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 A arquitetura do renascentistas: a arquitetura como metáfora do Universo

A arquitetura do Renascimento é descendente de arte da Antiguidade Clássica – da


Grécia e de Roma -, da qual herdou os princípios fundamentais da harmonia e do
equilíbrio.

Os arquitetos renascentistas italianos estudaram profundamente a arquitetura clássica


através da observação direta das ruinas do momento dessa época – como os templos, as
basílicas, o Coliseu e as ordens romanas, o Panteão e a sua cúpula, os arcos de triunfo e a
sua simbologia, as termas e as suas abóbadas -, ou pela leitura dos tratados antigos (como
De Arquitetura – Os Dez Livros de Arquitetura, de Vitrúvio, datado do século I), agora
redescobertos e reinterpretados. A isso, acrescentaram o estudo rigoroso das leis da
Geometria e da Aritmética, que aplicaram ao cálculo do projeto; e, por fim, o estudo das
Ciências Naturais e da Anatomia, tomando o corpo humano como modelo e cânone – a
medida de todas as coisas.

A arquitetura renascentista […] fruto de heranças clássicas, mas sobretudo, de


preocupações racionais e humanísticas. Os arquitetos deste período inventaram modelos e
criaram tratados, desenhando projetos e realizando grandes obras, onde a aplicação dos
avanços científicos, técnicos e tecnológicos da sua época servisse uma harmonia inteligível,
racional, entre as partes e o todo, á semelhança das que regiam o Universo e o Homem.
Inventaram, assim uma linguagem técnica, formal e estética inovadora.

Neste sentido, os edifícios religiosos e civis foram pensados e projetados á escala


humana. Para resolução de problemas técnico-construtivos tiveram necessidade de
inventar maquinaria apropriada, como foi o caso da criada pelo florentino Fillipo
Brunelleschi, ourives e escultor de profissão, ao projetar a cúpula da Igreja de Santa Maria
das Flores, a qual foi referência para a criação de um modelo que influenciou toda a
arquitetura do Ocidente.

Esteticamente, as inovações estavam relacionadas com a utilização e combinação de


regras de simetria, regularidade, proporção e alinhamento. Isto exigiu, quanto ao projeto,
um traçado rigoroso, geométrico, com preferência pelas volumetrias fechadas circulares,
cúbicas e paralelepípedos.

Nos edifícios, as fachadas eram planas, com regularidade ortogonal, acentuando a sua
horizontalidade.

A genialidade do arquiteto reconhecia-se no modo individual e próprio como aplicava e


conjugava as estruturas clássicas (como colunas, entablamento, arcos e cúpulas) com a
decoração (relevos e pinturas), visando a
harmonia.
Divisão do pp do stor:

1º - século: XV – Brunelleschi; Alberti – tratado de arquitetura;

2º- século XV (fim) -» XVI – Miguel Ângelo; Bramante; Antonio Sangallo – recuperação do
clássico;

3º - século XVI (fim) -» XVII – Andrea Palladio; Giocamo Vignolo;

 Fillipo Brunelleschi
“Na arquitetura do Primeiro Renascimento (século XV) destacam-se os arquitetos
Fillipo Bruneleschi e Leon Battista Alberti.

Brunelleschi, excelente desenhador, iniciou a atividade artística como ourives - que era
a sua formação – e, depois como escultor[…]. Trabalhou, ainda, com o seu aprendiz Donatello e
com Nanni di Banco (discípulo tardio deste último) nas esculturas das igreja de Santa Maria das
Flores, em Florença.

Durante este tempo foi realizando pequenos trabalhos de arquitetura e várias tarefas
de características técnicas no campo construtivo. Só a partir de 1418, Brunelleschi se
interessou definitivamente pela arquitetura, com o projeto para a reconstrução da cúpula da
Igreja de Santa Maria das Flores. Em simultâneo com a realização da cúpula, Brunelleschi
projetou as capelas Ridolfi e Bardadoni (obras onde pensou soluções que viriam a ser aplicadas
em projetos de maior fôlego). Depois seguiram-se a ampliação do Palácio da Parte Guelfa e,
pouco depois, o projeto para a construção do Hospital dos Inocentes, em Florença. Aí realizou,
ainda, obras importantes na sacristia da Igreja de Santa Cruz, e o oratório da Igreja de Santa
Maria dos Anjos. Tornou-se assim o arquiteto de Florença.

Formado dentro do gosto gótico medieval, por isso perde o concurso contra Ghiberti
que traz inovações pictóricas ao gosto do renascimento.”

 A cúpula de Santa Maria das Flores, Florença :

“Abundantemente usada pelos Romanos, mas mais esporádica na arte gótica, a cúpula
apareceu com força no Renascimento.

Pousada sobre pendentes ou sobre tambor, foi especialmente comum a partir do


século XVI, pois permitia aberturas no tambor (óculos) para melhor iluminação do
cruzeiro, para o que também concorria a lanterna do topo.

Além disso, a sua forma convidava a uma apropriada decoração: no século XV, os
quatro evangelistas dentro de medalhões, nos pendentes; no século XVI e seguintes,
pinturas que provocavam ilusões de ótica no sentido de verticalidade e ascensão aos
céus.”

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“A construção de tal cúpula de alvenaria apresentou muitos problemas técnicos.


Brunelleschi olhou para a grande cúpula do Panteão de Roma em busca de soluções. A
cúpula do Panteão é uma única concha de concreto, cuja fórmula há muito foi
esquecida. […] Brunelleschi optou por seguir esse desenho e empregou uma concha
dupla, feita de arenito e mármore. Brunelleschi teria que construir a cúpula em tijolo,
por ser leve em relação à pedra e por ser mais fácil de moldar, e sem nada em baixo
durante a construção.

[…]

Brunelleschi usou um padrão de tijolo em espinha para transferir o peso dos tijolos
recém-colocados para as nervuras verticais mais próximas da cúpula não circular.

[…] Para levantar 37 mil toneladas de material, incluindo mais de 4 milhões de tijolos,
ele inventou máquinas de elevação e lewissons para içar pedras grandes. Estas
máquinas especialmente projetadas e suas inovações estruturais foram a principal
contribuição de Brunelleschi para a arquitetura. Embora ele estivesse executando um
plano estético feito meio século antes, é o seu nome, e não o de Neri, que é
comumente associado à cúpula.”

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 Constrói a cúpula octogonal semi-ogival na catedral e supera desafios na sua


época, que já teriam sido superados pelos “antigos” com o Panteão;
 Inventa tecnologia para efetuar a construção da alta cúpula, como maquinário
para levantar tijolos;
 Entrada de luz zenital pelas aberturas laterais no lanternim – valorização da luz
natural durante o renascimento, como luz branca e pura;
 Armação de madeira que permite o enchimento de tijolos em “espinha de
peixe” – colocados de forma a se suportar;
 Cúpulas laterais para descarregar o peso – igual ao caso de Santa Sofia;
 Horizontalidade e menor altura, com elementos de sustentação por colunas
que se diferencia do estilo medieval;
 Cúpula com grande significado simbólico – mimesis da cúpula celeste;
 Nas tribunas são ritmadas por pares de meias colunas compósitas que
sustentam o entablamento contínuo. Na lanterna são marcas pelos pequenos
contrafortes em arcos encimados por volutas;
Vídeos para o estudo:

 https://youtu.be/ _IOPlGPQPuM (3 mins ,


super resumido)
 https://youtu.be/ QD3fJphus-o?
si=9WaGgwegxZU6wjYA (15 mins, mostra o interior e
explica a solução de Brunelleschi)

 Hospital dos Inocentes

O trabalho de Brunelleschi baseou-se tanto na arquitetura de Roma antiga como


na arquitetura gótica tardia. A galeria ou loggia era um tipo de construção bem conhecido,
como a Loggis de Lanzi. Porém, o uso de colunas com capiteis de ordem clássica, neste
caso de ordem compósita era uma novidade, o mesmo que os arcos circulares e as cúpulas
esféricas atrás delas. Os elementos arquitetónicos estavam articulados em pedra cinzenta
que se destaca contra o alvo das paredes. Este motivo chegou-se a conhecer como pietra
serena (significa "pedra obscura"). Também era novidade a lógica proporcional. A altura
das colunas, por exemplo, não é arbitrária; se traça uma linha horizontal ao longo do alto
das colunas, cria-se um quadrado com a altura da coluna e da distância de uma coluna à
seguinte. Esta ânsia de regularidade e de ordem geométrica tornar-se-ia num elemento
importante na arquitetura renascentista;

Em cima de cada coluna há um tondo cerâmico. Pretendeu-se originariamente


por Brunelleschi que fossem concavidades vazias, mas por volta
de 1490 encomendaram a Andrea della Robia que as enchesse. O design representa
crianças em fraldas sobre fundo azul, indicativo do torno no qual se podiam deixar
as crianças. Ficam alguns tondi originais, outros são cópias do século XIX.

Prespetiva das arcadas. O intercolónio dos arcos é igual ao espaço entre a


coluna e a parede; o arco de volta perfeita e as coluna adalgaçada tornaram o
espaço mais elegante. Com a ajuda de tirantes, as forças distribuem-se pelos
pilares.

 Capela Pazzi

Expoente de arquitetura quatrocentista com duplo pórtico, com um entablamento no


pórtico exterior e parte central em arco;

Elementos construtivos (firmitas) que contribuem diretamente para a venustas do

edifício – como nos arcos de volta perfeita cobertos com caixotões

O Pórtico mais avançado apresenta colunas e entablamento, um tratamento dos planos


verticais ritmados pelas pilastras coríntias

A capela foi estruturada, no plano, segundo formas geométricas puras, quadrados e


círculos em rigorosas proporções . é antecedida por um pórtico e cobertura com um
cúpula sobre pendentes. Internamente, é decorada com medalhões da autoria de Luca
della Robia.

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A capela é no entanto um excelente exemplo de elegância e sobriedade na arquitetura,


com um majestoso domínio das relações entre os volumes do edifício em proveito da
harmonia geral do conjunto. [...]

O esquema geral, como nas outras obras de Brunelleschi, inspira-se num precedente
medieval, neste caso a casa capitular de Santa Maria Novella (o Cappellone degli
Spagnoli, constituída por uma sala principal de planta retangular com bolsa), para
inová-la. aplicando escolhas de extremo rigor, enxertadas em alguns elementos
retirados da arquitetura clássica . Extraordinária, e explicável apenas graças à
intervenção reguladora do grande arquiteto, é a harmonia de proporções num edifício
tão intimamente ligado a outros edifícios pré-existentes em três lados, incluindo a
capela Medici de Michelozzo, a capela Baroncelli e a capela Castellani
A fachada da igreja dá para o primeiro claustro de Santa Croce. (“…Instalada no
designado claustro grande do convento de S. Francisco de Santa Croce, encostada ao
braço direito do transepto, aproveitando talvez paredes já existentes, mas servindo-se
do acesso pelo exterior a partir da galeria do claustro […]). É importante a sua função
de mediação espacial e filtro da luz, que chega ao interior de forma generalizada e
homogênea.

O pórtico frontal lembra a majestosa estrutura dos arcos triunfais romanos. Seis
colunas coríntias sustentam um sótão iluminado, dividido em quadrados[…]
entablamento com pilastras emparelhadas a separar os caixotões e interrompido ao
centro pelo arco de volta perfeita, que lembra os motivos cenográficos do pronaos e do
arco triunfal do mundo antigo. […] O friso da arquitrave, com pequenas tondos
envolvendo as cabeças dos querubins, é uma obra atribuída a Desiderio da Settignano
e a artistas da escola de Donatello. O pórtico é coberto por abóbada de berço com
caixotões, enquanto em correspondência com o arco existe uma pequena cúpula, toda
coberta por rosetas de terracota esmaltadas onde se encontra o brasão dos Pazzi. […]

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Igreja do Santo Espírito

Apresenta uma planta basilical, medieval (planta de cruz latina) – 3 naves – separação
das naves com colunas de ordem clássica. As colunas suportam arcos com um friso
coríntio e uma “tampo plano” com caixotões na cobertura da nave central.

“O cruzeiro e a cabeceira são pouco destacadas, desaparecendo a noção de capelas


amplas na nave transversal para dar lugar a um esquema em que as naves laterais
continuam rondando as naves maiores em todo o perímetro e os absidíolos que
acompanham as naves laterais, rodam com elas no desenho do perímetro.”

“Sem marcações complementares, numa extrema simplicidade de formas que


valorizam principalmente o ritmo repetitivo dos capitéis, o espaço reduz-se ainda mais
na sua essência geométrica e a igreja ganha clareza e serenidade.”

Linhas em perspetiva diagonais que levam o olhar a um ponto de fuga.


 Palácio Pitti

Foco no espaço de ócio – jardim e a valorização da natureza durante o renascimento,


diferente do claustro do medieval, que seria o único espaço com “jardim” (mimesis do
paraíso). “Questão da paisagem natural como um elemento que é validado na própria
arquitetura do Renascimento”.

Três pisos demarcados por cornijas e balaustradas – organização semelhante ao


Hospital dos Inocentes.

Segundo piso mais nobre com salões a sacada (qualquer parte de uma construção que
avança em relação ao nível das paredes de um edifício) com pedra de armas que se centraliza
no equilíbrio com grande monumental idade – e escadaria de importância nobilitadora,
elemento introduzido no renascimento.

Presença de uma forte simetria e regularidade nas formas da fachada.

 Leon Battista Alberti


Foi provavelmente o arquiteto deste tempo que melhor articulou a capacidade estética
e técnica de pensar o espeço arquitetónico á luz do ideal humanista do Renascimento.

Teve como referencia dominante a forma circular considerada a “soluçao ideial de


limitaçao do espaço” e usada pela sua funçao simbólica. Assim, subestituiu as plantas
poligonais góticas por outras que tinham como base círculos perfeitos. O racionalismo da sua
arquitetura traduziram-se, desta forma, na articulaçao de espaços concebidos a partir de
formas geométricas puras.

O seu pensamento encontra-se escrito ma sua obra De ReAdificatoria e pode ser


verificado, na prática, nas fachadas da Igreja de San Francesco, de Rimini, da de Santa Maria
Novella e no Palácio Rucellai, em Florença, ou nos Templos de São Sebastiao e Santo André, em
Mântua.

Apesar de respeitarem as ideias de Alberti, estas obras foram realizadas por arquitetos
diferentes, sob seu projeto e orientação. […]

Na primeira fase de arquitetura Renascentista (século XV) as Igrejas evoluíram a partir


da planta basilical em forma de cruz latina para outras de planta centrada, quadrada ou em
cruz grega, na procura de perfeição absoluta. Estás soluções surgiram primeiro em pequenos
templos e, posteriormente, em plantas intermédias que hamonizavam a planta basilical com as
novas tendências: a cabeceira seguia o modelo de plana centrada; no corpo principal, a nave
central alargou-se (criando u espaço mais amplo) e convertendo as naves laterais em pequenas
capelas. É o caso da Igreja de Santo André de Mântua, de Alberti, inspirada nas estruturas
abobadadas das termas romanas;

 Igreja de Santo André em Mântua

A igreja foi construída sobre uma plataforma ou pódio elevado e a fachada, que se inspira
nos arcos de triunfo, possui frontão e pilastras colossais. A planta da igreja-salão com capelas
laterais.

“Construída num local ocupado por um mosteiro beneditino do que permanece uma torre
sineira.”

“A fachada é no esquema do arco de Trajano em Ancona - 3 tramos e nova pilastra colossal


da altura total da fachada.”

“Integração de uma ordem inferior compreendendo as coluna coríntias caneladas, com


uma pilastra colossal […].”

“Possui um arquitrave, um friso e cornija, um arco de volta perfeita com cobertura em


caixotões.”

“Introdução de triângulos e circunferências, no tímpano, por uma questão plástica.” “Acima


do frontão uma estrutura abobadada.” “A nave é coberta por uma abobada de berço.”
 Templo Malestiano

O projeto de remodelação foi feito por Alberti e a obra foi realizada com supervisão e
escultor local Matteo de Pasti. Esta igreja possui uma fachada clássica, inspirada no arco de
triunfo de Augusto (ainda existente nos arredores da cidade)

“Edifício sem torres e mais baixo (em comprimento)

O envasamento é um “polo” para aumentar a arquitetura do edifício, uma


característica da arquitetura Romana. Sobre os capitéis pousa o entablamento.

A arquitetura tem um tratamento mais escultórico e mais geométrico. Na zona do


envasamento há um friso corrido, na parte superior há toda uma linguagem decorativa e,
depois folhas de acanto flores, grinalda e introdução de elementos da natureza para
enriquecimento da plástica arquitetónica.

Introdução de óculos - focos de luz colocados de forma regular e não de forma


arbitrária. Rodeados por um grinalda vegetalista.

O portal de entrada tem um frontão triangular sobre a porta que se encontra dentro do
arco central.
 Igreja de Santa Maria Novella

A solução encontrada combina as curvas das aletas ou volutas com verticalidade do


edifício primitivo (vindo do gótico), conseguindo uma articulação harmónica mais próxima dos
ideias renascentistas

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“Articulação pilar com coluna.

Corpo central coroado por um frontão clássico. Espaço interior mais alto com as
colunas mais separadas para permitir mais visibilidade

Frontão que remata a fachada, está assente e tem dois elementos com introdução de
uma forma curva que se chama aleta com função ornamental estética de harmonizar as
diversas alturas. Com a introdução da aleta ó possível harmonizar arquiteturas diferentes e
também pode ser usada como elemento de suporte.

Aleta: Elementos que servem para suavizar a arquitetura na forma triangular e


horizontal da arquitetura.

Paleta cromática com ritmo. A alternância de cor é própria do românico da toscana.

Cruz latina com 3 naves. Dois corredores com vitrais e um curto transepto.”

 Palácio Ruccelai

“Na arquitetura civil, a construção mais significativa foi o palácio enquanto representação e
exaltação do Homem. […]

Um aspeto definidor do palácio é a sua estrutura cúbica ou paralelepipédica. Ergue-se


normalmente á altura de 3 andares, podendo em alguns exemplos, existir um quarto andar,
atras do ático, com menor pé-direito.

As fachadas de pedra aparelhada apresentam um aspeto maciço e austero e são


rematadas por uma cornija saliente e profusamente decorada. As paredes são em silharia
rusticada (tipo de paramento com pedra não lavrada, disposta rudemente numa parede, como
se fosse uma ruína ou edifício inacabado) no rés de chão e em almofadados nos andares
superiores, onde o aparelho se torna cada vez mais liso.
Os andares encontram-se separados por entablamentos fingidos virtualmente
sustentados por pilastras e/ou colunas que enquadram as janelas alinhadas horizontal e
verticalmente. Em cada piso, os entablamentos e as colunas ou pilastras obedecem ás ordens
clássicas, geralmente evoluindo da ordem dórica ou toscana (no rés de chão) para a coríntia ou
compósita (último andar), como visível no Palácio Ruccelai, de Alberti.”

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O corpo inferior é um opus reticulatum. Os andares


estão divididos por entablamentos largos com o
emprego das ordens nas pilastras (rés de chão –
toscana; 1º andar – coríntia; 2º andar – compósita).
As pilastras lisas, os entablamentos, a cornija e as
janelas dão ritmo á fachada.

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“Duas portas voltadas para o espaço público com


vão quadrangular. Articulação entre vão
quadrangular e curvilíneo, o piso térreo é mais
fechado por uma questão de proteção.”

 Palácio Piccolomini

O palácio é de planta quadrada, desenvolvido em três pisos, sendo realizado em


pedra trabalhada finamente num ligeiro colmeado (A face visível de cada bloco
individual é cortada em volta das bordas para fazer seu tamanho e colocar muito claro.
Além disso, a parte central da face de cada bloco pode receber uma superfície
deliberadamente áspera ou padronizada), desde a base ao topo.
Nos primeiro e segundo andares apresenta duas ordens de janelas de notável
amplitude, equidistantes umas das outras, com lesenas (um pilar vertical estreito e
de baixo relevo em uma parede) e perfis com capiteis salientes. Cada uma das janelas é
dividida em duas partes por uma pilastra. Abaixo das janelas, […], uma cornija corre em
torno de todo o palácio.
Na fachada norte encontra-se o enormíssimo portal que constitui a entrada
principal do palácio.

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As traseiras da casa são em galerias (Loggia), com paisagem da Toscana, num


espaço de deleite de ócio. Claustro monástico e o átrio da casa Romana. Edifícios
colocados nestas posições tem a ver com estruturas pré existentes.
 Bramante
“No século XVI – “Alto Renascimento” – na, arquitetura religiosa, afirmou-se
como modelo mais comum a planta centrada que o arquiteto Donato Bramanate,
aplicou no seu célebre Tempieto e no projeto da basílica de S.Pedro em Roma, que viria
a ser concluído por Miguel Ângelo.
Este edifício tornou-se o paradigma das grandes plantas centradas que deram
origem a edifícios cobertos por cúpulas erguidas sobre uma espaço unificado.
Mas, a partir do segundo quartel deste século, e seguindo as orientações do
Concílio de Trento, foi-se impondo progressivamente o tipo de igreja de uma única
nave, coberta por uma enorme cúpula sobre a zona central que, através da iluminação,
criava a visão de espaço em absoluto.
Nestas construções, as paredes , para além de estruturas de sustentação, eram
locais privilegiados para a colocação de elementos decorativos, pictóricos e
escultóricos.
A fachada e o portal das igrejas continuaram a ser entendidos como partes
fundamentais da construção. Inspirados na Antiguidade, muitos arquitetos projetavam
entradas triunfais que fazem lembrar autênticos arcos de triunfo.
A decoração subordinou-se a estrutura dos edifícios, […]. No interior dominava
a pintura mural, ou a madeira e a ornamentação em estuque. No exterior, os poucos
elementos escultóricos usados foram retirados da gramatica clássica, das ordens e,
apesar disso, possuiriam, também, funções estruturantes.
Assim, no seculo VXI, a decoração tornou-se ainda mais sóbria, conferindo aos
edifícios monumentalidade e grandeza.”
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 Igreja de Santa Maria della Grazie


Bramante intervém na basílica medieval no enorme corpo central e na capela-mor,
em 1492.
Bramante utiliza: diversos materiais como tijolo, reboco, pedra; formas geométricas
rigorosas; utiliza linguagem clássica, já fora do molde medieval, mas não está tao bem
desenvolvida como no Tempieto.
Encontram-se frisos laterais externos e verticalmente em secções das janelas –
reforço decorativo com figuras geométricas bem definidas, “fatias regulares”.
Elementos decorativos esculpidos a gesso e pintados, com o mesmo cromatismo e
progressão do exterior, no interior do edifício.
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“Elementos de suporte também com função decorativa, há um reforço
decorativo acentuado - arco, colunas, friso por uma questão de Venustas”
“Interior cúpula mais usual mas, no exterior, cria uma espécie de zona de
circulação da entrada de luz. Seções Regulares com jarrões, balaústres, pilastra com
capitel que se aproxima dos capitéis clássicos. Elementos circulares repetem-se dando
uniformidade (não são janelas mas elementos decorativos).”
“Introdução de tondos, óculos. Iluminação zenital”
 Tempietto
“Inspirado na Antiguidade Clássica, Bramante utilizou os conhecimentos sobre a
perspetiva para criar este edifício de volumetrias harmoniosas e elegantes. A sua
forma faz lembrar o templo romano dedicado a Vesta.
Neste pequeno templo o arquiteto usou colunas dóricas, um pódio circular de
três degraus, uma balaustrada, corpo cilíndrico central com nichos e uma cúpula
central.”

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Em 1503, Bramante realiza o Tempieto , um edifício com a arquitetura ao nível
do tratado da época (Serlio).
*características do Tempieto (resposta que o professor deu numa das aulas)*
Apresenta uma planta centralizada, com elementos clássicos de proporção
humana. Exemplo dos elementos: colunas dóricas; métopas dos frisos; balaustradas.
A arquitetura é um monumento de martírio – o martírio de S.Pedro – e
apresenta semelhanças a arquiteturas funerárias.
A cúpula é semiesférica e o edifício é períptero. Possuí uma bela harmonização
das proporções.
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“Duplo sentido deste edifício. Assinalar o local do 1º grande unificador (1º
papa) que é São Pedro e, também, constroem este edifício como um monumento
evocativo - questão do espaço centralizado com infinito, como espaço sem princípio
nem fim.
Nave e cripta, onde estavam depositadas as relíquias de S.Pedro depois levadas
para a basílica. Edifício circular, ligado a representações de antigos templos romanos.
(O local de enterramento de Cristo era um edifício de planta centralizada).
Períptero, com um corpo cilíndrico esculpido por nichos de iluminação e
cercado por uma colunata toscana acima da qual corre um entablamento decorado
com tríglifos e métopas com tema litúrgico de origem grega.
Tratadística do séc. XVI já vai reproduzir este edifício. Planta deste edifício
começa a circular com questões construtivas no tratado de Serlio.”
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Serlio - Sebastiano Serlio foi de extrema influência na canonização das ordens clássicas
da arquitetura e na história arquitetónica como um todo.

Composto por diversas ilustrações acompanhadas de texto, o sexto volume trata de


casas e villas para todos as camadas sociais, desde as classes inferiores até os palácios
reais, abordando amplamente a arquitetura residencial da época. Nele, duas séries
independentes são abordas: a primeira relacionada a habitações rurais e, a segunda, a
urbanas.

Ambas as séries usam o mesmo modelo social como base, onde um tipo de construção
adequado é atribuído a cada classe. De certa maneira acabada formando uma espécie
de catálogo consultivo de uma tipologia arquitetónica normalmente construída sem a
presença de um arquiteto. Deste modo, Sebastiano Serlio é capaz de prever uma nova
clientela (especialmente burguesa) que se forma em meio ao renascimento,
popularizando assim a profissão do arquiteto. Havia então a existência de um grande
mercado em potencial para o modelo apresentado em seu sexto livro que, após sua
morte, continuou sendo seguramente confiado como inspiração para inúmeros artistas
e construtores.
 Igreja de Santa Maria della Consolazioni

Em 1508, Bramante realizou outro edifício de planta centralizada com grande enfase na
cúpula – Santa Maria della Consolazioni;

A cúpula é elaborada a partir da planta quadrangular e com abobadas semicirculares dos


lados.

Importância da diferença entre a função estrutural e as funções plásticas dos elementos na


arquitetura – evolução das formas, exemplo do frontão como decorativo (…)

Valorização e evolução da cúpula – como na cúpula da basílica de S.Pedro em Roma de


Miguel Ângelo – com um elevado tambor e alto nível de decoração e um lanternim que
permite um “apelo” plástico.

Uma maior exploração dos elementos arquitetónicos com caráter plástico – como nas
biblioteca de Miguel Ângelo onde os elementos como as colunas e frisos aparecem no interior,
como se trouxessem a fachada para o interior do edifício.

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“Planta centralizada na igreja de peregrinação, com uma planta de cruz grega: um


bloco de base de planta quadrada é construído entre quatro pilares de canto maciços; Bloco
central com 4 absides ao redor formando os braços da cruz, 3 absides poligonais e uma
semicircular.

Dupla ordem coríntia de delicadas pilastras no exterior.

A cúpula, cria uma caixa quadrangular, êxedras curvilíneas em cada uma das partes
para acentuar o caráter centralizado. A cúpula é o grande elemento que Bramante quis
destacar.

As pilastras (elementos estruturais de suporte), capitéis entablamentos, frontões


depois passam para um campo mais criativo

Cúpula como um elemento extremamente valorizado na arquitetura do Renascimento


e também como a recuperação de um sistema construtivo adaptado a um novo contexto sócio-
cultural.

O plano central atendia assim plenamente aos ideais da época: a perfeição, o maior
equilíbrio possível entre as partes e a unidade do espaço. Essas considerações estilísticas eram
combatidas por desvantagens práticas: um problema muitas vezes não resolvido residia no fato
de que nesses edifícios não estava claro como um lugar ideal era atribuído aos altares e à
comunidade dos fiéis. Colocar um dos principais elementos da igreja em um dos quatro braços
da cruz só poderia perturbar a simetria como um todo.”
 Basílica de São Pedro no Vaticano

“Em 1505 resolve fazer uma basílica mais moderna de acordo com o espírito da época
que fosse um marco importante e apropriada para acomodar o seu túmulo e como tal a
forma principal é a planta centralizada.

Foi então celebrado um concurso para o projeto, existindo atualmente vários dos
desenhos na época elaborados, na Galleria degli Uffizi, em Florença. Bramante recebe o
encargo de desenhar a nova basílica. Os seus planos eram de um edifício centralmente
planificado, com um domo inscrito sobre o centro de cruz grega, forma que correspondia
aos ideais da Renascença pela semelhante relação com um mausoléu da antiguidade. Uma
sucessão de papas e arquitetos nos 120 anos seguintes participaram da construção que
culminou no edifício atual.

Em 1505, o projeto de Donato Bramante foi o escolhido para a construção da futura


basílica, tomando então início em 1506. O pontífice consultou os principais artistas da
época, como Giovanni Giocondo que enviou de Veneza um projeto com planta de cruz
inscrita com cinco cúpulas inspirado na Basílica de São Marcos. Entretanto, o trabalho foi
incumbido a Bramante. Projeto deste que também foi superado por Giulio Sangallo.

[…]

A aplicação de estudos teóricos de Francesco di Giorgio, Filarete e, principalmente, de


Leonardo da Vinci, sobre igrejas de planta centralizada, foi de extrema importância para a
construção da Igreja, cujos resultados foram claramente inspirados na planta octogonal da
Basílica de Santa Maria del Fiore (Santa Maria das Flores).

Outras referências que influenciaram o modelo da basílica fundamentaram-se na


arquitetura renascentista de Florença, em particular de Giuliano da Sangallo, que já havia
empregue a planta de cruz grega e até mesmo proposto um projeto com planta
centralizada para a Basílica de São Pedro.”

-//-
Planta de Bramante:

“A grande cúpula inspirada no Panteão de Agripa, seria


construída com a utilização de conglomerados, que em
geral, todos os projetos de referência da arquitetura romana
se caracterizam por possuir paredes de alvenaria com
massas plásticas (cimento e pedras), capazes de articular o
espaço num sentido dinâmico o suficiente para a
configuração deste tipo de coberturas.”

“No entanto, nem todos os projetos realizados por


Bramante indicaram soluções perfeitas com um projeto de
planta de cruz grega, o que sugere que a configuração final
da basílica estava ainda em aberto. Com tudo isto, Bramante não pôde presenciar o avanço
da obra uma vez que morreria em 1514 quando apenas tinham sido construídos pouco
mais do que quatro grandes pilares que sustentariam a cúpula central.”

Há o surgimento de várias propostas para além da de Bramante, até á simplificação da


planta de Miguel Ângelo (anos 40 do século XVI).

Planta de Rafael, Giovani Giocondo e Antonio Cordiani:

“A partir de 1514, Rafael Sanzio, Giovanni Giocondo e Antonio Cordiani assumiram a


direção da obra ao lado de Baldassare Peruzzi, após a morte de Rafael em 1520.

Assim, a planta de Bramante foi alterada, optando-se por desenhos inspirados na


tradicional planta basilical de cruz latina com um corpo longitudinal de três naves.”

Planta de Antonio Sangallo:

“Antonio Sangallo, em 1546, apresentou um dispendioso modelo de madeira - o qual se


encontra armazenado na basílica - onde sistematizou todas as ideias tidas anteriormente para
o projeto.

Posteriormente, Antonio Cordiani, apresentou um projeto que


combinava os modelos de Peruzzi, Rafael e Bramante, dinamizando
a perspetiva do edifício com uma nave reduzida em proporção com
a frente da enorme fachada ornamentada com duas torres colossais
que acompanha a imensa cúpula que a elas precede.
Comparativamente com a cúpula de Bramante, esta apresentava
um estrutura mais complexa assim com a sua decoração, escorada
com nervuras exteriores.

Como Bramante, Sangallo propôs uma complexa e grandiosa


lanterna sobreposta à cúpula. O trabalho mais significativo deu-se
sobre os pilares centrais de sustentação do tambor que suportava a
cúpula, considerando a reduzida resistência do anteriores.”
Planta de Peruzzi

“Antonio defendeu a planta centralizada concebida por Peruzzi, a


qual era coberta por uma enorme cúpula, maior do que a planeada
por Bramante em que um tambor duplo apoiaria o domo. O conjunto
foi ladeado por duas altas torres sineiras.

Em 1520, Rafael morre com 37 anos de idade. O seu sucessor,


Baldassare Peruzzi, manteve as alterações propostas por Rafael para o
modelo interior com três absides principais, porém interveio com
outras modificações, aproximando-se à planta de cruz grega, servido
com outros detalhes empregues na planta de Bramante. Em 1527,
Roma foi saqueada pelo imperador Carlos I. Peruzzi morreu em 1536
antes da conclusão do seu projeto.”

Planta de Miguel Ângelo:

“O que Miguel Ângelo faz altera a planta de Bramante simplificando-a. Edifício do séc.
XVI é um edifício de planta centralizada.

Miguel Ângelo reconheceu a qualidade do projeto original de Bramante e, sem destruir


as suas características centrais de Donato del Pasciuccio, corrigiu e aperfeiçoou alguns dos
problemas estruturais da basílica.

Voltado para uma planta centralizada, enfatizou


o impacto da cúpula e anulou, contudo, a perfeita
simetria projetada por Bramante, com a projeção de uma
antecâmara (pronau) a leste do complexo. (Esta escolha
levou à rejeição da ideia de Antonio da Sangallo e do seu
dispendioso projeto, considerando a facto deste possuir
poucas entradas de luz e ser esteticamente pobre).

Projetou uma fachada com colunas encimadas


por um ático, proporcionando uma orientação a todo o
edifício e en tão, após demolir partes da construção
erigidas pelos arquitetos antecessores (tal como o
deambulatório projetado por Sangalo na extremidade da
abside), reforçou o sistema estrutural de apoio à cúpula,
progredindo para proporções longe das delicadas
colunas de Bramante.

A planta seria ladeada por quatro pequenas


cruzes nos seus extremos e respetivas coberturas
hemisféricas, Miguel Ângelo alterou o projeto num
deambulatório quadrado, simplificando assim a conceção do espaço interior. Desta forma, o
novo foco do projeto seria a cúpula inspirada na conceção do célebre domo de Filippo
Brunelleschi na catedral florentina de Santa Maria del Fiore.”

“Seguindo alguns método de Brunelleschi, Miguel Ângelo criou esta última cúpula, com
duplo casco, mas maior e mais peraltada, para dar a ideia de elevação. O tambor, mais alto e
circular, está organizado alternadamente por contrafortes tapados por colunas coríntias e pelas
janelas com frontões.”

No início do século XVII, adiciona -se uma nave e basílica pela alteração da liturgia, de
um espaço centralizado e cúpula para a hierarquização do clero – separação que não pode ser
conseguida numa planta centralizada.

 Miguel Ângelo
Neoplatonismo – modelos retirados da natureza mas que não existem. O Homem ideal,
perfeito e belo que não existe. A filosofia platónica desenvolve a ideia de perfeição do belo –
caracter utópico. A beleza do pattos – da serenidade.

A assimilação do pensamento de Platão com outros pensamentos antigos e medievais –


ideias clássicos e a modificação de certas doutrinas na igreja.

Academias neoplatónicas que repensam e estudam as obras e autores da época clássica.

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 Biblioteca Laurenziana

A biblioteca como a sede do conhecimento – a escadaria dá acesso á casa do


conhecimento. Vestíbulo como o “antes” do saber.

Ultrapassa o uso canónico dos elementos clássicos - enfatiza a venustas, como o


exemplo das colunas que são utilizadas par a venustas e para o suporte. Teatralização das
formas monumentais.

Vãos cegos – utilizados como venustas. Vãos de iluminação acima dos vãos cegos.

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“Coloca no interior do edifício elementos que estamos habituados a ver do exterior.

As mísulas suportam as pilastras como elemento de reforço para suportar as colunas.

3 Faixas horizontais.”

 Porta Pia

A sua última obra denota uma grande eixo vertical central – a


horizontalidade marca a simetria.

Os elementos ornamentais introduzem uma linguagem decorativa


significativa – subcarga decorativa não dada pelos elementos
arquitetónicos – não só com frontões, capiteis e pilastras.

 Sacristia Nova de Santa Croce

As pilastras marcam o ritmo de toda a composição. Presença do entablamento com o


friso, arquitrave e a cornija.

Cruzamento de linhas retas e curvas – dinâmica obtida pelos arcos e as colunas.

Há uma mistura de arquitetura e escultura e arcos tumulares – os túmulos da família


Médici (noção do tempo)

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“Continua a valorizar os elementos


arquitetónicos que compõem o interior e não tem
qualquer período em valorizar tudo quanto é
elemento arquitetónico, as pilastras marcam o ritmo
da concessão. Segue-se o piso superior seguindo sempre correspondência entre um nível mais
baixo e um nível superior. Nas laterais cruzamento da arquitetura com as arcas tumulares que
fazem alusão as fases do dia a noção do tempo.”

 Praça do capitólio de Roma

“Miguel Ângelo transformou o cimo da Colina do Capitólio numa praça trapezoidal, com
três dos quatro lados delimitados por fachadas de palácios.

O Palácio dos Senadores situa-se no topo da praça. O Palácio dos Conservadores, que já
existia e ao qual Miguel Ângelo alterou a fachada, está á esquerda e o Palácio Novo ou
Mausoléu Capitolino á direita. Este tem um fachada igual á dos Conservadores. Ambos têm um
pórtico com pilastras lisas de ordem colossal, pequenas colunas jónicas de escalas diferentes e
um cornija encimada por uma balaustrada.

No centro da praça fica a estatua equestre romana de Marco Aurélio, em bronze, sobre um
pedestal (obra de Miguel Ângelo) e o pavimento de mármore apresenta desenhos de elipses
com losangos irregulares radiantes. A praça é ritmada por uma monumental escadaria.”

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O uso da água como embelezamento do espaço público. A Uniformização do espaço e


fachadas feitas por Miguel Ângelo. A estatua equestre de Marco Aurélio demarcas o centro da
praça.

Balaustrada como um elemento de equilíbrio e harmonização. Pilastras – suporte e


venustas.

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“O novo urbanismo Miguel Ângelo é chamado para uma regularização que intervém
neste espaço, transformando-o numa praça monumental dentro do princípio de regularidade,
enfatizando os edifícios e uma intervenção sobre um espaço pré-existente.

O acesso da praça é através de uma escadaria monumental. Sobe-se a escadaria e vê-


se a praça numa balaustrada com a colocação de esculturas ligadas ao poder clássico aquilo
que se põe ao nosso lado é o palácio dos senadores atrás torre que marca o sítio que ainda
vem da herança Medieval, a casa dos municípios tem o símbolo do poder e em frente coloca o
sitio do edifício não central mas lateral. Aproveita todo este enquadramento para a colocação
de fontes. Só as partes das fachadas foram na uniformização deste espaço. Uso de vários
elementos arquitetónicos muito embelezados na estética do séc XVI e XVIII.”
 Palácio Fárnese

“Foi ,inicialmente, obra de Sangallo que Miguel Ângelo concluiu, construindo o último
andar, a cornija de grandes proporções e a célebre monumental porta. A fachada, com 56
metros, contém janelas com edículas de proporções harmónicas, em paredes lisas. […], as
câmaras (ou quartos) comunicam entre si e através de corredores em forma de pórticos.”

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“Rusticado no pórtico principal e depois articulação com o nível inferior e o superior.

Janelas com colunas e uma trave. O piso superior com janelas com frontão curvo, reto
a marcar um ritmo criativo. Piso das grandes salas em recessão, onde o papa, o cardeal faz a
sua recessão famílias do Vaticano com as suas casas nobres no centro da cidade.

Cornija na parte superior muito forte lançada, projetada se aquele remate fosse ao
nível da parede. Cornija muito avançada exatamente para dar equilíbrio aquela fachada.

Pedras de armas passam a ser um elemento constante nas fachadas das arquiteturas.
Vai ser repetida à medida que o tempo avança, no centro do edifício (afirmação de sucessão)

Villa Fárnese

“Espécie de casa de campo, a villa que conjuga várias funções. Com os jardins em toda a zona
permitem a exploração agrícola e a gestão da mesma, fora dos grandes centros urbanos. (Esta
característica de grandes casas de campo nasce no séc xv com a Villa Medeia, fora de FFlorenç,
uma casa monumental com jardins e exploração agrícola pertencente aos Médici).

uma planta pentagonal, e é constituído por pedra vermelha dourada.

Os contrafortes suportam o piano nobile, com dois andares por cima, o que acolhe uma quase
completa villa de dois pisos, por si própria. As fundações da fortaleza pentagonal sobre as quais
assenta, as quais foram construídas na década de 1520 por Antonio Cordiani e Baldassare
Peruzzi.

Cada face do pentágono fica inclinada para dentro, em direção ao seu centro, para permitir
atacar o fogo numa suposta força de escalada, tanto do centro como dos bastiões avançados
de cada ângulo de canto da fortaleza.

A escadaria principal, ou Scala Regia, é uma graciosa espiral de degraus suportada por pares de
colunas jónicas que se elevam através de três andares, com afrescos de Antonio Tempesta.

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