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Jo

PELO PKOFESaOR

AFRO DO AMARAL FONTOUllA

IS.a EDIÇAO
\
no
P O ^°®'®S30R

15 a
EDIÇAO
A
V

PSICOLOGIA GERAL

(jKMAT
DIOIIALIZADO

rsieolysU Geriii ~ Cîû- 1


BIBLIOTECÂ D I D AT I C A BBASILEIBA
S é r i e I — A E S C O L A V I VA — Vo L 4 . °
SOB A DIREÇÂO DO PROP. AÎVÎARAL FONTOURA

Psicologia
Géra
PARA AS FACULDADES DE FILOSOFIA,
E S C O L A S D E S E RV I Ç O S O C I A L E D E
ENFERMAGEM, INSTITUTOS DE
EDUCAÇAO E ESCOLAS NORMAIS.

15» EDIÇAO

19 6 7

Grâfica Editôra Aurora, Ltda.


Rua Prel Caneca, 19 — ZC 14
Calxa Postal 5.302 — ZC 58
,.. Rio de Janeiro, GR.
OBRAS DE AMARAL FONTOURA

I ) F A B A A " B I B L I O T E C A D I D AT I C A B R A S I L E I R A "

S é r i e I — A E S C O L A V I VA :

1. volume 1°:
"FUNDAMENTOS DE EDUCAÇÂO"
(um volume de 384 pâginasj. Bditôra Aurora; Rio.
l.a cUiçilo — 1S49 ediçttO — 1957 7> edicûo — 1905
a ediçûo ISali 5.® edtçào — 1960 jj.® edlg&o —
U.a ediçûo — 1954 0.® edic^o —

2 . Volume 2.^:
-SOCIOLOGIA EDUCACIONAL"
(um voiume de 432 paginas). Editôra Aurora; Rio.
13.® cdlçao 1965
1,® cdic&o — 1951 7.® ediçao — I960
8.® edicio — 1962 14.» ediçio 1966
edlçûo — 1953 . 1966
fl.» ediçio — 1963 15.® ediç&o
odiçAO — 1954
lO.* ed'çûo.- 1866
4 a odicûo — 1956 10.® ediçào — 1964
6.® odicao — 1957 11 . ® o d i ç i o — 1 9 6 4

U.® ediyfto — 1959 12.® ediçAo — 1965

3 . Vo l u m e 3 . ® :
"METODOLGGIA DO ENSINO PRIMARIO"
(um volume de 480 pâginas). Editôra Aurora; Rio.
7.® edlçao — 1961 IS.® ediçao 1965
1.» ediçao — 1955
8.® ediçao — 1962 11 . ® e d i ç a o 1966
2.® ediçûo — 1957
9.® ediçao — 1963 15.® ediçao 1966
3.® ediQÂO — 1957
10.® ediçao — 1964 16.« ediçào 1966
4.® edicao — 195S
5 ® ediçao — 1959 11 . ® e d i ç û o — 1 9 6 4

6.® cdicao — 1961 12.® ediçûo — 1965

4 . Vo l u m e 4 . 0 :
"PSICOLOGIA GERAL"
(um volume de 480 pâginas). Editôra Aurora; Rio
6.® ediçûo — 1963 11 . ® e d i ç û o ' 1965
1.® ediçûo —— 1957
7.® ediçûo — 1964 12.® ediçûo ' 1966
2.® cdlçao — 1958
3.® ediçûo — 1960 8.® ediçûo — 1964 13.® ediçûo 1966

4.® ediçûo 1962 9.® ediçûo — 1965 14 * ediçûo • 196Î


5.» edigûo — 1962 10.® ediçûo 1965 15.® ediçûo 19CT

Hiq de Janeiro Qp s-- 190767


Volume 5.0:
10. Volume 10.^:
Pslco^g™a™enmS^
(um.voulme^de_52l pâgu
!asf Crlança, ".MANUAL DE TESTES"
(um volume de 432 paginas). Èditôra Aurora; Rio.
a-» edSo _ Jggg 3 »•i>eedlçao
dçlao—~11961
961
l.e edlçao — 1960 2.e edlçAo — 1964 3 e odlçao — 1966

6." edlçao ~ 1953 30i'pàlï^i AU- 11 . Volume ll.o;

edlçào ^ 19R. edlçao — igc? " D I D AT I C A ESPECIAL DA 1.» SÉRIE"

8 edlçao - 1964
» edlçao 10-®
1964 edlçao~ - 1966
®^'Câo iggc " ' ' ~~
" 19d6 (um volume de 384 pâginas). Editera Aurora; Rio.
1 • edlçao — 1968 3.e edlçao — 1906 4.e edlçao — 1066
Volume go. 2.» edlçao — 1964

PRÔXIMAS PUBLICAÇÔES:
p.ioologia da Vo l u m e 1 2 . 0 " i n s t l t u i ç ô e a E a c o l a r e a " .
• edlçao -, 1954 — 1965 Vo l u m e 1 3 . 0 ' o r g a n l z a ç a o e A d m l n l s t r a ç a o d a E s c o l a P r l m & r l a " .
• edlçao,, 1954 ®^'Sâo„ igge ecUçûo - i^e Vo l u m e 1 4 . 0 « N O B s a E x p e r l ê n c l a d e £ d u c a ç & o R u r a l " .
Vo l u m e I S . o " N o TO s H o r i z o n c e s p a r a a E d u c a ç & o R u r a l " .

Vciume 7.0. "■^"•^''^0-1966 Vo l u m e 1 8 . 0 " D l d & c i c a d a S s c o l a N o r m a l " .

Série II — LEGISLAÇAO BRASILEIRA DE EDUCAÇAO:

SSeS "83 edlçao^,Q-. 7.« 7.«eedlçao


( — 1966
12. Volume 1:

"DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇAO NACIONAL" —


Vol^eso; Interpretaçâo e comentârlos à Lei n.° 4.024, de 20 de
dezembro de 1961 — (Um volume de 560 paginas).
Editôra Aurora; Rio.

Aurora; Rio, l.a edlçâo — 1962 2.« edlçao — 1966

9-°: *■* edlçao .

voimÎL^ERALD-â & i v i
2 »e d l lçoa os i paginas) Série ni — UVROS TEXTO PARA CRIANÇAS:

-s-»"*^1884
e:-«-r»:^Aurora;R,„.
edlçao ■"■ 1365 «dlçao- ' 1956
13. Volume 1 :

"' e. eUiçao"~~^'^^8
" ^ 1 9 6 5 ' eecliçao-
dlçao, ■ 1966 " AV E N T U R A S D E L A L A E L O L Ô "
1966 (Cartilha pelo método de paiavraçâo)
odiçâo- •196T
"""• <!« a. 1* edlçao — 1963 3.a edlçao — 1964 5.a edlçao — 1968
®^Ç4o. a.o edlçao ~ 1963 4 a edlçao — 1965
i) OUÏRAS obRAs DE aMaraL FONTOUÔA
"• SOCIOLOGIA" _ Livrarla do Globo;

S . « s d l S—
2.' ediQio _ 19,2 eaicâo l l o1944
-1943
À CLÊO.

minha querida espôsa,


ECONOMIA NACIONAL" —

_ Editera
Soclologia, EconoMa e Poiitica) referente à
PàSnia^^âô
tra®G?oS°;ÎP^'"mvoulmede524
y edicao-:Q48 3 » edlcSo — 1955
edlçao —1953
.4-* eaicao — 1961

' SaoCAMFO"
Paulo__1949
pfi} - revista "Serviço

"INTRODUCAn
Rio, SOCIAL" Editera Marcel
• Editera Aurora, Rio.

3,. edieao - 1999

"^-RPECTOs da vrn 4s Escolas Normals de todo


^d^in; Ediçâo
&VIOr oficial,
t Ofini
oV a• ^•volume
f 'd'di
1950
- (^ deefeito
(Um P286r e -
paie
pagi-
BrasU, que desejem tornar
mais VIVO e mais ATIVO a
prépara das futuras proies-
sôras.
ORAÇAO PARA OS EDUCADORES
S E N H O B !

Fazei de mim um instrumente de vossa paz:


Onde houver édio, que eu leve amorî
Onde houver ofensa, que eu leve perdào!
Onde houver êrro, que eu leve a verdadeî
Onde houver dùvida, que eu leve a féî
Onde houver desespéro, que eu leve a esperança!
Onde houver trevas, que eu leve a luzî
Onde houver tristezas, que eu leve a alegria!

Fazei, Senhor, que eu nâo procure tanto:


Ser consolado, como consular;
Ser compreendido, como compreender;
Ser amado, como amar;

Pois é dando que recebemos,


£ esquecendo-nos que nos encontramos,
£ pcrdoando que somos perdoados,
É morrendo que ressuscitamos para a Vida Etema!

(Sâo Francisco de Assis)


Indice Gérai

Obrai de AUAEAL PONTOUBA



Dedlcatôrla
11
Oraç&o para oe educôdorea
13
Indice eeral
1 7
Indice de teates
1 8
Indice de gravuraa

11
Introduçûa — POR QUE FAZEM03 AS COUSAS
Par&grafos | Pig.
Capitules
1 a 8 33
I) PSICOLOGIA: CONCEITO,
Hlatôrlco. O eaquema 8 «• ^
Psicologla. Palcologla Experimental e Palco-
técnlca. A intellgencia dos animais. Apll-
caçdes pedagôglcaa.
0 a 16 I 40
n) MÉTODO E E8COLAS EM * * "
Introspecçfto. Inquérltos e
pslcolôglcos. A màqulna que registre tudo.
ApllcaçOes pedagôgtcas.
m) o SISTEMA NERVOSO: BASE FISICA DOS 17 a 36 I 71
FENÔMENOS PSÏQUICOS '''

Sesteslo Gl&ndulas de aecreçfio In-


"rai^'A p"co-Semàtlca. ApUcaçOeg pedagô-
glcaa.

IV) CONSCIÊNCW „Er oCONUU


N D U TA : C O N S C I E N T E ,
. 27 a 40 I 103
sub-consciejOT
Os ''o'®, ™",°^eundo a Paicanâllse. Con-
A oonsclêncla narco-anâllse. O
"1» »ert»a="- ■ F°nn" "•
ApllcaçOes pedagôglcaa. l

î, rmcôEs oEKAis 41 a SO I 131


t
Ate^îo e dWraçSo- *api'im° \
e x p e r. . n = > a , .

«« ^TOAIS DA CONSCIENCIA; U) SI a es t 185


I
VI) FUNÇôES GERAIS «
A MEMÔBIA •••••••■ "j^pgjo jifl memôrla.
os desmemo^ûos- importancla do
Verballsmo e P|5®|gquecemoa nada. Apli-
14 afro do amaral fontoura PSICOLOGIA GERAL 15

VII) FUNÇOES GERAIS DA CONSCIENCIA* ni) XVI) I N C L I N A Ç O E S E PA I X O E S 182/175 351


A ASSOCIACAO DE IDËIA8 Classlflcaç&o das incllnaçôea. a pai.xfio em
Lels da a58oclaç4o. A corrente da conaclôncla. beta os sentldos e leva ao fanatisme. Gran*
66 a 74 181
O caleldoscdplo. A mnemo-técnlca O3 "cen- des palxOes govemam o m\mdo. Os tlpos
teos de intéressé". Apllcaçôes pedagôglcaa. passionals. Apllcaçôes pedagôglcaa. Exerci-
Testes de assoclaçâo. olus e cxpcrlënclos.

FENÔMENOS PSI- OS FENÔMENOS AT I V O S :


75 a 84
toposslblildade de uma ôtima claâsincaçfto! 201
176/189 371
4 cl^lflcaçOea dlferentes... As Ixmcôea XVII) OS AT 0 8 REFLEX08
pslqulcas e a pepsonalldade. M e c a n i s m o d o s r e fl e x o s . S u a c l a s s l fl c a c & o .
R e fi e x o e c o n d i c l o n a d o s . O c a c h O T T O d e
PAW L O W. A p l l c a c ô e s p e d a g ô g l c a a : O s r e f l e
08 FENÔMENOS INTELKCTTVOS: xos na orlnoça. Os reflexes e o aprendiza-
gem. Testes e experlgnclas.
Œ) A SENSAÇAO
Os 10 ôrgftos dos sentldos. O Ôl'ho'é'a mÂ* 85 a 93 217 xvm) os ATO S IN8TINTIVOS
190/106 393

O Inatlnto é Inato A incrfvel perfelcfio dos


Berna retfatos. Lels das sensaçfies Cl- Insctos. Marovllhae das abelhas e das forml-
gas. Apllcaçôes pedagôglcaa. Exerciclos e ex-
perlênclas.
X) A PBRCEPÇAO
200/210 4 11
84 a 105 241 X I X ) O S AT O S H A B I T U A I S
G bâblto é uma segunda natureza. ITâblto de
tomar veneno. Os -tics" nervosos. O hâblto
embota a senslbllldade. Apllcaçôes pedagôgl.
XI) A IMAGEM cas. Testes e expeiiénclos.
2 11 / 2 2 1 I 4 3 9
m
lgrande
ag
' eSconsoladora
^!'0 eWetSl o^®^' 106/113 267 X X ) o s AT O S V 0 L U N TA R I 0 8
O poder da vontade. Os condutores do mun-
Testes e experiênc?M. Pelagigicas. do Fases do ato voluntirlo. Os rotiaelros. os
abisilcos. os Irresolutos. os irrefreâvels Apll
Xn) IDêIA. JUIZO e RACinrrw/k caçôes pedagôglcns. A educaç&o da vontade.
Mecanismo da Ideacfto Exerciclos e experifinclss.
114/126 283
foVTi ° "«O'ÎMO: A éT°;J
logo A é o Abu/.« « * e B. ora B * n XXI) A LINGUAGEM
222/236 459

« eiperienclas. Pedagôgicas. Tested Os slnals e a linguagem. Orlgem da llngua-


gem. Os centres cerebrals da linguagem. O
verbalisme. Apllcaçôes pedagôglcas: formaçfio
OSFENOMENOSAFETV
I OS- da linguagem na crlança. Testes e expe-
nencias.
M) ^AZER E DESPRAZEH 477
Bibllografla gérai
187/140
gôglcaa. Testes e pettoi 299

^nv) AS emoçôes
^*V1S1 1 ai5
ApHcaçdes Pedag^S^Tes^^f^tlSr
*V) 08 SENTlMEî^os
JS, "'«tamoV-- 15V161 337
Indice dos testes e experiências propostos

Pâg.

1 . Te s t e s e e x p e r i ê n c i a s s o b r e a AT E N Ç A O 1 4 9
2 . Te s t e s e e x p e r i ê n c i a s s o b r e a M E M Ô R I A 1 7 1

3 . Te s t e s e e x p e r i ê n c i a s s o b r e A S S O C I A Ç A O 1 6 9

4 . Te s t e s e e x p e r i ê n c i a s s ô b r e S E N S A Ç Ô E S 2 3 6
5. Testes e experiências sôbre PERCEPÇÔES 261
6 . Te s t e s e e x p e r i ê n c i a s s ô b r e I M A G E M 2 8 0
7. Testes e experiências sôbre IDÉIA, JUIZO E RA-
CIOCINIO • 297

8. Testes e experiências sôbre PRAZER E DESPRAZER 313


9 . Te s t e s e e x p e r i ê n c i a s s ô b r e E M O Ç Ô E S 3 3 4
1 0 . Te s t e s e e x p e r i ê n c i a s s ô b r e S E N T I M E N TO S 3 4 8

11. Testes e experiências sôbre INCLINAÇOES E


PA I X O E S • 369

1 2 . Te s t e s e e x p e r i ê n c i a s s ô b r e R E F L E X O S 3 9 0

1 3 . Te s t e s e e x p e r i ê n c i a s s ô b r e I N S T I N T O S 4 0 7

14. Te s t e s e experiências sôbre HABITOS 434

15. Te s t e s e experiências sôbre V O N TA D E 454

1 6 . Te s t e s e e x p e r l t e c l & s s ô b r e L I N G U A G E M 4 7 3

Pfllcoiogia Goral — Cad. 3


tndice das Gravuras P O R Q U E FA Z E M O S C O U S A S ?

PA N O R A M A H U M A N O
Fie. T I T U L O P A G . Flg. T l T t J L O P A G .

Voce, meu leitor, jâ se deu ao trabalho de parar para


1. Inteltgêttcla dos animals 33 33. Te s t e dc lembrar Unhaa . 179
2. Catzs-teste para animals 35 34. As bolas na cabeça 184 contemplar a multidâo apressada e atarefada nas ruas?
3. Idem, Idem 35 35. Formaç&o da assoclaç&o de Uns vâo para lâ, outres vêm para câ, entram nas casas,
4. O macaco e oa calxotes 37 Idélas 185 saem, falam, discutem, correm, tomam o ônibus... For
5. Pslcotécnlca: o tdmo .. 39 36. Uma boa corrente 188
8. Idem — O martelo .... 39 37. Assoclaçfio dlreta e dlfusa 191
quê? — Que objetivos tem essa gente sempre apressada,
7. Idem — O pnimo .... 39 38. Tipos pslcolôglcos 213 sempre correndo, sempre esbaforida?
8. Idem — A balança .... 39 39. O ôlho e a mâqulna de re-
9. Idem — quanto pesa o cai- tratOB 222 Depois, observa as criaturas em suas atividades: o
xote? 39 40. Osml-esteslômetro 228 pedreiro colocando tijolos na parede, a mocinha atenden-
10. Idem — Aculdade visual . 41 41. Esteslômetro de WEBER . 228 do a freguesia no balcâo da loja, o quîmico no seu labo-
11 . I d e m — O t r e m d g r a f o . . . 42. Lel de WEBER e FECH-
12. Pneumôgrafo
43
62 NER 230
ratôrio, o jornalista escrevendo interminàvelmente...
63 43. AlteraçOes das sensacfies 232
12-A Ta m b o r de MAREY
64 44. Triste e alegro 248
Enquanto isso, mâes cuidam de seus filhos peque-
12-B Qulmôgrafo
1 3 . E s fl g m d g r a f o 65 45. Mercedes 248 nos; senhores graves passam o tempo discutindo sobre
14. Fotopolfgrafo de DARROW 67 46. Letras de sombra 250 politica, automôveis velozes cortam as ruas. E ainda hâ
15. Slstema nervoso 73 47. O paralelogramo 252 os que, nesse mesmo momento, estâo rindo ou choran-
48. Os dois trapézlos 253
1 6 . Vi s t a g e r a l d o s l s t e m a p e r -
49. A cartels 253
do;. amando ternamente ou odiando com ferocidade; os
VOBO 76
17. O encéfalo 77 50. 6 ou 7 CUbOB? 253 que rezam e os que praguejam; os que assaltam e assas-
13. O cérebro 79 51. O sOldado e a crlança .. 254 sinam e os que lutam, nos hospitals, para salvar a vida
10. Pombo sem cerebelo 82 52. Ob perflB e a taça 256 de desconhecidos...
20. A medula 83 53. O taqultoflcôplo 259
21. Corte da medula 85 54. O eldetlsmo 274 Contemplando êsse imenso panorama humano, esse
2 2 . A r c o r e fl e x o 86 55. Mâqulna de medlr menti vaivém continuo, leitor amigo, pergunte a si mesmo:
23. Slstema slmp&tlco 90 ras 329 — que quer, afinal, essa gente tôda? For que agem as
56. £ verdade? 331
24. As locallzaçfies cerebrals . 95
66 57. Ê mentira? 331
criaturas tâo diversamente? For que uns trabalham para
25. Idem, Idem
2 6 . A t r o fl a d a t l r o l d e 98 58. O arco r e fl e x o 379 construir e outros para destruir o que aquêles fizeram?
O câo de PAW L O W 384
27. Atençfto focal e franjal . 140 1 39. Em suma, por que fazemos as causas? — For que te-
149
I 60. Aparelho para medlr re
2 8 . Te s t e d e B O U R D O N . . . .
fl e x o condlclonado 386
mos esta ou aquela conduta? — Que misteriosos fenô-
2 9 . Te s t e d c l e t r a s p a r a r l s c a r 150 1
3 0 . Te s t e s : c l r c u l o s e c n i z e s . 1 5 3 Oa lablrlntoa 432
menos se passam em nossa aima, em nossa consciência.
1 61.
' 175
3 1 . Te s t e d e B E R N S T E I N . . . . 1 62. Os centros cerebrals da que nos levam a fazer isto ou aquilo, a trabalhar ou
32. Idem. Idem 176 llntnmeem I 468 brincar, a amar ou odiar, a 1er ou dar pontapés?
afro do amaral fontoura PSICOLOGIA GERAL 21

20
conhecimento de Psicologia é como um pedreiro que nâo
DA PSICOLOGIA
lVfiO
' BTANCIA conheça o barro, é como o motorista que nâo conheça o
motor de seu automôvel: trabalham mais ou menos às
. « riência que estuda tôdas essas cousas, cegas.
pois beni- conduta humana, com a aZma, com
aue se ocupa f^/^^cOhOGlA- A VOZ QUE CLAMA NO DESERTO
aconsci
t elaênci
aj^/q^^sçonde
q"® uilo? É a a esta
P«c pergunta;
ol°pa quem nos_ por
ensque
ina Saber por que a criança faz isto ou aquiio; por que
fazemos isto da conduta humana. o aluno se porta desta ou daquela maneira; por que êste
a conhecer joâozinho, men aluno, às vêzes res- método é melhor do que outre; que cousas se pode en-
For rà^perguntas que Ihe faço; mas de outras vê- slnar às crianças, em cada idade, e quai a melhor forma
^nadH-esPoSIefica"emburado"numcano
t.1 de fazê-lo: — tudo isso é PSICOLOGIA. Sem Psicologia,
0 professor nâo é professor; — é repetidor de matérias, é

verificamosrSïïS'ïïwSï.gî'SV'
gramojone, como diziamos antigamente, ou vitrola, como
se P conoseo hâ 30 ou 40^f chamamos agora, que se liga e deixa falar sôzinha. É
lembrarmo-no ^ gj 2 anos de idade' s\ » , mâquina de falar. É, como se diz no Evangelho, a vos
atrâs, 4) Quanto tempo que clama no deserto.
pode matar. pvterior para chegar afp ïv»- Com o domlnlo da Psicologia, o professor ajuda a
formar espiritos, a desenvolver culturas, aperfeiçoar ca
ractères, ou, numa palavra, a FORMAR HOMENS.
-»» r,ir?oV. D I D AT I C A D A P S I C O L O G I A N A E S C O L A N O R M A L

Mas, para atingir ta! ideal, a Psicologia nâo pode


ser uma matéria que o aluno da Escola Normal decora,
Za^nl
tesiê
tenci
nhaa
m. cE
onsétani'^
teP^rtanti sm
contato cosim
asoenZa
ïyfv=toT"
u°® guarda e répété automàticamente. Ao contrario, tem
^Tms ^os estadsi tas, os médci os, os sacerdotéf n que ser um trabalho constante, uma forma de ativida-
de, um método de trabalho. A finalidade do ensino da
tSs soca
i si , e, sobretudo, <« PROPESSÔRES Psicologia na Escola Normal nâo é fazer com que a alu-
0 professor maneja essencialmente, criatùrn^ t. na "conheça muitos pontos de Psicologia", mas com que
nanJ essa é a "materia prima com que êle trah.i^"' "aprenda a manejar as crianças e a ensinar da melhor
Tcriaturas em formage, isto é, naquela idade forma posslvel".
masi se dexi am ni fu
l enca
i r pea
l sm
i pressôes, petl Para isso, a cadeira de Psicologia nas Escolas Nor
recebida. ^^eçâo mals précisa ter um cunho muito vivo, multo ativo. As
Maiis professôres, como maus pais, po^eiv,
preleçôes do mestre, que sâo, sem dùvida nenhuma, mul
individuo em formaçao penosas «upressôes ^ to importantes, nâo devem ocupar o tempo todo, mas
da vida! Por tudo isso, o estudo da Psicoioffia deixar bastante espaço para o trabalho pessoal do aluno,
damental para 0 magisteno. Um professor fun-
sein um bom a pesquisa, a confecçâo de fichas, relatôrlos e âlbuns, a
22 AÎÎIO DO AMARAL PÔNTOtîlA CAPÎTULO I

discussâo, 0 debate, o semlnârio, a visita, a prâtica com Psicologla: Concetto, Objeto, Divisâo
alunos das séries primârias, os exercicios e experiências,
os testes.

LABORATÔRIO DE PSICOLOGIA Ficha-resumo:

A fim de dar ao ensino de Psicologla esse carâter di-


nâmico, objetivo e prâtico, é indlspensâvel que em cada
Escola Normal haja um Laboratôrio de Psicoloaia nâo §§
com aparelhos compUcados e caros, mas corn estas cou- 1) ESBÔÇO HIST6RIC0
sas simples: fichas, àlbuns, testes que exieem aoena^ 1) Anti^idade: a Psicologla como capitulo da Filo-
papel e lapis, grâficos. desenhos. ^ s o fi a .
Nas paredes da sala-laboratôrio ficarâo em nnntr» 2) Atualidade: a Psicologla como ciência positiva e
grande, desenhos e grâflcos tirades de livrés ?omo os objetiva.
n^erosos modèles que sugerimos neste compêndio A 3) Psicologia cientifica e filosôfica.
sala servirâ amda, mais tarde, para exames 4) Evoluçâo do conceito de Psicologia:
de au
l nos, para estudo de cra
i nças-probe
l maf etc Estudo da aima )))^ > estudo da consciên-
cla estudo do comportamento^—estudo
da conduta.
NON NOVUM SED NOVI 5) Esquema do comportamento:
S R
(todo estimulo produz uma reaçao)
6) Esquema da conduta:
S E ,
detatrrr'chamando fatenf'd'"' (o estîmulo produz uma reaçao variavel segundo
a estrutura mental do individuo)

2) O TÊRMO "PSICOLOGIA"

Foi crlado por GOCLENIUS, de Marburgo, em 1590,


Antigamente era usado o têrmo "Pneumatologia".

ze (aplicaçâo
zendo ™m^^ professôres
de testes nnpcf-i/f^^ ^ estào fa-
3) DEFINIÇOES DE PSICOLOGIA
1) "Estudo clentîfico da vida mental"
2) "Estudo dos fatos da consciência"
3) "Ciência de comportamento"
4) "Estudo da conduta"
5) "Estudo da aima"

4) OBJETO DA PSICOLOGIA

S?™™
Copacabana - Rio à t
A aima > A consciência > A conduta.

^'«"0 da OuanTba'^^ (continua)


24 AFRO DO AMARAL FONTOURA

Ficha-resumo (conclusâo):

5) D1VISÂ0 DA FSICOLOGIA

1) PSICOLOGIA GERAL 5 1.0) ESBÔÇO HISTÔRICO


Estudo geral das escolas, métodos e dos fenôme
nos psiquicoa. 1.1.) Antiguidade: Fsicologia e Filosofia
r a) Intelectlvos;
Fenômenos: b) Afetivos;
c) Ativos.
A Psicologia nasceu como capitulo intégrante da
Filosofia e assim viveu durante séculos. A Filosofia se
2) PSICOLOGIA ESPECIAL
2.1 Psicologia animal
dividia clàssicamente em cinco partes:
2.2 — Psicologia genética e InfantO
2.3 — Psicologia dilerencial ou individual Psicologia
2.4 — Psicologia social e coletiva Lôgica
2.5 — Psicologia patolôgica Ética ou Moral
3) PSICOLOGIA APLICADA Estética
3.1 — Psicologia educacional M e t a fi s i c a
3.2 — Psicologia juridica
3.3
3.4


Psicologia industrial
Psicologia médica
E a Psicologia se definia como "a parte da Filosofia
que estuda a alma". Os problemas principals da Psico
4) PSICOLOGIA EXPERIMENTAL E PSIC0TÉCN1CA logia, desde a antiguidade grega até o século XIX, er^
a existência da alma, sua essência e natureza, vmdo
6 ) F S I C O L O G I A E X P E R I M E N TA L E P S I C O T É C N I C A
em seguida o estudo da percepçâo, da memoria, das
— É 0 estudo dos fenômenos psiquicos através de me- paixoes, etc.
didas, provas, aparelhos e testes.
— Os "Laboratorios de Psicologia". A partir do século passado, porém, uma profunda
— Psicotécnica é a ciência da aplicaçâo prâtica da
modificaçâo se operou nesse quadro, e, sob a influência
psicologia ao serviço dos problemas da cultura. das outras ciências, tais como a Fisica, a Biologia, etc.,
— Ou; "a aplicaçâo dos meios psiquicos para atingir OS psicologos passaram também a ter uma atitude
fins praticos em todos os dominios da vida hu-
mana".
cientifica, positiva, objetiva, de acôrdo com as grandes
tendências do século.
7) FSICOLOGIA EDUCACIONAL
Em vez de se preocupar com a alma, limitaram-se
(Aplicaçôes do présente capitulo à Pedagogia)
OS psicologos a estudar apenas os fenômenos de cons-
8 ) T 6 F I C 0 S PA R A D E B AT E .
ciência, visto que a alma, nao tendo existência fisica,
8 . A ) L E I T U R A S C O M F L E M E N TA R E S . nâo podia ser estudada em têrmos cientificos.
26 AFRO DO AMARAL PONTODRA PâîCÔLÔGlA QERAL 27

1.2) A Psicologia como ciência Em seu mais simples aspecto, o estudo do compor-
tamento se traduz no esquema

bem como criando pelo mundn inf^- positivos, em que S significa estimulo (do latim Stimulus, dai
Psicologia, como uma annîSnîl lahortorios de se escrever com 5) e R, reaçâo, podendo ser assim enun-
plicada ™'' cada vez mais com- ciado: todo estirmdo produz uma reaçâo. For exemplo:
exveri naienm^
existênci nâcfda
e natureza fêf^Sparec cieenti
almrdP Probl ficoda
mas e ESTIMULO UEAÇÂO

jnos registrar
tamente a existênciaPsicologias,
caracterizadas: de dnJ. p ^perfei-
P°de- Uma picada do alfinete no
meu braço > Eu puxo o braço
Algucin faz algo que nao
Psicologia cientifica gosto B) > Eu fi c o zangado
Psicologia filosofica. Ouço um elogio B) > Fico satisfeito
Desejo muito conseguir
uma coisa B)> >• Fico feliz se a conslgo.

melhante à ^utônomrèm'
fica. também chamsrt a 1.4) A Psicologia como ciência da conduta
sendo legitimatnpïf Psicologia Ra.fi P^ia filosô-
Pilosofia® uma das partes ' Em nossos dias houve, porém, uma reaçâo em
componentes da sentido contrario a essa Psicologia do Comportamento.
Verificou-se que era muito pouco estudar apenas ^as
Quano
t àPsciToir"i "manifestaçôes externas" do individuo, suas "reaçôes
visiveis". Isso seria reduzir a Psicologia a estudar

m.a5
i°obe
j^vtit^\"3^yorn\da®"^'^^^^^evou
içàocon- apenas as ejeitos do psiqulsmo, desprezando a pesquisa
das causas que levaram o sujeito a agir desta ou da-
quela forma. E a Ciência é, por definiçâ.o, o estudo das
causas. Ou, melhor ainda, Ciência é o estudo das rela-
çôes de causa e efeito entre os fenômenos.
Voltou, pois, modernamente, a Psicologia Experi
S r.' asSit
logia paison do das
mental a estudar a natureza humana, conforme pre-

"• .ÏÏ£'>STS ceituam vârias escolas, inclusive a Psicanâlise, que se


define como "a Psicologia profunda". E passou-se a
définir a Psicologia como sendo a "ciência da conduta",
estudo do com- considerando-se "conduta" o conjunto do comporta-
PSICOLOGIA GERAL 29
2B AFRO DO AMARAL PONTOURA

mento exterior do indlviduo, mais os seus môveis, as nenhuma... O estimulo S foi o mesmo (a fita cômica,,
suas estruturas interiores, psi'quicas: mas as reaçôes R foram diversas {Ri — gargalhadas;
R2 — sorriso; R.-i — cara lechada) dependendo do E de
coQduta comportamento caiisas e estruturas cada individuo, isto é, da estrutura mental, do tempe-
+
(total) (externe) (intemaa, mentais)
ramento, e da disposiçâo de cada um naquele instante.
É muito intéressante notar que 0 mesmo estimulo
S produz no mesmo individuo reaçôes diferentes Ri,
de
"comportamento" e "condnta""?' conceitos R2 e R.t conforme uma grande variedade de circuns-
portamento" é a reacâo extern» tâncias. Exemple: o mesmo espetâculo que ontem me
de um determinado estimuln^ do mdividuo, diante
exe
trnasomadaàscausaserêaçôesn
"fe
tma,t agradou muitissimo, hoje me parece feio e tolo, se eu
estou cansado, triste, preocupado com outra coisa, ou
a antiga formula SB^Rdeverâ ser subs' simplesmente com dor de estômago...
Outro exemple: a moça que me parece muito feia,
parece muito bonita aos olhos do meu colega, Em com-
S »-> Ë ^ n pensaçâo, a paisagem que me deixa extasiado, deixa
indiferente este colega. Em ambos os cases, o estimulo
S fol o mesmo, para mim e para êle. — For que, entâo,
am^reaçào
essa Sicamfled!;»
nte^^n"idoiv°id^uo,nâ
ao produ
reacân »z nossas reaçôes R foram diferentes? Porque nossos E
sâo diferentes! Porque o meu psiquismo, a minha vida
"do. da sua cote'-mental' mental, minha constituiçâo, meu temperamento, meus
sentimentos a respeito da beleza humana e da beleza
e H:, confotm"y^®®ritam duas estimulo da paisagem, ou, resumindo tudo isso numa sô expres-
sào, porque minha estrutura mental é diferente da do
temperamentos sua^ meu colega!
naquele nimuto,
mimi+n ^^®P°si
côes de^^pinto
a saberf pq»^' naquele Sintetizando tudo quanto foi dite até aqui, 0 con-
ceito de Psicologia sofreu a seguinte evoluçSo:

^ E, ^ E s t u d o d a a i m a > E s t u â o d a c c n s c i ê n e i a B ) >■
Estudo do comportamento B) > Estudo da coU'
% duta.
- R,
§ 3.®) o TÈRMO "PSICOLOGIA

Até o século XVI os fenômenos mentais eram estu-


dados sob varlados nomes e sem uma denominaçâo
especial, quando no ano de 1590 um fiiôsofo germânico
^ nâo chamado GOCLENIUS criou o vocâbulo Psicologia (do
grego psique = aima, e logia = estudo, tratado}. O
80 AFRO DO AMARAL FONTOORA 31

termo ficou, porém, na obscuridade, sendo mais tarde


criado outro; pneumatoJogia (do grego pnejmaton = § 4.0) OBJETO DA PSICOLOGIA

vapor, respiraçâo, espirito). Sô depois do apareciniento


dêsse horrivel vocâbulo é que o anterior, Psicologia, O objetivo da Psicologia varia, evidentemente, se-
entrou em circulaçâo e venceu definitivamente. gundo a definiçâo prèviamente adotada. Para a Psico
Modernamente, quando se disseminou a escola logia clâssica, filosôfica, o objeto da Psicologia é a aima.
"comportamentista", isto é, aquela, como acabamos de Para a Psicologia moderna, cientifica, o objeto da Psi
ver, que propunba se estudasse apenas "o comporta- cologia é a vida mental, ou o psiquismo, ou a vida psî-
mento humano", desprezando o estudo da alma e da quica. Podemos ainda dizer que o objeto é "o mundo
natureza humana, uma das criticas que se fizeram à interior e suas manifestaçôes exteriores". Preferimos
nova escola foi essa: — se Psicologia é o estudo da dizer que o objeto da Psicologia é a conduta, especial-
alma, da psigue, deixando-se de lado a psique, a alma, mente a conduta humana.
fica somente a logia, o estudo. Mas estudo' de que?
Estudo de nada... Evidentemente nao poderiamos acei- § 5.0) DIVISAO DA PSICOLOGIA

tar essa Psicologia sem psique... É muito debatida a divisâo da Psicologia. Sem
pretendermos dar a ultima palavra sobre o assunto,
§ 3.®) DEFINIÇÔES DE PSICOLOGIA propomos sua divisâo em Psicologia gérai e Psicologia

A definiçâo de Psicologia varia conforme a no^irâo NÔTULA — N.o 1


em que se colocam os psicôlogos ou a escola a oup se
fiUam. De maneira gérai, podemos dizer que Psufnin Deliniçôes de Psicologia
gia "é 0 estudo dos fatos da consciência" ou «n fcî Eis uma coleçâo de definiçôes dos mais ilustres psicôlogos
c i e n t i fi c o d a v i d a m e n t a l " . * e s t u d o do mundo, para se ver como variam entre si:
Os partidârios da Psicologia de rpnoSr,
como vimos, que "Psicologia é o estudn HOFFDING — "Psicologia é a ciência da aima, sendo esta
tamento . c^tuqo do compor- a sintese de tôdas as funçôes mentais.»
Mas nâo hâ mal em que se defino n • WUNDT — "Psicologia é a ciência empirlca que estuda os
Cientifica como "o estudo da aima» h Psicologia fatos da consciência humana."
deremos (apenas aqui, para estudo^ WA R R E N — " P s i c o l o g i a é o e s t u d o c i e n t i f i c o d a v i d a
conj^unto
conduta, tudo, de fenômenos
enfim, mentS
que se référé an o
da nossa
mental."

AGRAMONTE — "Psicologia é o estudo cientifico da na


Pessoalmente, preferimos esifo psiquismo.
ajusta bem à PsicoiSg^'S definiçâo. Ve se tureza humana.»

WILLIAM JAMES "Psicologia é a ciência da vida


mental."

DEWEY — "Psicologia é o estudo da vida mental como pro-


cesso de ajustamento do organisme ao meio.»
32 PSICOLOGIA GERAL 33
AFRO DO AMARAL FONTOURA

se subdivide em Psicologia
loEia diferencial, etc. Quanto à Psico-
Industrial etc em Educacional, Jurldica,
centa uma auarf! Avisées fundamentais se acres-
nos mostra o experimental. É o que

nPSC
I OLOQA
I GERAL

2.1 — Psicologia animal


2.2 — Palcologla gcnétlca e InfantU
^siooLoau 2.3 — PslcoloRla diferenclal ou in-
^special dlTldual

^SICOLO G U 2.4 — Psicologia social e coletlva


2.5 — Psicologia patokSglca

~ Psicologia Educaclonal

^^'JC'Ada J ^-2—Psicologia Ju rfdica


\ 2-3 — Psicologia Industrial

'■^®^COLOO:ar.^^3.4 — Psicologia Médlca


«^ERIMENTAL E PSICOTÊCNICA

que'■k?
i5^0L0OT,
Sas^f 0 e^tud''^ ~ Antigamente se dizi» FIGURA 1

menhî'^^ss ps^"ttncamentp° faculdades da alma"- ISTELiaSNClA DOS A N I i l AT S

A PMcoloyia /Infmnl ae ocupn pHncipalmcntc cm cattular n ftifcM-


îenAv.. ® 0 as
itrZ ®as .7 - ^sicoioaio
^slpni«5e ou dasfunçoes
das funcoes da
da vida
via^ {/^ncUi dna bichoa. arntido KOHLER roMcott «m mflcao
«tv«lro dii Mmu jiiwla o j^ittdnrou «t«o« bananaa no teto da moa»ta,
PsîQiif'^^^s, serai o estudo sôbre os
ps]
<I-el.x\an*lo capalhudaa no chdo varoa tie ciicaixtir unms naa outraa.
fi tri/icaoo prociiron alcanç(vr aa, baiiaitos, aem conacffuir. Teuton
ai,?SlcoT..
,,^Sl P^nicular.
'nos c
atinf/i-laa com vmn vara, também, scm o conacguir. Dopoia do vArlaa
<î ■eaperiéncias, o macaco descobrlu gu« podia encaiœar «ma tJara na
outra c «issim çonaeguiu derrubar o« bananaa t Jaao moatra, evidm-
? é aquela que reu- Icmeiitc um alto prou_ de r.acloo{nip, ponderaçtJo, gndliac da aihigçM,

^a Ver;
^ ^^eti
F aïirjiai rt^^^Çôes
a s d a psi
Pqsuii cas,
o l por^t^
ogi^ ou, cm uma paîavra, de inteligencla doa aimloa!

oampo especifico, corno Psicologia Geral Cad. I


PSICOLOGIA GERAL 35

34

2.1) ^SIC0L0^A1^„-
gência e aprendizagem célébrés as experiências de

s: tr ,&"»'»» «s'ïsssf n" K


abaixo).
KIGUKA :: I-'IUUUA 2
2.2) PSICOLOGIA GENÉTICA E INFANTIL — E
o estudo do inlcio da vida mental, desde sua origem S '• .1 »no.s{rar»i d«'«a ivriosna ctiixas csjicclfihncyUe /rftns jHira
(Psicologia Genétlca), até a menlniee (Psicologia In- fH'-.f'" " (ina /niiiuo<». /)"Lwi-sP o bf'./«y Jicar JamiMo c. colo-
fantil, ou da Infância ou da Criança). Ocupa-se com rfCHfro du caiXii. Jvcitltuuludo pela /cn»»c. y unimuj ii/'yytoci.i-<i
a apariçâo dos fenômenos psîquicos nos sêres vives e " problevm de tôdae as Os chinipamés c us ruLos
Qy^jAicvs, que se classi/icain enlre os mais hitcliffcnu-s animais, no /im de
ccrio ^'dmero de exp'jriir.iciiis, logo consegucm Jazer funcionar «> f^.rrolho
e o rflîJO, fJfro rclirar n comUln...
NÔTTJLAS — N.o 2

A criança e o macaco
sobretudo com o desenvolvimento do psiquismo infaa-
T retirarara ®uma chimpanzé recém-nascldo, do tu. Mostra que a criança nâo é um "pequeno homem";
crlâ-lo junto com o fllho do sua consciência é diversa da do adulto, nao sô em grau
an mpnw ^0 macaco tudo que davam mas também em natureza. A vida mental da criança
eram mamadelra. Os mesmos estimulos tem caracteristicas prôprias, que precisam ser conhe-
pouco ternit o fnF 1—® desenvolvimento de« eambas. No fim de
'^«strava nuiito cidas e obedecidas, a fim de evitar graves distùrbios
mais depressa aue n mpnlJ criança. ele compreendia as causas no psiquismo infantil que, as vèzes, sô se revelam mui-
dade.Ao ca^o de 2 Z. nF - tes anos depois. (Sôbre "Psicologia Genética" vide
blcho estacionou ennîîFns? ° mental do vol. 5.0 desta coleçâo A ESGOLA VIVA, intitulada "Psico
e continuou pelos ann^ n & criança _o içualou, sobrepujou
cia dos animais sendn m^n A conclusap é essa: a inteUgên- logia Educacional", 1.^ Parte: Psicologia da Criança.)
atlnge logo seu teto° depressa, maa
mais vagarosawsnfû i^teligência da criança se desenvoive 2.3) PSICOLOGIA . DIFERENCIAL OU INDIVI
DUAL — Ocupa-se com as diferenças psiquicas entre
os individuos, estabelecendo tipos do temperamento, de
caràter e de personalidade. Estuda as "diferepças in-
nrxOTTVO «- oorovrr o
» THnOM
BiSoioop.
g- O
-wbd ob 05s >MtVop™w^
» c -aituoo op sodiiBo "oln'®'^'='"î^<î 4
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- - 1 » ®Û9 •3pTA) SBjn:jBT.to SB sj^ua 'OBÔBOOA ap 'apBpiiBUGSjad ap
*2v:}U9m paiu ap no BiouaSiia:jui ap sBÔuaiajtp SBssap
ob5bot;ïi9a B.iBd 'sa;sa? soso.iaumu bztubSjo '«siBnputp
I I IVHaO VIOOTOOISd
vanoxNOiî tvhvwv oa ohjv 9S
38
PQ AMARAL FONTOURA 5>SICOLOaiA GERAL

F H W O T Ê C N I C A

Sgandf etc ^ da Pro-


principics psicctdg^of dlSe/^^ (vide S fi . " )

' Te s t c g p a r a o r i c « £ a ç n o r o c a c i o n o <
Vcrificaçûo da "intellsOncia prà-
lleu" do ciindidata.

ïiHSSSrr'-- Figura S — Quai a niclhor forma


prr7j'/cr a madrirn 7in lônio:

ci'Tro'problma'dT^prSpet S
e subordinado a leis esnerifirac t / complexo
yl ou Br

po
i squedeveseguri a4"ecàodaeS
e, a Diditica. A Psicolopia Pruf..^ is^o f-Msura fi — ViKii a melhor nut-
* i o i r o d r e o p u r o r u o m a r t fl o -
uma compléta revoluçâo nos 0P®rar L on li t

mostrando, entre outras coisas ^u^°l Pedagogia,


"decorar", nâo é "guardai mnV5 ^P^^^nder nào é
adotar atitudes novis modidcafse sim
«osdessesassuntosnovou
l me"6
da â c
l Lof
l ^o^
^' eaS dS ^"" ® ^ ^pc
il açao
çoes psicolôgicas do criminn^^n as condi-
Vigura T — Que é precigo fnzrr
p f t i ' u o fi l l f o i r b i ' u t a p r u n x n / HXuina

ao e..e, a person^,- de^n^g'^r R

mSd
l' c^âtlîlï ' ^' ^n
' a. Estadl ^"=
' =^Sao da
Figura 8 — Que é prccUiO fazcr
■p a r a o f U l d a b a l a n ç a f i o o r b c » ' t
tio wioiof

«ï\.s
figura 9 — Qttanlo pcaa o caixote
T ^ J X I > J t $
colocado no prciCo à direUaf

£3%" «iSj'S.:: ? d".r (KesposUi no flm do § 6.").

( Te s t e s t i e C l e u s e b a l r g u o —
" O r i e n t a c i ô n r To C e s l o n a l " , v o l . I ,
V&B. 207).

I
PSICOLOaiAGERAL 41.

Como dissemos, até o século XIX a Psicologia era


demasiadamente filosôfica e teôrica. Com o grande
desenvolvlmento das ciências, no século passado, tam-
bém a Psicologia se beneficiou dessa renovaçâo de
surgindo as^ ^3ieologia do Amor. Ps.c^ atitudes. Os fatos psiquicos passaram a ser encarados
como os fatos fisicos e biolôgicos, isto é, em têrmos de
^TULA
fSdf P ^ci oo
l ga
i do Homem Rura.l
0.0 2-A,abalxo.)
caiisa e ejeito.
E a verificaçâo cuidada, meticulosa dos fenômenos
Nas grandes Potênclas mo™^ psicolôgicos, em condiçôes especiais, provocadas pelos

r„-rrrp;S&«»-i"''
maior -««ojranda a formacao de uma
psicôlogos, para melhor poderem estudâ-las, veio a
constituir a Psicologia Experimental.

O primeiro Làboratôrio de Psicologia do mundO:


srsfp.^ surgiu em 1878, na Alemanha, criadc por WUNDT, na

escuta...
sïïsï^iedS.s'3??.'."« " <■ V
§ 6.®) PSICOLOGU EXPERIMENTAL E PSICOTÉCNICA

6.1) PSICOLOGIA EXPERIMENTAL é a verifica-


çâo dos principios e fenômenos psicolôgicos através de-
experiências, isto é, mediants provas, aparelhos, ques-
tionârios e testes.

NÔTULA — N.® 2-A

Psicologia do Amor PlGUnA 10


p a r c o T i t c N t C A

••PsiSii°/n expressâo "Psicologia da guerra" ou


oufi?Hn ^ ® mesmo ampb sentido que Vo i n p l i c a d o u p a r e l h o p a r a v i e d l r a a t M i i d a d e v i a i M l s ; a i u l : U i o t o A
<1 pilôto de avide, viotoriata e outraa profiaaôea ou« dcpendein da
gronde perfeiçâo vi«uoJ.
42 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA GERAL 4S

Universidade de Leipsig. Em 1883, um discipulo seu,


STANLEY HALL, organizou o primeiro laboratorio da
América, na Universidade de John Hopkins, em Bal
timore (vide NÔTULA nP 3, abaixo). Rapidamente os
laboratôrios se multiplicaram pelo mundo inteiro e a
Psicologia passou a ser encarada do ponto de vista fi-
sico, matematico e fisiologico. Desenvolveram-se, assim,
OS métodos psicofisico, psicométrico e psicofisiologico,
de que nos ocuparemos no capitule seguinte (vide § 11).

Inventaram-se apareliios e maquinas para medir


ludo; sensaçôes, percepçôes, emoçôes, sentimentos, re
calques, complexes, atençâo, memôria, associaçâo de
idéias.

Tais apareihos variam desde o simples espelho, FIOURA 11

com um dispositivo especial, para medir a "escrita ao l'SlCOTÉCSiOA

•espelho", e o tremômetro (vide figura 11) até o tre- Rittc atiiirotho é w"» tremômetro: serve pern
mendamente complicado aparelho de Darroio, confor
mcdir a firmesa c prccieâo dos gestoa,
me explicaremos no § 13. iwUrôlc 7notor, O pacltmtti Jtvtfrd c»tpni>/tO<r «
"{/ulha o itcrcorrvr cotn ela as abcrturaa àd ad-
x o , « e n » i l d v i x i t r t o c o r n i » b o r d a i ' , g f , t o c a r.
accndc ti/im lus rcrtnclho ntt sf>a «m<j

NÔTULAS — N.o 3

Laboratôrios de Psicologia no Brasil Houve, é precise que se diga, um excesso, uma


febre de apareihos psicolôgicos. Em nossos dias ja
havido miUto desenvolvimento da Psioclogia Ex- muitos dêles foram postos de lado, por nâo terem fina-
Udade prâtica. Para poder inedir um atributo, um

isJsSSs-ïss;
criado, figura entre os melhores^a ^ ^^^entemente
torio do ISOP (Institute de Selecâo 0 rvî f ° labora-
fenômeno psicolôgico, a mâquina tem que isolâ-lo, con-
siderâ-lo separadamente de todos os outros.

Ora, a Psicologia Estruturalista, ou Guestaltismo


(vide § 12.7) veio mostrar-nos que a criatura humana
naco
i nad
l adoeopanhoa
l ,na
i adeha?mu'?
l a^^'l JoS
' fILu reage sempre em situaçdo total. Nossa atençâo nâo
existe separada.de nossos sentimentos, nossa maior ou
mener memôria depende de nosso interêsse no assunto,
€ asslm por diante.
PSICOLOGIA GERAL 49
4 4 afro do amaral fontoura

Podemos définir a Psicotécnica como sendo^ "a cl-


For exemple: existe urn aparelho admîrâvel que, ência da aplicaçào prâtica da Psicologia ao servlço dos
mede com precisao absoluta nossa acuidade auditiva, problemas da cultura" (MUNSTERBERG). Ou, entâo:
isto é, nossa capacidade de ouvir, (vide § 13.1,2) veri- "é a aplicaçào dos meios psiquicos para atingir fins
ficando a que distâneia o sujeito escuta a queda de prâticos em todos os dominios da vida humana"
uma gôta d'âgua (uma so gôta) sôbre uma plaça de (BAUMGARTEN) . Do primeiro dêstes autores é tam-
aluminlo, a uma altura de 20 centimeros. Tal aparelho bém a definiçâo, que julgamos melhor; "Psicotécnica
se chama o acusiesteslômetro de TOULOUSE. Mas, que é a Psicologia a serviço da prâtica".
acontece na vida prâtica? Acontece que nossa acuidade
auditiva estâ, a cada momento, Ugada à nossa atençâo, A Psicotécnica serve para resolver problemas e
aos nossos intéressas, preocupaçôes de momento, con- para loniar mais ciicieutes, entre outras, as segum-
diçces fisiologicas de todo organisme naquele instante, tes ciéncias: Meciicina, Administraçào Pùblica, Dneito.
ao nosso cansaco, à pressa ou nâo de que estamos pos- Vem, ainda, presiando bons serviços na Propaganda
suidos, aos nossos estados afetivos. Renetimos: a cria- •comercial, no Cinema, no TràTisito Pîiblico. A lespei^
tura humana reage sempre em situaçâo total, perante dêste ultimo campo, por exemplo, a Psicotecmca vem
um complexe de estlmulos que se interpenetram. se colaborando utilmente na preparaçao cie motorist^,
combinam e alteram completamente os resultados da o u m e l h o r, n a s e l e ç à o d e c a n d i d a t e s a '
prova de laboratôrio... (vide NÔTULA n.o 3-A, abaixo). iicando se o indivicluo possui
•acuidade visual, presença de espirito, „
Mais recentemente, jâ no sécùlo XX, muitos apa- vimentos, rapidez de reaçâo, etc., que o
relhos têm cedido îugar aos testes, às entrevistas do dirigir uin carro no meio do intensissimo
paciente corn o psicôlogo, etc. Hâ numerosos testes que grandes cidades modernas.
em vez de mâquinas usam os Qiiestiondrîos: por i^o
os americanos os chamam de vaper and pencil fesfs Mas é sobretudo no cainpo Em^re-
(testes de papel e lânisl: serâo apresentados. igual- ballio que muito vem lazendo a ceritenas de
mente, no correr dêste livre. ■laçào à EscoLa, os psicotécnicos alunos bem
testes para ve;ific4ào da inteligencia
6.2) PSICOTÊCNICA — Nos dltimos tempos sur- como de seu apr^eitamento f f
giu e se impôs vitoriosamente a palavra Psicotécnica, cesses para o reajustamento de alunos J »
para significar as funçôes da Psicologia Experimental •procuram descobrir a vocaçâo ou pro p
aplicadas aos vârios campos da atividade humana. tem mais inclinaçào o aluno, etc.
^ Trnbalho. a Psicotécnica de-
NÔTULAS — N.o 3-A Quanto ao campo do , seleçâo profissional
senvolve as seguintes ^tividades Wo
Sensaçôes e intcrêsse (isto.é, escolhTdo melhor candid^
^nada
inelhorfunçâo);
funçao °"®^nado individeuo);
para determ organletc.
usinas, za-
• Mercet>e ao longe* ■îao mais racional do trabalho nas oncinas
46 AFRO DO AMARAL FONTODRA PSICOLOGIA GERAL 4?

Na Medicina, que citamos atrâs, a Psicotécnica III) Da mesma forma o mestre précisa lembrar-se
vem adquirindo enonne importância com a descoberta que OS estimulos aplicados a certos meninos com muito
de processes para curar numerosas moiéstias nervosas exito estarâo destlnados a fracassai* com outres alunos.
e mentais. Tais processos constituem a Psicoteravia,.
que ]a e urn novo ramo da Psicotécnica. Através da IV) O professor deverâ, entào, procurai* conheeer
Psicoterapia é possivel fazer desaparecerem recalques cada menino, para estudar qual a melhor maneira de
Ê possivel até reajus- conduzi-lo. E para atingir esse objetivo, deverâ veri-
^ se tenham ficar as condlçôes de saûde e de alimentaçâo da cri-,
ança, sua vida de familia, os problemas domésticos que
acaso afetcni a exislencia daquele aluno.

5 ■")PSC
I OO
I GA
I EDUCACO
I NAL V) o mesmo estimulo S produz no inesmo alimo.
reaçôes diferentes R, R„ e R-, segundo o estado fisico,
A
' pcilaçaodoprésentecaptu
ie
l àPedasogn
i) as disposiçôes de esplrito e a harmonia ou nao quc-
a criança tenha no seio da familia. O professor d^e,
pois, levar em conta êsses motivos, para compreender
® julgar as açôes do aluno cada dia. Nâo
exempio, dar nota zero a um aluno que nâo soube
Nosso desein & iiÇâo sem que antes o mestre verifique quais as cau-
do fato: trabalho doméstico. doença na lamma,
«e,. assi» f^^viço externo, ou. entâo. vadiagem. preguiça, falta ae
mterêsse...
§ 8.0) TÔFICOS PAK.A. DEBATE EM CLASSE

Mostrar a evoluçâo dos conceitos de Psicologia.


Podemos hoje em dia dizer que "Psicologia é o.
estudo da aima"? Sim ou nâo? Por que.
II) J, . ^ diversas « diversL^
^ostrar
S ^ R ade
diferenca quee hâ
um lado, S entre
E.
Po^e pve. lado.
tôdas o ' ®atéri2^rt„ e*" com a aula, ou
lamente.. ^ '^"anças te^'°êvama.
na aut^g4?'intensi- 4.
luerer Enumerar os principals campos da Psicotécnica.
compors pzi er por que a Psci oo
l ga
i Experm
i ental tem tant .
iiîiportància.
i 8 AFRO DO AMARAL FONTOURA CAPITULO II

Î 8 . ° - A ) L E I T U R A S C O M P L E M E N TA R E S Métodos e Escolas em Psicologia


1. CUVILLIER, Armand — "ABC de Psicologia";
Cia. Editôra Nacional; 3 a ediçâo; Sào Paulo
1934.

Flcha-resumo:

9) CONCEITO DE MÉTODO

Ê o caminho para se atlngir determlnado flm


lo, SM ' Melhoramentos; Sào Pau- Os métodos cientîflcos: dedutlvo e Indutlvo.

10) MÉTODO PSICOLÔGICOS

Sao Paulo, 1938 . ' ■ Eiiitora Nacional; I) Observaçâo Interna ou In-


trospecçâo.
1) Observaçâo; t
n) Observaçâo externa ou Ex-
trospecçâo.

2) Experimentaçâo

11 » A E X P E R I M E N TA Ç A O

1) Método pslcofislco
2) Método psicométrico
3) Método psicofisiolôgico
4) Método psicopatolôgico
5> Método de introspecçâo experimental
6) Método psicogalvânico
7) Método de inquérltos e testes
12) TEORIAS OU ESCOLAS PSICOLÔGIOAS

1) Escola clâssica
2) Escola atomista

(continua)
50 AFRO DO AMARAL FONTOURA

Ficha-resnmo (conclosâo):

I
U
5 9.«) CONCEITO DE MÉTODO
3) Ref]exeologIa
4) Behaviorismo
5) Pslcanâllse
"Método" é 0 caminho para se atingir deteiininado
6) Guestaltlsmo
fim. Em qualquer ciência, método é o conjunto de pro
cesses através dos quais se atingem as finalidades, os
1 3 ) P S I C O L O G I A E X P E R I M E N TA L : A FA R E L H O S F S I - objetivos daquela ciência.
COLÔGICOS
Os métodos cientîficos sâo fundamentaîmente dois,
1) Aparelhos de excltaçâo: dos quais se derivam todos os outros. Êsses dois sâo
o método dedutivo e o método indutivo.
medida das sensaçôes visuals, auditivas, olfativas,
tàctels, etc.
9.1) MÉTODO DEDUTIVO — No método dedu
2) aparelhos de reaçâo: tivo o nosso raciocinio caminha do gérai para o par
Ergôgrafo — Pneumôgrafo — Esflgmomanômetro ticular: partindo de uma verdade gérai chega a uma
— Pletlsmôgrafo, etc. verdade particular. Seu tipo clâssico é o "silogismo"
de ARISTÔTELES: "todo homem é mortal; era, eu
3) aparelhos cronométricos: sou homem; logo, eu sou mortal".
cronômetro, cronôgrafo, cronoacôplo.
9.2) MÉTODO INDUTIVO — No método indutivo
4) aparelhos conjugados: nosso raciocinio percorre caminho oposto: do particular
Aparelho de DARROW para o gérai. Partîmes da observaçâo de um fenômeno
particular e de observaçâo em observaçâo de fatos
H) PSICOLOGIA EDUCACIONAL: AFLICAÇOES FEDA- particulares, chegamos, através da generalizaçâo, a
G6GICAS DO PRESENTE CAPITTLO. uma verdade universal. Complemento indispensâvel da
15) TÔPICOS PARA DEBATE EM CLASSE observaçâo é a experimentaçào, outro pilar bâsico do
método indutivo.

§ 10) MÉTODOS FSICOLÔGÏCOS

Os métodos usados na Pslcologia cientifica sâo de


natureza indutîva. Baseiam-se na observaçâo e na ex
perimentaçào.
62 AFRO DO AMARAL FONTOURA

Hâ duas maneiras de se fazer ohservaçào em Psi- O método extrospectivo tem a grande vantagem
cologia: ou o individuo observa a si niesmo, ou observa de permitir medidas exatas, contrôle, resultados numé-
os outros. No prlmeiro caso tamos a observaçao inter ricos, estatisticos: é assim um método rigorosamente
na, chamada introspecçâo. Na segunda hipotese temos objetivo ou cientijico.
a observaçao externa, ou extrospecçâo. Mas tem o grande defeito de nâo pénétrai* no psi-
quismo do individuo, limitando-se a apreciâ-lo através
10.1) A INTROSPECÇAO — A instrospecçâo, por- de suas manifestaçôes, de seus produtos e efeitos, sem
tanto, e a analise do individuo pelo prôprio individuo. poder conhecer as causas reais que levam o individuo
ou seja, a auto-anâlise. a ter determinada atitude.
Dizem os que sào contra êsse método; — "eu vejo
clêne^f ° ^ossa GOUS
SE refietimos sobre nos mesmos, o que se chama
um homem tirar o chapéu na minha direçâo e pense
"como êsse homem me cumprimenta, se nâo o conhe-
bmttfrntrf<1®
to moral
consciêfcia
"o
(e^
sen-
ço?" Depois raciocino melhor e digo que talvez êle
tenha cumprimentado alguém perte de mim. Ou, quem
açôes que Ô in'div& sabe, tirou o chapéu porque este Ihe apertava a cabeça?
Afinal, vamos verificar que êle teve êsse gesto simples-
direto, ^pesso?M^^ dni ^°^^cimento
COS. Mas ao fcnomenos psîqui-
mente porque estava com calor na cabeça..
Assim se vê que uma Teaçào do individuo pode ser
introspectivo tem nem
o defeito^de ° '"étodo'" provocada por quatro ou cinco causas diferentes...
mite mensuraçâo compamçloP®' 10.3) INTROSPECÇAO — EXTROSPECÇAO. —
A verdade é que ambos os métodos têm vantagens e
GEMS"^"nâo "ef°sp° disse o Padre-
gunta; nâo sel se êîe Lte^i®nh «^ha per- defeitos, sâo Incompletos. Entâo, devemos trabalhar
com ambos, fazendo cada quai preencher as lacunas
fprime de fato o que senl êle
®"as palavras".,.
do outro. A respeito diz GEORGES DUMAS: — "Se
bem que a Psicologia Experimental pretenda desprezar
a introspecçâo, ninguém contesta que qualquer outra
forma de Psicologia nos séria, sem a introspecçâo, in-
«S'S.Î?».»•» '«tape.. teiramente impossivel.,. Nâo precisanios insistir sôbré
a importância e a necessidade da Psicologia intros-
pectiva"...
» « > s r, « î s & s ï " S i f . § 11) A EXPERIMENTAÇAO
oonsomX penet..» . Os principals métodos expérimentais, criados pela
Psicologia sào o psicofisico, o psicométrico, o psico:
»- 'ta .•.«"S Si?. fisiolôgico, 0 psicopatolôgico, o psicogalvânico, a in
trospecçâo experimental e, finalmente, o método d.e
54 AFRO DO AAiARAL FONTOURA I>3ÎCOLÔ01A OÈflAt 55

inquéritos é testes. Passemos a examinar cada uni dêles também as alteraçôes produzidas no organisme pelos
em separado. fenômenos psiquicos. Exemple: o mêdo, a raiva, as
vârias emoçôes alteram a composiçào do sangue, o
n.l) RIÉTODO PSICOFISICO — Em todo fenô- funcionamento do figado e dos intestines, o ritmo do
meno psiquico hâ dois elementos a distingulr (como coraçâo, etc. Êste ultimo ôrgâo, o coraçâo, é o mais
ja Qissemos à pâg. 21): um estimulo e uma reaçâo. O afetado pelos fenômenos, que podem produzir reaçôes
e^imulo ou excitante é aquilo que leva o sujeito a emocionais até a sincope e a morte.
ou reacâo^mif'rt ^ ®sse movimento de resposta 11.4) MÉTODO PSICOPATOLÔGiCO — Procura
é proveMenfpc estimulos sensoriais, isto conhecer os fenômenos psiquicos dos individuos nor-
o'nome de ^0 - sentidos, recebe mais através do estudo dos anormais (dementes, psico-
l l s ê Ta ^ é a anâ- patas ou loucos, bem como os retardados, idiotas, etc. ),
W E B m e T que
O hassim
n e hse ^enuncia:
^ '«l ''e tal como a medicina, que estuda os cadâveres e os
doentes para tirar conclusôes a respeito dos organismes
cresce em progressâo vivos e sadios. A Psicopatologia estuda ainda os casos
«as em progressâo aritmmca^"'^"^' ^ de hipnotismo, dupla personalidade, etc.

11.5) MÉTODO DE INTROSFECÇÀO EXPERI


™las e lâmpada de 100 M E N TA L — P r o c u r a e l i m i n a r o s i n c o n v e n i e n t e s d a
u^a sScio S n® pro- introspecçâo pura (jâ apontados no parâgrafo 10.1).
Consiste em provocar determinadas reaçôes no indivi-
duo e, ao mesmo tempo em que se registram essas
'Se reaçôes externas, pedir ao paciente que descreva o que
êle sentlu ou estâ sentindo, isto é, que nos dê uma
- É o estudo descriçâo de como se passam seus fenômenos mentais.
« tie S Tt ^los est!- 11.6) MÉTODO PSICOGALVANICO — Tem por
"«1 gesto campanhia decorre
^0 tempo de réagir \ Psicometria é poh" ® objetivo conhecer as reaçôes mentais do individuo,
isto é, as reaçôes que êle nâo révéla espontâneamente,
^ • (A respeito vidp j? ' - niedida através do registro elétrico das alteraçôes internas do
» 11 - 3 ) M É T n n ^ ° c a p i t u l o I X . ) seu organismo. Como se sabe, o organismo humano
tem um potencial elétrico, tem eletricidade. As atitudes
mentais e as emoçôes do individuo produzem altera
çôes nesse potencial elétrico, invisiveis aos observadores
e desconhecidas do prôprio sujeito. Ligando-se ao pa
ciente um psicogalvanômetro, aparelho destinado a
medir a eletricidade, conseguimos registrar as altera
»"S"rp54£?ï"iis.ï
"t'siologia estuda çôes da corrente elétrica do individuo, provocadas pelas
56 APRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA GERAL 51

suas emoçôes de mêdo, côlera, ansiedade, angûstia, etc. 100 perguntas de Ballard", o "teste de BORSCHACH",
(vide § 13.2, adiante). 0 "teste de apercepçâo temâtica TAT", o "teste das
matrizes progressivas", etc. (vide a respeito, os capi
11.7) MÉTODO DE INQUÉRITOS E TESTES — tules I e II do volume 5.° desta mesma Coieçâo).
Consiste em penetrar no psiquismo do Individuo nâo
atraves de aparelhos e experiências fisicas, mas sirn 6 12) TEORIAS OU ESCOLAS PSICOLÔGICAS
anâiise de pas reaçôes verbais e grâficas.
de nprmmr consîste numa série grande 12.1) ESCOLA CLASSICA — De acôrdo com as
r é s i s t a s ° ^ e v e r e s p o n d e r. E s s a s doutrinas em vigor até o século XIX, conforme disse-
analisadas comparadas e minuciosamente mos, a Psicologia era descritiva, verbalista: falava-se
e escrevia-se sobre os fatos psiquicos, mas de maneira
teôrica. Considerava-se a aima ou o espirito compre-
endendo très faculdades: eram as célébrés "faculdades
verbais, ist^^é^°conskti^^^^ ^esies; êstes podem ser da alma'\ sensibilidade, inteligéncia e vontade. O ûnico
responde oralmente on nnr^ Palavras que o paciente método usado em Psicologia era o mtrospectivo'. cada
desenhos, reconheci menfo
n nari?^ f"ou
' ®simplesmente
Orâficos, isto é, individuo analisava seus prôprios estados, seus prôprios
riscos e traços que sentimentos, ou os de outrem, mas através da palavra-
testes motores, consistmriT^^ dêsses outres.
dmduo deve execS ^ que o in-
12.2) ESCOLA ATOMISTA — Quando a Psicolo
înquéritos e testes°dêsse^ffln^^^^^ apresentaremos gia entrou na fase experimental, no século passade, sua
caracteristica foi a fragmentaçâo das funçôes mentais
fintre os in - ^ ^^P^tulo. e dos fenômenos psiquicos, para poder submetê-los às
a) 0 q* citaremos: experiências.
Tal fragmentaçâo levou os psicôlogos a .estudarem
Psiconeurôtlco" de WOOD- 'aspectos", "detalhes" de fenômenos. Por exemple: o
^ i^ventârîo Y n j estudo das funçôes gérais da consciência (atençâo, me-
môria e associaçâo) foi feito em separado para cada
l'unçâo. Na memôria separaram a memôria visual da
auditiva, da locativa, etc. No estudo da memôria visual
anda se considerava separadamente a memôria visual
para coisas e para letras ou nûmeros.
-î5ïaiS?3S.p". »'«»■ Da mesma forma, no estudo experimental dos ôr-
gâos dos sentidos, os psicôlogos separaram o sentido
do tato; neste, distinguiram o sentido da pressâo, da
mUhares dê- dor, da lembrança, etc.; e, enfim, neste ûltimo ainda
separaram o sentido do caler, de um lado, e, de outro,
0 sentido do frio.
APRO DO AMARAL PONTOURA PSICOLOaiA GERAL

Dai 0 nome dado a essa corrente: atomista, visto nalitlca crlada por FREUD e tendo como continuadores
ADLER e JUNG. Busca estudar o indlvlduo nâo atra-
que procura reduzir os fenomenos mentals a fragmen
tes ou "âtomos psicoiôgicos". vés de suas atitudes vislvels, voluntdrias, mas sobretudo
mcdlante a pesqulsa e andiise profunda das causas que
V 12.3) REFLEXÈOLOGIA— Recebe êsse nome a 0 levaram a agir desta ou daquela forma. A Psicanâ-
lise é, pois, contraria ao Behaviorismo, antes estudado.
teorià dos "reflexos condicionados", do grande psicô-
logo russe PAWLOW. Segundo tal escola, todos os Essas causas profunclas que movcm o individuo sâo de
fenômenos psfquicos reduzem-se aos mais simples —• naturcza inconsciente, isto é, ncm o prôprio sujeito sabe
os reflexos. jâ mostrainos (no § 1.°) o que é um refle- por que esta agindo desta ou daquela forma.
é um fenômeno do tlpo. A Psicandlise, despida dos seus erros, exagères e
às vézes até absurdos, é uma teoria de incontestâvel
S R valor para a exposiçào de muilos dos atos da pessoa,
tal como nos mostrou ROLAND DALBIEZ.
que assim pode ser deflnido: iode estimulo provoca
uma reaçâo. 12.6) GUESTALTISMO — A mais moderna das
O que caracterlza o ato reflexo (ou, simplesmente, escolas pslcolôgicas é a do Guestaltismo ou "teoria
reflexo) é o seu automatisme, a sua fatalidade: dado guestalte". Seus autores sâo os psicôlogos alemâes
0 estimulo, imedlatamente a reaçâo se produz, indé K O F F K A , W E RT H E I M E R e K Ô H L E R , q u e a f i r m a m
pendante da nossa vontade.- Exemple: uma irritaçào ser a natureza humana um complexo, um todo fortc-
nariz (S) me faz logo espirrar (R). Ouço um baru- mente esfnifurado.^Dai o nome da escola, pois "gestalt"
"10 forte (S) e logo me volto para ver o que foi (R) em alemâo signii'ica "estrutura". Por isso também a
d e ® ^B E m
C HeTnEtRaEl Wn fâi rom a é
r a ms eo n pàro
i n c îunm
io teoria recebe o nome de "estrutui'alismo" ou "teoria
um encadeamento, de reflexos" estruturalista". Segundo a Guestalte, o psiquismo hu
Exammamosoassunto.emdetah
le,nocap.XVI. mane nâo pode ser analisado por pedaços, por funçôes
isoladas, mas sim e sempre em conjunto. A memôria,
a atençâo, a capacidade de açao do individuo ^adqui-
l'em um valor determinado, variâvel era funçâo das
Basa
lndo circunstâneias que rodeiam cada situaçâo.
Tôdas as atitudes da pessoa sâo ligadas a um de
a m e r l c a n o a u m e s t f m Ti t u d o terminado fim e se modificam conforme seja êsse fim.
E tôdas essas atitudes estâo ligadas entre si, fazem
ste SS O psicâlogo parte de um certo esquema mental. Em ^
«smo ou''tT°'"^nios '^Ufflano i'/"®daa®dos
teoria do comno^.®
■ 12 5) ""P^tamento.^ behavio- individuo conhece as coisas em situaçao glooal. P
exemplo: nâo tomamos conhecimento
de um quadro, para depois juntarmos esses detalhes
em nossa consciència e fazermos o todo; ao contrario,
^ ®®Pola psica- hôs conhecemos primeiro o quadro era seu aspecio
global, e depois é que vamos separar, em nosso espinto,
èo AFRO DO ARÎARAL FONTOIJRA PSICOLOGIA GERAL

as partes que formam êsse quadro (as cores, as formas, existindo aparelhos para a medida de cada sensaçâo,
OS desenhos, as sombras, os detalhes, o estilo). como passâmes a ver:

Se 0 nosso conhecimento se faz em situaçào total,


como acabamos^ de ver, igualmente nossas reaçôes se 13.1.1) Medida das scnsaçôes ôticas — Além dos
ao em situaçâx) total. Diante de um fato exterior aparelhos usados em Fisica (tais como o estereoscôpio,
o estroboscôpio, o disco de Newton, êste tâo conhecido
OUP "ma ofensa ou choque moral de todos os estudantes de ginasio) citamos o taquitos-
nm nrobliS,™ "=°ntecimento que nos afeta a vida, copia, aparelho destinado a medir a velocidade da
rcpente) reagimos visâo. isto é, o tempo que decorre entre a apresentaçâo
coordenad' amen/e da imagem e sua percepcâo pelo nosso cérebro (vide
figura n.0 53, à pàg. 251).
vida mental é mostrar que a
13.1.2) Medida das sensaçôes aciisficûs — Para
medir a capacidade de audicâo do individuo existe o
o.cusiestesiôvietro, de TOULOUSE, que consiste em uma
haste com um pequeno reservatôrio d'âgua e, mais
abaixo, uma plaça de alumlnio. Abrindo-se a torneira,
cai uma gôta d'âgua. uma sô. sobre a plaça; verifica-se
a que distância minima o paciente começa a ouvir o
s"°ssa
a dciêncTa
ï clentifica,
i^^^Pvolver o século pas-
ruido da gôta sobre a plaça.

Jeis, deàucfiî' ^ntâo era f° ^^P^rimental da 13.1.3) Medida das sensaçôes olfativas — Para
medir a perfeiçâo do olfato existe o olfatômetTO ou
'""as'radï P"""-
^'gmtique" comprovaoào «xclusiva- ^smi-estesiômetro, que consiste em dois tubes cujas
extremidades sâo colocadas nas narinas do paciente:
do outre lado. sem que o paciente possa ver, o experi-
mentador coloca diferentes substâncias (liquides e sô-
p&s
a p e nfis.'
a? Pai-rÔl alemào
lidos) para que o paciente as reconheça pelo cheiro
fvîde FIGURA n.o 40, à pâg. 220).
13.1.4) Medida das se7isaçôes tâteis — Para
medir o tato existe o estesiômetro, ou "compasso de
*^BER" que é um compasso graduado, com pontas
muito finas. Colocando-se as pontas do compasso sô-
ore 0 braço do paciente, se estas estiverem juntas, o
paciente sentirâ uma ponta sô. O experimentador irâ
abrindo as pontas do compasso e fazendo novos toques
sensorlau, paciente, para ver corn quai abcrtiu'a do aompaaso
62 AFRO DO AMARAL FONTOURA P8IC0L0GIA GERAL 61

0 paciente começa a sentir duas pontas (vide FIGURA na respiraçâo: amor, mêdo, angûstia, raiva, per mais
n.o 41, à pâg. 220). que os disfarcemos aos oîhos dos outres, alteram nossa
respiraçâo de modo imperceptivel, que sômente os
13.2) APARELHOS DE REAÇAO — Sâo os des- aparelhos podem verificar. O pneumôgrafo é uma es-
tinados a medir as reaçoes nao sensoriais e às vôzes pécie de cinta, que se passa em tôrno do peito ou do
nâo visiveis do individuo. Eis alguns exemples: a b d o m e n d o i n d i v i d u o ( v i d e fi g u r a 1 2 ) .
O pneumôgi'afo funciona ligado a um outre apa
13.2.1) Ergôgrafo — Registra o cansaço. Consiste
em um fio com um peso na ponta; na outra ponta, relho — o tambor de MAREY (vide figura n.o 12-A).
uma argola, onde o paciente enfia o dedo e fica pu-
xando o pêso, repetidas vêzes, até que o cansaço o faz
puxar 0 pêso mais devagar, o que val sendo registrado
pelo aparelho.
13.2.2) Pneumôgrafo — É um importante apa
relho destinado a medir as alteraçôes dos movimentos
respiratôrics. Esta definitivamente comprovado que
nossas emoçôes produzem imediatas transformacôes PIGUn.\ 12-A

TA S f B O R D E i l A l î E Y

Uma do suas cxtrcmîdadca se Uoa. ao pucumâffrafo, aparciho


deatiuado a vcrfficar as alteraçôes da nossa respiraçâo. Na
outra cxtrcmtdado (à dlrei^o) Ad um Idptj {wacrJtor, (["«
rcpistra aguclas alteraçôes sôbro um tercciro aparelho —
0 quUnôffrafo.

For sua vez, o tambor de MAREY val inscrevendo


os movimentos do pneumôgrafo num terceiro aparelho
chamado quimôgrafo (vide fig. 12-B).
13.2.3) Psicogalvanômetro — Recolhe as mo^-
ficaçôes que ocorrem no potencial elétrico do organis-
^o humano, modiflcaçôes essas causadas pelas emo-
Çôes e que sâo registradas no galvanomètre,
oxtremidades sâo ligadas aos pulsos do paciente (vide
descriçâo do aparelho no § 146.3, quando tratamos do
'estudo experimental das emoçôes").
eeeuintgj
13.2.4)
^0 pulso Esfigînôgrafo
(vide figura 13). — Registra
Qualquer os batimentos
çmoçao produz
M AFRO DO AMARAL FONTOURA 'PSICOLOGIA GERAL 65

^ ^—-
%

L/. t .

fi g u r a 13

KSFTOMOGRAFO DB VON FRET


FIGURA 12-3
OPIifôGJîaPO Oce(ina-ac a medir aa alteraçôca do noaao pulso, iato é, do ritmo
rrata-fi0 dfl urn ollindro siratôrto aO- circHlatôrio. Como ae saber êatc ritmo owmonfa em prcscnça. de
f>re oquaîo Idpl* do tamlor de Mare,, qnalaquer eniovôca (mêdo, anffûatUi, aleprUi, amor, entueiaemo) ■
vol inacrevondo tddae aa Î ifas as reaçdrs depreaaivaa, como a tristeza e o mêdo, tatnbém
^0 m^o da reavireU" podem diminuir o ritmo ciroulaCôrio. Hd até a. expr'casdo: "o m<?<fo
polo vneumàgralo. Como parallsou-lhe o aancrue naa ceioe".
«08808 emoçôea (triete^o
inl«(la) acarretam »iodUtcn,J*'
'■"mo do resplroçdo, ^ Ï
-0 01^08. ,„a8 /ieCT« J ""'■ 13.3) APARELHOS CRONOMÉTRICOS — Sâo OS
Por êaaaa aparoifio, •destinados a medlr a duraçâo do tempo em que se
passa determinado fenômeno. Sâo os cronômetros,
^ registraH^tP^^ ritmo da corrPT^f • manuals ou elétricos, os cronôgrafos e o cronoscôpio
Por êsse aparelho (vide de HIPP, complicado relôgio que marca em unldades
, 13.2.5) § 146.1) rsigma. Cada sigma vale um milésimo de segundo!
do corans ^^^^^^^diografo -d • (Para ter uma idéia do que é essa medida espantosa,
coraçao. ~ Registra os batimen- marque no seu relôgio um segundo e imagine o que
.sera a milésima parte disso!) Os cronômetros esportivos
™Iunie^rin! .^^^tismôgraio _ D . ■geralmente marcam 1/10 (um décime) de segxmdo.
0 ® "ào senalo® ® ûo ° ^'«lento de 1 3 . 4 ) A PA R E L H O S C O N J U G A D O S — t l l t i m a m e n -
'te os psicôlogos têra conseguido construir aparelhos
'cada vez mais complicados reunindo num sô vârios

Pslcoîogia G«ral -^.Cad^ 5


66
DO AMARAL FONTOURA

gistro da pressao sanguinea- 3^ rt'/l' ^


dos mûsculos; 4) re^kl-rn registio dos tremores.
do tremor da w registro^
f«-OS
igmomanômetro,' destS a rrp, ^^pstrar os batimen-
do pulse 81 riTiPim-.A
dice inspiracâo-expiracâo^^ïi°' destinado a medir o in-
carOSe
tmposde^-eacâod'oniH—
0 aparelho possui disnoc:it?Tn ^ finalmente
mente os registL imediata-
(pois. como sabemos o<; annro?^ aparelhos anteriores
gativo". como as maouiLt fnt
radiografia, sendo
Passar do negative paranecesSrin^'^ ^ de
o ^ seguida. "copiâ-lo",

afïïîs r-.

(alSt'd^-^ <=°n-esDo„de^'!®°5âo (mêdo,

^ediq^e
atamente, ® P^dem
ihe responda que
coSf ^^®''^^^tadores
« P^ciente reaja
delegados de nnif?' ®^mpre que n? P^^imeira pala-
- falta grave I - as.
infidelidade da
«3 AFRO DO AMARAL FONTOURA 09

mulher, etc.) nâo so a palavra-resposta do paciente é IV) O ideal seria que o pl'ofessor tivesse poucos
muito mais deraorada, como também hi alteraçôes no alunos a seu cargo e pudesse, entâo. fazer como fazem
pito, pressio, ritmo cardiaco, musculos, voz, etc., alte OS bons médicos modernos, que téin uma jicha para
raçôes tâo pequenas que nâo podem ser percebldas pelas cada paciente, anotando ali paulatinamente todos os
pessoas que estio perto, mas que sao fielmente regis- sintomas e reaçôes do paciente, bem como os remédies
tradas peios aparelhos!
Inumeros crimes, mentiras, falsidades, e situaçôes aplicados...
Mas mesmo que nâo faça fichas de seus alunos,
^ssim verificadas e deve o professor observar-lhes constantemente as ati-
registradas (vide a esse respeito também o § 146). tudes e as reaçôes. para poder melhor conhecê-los e
ajudd'los na formaçâo correta de suas personaîidades.

i H) PSICOLOGIA EDUCACIONAL s 15) TÔPICOS PA R A D E B AT E EM CLASSE

lAplicuçôes pedagàgicas do présenté capitule, 1) Explicar a diferença entre Introspecçâo e ex-


trospecçâo.

nâo mostrar-nos que 2) Mostrar a oposiçâo existente entre a "escola


V^rsonalidade diferentp a^* inciividuo é atomista" e a psicologia estruturalista.
fentaçoes
a realizadas
conciusao imal de numerosas expert^
que nos trouxeram 3) Existem maneiras de verificar experimentel-
mente as emoçôes de um individuo? Quais sao?
^ ciiatui'as reagem nifcr o mesmo estimulo
4) Que sabe a respeito do "fotopoligrafo de Dat-
row"?

5) Que conclusôes a Psicologia cientifica nos ofe-


rece, para meîhorarmos o rendimento da edu-
caçâo. da escola e da classe?

• " . n !euT
ï SaluZ ' i c r s
CAPÎTULO III

f> Sistema Nervosa: Base Fisica


dos Fenômenos Psiquicos

rlcha-resumo:

17) A PONTE ENTRE G FISICO E 0 PSIQUICO

1 8 ) S I S T E M A C É FA L O - R A Q U I D I A N O

1) Parte central (cérebro, cerebelo, bulbo e mediila)


2) Proteçâo (as meninges)
3) Parte perlférlca (os nervos)

19) SISTEMA S I M PAT I C O

1) Gânglios
2) Plexos

20) ESTRUTURA NERVOSA

1) Substàncias nervosas
2) Fibras nervosas
3) G neuronic

21) TRANSMISSAO DO INFLUXO NERVOSO

1) Os neurônlos
2) Contraçâo e distensâo
3) Excitantes e deprimentes
4) Analgesia e anesteala

(continua)
72 APEC DO AMARAL PONTODBA.

FIcba-resuiDo (conclnsâo):

S 17) A PONTE ENTRE O


22) LOCALIZAÇOES CEREBaUS E O PSIQCICO
Dois mundos existem,
1) A frenologia de GALL
2) A teorla modema mundo exterior ou universe, o considerados: o
do interior, o ew, a consciência ambiante, e o mun-
23) AS GLANDULAS DE SECREÇAO INTERNA fi g u r a 1 5 ) . V i v e m

1) A hipôfise
2) 0 timua
3) Aa tlreôldea
4) Aa auprarrenala

23-A) A PSICOSSOMATICA

24) PSICOLOGIA EDÏJCACIONAL: APLICAÇOES DO


PRESENTE CAPITDIO A PEDAGOGIA.
25) TôPICOS PARA DEBATE EM CLASSE.
26) LErrUBAS COMPIEMENTARES.

fjOlTBA 15
stewa nervo^

i n t e r i o r.

«es em perpétua T"


Interpenetïaçào.
possivel separar entreasiconsdL.- Prà^camente
a conscienci im-
a e o mundo. Nao
^4 AFRO DO AMARAL PONTOURA
PSICOLOGIA GERAL Î 5

se pode sequer imaginar a vida do eu, do individuo,


sem 0 mundo ambiante.

0 mundo exterior é fenômeno jisico, o mundo


interior ou ew é o fenômeno psiquico. A ligaçâo entre qUAOUU OEKAI. DO SISTEMA SERVOSO
ambos se faz pelo fenômeno ^isiolôgico que é o nosso
organisme. ^
I Eucéfalo
1 ( a; Cérebro
Temos cntào très categorias de fenômenos: 1 ) sisCema
cûfalo-ra- )
| Parte
centroe
central
nerroeoa
ou M e d u l a
csplnal
I b) Cerebelo
I c) Buibo
quldlano |

tos, ^ os°m°^
ou cérebro- f
e s p l u b a l ■{ Proteçfto As nR-tUUifCa
ou da vida ]
OS moveis, os animak' n minerais, as casas, de relftQfto parte perl- f fa) Nervos cranlano*
compôe 0 universe. ' P^^°^^ma, tudo enfim que térlca 1,
cond^^o'®® jl <M
(12 pares)

bi Nervoe raquldla-
ocrvesos D08 (31 pares)

les fatos «sicos"'S Msso%?gan"sm^ ^aque- i ft) «Anglloa (23 parcs)


2) Slstema
Bimp&tico I1 i ^■ cardiaco
solar
ou II I 3.
transformaçâo ® ° resultado da autAnomo
ou da vida |
b) plexoa {
1 3. mcsentérlco
1 4. hlpog&strtco
vegetatlva |
f branca (condutora)
I a) Subst&nclas i clnzcnta (trans fomia-
I dnm)

Como se vè n fof
K
H
1 1 o) Ftbrfts nervosas
CQ 3) £strutura

Sc?a nào in? ««tre o en n e r v o s a


protoplasma — nùcleo
dendrttas — cUlndro-elxo
exterior: tai contlta^'' direto consci- arborescêncla
r de mlellna
organismo, ou ®^°>Pre atra?" ° I c) Nourônio
bftlnbas ■{
f(vide
chamam o s,S„
figura 15). ' ^"as
"«woso e ospa?tL ««sso
droàos <1"®
[ de Schwann

^rgaos dos sentidos


a) Oe ceurônlos D&o se anastomosam

entr^o"^;® "ervoso é a sériP n b) Contraç&o e distens&o


T r a n s m l a - c) Velocidade da corrento nervosa; 120m poi
s&o do In- sogundo
fl u x o ner- d) Excitantes e deprlmentes

fSfe.'Ssir âs& f-stis v o s o e) Analgesia e anestesia

"®S& I-«yS-S-Sï oordarmos os fe-


S) LocaUzavbes cerebrals
KJ
B]uq8jgo sagftoziivaoi (ç
1
«IB3)S3UV 9 «IBSSlOnV (B o e o A
m a s m v i d a p e e 8 ) n « i ] 9 Ta ( p -xen oxnu
opanSas •UT op oçfi
«d ŒOSl :V«0Ai9U ©ÎUMJOO 8P 0P9P13O18A <» •9|m8UBJX

° "«"■ .»r5»
09sa8)STP 8 oçâBJ^noo (Q
ai8Foato)S8a8 as oça soiupinan eo
S0pl:^U9s sop snn/îi« ./
9nb 'ouisam op~ sairpS ^ ozuajm
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BOSOAiaa aa-inu (Q wn^njiea <r ^ o SA as otnoo
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oap^udsaai c I l apTA «P Tio
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(B3J8d CI) I anb uiTjua opni 'fimpTmT»^ . 'osjaAiun o aodwoD
•onvinua soAiaK («J ) -Tiad 'SPSPO SB 'SIB«U.W ™ 01 B Snf BO
1 «PTA rsv
98?nni8m sv Of&3]uJd laquidsa i fqc so obs onbo
■0.IOUOO soa ' o^ SouaTo'^
J -ojqojço no
oU8lPTnb
oqma o 1 ISQIdSd I BOaOAJda 804)083 - B j - o i s p a
oisqajao (q } «mpavi i no imiuds 8148(1 vmaïaïf; < t
:sou3iuoiiaj ap SBuoSa^^a saj] op:juo souiax
ojq8J90 <8 I
oi«;90ti3 '
• ooistireSjo
ossou o 9 anb, ooiôpjoisi/^ ouamoua; oiad zbj as soqiuB
osoAHaN vKaxsis oa 'ivnao oTjcivnh a.ii^ua obobSii v 'ooinbisd ouamouaj o 9 na no joua^ui
opuniu 0 'ooisil Guamçua; a joua:ixa opunm o
■a i u a i q i U B o p u n u i 0 m a s
'onpiAipui op 'nd op apiA b jbutSbuii janbas apod as
St 7VHaO VIOOTOOISd
Va n O i N O d TVHVWV oa OHdV H
78 AFRO DO AMARAL FONTOURA
PSICOLOGIA GERAL TI

§ 18) SISTEMA CÉFAL0-BAQU1DIAN0

0 sislcma ner-
voso se desdobra
eni dois: o da vida
animal, ou de le-
laçâo, lambém cha
made céfah-raqni^
diano ou ainda cé-
rebro-espinhal, e o
sislema nci'voso da
vida vcfjetativa, ou
aiitônomo, também
cliamado s/mpd/F-
CO (vide fis». 1G) ^

0 primeiro, is-
'o é» o sîslcma ner-
voso da vida de
relaçâo compreen-
de duas partes: a
central ou dos cen-
iroR nervosoa e o
periférica ou dos
condutorest nervo-
50S. Aquela é for-
niada por duas fi g u r a 1 7
partes: o encéfalo
FIGURA 16
e a medida; esta, o ByOÊFALO
peios nervos. O • o , é r c „ r » : l . nA y^rtPO.
- ? caisa
3 - ôaota
0 6rfur«68twa.
. 11 . 0 ;
V i S TA O B R A L D O 8 I S T B U A K B B V 0 8 0
encéfalo, por sua cnvolvc o cérebro, urute do cérebro e se proîonga
• A medula, quo naeoe na i>^ ^ goiumi vertebral, tuba
Temo» 0 cérehro, 'Jogo abo<xo o oereiielo e a
UnlM negro verifcol gue é o medula. Da
irù' .^^"^Proende a rcolâo tloa qwdris; & modula.
éaaco dcnt.ro do Qual corro
meduJo, em paree à dircita e d eaquerda,
•i>-gâos:7
' cérebro
.8.., 0_C«HEBK0 - O « S"
*aem -jt nervoa, gm ae dirigem para todoa
oa pontes do corpo.
78 AFRO DO AMARAL FONTOCJRA. PSICOLOGIAGERAL 7fî

da consçiência, da vida psiquica. Salvo a força de ex- De fato, no mais inteligente dos animais — o ho
pressâo, é possivel dizer-se que "o hOTïiem é o cérehro". mem — é também aquêle em que é o cérebro mais
E certamente sem o cérebro humano nâo haveria pro desenvolvido. em tôda escala animal. Corroborando.
gressa, civilizaçâo. 0 cérebro apresenta a forma gérai
ovôide, cortado em sentido longitudinal por um sulco
profundo, que o divide em dois hemisjérios cerebrals.
Cada hemisfério é cortado por outras sulcos, que o
divldem em quatro lobos cerebrais (pronuncia-se lôbos).
Os lobos por sua vez sâo divididos em circunvoluçôes
cerebrais, havendo quinze circunvoluçôes em cada he
misfério. É nessas circunvoluçôes que esta a sede das
nossas funçôes mentais mais importante (vide figu
ra n.o 18).
Nos nùcleos cinzentos "centrais" do cérebro se en-
contram vârios outres centres nervosos. inclusive a
cama ôtica ou thalamus, que funciona como centre da
sensibilidade. Abaixo da cama ôtica se situa o hipo-
thalamus, consîderado como zona de inibiçâo motora
e centre da vida instintiva,
0 cérebro pesa entre 1.200 e 1.360 gramas no
homem e entre 1.100 e 1.220 gramas na mulher. O
cérebro masculino pesa. pois, de 100 a 300 gramas mais-
que 0 feminino.

18.1.1) Cérebro e inteligência — Alguns nsicôlo--


gos têm nrocurado estabelecer uma relacâo entre o
tamanho do cérebro e o grau de inteligência do indi-
vîduo: ouanto maior o cérebro, maior a inteligência.
(Vide NÔTULA n.o 3-B abaixo.)

NÔTUtAS — 3.B ' ■ " figura 18

Inteligência feminina
o CÊRBftRO
Aâ mulheres nâo gostam dessa t«oria, e têm razâo, pois, se- cm t ncmiiîérios. Outroa
losse ûsslm, sendo o cérebro feminino, sempre mais leve que p»-o/uiuto ® S aï, «a moMu
"^^cullno, dai se concluiria inapelàvelmiente que Bt aulcoé o dividem cm lohos c inteligi^wio a.
mulher c sempre menos inteligente que o homém.. cinrcîjfQ do cérehro, que se m^ual
o aede de tâdo nossn vida
T
APRO DO AMARAL FONTOURA
PSICOLOGIA GERAL 81

esta teoria, tem-se verificado que o cérebro dos selva-


gens apresenta volume bem mener que o dos homens Hâ intéressantes experiências para provarem que
civiUzados: em geral nâo passa de 1.000 gramas. Mais 0 cérebro é a sede das funçôes mentais: animais aos
ainda: o cèrebro dos individuos classificados como quais foi arrancado o cérebro perderam por complete a
avmmais mentais (imbecis, idiotas) às vêzes nâo pesa visâo, a audiçâo, o tato, etc.; no entanto, continuaram
mais de 700 gramas! a viver regularmente, com tôdas as funçôes vegetatl-
vas (digestâo, respiraçâo, circulaçâo, excreçâo, etc.).
^ Sera que o povo, na sua sabedoria milenar e intui- Apenas, para comerem nâo sabem mais procurar o ali
que um Individuo é muito mente, mas êste tem que Ihes ser dado na bôca.
uiteligente porque tem cabeça grande'^ Nâo esouera Um ponte que as camadas populares de todo mundo
r ° «lofante pe^a lŒs até hoje consideraram erradamente é o coraçâo: jul-
gam que o coraçâo é a sede dos nossos sentimentos e
paixôes. Nada viais errado. O coraçâo é apenas o ôr-
gào propulsor do sangue no organismo. É uma bomba,
e nada mais. Os fenômenos afetivos, como os outros
respeito. nenhuma conclusao a esse fatos psiquicos, têm sua sede no cérebro (vide NÔTULA
n.o 4, abaixo).
osdemsil^ârgào"ldrssitem^
duas substâncias; uma brSica ® formado por 18.2) O CEREBELO — Logo abaixo do cérebro
ultima e chamada de cortex cJeLoi «nzenta. Esta vem o cerebelo (vide fig. 17, o encéfalo). Recebe êsse
nome porque parece um cérebro em ponto pequeno. É
^tamente
ctnzenta e por sua por
formada aparència cerebral,
im „ L Tal massa formado, como aquéle, pelas substâncias branca e cin-
zenta. A funçâo do cerebelo é a de coordenar o movl-
mento da criatura. Podemos dizer que êle é o centro co-
ordenador dos movimentos: mantém o corpo em equi-
librio e dâ elasticidade aos mûsculos.
'.a 'ï Experiências feitas em animais, sobretudo em pom-
bos e cachorros, demonstraram bem que o cerebelo é
o centro do equilibrio. Feita a extirpaçâo do cerebelo
multa intellgência^e rii "'da pe^so^Til^f®® do pombo, êste nâo podia mais voar nem manter-se

OârIbroVo
deUterMa°'meT(^-®"P®''°"^^intf^^ o® fenô- NÔTULAS — N.® 4

s;™. «SAïtïî c;^ ïïiâxiino do


*Eu (iC amo com todo o meu cérebro".

.A rigor, nâo deverîamos dizer cérebr^° Em^ vez


^açao", mas
proclamar sim
"você "eu
esta te amo
sempre comcoraçao
em meu t^o ^ ,j-âpaz
o dira
voce estâ sempre em meu cérebro .

fslcolosU Gîral — C^d. Q


82 AFRO DO AMARAL PONTO'UB.A PSlCOLOaiA GERAL 83

de pé. No entanto, nos demais aspectos da vida conti-


0 bulbo é a sede de nu-
nuava normal (vide figura 19).
merosos reflexes (tosse, es-
pirro, vômito, niovimento
das palpebras, etc.)- Mas é
sobreludo o centra da vida
vegetativa: da respiraçâo,
da circulaçâo, das secre-
çôes. Eis per que uina pan-
cada ai pode niatar. So a
pancada for fraca, em vez
d e m a l a r, d e l e r m i n a r a o
aumenlo cxagerado das
funçôes c glandulas.

18.-i) A iMEDULA ES-


PINAL — A mediila é o pro-
figura 19 longamenlo do cncefalo.
Aprescnla a forma geral de
urn cordao, coiTendo por
dentro do canal raqiiiano
que é o ôco forniado pela
coluna vertebral, isto é,
r «S P. n . a, pelas vértebras colocadas
umas sôbrc as outras. O.
comprimento da medula é
mais ou menos de 45 cenli-
° seu nomp spr?- com ni iiictros, estendendo-se desde
a base do encefalo (na altu-
câlamo fi I Para se ra da mica) até a regiâo do
? ^ e a(vide
trico n i s ms otieh u i ° N a seni
ondp°^^° pl?^> coccix (pequeno osso que
termina a coluna vertebral,
proximo as nadegas). A
S. e, <3uz ap'parafc^f
/o'Pi'^atôtio " o nesse - >
A meduia val do encéfalo à rcffiâo
daa nddeffos. Delà partem 31 parce de
nen'oa (S cervicale. IS doreal», 6 tom-
PIOURA 20
baree f t» ^uctos). Swo- extre/nldade
4 j^ppupA fn/eriçj /«rçio <* "fdutia Aç cqvul»",
PSICOLOGIA GERAL

84 AFRO DO AMARAL FONTODRA

parte inferior da medula se chama cauda de cavalo,


per se subdividlr em uma infinidade de nervos, lembran-
do a Cauda daquele animal (vide figura 20).

À direita e à esquerda da medula partem^os nervos


raquianos, em numéro de 31 pares. A substancia cin-
zenta da medula tem a forma de um grande mai-
usculo, conforme se vê no corte esquemâtico adiante,
(vide figura 21). É dessa substancia da medula que
partem os nervos acima referidos. Cada nerve é for-
mado por dois feixes, um anterior e outre posterior O
feixe anterior é formado de fibras nervosas q o feixe
posterior de fibras nervosas sensitivas. Logo à saida do
canal raquiano, isto é, ao atravessar o orificio^ da ver
D A
tebra, OS dois feixes se unem formando um so c^ordâo ^ .ftiado pela auhstôncia
nervoso. Este se vai ramificar em todas as direçoes do
e à direita, OS ra-
corpo, em milhares e milliares de nervos, como muito 0 Jf f a cnquert'1 / %^ftcbra, formando um
bem, nos mostra a figura 16 (vista geral do sistema ^-é ® 0880, a vértebra.
nervoso). Ve m o a a o c c t ' c û f ^ r a s e ^
vin::e7ita; dch* n^.g.
moa que vâo
A medula tem uma dupla funçâo: de centre ner ncrvo de cada
voso e de condutor nervoso. Como condutor nervoso,
a medula leva às partes superiores do sistema (cérebro, ^stes, através dos ner-
cerebelo e bulbo) o influxo nervoso proveniente das ^itidus poi'isso, o influxo ner-
excitaçôes do mundo exterior, recebidas pelos ôrgâos (-jtados. ^jjtidos para os centres
d o s s e n t i d o s e d o s y o l t a , i n fl u x o m o t o r ,
vos raquianos a(^l ^^fcjulos e gerar os movi-
voso é, na Ida os mu^>ude dessa funçâo (de
nervosos, infhixObulbo e o cérebro)
que vai colocar pai*^pto da medula ocorre
NÔTULAS — N.o 5
mentos do nosso % ^ seccionam local seccionado.
0 no vital conduzir o i n fl u ^ ^ ... ,
que, quando se / Além disso a medula
nA pancada ou a picada de uma agulha sôbre o a p a r a l i s i a d e ^ i ; O S O n o s a t o s r e fl e x e s
?avfm nor ^ instantânea. Os antlgos peu- MQ ^^entro. nef''
coL dCmof knmn A razâo é que, 18.5) OAî^^^
comanda nossa riîplraçlo "î"® serve tambêm
açarreta, n;orte Ime^lata tlmilaçao. A lesao desse neryo
APRO DO AMARAL î'OîtfOvnA PSICOLOQÎA GERAL 87

em que as cxcita- em movimento é pràticamente instantânea. Levâmes


çôes nen'osas, vin- MUNDO EXTERIOR muito mais tempo para escrever isso do que 0 fenôme-
das pelos nervos nc gasta para se produzir. O ato reflexo é a forma de
sensitivos, transfor- conduta mais elementar que existe. É comum aos ho-
mam-se ai mesmo,
na medula, cm rea- mens, aos animais e às plantas. É 0 geste automâtico
que executamos ao receber uma picada, uma queima-
çôes de movimento.
Estas voltam ao dura, etc. Essas excitaçôes, domo vimos, nâo vâo atê
mundo exterior atra- 0 cérebro, sede da consciência. Sâo pois, incoTiscieti'
vés dos nervos mo- tes: puxamos o braço sem 0 sentir e até sem 0 querer.
lores.
A corrente ner
vosa faz, assim, o 18.6) HABITOS E REFLEXOS — Todos os nossos
atos habituais tendem, com o tempo, a se reduzirem
«rcuito que uos a reflexos, como, por exemplo, 0 fazer um geste repe-
mostra a figura 22
ao lado. tidas vêzes (cacoête), o ato de caminhar, de calçar os
C O A O
sapatos, de escrever a mâquina, etc. Tais atos, se ti-
A esse conjunlo nham sua sede inicialmente no cérebro, passam, com
e que chamamis de mundo exterior o treinamento, a ser comandados apenas pela medula,
fco
"d?
reftexo.
y re^cte
;b
ie
:m
eDoQua„!
seC
mao s unn pioura 22
cerebelo, ou bulbo, conforme 0 caso.
p i iccaad a
P d ad p « i r - ®
''a mSo e A criança que esta aprendendo a andar, précisa de
todo esfôrço e atençâo: êsse ato é nela eorescierete.
Corn o decorrer do treino, porém, ela

il§Si «oçdo) ç/jP'-ea-.Io se


cisar prestar atençâo nos sens passos.
nos andamos sem, muitas vêzes. nem repaiarmos que
estamos andando. Andamos ^ntomatic^ente. ^ q
0 ato de andar, em nos, jâ passou a categona de ato
^Gflexo.
^ transS° do taK
A célébra experiência da râ ° ^em
ïvïr,.»•«5° £. ■S"'""') q» fàcUmente reproduzir na sua medula
sobre êsse fenômeno: praticando altura do cor-
do batrâquio, todo seu corpo, a partir da do cor^
te, se torna paralitica (porque n,®, , 5 entanto
corrente nervosa
a râ continua sejos
a ter a lemovuneritos
vada ao .JoJentanto,
.
e depois J^os a perna
^0 corte da râ,exataniente
na medula, ela se ®ont^>'
p q a pfcada é
AÏ*RO CO AMAftAL fOMtoÙÎSA t»StCOLOGiA GERAL

sentida e resolvida na propria medula, de onde volta do cérebro e da medula e se ramificam por todo corpo
em forma de movimento.
(vide figuras 16 e 20).
18.7) AS MENINGES — As meninges, a que jâ A funçâo dos nervos é dupla: transmltem ao cére
referir, sào très membranas bro as impressôes do mundo exterior, recebidas pelos
bHnri^ol n f oTg&os do sistema nervoso, recc- ôrgàos dos sentidos, e comunicam aos mùsculos as
duTfma'er arfcïfniJp'" excitaçôes que determlnam os movimentos. Dai su-i
S^XaT'do So a aracS''^-
Salo mqî^idfano dTmaif nu? ' ° dé
natural divlsâo em nervos sensitivos e nervos motores.

vida. poiserégul a a p?essâo


d a pressao ri« cerebrals.
das massas P^ra a nossa Hâ 43 pares de nervos no corpo humano, que se
classificam conforme o local do sistema nervoso central
de onde partem: 12 sâo cranlanos e 31 sâo raquianos.
Os 12 cranianos sâo os nervos que comandam a visao,
perigosT^^lérpfo
0 individuo abobaipado sti^ÎJ^ 'meni
deixanpêi
emeeeral
cé- o olfato, a audiçào, o coraçào, os pulmôes, etc. Quanto
inoléstia ataca de idiota. fssa uos nervos raquianos, como se disse, sâo formados de
dois feixes, que saem da parte anterior e posterior da
ssl°°£^r-°>s%|£îr " niedula (vide figuras 21 e 22). Èsses dois feixes ime-
diatamente ao sairem do orificio da vértebra, unem-se
formando um nô que se chama gânglio e segumao
depois num sô cordâo, distribui-se por todos os pontos ao
corpo humano.

B0^F'T'-SX.t ,T'-..... n.
• A extracâft ^ ^Saïador" hp Q,ae se descohrin § 19) SISTEMA SIMPATICO

onde se faz . do cornn P^^^uzir G segundo sistema nervoso do ^®^P° ^ou


» •«. .:SS;s£'"5S.*,S«? J."S sjstema da vida vegetativa, ou _„i„pnfos ' das
espinha"
sistema autônomo, que comanda os ^ . (ôrgâos
hossas visceras ou ôrgàos da vida ^ repro-
O eixo pL.f^TE digestâo, circulaçào, da nossa
duçao). Êsses ôrgàos funcionam mdep
vontade, dai o nome de "sistema autonome .
Êsse sistema é composte ^ ^of
^C3^os.
doisOs gânglios
cordôes que(aseque nos ref djjog
estendem os lados
numéro de
coluna vertebral. Os gânglios sao em
PSICOLOGIA GERAL SI
90 AFRO DO AMARAL POKTOURA

substância branca se encontra nos nervos e também


nos ôrgâos centrais: serve para transmitir a corrente
23 pares (vide figu nervosa, A substância cimenta é somen te encontrada
ra 23), Os gânglios nos gânglios e nos centros nervosos. É a mais impor
sào ligados, de espa- j.Plexc tante, pois nela se operam as transformaçôes dos esti-
ço em espaço, por mulos em sensaçôes e têm sede todos os demais fenô-
uma espêssa rêde menos mentais.
nervosa, formando Essas substâneias sào formadas de jibras e de
os plexos, em nùme-
células nervosas. As fibras servem como sustentaçâo
ro de 4 (vide figura e para a transmissâo da corrente nervosa. As células
23). G mais impor- é que compôem, realmente, a essência d.os centros
laule dêles é o plexo
nervosos. A célula nervosa compléta recebe o nome de
solar, donde parte a 3.PLexo. neurônio. Um neurônio se compôe de um cilindro,
inervaçào para o mesenre'ri
tende na sua extremidade uma "arborescência", isto
estômago, baço, fi- é, centenas de pequenos fies em forma de cabeleira.
gado, intestines, etc. M-pLexo
O numéro de neurônios existentes no corpo humano
Por isso, uma pan- é uma coisa absolutamente fabulosa: conta-se por mui-
cada forte sobre
êsse plexo (na altu- tos bïLhôes! Sômente no cérebro, segundo BERNARD,
ra do estômago) po- FIGURA 23 existem 9.280.000.000 de neurônios!
de provocar a sinco- S / S r f J i / A S I M PAT I C O
pe do individuo (vi § 21) TRANSMISSAO DO INFLUXO NERVOSO
de NÔTULA n.» 6). Pe amboa oa ladoa da medula aaem norvoa
que logo formam nôa chCTtuidoa gûngltoa.
Satea formam, do dtstància em diatdnoUi, Em cada um de nossos ôrgâos dos sentidos exis
oa pleeoa.
tem numerosos corpuscules sensorials,^ pràticamente
invisiveis, tâo pequenos sâo. Êsses corpuscules apreen-
§ 20) ESTRUXURA NERVOSA dem os estlmulos do mundo exterior (estimulos visuais,
Os ôrgâos do sistema nervoso sâo constltuldos por
auditives, tâteis, etc.) e os transmitem, atraves dos
condutores nervosos (nervos aferentes ou sensitivos)
duas diferentes substâneias : branca e einzenta. A aos centros nervosos, onde tais estimulos se transfoi-
mam em sensaçôes e reaçôes.
NÔTULAS — N.o 6 De volta, as reacôes caminham pelos nervos efe-
O plexo solar rentes ou motores que as transmitem aos musculos
Os filôsofos Orientais acreditavArvi
humana. SgLm ^olar PO- É a esse encaminhamenio u , ., xa q»
wntros nervosos, e das reaçôes ^ corrente
musculos que se chaîna o injiuxo
Nervosa.
a A f R O D O A M A R A L F O N t O t T fi A
PSICOLOGIA GERAL 93
21.1) OS NEURONICS — Essa corrente nervosa
se transmite de neurônio para neuronic, desde aquêle neurônios. Assim, o café, o châ, a cafeina, a fenacetina
que se encontra em comunicaçâo com os corpuscules e tôdas as substâncias semelhantes teriam a proprie
sensoriais, no mundo exterior, até os centres nervosos, dade de distender os neurônios e seriam, pois, excitan-
numa comprida e ininterrupta corrente, ou melhor cor- te nervosos.
dào nervoso. A c o c a i n a , a m o r fi n a e t o d o s o s p r e p a r a d o s f a r -
Os neuronics se encontram lado a lado um do ou macêuticos contra a dor (aspirina, guaraina, cibalena,
tre, mas nâo se ligam, estâo apenas em contato. A etc.), chamados sedativos, teriam como conseqûência
extremidade arborescente do neurônio possui imp_or- contrair os neurônios, sendo, portante, deprimentes
tantissima propriedade: a de contraçào e distensàO' 7iervosos.
Contraindo-se, diminuem a ligaçâo entre um neurônio Hâ, enfim, substâncias como o alcool, que, ingeri-
e outro, podendo assim enfraquecer a transmissâo da das em pequenas quantidades sâo excitantes e em
corrente nervosa e até fazê-la cessar por completo. Ao grande quantidade sâo deprimeiites.
contrârio, distendendo-se as terminaçôes dos neuronics
faeilitam a passagem da corrente nervosa, acarretando
niaior intensidade nas sensaçôes e nas reaçôes nervo- 21.3) ANALGESIA E ANESTESIA — Êsse estado
de contraçào dos neurônios e conseqiiente enfraque-
sas. É 0 que se chama estado de excitaçào.
cimento da corrente nervosa que passa através dos
21.2) CONTRAÇAO E DISTENSAO — Em estado mesmos é que se chama analgesia e as substâncias
de repouso, ocorre a transmissâo da corrente nervosa correspondentes chamam-se analgésicos. Mas é possi-
ou influxo nervoso com uma velocidade que atinge ate vel conseguir um fenômeno muito mais complexo: a
120 métros por segundo! O cansaço faz diminuir a ^nestesia.
velocidade dêsse fluxo nervoso, progressivamente, até A diferença entre analgesia e anestesia é que na
chegar o sono, quando atinge ao minimo essa passagem primeira o organisme perde a capacidade para sentir
de corrente. ^or, enquanto que com a segunda perde tôda e qual-
As excitaçôes, o interêsse, a satisfaçâo, a alegria, quer sensibilidade e motricidade. A anestesia consiste
a raiva, a força de vontade, concorrem para o fenô- ho adormecimento gérai dos nervos de uma détermina-
uieno inverso, isto é, para intensificaçâo da corrente <3a regiâo do organîsmo. Mas se se tornar mais gérai
nervosa. Pode atingir os prôprios centros nervosos, ocorrendo
Segundo uma hipôtese ainda nâo confirmada, as entâo a anestesia gérai, que é o
excitaçôes concorrem para a distensâo das termina-
Çôes d.os neuronics, facilitando a passagem da corrente consciência, da vida psiquica. Sob o efeito da anestesia
gérai, o individuo pode sofrer a
nervosa; o cansaço, o desinterêsse, a falta de esti'mulo Perna ou a extirpaçâo de um nm , «pnrrendo
concorreriam para contrair essas terminaçôes dos neu- ter a minima idéia ou sensaçâo do que
rônios, dificultando, por isso, a transmissâo do fluxo
nervoso.
Ainda deacôrdo com essa hipôtese, substâncias § 22) LOCAWZAÇOES CEBEBBAIS
cspeciais tôm o condâo de contrair ou distender os
A questâo das localizaçoes cerebrais e
'îWk discutldas até hoje ejn Psjcologia e Fisioiogm.
94 AFRO DO AMARAL FONTOURA P8ICOLOGIA GERAL 95

os movimentos, outre para a visâo, outro para audiçâo.


22.1) 0 CÉREBRO, CENTRO DA ATIVIDADE^ — Uma lesâo em determinado ponto do cérebro produz a ce-
O cérebro é a chave da atividade humana. No mistério
de seu côrtex ou camada cinzenta, processam-se os gueira; em outro ponto certo, produz a surdez (vide fi
fenômenos mais complexes da nossa vida mental. gura 25) .
As impressôes vindas do mundo exterior conver- c) É indiscutivel a existência do "Centro de BRO-
gem para partes especiais dêsse côrtex, que as assimi- CA", sede da linguagem. Lesôes nesse local (3.^ circun-
lam, transformam em reaçôes de natureza as mais
diversas e devolvem-nas ao mundo exterior.

22.2) HISTÔRICO DAS LOCALIZAÇÔES — Até


0 século 18 a localizaçâo dos fenômenos psiquicos per-
maneceu desconhecida para o homem. Houve hipôteses
as mais variadas: uns achavam que essa localizaçâo
era no "plexo solar" (junto ao estômago) ; outros, que
era no nô vital (na nuca); milhôes de pessoas acredi-
taram que a sede do psiquismo era no coraçâo... O
grande filôsofo DESCARTES (no século 17) dava a aima
como tendo sede na "glândula pineal"...
A primeira grande teoria sobre localizaçâo dos fenô
menos psiquicos se deve ao cientista alemâo FRANZ
GALL (1758/1828), com a sua "Frenologia" ou sistema
de "localizaçôes cerebrais".
Como se vê na figura adiante (figura 24), GALL fi-
xou um local exato do crânio em que teria sede cada fe-
nômeno psiquico. A experiência posterior veio, porém, FIGURA 24
jogar por terra quase tôda essa bela teoria. Um século AS LOCALIZAÇOES CEREBEAIS
apôs, tinhamos voltado ao ponto zero: nada sablamos a Bcgundo o psicôlogo alctnào GALL (sécutfi
respeito das localizaçôes psiquicas. 18) cada «m dos fenômenos psiquicos tûitha
Atualmente jâ caminhamos alguma coisa nesse sen- uma rigoroaa localisaçâo em determinado
tindo 8 jâ podemos assegurar pelo menos o seguinte: ponto do cérebro, como se vô na flpttra aci-
ma. A cada nûmcro da figura corresponde a
a) Existe uma localizaçâo dos fenômenos psiquicos. tocaUsaçào do um dos seguintes fenômenos:
E essa localizaçâo é no cérebro. Tanto assim que uma 1) Afetividadc, 2) Amor ao prôximo, 3)
Atençâo. 4) Amizade, 5) /nsM'Ko de dcfcsa,
leslo em determinado ponto do cérebro produz uma pa- 6) Espirito de dcstrviçâo, 7) Astûcxa, 8)
ralisia em certa funçâo mental ou em certo membre Soitfjneiito de propriedade, 9) Ooustritiiui-
do individuo. dade, 10) Orgulho, 11) Vaidade, 12) C/r-
b) Os fenômenos psiquicos eîernentares sao loca- cunspecçûo, 16) Firmeza, 17) Esperança,
Ii5!âvei5: é indubitâvel que hâ um centro cerebral para 18) Admiragâo, 20) Ironia, 2C) Noçâo de
côr, 31) Noçâo de ternpo, 32) Sentido de
rclaçâQi 35) Eepirito filQsâficQ,
PSICOLOOIA QERAL 97
96 AFRO DO AMARAL FONTOURA

voluçâo frontal esquerda) determinam imedlatas pertur- 8 23) AS GLANDULAS DE SECREÇAO INTERNA
baçôes de linguagem no paciente. Neste capitulo, em que estudamos *'as bases fisicas
d) Nao hâ locatoçôes das funçôes superiores do da vida psiquica", nâo podemos dcixar de dedicar umas
psiquismo, tais como o amor, o ideal, a vontade, o ra- linhas às glândulas de secreçào interna, ou glândulas
ciocinio.
endôcrinas, que segregam hormônios em nossa corrente
e) A memoria também nâo possui localizaçâo pro sanguinea e que desempenham relevantissimo papel na
pria. Mas alguns psicologos afiriû^^ que as lembran- vida, quer orgânica, quer psiquica, do homem.
ças, OS fatos que ocorr^ram conosco, imprimem-se^ sobre
as células nervosas, tal como a imprime sobre o As glândulas endôcrinas sô hâ pouco tempo vêm
filme fotogrâfico e o som se impri^® ° sendo pesquisadas pelos fisiologistas, de forma que em-
vitrola. As impressoes da nossa formariam su^ bora sabendo què elas "sâo muito importantes para a
CCS" sôbre as células nervosas. Psicologia" ainda nâo se sabe exatamente por que...
lutamente confirmada ^oje.
2 3 . 1 ) A H I P ô F I S E — Ta m b é m c h a m a d a " p i t u i -
târia", é um pequeno corpo situado na base do cérebro,
nâo tendo tamanho maior que uma avelâ. Parece que
é a glândula que preside ao crescimento. O aumento
de secrecâo dessa glândula produz o qinantÎBmo fdesen-
volvimento excessivo e anormal do organismo infantil
e iuvenil). Se a hipôfise paralisa sua secrecâo dâ-se o
fenômeno oposto chamado de infanWi.tmo: hâ uma
parada no crescimento fisico ou mental, gerando os
c a s e s d e o l i o n f r e n i a fi m b e c i l i d a d e . c r e t i n i c e e i d i o t i c e )
que tante afligem os pais e educadores.
O d e s e n v o l v i m e n t o e x c e s s i v e d a h i n d fi s e p r o d u z
mdAstias esnantosas: o cre.scimento do crânio dos de-
flGURA, 26 mais ossos do esaueleto. princinalmente. da face, das
mâos e dos pés. É o que se chama acromegalia (cres
cimento anormal das extremidades).
jffde da "teoria daa
Hodernamente se -se admente
23.2) O TIMUS — O timus é uma pequena glân-
looaligaçôea cerehro^" ^ALL, ^ centroa doa dula colocada no tôrax, proximo aos pulmôes. Quando
como fora de ® da escrita; 2.
8on<idos e motorea- g Centro motor de seu desenvolvimento mâximo pesa 5 gramas. Parece
Centra da palavra o" BROC ' membres; 6. que sua funçâo é oposta à da hipôfise: é a de contra-
da /ace; 4 e 6. verbal; 8.
Centra do tato; '• jfUCA); 9. Centro balançar o crescimento, tanto assim que deixa de pro-
Centro da viaûo (PBÛXIMO DA ^ „urdez verbal duzir efeitos na idade adulta.
wdlivo. e. /inalmente, 10. Contre ào "urdez verbal.
psicologia Gcral Cad. 7
PSICOLOGIA GERAL
AFRO DO AMARAL FONTOURA

23.3) AS TIRÔIDES — Sao duas pequenas capsulas 23.4) AS SUPRARRENAIS — Sao duas pequenas
siluadas no pescoço na allura da Iraquéia. Sua falla câpsulas situadas junto aos rins. Quando essas glan-
de funcionamento no dulas funcionam insuficientemente da-se, quer no adul
inicio da vida acarre te, quel- nas crianças, uma astenm generalizada, isto é,
la Icrrivcis conseqûên- cansaço permanente, falta de vontade para fazer qual-
cias fisicas e mentals: quer coisa, falta de força, acompanhados ou nâo de
paralisa o crescimen- perturbaçôes nervosas (vide NôTULA n.o 8, abaixo).
to como se vê na figu
ra ao lado (figura 25), § 23-A) A P S I C O S S O M AT I C A

que apresenta uma Conforme tenios verificado no présente capitulo,


menina de dez anos, hâ uma ligaçâo constante entre o corpo e o espirito,
com 77 centimetros entre o organisme e o psiquismo, entre o sistema ner-
apenas de altura, quan- voso e a vida mental.
do, normalmente de- A êsse binômio organismo-psiquismo é que se cha-
yeria ter 1,30 (segundo ma modernamente a psicossomàtica: estudo conjunto
JEANDELIZE). Além dos fenômenos fisiolôgicos e psicolôgicos, com as re-
oissc, a atrofia da ti-
roide détermina as oli- percusôes de uns sobre os outros.
gofrenias (imbecilida-
de. cretinice e idiotîa) NÔT13LAS — N.° 7
mal sem
Olisofrênicos
ai a No volume 6.° desta Coleçâo, A ESCOLA VIVA — "Psicologia

a,.?""" ' Educacional", Z.°- Parte: Psicologia Diferencial — tratamos coin


detalhe dos oUgofrênicos (idlotas, crétines e imbeds).
FIGURA 26

tiroides ■nao
da»Quando a afmfin
Ho! ■O F I A D A
NÔTULAS — N.o 8

oa' Papéfrà® ° me»'»» IT " T°\1i « As suprarrenais e a Psicologia


muitissirn^ ««de L centimetres dc
d a entrp n dissémina- ocvea: aa Foi recentemente descoberto que as glândulas suprarrenais
info..- ^dultoc! no gîànduia tirôidc.
eîï do llos<?n 15 Beaa aiiu^^ corresponde a utn segregam uma substância — a adrenaîina — de alto interêsse
para a Psicologia. Com cfeito. vcrificoii se que quando o indi-
Vidtio eofre cnioçôes (susto, mêdo, angiistlu, etc.) as B'ftndtilas
suprarrenais lançam um jato dessa adfcncilitiu. no sailgUC, 6l6*
l ' a rqau e ' dPm
' ' "" -S.° ' - de« rma vando sua pressâo arterial. Entâo. inversamente, quando a pes-
apresenta aquôles estados pslcolùglcos — can.saço. f^ita do
vontade, moleza, etc. — o remédie, muitas vêzes e injetar-iiie
a adrenaîina como estlmulant«e.
100 PSICOLOQIA QERAL 101

Da mesma forma a Ciência Médica vem cada dia


mais verificando que as doencas fisicas tern grandes I) Assim, sempre que um aluno se apresenta desa-
repercussôes mentais e vice-versa. Uma simples dor justado, turbulente, descontrolado nas suas açôes e na
de cabeça tira a aîegria do indivfduo, sua disposiçâo sua linguagem, deve o professer, antes de castigâ-lo,
para 0 trabalho, sua capacidade para prestar atençâo verificar se tais desajustamentos nâo sâo provenientes
de falhas, de alteraçôes, de moléstias no seu sistema
nervoso (o que sô poderâ ser confirmado pelo médico).
sempre aborrecida'com ' pessimista, estâ II) Muitos alunos que se apresentam como vadios,
mais terrfveï^conse°ni Psicolôgicos acarretam as incapazes para aprender, tirando sempre nota zero
O mêdo. Z LSs TTy. ° organisme, (êsses que impiedosamente sâo chamades de "tapa-
as preocupaçôel os deseiof^"""" ^ ansiedade, dos") sâo, na realidade, crianças retardadas, que ne-
de tôda ordem causam nprt k ^rustraçôes nhuma culpa têm dessa desgraça. Muitas delas pode-
f%ado. dos intestines e estômago, do râo ter sido vltimas, no inicio de sua vida, da terrivel
Çao. Um grande trauiiiatiW respiraçâc e do cora- méningite (infecçâo nas meninges que protegem os
cnnt- membres do inHi"vf^ oeasionar uma ôrgâos do sistema nervoso).

siT»»fer3- III) É cada dia maior a importância atribuida


pelos médicos às glândulas de secreçào interna. Os
alunos "varapaus" tâo nossos conhecidos, que crescem
"""stl" 1 muito, ficando magérrimos, sâo casos de gigantisrno,
produzido pelo excesso de funcionamento da hipôfise.
RiMs"e moléstias A paralisia desta glândula produz também oh'(?o/re7iias
"«a '
'//«as e per&'-'®^««oa^què a PsP
(casos de cretinice, imbecilidade e idiotice)..
IV) A atrofia das glândulas tireôides '
aalta 'decarlnho doj w/antis têm mo" mente oligofrenias. Crianças com yapeira,
tâo comum em certes lugares do interior,
"aiaSo^T dura excessiva sofrem dêsse mal, que imp
0 desenvolvlmento normal da inteligencia.
V) Ouanto às glândulas suprarren^s sua atrofia
para ^oiiclusân
produz no aluno uma astenia aeh-^^ou
permanente, moleza, falta de vontade para agir ou
« ' e fazer qualquer cousa).
VI) Sempre que o professor
em sua aula, a soluçâo nâo e castigar
mandâ-lo para o médico. E se este nao
a soluçâo sera conformar-se, reconhecer ^ cnança
é assim mesmo e nâo exigir delà o que o seu organisme
hâo ihe permite dar.
102 AFRO DO AMARAL FONTOURA CAPfTULO IV

VII) Flnalmente, o professor deve procurar, tanto Consciência e Conduta: Consciente,


quanto possivel, transformar os bons atos, as boas
atitudes da criança em habitos, e, a seguir, em refle- Subconsciente e Inconsciente
xos, fazendo-a repetir tais atos todos os dias, até que
se incorporem definitivamente à personalidade do alu-
no. o mestre précisa lembrar sempre que, em grande
parte, educar é ^ormar bons hâbitos, ou, melhor ainda,
educar é format bons reflexos, tais como o de lavar-se
de manhâ cedo, andar limpo, tomar banho, escovar os
Ficha-resumo:
dentes, dar "bom dia" e "até amanhâ", levantar-se pe-
l'ante os mais velhos, etc., etc.
§§
§ 25) T6PIC0S PARA DEBATE EM CLASSE
27) OS DOIS MUNDOS

Importância do sistema nervoso na vida das cria- O m u n d o e x t e r i o r, o u u n l v e r s o


turas (do ponto de vista orgânico e mental). O mundo interior, ou eu ou consciência
2- Importância das glândulas de secreçâo interna no 28) O S VA R I O S S E N T I D O S DA PA L AV R A
"CONSCIÊNCIA"
desenvolvimento fisico e mental do individuo.
1) Consciência psicolôgica — É o conjunto dos fe-
"Gosto de você com todo meu coraçâo", "A sede nômenos mentais;
visâo é nos olhos, a da audiçâo é nos ouvidos" 2) Consciência moral — É a capacidade de dlscernir
— Critique essas duas frases. 0 bem e o mal;
3) Consciência social — Ê o espîrito de classe; a
Deve 0 educador castigar logo o aluno que nâo "consciência nacional".
sprende, o "mole", o "vadio", o "tapado"? Sim ou 4) Consciência plena — É o conhecimento claro que
0 individuo tem de si mesmo.
nâo? Por que?
29) HISTÔRICO DO PROBLEMA DA CONSCIÊNCIA
9 2 6 ) L E I T V R A S C O M P L E M E N TA R E S
1) O homem conhece e universo antes de conhecer-
^DON, E. — "Compéndio de Fisiologia"; Editôra sc a si mesmo.
Globo; Porto Alegre, 1933. 2) O principio de SÔCRATES: — "Conhece-te a tl
mesmo".
PiMENTEL, lago — "Noçôes de Psicologia"; Edi
tera Melhoramentos; Sac Paulo, s/d. 30) CONCEITO AT U A L DE CONSCIÊNCIA

1) A consciência é uma força


SILVA, Reinaldo Ribeiro da — "Anatomia e Fisio 2) A consciência é uma corrente
logia Humanas"; Sâo Paulo, 1935. 3) A consciência é uma duraçâo
4) A consciência é uma estrutura.
Warren — "Précis de Psychologie"; Rivière; Pa-
1923.
(continua)
104 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSIOOLOGIA GERAL 105

Ficha-resumo (continaaçâo):
Ficha-resnmo (conclusâo):

%%
§§
31) CARACTERES DA C0NSC1ËNCIA
36) NIVEIS DE ORGANIZAÇAO DA CONDDTA
1) Consciência plena
2) Consclência crepuscular 1) Reaçâo reflexa
3) Consclência noturna
2) Reaçâo habituai
3) Reaçâo elaborada
32) A CÔNSCIÊNCÏA siËGDND6~A PSICANALISE
1) 0 consciente 37) FAT Ô R E S DA C O N D D TA
2) 0 preconsciente
3) 0 inconsciente 1) Fatôres Inatos
2) Fatôres adquiridos
33) CONTEtlDO DO INCONSCIENTE
38) PSICOLOGIA EDDCACIONAL: APLICAÇOES DO
1) Lembranças do passade longinquo PRESENTE CAPITDLO A PEDAGOGIA
2) Residues primitives
3) Recalques
4) Complexes de inferiorldade 3 9 ) T Ô P I C O S PA R A D E B AT E E M C L A S S E
5) Complexe de culpa
6) Os automatismes 40) LEITDRAS COMPLEMENTARES.
7) G Inconsciente crlador
8) A censura
9) Relaxamento da censura
10) A Psicanâlise
11) A narco-anâlise e o "sôro da verdade"-
3 4 ) C O N C E I TO D E C O N D D TA

1) Conceito psicolégico — É tôda forma de açào do


Individuo
2) Conceito moral — É a boa ou mâ forma de pro
céder do idividuo.

3 5 ) F O R M A S D E C O N D D TA

1) Troplsmo
2 ) Ta c t l s m o
3) Psiquismo

(continua)
§ 27) OS DOIS MUNDOS

da coTi^^°^' capitulo I, que a Psicologia é a "ciência


pois 6 da conduta". A primeira cousa a fazer,
^e °nde
^stabelecer
condtita. esses dois conceitos: o de consciência

pedra ou unia arvore; elas exis-


é tucïQ duvida nenhuma, logo sac sêres, porque ser
mas existe. A pedra e a arvore existem,
da SI existem, isto é, nâo têm coyisciên-
^^fyiento ^ Consciência,
® conheci^'^'^ portante,
° de si prôprio. é o conhe-
Ter consciência
0 indiv'H^^ palavras, a consciência é o que distin-
^^pede Qup • mundo
^ niip ^ ""^dividuo que o cerca.
se confunda comÉ oa niundo,
força que é
A ^ ^ do mundo.
'^^o-eu, ^encia é o en, e o resto do mundo é o
existe um verdadeiro mundo

m?* PossQ di ' desejos, de instintos, de sentimen-


^^erior^ ^ consciência é esse meu mundo
^ ^Uiido ext'p dois mundos que se contrapoem;
iuf ^^^c^ência uni verso, e o mundo interior ou
^erior. * ^ ^ Psicologia é o estudo dêsse mundo
GV ^ Pr»fi.« •«
é ftt ® mundos — o universo e o
'^ervosntvide
drgâos
figura dos
15 nosentidos e do sis-
§ 17 do capitule III).
108 AFRO DO AMARAL FONTGliRA PSICOLOGIA GERAL 109

28.3) CONSCIÊNCIA SOCIAL — Modemamente


S 28) OS VAEÏOS SENTIDOS DA PALAVRA "CONSCIÊNCIA' se vem usando a palavra "consciência" com o sentido
de "espirito de classe", isto é, maneira de pensar e agir
A grande dificuldade das ciências nâo-exatas resi comum a um determinado grupo social. É assim que
de na imprecisâo de seu vocabulârio, Na Maternâtica, se fala nos "Imperativos da consciência nacional, que
na Astronomia, na Quimica a terminologia é indiscuti- deseja maior bem-estar para o povo". Diz-se que "a
vel: nâo hâ dûvidas a respeito do que seja "triângulo , consciência inglêsa levantou-se indlgnada", ou que "a
"eclipse", "cloreto de sôdio". consciência médica tem evoluido bastante".
Jâ 0 mesmo nâo acontece nas ciências biolôgicas
e sociais, onde cada palavra tem très ou quatro sen- 28.4) CONSCIÊNCIA PLENA — Num quarto sen-
tidos diferentes, obrlgando o tratadista a explicar em
ido, emprega-se a palavra "consciência" significando
0 pleno conhecimento que o individuo tem das cousas
que sentido a estâ empregando... A palavra que G cercam. Dizemos que "fulano perdeu a consci-
ciência", por exemple, tem pelo menos quatro sentidos
diverses: ? choque", isto é, ficou inconsciente, inca-
estnH fatos. O alcoolismo leva a um
28.1) CONSCIÊNCIA PSICOLÔGICA — Nesta fal t ^ Uma grande dor fisica ou mo-
primeira significaçâo, consciência é o mundo interior, A f a z e r a p c s s o a fi c a r i n c o n s c i e n t e ,
0 mundo que existe dentro de cada um de nés. E o ew.
Vale como um têrmo genérico, designando o conjunto t b e n t e ^ e s t^a dloucura
o p adestrôi
t o l ô gai cconsciência,
o e g e r paral-
dos fenômenos subjetivos. E tais fenômenos recebem
mais variadas denominaçôes : fatos pslquicos tem a ^ louco, nos seus acessos, nâo
consciência do que estâ fazendo! Por
uômenos psicolôgicos — fenômenos mentais — fatos em, ele nâo sofre, embora faça todos sofrerem.
da consciência — ou, ainda, "o psiquismo". Neste sen
tido psicolôgico, como jâ dissemos, consciência é a ca' ®29)HïSTôRICODOPROBLEMADACONSCIÊNCIA
pcicidade de conhecer, ou melhor, de conhecerse.
® descobre o mundo antes de descobrir-se
28.2) CONSCIÊNCIA MORAL — Em um segundo
entido, consciência é a capacidade de reconhecer o
ûem e o mal. é nesta acepçâo que se emprega popu- ^hhece as ^ criança, que primeiraniente
jaonsciência"
rmente a pal avra. Quando dizemos "Fulano nâo tem ^ais tarde ^ pesscas em tôrno de si, para sô
nâo queremos significar que êle nâo sab© G seu esnf^^* ^ pi'ôprio corpo, e, mais tarde
^qued^cemir
se passa no seu eu, mas sim que êle nâo conse-
o bem e o mal, sendo por isso incapaz de
iph de agir moralmente. ROUSSEAU, no seu ce-
ria consciência",
ua livTo "Emilio",Nesse
se référé à "imortal
sentido, "nâo tereconsciência"
celeste voz
SUifica praticar o mal sem compalxâo nem remoraos. tôH bem- espirito.
Povos evolutlva ocorre na his-
Suidade anahsanf^^ luuito cedo, na mais remota
o mundo que os rodeia, mas sô
11 0 AFRO DO AMARAL FONTOURA
PSICOLOGIA GERAL 111

num periodo posterior de sua evoluçâo começam a


uma fita de cinema que nunca tivesse fim, que s6 aca-
estudar e analisar sua consciência. Eis por que a Geo-
basse com a nossa morte...
gi'afia 8 a Astronomia surgiram muitos séculos antes Na mesma ordem de idéias, BERGSON, afirma que
da Psicologia!
a co7isciêncla é injia duraçâo. A consciência é "le moi
Os sables gregos durante séculos se preocuparam
em conhecer o mundo e os fenômenos fisicos. Somente qjii dure'* (o eu que dura, que permanece) ; é uma
com SOCRATES, no século IV, A.C., surge o célébré infinita mudança, dentro de uma continuidade infinita.
lema "gnoti seauton" ("conhece-te a ti mesmo"). Para
Com efeito, tudo muda a cada instante dentro de mim:
domlnar os outres, é precise primeiro saber dominar-se sentimentos, impressôes, conhecimentos, racioeinios, de-
a si mesmo, e para dominar-se é preciso conhecer-se a sejos. Mas hâ sempre algo que permanece. que faz com
si mesmo. Que eu saiba que sou hoje, o mesmo en de ontcm.
§ 30) CONCEITO ATUAL DE CONSCIÊNCIA 30.3) A consciência c uma estrutura

30.1) A consciência é unia força ° quadro, vêm os psicôlogos estrutu-


Até os tempos modernes, o problema da consciên Que fn KôHLER e KOFFKA mostrar
cia humana estêve envolto na Filosofia. Procurava-se ciêncîn^^^ "sucessâo de estados", a cons-
6 um conjunto fortcmente es-
saber o que é a consciência, sua natureza, sua origem.
Os psicôlogos contemporâneos, porém, se limitam a en- da con^ni tocido, como um pedaço de fazen-
carar o problema no seu sentido cientifico: como fun- " um todo ùnico). sôlidamente ontreligados que
ciona a consciência.
Nesse sentido, desenvolvem a doutrina de que a ma^nei'v'f^ êsses psicôlogos que a consciência é de
consciência é uma jôrça, é uma tensâo, é um campo posta cm f estrutura que nâo pode ser decom-
de forças em permanente luta e em equilibrio instâveK biadores (r psiquicos menorcs, em elementos for-
Destruido êsse equilibrio, sobrevêm os estados morbi seus dois pfexemple, decompomos a âgua em
des, 0 crime, a loucura, a inconsciência. Dai o numéro &ênio). ^^entos formadores, c oxigénio e o hidro-
sempre crescente de neurôticos e loucos no mundo
atual, conseqûência da terrivel pressâo que a vida difi- é formada por funçôes e fatos psico-
cil e dramâtlca das grandes cidades exerce sobre a cons
ciência dos indivlduos. deseioç atençào, memôria, percepçâo, emo-
bleu entante, eu nào posso separar,
30.2) A consciência é um rio 1^*^° a ^ atençâo. de outre
as nppn^' lado os desejos, como quem
Para WILLIAM JAMES a consciência é um rio, é p ^ôssem foi'mam uma mâquina (ou como
uma corrente d'âgua em perpétue correr. A cada mô-
mento temos, em nossa consciência, pensamentos novos, ®Parando,Qg^ ° tijolos que formam uma parede
impressôes diferentes, quadrcs que se sucedem, como
tîizem^ Psicôlogos que "a consciência é um
Poi-p- ^'âgua.
^ gotaç -Rj- pode
Pcdemos decompor
dizer que "um um
rio rio em
é uma
sgua a correr".
AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA GERAL 11 3
m

pense em Fulano e me vem um sentido de mâgoa,


5 31) CARACTERES DA CONSCIÊNCIA que me lembra de outre fato, este traz outro, que é
alegre e me vem outro pensamento, e outro, e outro
De tudo quanto vimos até agora podemos estabe- mais numa sucessao i n fi n d a .
lecer os seguintes caractères da consciência: Em resume: existe uma constante corrente de

31.1) Inextensâo — Continuidade — Estruturaçâo consciência^ incessante, caudalcsa, infinita. É a cor


rente de JAMES, é o rio de BERGSON. E nâo hâ
31.1.1) INEXTENSAO — As tentativas para jamais em nossa vida, dois estados de consciência se-
identificar cada fenômeno mental a uma sede, a um melhantes.
local do cérebro, como queria GALL (vide cap. II, fig.
24), nao surtiram efeito. É impossivel, pois, considerar 31.1.3) ESTRUTURAÇAO — O terceiro grande
OS fenômenos mentais como meramente fisiologicos. O caracteristico da consciência, deduzida do que disse
sensacional lema dos materialistas, "o cérebro segrega mos no § 30.3, é a sua estruturaçâo. Os fatos psiqui
inteligência assim como o fi'gado segrega bilis", esta cos nâo existem arrumados e empilhados dentro da
completamente desacreditado. consciência como livres em prateleiras ou como tijolos
Nao resta dûvida alguma que os fenômenos da cons cm parede. Ao contrario, o que existe em nossa cons
ciência sâo inextensos (isto é, nao sao materials, nao ciência é uma multidâo constante de fatos, de desejos,
sao fisicos, nao ocupam um lugar no espaço). E a lembranças, de sentimentos, de raciocinios, que vêm,
maior dificuldade no estudo da consciência reside nessa que se aproximam e se distanciam, sempre em mo-
causa: sua falta de extensào. Nâo sao fatos quantita^ vimento.
tivos, no sentldo comum dessa palavra, mas sim quali- Mais do que isso: existe uma interpretaçâo total
tativos. E por isso nâo podem ser medidos, separados, tïos fenômenos, de tal forma que um desejo obriga a
classificados como os fenômenos quimicos, por exemplo. ^ma recordaçào, arrasta um hâbito, este leva ^ a um
A palavra medida em Psicologia toma um sentido l'aciocinio, e asslm por diante. Todos os fenômenos
nôvo. É impossivel dizer que "minha dor é très vêzes ®stâo mdissolùvelmente ligados entre si.
maior que a de Pulano" ou que a "inteligência de A é
a metade da inteligência de B". Justamente porque os 31.2) Consciência crepuscular
fatos psicologicos sâo inextensos é que as medidas, em
nossa ciência, apresentam um aspecto sui-generis.... Mas,
ocinao
® raci mesmo
.0 sobre tempo
o que êleem que
esta dizouço
endoraeu professor
ouço lon^
31.1.2) CONTINUIDADE — Jamais durante um quamente o grito de um vendedor ua rua ou o barulho
s6 instante nossa consciência fica vazia, inerte. Os es- ?o
a eautomôvel
abeça umoue passa.
grave^probleDe
mavez
queem
prequando
eiso resolme
ver cvem
orn
tados se sucedem ininterruptamente, desde que este-
jamos "conscientes", isto é, em nosso estado normal.
Em nossa mente, como jâ dissemos, se desenrola^ um ^'olirgtalh.os
êncL, de
oufatos
passasucedidos
m confusacomigo-
mente pTeodos
lo meu espmto
esses feno-
filme cinematogrâfico sem fim. E essa sucessao inin- '^ouos Que se oassam em minha consciência, enquanto
terrupta de fatos psiquicos jamais se répété. Agora «a estâ^mpregada no estudo de outro fato centra,l é
se chama coTtsciêncid çrcpu
Psicûlogia Qer^ — Cad. §
PSICOLOGIA GERAL 11 5
114 AFRO DO AMARAL FONTOURA

Também o mesmo fenomeno ocorre quando o in- Colocando de lado muitos exageros e erros do
dividuo esta toldado pelo âlcool, ou muUo cansado, criador dessa teoria, o psicologo austriaco SIGMUND
ou quase iniciando o sono: ele toma conhecimento das FREUD, que nâo podem ser de maneira nenhuma acei-
cousas, mas de maneira confusa, esbatlda, tal como tos, é certo considerar, com a Psicanalise, a existência
acontece na hora do crepûsculo, em que vemos as de très ordens de fenômenos psiquicos:
pessoas, mas jâ nâo Ihes podemos distinguir bem os
traços e contornos. Daf exatamente o nome de cons- 0 consciente
ciencia crepuscular. 0 preconsciente
0 inconsciente.
31.3) CoDsciência notarna
Embora essas très ordens de fenômenos nâo sejam
na minha cons- fîsicos, materials, nem ocupem uni lugar no cérebro, o
^ OS perceba. De repente autor dêste livro, apenas para facilitar a compreensao
começo a eantarolar uma musica que nunca aprendi ' dos alunos, costuma simbôlicamente comparar o cons
sale?aur/'r^', ^ ' aprendi stSi querer.
de radio do viyinh? aprendido, de tante o aparelho
ciente com 0 andar superior de uma casa, o precons-
ciente com o andar térreo e o inconsciente com o porâo
tido consciLcrdiLo nunca tivesse (embora, repetimos, o inconsciente nâo seja "um lugar"
aprendeuios assim nor si, oousas na vida nôs no cérebro, mas sim uma forma, uma situaçâo dos fe
saber que "sem nômenos) :
»ios"... Tal qée se
0 chama
que ase cha^? noturna.
consctencia sabia-


'S
' CmNCIASECUNDOAPSICANALISE consciente r 1.® andar

preconsciente térreo
logia^Sema quVStud???™" Psico-
Personalidade hSmana profundos da inconsciente porâo
esh rt domanifestaçôes?
cstudaas comportâmes?? contrârio
r7al-'' '? da
® ^ 3.0) que
sens S"=7P™0dra conheS? «dividuo, 32.1) CONSCIENTE. — No andar superior da
ios n?';i;™tcs pensTS^^ seTti " casa ficam os môveis bonitos, aquêles objetos que que-
remos apresentar às visitas, para mostrar que somos
,.Jâ que 0 e dess- gente fina e educada. Assim também no consciente
o^terior tais ficam nossos conhecimentos atuais, aquêles fates que
estamos manelando e que por isso se encontram pre-
^ ^"orer, fie ^eixa sentes ao nosso espirito. E
as atitudes sociais que temos, {lara mostrar que sorp.?
flîlos e e^ucados,
116 AFRO DO AMARAL FOKTOURA

RSlCOLOOiA GERAL il7


32.2) PRECONSCIENTE. — No andar térreo sâo
depositados aquêles môveis e objetos usados de que jâ Eis de que elementos é formada nossa vida incons
nâo précisâmes mais. Igualmente no preconsciente fi-
cam diverses conhecimentos que nâo usamos muito, ciente:

aquelas noçoes que aprendemos na escola, anos atrâs. 3 3 . 1 ) L E M B R A N Ç A S R E M O TA S — E s t a d e m o n s -


Os fenômenos do preconsciente com um pequeno es-
forço mental, podem voltar a ser conscientes; exemple: trado, através de inùmeras experiéncias, que nâo es-
se eu fizer esforços posso lembrar-me do que ocorreu quecemos nada (ou quase nada) do que se passa co-
comigo num determinado dia passade, ou de certo fil nosco. Guardamos a lembrança de todos os fatos que
me que vi, hâ tempes atrâs. A medida que novos conhc- nos impressionaram, desde nossa mais tenra idade (vide
cimentos vao enchendo nosso cérebro, os antigos, para NÔTULA n.o 8-A). E tais lembranças se encontram,
desocupar lugar. passam ao preconsciente. confusas e embaralhadas, em nosso inconsciente. Jus-
tamente por serem inconscientes, isto é, alheias ao
32.3) INCONSCIENTE — No porào da casa ficam nosso conhecimento, nos nâo sabemos se elas existera.
Mas, mesmo sem as conhecermos, elas agem sôbre nos
cobenosTnoelrr'^"" passado remoto. sa conduta atual.
r Slemtoanctf
las a s A ^sinconsciente
dm ^la r a aque-
ficam tas Tem sldo constatado, por exemplo, que criminosos
da pior espécie se tornaram assim assassines como con-
seqûência de fatos ocorridos na sua infância. Os prô-
prios criminosos ignoravam as causas de sua conduta,
mas, feita a anâlise, verificou-se que sofrimentos, per-
recequedes^paVeceram^^^^^^
vâos reprimimnos
do inconsciente. ' escondidos os edes-
pa- seguiçôes, maus tratos, Injustiças, sofridos em criança
e acumulados no inconsciente, muitos anos mais tarde,
depois de esquecidos, fizeram deflagrar aquela série de
crimes. Tais crimes sâo, pois, uma vingança inconsci
8 33) CONTEÛDO DO INCONSCIENTE ente do indivlduo contra os sofrimentos de sua infância.

33.2) RESfDUOS PRIMITIVOS. — A espécie hu-


se Preocupar^^eni^^Sfudar ® psicôlogos nâo mana se tem civllizado, se tem modificado pela educa-
acharem êsse estudn inconsciente, uns por
feio" e "indieno" outros por o julgarem
NOTULAS — N.o 8-A
surprêsa para®
tiss?mn désemnei^b ^ ^ conclusâo O passado nâo desaparece de nos
Sem o ' ^^"damental rne.mn importan-
Inûmeros casos estudados pelos psicanalistas vieram pro-
var-nos que o passado nâo desaparece de nos. .^ediante tra-
'neonsoren'tf ' guiada, 'ou%ertSada tamento psicanalitico o individuo volta
«dos hâ 30 ou 40 anos atrâs, revive-os, produz cenas daqueia
Esi por que se pode afirmar que so7nos hoe
j o resutlado da'
Quilo qnç fx)jjios ontem.
FSICOLOGIA GERAL 119
118 AFRO DO AMARAL PONTOORA

çâo. As geraçôes vâo progredindo de uma para outra. domina as pessoas que se julgam culpadas de crimes
No entanto, continuâmes a possuir, inconscientemente, ou erros terriveis. A criança fêz uma travessura ino-
alguns instintos primitivos, residues do tempo em que cente, que resultou na morte de outra pessoa: aquela
éramos selvagens. Tais residues de vez em quando ainda noçâo de culpa nâo a abandona mais; com o decorrer
sobem à tona, levando-nos a ter atitudes barbaras, bru- dos anos, ela pode esquecer-se do fato, mas êste nao
tais, fora do nosso temperamento, e que nos mesmos desaparece e sim permanece no inconsciente, continu-
estranhamos, depois... ando a influenciar a conduta do individuo, embora nâo
tenha êle a minima lembrança do fato (vide NÔTULA
, OS RECALQUES. — No inconsciente se nP 9, abaixo). Isso nâo significa que "tôda" travessura
atulham ainda os nossos recalques, aquêles sentimentos mal sucedida provoque um complexo de culpa...
aesejos que possuimos mas nao conseguimos realizar,
^ sociedade julga condenavel, ou simples- 33.6) OS AUTOMATISMOS. — Aquêles fatos e
mn? ^ oportunidade de fazer- gestos que repetimos a todo momento, conscientemente,
nSn Queriamos. JÊsses desejos que depois de muitas repetiçôes terminam por incorporar-
se à nossa personalidade, isto é, tornam inconscientes.
cassn<! Qc assim como os tzossos fra-
tas sâô sofremos, as nossas derro- Nos os repetimos jâ sem sentir, sem saber que os estâ
OS esqSeœmm M °°/"=°nsciente. Aparentemente nés mes repetindo. Ê o case dos "cacoetes" ou "tics" ner-
formando eoTT^ptoos oV n ^ vosos", como o gesto de esticar o pescoço, ou meter o
dedo no colarinho, ou repetir sempre a mesma palavra,
nossa vida. passam a atormentar
dizendo "entâo... entâo... entâo..
Quase sempre quando o individuo esta fazendo
mais^comui? OE INPERIORIDADE. - O duas coisas ao mesmo tempo, uma delas jâ se trans-
ridade, résultante ex^Snt® h «!e inferio-
dono da criança nelot n^! if tratos, aban-
formou em automatismo, como o datilôgrafo, que copia
um trecho a mâquina e conversa ao mesmo tempo: o
individuo portador de ^^^sprezo. O ato de datiiografar é, nesse caso, automatico.
retraido, medroso
tao se transforma numtimido upm ^ mferioridade é
de todos. torna-se um inSnn ' ® 33.7) INCONSCIENTE CRIADOR. — Nosso in
consciente esta sempre em movimento, em açâo, e tern
e pengoso para a sociedade ° P.®"®'"®®' elemento mau
com aquêles que na infâncik acontece muito
Fenôm^no dêsse gSo éT NÔTULAS — N.o 9
apossa dnf •"®°'nP'exo dl raca" nn? ° "®omplexo
"racas
aças inf ?'"^'''iduos
infenores". classificadr,
-^«ificados "auitas vêzes
erradamente se
como Complexo de culpa

O complexo pode nascer de rigssraca e dai em


-s».™ s?4 - 7exeOde""»
compl oo
culpa, „.
que
pensa que é responsâvel por determi
diante passa a viver com por ficarem sempre
tesponsaveis pela criaçao aquêle êrro.
acusando a criança de ter feito este ou
1^0 AÎHO DO" AMARAL FOMfOUftA
PSICOLOGIA GERAL 121

um poder altamente criador. Muitas vêzes nâo conse-


guimos resolver um problema à noite, vamos dormir em vigor na sociedade, pelos tabus, pelo mêdo de fazer
e, no dia seguinte, mal pegamos no papel, a soluçâo algo que "nâo lica bem"...
se nos apresenta com tôda facilidade! — Que houve?
~ É que enquanto dormiamos o inconsciente conti- 33.9) RELAXAMENTO DA CENSURA. — Nosso
poderoso "guarda" — a censura — nâo é, no entanto,
r a c l o ^ fi n d o p r o b l e m a ! A i n s p i - ininterrupta. A censura também se relaxa, também
f légitima insplraçào do incons- "dorme", também "fica doente". Quando dormimos,
sobrenatmardivfnff ^ insplraçào de origem por exemple, nossa censura se enfraquece e os fates
feitas pelos cientktnc mesma forma as invençôes, inconscientes tomam conta, por alguns momentos, do
parte, ao poder de criacâ^dnln em nosso espirito: eis 0 sonho. Portante 0 sonho é a ex-
trabalha, "rumina" fiLn inconsciente, é este quem
refa do racSnto ' °''=®"'^a«ente, completando a ta- pressâo de nossa ativldade.inconsciente e, por isso nies-
^0, ilôgica, sem continuidade, "sem pé nem cabeça ,
como dizemos às vêzes. ... .
33.8) A CENSURA Assim também a embriaguez, os "
consciente, por definicâo 7. oaracteriza o in- tâncias anestésicas, etc., têm o condao de jelaxar
conhecermos o que nê^P l nossa incapacldade de guarda", a censura, permitindo que os
deve à 000^^^ r • Tal inconsciente subam ao andar superior e ^
uo publico. Uma paixâo violenta, résul
cc o nsclentel Po°S°® inconscientes^^'
e n s u r a 1 ■^ " O ^ n a m o s i m n o - i n o ^ .
Pedlndo as traca?*^" de c'imentrf''^^™®"'^®' ^
, tornarem tai podem
i^ado: produzi
dizemos, r momentâneamente
entâo, que o individuo pp mes^
consciente dp ^^pins e as in?r^ armado, im- Çiencla", esta inconsciente. A loucuia todos êsses
cicnte. Esta eomnar®-^® "'^®i do PriSfrn'^° porâo-in- lUconsciência permanente ou d^ase. ordem,
Porque, como iâ Ç é apenas i - ^^dar-cons-
^asos,
3em os fatos
lôgica, do inconsciente
misturados com outios vem fantâsticos
® sem nexo.

exercido sôbrp ? qup a.


, 33.10) A PSICANALISE.T-i"TO° ..„yés
p^tudo e a anâlise
da Psicanà-
,, ® ïenômenos Inconscientes se fa ereUD. Despre-
'«e, método criado por SIGMUND aproveita-
ï ï Essa
r » ba- -• \ i f s s . ^ndo0os erros psicanalitico
e exageros do °. „],nente,
teria?®^^ ^arreira ^ « estamos contro- método que . j^tas aode grande
paciente,
como imnfoTT ® censura
^Ita. Consisteaem
âe maneira ir fazendo p g
ir penetrando _quco
g^tos, no seu pas-
desejos, etc.,
do. Como tôdas as ideias, se , g analista vai
' ® ^ambém neino aprende- individuo se encontram ' em lembrança
pelos preconceltoa Penetrando, vai descendo de ^^«aadores das. per-
atingir'os fatos inconscientes, eau
^baçôes do individuo.

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