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As Figuras de Linguagem Usadas em Textos Publicitários
As Figuras de Linguagem Usadas em Textos Publicitários
Texto publicitário
FIGURAS DE PALAVRAS
TROPOS
As palavras não empregadas no seu sentido próprio. Podem ser por similaridade
(metáfora, catacrese) ou contiguidade (metonímia e antonomásia). São esses os cinco tropos
mais importantes (AQUINO, 2010).
Obviamente, é impossível alguém ser uma flor. A frase só pode ser entendida se a
desdobrarmos em uma comparação, na qual ela se baseia: minha filha é bonita (suave,
delicada, perfumada) como uma flor.
A metáfora é um tipo de conotação, ou seja, emprego especial de uma palavra, sempre
com base numa comparação. Exemplo:
Figura 1
Fonte: http://raissahamond.blogspot.com/2012/03/o-vidro-escuro-e-seguranca-azeite-gallo.html
Acima, a marca Gallo – conhecida marca de azeites – trocou sua embalagem por uma
cor mais escura, utilizou um vidro preto, que protege o conteúdo de sua garrafa da luz do sol.
Junto da embalagem vem o slogan: “O nosso azeite é rico. O vidro é o segurança”.
O vidro escuro é comparado a figura de um segurança que usa terno preto e protege o
rico, enquanto a qualidade do azeite é comparada é comparada ao rico, que tem condições de
contratar seguranças. O sentido aí vai além, trata-se do sentido metafórico.
b) Catacrese – extensão de sentido de uma palavra, que ocorre para suprir uma
lacuna vocabular. É uma variante da metáfora: Ele embarcou no ônibus das oito
horas.
Acima o verbo embarcar significa, primitivamente, “entrar em um barco”. Como
existe uma palavra específica para “entrar em um ônibus”, geralmente se usa o termo
embarcar, o que preenche o sentido, o vazio na língua. Assim também embarcam nos trens,
aviões, carroças, bondes etc. Em cada caso destes, embarcar será exemplo de catacrese.
Figura 2
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/catacrese.htm
Acima a palavra asa também poderia ser substituída por alça, orelha etc. Todas
emprestadas para suprir o sentido que se quer dar a frase “a asa da xícara estava quente”.
C) Metonímia – é a troca de uma palavra por outra, havendo entre elas uma relação
real. Diferente da metáfora, a metonímia tem caráter objetivo.
Seguindo uma corrente mais atual, Aquino (2010) coloca entre as inumeráveis
metonímias as sinédoques, seguindo uma corrente mais atual.
O autor pela obra:
Sempre li Machado de Assis. (Machado de Assis no lugar da obra que ele escreveu)
A causa pelo efeito:
O esforço lhe molhou a roupa. (O esforço em vez do suor)
O efeito pela causa:
Respirava saúde naquelas montanhas. (saúde em vez de ar puro)
O continente pelo conteúdo:
Beba mais um copo (copo em vez da bebida)
O abstrato pelo concreto:
Incentivemos a juventude (juventude no lugar de jovens)
O concreto pelo abstrato:
Ele era a bengala de seus velhos aqui pais. (bengala em vez de amparo)
A marca ou lugar pelo produto:
Tomar uma Brahma bem gelada. (A Brahma no lugar da cerveja)
A coisa possuída pelo possuidor:
As armas conseguiram a independência do país. (armas em vez de soldados)
O possuidor pela coisa possuída:
Os barcos encontraram Netuno agitado.
O lugar pelo habitante:
A cidade vibrou com o resultado. (cidade em vez de moradores)
O habitante pelo lugar:
O brasileiro terá acento no Conselho de segurança da ONU.
O sinal pela coisa significada:
O cavaleiro lutava pela coroa. (Coroa no lugar de reino)
A parte pelo todo:
Todas aquelas pessoas ficaram sem um teto. (teto no lugar de casa)
O todo pela parte:
Usava cintos de jacaré.
O singular pelo plural:
O carioca é bastante simpático. (o carioca em vez de os cariocas)
A matéria pelo objeto:
Soava longe o bronze. (o bronze no lugar de sino)
O gênero pela espécie:
Soava ao longe o bronze.
A espécie pelo gênero:
“Éolo de pensamentos” (Castro Alves) (Éolo em vez de vento)
Para Aquino (2010), os seis últimos casos podem ser classificados como sinédoque,
embora haja na atualidade a tendência a considerá-los metonímia. Na sinédoque a troca de
palavras envolve extensão, para mais ou para menos; na metonímia, apenas relação.
REFERÊNCIAS
AQUINO, Renato. Gramática objetiva da língua portuguesa. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
CARRASCOZA, João Anzanello. A evolução do texto publicitário: associação de palavras
como elemento de sedução na publicidade. – São Paulo: Editora Futura, 1999.
SCHIMIEGUEL, Otávio.