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Trabalho Dayane
Trabalho Dayane
PARINTINS – AM
2023
DAYANE DE SOUZA DE SOUZA ROCHA
EVALDO BRITO FERNADES JUNIOR
PARINTINS-AM
2023
AS FIGURAS DE LINGUAGEM USADAS EM TEXTOS PUBLICITÁRIOS
Texto publicitário
As figuras de linguagem
Figuras de palavras
Tropos
De construção (por repetição ou excesso; por omissão por transposição e por z)
De harmonia
FIGURAS DE PALAVRAS
TROPOS
As palavras não empregadas no seu sentido próprio. Podem ser por similaridade
(metáfora, catacrese) ou contiguidade (metonímia e antonomásia). São esses os cinco tropos
mais importantes (AQUINO, 2010).
Obviamente, é impossível alguém ser uma flor. A frase só pode ser entendida se a
desdobrarmos em uma comparação, na qual ela se baseia: minha filha é bonita (suave,
delicada, perfumada) como uma flor.
A metáfora é um tipo de conotação, ou seja, emprego especial de uma palavra, sempre
com base numa comparação. Exemplo:
Figura 1
Fonte: http://raissahamond.blogspot.com/2012/03/o-vidro-escuro-e-seguranca-azeite-gallo.html
Acima, a marca Gallo – conhecida marca de azeites – trocou sua embalagem por uma
cor mais escura, utilizou um vidro preto, que protege o conteúdo de sua garrafa da luz do sol.
Junto da embalagem vem o slogan: “O nosso azeite é rico. O vidro é o segurança”.
O vidro escuro é comparado a figura de um segurança que usa terno preto e protege o
rico, enquanto a qualidade do azeite é comparada é comparada ao rico, que tem condições de
contratar seguranças. O sentido aí vai além, trata-se do sentido metafórico.
b) Catacrese – extensão de sentido de uma palavra, que ocorre para suprir uma
lacuna vocabular. É uma variante da metáfora: Ele embarcou no ônibus das oito
horas.
Acima o verbo embarcar significa, primitivamente, “entrar em um barco”. Como
existe uma palavra específica para “entrar em um ônibus”, geralmente se usa o termo
embarcar, o que preenche o sentido, o vazio na língua. Assim também embarcam nos trens,
aviões, carroças, bondes etc. Em cada caso destes, embarcar será exemplo de catacrese.
Figura 2
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/catacrese.htm
Acima a palavra asa também poderia ser substituída por alça, orelha etc. Todas
emprestadas para suprir o sentido que se quer dar a frase “a asa da xícara estava quente”.
C) Metonímia – é a troca de uma palavra por outra, havendo entre elas uma relação
real. Diferente da metáfora, a metonímia tem caráter objetivo.
Seguindo uma corrente mais atual, Aquino (2010) coloca entre as inumeráveis
metonímias as sinédoques, seguindo uma corrente mais atual.
O autor pela obra:
Sempre li Machado de Assis. (Machado de Assis no lugar da obra que ele escreveu)
A causa pelo efeito:
O esforço lhe molhou a roupa. (O esforço em vez do suor)
O efeito pela causa:
Respirava saúde naquelas montanhas. (saúde em vez de ar puro)
O continente pelo conteúdo:
Beba mais um copo (copo em vez da bebida)
O abstrato pelo concreto:
Incentivemos a juventude (juventude no lugar de jovens)
O concreto pelo abstrato:
Ele era a bengala de seus velhos aqui pais. (bengala em vez de amparo)
A marca ou lugar pelo produto:
Tomar uma Brahma bem gelada. (A Brahma no lugar da cerveja)
A coisa possuída pelo possuidor:
As armas conseguiram a independência do país. (armas em vez de soldados)
O possuidor pela coisa possuída:
Os barcos encontraram Netuno agitado.
O lugar pelo habitante:
A cidade vibrou com o resultado. (cidade em vez de moradores)
O habitante pelo lugar:
O brasileiro terá acento no Conselho de segurança da ONU.
O sinal pela coisa significada:
O cavaleiro lutava pela coroa. (Coroa no lugar de reino)
A parte pelo todo:
Todas aquelas pessoas ficaram sem um teto. (teto no lugar de casa)
O todo pela parte:
Usava cintos de jacaré.
O singular pelo plural:
O carioca é bastante simpático. (o carioca em vez de os cariocas)
A matéria pelo objeto:
Soava longe o bronze. (o bronze no lugar de sino)
O gênero pela espécie:
Soava ao longe o bronze.
A espécie pelo gênero:
“Éolo de pensamentos” (Castro Alves) (Éolo em vez de vento)
Para Aquino (2010), os seis últimos casos podem ser classificados como sinédoque,
embora haja na atualidade a tendência a considerá-los metonímia. Na sinédoque a troca de
palavras envolve extensão, para mais ou para menos; na metonímia, apenas relação.
Figura 3
Fonte: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=726
c) Antonomásia – Tipo de metonímia que consiste na substituição de um nome
próprio por uma qualidade, uma circunstância, uma característica que a ele se
referem:
Fonte: https://www.preparaenem.com/portugues/anafora.htm
Neste exemplo do chocolate da Garoto fica evidente o uso da anáfora como recurso
apelativo para que o consumidor compre o seu produto. “Peça baton” repetida cinco vezes e
na sexta o uso da própria imagem do produto destacam e ressaltam esse elemento no texto
publicitário da garoto.
DE HARMONIA
a) Onomatopeia – palavra que representa graficamente o som das coisas:
O trilar do apito encerrou o jogo.
“Não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano.” (Machado de
Assis)
Figura 6
Fonte: https://www.inglesnosupermercado.com.br/onomatopeia-definicao-e-usos-em-portugues-e-
ingles/
Nestes exemplos, temos quatro onomatopeias inglesas: crunch é verbo onomatopeico
que indica mastigação barulhenta; tic-tac representa um som cadenciado e regular como o
sons do relógio e do batimento cardíaco; splash, o barulho de algo que cai na água; por fim,
bang que representa o som de tiro.
a) Aliteração – repetição de sons consonantais, com objetivo de criar maior
sonoridade:
Todo tatu tem toca.
Figura 7
Fonte: https://agmercurio.wordpress.com/type/aside/
Fonte: https://www.promoview.com.br/categoria/publicidade/coca-cola-brinca-com-a-sinestesia-
em-seus-anuncios.html
Fonte: https://brainly.com.br/tarefa/28598717
Neste anúncio do bombom La creme, há assonância com a repetição da vogal O.
d) Paronomásia – emprego expressivo de parônimos:
Com discrição fez a descrição do ambiente.
“Os magnetes atraem o ferro; os magnatas o ouro.” (Padre Antônio Vieira)
FIGURAS DE PENSAMENTO
Figura 11
Fonte:https://www.haasadvogados.com.br/publicidade-comparativa-sob-otica-da-violacao-marcaria/
Acima a comparação é marcada pelos termos tanto e quanto que diz que a pilha da
Rayovac dura tanto quanto. Duracel. Segundo o enunciado trata-se de uma mesma duração
por um preço de baixo custo.
c) Eufemismo - consiste no abrandamento de uma ideia desagradável. É conhecido
como linguagem diplomática.
Bem velhinho já era quando Deus o Chamou.
d) Ironia ou antífrase – consiste em dizer-se o contrário do que se quer, com a
finalidade de criticar ou satirizar:
Antônio acertou dez por cento das questões. Que inteligente!
Na imagem abaixo há as duas figuras presente.
Figura 12
Esta propaganda veiculada pelo Detran trata, sob a forma do humor, de um assunto
não levado a sério por muitos motoristas: a mistura bebida e direção. Mensagem
que relembra outras como: se beber, não dirija; se dirigir, não beba. É possível
perceber a ironia e o eufemismo presente. A ironia está presente em “vai ficar
lindo”, e o eufemismo em “coroa de flores”, que atenua a condição de quem sofre
acidente ao beber alcoolizado e vem à óbito.
Considerações finais
Diante do exposto acima, é preciso dizer que estas são algumas dentre muitas outras
figuras de linguagem que a língua portuguesa permite durante o seu uso na composição de
determinado gênero textual. No que diz respeito ao texto publicitário as figuras de palavras e
de pensamento são fundamentais nas construções na produção de certos efeitos de sentido, no
processo de construção dos anúncios e propagandas. O que significa que utilizam tais recursos
linguísticos, imagéticos e sonoros a fim de convencer e persuadir seu público. Para tanto, é
preciso dominar a língua e todos os seus recursos possíveis, sobretudo ter conhecimento das
figuras de linguagem, para redigir um texto publicitário que consiga informar, instigar e
conquistar aquele que ler.
REFERÊNCIAS
AQUINO, Renato. Gramática objetiva da língua portuguesa. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.