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JUNDIAÍ
2023
1. Estudo de caso: Museu da Língua Portuguesa
HÍSTÓRICO
A estação da luz foi inaugurada em 1901, foi construída nos moldes da construção inglesa, se
tornando o principal hub de transporte de São Paulo. Seu tombamento é dado nas esferas
federal (Iphan), estadual (Condephaat) e municipal (Conpresp).
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/incendio-atinge-museu-da-lingua-portuguesa-no-centro-
de-saopaulo-6ry7nyfgffrua0ntnkrddlit1/
Em 1946 ocorreu o primeiro incêndio, destruindo a maior parte do prédio, passando por
um processo de reconstrução, e intervenção, alterando algumas características da sua
construção original onde foi feito o acréscimo de um andar em concreto armado que alterou a
volumetria e o sistema construtivo original de alvenaria portante. Sua reforma durou entre 1947
a 1951. Em 2001, o processo de alteração de uso do edifício foi iniciado, onde nos 3 andares
que anteriormente eram utilizados como escritórios administrativos, passa a ser preparado para
abrigar o Museu da língua Portuguesa, que foi inaugurado em 2006.
Em 2015 um segundo incêndio ocorreu, devido a um curto circuito como informado
pelas autoridades responsáveis. Em menos de 48 horas, após as chamas serem controladas, foi
realizado ações emergenciais com o objetivo de garantir segurança e preparar o conjunto para
os trabalhos de restauração e recuperação.
Figura 4 - Corte longitudinal
PARTIDO
INTERVEÇÃO
Fonte: https://revistaoe.com.br/museu-lingua-portuguesa/
Em setembro de 2017 as obras avançam para uma nova etapa: a reconstrução da cobertura do
Museu e a restauração dos pátios e seus torreões. Conforme recomendações dos bombeiros em
acordo com os órgãos de patrimônio, para a nova cobertura, optou-se por uma estrutura mista de
madeira, combinadas a cabos de aço, e telhas em zinco, conforme configuração original do
prédio.
Figura 7 - Nova cobertura
Fonte: archdaily.com.br
A madeira foi escolhida por ser um elemento seguro em caso de incêndios. Por queimar de fora
para dentro, cria uma camada isolante que retarda o colapso do elemento; diferente de estruturas
metálicas que derretem ao atingir determinadas temperaturas. Para isso, a seção estrutural foi
calculada considerando uma camada de 5 cm em todo o perímetro das peças, obtendo-se, assim,
a dimensão final das tesouras de madeira. Para a obra foram utilizados cerca de 67 m3, o que
correspondente a 89.150kg, de madeira certificada proveniente da Amazônia, do tipo cumaru.
Pavimento Térreo
No pavimento térreo é possível ver um dos primeiros ganhos do novo museu, a ativação
dos saguões da ala leste e oeste, localizados nas extremidades do edifício onde existiam pátios
de carga, sobre os pátios foi implantada uma cobertura de metal e vidro que não tocam no prédio
histórico, e de forma leve resolvem o abrigo dos visitantes antes de adentrar ao museu. Outra
grande intervenção realizada pelos arquitetos no projeto original foi o nivelamento do acesso
aos elevadores, procedimento possível, a partir do alojamento do poço de molas dos elevadores
no espaço dos arcos do nível subsolo, nos três saguões serão dotados de rampas paralelas à
fachada principal o quê, além garantir a acessibilidade universal para todos os visitantes, de
maneira democrática, aproxima o acesso ao museu do nível das calçadas.
Ainda no térreo na ala leste fica a entrada do público espontâneo e abrigará um café, na
ala oeste, entrada para o público agendado e grupos, contendo a livraria e loja; estes serviços
foram pensados para atender à cidade e ao museu de forma simultânea. decorativos da fachada,
uma solução engenhosa que preserva o patrimônio e resolve de maneira equilibrada a inserção
dos novos equipamentos.
Primeiro Pavimento
Na ala leste deste pavimento localiza-se a sala de exposições temporárias. Este espaço
foi configurado com a retirada de alvenarias não portante e divisórias, deixando visível a
estrutura de pilares e vigas de concreto. as de segurança para o desenvolvimento das exposições
temporárias. O local foi equipado com sistema de detecção de fumaça e rede de sprinklers,
extintores e hidrantes.
Na ala oeste, além das funções administrativas, o projeto também privilegia o uso e o
acesso público a estes espaços. Para atender uma premissa do LEED, todos os postos de trabalho
devem possuir luminária de mesa, como especificadas no projeto de luminotécnica e deverão
ser adquiridas, assim como todos os equipamentos e mobiliários administrativos, pela OS.
Fonte: https://www.youtube.com/@MuseudaLinguaPortuguesa
Segundo Pavimento
Este pavimento integra as duas alas do prédio, separadas pelo saguão central e seu
mezanino, com um salão linear de exposições, na face da fachada fundos, com 120 metros de
extensão e um pé direito baixo, de 2,67m sob as vigas da ala central e, portanto, possui um nível
a mais que a ala oeste. Em função das diferenças de nível de piso deste pavimento e das
diferentes necessidades de acústica, existem diferentes soluções de forro neste andar.
https://www.museudalinguaportuguesa.org.br
Na metade da grande galeria o visitante é surpreendido por uma pequena praça, chamada
galeria das influências, que se abre dando um respiro ao percurso. Neste Ambiente fica o único
acervo físico do museu.
Historia
A unificação do Museu do Ipiranga, Monumento à Independência e a Casa do Grito durante o
processo de tombamento iniciado em 1969 é que deu origem à criação da nomenclatu ra Parque da
Independência. Um dos objetivos do tombamento era, além de preservar a área,restaurar o local para as
comemorações do Sesquicentenário da Independência, em 1972.
O processo, no entanto, foi longo, com idas e vindas em várias repartições do poder público e, após muita
burocracia, enfim o Parque da Independência foi tombado somente em 3 de abrilde 1975 pelo Condephaat
(Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Turístico). Mesmo assim, o Parque conviveu com
o abandono por muitos anos. Em 1987, por exemplo, as arquibancadas que foram construídas em 1972 para
as comemorações do Sesquicentenárioda Independência tiveram de ser implodidas por falta de manutenção.
Em 1991, foi a vez de o Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico,
Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) tombar o Parque da Independência. Assim, mais um
órgão garantia a preservação paisagística e urbanística do espaço, além dos bens arquitetônicos,
valorizando o Ipiranga.
Depois, em 1995, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) também abriu o
processo para tombar o Parque da Independência. A decisão veio dois anos depois, e inclu iu o chamado
“conjunto do Ipiranga” composto pelo prédio onde funciona o Museu Paulista daUniversidade de São
Paulo (USP), inclusive seus jardins fronteiros e os bosques que o circun dam, pelo Monumento à
Independência, pela Casa do Grito e estende- se a todo o Parque da Independência.
Figura 15 - Monumento à Independência
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Monumento_%C3%A0_Independ
%C3%AAncia_do_Brasil
Antes liderado por coleções zoológicas e botânicas, o Museu passou a ser um acervo de História focado
nas tradições paulistas e nacionais sob a liderança do novo diretor, Affonso d'Escragnolle Taunay, na
década de 1920. Em 1950, o governo estadual decidiu criar um piso no subsolo, o que exigiu a remoção
de arcos para ventilação cruzada. Em 1969, o Museu foi integrado ao Monumento à Independência e a
Casa do Grito, formando o Parque da Independência, e foi oficialmente tombado pelo CONDEPHAAT
em 1975. Na década de 1990, uma segunda intervenção no subsolo piorou o bloqueio de áreas criadas
para permanecerem abertas, o que prejudicou a preservação das estruturas. Em 1991, o Conpresp tombou
o Museu, e em 1998, o Iphan tombou o Parque da Independência, garantindo o patrimônio cultural
tombado nas três esferas públicas. Ao longo dos anos, o edifício-monumento enfrentou problemas
estruturais, como infiltrações de água das chuvas e deterioração das paredes. Em 2013, o Museu foi
fechado ao público. Em 2016, um concurso nacional foi lançado para selecionar a melhor proposta de
restauro, ampliação e modernização do edifício, com o apoio de várias instituições e seguindo um
programa de necessidades elaborado pelas equipes do Museu Paulista.
PARTIDO
O novo Museu do Ipiranga terá o velho rosto de sempre, mas oferecerá uma experiência
mais inclusiva e segura. Os princípios gerais que configuraram a proposta, é o silêncio e a
discrição, pois a estratégia não é a de marcar a renovação estampando a face do novo, mas a de
experimentar de uma maneira nova o que já está lá, por meio de ressignificações, conexões e
percursos que os novos elementos propiciam.
As intervenções propostas avaliaram aspectos como racionalidade, funcionalidade e
viabilidade técnica; com respeito ao caráter material, estrutural, compositivo e documental do
edifício; trazendo inovações no projeto, com soluções estéticas e criativas; atendendo às
especificidades do uso e das soluções de circulação e acessibilidade; e adotando soluções de
projeto para a sustentabilidade ambiental.
Dois princípios fundamentais foram propostos: menos invasão da integridade física e
visual do edifício e a possibilidade de reverter a adição proposta. Desta forma, o open space no
topo da torre central foi reconfigurado para criar uma cobertura de vidro para a claraboia e inserir
um espaço para acomodar as novas salas de exposição e criar uma cobertura de pavilhão ao ar
livre sobre ela. Ao sul de seu corpo central serão preservados e restaurados todos os elementos
estruturais inseridos na torre de infraestrutura (escadas protegidas, elevadores, sanitários, poços
de instalação e áreas técnicas), bem como a cobertura original.
INTERVENÇÃO
Fonte: https://www.hf.arq.br/projeto/museu-paulista/
Fonte: https://www.hf.arq.br/projeto/museu-paulista/
O projeto complementar de engenharia foi iniciado pelo subsolo, que foi parcialmente
demolido para criar uma nova fundação. Uma vez apoiado o piso superior foi possível
prosseguir com os cortes para instalação da estrutura, organizada de modo independente das
estruturas do edifício monumento. Foi realizado eventuais reforços nas alvenarias, pisos e forros
a serem mantidos além da proteção de esquadrias, pisos, forros e demais elementos decorativos
a serem preservados.
Para atender às solicitações do concurso em relação a climatização, foi previsto um
sistema de água gelada para as áreas críticas (controle de temperatura e umidade) e instalação
de ar condicionado para as demais áreas de conforto. Para a instalação dos equipamentos que
compõem esses sistemas foram previstas áreas técnicas descobertas na cobertura do novo
núcleo infraestrutural, áreas no porão do Edifício-Monumento (sem interferência na ventilação
natural) e três espaços no interior da ampliação sob a esplanada.
Pavimento A – Subsolo
A construção do subsolo foi a mudança mais importante na construção do projeto, o
novo setor de recepção localizado na extensão sob a Esplanada foi projetado para melhorar a
interação das funções públicas previstas no programa. O edifício terá amplas janelas
envidraçadas que permitem a visualização do chafariz e do ambiente exterior, à volta do grande
hall central, áreas de atendimento ao público, bilheteiras, salas educativas e universais, acesso
a exposições e um auditório com capacidade para 200 lugares, área de descanso, loja, café e a
boca do túnel que realiza a conexão com o Edifício-Monumento.
Fonte: https://www.hf.arq.br/projeto/museu-paulista/
Pavimento D e E – Torres
Para viabilizar a articulação em nível dos espaços existentes nas torres Leste, Central e
Oeste, foram adotadas duas soluções distintas. A reforma do perfil das coberturas instaladas nas
alas laterais possibilitou a colocação de discretos corredores cobertos que também conectam as
salas e também são galerias de exposições.
Figura 20 – Pavimento D
Fonte: https://www.hf.arq.br/projeto/museu-paulista/
Fonte: https://www.hf.arq.br/projeto/museu-paulista/
O atravessamento da torre central se realiza através do recinto existente sobre a
circulação do primeiro pavimento posicionado entre o forro do Salão Nobre e as claraboias da
escada monumental. Substituindo os travamentos em “X” existentes por quadros metálicas, é
possível uma passagem longitudinal, fazendo uma ligação ponta a ponta.
Figura 22 - Pavimento E
Fonte: https://www.hf.arq.br/projeto/museu-paulista/
Fonte: https://www.hf.arq.br/projeto/museu-paulista/
Fonte: https://www.hf.arq.br/projeto/museu-paulista/
Pavimento F – Cobertura
Todas as coberturas do edifício-monumento foram redimensionadas e adaptadas a novas
funções, mas continuaram a preservar a mesma linguagem e materialidade existentes, já
consagradas na identidade do edifício, dadas as suas características históricas e estilísticas. As
novas coberturas serão estruturadas por elementos metálicos apoiados nas alvenarias existentes,
aproveitando-se o mesmo leito de apoio anteriormente utilizado. As novas coberturas são
construídas com elementos metálicos apoiados na alvenaria existente, utilizando a mesma base
de apoio que era utilizada anteriormente. As novas calhas são colocadas ao longo das superfícies
internas das arestas existentes e são redimensionadas de acordo com as necessidades atuais de
captação de água pluviais do conjunto de telhados.
Fonte: https://www.hf.arq.br/projeto/museu-paulista/
Saídas de emergência e segurança contra incêndio
Nesta configuração, o edifício passa a contar com cinco unidades de passagem
protegidas que podem receber até 1.500 visitantes ao mesmo tempo (excluindo o anexo sob a
Esplanada). A solução foi adicionar apenas uma nova escada protegida ao pórtico central do
edifício, e adaptar as escadas caracol existentes às torres leste e oeste, e nas escadas existentes,
instalar portas corta-fogo. na nova escada central, será utilizado um sistema de caixilhos corta-
fogo que proporciona luz natural no seu interior e a transparência em todo o percurso, criando
um intenso diálogo visual com os elementos existentes. Todos os ambientes deverão possuir
sistema de detecção e alarme de incêndio.
Fonte: https://www.hf.arq.br/projeto/museu-paulista/