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1 Presn Analfunc Intro Notas
1 Presn Analfunc Intro Notas
V. Araújo
Conteúdo
1 Introdução 2
1.1 Álgebra Linear em Dimensão Infinita . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Normas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Dim. infinita 5
2.1 Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Normas não equivalentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.3 Compacidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3 Completamento 9
3.1 Isomorfismos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.2 Existência e Unicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.3 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4 Topologias 13
4.1 Topologia fraca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
4.2 Álgebras de Banach e C∗ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
5 Espaços de Lebesgue 18
5.1 L1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
5.2 Lp . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
5.3 Desigualdades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
5.4 Completude . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
5.5 Dualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1
1 Introdução
1.1 Álgebra Linear em Dimensão Infinita
O que é Análise Funcional?
Em termos simples, Análise Funcional é uma fusão de conceitos
de Análise, Topologia e Álgebra (mais elementarmente Álgebra Li-
near, mas mais profundamente Álgebra com toda a generalidade)
que estuda operadores lineares entre espaços vetoriais de dimensão
infinita.
Alguma história
Análise Funcional como a entendemos hoje é essencialmente uma
criação vinda da interação entre a Matemática e a Física na primeira
metade do século XX, especialmente a Física Nuclear, Física Quântica
e mais tarde a Física de Partículas. O formalismo matemático da
Mecânica Quântica, a teoria física que modela os fenômenos à escala
atômica, se exprime hoje com a linguagem da Análise Funcional, que
foi desenvolvida para atender a esta necessidade.
d2
− () + V()() = λ()
d2
onde λ é alguma constante, ou seja, queremos saber quais λ podem
ser usados para obter soluções não nulas ( ≡ 0 é sempre solução
para todo λ ∈ R dado...).
2
Autofunções de um operador
Este problema tem que ver com os “modos de oscilação no inter-
valo” e é fundamental (por exemplo) em Mecânica Quântica .
Matrizes infinitas?
Como C2 ([ 0, 1], R) claramente é um espaço vetorial real com as
operações usuais de soma de funções e multiplicação de função por
escalar, mas não tem dimensão finita, poderíamos pensar em usar
uma “matriz infinita” para representar este operador, se tivêssemos
uma base!
Esta não é a melhor maneira de tratar o problema (isto de fato foi
tentado inicialmente pelos físicos, a Mecânica Quântica foi conhecida
como “Mecânica de Matrizes” até que Von Neumann mostrou aos físi-
cos que seria muito mais poderoso usar a linguagem dos operadores
lineares em espaços de Hilbert, e aí nasceu essencialmente a Análise
Funcional).
Mas num certo sentido estamos trabalhando com uma matriz infi-
nita!
3
1.2 Normas
Normas e completude− − −−Espaços de
Banach
4
A prova deste resultado faz parte da lista de exercícios. Esta é a
ferramenta principal nas provas dos: Teoremas da Função Inversa e
Implícita (em R m ou em espaços mais gerais); Teorema de Existên-
cia e Unicidade de Soluções para Equações Diferenciais Ordinárias e
muitos outros resultados fundamentais.
2 Dimensão (In)Finita
Dimensao finita versus infinita
2.1 Propriedades
Dimensão infinita versus finita
Equivalência de normas
Dadas duas normas [·] e | · | no espaço vetorial E, dizemos que
elas são equivalentes se existem constantes 0 < c1 ≤ c2 tais que
5
Vamos denotar para = (1 , . . . , m ) ∈ Rm
1/ 2
∥∥2 = 21 + · · · + 2m
Primeiro notemos que toda norma [·] é uma função contínua [·] :
Rm → R na norma euclidiana. De fato [] = [ − y + y] ≤ [ − y] +
[y] =⇒ [] − [y] ≤ [ − y] e trocando os papeis de e y obtemos
m
X m
X
|[] − [y]| ≤ [ − y] = [ ( − y )e ] ≤ | − y |[e ]
=1 =1
m
X
≤M | − y |, M = mx{[e1 ], . . . , [em ]}.
=1
P 1/ 2
m Pm
Mas | − y | = (| − y |2 )1/ 2 ≤ =1
| − y |2 e =1
| − y | ≤
m∥ − y∥2 , logo |[] − [y]| ≤ m2 M| − y|2 . Assim [·] é Lispchitz em
relação à norma | · |2 .
6
2.2 Normas não equivalentes
Normas não equivalentes
Consideremos o espaço vetorial das funções reais de quadrado
integrável à Riemann em [0, 1]
¨ Z1 «
R2 = ƒ : [0, 1] → R : |ƒ ()|2 d < ∞ .
0
É fácil ver que |·|1 é uma norma. Que |·|2 é uma norma é um resultado
bem conhecido de Teoria da Medida (Desigualdade de Minkowski).
Estas normas não podem ser equivalentes porque para ƒn () = αn
com αn ↘ −1/ 2 vem
1 1
|ƒn |1 = p e |ƒn |2 =
αn + 1 2αn + 1
p
|ƒn |1 2αn +1
e portanto |ƒn |2
= αn +1
↘ 0. Temos assim dois espaços normados
(R2 , | · |
1) e (R , | · |
2
2) com normas não equivalentes – mas a dimensão
não é finita.
2.3 Compacidade
Compacidade da bola unitária em espaços
normados
7
Para obter sequências sem subsequência convergente:
Lema de Riesz
Seja F subespaço vetorial fechado do espaço normado (N, ∥·∥). Então
para 0 < α < 1 existe y ∈ N \ F com ∥y∥ = 1 e inf∈F ∥y − ∥ ≥ α.
Demonstração. Seja z ∈ N \ F e c = inf∈F ∥z − ∥. Temos c > 0 porque
F é fechado. Portanto, para cada d > c existe ∈ F com c ≤ ∥z − ∥ ≤
z−
d e o vetor y = ∥z−∥ está em N \ F e ∥y∥ = 1. Para ∈ F vale
+ β ∈ F, β ∈ K logo
∥z − ( + · ∥ − ∥)∥ c c
∥y − ∥ = ≥ ≥ .
∥z − ∥ ∥z − ∥ d
8
3 Completamento
Isometrias/isomorfismos entre espaços
métricos/normados −− Completamento de
espaços métricos/normados
3.1 Isomorfismos
Isometrias/isomorfismos entre espaços métricos/normados
Dois espaços métricos (X, d), (Y, D) são isométricos se existe trans-
formação L : X → Y tal que L é bijetiva e D(L(), L(y)) = d(, y) para
todos , y ∈ X.
Exercicio
Todo espaço métrico isométrico a um espaço métrico completo é
também completo.
Dois espaços normados (N1 , ∥ · ∥1 ), (N2 , ∥ · ∥2 )) são isomorfos se
existe isometria linear e bijetiva : κ : N1 → N2 , ou seja:
κ( + αy) = κ() + ακ(y) para todos os , y ∈ X e todo α ∈ K;
9
Espaço das classes de equivalência
e = X̄/ ∼ o conjunto das classes de equivalência; pela desi-
Seja X
gualdade triangular temos que
e ̃, ỹ) := limn↗∞ d(n , yn )
d(
está bem definido para ̃, ỹ ∈ X, onde escolhemos para (n )n≥1 e
(yn )n≥1 dois quaisquer elementos das classes X̃ e ỹ, respectivamente
(exercício). Mais ainda, d
e é uma distância (exercício).
Densidade
De fato, para cada ỹ ∈ Xe e ϵ > 0, seja (ym )m≥1 um representante
da classe ỹ. Então d(ym , ym + k) < ϵ) para todo k ≥ 1 e para algum
m = m(ϵ) ≥ 1. Portanto, a sequência constante ȳm é um represen-
tante da classe π(ym ) e vale
e ỹ, π(ym )) = limk↗∞ d(yk , ym ) ≤ ϵ.
d(
Como ỹ ∈ X
e e ϵ > 0 são arbitrários, mostramos que κ(X) é denso em
(X,
e d).
e
Completude
Então, para n, m ≥ 1
d(n , m ) = d
e κ(n ), κ(m )
Portanto, dado ϵ > 0, existe N > 1 tal que para m, n ≥ N vale d(n , m ) <
ϵ.
Então (n )n≥1 ∈ X̄ representa ̃ = π (n )n≥1 ∈ X
ee
e ỹn , κ(n ) + d
e κ(n ), ̃ < 1/ n + lim d(n , m ).
e ỹn , ̃ ≤ d
d
m→∞
10
Esta expressão pode ser feita arbitrariamente pequena tomando n
d
e
suficientemente grande. Logo y˜n −−−→ ̃.
n↗∞
Unicidade
Se existe outra isometria : (X, d) → (Z, D) com (X) denso no
espaço métrico completo (Z, D), então ◦ κ −1 : κ(X) → (X) é uma
isometria bijetiva!
Esta isometria se estende de maneira única a uma isome-
tria entre (X, e e (Z, D). Tome, para qualquer ̃ ∈ X,
e d) e uma sequência
n ∈ X tal que κ(n ) → ̃ em (X, e que é uma sequência de Cauchy
e d),
em (X, d) e, tomando o limite z da sequência de Cauchy (n ) em
(Z, D), definimos uma aplicação ̃ ∈ X
e 7→ η(̃) = z ∈ Z.
3.3 Exemplos
Alguns exemplos de completamentos
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Seja p ∈ Z+ , p > 1 um número primo, e defina o valor absoluto
p-ádico nos números racionais pelas propriedades:
1. |pn |p = 1/ pn para n ≥ 1; e
2. |m/ n|p = 1 para todos os m, n ∈ Z, n ̸= 0 relativamente pri-
mos com p.
Para este valor absoluto em Q vale a desigualdade triangular
forte | + b|p ≤ mx{||p , |b|p } para todos os , b ∈ Q.
Completando (Q, | · |p ) obtemos o espaço métrico (Qp , | · |p )
dos p-ádicos.
Outros completamentos
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1. o valor absoluto trivial: em qualquer corpo podemos definir ||0 =
1 se ̸= 0 e |0|0 = 0.
2. o valor absoluto real: || = se ≥ 0 e || = − se < 0.
3. o valor absoluto p-ádico para cada número primo p.
Os completamentos de Q
Assim, os racionais podem ser completados usando um valor ab-
soluto de essencialmente três formas diferentes:
1. a trivial: neste caso d0 (, y) = | − y|0 é a métrica discreta e
sequências de Cauchy são finalmente constantes;
4 Topologia Fraca
Topologia fraca*
13
Álgebras Complexas sobre espaços de Banach
Havendo tempo durante o curso, faremos introdução à teoria ob-
tida quando se acrescenta aos espaços de Banach uma operação
interna de multiplicação de elementos de X (sem necessariamente
assumir comutatividade nem existência de unidade) que é associa-
tiva e distributiva em relação à adição de elementos de X e de K:
Álgebras de Banach
Uma álgebra de Banach é uma álgebra complexa X com norma
∥ · ∥ tal que (X, ∥ · ∥) é espaço de Banach e a norma tem boa relação
com a multiplicação:
Pm 1/ 2
onde ∥∥2 = ∥(1 , . . . , m )∥2 = ̄
=1
é a norma euclidiana
usual em Cm . Este espaço é uma álgebra de Banach com unidade,
não comutativa se m > 1.
Álgebras de Banach e C∗
Existe também uma abstração da operação de conjugação dos
número complexos dentro de uma álgebra de Banach.
Esta teoria é muito elegante e permite classificar certas álgebras.
Objetivamos introduzir alguns conceitos e estudar a transformada
de Gelfand e o Teorema de Gelfand-Mazur: “toda álgebra de Ba-
nach unitária comutativa é isometricamente isomorfa à alge-
bra de funçòes contínuas sobre algum espaço compacto”
Em particular, se todos os elementos não nulos são invertíveis,
então essa álgebra é isomorfa a C.
14
Bibliografia: livros-texto
Bibliografia: livros-texto
Bibliografia: livros-texto
15
Lista de referências bibliográficas
16
ou seja, sequências de Cauchy nesta métrica convergem para fun-
ções integráveis. (Notemos que a medida m não foi especificada:
este resultado é válido para qualquer uma!)
Mas o análogo não é verdadeiro para a integral de Riemann:R existe
família de funções integráveis à Riemann tal que d(ƒn , ƒm ) = |ƒn () −
ƒm ()| d tende a zero quando n, m → ∞, mas o limite destas funções
não é integrável à Riemann...
Como todas as funções integráveis à Riemann são integrável à
Lebesgue, e com o mesmo integral, então se tomarmos m a medida
de Lebesgue em [0, 1], o espaço
¨
1 se ∈ Q
lim ƒn () = ƒ () =
n→∞ 0 se ∈ R \ Q
17
5 Espaços de Lebesgue
Os espaços de Lebesgue
Os espaços de Lebesgue
Podemos mostrar que para toda medida μ num espaço de medida
(X, A, μ) se tem que
Z
Lp (X, μ) = ƒ : X → K : |ƒ |p dμ < ∞
5.1 L1
O espaço L e a seminorma ∥ · ∥1
Seja (X, A, μ) um espaço de medida. O conjunto
Z
L(X, A, μ) = L(μ) = ƒ : (X, A) → R : |ƒ | dμ < ∞
18
O espaço L1
Para obtermos uma norma, vamos dizer que ƒ , g ∈ L(μ) são equi-
valentes se μ([ƒ ̸= g]) = 0, isto é, se ƒ , g são igual em μ-qtp.. Deno-
tamos por [ƒ ] a classe de equivalência de ƒ por esta relação.
O espaço de Lebesgue L1 (μ) = L1 (X, A, μ) é o conjunto de
todas as classes de equivalência [ƒ ] de elementos de L(μ).
Definimos ∥[ƒ ]∥1 por ∥ƒ ∥1 e obtemos que o espaço (L1 (μ), ∥ · ∥1 )
é um espaço normado.
De fato, as operações no espaço vetorial são [λƒ ] = λ[ƒ ] e [ƒ +
g] = [ƒ ] + [g] para λ ∈ R, ƒ , g ∈ L(μ), com vetor nulo [0]. Portanto a
desigualdade triangular e a homogeneidade seguem como antes.
Mas agora ∥[ƒ ]∥1 = 0 =⇒ ƒ = 0 , μ−qtp., logo [ƒ ] = [0].
5.2 Lp
Os espaços Lp
Analogamente ao caso L1 (μ), para 1 ≤ p < ∞ escrevemos
Z
Lp (μ) = Lp (X, A, μ) = ƒ : (X, A) → R, |ƒ |p dμ < ∞ / ∼
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Os espaços ℓp
No caso particular X = N e μ = # medida de contagem, escreve-
mos ℓp para os correspondentes espaços que podem ser identificados
com
( )
X
ℓp = (n )n≥1 ⊂ R : |n |p < ∞
n≥1
5.3 Desigualdades
Desigualdades de Hölder e Minkowski
Desigualdade de Hölder
Lema (Desigualdade de Hölder)
Sejam ƒ ∈ Lp (μ), g ∈ Lq (μ) com p > 1 e p−1 + q−1 = 1. Então ƒ g ∈ L1 (μ)
e ∥ƒ g∥1 ≤ ∥ƒ ∥p ∥g∥q .
Os índices p, q como acima dizem-se “conjugados”.
Para provar, seja 0 < α < 1 fixado e φ(t) = αt − t α . Então φ′ (t) < 0
para 0 < t < 1 e φ′ (t) > 0 para t > 1. Portanto φ(t) ≥ φ(1) e φ(t) =
φ(1) = α − 1 se, e só se, t = 1. Portanto temos
t α ≤ αt + (1 − α), t ≥ 0.
α b1−α ≤ α + (1 − α)b
Ap Bq
AB ≤ +
p q
20
com igualdade se, e só se, = Ap = Bq = b.
Tomemos agora ƒ ∈ Lp (μ), g ∈ Lq (μ) tais que ∥ƒ ∥p ̸= 0 e ∥g∥q ̸= 0.
O produto ƒ g é mensurável e a relação acima com A = |ƒ ()|/ ∥ƒ ∥p e
B = |g()|/ ∥g∥q garante que
portanto ƒ + h ∈ Lp (μ).
21
Prova da desigualdade de Minkowski
Além disto, também vale
|ƒ + h|p = |ƒ + h| · |ƒ + h|p−1 ≤ |ƒ | · |ƒ + h|p−1 + |h| · |ƒ + h|p−1 .
∥ƒ ∥p ∥ƒ + h∥p/
p
q
+ ∥h∥p ∥ƒ + h∥p/
p
q
= (∥ƒ ∥p + ∥h∥p )∥ƒ + h∥p/
p
q
.
∥ƒ + h∥p−p/
p
q
≤ ∥ƒ ∥p + ∥h∥p e p − p/ q = 1
5.4 Completude
Completude dos espaços Lp
Teorema de Riesz-Fischer
Teorema (completude de (Lp , ∥ · ∥p ))
Se 1 ≤ p < ∞, então (Lp (μ), ∥ · ∥p ) é espaço normado completo.
Seja (ƒn )n sequência Lp -Cauchy: para todo ϵ > 0 existe Mϵ tal que
para n, m ≥ Mϵ se tem
Z
|ƒn − ƒm |p dμ = ∥ƒn − ƒm ∥pp < ϵp .
22
Podemos achar subsequência gk de ƒn tal que ∥gk+1 − gk ∥p <
2−k , k ≥ 1 e definir g mensurável por
X
g() = |g1 ()| + |gk+1 () − gk ()|.
k≥1
23
Esta propriedade é muito útil em certos argumentos de conver-
gência.
Outra propriedade muito útil é a possibilidade de aproximar fun-
ções em Lp por funções mais regulares.
p Pk p
Ou seja, ∥ƒ − sn ∥p → 0 e cada sn ∈ S porque ∥sn ∥p = =1 μ([sn =
]) < ∞ implica que μ([sn = ]) < ∞ para ̸= 0, logo μ([sn ̸= 0]) <
∞.
24
Então
k
X k
X Z
∥s − 1D ∥pp ≤ | | p
|1A − 1D |p dμ
=1 =1
k
X
p
≤ k mx{| | } μ(A △D ) < ϵ.
=1
e faça ess sp g = inf Sg (lembre que inf ∅ = +∞), o supremo es-
sencial de g.
Notemos que, por definição, se β = ess sp g, para cada n > 1
temos que μ([g > β + 1/ n]) = 0 e como [g > β] = ∪n [g > β + 1/ n],
então μ([g > β]) = 0, e β ∈ Sg .
Definição de L∞ (μ)
Podemos agora definir, para cada função ƒ : X → [−∞, +∞] A-
mensurável
∥ƒ ∥∞ = ess sp(|ƒ |)
25
Se ∥ƒ ∥∞ = 0, então temos que 0 ∈ Sƒ , ou seja, μ([|ƒ | > 0]) = 0
e portanto ƒ = 0, μ-qtp..
Se ƒ , g ∈ L∞ (μ) então existem conjuntos N1 , N2 ∈ A com μ(N1 ) =
μ(N2 ) = 0 onde
que é A-mensurável.
26
Aproximação por funções simples em L∞ (μ)
Se μ(X) = ∞, a função constante 1 em X não pode ser aproxi-
mada por elementos de S = {s : X → R : s é simples e μ([s ̸= 0]) <
∞}.
De fato, se μ([s ̸= 0]) < ∞, então μ([ s = 1]) ≤ μ([s ̸= 0]) < ∞;
portanto μ([ s ̸= 1]) = +∞ pois μ(X) = μ([ s ̸= 1] + [s = 1]).
Como μ([s ̸= 1]) = μ([ s = 0] + [s ̸= 1] ∩ [s ̸= 0]) e μ([s ̸= 0]) < ∞,
então μ([s = 0]) = +∞.
Portanto, μ([|1 − s| > ϵ]) ≥ μ([s < 1 − ϵ]) = +∞ para todo ϵ > 0
pequeno: basta ϵ < 1 (por exemplo, ϵ = 1/ 2).
Assim ∥ƒ − s∥∞ ≥ 1/ 2 para qualquer s ∈ S e só podemos ter
aproximação por funções simples com pré-imagens de me-
dida finita se μ(X) < ∞.
ℓ∞ não é separável
O espaço de sequências limitadas
27
(yn )n≥1 em diferem em alguma coordenada e portanto ∥(n )n≥1 −
(yn )n≥1 ∥∞ = 1. Além disso, considerando as expansões binárias dos
reais em [0, 1] vemos que existe injeção [0, 1] → .
5.5 Dualidade
Dualidade entre os espaços Lp
Funcional Lp (μ) → R
Para g ∈ Lq (μ) seja Fg : Lp (μ) → R dado por ƒ 7→ ƒ · g dμ. Esta é
R
28
e também Fg (ƒ ) não depende do representante escolhido para as
classes de ƒ e g.
Da Desigualdade de Hölder segue também que |Fg (ƒ )| ≤ ∥g∥q ·∥ƒ ∥p ,
portanto ∥Fg ∥ ≤ ∥g∥q < ∞ e assim Fg ∈ Lp (μ)∗ , ou seja, Fg é um
funcional linear contínuo.
Se μ é σ-finita, mostraremos que Lq (μ) é isomorfo a Lp (μ)∗ ;
veremos que todo funcional em Lp (μ)∗ tem a forma Fg para
alguma g ∈ Lq (μ).
Teorema de Dualidade
Teorema (de dualidade)
Seja (X, A, μ) espaço de medida σ-finito e F : Lq (μ) → Lp (μ)∗ dada por
g 7→ Fg : Lp (μ) → R com p−1 + q−1 = 1. Então
29
Isometria
q/ p p
Mas ∥g∥q = (∥ƒ ∥p )1/ p = ∥ƒ ∥p , ou seja Fg (ƒ ) = ∥ƒ ∥p ∥g∥q , o que
mostra que ∥Fg ∥ ≥ ∥g∥q . Concluímos ∥F(g)∥ = ∥Fg ∥ = ∥g∥q .
g
Para p = ∞, q = 1 definimos ƒ = |g| 1Y e |ƒ | ≤ 1, μ-qtp., logo ƒ ∈
L (μ) (notemos que μ(X \ Y) = 0 para g ̸= 0 porque g ∈ Lq (μ) e
∞
O caso p = 1 e q = ∞
Tomemos 0 ≤ c < ∥g∥∞ e Z = [c < |g| < ∞]. Então μ(Z) > 0 e
podemos escrever Z = ∪n Zn com μ(Zn ) < ∞, n ≥ 1 pela σ-finitude.
g
Seja n fixado tal que μ(Zn ) > 0 e ƒ = |g| 1Zn . Então |ƒ | = 1Zn ∈ L1 (μ) e
Z Z Z
ƒ ·g= |g| ≥ cμ(Zn ) = c |ƒ | = c∥ƒ ∥1
Zn
A sobrejetividade de F
Primeiro supomos que μ(X) < ∞ e tomamos φ ∈ Lp (μ)∗ e olhamos
para ν(A) = φ(1A ), A ∈ A.
ν é uma medida (com sinal) finita. É fácil P ver que ν(∅) =
φ(1∅ ) = φ(0) = 0. Para a σ-aditividade, para A = n An , A, An ∈ A
vem, por linearidade de φ:
N
X X N
X
A= A + A =⇒ ν(A) = ν(An ) + φ(1P>N A ).
=1 >N =1
Mas BN = >N A é tal que 1BN ↘ 0 para todo ponto e μ(X) < ∞, logo
P
30
ν medida finita e absolutamente contínua
A medida ν é finita pois para cada A ∈ A temos |ν(A)| = |φ(1A )| ≤
∥φ∥ · ∥1A ∥p = ∥φ∥ · μ(A)1/ p ≤ ∥φ∥ · μ(X)1/ p < ∞.
Além disto, se μ(A) = 0 então 1A = 0, μ-qtp. e portanto 1A = 0 em
Lp (μ). Logo φ(1A ) = 0 = ν(A). Ou seja, ν ≪ μ.
An )...
g está em Lq (μ)
...e também que ν(A ∩ An ) = φ(1A∩An ) = φ(1A 1An ).
Fazendo φn (ƒ ) = φ(ƒ · 1An ), ƒ ∈ Lp (μ) temos funcional φn ∈ Lp (μ)∗
com |φn (ƒ )| ≤ ∥φ∥ · ∥ƒ · 1An ∥p ≤ ∥φ∥ · ∥ƒ ∥p , ou seja, ∥φn ∥ ≤ ∥φ∥.
Do que já vimos, temos φn = Fgn nas funções características, por-
tanto vale a identidade em todas as funções de Lp (μ) e ∥gn ∥q =
∥φn ∥ ≤ ∥φ∥ para todo n ≥ 1.
Para 1 < p < ∞, como |gn | ↗ |g| o Teorema da Convergência Mo-
nótona garante que g ∈ Lq (μ) pois
Z Z
|g|q = lim |gn |q = lim ∥gn ∥qq ≤ ∥φ∥q < ∞.
O caso σ-finito
Vamos assumir agora que X = ∪n Xn com μ(Xn ) < ∞ e Xn ⊂
Xn+1 , n ≥ 1.
Então cada (Xn , AXn , μn ), com μn (A) = μ(A ∩ Xn ) para A ∈ AXn , é um
espaço de medida finito. Além disso, ƒ ∈ Lp (μ) é tal que ƒn = ƒ · 1Xn ∈
Lp (μn ) e ƒn ↗ ƒ .
31
Dada φ ∈ Lp (μ)∗ temos que φn (ƒ ) = φ(ƒ ·1Xn ), ƒ ∈ Lp (μn ) é funcional
linear com ∥φn ∥ ≤ ∥φ∥ e, pelo caso anterior, existe gn ∈ Lq (μn ) tal que
φn = Fgn e ∥gn ∥q = ∥φn ∥ ≤ ∥φ∥, n ≥ 1. Temos então que
Z Z
ƒ 1Xn gn+1 = φn+1 (ƒ · 1Xn ) = φ(ƒ · 1Xn ) = φn (ƒ ) = ƒ gn
O caso p = ∞
Obtivemos Lp (μ)∗ ≈ Lq (μ) para 1 ≤ p < ∞.
32