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Resumo de História para PM-PE

(Soldado)

HISTÓRIA P/ PM-PE 2023


Resumo de História de Pernambuco - 2023
PM PE (Soldado) -Pré-Edital
Equipe Simula Provas

RESUMO DE HISTÓRIA- PM PE 2023

Introdução

Ser aprovado em concurso público é um grande desafio, que precisa do auxílio de


uma equipe competente, que oriente seus estudos de forma objetiva, para poupar o
máximo de tempo, que é certamente o recurso mais precioso do concurseiro. Para acelerar
os estudos, a Equipe Simula Provas decidiu desenvolver em versão simplificadas, mas com
riqueza de conteúdo esse material teórico de História de Pernambuco, focado 100% no
último edital.

O método deste material é abordar de forma simples, os principais tópicos dos


conteúdos de história, que são mais cobrados no concurso PM-PE. É um material bem
enxuto, objetivo e direcionado. Os temas pouco abordados nas provas anteriores pouco
serão explorados, para ser uma síntese bem rápida, que irá ajudar na economia do tempo.

Um material simplificado e sintético, essa é a primeira versão simplificada, de um


concurso de grande complexibilidade como o concurso de soldado da polícia militar de
Pernambuco.

Qualquer sugestão, pode entrar em contato diretamente com nosso equipe pelo
Instagram @Simulaprovas, ou no fórum de dúvidas. É muito importante sua opinião e se
você quiser, gostaria muito do seu relato sobre a experiência com o curso e sugestões para
atendê-los melhor.

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Resumo de História de Pernambuco - 2023
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SUMÁRIO
1. Ocupação Pré-Histórica de Pernambuco 3

2. Características socioculturais das populações indígenas que habitavam o 11


território do atual estado de Pernambuco, antes dos primeiros contatos euro
americanos.
3. A Capitania de Pernambuco 13

4. A Província de Pernambuco no I e II Reinado 24

5. Outros movimentos que envolvem Pernambuco 30

6. O tráfico transatlântico de escravos para terras pernambucanas; Cotidiano e 37


formas de resistência escrava em Pernambuco; Crise da Lavoura canavieira
7. Pernambuco Republicano 40

8. Pernambuco sob a interventoria de Agamenon Magalhães 42

9. Repressão Durante A Ditadura Civil-Militar (1964-2015) Em Pernambuco 44

10. Herança Afrodescendente em Pernambuco 46

11. Processo político em Pernambuco (2001-2015) 49

12. Bizu de leitura rápido do Simula Provas 51

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1. Ocupação Pré-Histórica de Pernambuco

Seja muito bem vindo, caro concurseiro. Sem delongas iniciaremos nossos estudos de
modo prático, mas com a devida propriedade e dedicação para a sua aprovação.

1.1 Período Pré-Colonial (1500-1530)

Portugal iniciou o processo de expansão marítima, depois da unificação dos


reinos, no início do século XV. No Mediterrâneo, as cidades italianas de Gênova e Veneza
dominavam a navegação no Mediterrâneo, o que lhes conferia muito poder e influência
comercial naquela região.

A expansão árabe estava conquistando e dominando o norte da África, o que


dificultou a passagem de Portugal para as índias. Portugal se viu na necessidade de
realizar suas navegações no oceano Atlântico para chegar às Índias. Nesse percurso,
Portugal chegou ao Brasil.

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Portugal não teve interesse no Brasil


em um primeiro momento, porque seu
objetivo era chegar às Índias.

O que se encontrava na Índia era mais lucrativo e não se encontraram metais


preciosos no Brasil, o que atenderia à política do metalismo – inerente ao mercantilismo.

Em 1501, a expedição do navegador Gaspar de Lemos fundou feitorias no litoral


da colônia portuguesa. Nessa época, teve início o processo de colonização de
Pernambuco.

chegada da 1° expedição
1501 de reconhecimento
Gaspar de Lemos

1° expedição exploradora Comerciante


1502 do pau-brasil Fernando de noronha

Expedições no
2° expedição de
período pré-colonial 1503 reconhecimento
Gonçalo Coelho
(1500-1530)

1516 Expedição de guarda-costa Cristovão Jacques

1526 Expedição de guarda-costa Cristovão Jacques

O período pré-colonial não gerou povoamento, que só vai ocorrer a partir da


implantação do cultivo da cana de açúcar e a fundação da capitania de Pernambuco,
que foi concedida à Duarte Coelho. Até 1530 o litoral era cheio de feitorias: armazéns
litorâneos que também eram fortes militares.

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1.2 Período colonial (1530-1808)

Entre 1534 e 1536, Dom João III,


rei de Portugal, instalou o sistema de
Capitanias Hereditárias no Brasil e
dentre os primeiros 14 lotes
distribuídos estava a Capitania de
Pernambuco, chamada de Nova
Lusitânia. Seu donatário era Duarte
Coelho, que assim a batizou. Em 1535,
ele se estabeleceu no local onde fundou
a vila de Olinda. Uma das primeiras capitanias a ser doada foi a capitania de
Pernambuco, ou capitania de Nova Lusitânia, como foi batizada inicialmente. Em 1537,
foi fundada a cidade de Recife. Nem todas as Capitanias Hereditárias foram bem-
sucedidas, mas graças ao cultivo da cana-de-açúcar, a Capitania de Pernambuco prosperou.

A princípio, os portugueses utilizaram a mão de


obra escrava indígena na lavoura da cana. No
entanto, os senhores de engenho passam a usar
pessoas escravizadas negras nas plantações, devido
ao lucrativo comércio de escravos com as colônias
portuguesas na África.

No período colonial, como já foi dito, o estado tornou-se um grande produtor de


açúcar, sendo responsável por mais de metade das exportações brasileiras. Sua
prosperidade, entretanto, chamou a atenção dos holandeses, que, entre 1630 e 1654,
ocuparam a região, sob o comando de Mauricio de Nassau que se estabeleceu no
Recife, fazendo-a capital do Brasil holandês. Nassau realiza várias obras de urbanização,
amplia a lavoura da cana fazendo o estado pernambucano prosperar.

A partir de 1535, foi fundada a vila de Olinda e Igarassu, sendo Olinda considerada a
capital administrativa da região. Do porto de Olinda, posteriormente, se originaria a cidade
de Recife, atual capital do estado.

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O território de Pernambuco parece possuir extensão territorial pequena se


comparado a outros estados brasileiros. Porém, até o final do século XVIII, a província de
Pernambuco possuía grande extensão territorial e abrangia os atuais estados de
Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, e a porção oeste do atual estado da Bahia,
área até então conhecida como Comarca do São Francisco, além do próprio estado de
Pernambuco.

A colonização portuguesa nas capitanias do Norte de Estado do Brasil se deu a partir


da formação de uma sociedade litorânea de estrutura latifundiária, escravocrata e
monocultora. Para a Coroa Portuguesa era interessante ocupar, defender e aproveitar
economicamente a terra da qual se julgava dona. Afinal, defender o território recém
conquistado era um ponto de extrema necessidade para garantir o interesse da Coroa. A
formação de tal sociedade colonial só se tornava possível à medida que iam sendo
"civilizados" os índios que habitavam o litoral. Estes conhecidos como tupi, ao longo do
tempo foram se aliando aos conquistadores, transformando-se em mão-de-obra para a
conquista.

Latifúndio

Monocultura
Estrutura
açúcareira
Plantation
Escravismo

Mercado externo

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Já no final do século 16, a Capitania de Pernambuco se tornara uma das mais ricas
da colônia. Este fato atraiu a atenção de ingleses, holandeses e franceses que
organizaram expedições para tomar a então capital, Olinda.

Nesta época, Portugal estava unido à Espanha, no período conhecido por União
Ibérica. Por sua vez, a Espanha estava em guerra com a Inglaterra e a Holanda. Assim,
tanto fazia invadir Olinda como Sevilha. Os ingleses, aliados com os holandeses, tomaram
Recife em 1595 e levaram vários produtos valiosos como o açúcar, madeiras e algodão.
A partir daí, a Capitania organizou duas companhias para a defesa de Recife e de Olinda.

1.3 Ocupação Holandesa (1630-1645)


Na Bahia em 1624 teve início a invasão holandesa e foram expulsos da capital
graças à ação de uma armada luso-espanhola um ano depois.

Uma segunda tentativa de invasão se deu em 1630, dessa vez em Pernambuco.


Olinda foi incendiada – os holandeses se estabeleceram naquelas terras até a eclosão
da Insurreição Pernambucana em 1645.

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Os holandeses conseguiram conquistar as vilas de Olinda e Recife. Houve


combates, mas os invasores holandeses resistiram e estabeleceram o controle de uma
extensa parte do litoral brasileiro que ia do Sergipe ao Maranhão. A Companhia das Índias
Ocidentais nomeou um governador para administrar o domínio recém conquistado, que
ficou conhecido como o Brasil-holandês.

Para o cargo de governador, foi nomeado o conde João Maurício de Nassau, que
chegou ao Recife em janeiro de 1637. No período em que governou o Brasil-holandês,
entre 1637 a 1644, Nassau procurou estabelecer uma administração eficiente e um bom
relacionamento com os senhores de engenho da região.

Principais características de administração Nassoviana:

Reuniu a Aistocracia rural em uma Câmara Municipal (Câmara das


Espanheiros), ou seja, vereança.

Financiamento, através de empréstimos, para recuperar a


produção açucareira.

Liberdade de culto, cujo objetivo era atrair capital de Judeus e


protestantes. Assim sendo surgiu a 1° Sinagoga das Américas.

Ampliação do Domínio: de Sergipe ao Maranhão. Tentou conquistar


a Bahia.

Conquistou as áreas na África (Angola) e Ilhas na Costas Africanas,


passsando a controlar o tráfico de escravos.

Pressionado pela W.I.C (Companhia das Índias Ocidentais), Nassau


pediu demissão sendo substituído pela junta Governativa.

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Com o fim do domínio espanhol sob Portugal, em 1640; o novo rei português, D.
João 4º, decidiu recuperar o Nordeste brasileiro retirando-o do domínio holandês. Esse
período coincidiu com o descontentamento dos senhores de engenho do Nordeste
brasileiro diante dos holandeses. Nassau já havia partido e, para explorar ao máximo a
produção do açúcar brasileiro, a Holanda adotou inúmeras medidas impopulares, em
especial o aumento dos impostos, o que contrariava os interesses dos proprietários de
engenho.

Mas a expulsão definitiva dos holandeses teve início em junho de 1645, em


Pernambuco, através da eclosão de uma insurreição popular liderada pelo paraibano André
Vidal de Negreiros, pelo senhor de engenho João Fernandes Vieira, pelo índio Felipe
Camarão e pelo negro Henrique Dias. A chamada Insurreição Pernambucana, chegou ao
fim em 1654, tendo libertado o Nordeste brasileiro do domínio holandês.

Principais consequências da expulsão holandesa:

Portugal pagou uma indenização à W.I.C (Companhia das Índias


Ocidentais);

A crise de nossa produção açucareira (final do século XVII).


Graça a concorrência do açúcar antilhano.

1.4 Confederação dos Cariris


A Confederação dos Cariris ou Guerra do Bárbaros foi uma série de batalhas
ocorridas entre os anos de 1683 a 1713.

Após a expulsão dos holandeses, os colonizadores portugueses continuaram se


expandir em direção ao sertão nordestino. Buscavam aumentar as lavouras de açúcar e
algodão, além do pasto para o gado.

No entanto, algumas tribos indígenas como os Cariris, Crateús e Cariús, se


uniram e passaram atacar as fazendas.

Com o objetivo de derrotá-los, os proprietários nordestinos tiveram que trazer


bandeirantes paulistas para combatê-los. A Confederação dos Cariris terminou somente
em 1713 quando os últimos focos de resistência foram exterminados no Ceará.

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1.5 Guerra dos Mascates


A Guerra dos Mascates ocorreu entre 1710 e 1711 entre os senhores de engenho
concentrados em Olinda e comerciantes portugueses que viviam em Recife.

Muitos historiadores apontam esta guerra como a primeira rebelião de caráter


nativista do Brasil. Afinal, o conflito colocou em lados contrários a elite branca já nascida
no Brasil e os portugueses recém-chegados da metrópole.

1.6 Revolução Pernambucana


O fim do Período colonial se deu com a Revolução Pernambucana onde a
Capitania declarou a separação da colônia e a proclamar uma república em março de
1817.

Esse movimento de caráter separatista e republicano manifestou a insatisfação


local com o controle de Portugal sobre a região e com as desigualdades sociais
existentes. O acontecimento da Revolução Pernambucana estava diretamente relacionado
com os desdobramentos da transferência da Corte portuguesa para o Brasil. Esse assunto
trataremos mais adiante.

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2. Características socioculturais das populações indígenas que habitavam


o território do atual estado de Pernambuco, antes dos primeiros contatos
euro americanos.

Pois bem, é impossível falar sobre colonização sem mencionar os índios. O território
onde hoje é o estado de Pernambuco era povoado por diversas tribos indígenas como
caetés, cariris e tabajaras, dentre outras etnias.

Cada uma tinha sua língua e costumes e muitas vezes eram inimigas entre si. Este
fato foi importante para os europeus, pois estes faziam alianças com diversos povos
indígenas a fim de conquistar o território. No território pernambucano, há resquícios de
onze mil anos de habitação. São sítios arqueológicos identificados por datação de carbono
e são mais antigos do que a escrita

A maioria dos grupos indígenas que habitava a atual costa de Pernambuco no


período da conquista era de língua Tupi, organizava-se em aldeias de milhares de
indivíduos, cujos laços sociais principais eram firmados em linhagens e parentescos, e onde
a divisão de trabalho baseava-se, principalmente, em quesitos de gênero e idade.

No contato dos portugueses com as tribos indígenas, destaca-se os indígenas


tabajaras e caetés. Os caetés ficaram conhecidos por terem comido o bispo Sardinha, que
viera com Tomé de Souza fundar o primeiro bispado do Brasil. O navio naufragou e foi
capturado por indígenas no litoral. Mas o detalhe é que eram antropofágicos, ou seja, canibais.

Este episódio chegou a Europa e provocou terror. De certa forma serviu de justificativa
para a colonização e a “guerra justa”. A partir daí os indígenas passaram a ser descritos como
terríveis. Diferente dos primeiros relatos que os descreviam como seres inocentes.

A organização dos primeiros habitantes de Pernambuco


como se deu da seguinte característica:

Organização tribal;

Sem propriedade privada;

Seminômades com uma agricultura rudimentar (mandioca);

Praticavam a coivara (queimadas para abrir descampados);

Caçadores, coletores e pescadores.

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Vale enfatizar que no primeiro contato com os nativos não ocorreu a escravização
do indígena, que trabalhava retirando o pau brasil através do escambo.

Desse modo, o primeiro contato com os indígenas foi pacífico. A escravização dos
nativos era combatida pela Igreja e o Estado português, seguindo a orientação do clero, não
estimulava a escravização de nativos, inclusive criou leis que a proibiu.

O escambo é uma modalidade de transação que foi


muito comum na Antiguidade. Por meio desse acordo, realiza-
se a troca de mercadorias ou serviços. O escambo foi um
tipo de transação comercial muito comum na Antiguidade.

Atuais reservas indígenas no estado de Pernambuco:

Povo População Localização

Kapinawá 3.283 Buíque, Tupanatinga e Ibimirim

Xukuru 12.000 Pesqueira

Fulni-ó 4.260 Águas Belas

Tuxá 261 Inajá

Kambiwá 2.911 Ibimirim e Inajá

Pipipã 1.195 Floresta

Pankararu 5.500 Petrolândia, Tacaratu e Jatobá

Pankararu Entre Serras 1.500 Petrolândia

Pancaiuká 150 Jatobá

Atikum 4.631 Carnaubeira da Penha e Salgueiro

Pankará 5.000 e 300 Carnaubeira da Penha e Itacuruba

Truká 5.986 e 250 Cabrobó e Orocó

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3. A Capitania de Pernambuco

Pernambuco era considerada o maior polo econômico da colônia durante os


séculos XVI e XVII possuindo mais de 100 engenhos de produção de açúcar espalhados
por uma região que se estende da antiga Vila de Igaraçu até o rio São Francisco. Entretanto,
o comércio nem sempre atua como o principal norteador da forma urbana das vilas
isoladamente e este artigo busca indagar sobre o papel de cada uma delas dentro do
pressuposto da exploração comercial do projeto de expansão do império português.

O donatário Duarte Coelho é mencionado com orgulho referentes à formação de


Pernambuco. É claro que esse tom advém da situação desta Capitania, enquanto a mais
próspera economicamente da região Nordeste, e mesmo do Brasil seguindo apenas a
Capitania de São Vicente.

A Capitania de Pernambuco foi palco de expressivas


ações portuguesas que resultaram na instalação de
espaços urbanos na maioria das vezes de pequeno
porte, à maneira de um povoado ou vila, carregando um
elemento definidor das intenções colonizadoras: o
engenho.

As mais antigas vilas fundadas em Pernambuco são Igaraçu e Olinda. A primeira


foi fundada em 1535 por Afonso Gonçalves, à mando de Duarte Coelho; a segunda em
1537, mas desde esses começos ambas tiveram realidades urbanas diferenciadas, fazendo
com que os dois anos de idade a mais de Igaraçu não a tivessem rendido especial
investimento do Reino.

Igaraçu é bastante referenciada nos textos de época, não apenas por ser uma das
primeiras povoações instaladas no Brasil, mas por causa de sua situação geográfica que
define o limite norte da Capitania.

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Em Recife, viviam apenas as pessoas ligadas aos serviços do porto e pescadores,


existiam poucas habitações, algumas tabernas, vendas e armazéns. O povoado era
totalmente dependente de Olinda, inclusive para o abastecimento de água necessária
à sobrevivência. No interior, o açúcar, grande riqueza do período, era produzido nos
engenhos, principalmente na várzea do Capibaribe, região de maior produção mundial.
Devido à intensa movimentação açucareira, o porto de Recife era considerado o mais
importante da América portuguesa. Foi justamente esta função portuária de Recife que
consolidou sua relação com Olinda.

A “Guerra dos Bárbaros”


A Guerra dos Bárbaros foi marcada por uma série de conflitos entre os
colonizadores e os povos indígenas durante o período de 1650 até 1720.

Apesar de ser pouco estudada e conhecida


na escola, a Guerra dos Bárbaros foi um
longo período da história do Brasil colonial
com muitos conflitos que resultaram na
morte de muitos índios.

Em primeiro lugar, a Guerra dos Bárbaros, que durou 70 anos (1650 – 1720), envolveu
os colonizadores e os povos nativos (índios).

O motivo principal era a ocupação de um território que ia desde a Bahia até o


Maranhão. Além disso, a guerra foi denominada dessa forma, pois os colonos luso-
brasileiros consideravam tais povos como ‘bárbaros” e traidores.

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Tupis
Os colonizadores
dividiam os indígenas
em dois grupos
Tapuias

Os tupis eram mais sociáveis e mais suscetíveis a acordos e, até mesmo, fáceis de
manipular.

Se por um lado a guerra envolveu diversos povos indígenas, muitos deles inimigos
tradicionais, por outro lado os colonizadores também entraram em conflito entre si
pelas terras e mão de obra escrava nativa, atraindo os mais variados setores da
sociedade colonial em formação, tais como: os sesmeiros, os moradores, os religiosos, os
bandeirantes, os foreiros, os vaqueiros, os rendeiros, os capitães-mores, os mestres de
campo.

Genericamente denominado de Guerra aos Bárbaros, esse conflito armado de


caráter genocida também foi chamado de Guerra do Recôncavo (em menção ao
recôncavo baiano, onde aconteceram as primeiras lutas armadas), Guerra do Açu (em
referência à região do Açu, no Rio Grande do Norte, onde ocorreram os principais conflitos)
e Confederação dos Cariris (por terem sido esses grupos indígenas um dos mais
combatentes).

A designação “bárbaros” era dada pelos


colonizadores e cronistas da época aos povos nativos
que habitavam à região e ofereciam resistência à
ocupação do território pelos portugueses. Essa
terminologia etnocêntrica convinha ao discurso colonizador
que propagava a catequese e a “civilização” dos povos
indígenas nos moldes culturais do europeu ocidental. Eram
descritos como povos selvagens, bestiais, infiéis, traiçoeiros,
audaciosos, intrépidos, canibais, poligâmicos, enfim, “índios-problema”, pois não se
deixavam evangelizar e civilizar. Eram, portanto, considerados os principais obstáculos à
efetiva colonização.

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Embora o resultado dessa guerra tenha sido catastrófico para os povos nativos da
região, é importante destacar a seu tenaz resistência, que retardou o processo de
conquista da terra pelos colonos nos sertões nordestinos por quase dois séculos. Os
Tapuia desenvolveram uma forma de luta singular na história da resistência indígena no
Brasil. Apesar de um passado caracterizado por conflitos internos entre as diversas tribos,
esses povos conseguiram, através de uma série de alianças, alcançar um certo grau de
coesão na sua luta contra o colonizador que desejava remover os habitantes indígenas da
região para povoá-la de gado (foi o pastoreio que permitiu a ocupação econômica, pelos
colonizadores, em todo o interior do Nordeste).

A partir do século XVII, a pecuária foi paulatinamente sendo levada para o


interior da região, espalhando-se pelo agreste e alcançando o sertão. A criação de gado
permitiu a ascensão econômica e social de alguns habitantes do local, e a Guerra dos
Bárbaros tornou-se um meio para alcançar esse fim, pois, por seu intermédio, conquistava-
se o direito a sesmarias, condição essencial para a montagem de uma fazenda de gado. A
resistência indígena foi a maior barreira à expansão da pecuária, pois ela só se
desenvolveu, ampliando o seu mercado, após o final do conflito, quando as terras estavam
“limpas” dos indígenas.

Em 1699, o comandante do Terço foi o


mandante de um extermínio em série, que
matou mais de 400 índios. Foi considerado
um dos maiores atos cruéis de massacre
contra os povos indígenas.

Todavia, é importante ressaltar que mesmo com o fim trágico, os povos nativos
daquela região são um exemplo de força, luta, coragem e resistência. A luta deles é
muito relevante, pois foi graças a ela que os colonos só conseguiram conquistar tais
terras após quase dois séculos.

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A lavoura açucareira e mão de obra escrava


Duarte Coelho tratou de instalar em Pernambuco os primeiros engenhos de
açúcar da colônia, incentivando também o plantio do algodão. Tudo estava por fazer e o
donatário organizou o tombamento de terras, a distribuição de justiça, o registro civil,
a defesa contra os índios Caetés e Tabajaras.

Ao falecer, em Lisboa, em 1554, legou aos filhos uma capitania florescente. O seu
cunhado, Jerônimo de Albuquerque, em correspondência com a Coroa, pedia autorização
para importar escravos africanos. Coube a Pernambuco o nada honrável título de primeiro
porto brasileiro de desembarque de escravos africanos comercializados. Em 1546 já
existiam 76 escravos na colônia.

Em Olinda, sede administrativa da capitania, se


instalaram as autoridades civis e eclesiásticas, o
Colégio dos Jesuítas, os principais conventos e o
pequeno cais do Varadouro. Em fins do século XVI, cerca
de 700 famílias ali residiam, sem contar os que viviam nos
engenhos, que abrigavam de 20 a 30 moradores livres.

O pequeno porto de Olinda era pouco significativo, sem profundidade para


receber as grandes embarcações que cruzavam o Oceano Atlântico. Por sua vez, Recife,
povoado chamado pelo primeiro donatário de "Arrecife dos navios", segundo a Carta de
Foral passada a 12 de março de 1537, veio a ser o porto principal da capitania. Em pouco
tempo, a Capitania de Pernambuco se tornou a principal produtora de açúcar da colônia
portuguesa. Consequentemente, era também a mais próspera e influente das capitanias
hereditárias.

O fato é que o início da produção de açúcar


coincidiu com a chegada dos escravos africanos ao
Brasil. Em 1590, eles já eram 36 mil escravos e
depois passaram a ser usados, também, na lavoura
do café, sendo submetidos às mais duras condições
de trabalho.

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Surge em Pernambuco o protótipo da sociedade açucareira dos grandes


latifundiários da cana-de-açúcar, que perdurará de forma majoritária nos dois séculos
seguintes. O cultivo da cana-de-açúcar adaptou-se facilmente ao clima pernambucano
e ao solo massapê.

A maior proximidade geográfica de Portugal,


barateando o custo do transporte, a abundância do
pau-brasil, o cultivo do algodão e os grandes
investimentos feitos pelo donatário na fundação de
vilas e na pacificação dos índios são outros fatores
que ajudam a explicar o progresso da capitania. Tal
prosperidade, entretanto, transformou a capitania em
um ponto cobiçado por piratas europeus.

Já em 1595, o corsário inglês James Lancaster tomou de assalto o porto de Recife


e passou a saquear as riquezas transportadas do interior. Partiu um mês depois, levando
as pilhagens em quinze embarcações. Era o engenho uma espécie de povoação rural, a
exemplo da usina de açúcar dos dias atuais, que congregava não somente escravos, mas
artesãos dos mais diversos misteres, lavradores de canas vizinhos, moradores livres,
agregados da casa-grande, padres e familiares do senhor de engenho, que vieram a tornar-
se, espelhos e metáfora da sociedade brasileira.

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A Guerra dos Mascates


A Guerra dos Mascates foi um conflito envolvendo fazendeiros de Olinda e
comerciantes de Recife, entre 1710 e 1711, pelo domínio político e econômico da
Capitania de Pernambuco. Logo após a expulsão dos holandeses em 1654, os fazendeiros
de Olinda estavam com grandes dificuldades financeiras para reconstruir seus
engenhos, destruídos pela guerra que culminou na expulsão dos invasores.

A partir de 1654, a expulsão definitiva dos holandeses de Pernambuco provocou


uma grande mudança no cenário econômico daquela região. Os grandes produtores de
açúcar que anteriormente usufruíram dos investimentos holandeses, agora viviam
uma crise decorrente da baixa do açúcar no mercado internacional e a concorrência do
açúcar produzido nas Antilhas. Contudo, esses senhores de engenho ainda possuíam o
controle do cenário político local por meio do poder exercido na câmara municipal de
Olinda.

Os fazendeiros de Olinda foram os mais atingidos por essa crise. Eles não tinham
condições de reerguer os engenhos destruídos e nem de comercializar a produção. Ao
contrário de Olinda, Recife não dependia da agricultura. O comércio da região era
dominado por portugueses e estava em franco desenvolvimento. A cidade foi muito
beneficiada durante a invasão holandesa.

Maurício de Nassau, administrador dos domínios holandeses no Brasil, remodelou


a cidade de Recife, ao contrário da vizinha Olinda. A rivalidade entre recifenses e
olindenses estava tanto no campo econômico quanto no político. Recife não foi

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atingida pela crise do açúcar, ao contrário de Olinda, que dependia da produção


açucareira para se manter.

Desse modo, a causas da Guerra dos Mascates tornou-se com a crise do açúcar
inaugurando o século XVIII, os fazendeiros de Olinda não conseguiam recursos para
reerguer suas plantações. A solução foi recorrer aos comerciantes de Recife e pedir
empréstimos para voltar a investir na agricultura. Quem dominava o comércio recifense
eram portugueses, que eram pejorativamente chamados de “mascates”. A situação econômica
de Olinda estava tão complicada que os empréstimos concedidos pelos comerciantes não
foram suficientes para reerguer a cidade após a expulsão dos holandeses.

Nesse contexto, a Câmara Municipal da cidade


decretou o aumento de impostos. Essa medida não
atingiu apenas os olindenses, mas também Recife. Era a
vez de Recife reagir a essa imposição. Os recifenses
conseguiram a elevação à condição de vila, o que lhe
dava autonomia em relação a Olinda.

Os fazendeiros olindenses temiam que essa medida motivasse os comerciantes


de Recife a cobrarem os empréstimos concedidos. Assim sendo, era necessário traçar
uma fronteira entre as duas cidades, limitando os domínios de cada uma. A fronteira entre
elas foi a causa da Guerra dos Mascates.

Olinda não aceitou a autonomia de Recife e, em 1710, invadiu a cidade vizinha,


desencadeando a Guerra dos Mascates. Essa invasão foi bem-sucedida, e os olindenses
conseguiram dominar a cidade. Porém, a reação militar de Recife, que teve apoio de
outras capitanias, conseguiu desfazer as conquistas dos invasores. No ano seguinte, a
Coroa Portuguesa nomeou Félix José de Mendonça como governador da Capitania de
Pernambuco. O novo governador da capitania ficou do lado dos portugueses
comerciantes de Recife, derrotando Olinda.

Com o fim da guerra, em 1711, os revoltosos foram presos e Recife foi elevada à
condição de sede administrativa da Capitania de Pernambuco no ano seguinte. Alguns
participantes da Guerra dos Mascates foram anistiados e os fazendeiros tiveram o
perdão das dívidas adquiridas. Essa reconciliação foi feita para evitar outro conflito na
região.

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As Instituições Eclesiásticas e a Sociedade Colonial


O catolicismo foi trazido por missionários que acompanharam os exploradores e
colonizadores portugueses. Na época, o estado controlava a atividade eclesiástica.
Sustentava a igreja.

As instituições eclesiásticas são todo o sistema


relacionado a Igreja, o clero, os padres como organização
religiosa. E o seu papel quanto a colonização estava
diretamente relacionado a expansão da cultura
católica, assim como o contexto da política colonizadora
de Portugal.

Para os monarcas portugueses, ao colonizar e evangelizar os indivíduos dos países


explorados, eles se colocavam em pé de igualdade, economicamente com outras nações.

Os membros da Companhia de Jesus foram, durante muito tempo, a coluna mestra


do catolicismo na colônia tendo em vista a fragilidade da organização eclesiástica na
sociedade colonial brasileira. O bispado de Salvador foi criado em 1554 e elevado à categoria
de Arquidiocese só em 1676, com a criação das dioceses do Rio de Janeiro, Olinda e Maranhão.
No início do século XVIII foram criadas mais cinco dioceses: Pará, Mariana, São Paulo, Goiás e
Cuiabá. Nesta mesma época, foi instituído o primeiro códice eclesiástico da colônia.

Em Pernambuco, a Inquisição se instalou


solenemente em Olinda, sede da Capitania, em 24 de
setembro de 1593, três dias após a chegada do Visitador,
abrindo o período de graça – espaço, geralmente de um
mês, onde os confitentes que se apresentavam
espontaneamente perante o inquisidor teriam suas penas
perdoadas ou amortecidas – para as confissões dos
moradores das freguesias de Igarassu, São Lourenço,
Jaboatão, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, além de Olinda
e seus arredores; expandindo depois sua ação para
Itamaracá a oito de dezembro de 1594 e Paraíba em oito de janeiro de 1595.

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Tendo sido nomeado visitador há poucos anos, desde 26 de março de 1591, Furtado
de Mendonça assistiu, em terras das capitanias da Bahia e de Pernambuco, a um
desfile de confitentes e delatores que, em seus depoimentos, revelaram dados sobre a
vida social da colônia lusa na América.

Mais atuantes, na Nova Lusitânia, no controle e orientação dos fiéis do que o Santo
Ofício, os padres inacianos atuaram na capitania de forma intensa até a expulsão deles
no século XVIII. Trabalhando nos púlpitos, como confessores, professores, nos
recolhimentos e no Colégio da Companhia em Pernambuco, os jesuítas buscavam disciplinar
os colonos da Capitania Duartina através da pregação.

A Insurreição Pernambucana
A insurreição pernambucana ocorreu em 1645 e ficou conhecida como Guerra da
Luz Divina. Esse conflito teve como objetivo expulsar os holandeses da região do
Nordeste brasileiro.

Portanto, a insurreição pernambucana correu no contexto da ocupação


holandesa de parte da região Nordeste do Brasil, incluindo a região de Pernambuco. Os
holandeses estabeleceram-se nessa região a partir de 1630, no período que em que o
Brasil estava sob o jugo do trono espanhol, que estava unido a Portugal desde 1580 no
processo conhecido como União Ibérica. As invasões holandesas, que ocorreram em
colônias portuguesas na África também, como Angola, foram motivadas pelas
divergências com a Espanha que iam desde problemas relacionados com o comércio
marítimo até questões religiosas.

A situação dos engenhos de açúcar de Pernambuco, que eram controlados pela


Companhia das Índias Ocidentais (empresa holandesa), a partir da década de 1640,

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começou a apresentar sinais de declínio. Os produtores locais passaram a ficar


insatisfeitos com a administração holandesa, que lhes cobrava os dividendos dos lucros
a qualquer custo. Alguns senhores de engenho, pressionados pelos holandeses, refugiaram-
se na Bahia; outros procuravam eximir-se da dívida de outras formas.

Essa situação chegou a um ponto de saturação no ano de 1645, quando houve a


primeira campanha de insurreição, sobretudo porque foi nesse ano que o governador
Maurício de Nassau partiu de Pernambuco para a sua terra natal. Os primeiros a
comandarem a insurreição de 1645 foram os senhores de engenho do interior de
Pernambuco. Depois, logo passaram a ser apoiados pelos senhores de engenho que
retornaram da Bahia com o objetivo de reaver as suas terras. Em poucos meses, as tropas
conseguiram chegar até Recife.

Mesmo após vários anos de guerra e retirada da população holandesa do


Nordeste brasileiro, a situação de desocupação territorial só ficou completamente
resolvida após um acordo amigável entre Portugal e Holanda. Os países acordaram que
a capitania de Pernambuco fosse “vendida” a Portugal por 4,5 toneladas de ouro, que
poderiam ser pagas a prestações ou de outras formas, como açúcar, tabaco e sal. Em contra
partida Portugal levou vantagem em receber de volta o domínio total sobre a Angola e o
Brasil.

É interessante observar que a insurreição


pernambucana de 1645 trouxe integração ao Brasil,
tanto no âmbito territorial, já que a maior causa da
guerra era reconquistar as terras que estavam sob
domínio de outrem, como social, uma vez que negros,
mestiços, índios, portugueses e brasileiros lutaram
juntos por um ideal e um bem comum, que era
defender e recuperar a riqueza que pertence ao Brasil.

Ainda consta que, para garantir a reintegração de suas posses, Portugal concedeu
uma indenização de 63 toneladas de ouro. A Holanda, já enfraquecida com os conflitos
no cenário americano e europeu, optou pela retirada de suas tropas e o aceite da
indenização. Expulsos do Brasil, os holandeses rumaram para as Antilhas onde passaram a
produzir um açúcar mais barato que influenciou na crise açucareira do nordeste brasileiro.

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4. A Província de Pernambuco no I e II Reinado

A emancipação política do Brasil se deu dentro de um caráter elitista, isto é, sem


participação e, ao criar a figura do herói que se doa pela pátria e pelo povo, esvazia o
significado das ações políticas da população no passado e, principalmente, no presente.

4.1 Primeiro Reinado (1822-31)


Com a emancipação política do Brasil, tem-se a necessidade de organizar a vida
e a política do novo país, agora autônomo, porém com vínculos e dívidas com outros
países, bem como com grupos interessados em orbitar no poder.

Constituinte de 1823 Iniciou seus trabalhos em 17 de abril, foi presidida por


Antônio Carlos de Andrada e possuiu um caráter com fortes influências iluministas,
mas não passou de um anteprojeto. Seu conteúdo liberal, anticolonialista e antilusitano
desagradou o Imperador D. Pedro I, que teria seus poderes limitados, haja vista que esta
Carta Constituinte estava baseada no modelo da Tripartição do Poder (Legislativo, Executivo
e Judiciário), de Montesquieu.

Uma característica curiosa desta Carta é o estabelecimento do voto censitário,


tomando por base a produção de farinha de mandioca, daí o apelido de “Constituição
da Mandioca”. D. Pedro I ordenou a dissolução da Assembleia em 12 de novembro, ordem
que foi desobedecida pelos deputados, que passaram a noite trancafiados na Assembleia;
foi a chamada “Noite da Agonia”.

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Os constituintes foram presos e a Constituição suprimida, em um gesto de


autoritarismo do imperador. Alegando que só aceitaria uma Constituição que fosse
“digna do Brasil e de mim”, D. Pedro nomeia um Conselho de Estado, composto por 10
membros, os quais elaboraram a nova Constituição, que foi outorgada (imposta) pelo
imperador.

Governo monárquico, hereditário,


constitucional e representativo

Divisão do território em Províncias

Catolicismo como religião oficial


(embora existisse liberdade religiosa)

A primeira Constituição do
Voto censitário (eleitores divididos
Brasil foi outorgada com as
conforme renda – Paróquia e Província)
seguintes características

Senado vitalício

Regime do Padroado e do Beneplácito

Divisão em 4 poderes: Executivo,


Legislativo (bicameral), Judiciário e
Moderador (exclusivo do Imperador)

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Pernambuco esperava que a primeira Constituição do Império fosse do tipo


federalista e que desse autonomia para as províncias resolverem suas questões. Como
punição a Pernambuco, D. Pedro I determinou, por meio de decreto de 07/07/1825, o
desligamento do extenso território da Comarca do Rio São Francisco (atual este Baiano),
passando-o, inicialmente, para Minas Gerais e, depois, para a Bahia.

4.2 II Reinado O Segundo (1840-89)

Corresponde período no qual D. Pedro esteve à frente do


governo brasileiro. No I Reinado vimos que D. Pedro I governou
por apenas nove anos e, devido a uma série de contradições e
pressões internas, veio a abdicar do trono. A julgar pelo tempo
de governo de cada um, podemos já lançar mão de uma conclusão:
o governo de D. Pedro II além de bem mais longo que o de seu pai,
foi cercado de maior estabilidade política. Entretanto, não
podemos nos iludir e afastar que este longo período também esteve cercado de inúmeras
contradições.

Como forma facilitar seu estudo acerca do II Reinado, iremos dividi-lo em três
fases, como forma de sintetizarmos algumas ideias e fatos importantes que compõem tão
rico período da História brasileira, temas esses que serão tratados mais à frente conforme
a sequência do seu Edital

Fases do II Reinado

Contenção dos resquícios das Rebeliões Regenciais e


1ª Fase (1840-50)
Política Interna;

Política Externa: Questão Christie, Conflitos Platinos e


2ª Fase (1850-70)
Guerra do Paraguai; Economia nacional;

3ª Fase (1870-89) Leis Abolicionistas e Movimentos Republicanos.

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Pernambuco no contexto da Independência do Brasil


Há pouco mais de 200 anos, Pernambuco foi palco de uma república à parte, livre
da Coroa Portuguesa, durante pouco mais de 70 dias. A Revolução Pernambucana de
1817 constituiu-se, assim, em um governo republicano e liberatório forjado por uma
Constituição Provisória.

A Revolução Pernambucana de 1817 foi um movimento separatista – o último


que ocorreu no período colonial – de caráter republicano que aconteceu na Capitania
de Pernambuco. Esse movimento foi liderado pelas elites locais, porém contou com grande
adesão popular assim que foi deflagrado.

A Revolução Pernambucana estava diretamente relacionada com a vinda da


Corte portuguesa para o Brasil em 1808. Com esse evento, a vida dos colonos em
Pernambuco alterou-se de muitas formas. Primeiramente, houve o aumento de impostos
em Pernambuco para manter os luxos da Corte e para financiar as campanhas
militares promovidas no sul (Cisplatina).

As lojas maçônicas, que pipocavam no Recife, serviam como local de discussão


das ideias liberais e de reuniões que planejavam complôs contra a Coroa. Diante do
clima de conspiração, em 6 de março de 1817, o governante da província, Caetano Pinto de
Miranda Montenegro, mandou prender diversos suspeitos de querer implantar uma
república em Pernambuco. Mas o tiro saiu pela culatra.

Crise Seca de 1816

Queda dos preços do açúcar e do algodão

Previlégios concedidos aos comerciantes portugueses


Principais motivos da
Revolução
Pernambucana de 1817
Influência de ideias Iluminitas

Aumentos dos impostos

Criação de taxas de iluminação pública

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Expulsão de D. João VI

Separação política de Portugal


Principais propostas da
Revolução
Pernambucana de 1817
Tolerância religiosa

Proclamação da República

Ao receber voz de prisão, o capitão de artilharia José de Barros de Lima matou


seu comandante e saiu às ruas acompanhado por soldados. Libertou os conspiradores
e ajudou a prender o governador. No dia 7 de março, foi implantado um governo
provisório.

Assim que assumiram o poder, os rebeldes


divulgaram uma Lei Orgânica. As novidades não
eram poucas: a província virava uma república,
independente de Portugal. O texto estabelecia ainda a
liberdade de imprensa e a igualdade de direitos,
mas não ousava mexer com a escravidão.

.
Mas nem todos aceitaram as mudanças. No norte da província, os produtores
de algodão eram mais receptivos aos novos ideais políticos – muitos deles haviam
estudado na Europa. Já no Sul predominavam decadentes fazendeiros de cana-de-
açúcar, cujo interesse era preservar o sistema colonial, pois o açúcar ainda tinha
Portugal como principal freguês.

A Revolução Pernambucana foi intensamente reprimida pela Coroa portuguesa.


Assim que as notícias da rebelião chegaram ao Rio de Janeiro, o rei D. João VI mobilizou
uma frota que foi levada do Rio de Janeiro para bloquear o porto de Recife. Além disso,
mais de quatro mil soldados foram enviados da Bahia e marcharam para Pernambuco.

O movimento enfraqueceu-se por causas de divergências internas entre as


lideranças, o que permitiu que as tropas reais retomassem o controle sobre a Paraíba, Rio
Grande do Norte e do Ceará. Em Pernambuco, a revolta resistiu até o dia 20 de maio de

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1817, quando os líderes renderam-se ao general Luís do Rego Barreto após a cidade de
Recife ser invadida.

Por ordem de D. João VI, os líderes do movimento tiveram punições exemplares.


Ao todo, nove pessoas foram enforcadas e outras quatro foram arcabuzadas – o
correspondente da época para fuzilamento. Um dos envolvidos, Padre João Ribeiro,
enforcou-se pouco antes de ser capturado, e Cruz Cabugá, recebendo as notícias do fracasso
do movimento, não retornou ao Brasil e permaneceu nos Estados Unidos.

O grande líder da revolta pernambucana, Domingo José Martins, foi arcabuzado,


e outras lideranças sofreram martírio severo. O capitão José de Barros Lima, por
exemplo, foi enforcado e teve as mãos e cabeça decepadas e colocadas em exposição, e
seu corpo foi arrastado pelas ruas de Recife. O mesmo aconteceu com os corpos do Padre
João Ribeiro e de Vigário Tenório. Outros envolvidos permaneceram presos durante
anos.

Instalação do Governo Provisório republicana, com


duração aproximado de 75 dias

Resultados da Revolução Dissolução do movimento, sob o comando do Conde das


Pernambucana de 1817 Arcas, Governador da Bahia

Emancipação política de Alagoas e do Rio Grande do Norte

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5. Outros movimentos que envolvem Pernambuco

Invasão Holandesa (1624-1654)

Os holandeses chegaram em Pernambuco em 1630, e daqui controlaram todo o Nordeste


por 24 anos. O objetivo principal era a comercialização do açúcar para a Europa. Por deter
o maior cultivo da Região, o Estado foi o alvo principal dos batavos por anos. Entretanto, os
imigrantes sofreram resistência das milícias dos “descalços”, guerrilheiros que faziam
oposição para proteger os engenhos. O conde Maurício de Nassau, um militar alemão,
desembarcou em 1637 para consolidar o domínio holandês.

Chegada em Pau Amarelo

Período de Estruturação
Construções de Fortes
(1630-1637)

Incêndio de Olinda (1632)

Abertura de créditos para os produtores de açúçar

Ubarnização de Recife (Cidade Maurícia)

Governo de Maurício de
Tolerância religiosa (Liberdade de crença)
Nassau (1637-1644)

Criação do conselho dos Escabinos

Empréstimos aos produtores locais

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Insurreição Pernambucana (1645-1654)

Foi um movimento de resistência à permanência holandesa em Pernambuco,


comandado por parte dos lusos que detinham engenhos. Liderado por João Fernandes
Vieira, os portugueses contaram com o auxílio de africanos libertos e índios potiguares
para expulsar os holandeses, que intensificaram a cobrança de impostos e empréstimos
por meio de seus bancos. A Batalha dos Guararapes foi um dos principais episódios que
resultou na expulsão.

Substituição de Nassau pelo Supremo Conselho

Aumentos dos fretes marítimos

Principais motivos da
Insurreição de Aumento dos impostos sobre o açúcar
Pernambuco

Cobrança dos impostos (emprestimos) atrasados

Confisco dos bens de quem se negasse a pagar os impostos

Principal objetivo da
Insurreição de Expulsão dos holandeses do Nordeste do Brasil
Pernambuco

Consequência da Decadência do açúcar brasileiro, por causa da concorrência


Insurreição de com o açúcar antilhano, sob o comando dos mercadores
Pernambuco holandesdes

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Conjuração de “Nosso Pai” (1666)

Também conhecida por Revolta contra Mendonça Furtado, a Conjuração foi uma das
primeiras revoltas nativistas e ocorreu em Pernambuco. A Capitania buscava reconstruir
as suas principais cidade, Recife e Olinda, após a invasão holandesa. Por terem
ajudado a expulsar os holandeses, os senhores de engenho queriam mais
reconhecimento da Coroa Portuguesa. Enquanto isso, Portugal nomeou Jerônimo de
Mendonça Furtado para administrar a região, o que gerou a ira dos pernambucanos.

Guerra dos Mascates (1710-1711)

Conflito marcado entre os senhores de engenho de Olinda, à época sede do poder


político do Estado, e os comerciantes recifenses, a grande maioria portugueses.
Conforme Recife crescia, os mercadores começaram a querer se libertar de Olinda e da
autoridade de sua Câmara Municipal e isso causou o conflito entre pernambucanos.
Somente após a intervenção colonial é que as lutas foram suspensas. Em 1711, Recife
garantiu sua igualdade perante Olinda.

Crise econômica (queda do açúcar)

Falta de autonomia política de Recife (comarca) em relação olinda

Principais motivos da
Dívidas dos homens bons com os mascates
Guerra dos Mascates

Elevação de Recife a categoria de vila

Tentativa de assassinato contra o Governador Sebastião de Castro


e Caldas (Pró-mascates) (Obs: Fugiu para a Bahia)

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O movimento foi abafado, terminando com a vitória de


Recife, confirmada com vila

Com a elevação de Recife à vila foi erguido o Pelourinho

Resultados da Guerra dos


Mascates
Durante o movimento, em Olinda, Bernardo Vieira de Melo.
Apresentou uma proposta de transformas Pernambuco em
uma República

A Coroa Portuguesa ao elevar Recife à vila, demonstra que


estava ao lado de quem tinha poder econômico

Conspiração dos Suassunas (1801)

Movimento que tinha como intuito emancipar Pernambuco das mãos dos colonizadores
portugueses. Influenciado pelo iluminismo e a Revolução Francesa, o padre Arruda Câmara
fundou em 1798 uma sociedade secreta parecida com a maçonaria, intitulada loja maçônica
Areópago. Desse grupo conspiratório nenhum europeu poderia participar. Ao longo dos
anos, o grupo se fundamentou em oposição ao domínio português. Daí tem-se fortemente
a busca pela emancipação de Pernambuco com a ajuda de Napoleão Bonaparte.

Liderava esse movimento os irmãos Luís Francisco de Paula, José de Paula Cavalcante de
Albuquerque e Francisco de Paula. Este último era o dono do engenho Suassuna. Em 1801,
os três foram presos - e mais tarde absolvidos - após serem traídos pelos aliados e
denunciados sobre os planos de emancipação que tinham. Esse foi o primeiro
movimento de independência que terminou por influenciar a Revolução de 1817.

Confederação do Equador (1824)

Em essência, a Confederação tinha como objetivo


questionar a Constituição de 1824 que, na visão dos
revoltosos, centralizava o poder, apesar do seu aparente
liberalismo. A centralização que a Constituição impunha
levou a uma onda de insatisfação de representantes
políticos do período contra o governo de Dom Pedro I. Desde 1817, um grupo de
habitantes pernambucanos iniciou um movimento antimonarquista, que tomou corpo
com as recorrentes crises da economia regional e as cargas tributárias.

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O autoritarismo de D. Pedro I, ao depor o então governador escolhidos pelos


pernambucanos, Manuel de Carvalho Paes de Andrade, foi o estopim para eclodir a
Confederação, nome dado pela proximidade da região com a linha do Equador. Liderado
por populares pernambucanos, o movimento teve adesão de outros estados do Nordeste.

Os revoltosos buscaram criar uma Constituição Republicana e


liberalista. Além disso, queriam diminuir a influência do
governo federal nos assuntos regionais, acabar com o tráfico
de escravos, organizar forças de resistências populares contra
o Império e formar um governo independente. Seus maiores
expoentes foram Frei Caneca, Cipriano Barata e Emiliano
Munducuru que defendiam a ampliação dos direitos políticos e
reformas sociais. Enquanto isso, o governo imperial adotou
medidas contra os separatistas entre elas a contratação de
mercenários ingleses para lutarem contra os revoltosos. A Confederação teve o seu fim
com a pressão imperial e seus integrantes foram executados.

Crise econômica

A elite nordestina defendia a autonomia das Províncias


Principais motivos da
Confederação do
Equador
Censura aos jornais de oposição

Imposição (outorga) de uma constituição (1824) centralista

Separação política do nordeste do Brasil

Principais objetivos da
Confederação do Proclamação da República
Equador

Adotação provisória da constituição da Colombia

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Dissolução do movimento, sob os comandos do Brigadeiro


Francisco

Resultados da
Confederação do Execução de Frei Caneca (Recife, 13 de janeiro de 1825)
Equador

Emancipação política da Paraíba e o desembramento de uma


parte do território de Pernambuco para Bahia

Revolução Praieira (1848-1850)

Conflito ocorrido durante o período imperial brasileiro. Foi um evento de caráter liberal
e federalista. À época, a política pernambucana era dominada pelos membros da família
Cavalcanti e os Rego de Barros. Tranquila e centrada, a divergência ganhou contornos
institucionais quando os Cavalcanti se alinharam ao Partido Liberal, e a família Rego de
Barros se fez representar pelo Partido Conservador.

A disputa girava em torno do controle da


região. Juntas, elas se revezavam, gerando
frequentes acordos com facilidade. O conflito só
adquire novos contornos quando eles recorrem
à imprensa. Cada núcleo familiar cria um jornal,
no qual defende suas narrativas e pontos de
vista e ataca o outro. Os Conservadores,
chamados “guabirus” (ratos) criam o Diário de Pernambuco enquanto os Liberais, chamados
“Praieiros” (em virtude da sede ficar na rua da Praia) criaram o chamado Diário Novo.

O Partido da Praia cresce e elege deputados da Assembleia Legislativa Provincial. Chegando


ao poder, os praieiros demitem funcionários ligados aos conservadores, o que gerou um
grande problema administrativo. Com a instabilidade política, somada à retomada
conservadora no governo central no Rio de Janeiro e ao novo governo de Pernambuco, que
foi eleito com o objetivo de suprimir manifestações contrárias ao poder vigente, as
condições eram favoráveis ao início da revolta praieira. Em 1849, os praieiros entram em
Recife e sob a liderança de Pedro Ivo realizam alguns ataques. No entanto, as forças
rebeldes sem poder e apoio para sustentar o combate, sofreram uma rápida rendição. O
fim da rebelião se dá em 1848 e em 1851 o governo concede a Anistia aos líderes
revolucionários presos.

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Dominação política e econômica (concentração de


propriedades fundiária) da Família Cavalcante

Monopólio do comércio de retalhos pelos portugueses

Principais motivos da
Centralização política do imperador D. Pedro II
Revolução Praieira

Substituição do Governador Liberal Antônio Chichorro da


Gama pelo conservador Herbulano Pena

As ideias liberais radicais eram propagadas através do Jornal


Diário Novo, que funcionava na rua da Praia.

Extinção do Poder Moderador

Instituição do voto universal

Reforma do Poder Judiciário

Fim do monopólio do comércio de retalho


Principais objetivos da
Confederação do
Equador
Desapropriação de engenhos

Liberdade de imprensa

Trabalho para o povo brasileiro

Proclamação da República

O movimento foi sufocado por tropas aliados, reunindo


Resultado da Revolução
forças francesa, inglesa e portuguesa, seus líderes foram
Praieira julgados e submariamente executados

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6. O tráfico transatlântico de escravos para terras pernambucanas; Cotidiano


e formas de resistência escrava em Pernambuco; Crise da Lavoura canavieira

O tráfico negreiro transatlântico envolveu várias nações modernas e foi um dos


pilares da atividade de exploração das riquezas do continente americano.

A mão de obra escrava negra utilizada no continente americano estava


intimamente associada ao tráfico negreiro intercontinental, no qual a “mercadoria
humana” era em grande parte negociada nos portos africanos e enviada para os portos
americanos nos porões de navios que cruzavam o oceano Atlântico em condições
deploráveis. O tráfico era estimulado não apenas por conta da necessidade da mão de
obra, mas também porque o próprio mercado escravagista, em si mesmo, era muito
lucrativo.

O comércio atlântico de africanos para


Pernambuco, ficou conhecido como o
terceiro maior porto de desembarque de
escravos do Brasil.

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Dados apurados mostram que Recife foi o quinto maior centro mundial de tráfico
escravista. Sabe-se que as mais de 1.350 viagens para Recife, nos quase três séculos do
tráfico, tiveram em geral origem no porto de Pernambuco, e foram, portanto, de iniciativa
de agentes locais e provavelmente financiadas localmente.

O período coberto, 1801-1851, abrange a fase de sua maior intensidade, 1801-


1830, quando o número de escravos desembarcados foi maior que 1/3 do total para todo o
período do tráfico pernambucano.

Por volta do século XVI, Pernambuco, assim como a Bahia, contavam com escravos
africanos junto a indígenas nas suas plantações de cana-de-açúcar. Em 1577, por
exemplo, o Engenho São Pantaleão do Monteiro, situado na várzea do rio Capibaribe, em
Olinda, possuía 15 escravos da África em seu plantel de 40 cativos.

À lenta transição da mão-de-obra indígena para a africana seguiu o rápido


desenvolvimento da produção açucareira, e em consequência o do tráfico de africanos.
Os números que podem dar uma noção dessa produção para Pernambuco referentes ao
século XVI são bem conhecidos.

O aumento da produção açucareira demandava cada vez mais braços africanos,


que por sua vez expandiam as fronteiras dos engenhos de cana-de-açúcar. Contudo, a base
do tráfico de escravos para a capitania mudou novamente após 1654, quando os
batavos foram expulsos. A partir de então, a capitania não demorou em organizar o
comércio e exercer definitivamente o papel de base do tráfico de africanos. No entanto, com
relação ao período anterior à ocupação batava, dessa vez há uma diferença na organização
do tráfico.

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De acordo com Evaldo Cabral de Mello, após os holandeses terem deixado


Pernambuco, os senhores de engenho e lavradores de cana-de-açúcar não retomaram
as atividades comerciais da capitania. Ao invés, dedicaram-se exclusivamente à produção
açucareira, deixando as atividades comerciais a cargo de imigrantes recém chegados de
Portugal.

O comércio era certamente uma fonte


importante de acumulação no período e pareceria
natural que capitais aí originados se dirigissem para
uma área lucrativa de negócios; o tráfico de escravos.
Essa atividade, no século XIX em Pernambuco,
tinha como característica a bilateralidade, a
participação de negociantes portugueses
radicados no Recife e de familiares no ramo. Que
os negociantes fossem portugueses não é surpreendente: havia predominância deles no
comércio, desde o período colonial; a Guerra dos Mascates foi essencialmente entre
senhores de engenho de Olinda e comerciantes portugueses do Recife.

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7. Pernambuco Republicano: Voto de Cabresto e Política dos governadores

Em 15 de novembro de 1889, sob liderança do Marechal Deodoro da Fonseca, foi


proclamada a República no Brasil. A instituição do presidencialismo, o fim do voto
censitário, o voto universal para os cidadãos e a regulamentação do processo eleitoral
para cargos federais foram as inovações mais marcantes. O novo período também foi
marcado pela Política dos Governadores, a influência dos coronéis e o voto de cabresto.

A Primeira República brasileira é


marcada por muitos acordos e ações escusas
para manutenção do poder político nas
mãos de uma elite econômica endinheirada e
com grande poder de articulação.

O que ficou conhecido como voto de cabresto ocorreu em todo território nacional.
Mas é notado principalmente nas pequenas províncias onde verdadeiros Coronéis,
proprietários de terras e, portanto os patrões de parte considerável da população local
orquestravam as decisões políticas através da pressão e da coação do voto de seus
empregados. Seus currais eleitorais eram espaços de mando e desmando, onde a decisão
dos Coronéis locais determinavam a ação da população local.

O esquema de poder que prevaleceu durante


a Primeira República ficou conhecido como Política
dos Governadores. Nela, sobressaía-se a figura do
coronel, principalmente nas regiões do interior do
país. O coronel era uma figura de expressão local,
geralmente fazendeiro, que utilizava seu poder
econômico para garantir a eleição dos candidatos
que apoiava, utilizando-se do voto de cabresto. Como o voto era aberto, os eleitores eram
pressionados e fiscalizados por capangas do coronel, para que votassem nos candidatos
indicados.

A maioria dos presidentes desta época eram políticos de Minas Gerais e São Paulo.
Ligados ao setor agrário. Estes políticos saíam de dois partidos: Partido Republicano
Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). Eles controlavam as eleições, mantendo-

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se no poder de maneira alternada. Estes dois estados eram os mais ricos da nação. Saídos
das elites mineiras e paulistas, os presidentes acabavam favorecendo sempre o setor
agrícola, principalmente do café (paulista) e do leite (mineiro). A política do café-com-leite
sofreu duras críticas de empresários ligados à indústria, que estava em expansão neste
período.

Em 1930 ocorreriam eleições para presidência e, de acordo com a política do café-


com-leite (Política dos governadores), era a vez de assumir um político mineiro do PRM.
Porém, o Partido Republicano Paulista do presidente Washington Luís indicou à sucessão
um político paulista, Júlio Prestes, rompendo com o acordo. Descontente, o PRM junta-
se com políticos da Paraíba e do Rio Grande do Sul, formando a Aliança Liberal, que lança
à presidência o gaúcho Getúlio Vargas. Júlio Prestes sai vencedor nas eleições de abril,
deixando descontentes os políticos da Aliança Liberal, que alegam fraudes eleitorais.
Liderados por Getúlio Vargas, políticos da Aliança Liberal e militares descontentes
provocam a Revolução de 1930. É o fim da República Velha e o início da Era Vargas.

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8. Pernambuco sob a interventoria de Agamenon Magalhães

Agamenon Sérgio de Godói Magalhães nasceu no município de Vila Bela, atual Serra
Talhada (PE), em 1893. Em 1918 iniciou sua carreira política como deputado estadual,
eleito na legenda do Partido Republicano Democrata (PRD).

Em 1923 elegeu-se deputado federal e quatro anos depois


renovou seu mandato. Em 1929-30, junto com o PRD e em
oposição ao governador pernambucano Estácio Coimbra, apoiou
a candidatura presidencial de Getúlio Vargas, lançada pela
Aliança Liberal. Com a derrota da Aliança, participou
ativamente em Recife do movimento revolucionário que
depôs o presidente Washington Luís e levou Vargas ao poder.

Nos primeiros anos do governo Vargas, foi um dos articuladores do Partido Social
Democrático (PSD) de Pernambuco e nessa legenda elegeu-se deputado federal
constituinte em 1933. Teve atuação destacada nos trabalhos de elaboração da nova
Constituição, quando fez a defesa do sistema parlamentarista de governo e do
intervencionismo estatal na economia.

Em julho de 1934, logo após a promulgação da nova Carta, foi nomeado ministro
do Trabalho, Indústria e Comércio. À frente do ministério, promoveu intervenções em
sindicatos, nomeando diretores de confiança do governo, e trabalhou na implementação
de novas leis, como a que reservava dois terços dos postos de trabalho nas empresas
comerciais e industriais para brasileiros e a que garantia uma indenização aos
trabalhadores demitidos sem justa causa. Durante sua gestão foi criado também o
Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI).

Em janeiro de 1937, passou a acumular com o


Ministério do Trabalho, interinamente, o Ministério
da Justiça e Negócios Interiores, onde permaneceu até
o mês de junho. Era, então, elemento dos mais
prestigiados junto ao governo federal e por isso mesmo
deu apoio decidido ao projeto continuísta de Vargas,
concretizado com o golpe que em 10 de novembro
instituiu o Estado Novo.

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Nesse momento deixou o Ministério do Trabalho para tornar-se interventor


federal no estado de Pernambuco, em substituição ao governador Carlos de Lima
Cavalcanti, seu antigo aliado, a quem acusara de conivência com o levante comunista
deflagrado em novembro de 1935 em Recife por membros da Aliança Nacional Libertadora
(ANL). À frente do governo pernambucano, implementou políticas de estímulo à
produção de alimentos e à formação de cooperativas de pequenos produtores. Criou,
ainda, a Liga Social contra o Mocambo, órgão encarregado de enfrentar o problema de
moradia da população de baixa renda.

Deixou o governo de Pernambuco em março de


1945, quando foi reconduzido por Vargas ao
Ministério da Justiça, passando então a coordenar o
projeto governamental de redemocratização do país.
Nesse sentido, trabalhou intensamente na elaboração do
novo Código Eleitoral, que seria decretado pelo governo
no mês de maio e ficaria conhecido como Lei Agamenon.
Ao mesmo tempo, foi um dos promotores da candidatura presidencial do general Eurico
Gaspar Dutra e um dos articuladores do novo Partido Social Democrático (PSD), agora de
âmbito nacional, fundado em 8 de abril. Em junho, assinou a primeira lei brasileira antitruste,
que foi chamada de Lei Malaia e só vigoraria por quatro meses. Nas eleições realizadas em
dezembro de 1945, após a deposição de Getúlio pelos chefes militares, elegeu-se
deputado por Pernambuco à Assembleia Nacional Constituinte.

Em outubro de 1950, elegeu-se governador de Pernambuco. Morreu em Recife


em 1952, no exercício do governo estadual.

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9. Repressão Durante A Ditadura Civil-Militar (1964-2015) Em Pernambuco

No dia 1 de abril de 1964 a história política, social, econômica, cultural e religiosa,


começava a ser definida de forma autoritária e opressora. Nesse sentido, a sociedade
presenciou um período que ficou conhecido como “Regime Militar” ou “Ditadura”, que
ocorreu entre os anos 1964 a 1985.

Assim, esse momento ficou marcado por uma


história de lutas e confrontos diretos e indiretos. A
ditadura militar pode ser vista de várias formas e
aspectos, contudo, uma das formas e representações
mais importantes da época foram sem dúvida, os
movimentos sociais que passaram a ganhar força e
representação social e política.

De modo geral, em todo o Brasil, diversos foram os movimentos, como, por


exemplo, o movimento estudantil, o movimento das mulheres, o movimento das
classes dominantes etc. De modo mais específico, em Pernambuco houve uma
representação por parte da Igreja, na pessoa de Dom Helder Câmara que teve um papel
atuante e que determinou de forma direta no embate ao regime autoritário. O resumo
faz refletir e evidenciar o papel da Igreja na pessoa de Dom Helder Câmara, assim
destacar sua importância não só no contexto regional, mas também nacional e
internacional.

De modo geral, podem-se destacar alguns


movimentos importantes no combate ao
regime militar, e que por sua vez tiveram
grande parcela de contribuição, assim o
movimento estudantil teve um êxito muito
significativo. O movimento dos intelectuais,
sobretudo o movimento artístico.

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Em Pernambuco, observamos que a partir da segunda metade da década de 1950,


até a promulgação do Ato Institucional número 5, em dezembro de 1968, um movimento
político teve bastante relevância para compreendermos o processo histórico que envolveu
uma fase de grande conscientização e participação política no estado: o movimento
estudantil.

O olhar sobre aqueles estudantes não pode ser


feito dissociado da participação dos comunistas, o que
nos remete a questionar como era sua formação teórica,
sua relevância para a política local e sua atuação num
momento chave para compreendermos a suposta
vocação vermelha do Recife, considerada como
terceiro centro comunista do país, diante de uma classe
política conservadora e reativa, temerosa em ver despedaçado seu status quo, num período
de acirramento político que elevou exponencialmente as relações sociais, políticas e
econômicas em Pernambuco.

Em 13 de dezembro de 1968 é promulgado o Ato Institucional n.º 5 (AI-5)


endurecendo o regime militar no país, que passou a concentrar poderes excepcionais, cuja
fase mais violenta e repressiva estendeu-se até 1974. Nesse período o sindicalismo
rural aprofunda a sua face assistencialista e amplia a rede sindical por todo
Pernambuco. A Zona da Mata acelera ainda mais a expulsão da mão de obra permanente,
e a agroindústria açucareira contrata cada vez mais mão de obra clandestina e expulsa os
seus “permanentes”. Na região Agreste do estado também se aprofunda o processo de
expulsão de pequenos proprietários rurais para dar lugar à pecuária extensiva, aumentando
as hordas de excluídos e desempregados que se aglutinam em bairros dormitórios nas
periferias das cidades e vagam pelo Brasil afora como trabalhadores temporários.

O regime militar acabou quando José Sarney


assumiu a presidência, o que deu início ao período
conhecido como Nova República (ou Sexta República). Apesar
das promessas iniciais de uma intervenção breve, a ditadura
militar durou 21 anos.

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10. Herança Afrodescendente em Pernambuco

A herança africana, trazida por milhões de negros e negras vítimas do tráfico


transatlântico, com uma enorme diversidade de grupos étnicos, fez do Brasil a segunda
maior população de negros do mundo fora da África. Vivendo em condições
desfavoráveis, essa população negra brasileira, ao longo de sua história, utilizou-se de
mecanismos diversos para resistir à escravidão, que mesmo depois de um século
abolida, faz amargar frutos que geram a necessidade de uma resistência permanente.

Essa herança de luta está representada nas formas singulares de manifestações


culturais, artísticas e religiosas. O sonho de liberdade e dignidade do povo negro
expressa-se de forma marcante na dança, na música, nas artes plásticas e, sobretudo, na
religião do Candomblé, que tanto ajudou a preservar a memória ancestral do povo negro
brasileiro. Em Pernambuco, as diversas manifestações culturais afro-brasileiras têm
papel fundamental na rica cultura local. São de matrizes africanas, em sua grande
maioria, as manifestações populares que colorem os quatro cantos desta cidade.

Muito dessa herança sobreviveu às perseguições e às discriminações, adaptando-


se. Os terreiros de candomblé de Recife, para esquivarem-se da política de repressão do
estado, transformaram--se em sociedades carnavalescas, como o maracatu. Os negros,
disfarçados de nobres, reverenciavam a "Corte Real", mas na verdade evocavam os seus
deuses. E assim continuaram por décadas, resistindo e sendo discriminados.

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O Maracatu (Rural ou Urbano), que atualmente faz parte do carnaval de


Pernambuco, é propriamente um desfile carnavalesco, remanescente das cerimônias
de coroação dos reis africanos. A tradição teve início pela necessidade dos chefes tribais,
vindos do Congo e de Angola, de expor sua força e seu poder, mesmo com a escravidão.

Outro exemplo, é o Frevo (Frevo de Rua,


Frevo Canção ou Frevo de Bloco), que teve origem
na capoeira, cujos movimentos foram estilizados
para evitar a repressão policial. O nome vem da
ideia de fervura (pronunciada incorretamente
como “frevura”). É uma dança coletiva,
executada com uma sombrinha, que seve para
manter o equilíbrio e embelezar a coreografia.
Atualmente, é símbolo do carnaval pernambucano.

Além desses ritmos, podemos citar o forró (com influências também indígenas e
europeias; baião, xote, xaxado e côco, que fazem parte do forró), o manguebeat (movimento
de contra-cultura surgido em Recife, que mistura outros ritmos regionais, como maracatu,
com hip hop, música eletrônica, etc) e a ciranda (um tipo de música e dança típica da Ilha de
Itamaracá).

A Capoeira, trazida pelos negros de Angola,


inicialmente, não era praticada como luta, mas como
dança religiosa. Mas, no século XVI, para resistir às
expedições que pretendiam exterminar Palmares
(quilombo localizado na Capitania de Pernambuco, no
território do atual estado de Alagoas), os escravos
foragidos aplicavam os movimentos da capoeira como
recurso de ataque e defesa. Em 1928, um livro estabeleceu as regras para o jogo
desportivo de capoeira e ilustrou seus principais golpes e contragolpes. O capoeirista
era considerado um marginal, um delinquente. O Decreto-lei 487 acabou
temporariamente com a capoeira, mas os negros resistiram até a sua legalização. E
em 15 de julho de 2008 a capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro
e registrada como Bem Cultural de Natureza Imaterial.

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Na culinária pernambucana, o legado africano é encontrado em muitos pratos e


temperos, com destaque para alguns produtos que de lá vieram e que hoje são elementos
fundamentais na alimentação: a banana, o amendoim, o azeite de dendê, a manga, a
jaca, o arroz, a cana de açúcar, o coqueiro e o leite de coco, o quiabo, o caruru, o inhame,
a erva-doce, o gengibre, o açafrão, o gergelim, a melancia, a pimenta malagueta, a
galinha d’angola entre outros. Com a escassez da alimentação do escravo, os negros
inventaram o pirão escaldado (massapê) e o mungunzá, por exemplo.

Importante destacar a influência africana na religiosidade de Pernambuco,


principalmente em relação à Xangô, que é o nome da divindade iorubá do trovão. Esta
divindade é tão importante em Pernambuco que batiza a religião afro no Recife. Lá, os
praticantes são chamados de xangozeiros.

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11. Processo político em Pernambuco (2001-2015)

As eleições estaduais de Pernambuco em 1998

Ocorreram no dia 4 de outubro como parte das eleições gerais em 26 estados e no Distrito
Federal. Foram eleitos o governador Jarbas Vasconcelos, o vice-governador Mendonça Filho,
o senador José Jorge, 25 deputados federais e 49 estaduais. A eleição foi decidida em
primeiro turno, pois o candidato vencedor obteve mais da metade dos votos válidos.

Na disputa estadual, o ex-prefeito do Recife, Jarbas Vasconcelos, do PMDB, superou o


então governador e candidato à reeleição Miguel Arraes, do PSB, também com
destacada votação (1.809.792, contra 744.280 pró-Arraes), vencendo o pleito também já no
primeiro turno.

As eleições estaduais de Pernambuco em 2002

Aconteceram em 6 de outubro como parte das eleições em 26


estados e no Distrito Federal. Foram escolhidos o governador
Jarbas Vasconcelos, o vice-governador Mendonça Filho, os
senadores Marco Maciel e Sérgio Guerra, 25 deputados federais e
48 estaduais. Como o eleito obteve mais da metade dos votos
válidos, a eleição foi decidida em primeiro turno. Na disputa pela
presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu José Serra (PSDB) por larga
vantagem (1.657.476 votos, contra 1.015.496 do representante tucano).

As eleições estaduais em Pernambuco em 2006

Ocorreram no dia 1º de outubro, como parte das eleições gerais no


Distrito Federal e em 26 estados brasileiros. Mendonça Filho (PFL) foi
o 1º colocado no primeiro turno com 39,2% (1.578.001 votos), mas
não conseguiu impedir o segundo turno e teve como rival o neto do
ex-governador Miguel Arraes, Eduardo Campos (PSB) que obteve
33,81% (1.356.950 votos). Jarbas Vasconcelos foi eleito senador com
56,14% (2.031.261 votos), além de 25 deputados federais e 49 estaduais. No segundo turno,
que aconteceu em 29 de outubro, Eduardo Campos conseguiu reverter o placar e obteve
2.623.297 votos (65,36%). Já Mendonça obteve 1.390.273 votos (34,64%), menos que no
primeiro turno.

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As eleições estaduais em Pernambuco em 2010

Foram realizadas em 3 de outubro, como parte das eleições gerais no Brasil. Nesta ocasião,
foram realizadas eleições em todos os 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Os
cidadãos aptos a votar elegeram o Presidente da República, o Governador e dois Senadores
por estado, além de deputados estaduais e federais. Como nenhum dos candidatos à
presidência e alguns à governador não obtiveram mais da metade dos votos válidos, um
segundo turno foi realizado no dia 31 de outubro. Não houve segundo turno para
governador em Pernambuco. Na eleição presidencial o segundo turno foi entre Dilma
Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) com a vitória de Dilma. Segundo a Constituição Federal, o
Presidente e os Governadores são eleitos diretamente para um mandato de quatro anos,
com um limite de dois mandatos. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não pode ser
reeleito, uma vez que se elegeu duas vezes, em 2002 e 2006. Já o Governador Eduardo
Campos (PSB), eleito em 2006, candidatou-se à reeleição e venceu-a com 3.450.874
votos (82,84%). O segundo colocado foi o seu rival histórico, o ex-governador Jarbas
Vasconcelos (PMDB) que em 1998 venceu Miguel Arraes, avô de Eduardo, o impedindo de
se reeleger. Jarbas obteve apenas 585.724 votos (14,06%). Já nas eleições seguintes, Eduardo
e Jarbas tornaram-se importantes aliados. Pelo estado do Pernambuco foram eleitos vinte e
cinco (25) deputados federais e quarenta e nove (49) deputados estaduais.

As eleições estaduais de Pernambuco, em 2014

Foram realizadas em 05 de outubro (1º turno) e 26 de outubro (2º


turno), como parte das eleições gerais no Brasil. Os eleitores aptos
a votar elegeram o Presidente da República, governador do Estado
e um senador da República, além de deputados federais e estaduais.
Os principais candidatos a governador foram o senador Armando
Monteiro (PTB) e Paulo Câmara (PSB). O candidato Paulo Câmara,
do PSB, venceu as eleições com 68,08% dos votos válidos, o que
corresponde a 3.009.087 votos, e o candidato Armando Monteiro, do PTB, ficou na segunda
posição com 31,07% dos votos válidos, o que corresponde a 1.373.237 votos. Já para o
Senado, os principais candidatos foram Fernando Bezerra Coelho (PSB) e o ex-prefeito da
Cidade do Recife, João Paulo (PT). Fernando Bezerra Coelho foi eleito senador com 64,34%
dos votos válidos, o que corresponde a 2.655.912 votos. João Paulo ficou em segundo lugar
com 34.80%, o que corresponde a 1.436.692 de votos.

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A campanha de 2014 foi marcada pela tragédia que matou o ex-governador e então
candidato à presidência da República, Eduardo Campos (PSB). Sua morte influenciou
diretamente o cenário político estadual e nacional.

12. Bizu de leitura rápido do Simula Provas

Dicas para facilitar a compreensão dos assuntos

Olinda foi a segunda cidade brasileira declarada Patrimônio da Humanidade em


1982. A primeira foi Ouro Preto-MG.

No Recife se estabeleceu a primeira sinagoga das Américas, em 1630.

A bandeira do estado de Pernambuco é a mesma utilizada pelos insurgentes da


Revolução de 1817.

Através do sistema de Capitanias Hereditárias, Duarte Coelho tomou posse da


Capitania de Pernambuco, chamada inicialmente de Capitania Nova Lusitânia.
Em 1535 foi fundado o povoado de Olinda e em 1537, esta passou a ser Vila.

O território onde hoje é o estado de Pernambuco era povoado por diversas tribos
indígenas como caetés, cariris e tabajaras, dentre outras etnias.

Nem todas as Capitanias Hereditárias foram bem-sucedidas, mas graças ao


cultivo da cana-de-açúcar, a Capitania de Pernambuco prosperou.

A princípio, os portugueses utilizaram a mão de obra escrava indígena na lavoura


da cana.

A Capitania de Pernambuco compreendia um território bem maior que o atual.


Incorporava o que chamamos hoje de estados da Paraíba, Rio Grande do Norte,
Alagoas, Ceará e parte da Bahia.

Já no final do século 16, a Capitania de Pernambuco se tornara uma das mais


ricas da colônia. Este fato atraiu a atenção de ingleses, holandeses e franceses
que organizaram expedições para tomar a então capital, Olinda.

A Guerra dos Mascates ocorreu entre 1710 e 1711 entre os senhores de engenho
concentrados em Olinda e comerciantes portugueses que viviam em Recife.

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A Confederação dos Cariris ou Guerra do Bárbaros foi uma série de batalhas


ocorridas entre os anos de 1683 a 1713.

Na primeira metade do século 19, vários territórios do continente americano se


rebelam contra a dominação europeia dando origem à revolução
Pernambucana.

A Confederação do Equador foi uma revolta de caráter separatista e republicano


ocorrida em Pernambuco em 1824. Ela deve ser entendida dentro do contexto
do Primeiro Reinado, quando governava Dom Pedro I.

A Revolução Praieira foi um movimento de caráter liberal. Defendia a liberdade


de imprensa, a nacionalização do comércio varejista e o fim do Poder Moderador.

A cidade do Recife se formou por volta de 1548, quando um núcleo de


pescadores se estabeleceu na foz dos rios Capibaribe e Beberibe, vizinhos de
Olinda, sede da capitania de Pernambuco.

Durante a invasão holandesa, de 1630 a 1654, Olinda era a sede do governo.


Entre 1676 e 1837, foi capital do Estado, quando perdeu o título para o Recife.
Em 1710, um conflito entre latifundiários de Olinda e comerciantes recifenses
deu origem à Guerra dos Mascates. O Recife saiu vitorioso.

O Engenho São João, na Ilha de Itamaracá, litoral norte, serviu de inspiração para
o livro “Casa Grande & Senzala”, obra-prima do antropólogo pernambucano
Gilberto Freyre.

O Mosteiro de São Bento, em Olinda, é um dos mais ricos em ouro do Brasil. O


teto foi pintado em 1582 com sangue de boi, óleo de baleia e casca de banana.

A Feira de Caruaru é uma das mais antigas e tradicionais do País. Tem cerca de 5
mil barracas. Fundada em 1781 justamente por causa da feira, Caruaru ficou
famosa pelo trabalho de artesãos como Mestre Vitalino, cujas peças chegam a
custar 15 mil reais. Vitalino Pereira dos Santos foi o melhor na arte de fazer figura
e cenas de barro do dia-a-dia do sertão pernambucano. Morreu em 1963, de
varíola.

A propriedade Santos Cosme e Damião, na periferia da cidade, é um dos locais


mais visitados no Recife. Ali funciona a oficina cerâmica do escultor Francisco
Brennand, descendente de ingleses que chegaram no começo do século XX ao
Brasil. Em 1976, o escultor se instalou, justamente, numa antiga indústria

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Resumo de História de Pernambuco - 2023
PM PE (Soldado) -Pré-Edital
Equipe Simula Provas

cerâmica fundada por seu pai na década de 1920, e praticamente abandonada


desde a de 1950. Lá estão espalhadas mais de 1.200 obras de Brennand.

Garanhuns, localizada a 210 quilômetros do Recife, é conhecida como a Suíça


Pernambucana. No inverno, a cidade, que fica em pleno agreste, enfrenta um frio
que chega a 5 graus. É também a terra-natal do ex-presidente Luís Inácio Lula da
Silva.

O primeiro cometa da América Latina foi observado em 1860 pelo astrônomo


francês Emmanuel Liais no Observatório Meteorológico de Olinda, hoje
desativado. O cometa foi batizado de Olinda.

São Vicente Férrer, no interior de Pernambuco, notabilizou-se por suas


competições.

Com 9,2 milhões de habitantes, Pernambuco é o segundo estado mais populoso


do Nordeste e o sétimo do Brasil. O estado nordestino mais populoso é a Bahia.

Além do estado de Pernambuco, a antiga Capitania de Pernambuco abrangia os


territórios dos atuais Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Alagoas.

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