) destaca que a
impermeabilização está relacionada com a porosidade, que por sua vez a
absorção de água pode afetar diretamente na resistência mecânica, resistência
química, resistência ao impacto, entre outras. Campante e Baía (2003) em
seus estudos salienta que quanto maior a porosidade melhor será a aderência
da argamassa, porém o aumento da porosidade reduzirá a resistência segundo
análise do quadro 1.

Resistência Porcentagem de
Tipos Absorção
Mecânica Absorção
Porcelanatos Baixa Alta 0 a 0,5
Grês Baixa Alta 0,5 a 3
Semi-grês Média Média 3a6
Semi-porosos Alta Baixa 6 a 10
Porosos Alta Baixa acima de 10
Quadro 1: Porcentual de absorção de água nos revestimentos (Fonte: ABNT)

2.1 Procedimentos para aplicação

Seu processo a seguir será baseado na norma NBR 13753, onde


descreve a execução do processo de revestimento com a utilização de
argamassa colante. A realização do processo de revestimento de piso,
somente deverá ser realizada após a conclusão dos processos de:
revestimentos de paredes e teto, fixação de caixilhos e instalação de
tubulações, execução da impermeabilização e ensaios quanto à estanqueidade
das tubulações (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1996,
p. 4).
Campante e Baía (2003) descrevem em seus estudos as atividades para
a execução do processo de revestimento seguem as seguintes atividades:
iniciando-se com preparação do substrato onde o mesmo deverá seguir livre de
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qualquer impureza a fim-de garantir a qualidade, tais como: resíduos de
argamassa, poeira, óleos, bolor, etc. Logo em seguida o profissional realizará a
verificação de sua planicidade e textura a fim-de garantir uma adequada
aderência para o assentamento das placas cerâmicas. Para aplicação da
argamassa o profissional deverá se atentar às especificações dos fabricantes
quanto à quantidade de mistura de água, ferramentas a ser utilizado, garantir o
material livre de contaminantes, etc. Em sua aplicação o profissional
necessitará do uso da desempenadeira para que se possa espalhar a
argamassa na placa cerâmica, iniciando-se pelo lado liso e em seguida
passando o lado dentado da desempenadeira para que se possam formar
cordões entre 2 a 5 mm. Antes do assentamento o profissional deverá se
atentar a temperatura do ambiente, vindo a realizar a molhagem da base caso
a mesma esteja sob insolação direta, ação de ventos, baixa umidade ou
temperaturas muito altas. No assentamento placa deverá ser colocada
respeitando uma distância de 2 cm em relação à posição final e então
arrastada em movimentos de vai e vem, seguindo para a execução das juntas
com o uso de espaçadores plásticos para manter a uniformidade.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1996, p. 12-14).
Medeiros e Sabbatini (1999) relatam em seus estudos que a
desempenadeira seria a ferramenta mais importante dentre todas usadas na
execução do revestimento cerâmico e descrevem que devem ser observados
atentamente o seu tipo de forma quanto ao tipo de placa cerâmica a ser
utilizada junto ao relevo no tardoz, pois tal relevo seria o fator determinante na
escolha da espessura ideal da camada de argamassa adesiva para que se
possa garantir uma distribuição uniforme do material.
Segundo a NBR 14081, as argamassas são constituídas por areia e
cimento, recebendo aditivos químicos para alterarem suas características,
tornando-se adesiva, de boa elasticidade e trababalidade. Ainda assim, a NBR
determina o uso dos diversos tipos de argamassas de acordo com suas
aplicabilidades, tais como: AC-l: Argamassa indicada para piso e paredes em
áreas internas. AC-II: Indicada para paredes e pisos em áreas externas. AC-III:
Apropriada para locais de alta tensão de cisalhamento. AC-III-E (Especial):
Argamassa indicado em aplicação de blocos e pastilhas de vidro
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004, p. 4-5).
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De acordo com (MEDEIROS e SABBATINI 1999, p. 17), para que se
apresente uma eficiência adequada da argamassa, as mesmas deverão
ser preparadas preferencialmente com misturadores elétricos, pois estes
permitem a homogeneização adequada, sendo reforçado pela NBR 13753
que ainda assim descreve que argamassas devem ser aplicadas no início
de pega do cimento onde seu tempo seria entre aproximadamente 2,5
horas, reforçando que os revestimentos cerâmicos só devem ser
realizados sobre os cordões da pasta de argamassa ainda fresca e
somente depois de aguardados um período de aproximadamente sete dias
após o rejuntamento é que o revestimento deverá ser exposto ao tráfego
de pessoas e antes desse período descrevem a necessidade de proteção
no revestimento para que não venham a ter contato com impurezas. E por
fim somente depois de aguardados um período mínimo de duas semanas
após o rejuntamento e que deverá ser realizada a sua limpeza, utilizando-
se água e detergente neutro. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 1996, p. 14).

2.3 Patologias em revestimento cerâmico

Pezzato (2010, p. 68-69), descreve patologias na construção civil como


um conceito usado para estudar suas manifestações desde as origens de suas
anomalias.
Segundo Machado (2018, p. 50) as patologias podem surgir nas
diversas etapas do processo e podem estar relacionadas à escolha por
materiais inadequados de baixa qualidade, erros na execução do projeto e
condições do ambiente onde o revestimento será inserido. (BARROS et al.,
1997, p. 8), reforça que os problemas patológicos podem ocorrer por diversas
razões e geralmente suas origens estão nas fases de elaboração e execução
do projeto.
Campante e Baía (2003) relatam em seus estudos que a causa do
problema pode estar relacionada à mão de obra e não necessariamente aos
componentes do revestimento, Rhod (2011, p.28) reforça essa idéia com um
exemplo onde o profissional não respeitou o tempo em aberto da argamassa
colante e com isso o revestimento veio a sofrer destacamentos.

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Entretanto, de acordo com Souza e Ripper (1998, p. 24) as falhas na
execução do projeto desencadeiam problemas que geram um encarecimento
da construção e transtornos à utilização da obra.
Em pesquisas em artigos as principais patologias que ocorrem em
revestimentos cerâmicos em pisos internos serão tratadas nos próximos itens,
dos quais: desplacamentos, trincas, gretamento, fissuras e manchas.

2.3.1 Desplacamento

Barros e Sabbatini (2001) relatam em seus estudos que os


desplacamentos ou descolamentos estão relacionados à perda de aderência
da peça cerâmica junto ao substrato ou argamassa colante. Tal anomalia se
origina assim que as tensões na placa ultrapassam a capacidade de aderência
da peça junto à camada de fixação e assim desencadeando a sua ruptura,
podendo em seguida vir à desagregação das placas de forma única ou em
conjunto atingindo diretamente na funcionalidade do revestimento
comprometendo sua estética e segurança do ambiente conforme exemplificado
na figura 2.

Figura 2: Desplacamento de um piso cerâmico (Fonte: OLIVEIRA; PANTOJA e


COSTA, 2020).

Para (CAMPANTE e BAÍA, 2003, p. 86-87), sua patologia pode estar


ligada a falhas no método construtivo, tipo errôneo escolhido para a
argamassa, argamassa com traço errado, impurezas, falta de liga da peça
cerâmica com a argamassa, vazios no preenchimento da argamassa com a

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placa cerâmica, falha humana ligada ao mau assentamento do profissional ou
até mesmo a não utilização das ferramentas corretas.
Bucher e Nakakura (1997) relatam em seus estudos que a causa do
desplacamento estaria relacionada com a retração da superfície da base,
variações termo higrométricas, maturação do processo construtivo ou
expansão térmicas das próprias peças e falhas no projeto e dos quais sendo a
maioria dos casos: tipo errôneo escolhido para a argamassa, argamassa com
traço errado, impurezas, falta de liga da peça cerâmica com a argamassa,
vazios no preenchimento da argamassa com a placa cerâmica, falha humana
ligada ao mau assentamento do profissional, não utilização das ferramentas
corretas, vibrações excessivas.
Segundo NBR 13753, quando houver necessidade de reparo no
revestimento cerâmico será necessário à remoção total da argamassa colante
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1996, p. 17).

2.3.2 Fissuras

Campante e Baía (2003) relatam em seus estudos que as principais


causas para as fissuras estariam sendo as deformações estruturais
transmitidas pela alvenaria e retração da argamassa de fixação, as variações
de temperaturas ocasionando a dilatação e retração das placas cerâmicas e
seus defeitos de fabricação.
De acordo com os estudos de Barros et al. (1997), as fissuras se
diferenciam em relação ao distanciamento de suas aberturas, sendo as trincas
as rupturas que apresentam em seu corpo cerâmico aberturas maiores que 1
mm conforme figura 3, ao contrário do gretamento que apresenta aberturas
inferiores a 1 mm conforme figura 4.

Figura 3: Trincas na placa cerâmica (Fonte: DO NASCIMENTO e CICUTO, 2019).


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Figura 4: Aspectos de Gretagem em piso cerâmico (Fonte: NBR 13818:1997).

Entretanto, o estudo realizado por Santos (2019) relata que tais


patologias apresentam problemas na impermeabilização da peça devido a
possibilidade da água percolar em suas fissuras e a diferença entre gretagem e
trincas estariam relacionadas ao seu meio de ação, sendo que na gretagem
suas fissuras se apresentam somente na superfície esmaltada diferentemente
da trinca que afeta o esmalte e o corpo cerâmico. No caso da gretagem a
patologia pode ocorrer pela má qualidade do material ou por tensões atuantes
entre a base e o esmalte da peça cerâmica e as trincas relacionadas devido a
escolha de placas com defeitos de fábrica e assim que assentadas não iram
apresentar resistência suficiente para resistir ao trabalho. Para tal prevenção
há necessidade de um rigoroso controle de qualidade dos materiais, atentando
às especificações dos materiais, correto uso dos espaçadores, escolha correta
do tipo de argamassa, entre outros.

2.3.3 Manchas

De acordo com os estudos realizados por Rhod (2011, p.30-33), tais


patologias podem ter origem por diversos motivos, tais como: eflorescência,
bolor e relacionadas ao uso.
- Eflorescência: De acordo com os estudos realizados por Chaves (2009)
tal anomalia estaria relacionada ao aparecimento de depósitos cristalinos de
cor esbranquiçada na superfície da peça cerâmica, onde os sais solúveis das
argamassas são transportados pelos poros do revestimento e solidificando-se
ao contato com o ar. Segundo (CINCOTTO, SILVA e CARASEK, 1995 p.118)
seus aspectos observados são manchas de umidade e pó branco acumulado
sobre a superfície, o que confirma Fiorito (1994, p. 118-119) e complementa
que tal patologia estaria sendo apresentadas em locais em que não foram

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tomadas medidas preventivas quanto à impermeabilização, ocorrendo assim
por parte do revestimento a absorção de sais presentes no solo, concreto e
argamassa conforme figura 5.

Figura 5: Eflorescência na placa cerâmica (Fonte: TOTALCONSTRUÇÃO).

Segundo os estudos apresentados por Barros et al. (1997) algumas


medidas podem ser adotadas para evitar tal anomalia, tais como: utilização de
cimentos com baixo teor de álcais na produção de argamassas, utilização de
placas cerâmicas isentas de umidade, respeitar o tempo necessário de
secagem das camadas que formam o revestimento cerâmico, realizar
impermeabilização e evitar o uso de ácidos na limpeza do revestimento e
(SANTOS 2017, p.207-212) complementa ainda que na maioria dos casos tal
anomalia estaria impactando somente na estética do ambiente e em casos
mais graves podem ocorrer o enfraquecimento da argamassa causando
descolamento ou até mesmo desplacamento.
- Bolor: Machado (2018) relata em seus estudos que tal anomalia se
caracteriza pelo surgimento de manchas escuras com cores em preto, marrom
ou tonalidades esverdeadas. Iniciando-se geralmente em locais onde ocorre
pouca exposição de sol e com a existência ou permanência de água junto à
presença de material orgânico (nutrientes) favorecendo a proliferação de
microorganismos conforme figura 6.

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Figura 6: Bolor na placa cerâmica (Fonte: HOMIFY).

Entretanto, Barros et al. (1997) relata em seus estudos que somente a


umidade já estaria colaborando para o desenvolvimento do bolor por gerar um
ambiente favorável à proliferação de fungos e reforça ainda que existem
medidas para prevenção que devem ser iniciadas na fase do projeto da
edificação, tais como aumentar a ventilação dos ambientes e maior exposição
ao sol.
- Manchas relacionadas ao uso: De acordo com os estudos realizados
por Timelline e Carani (1997) as manchas são anomalias que atingem as
placas de acordo com o seu uso e os principais mecanismos de
manchamentos em revestimentos cerâmicos estariam sendo: ação química,
ação penetrante e com coloração, ação oxidante e através de manchas têm
possam formar película persistente e contínua sobre a superfície conforme
figura 7.

Figura 7: Manchas relacionadas ao uso (Fonte: PIRESA; MASCOLOA e ABITANTEA, 2011).

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Segundo os estudos realizados por Esteves, Calixto e Meurer (2020)
relatam que tais manchas seriam devidas ao seu uso, onde estariam alterando
as características originais da placa cerâmica e sendo necessária a realização
limpeza logo no início para que não venham se agravar, onde em determinados
casos estaria sendo necessário o uso de produtos químico ou remoção total da
placa afetada.

3. Metodologia

Realizado através de estudos bibliográficos e pesquisas abordando


patologias em revestimento de pisos cerâmicos em ambientes internos, suas
anomalias, causas e soluções de caráter exploratório e de revisão em livros,
artigos, revistas, monografias e normas limitados ao período de 1995 a 2020,
onde será apresentado as suas principais patologias que vieram a se repetir
com maior frequência nos estudos, seus motivos para tal anomalia e soluções.

4. Resultado e Discussão

De acordo com estudos, tornou-se evidente que o correto seguimento


das normas e processos para produção das placas e execução da aplicação do
revestimento, a escolha por materiais com qualidade e procedência evitaria tais
patologias apresentadas, das quais pode se obter os resultados.
Segundo os estudos sobre a anomalia de desplacamento, observa-se o
fator humano sendo decisivo para a execução de um revestimento com
qualidade, estando presente na escolha do tipo de argamassa, preparação da
base, preparação e aplicação da argamassa e execução da atividade de
revestimento. Entretanto, tal anomalia comprometeria a segurança do
ambiente, tornando-se necessário a remoção de suas placas e reeaplicação do
revestimento.
De acordo com os estudos relacionados ás fissuras, observa-se a
influência para escolha por placas de qualidade e correto seguimento ás
normas e processos de aplicação das placas e argamassas por parte do
profissional. Entretanto, tal anomalia compromete toda a impermeabilização da
peça, devido á possibilidade da água percolar por suas fissuras, tornando-se

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necessário a remoção das placas comprometidas e reeaplicação do
revestimento.
Para a anomalia relacionada á manchas, observa-se a influência do
ambiente, projeto, sua utilização, escolha de materiais e preparação da base,
tornando-se necessário sua limpeza para que a mesma não venha á
comprometer a placa cerâmica.

5. Consideração Final

Por meio das características das placas cerâmicas e através de seu


modo de execução para realização do revestimento foi possivel concluir que o
fator humano tem relação principal com a qualidade do serviço entregue, pois
estaria diretamente ligado na produção das placas e escolha da qualidade dos
materiais empregados na obra, uso das corretas ferramentas e seguimento dos
procedimentos para execução de tais atividades evidenciadas em normas e
meio que estaria sendo inserido. Tais conhecimentos e uso correto das normas
evitaria assim apresentar anomalias sem gerar custos desnecessários e
insatisfação por parte dos usuários e para tais patologias apresentadas pode
se constatar que em um revestimento o desplacamento seria o mais grave,
pois estaria comprometendo toda a impermeabilização e segurança do
ambiente podendo gerar até mesmo acidentes aos usuários.
Diante de tal estudo o fator humano deverá ser levado em consideração
á todo momento, desde a produção da placa cerâmica com a escolha da
qualidade materiais empregados até por fim através seu uso consciente após a
entrega da obra e para isso o conhecimento das normas por parte dos
profissionais e conhecimento e seguimento das orientações de uso por parte
dos fabricantes se tornam imprescindíveis por parte do usuário final para que
se possa perdurar por mais tempo o revestimento cerâmico.

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