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Nos edifícios, as fachadas eram planas, com regularidade ortogonal, acentuando a sua
horizontalidade.
2º- século XV (fim) -» XVI – Miguel Ângelo; Bramante; Antonio Sangallo – recuperação do
clássico;
Fillipo Brunelleschi
“Na arquitetura do Primeiro Renascimento (século XV) destacam-se os arquitetos
Fillipo Bruneleschi e Leon Battista Alberti.
Brunelleschi, excelente desenhador, iniciou a atividade artística como ourives - que era
a sua formação – e, depois como escultor[…]. Trabalhou, ainda, com o seu aprendiz Donatello e
com Nanni di Banco (discípulo tardio deste último) nas esculturas das igreja de Santa Maria das
Flores, em Florença.
Durante este tempo foi realizando pequenos trabalhos de arquitetura e várias tarefas
de características técnicas no campo construtivo. Só a partir de 1418, Brunelleschi se
interessou definitivamente pela arquitetura, com o projeto para a reconstrução da cúpula da
Igreja de Santa Maria das Flores. Em simultâneo com a realização da cúpula, Brunelleschi
projetou as capelas Ridolfi e Bardadoni (obras onde pensou soluções que viriam a ser aplicadas
em projetos de maior fôlego). Depois seguiram-se a ampliação do Palácio da Parte Guelfa e,
pouco depois, o projeto para a construção do Hospital dos Inocentes, em Florença. Aí realizou,
ainda, obras importantes na sacristia da Igreja de Santa Cruz, e o oratório da Igreja de Santa
Maria dos Anjos. Tornou-se assim o arquiteto de Florença.
Formado dentro do gosto gótico medieval, por isso perde o concurso contra Ghiberti
que traz inovações pictóricas ao gosto do renascimento.”
“Abundantemente usada pelos Romanos, mas mais esporádica na arte gótica, a cúpula
apareceu com força no Renascimento.
Além disso, a sua forma convidava a uma apropriada decoração: no século XV, os
quatro evangelistas dentro de medalhões, nos pendentes; no século XVI e seguintes,
pinturas que provocavam ilusões de ótica no sentido de verticalidade e ascensão aos
céus.”
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[…]
Brunelleschi usou um padrão de tijolo em espinha para transferir o peso dos tijolos
recém-colocados para as nervuras verticais mais próximas da cúpula não circular.
[…] Para levantar 37 mil toneladas de material, incluindo mais de 4 milhões de tijolos,
ele inventou máquinas de elevação e lewissons para içar pedras grandes. Estas
máquinas especialmente projetadas e suas inovações estruturais foram a principal
contribuição de Brunelleschi para a arquitetura. Embora ele estivesse executando um
plano estético feito meio século antes, é o seu nome, e não o de Neri, que é
comumente associado à cúpula.”
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Capela Pazzi
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O esquema geral, como nas outras obras de Brunelleschi, inspira-se num precedente
medieval, neste caso a casa capitular de Santa Maria Novella (o Cappellone degli
Spagnoli, constituída por uma sala principal de planta retangular com bolsa), para
inová-la. aplicando escolhas de extremo rigor, enxertadas em alguns elementos
retirados da arquitetura clássica . Extraordinária, e explicável apenas graças à
intervenção reguladora do grande arquiteto, é a harmonia de proporções num edifício
tão intimamente ligado a outros edifícios pré-existentes em três lados, incluindo a
capela Medici de Michelozzo, a capela Baroncelli e a capela Castellani
A fachada da igreja dá para o primeiro claustro de Santa Croce. (“…Instalada no
designado claustro grande do convento de S. Francisco de Santa Croce, encostada ao
braço direito do transepto, aproveitando talvez paredes já existentes, mas servindo-se
do acesso pelo exterior a partir da galeria do claustro […]). É importante a sua função
de mediação espacial e filtro da luz, que chega ao interior de forma generalizada e
homogênea.
O pórtico frontal lembra a majestosa estrutura dos arcos triunfais romanos. Seis
colunas coríntias sustentam um sótão iluminado, dividido em quadrados[…]
entablamento com pilastras emparelhadas a separar os caixotões e interrompido ao
centro pelo arco de volta perfeita, que lembra os motivos cenográficos do pronaos e do
arco triunfal do mundo antigo. […] O friso da arquitrave, com pequenas tondos
envolvendo as cabeças dos querubins, é uma obra atribuída a Desiderio da Settignano
e a artistas da escola de Donatello. O pórtico é coberto por abóbada de berço com
caixotões, enquanto em correspondência com o arco existe uma pequena cúpula, toda
coberta por rosetas de terracota esmaltadas onde se encontra o brasão dos Pazzi. […]
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Apresenta uma planta basilical, medieval (planta de cruz latina) – 3 naves – separação
das naves com colunas de ordem clássica. As colunas suportam arcos com um friso
coríntio e uma “tampo plano” com caixotões na cobertura da nave central.
Segundo piso mais nobre com salões a sacada (qualquer parte de uma construção que
avança em relação ao nível das paredes de um edifício) com pedra de armas que se centraliza
no equilíbrio com grande monumental idade – e escadaria de importância nobilitadora,
elemento introduzido no renascimento.
Apesar de respeitarem as ideias de Alberti, estas obras foram realizadas por arquitetos
diferentes, sob seu projeto e orientação. […]
A igreja foi construída sobre uma plataforma ou pódio elevado e a fachada, que se inspira
nos arcos de triunfo, possui frontão e pilastras colossais. A planta da igreja-salão com capelas
laterais.
“Construída num local ocupado por um mosteiro beneditino do que permanece uma torre
sineira.”
O projeto de remodelação foi feito por Alberti e a obra foi realizada com supervisão e
escultor local Matteo de Pasti. Esta igreja possui uma fachada clássica, inspirada no arco de
triunfo de Augusto (ainda existente nos arredores da cidade)
O portal de entrada tem um frontão triangular sobre a porta que se encontra dentro do
arco central.
Igreja de Santa Maria Novella
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Corpo central coroado por um frontão clássico. Espaço interior mais alto com as
colunas mais separadas para permitir mais visibilidade
Frontão que remata a fachada, está assente e tem dois elementos com introdução de
uma forma curva que se chama aleta com função ornamental estética de harmonizar as
diversas alturas. Com a introdução da aleta ó possível harmonizar arquiteturas diferentes e
também pode ser usada como elemento de suporte.
Cruz latina com 3 naves. Dois corredores com vitrais e um curto transepto.”
Palácio Ruccelai
“Na arquitetura civil, a construção mais significativa foi o palácio enquanto representação e
exaltação do Homem. […]
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Palácio Piccolomini
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Em 1503, Bramante realiza o Tempieto , um edifício com a arquitetura ao nível
do tratado da época (Serlio).
*características do Tempieto (resposta que o professor deu numa das aulas)*
Apresenta uma planta centralizada, com elementos clássicos de proporção
humana. Exemplo dos elementos: colunas dóricas; métopas dos frisos; balaustradas.
A arquitetura é um monumento de martírio – o martírio de S.Pedro – e
apresenta semelhanças a arquiteturas funerárias.
A cúpula é semiesférica e o edifício é períptero. Possuí uma bela harmonização
das proporções.
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“Duplo sentido deste edifício. Assinalar o local do 1º grande unificador (1º
papa) que é São Pedro e, também, constroem este edifício como um monumento
evocativo - questão do espaço centralizado com infinito, como espaço sem princípio
nem fim.
Nave e cripta, onde estavam depositadas as relíquias de S.Pedro depois levadas
para a basílica. Edifício circular, ligado a representações de antigos templos romanos.
(O local de enterramento de Cristo era um edifício de planta centralizada).
Períptero, com um corpo cilíndrico esculpido por nichos de iluminação e
cercado por uma colunata toscana acima da qual corre um entablamento decorado
com tríglifos e métopas com tema litúrgico de origem grega.
Tratadística do séc. XVI já vai reproduzir este edifício. Planta deste edifício
começa a circular com questões construtivas no tratado de Serlio.”
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Serlio - Sebastiano Serlio foi de extrema influência na canonização das ordens clássicas
da arquitetura e na história arquitetónica como um todo.
Ambas as séries usam o mesmo modelo social como base, onde um tipo de construção
adequado é atribuído a cada classe. De certa maneira acabada formando uma espécie
de catálogo consultivo de uma tipologia arquitetónica normalmente construída sem a
presença de um arquiteto. Deste modo, Sebastiano Serlio é capaz de prever uma nova
clientela (especialmente burguesa) que se forma em meio ao renascimento,
popularizando assim a profissão do arquiteto. Havia então a existência de um grande
mercado em potencial para o modelo apresentado em seu sexto livro que, após sua
morte, continuou sendo seguramente confiado como inspiração para inúmeros artistas
e construtores.
Igreja de Santa Maria della Consolazioni
Em 1508, Bramante realizou outro edifício de planta centralizada com grande enfase na
cúpula – Santa Maria della Consolazioni;
Uma maior exploração dos elementos arquitetónicos com caráter plástico – como nas
biblioteca de Miguel Ângelo onde os elementos como as colunas e frisos aparecem no interior,
como se trouxessem a fachada para o interior do edifício.
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A cúpula, cria uma caixa quadrangular, êxedras curvilíneas em cada uma das partes
para acentuar o caráter centralizado. A cúpula é o grande elemento que Bramante quis
destacar.
O plano central atendia assim plenamente aos ideais da época: a perfeição, o maior
equilíbrio possível entre as partes e a unidade do espaço. Essas considerações estilísticas eram
combatidas por desvantagens práticas: um problema muitas vezes não resolvido residia no fato
de que nesses edifícios não estava claro como um lugar ideal era atribuído aos altares e à
comunidade dos fiéis. Colocar um dos principais elementos da igreja em um dos quatro braços
da cruz só poderia perturbar a simetria como um todo.”
Basílica de São Pedro no Vaticano
“Em 1505 resolve fazer uma basílica mais moderna de acordo com o espírito da época
que fosse um marco importante e apropriada para acomodar o seu túmulo e como tal a
forma principal é a planta centralizada.
Foi então celebrado um concurso para o projeto, existindo atualmente vários dos
desenhos na época elaborados, na Galleria degli Uffizi, em Florença. Bramante recebe o
encargo de desenhar a nova basílica. Os seus planos eram de um edifício centralmente
planificado, com um domo inscrito sobre o centro de cruz grega, forma que correspondia
aos ideais da Renascença pela semelhante relação com um mausoléu da antiguidade. Uma
sucessão de papas e arquitetos nos 120 anos seguintes participaram da construção que
culminou no edifício atual.
[…]
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Planta de Bramante:
“O que Miguel Ângelo faz altera a planta de Bramante simplificando-a. Edifício do séc.
XVI é um edifício de planta centralizada.
“Seguindo alguns método de Brunelleschi, Miguel Ângelo criou esta última cúpula, com
duplo casco, mas maior e mais peraltada, para dar a ideia de elevação. O tambor, mais alto e
circular, está organizado alternadamente por contrafortes tapados por colunas coríntias e pelas
janelas com frontões.”
No início do século XVII, adiciona -se uma nave e basílica pela alteração da liturgia, de
um espaço centralizado e cúpula para a hierarquização do clero – separação que não pode ser
conseguida numa planta centralizada.
Miguel Ângelo
Neoplatonismo – modelos retirados da natureza mas que não existem. O Homem ideal,
perfeito e belo que não existe. A filosofia platónica desenvolve a ideia de perfeição do belo –
caracter utópico. A beleza do pattos – da serenidade.
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Biblioteca Laurenziana
Vãos cegos – utilizados como venustas. Vãos de iluminação acima dos vãos cegos.
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“Coloca no interior do edifício elementos que estamos habituados a ver do exterior.
3 Faixas horizontais.”
Porta Pia
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“Miguel Ângelo transformou o cimo da Colina do Capitólio numa praça trapezoidal, com
três dos quatro lados delimitados por fachadas de palácios.
O Palácio dos Senadores situa-se no topo da praça. O Palácio dos Conservadores, que já
existia e ao qual Miguel Ângelo alterou a fachada, está á esquerda e o Palácio Novo ou
Mausoléu Capitolino á direita. Este tem um fachada igual á dos Conservadores. Ambos têm um
pórtico com pilastras lisas de ordem colossal, pequenas colunas jónicas de escalas diferentes e
um cornija encimada por uma balaustrada.
No centro da praça fica a estatua equestre romana de Marco Aurélio, em bronze, sobre um
pedestal (obra de Miguel Ângelo) e o pavimento de mármore apresenta desenhos de elipses
com losangos irregulares radiantes. A praça é ritmada por uma monumental escadaria.”
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“O novo urbanismo Miguel Ângelo é chamado para uma regularização que intervém
neste espaço, transformando-o numa praça monumental dentro do princípio de regularidade,
enfatizando os edifícios e uma intervenção sobre um espaço pré-existente.
“Foi ,inicialmente, obra de Sangallo que Miguel Ângelo concluiu, construindo o último
andar, a cornija de grandes proporções e a célebre monumental porta. A fachada, com 56
metros, contém janelas com edículas de proporções harmónicas, em paredes lisas. […], as
câmaras (ou quartos) comunicam entre si e através de corredores em forma de pórticos.”
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Janelas com colunas e uma trave. O piso superior com janelas com frontão curvo, reto
a marcar um ritmo criativo. Piso das grandes salas em recessão, onde o papa, o cardeal faz a
sua recessão famílias do Vaticano com as suas casas nobres no centro da cidade.
Cornija na parte superior muito forte lançada, projetada se aquele remate fosse ao
nível da parede. Cornija muito avançada exatamente para dar equilíbrio aquela fachada.
Pedras de armas passam a ser um elemento constante nas fachadas das arquiteturas.
Vai ser repetida à medida que o tempo avança, no centro do edifício (afirmação de sucessão)
Villa Fárnese
“Espécie de casa de campo, a villa que conjuga várias funções. Com os jardins em toda a zona
permitem a exploração agrícola e a gestão da mesma, fora dos grandes centros urbanos. (Esta
característica de grandes casas de campo nasce no séc xv com a Villa Medeia, fora de FFlorenç,
uma casa monumental com jardins e exploração agrícola pertencente aos Médici).
Os contrafortes suportam o piano nobile, com dois andares por cima, o que acolhe uma quase
completa villa de dois pisos, por si própria. As fundações da fortaleza pentagonal sobre as quais
assenta, as quais foram construídas na década de 1520 por Antonio Cordiani e Baldassare
Peruzzi.
Cada face do pentágono fica inclinada para dentro, em direção ao seu centro, para permitir
atacar o fogo numa suposta força de escalada, tanto do centro como dos bastiões avançados
de cada ângulo de canto da fortaleza.
A escadaria principal, ou Scala Regia, é uma graciosa espiral de degraus suportada por pares de
colunas jónicas que se elevam através de três andares, com afrescos de Antonio Tempesta.