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GRUPO: Bianca Menezes Muylaert (Sub B) Matheus Bonacin Gammarano (Sub D).

CADEIA EPIDEMIOLÓGICA E ANÁLISE DA TAXA DE LETALIDADE DA


DENGUE NO BRASIL E NOS ESTADOS

Tabela 1: Taxa de letalidade pela dengue nos últimos 3 anos pelo Ministério da Saúde (DataSUS).
Anos de óbito de casos notificados de dengue
Regiões 2019 Tx. Letal 2020 Tx. Letal 2021 Tx. Letal
Norte
n° óbitos 3 10 16
Casos notificados 36118 0,008% 23.783 0,042% 40595 0,039%
Nordeste
n° óbitos 49 27 34
Casos notificados 214245 0,023% 150605 0,018% 130426 0,026%
Centro-oeste
n° óbitos 145 118 62
Casos notificados 236687 0,061% 197984 0,060% 112244 0,055%
Sudeste
n° óbitos 298 111 61
Casos notificados 1019992 0,029% 300512 0,037% 183366 0,033%
Sul
n° óbitos 18 126 34
Casos notificados 49546 0,036% 279625 0,045% 65180 0,052%

A taxa de letalidade da dengue é um indicador que reflete a qualidade da atenção à saúde


prestada aos casos graves de dengue, como a Febre Hemorrágica da Dengue, Síndrome do
Choque da Dengue e Dengue com Complicações e como os serviços de saúde se organizam
para atender estes casos (Vigilância Sanitária, 2022). Pela análise da taxa de letalidade dessa
doença nos anos de 2019 a 2021, percebe-se que na região norte, em comparação com as outras
regiões, houve baixa letalidade pela dengue, mas também isso pode ser justificado pela menor
quantidade de habitantes dessa região.

Taxa da letalidade da dengue nos últimos 3 anos


0,070%

0,060%
Taxa de letalidade

0,050%
Norte
0,040% Nordeste
Centro-oeste
0,030%
Sudeste
0,020%
Sul
0,010%

0,000%
2019 2020 2021

A letalidade da dengue está associada à demora na identificação e no tratamento da


doença. Nos últimos anos, ainda sob efeito da Covid-19, pacientes que estavam
seguindo o isolamento social podem ter levado mais tempo para buscar assistência
médica, e muitos podem ter recebido diagnóstico impreciso por conta da vigência de
outra doença com sintomas parecidos. Também diminuiu significativamente o número
de campanhas de conscientização sobre a dengue e, por isso, muitas pessoas
esqueceram de vistoriar suas casas em busca de focos de água parada. Também, com
o distanciamento social, agentes de endemias não estavam autorizados a visitar
residências para ações de prevenção, fundamentais para relembrar moradores da
importância de eliminar criadouros do mosquito. Esses números podem diminuir a
partir deste ano com as dinâmicas da sociedade se assemelhando ao período pré-
pandêmico. Porém, isso apenas acontecerá se também recuperarmos nossas ações de
conscientização acerca do Aedes aegypti. A transmissão da dengue é um processo
complexo e preocupante devido ao impacto significativo que essa doença pode ter na
saúde pública. A disseminação da dengue é exacerbada por fatores como urbanização
rápida, aumento das viagens internacionais e mudanças climáticas, que podem
expandir a área de habitat dos mosquitos vetores. Além disso, a presença de quatro
sorotipos diferentes do vírus da dengue torna o controle e a prevenção desafiadores,
pois a exposição prévia a um sorotipo pode influenciar a gravidade da infecção por
outro. Portanto, entender o processo de transmissão da dengue e implementar medidas
eficazes de controle, como eliminação de criadouros de mosquitos, uso de repelentes
e campanhas de conscientização, é de vital importância para reduzir a incidência e
minimizar os impactos da dengue na saúde das comunidades afetadas (Normas e
Manuais Técnicos, 2005).

Centro-
Norte Nordeste oeste Sudeste Sul
2019 0,008% 0,023% 0,061% 0,029% 0,036%
2020 0,042% 0,018% 0,060% 0,037% 0,045%
2021 0,039% 0,026% 0,055% 0,033% 0,052%
A Região Norte do Brasil possui condições climáticas que favorecem a proliferação do mosquito
Aedes aegypti, tornando-a suscetível a surtos de dengue. Entretanto, sua densidade populacional
é relativamente menor em comparação com outras regiões, o que pode limitar a disseminação da
doença.

No contexto da dengue, a Região Nordeste é uma das áreas mais impactadas no Brasil. O clima
quente, associado a uma população densa e desigualdades socioeconômicas significativas,
contribuem para a elevada transmissão da dengue nessa região, além de uma considerável taxa de
mortalidade. Além disso, a ausência de saneamento básico em algumas áreas agrava ainda mais
a situação.

A Região Centro-Oeste também enfrenta desafios consideráveis relacionados à dengue. O clima


tropical e o rápido processo de urbanização contribuem para a alta taxa de mortalidade na região.
Um fator adicional que agrava essa situação é a ineficácia no controle do vetor.

No Sudeste, observa-se a taxa de mortalidade mais elevada, o que aponta para uma maior
gravidade da doença nessa região. Isso pode estar relacionado ao grande número de casos de
dengue em estados com alta densidade demográfica, como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas
Gerais.

A Região Sul, por sua vez, exibe a menor taxa de mortalidade, sugerindo que a dengue tem um
impacto menos severo nessa área. Isso se deve, em parte, às condições climáticas menos
favoráveis para o mosquito vetor e à menor densidade populacional em comparação com outras
regiões.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico,


Brasília, v. 53, n. 20, p. 1-37, mai. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-
de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-vol-
53-no20. Acesso em: 14 set. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Normas e Manuais Técnicos:


Guia de Vigilância Epidemiológica, Brasília, n. 6, p. 231-253, 2005. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Guia_Vig_Epid_novo2.pdf. Acesso em: 14 set.
2023.

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