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Marcelo Rufino de Oliveira i Marcio Rodrigo da Rocha Pinheiro Marcelo Rufino de Oliveira Com formagao pelo Instituto Tecnolégico de Aeronautica (ITA) Coordenador das Turmas Militares do Colégio Ideal Professor de Matematica das Turmas Militaras do Coldgio Ideal Goordenador Regional da Olimpiada Brasileira de Matematica Marcio Rodrigo da Rocha Pinheiro Gom formagao pela Universidade Federal do Para (UFPa) Professor de Matematica das Turmas Militares do Coldgio Ideal COLEGAO ELEMENTOS DA MATEMATICA 4 Marcio Rodrigo da Rocha Pinheiro Marcelo Rufino de Oliveira GEOMETRIA PLANA 3* edigao (2010) APRESENTACAO A 3" EDIGAO A geometria consiste em um estudo generalizado e sistematico das formas que ‘ororem no mundo, principalmenle no que diz respeito ds suas propriedades, Para tal estudo, faz-se necessaria uma abstracio de conceitos originalmente concretos, a fim de obter tals propriedades. Assim, por exemplo, quando se fala em rata, no sentido formal da palavra, deve-se imaginar um ante infinite, que niio ooorre naturalmente. De um modo geral, o estudo da geometria nos ensinos fundamental e médio no Brasil divide-se em duas pares consecullvas: geometria plana (até a 8" série do fundamental) ‘e geometra espacial (no 2* ou 3° ano do médio). Ainda genencamente falando, pode-se garantir Que a apresentagdo 4 geometria 4 feita de modo peremptério (definitivo), isto 6: o professor vai listando uma série de definigSes (segmentos de retas, Angulos, triéngulos, poligonos, circunferéncias, etc.) @ impondo um conjunto de propriedades desses entes, vez por outra precurande verificar que olas so validas em alguns casos particulares ou “reals”. Isto & imedistamente verificado ao lerse um livro de tals séries (praticamente nao havendo exceg$es). Quando um professor dedicado, por exemplo, procura exibir acs alunos que a SoMa 668 Angulos interes da um tridngulo vala o mesmo que um Anguin raso, busca (nas mais esforgadas das vezes) verificar o fato com um modela concreto, como um tridngulo desmontével de isopor ou cartolina, tal qual a figura a seguir sugere. LED» SZ E obvio. que tal alitude é louvavel, mas o principal problema consiste em nfo explicitar que esse resullado simples @ abrangente € conseqiéncia de resultados anterioras (diretamente, dos Gnguies formados entre paralelas @ transversais), o que 6 na verdade a esséncia da matemélica: tudo é interligado; fatos causam fatos e esses Jo conseqUéncias do outros, Afirmar, 80 somente, que dngulos opostos pelo vértice 1am medidas iguais toma-se, em verdade, mullo mais cimodo que prova-lo. Princigalmente para o professor que am geral nao vai acompenhar 9 siune até as portas de nivel superier. E, porém, do mesmo nivel de hneresia que defender o aborto numa dissertarao, sem argumentar o motivo. dessa posiclo. Tal pritica cria. cicies viciosos @ gera alunos incapazes de realizar criticas de questionar a validade de multas propriedades, no necessariamente matematicas, segundo essa ou aquela condigao. Com efeito, ao tomar tal posicionaments, o professor simplesmente passa adiante UM @ffo pelo qual normalmente Ihe fizeram passar, ampliando geragSes de verdadeiros alienados, Isso se reflete durante muilas (@, as vezes, todas) fases da vida do estudante. No Sd0 faros 05 casos de estudantes (até mesmo universitarios) qué nao percebem qua “suis” mudangas nas condigées iniciais do problema (hipdtese} provocam mudangas bruscas @ ath lotais dos resultados (tase). Exemplos concrates $40 46 alunos que aplicam o teorema de Pilagorag ou otras relapies métricas do mesmo género (como a altura ser igual A média geomdbirica das projegdes dos catetos) am tridnguios para os quais ndo se tem certeza de ser relangulos. De estudantes que garantem a semethanga de tidngulos, sem té-la comprovado, 2 aplicam proporgtes erradas sobre seus laces. Ou ainda de afirmagdes mais ingénuss, do fipo que un quadrada @ um reténgulo $86 antes de naturezas totalmente distintas, ou seja: quedrado @ quadrado; retangulo € retangulo. Nesse ultimo exemplo, evidancia-se que até as prdprias definigdes so repassadas de modo desleixado. Este 6 0 segundo volume da Colegio Elementos da Matematica, programeda para apresentar toda a matematica elamentar em seis volumes: Volume 1 = Conjuntos, Funcdes, Exponencial, Logaritmo ¢ Aritmética Autor: Marcelo Rufino de Oliveira ¢ Marcio Rodrigo da Racha Pinheiro Volume 2 - Geometria Plana Autores: Marcelo Rufino de Oliveira e Marcio Rodrigo da Rocha Pinheiro Volume 3 - Seqiéncias, Combinatéria, Probabilidade, Matrizes © Trigonometria Autor: Marcelo Rufino de Oliveira, Manoal Leite Cameiro ¢ Jefferson Franca Volume 4 - Nameros Camplexos, Polinémios e Geometria Analitica Autores: Marcelo Rufine de Oliveira e Jeffarsen Franga Volume 5 - Geometria Espactal Autor: Antonio Eurico da Silva Dias Volume 6 = Calculo Autor: Mareio Rodrigo da Rocha Pinheiro © desafio inicial para os autores de um livra de geometria plana é definir a seqléincia com que gs assuntes sero apresentades. Hé dois motives para a existéncia deste desafio: 4} se 0 assunto A é pré-requisito para o sssunto B, entio A deve vir antes de B no livo; 2) para nJo confundir ou desestimular o slung, os sssuntos mais complexos deve estar mais para 0 final do livre. Estes motives justificam, por exemplo, a razSo pela qual a tecra sobre a semelhanga de tridngulos ser desenvolvida antes da teoria sobre poténcia de panto e também 9 por qué da teoria sobre os pontos notdveis no trifingulo figurarem mals pare o final do livro, Entretanto, os autores deste livre sao cientes que ndo existe um encadeamenta dtimo para os assunios. Fato este comprovado pela Inexistincia de dois livres de geametria plana que possuam exaiamente a mesma seqdéncia de apresentagae dos topicos, © objetive desta colegio 4 iniciar o preparo de pessoas, a partir da 8* série, para a aprovagao nos processos seletivos mais dificeis do Brasil, de instituighes como Colégio Naval ITA, IME, USP, Unicamp, UnB, dentre outros, nos quals se exige mais do que simples memorizacao de formulas ¢ de resultados. Deseja-se que o estudante adquira um senso critico de causa e efeito, embasade nos mais stlidos conceites, o que o ajudara a raciocinar cuesa @ Coerentemente na maioria dos assuntos das disciplinas exigidas em lais concursos (nfo somente em matemalica!). Mostrando, especificamente neste volume, a geometnia de modo axiomatico (ou, pelo menos, aproximando-se de tal), procura-se desenvolvar tals qualidades. Conseqlentemante, 0 aluno também se prepara para olimpladas de matematica, que est4 a alguns degreus acima dos grandes vestibulares do Brasil em relagdio ao nivel de dificuldade. Dificuldedes hd, sem divide. No entanto, repudiam-se idéias do tipo que o aluno ndo consegue aprender dessa ou daquela forma. N&o se deve menosprezar a capacidade dos alunos, nem mesmo seu inleresse, sob pena de estar comelends preconceitos ou precariedade na metodologia de ensing, respectivamente. Qualquer individuo ao qual se propée 0 aprendizado de andlise sintética ¢ seméntica, por exemplo, tem condigdes de compreender um estudo mais rigoroso ¢ encadeado de geometria, Ao menos methor do qua o atual. Por experiéneia propria, j4 se comprovou que os beneficios superam bastante eventuais prejuizos. ‘Os autores indice ‘Capitulo 1. Introdugdo— Linhas, Anguios o Trmanohtee IntrodupSo 4 Geometria Deduliva... 0... 0.0... eee Nocdes (idéias) Primitivas Linhas . 4. Divisio de Segmentos: Divisoes Harmonica e oon 5. Conexidade e Concavidade . 8, Angulos.. S te Trldngulos 0 sua Classificagio: 6 a. 1 4 2, 3 }. Lugar Geométrico.. ce. cee Congruéncia de THideguos é 0. Paralelismo . ‘ Exercicios . Capitulo 2, Semelhanca de peenuieee e Tri eee Reténgulos 1. Teorama de Talas ...........5. aes Semethanga de Triangulos ......-.--- Send denne Samelhanga de Poligonos . . saa Relagdes Métricas nos. Tras Rettnguios a _ Shen eeintne Exereleios ..... tibia ot we Pen Capitulo 3. Intredugiio aos Circulos 1. Definighes Iniciais.........-... 0.4. care H ‘Determinagdo de uma Circunferéncia ... 62 ese |. Posigdes Relativas de Reta e Circunferéncia . " eer Teorema das Cordas . Teorema da Reta Tanganie . Segmentos Tangentes. .... PosicSes Relatives de Duas Circunferéncias Angulos na Circunferéncia . Arco Capaz.... 10, Segmentes Tangentes Comuns a Ouas Cireunferéneias , 14..0 Numero x ¢ ¢ Comprimento da Circunferéncia .. . ERGICRAOG oss cris rsp eben re ivais'e Come Oh Capitulo 4. Area o Relagdes Métricas de um: Tenge 1. Dafiniggo de dea. 2. ComparagSo de Ares Entre Tiangulo: 4. AFormula de Heron... 5, Relagdes Métricas nos Tringuies Suaieguer Exercicios ... 5 Capitulo §. Introduclo aos Quadrilateros 1. Quadritfiteros Notavels . 2, Tearemada Base Média ....... ' 3. Condipbas de ice 0 Gremsergta : Exercicios Capitulo 6. Area « Relagées Métricas no Circuto +, Relagdes Métricas na Gireunferéncia..... 2, Aroas de Regiies Circulares . Exarcickia Manian voce Capitulo 7. Tridngulos - Pontos Classicos e Cevianas 1. Teorema de Ceva . 1" 2. Teoroma de Menelaus . 3. Mediana ¢ Baricentro . 4. Bissetriz e Incentro...... 5. Mediatriz 6 Circuncentro.._. 6, Alturae Ortocento.s. 1.41 7. Triéngulos Pedais Exerciciog.......0. Sapte §. Area e Relagées Métricas nos Quadfiléteros . Teorema de Ptolomeu .. hike eRe 2 Teorema de Hae + 27T 3. Aras . 280 4, Relagéo de : 284 6. Teoremas Giaasicos Sobre ‘Guadrilateros oe + 284 Bxineloa syecianeentticrs on can ; 287 Capitulo 9, Poligonos Nomes Priprios das Poligonos Mais eae, 20g 2, Ladoe Apotema.......... 204 3, Angulo Central de um Poligono Regular... 204 4, Soma dos Angulds Intemos de um Poligono Canvexo oe 2R6 5, Numero de Diagonais de um Poligono denLados ......... Siete) 6. Buplicagaio do génere de um poligono convexo 299 7. de um Potigano Regular 290 8. 8 Estudo dos Poligonos Regulares Convers Inseritos am uma Cireunteréneia da aI eee i - 9. Poligonos Regulares Esteiados Exercicios . ADAMO icss siemnrecen 6 bo yasscses0ley intsvaiets Gabaritos.... 2.0.0.0... Introduc4o: Linhas, Angulos e Triangulos LI) INTRODUCAO A GEOMETRIA DEDUTIVA Da observagiio da notureza no redor, assim: conto da necessidade de medir © partilhar terras, calcular volumes ¢ edificar construgies, abservar ¢ prever os movintenios dos astros, surgiram tentativas do homem de explicar ou, pelo menos a principio, de wlilizar as propricdades das figuras « dos carpos que encontrava om, posteriomente, constrifa. Qual o motivo que faz uma abelha preferir construir a shtrada do alvéolo em fora hexagonal a consirul-la em forma triangular, que é um formato poligonal mais simples? Quonde se consirdi um portia quadrangulor de madeira, a estrutura no fica rigida findeformivel) enquanto be se utiliza um quinte pedago. Por que uma estrutura triangular ¢ estivel, nda necessitando mals do que trés pedares para tornar-se rigids? Coe LzA ESTRUTURAS INSTAVERS ESTRUTURAS RIGIDAS: Um conhecimento razoivel de geometria (¢. ds vezes de outros assumtos, com digebra ou fisica. por exemplo) elucida fates carno os acima. E claro, perém, que nem sempre a humanidade teve a mesma qquntidade de informagso que existe hoje. Tal volume de conhecimento variou muito no tempo eno espago, Por vezes determinadas civilieagocs possulam mais conhecimento matematice do que outras, ainda que contemporineas ou, em nio raros casos, de ¢pocas posteriores. Basta comprar, por exemplo, egipcios ¢ babilénics antigos com outros pewes pré-helénicos ocidentais. Essas duas culturas ji conheciam © utilizavam virias propriedades geométricas. Para exemplificar, hi maisde cinco mil anos, os cgipcios ja sc sabia que um tridngulo que postui Indos medindo 3,4 ¢ 5 (na mesma unidade, por exemplo, palmos de uma mesma mie) ¢ retingulo, Os babilénics, que importaram muito do conhecimento matemitice egipcio. ji conbeciam esse resultado (icorema de Pitigoras) em sua tovalidade, Conhecin-se também o fate de que o comprimento de uma circunferérscia ¢, aproximadamente, o triplo do didmetro da mesma, Que um quadrilitera com lados opostes de mesma medida possui tais Iados paralelos, Que um quadrilitera com diagonals de mesma medida tem os quatro dngulos retos Pode-se afirmar que, inictalmente, es propriedades que se buscavam tinham objetivos de cuntw tolalmente pritice, isto ¢, serviam para resolver problemas particulares que surgiam num determinado trabalho, comumente a agrimensura, a arquitetura ow a astronomia, As duas dltimas dax propriedades listadas acima, por exemplo, objetivavam demarcar terrenos retangulares. Com quatro pedacos de bambu, dois com um mesmo tamanhe ¢ os quires dois também (nfo necessariamente com o mesmo comprimente dos dais primeiros), ajusta-sc um quadrilétero, gue ainda nfo ¢, obrigatoriamente, um retingulo (é denominado stuatmeme paralelogramo). Mas quando um ajuste final € feito de modo que dois dhimos pedagos de bambu. de mesmo tamanho, sirvam de dingonais ao quadrilitero, PRONTO. Garantesse, agora, que © quadribitero ¢ um retingulo. $4 como curiosidade, muitas propriedades como essns sie lilizadas ainda hoje, por culturas distantes da tecaolagia habitual (alyumas regides na india © na Attica, por exemple). Mesmo crn outros paises, como aqui no Brasil, a construpSo civil ainda usa também certos resultados geométricos empiricamente. (Um terreno ra forria de um gotalebogramo qualqure ‘Uma pergunta natural deve surgir neste ponto: quem ensinoy as propricdades geameiricas aos paves aniigos? A principio, ¢ facil ver que os ensinamentos cram passades (como ainda haje em algumas tribas) de geragiio a geraglo, A tradigtio dos mestres de obras perdesse no tempo. Mesmo assim, ‘aresposte ainda esti incompleta. A passagem de conhecimenta deve ter tido algum Inicio, E allamente provivel que tais conclusies sejam advindas da obscrvaro da natureza e mesmo por melo de renteiiva e erro. Quando se verifcava, experimentalmente, que certo Fito, repetidas vexes dava o mesmo resultado, Previsivel, emo a intuigio ganhava forga de persussdo c cra passada adiante, com a certezn da experitncia, Isso ¢ que se chama de resultado empirico. Resumindo de modo grosseira. cs primérdios da (em verdade, a primeira area da materndtiea estudada de modo destacado} a classificam eomo uma ciéneia experimental, em que intuigio, comprovada por viirias acertas anteriores, dita as rezras Por volta do século WI antes de Cristo, portm, uma revoluro do pensamenio humane omega a tomar forma, Filésofos gregas comegam a indagar sc a simples accitagko de verdades impostas pelos mais experientes safisfar, de fato, a natureza mumsna. Inicia-se a busea pelo verdadciro conhecimento, cam fildsofos da estime e Sdcrates ¢ de Plasio, sendo que esse ultimo sugeriu uma explicaglo de todos os fendmencs do universa por meio dos famosos cinco elementos (gua, terra, fogo, ar e quinta- exséncia), cada um doles representado par meio dos haje chamados silos de Platdo (dividides em exotamente cinco catcporias). Rapidamente, essa linha de raciocinio ganha adeptos om. vérias partes, expandindo-se mais ainda gragas & disseminagao da cultura heléalca pelos conxuistadores de grande parte do mundo ockdental da dpoca: os romanes, Novamento, sob uma visdo sinética, podesse dizer que, a partir desse perlodo procurou-se JUSTIFICAR, de modo imefutivel, inegdvel, a maior quactidade (para nfo dizer todos) de fatos possiveis (ndlo 26 05 geamétrions), 0 que vai de encontro 4 posiglo passiva assumida pelos aprendizes de outrora. Aproximadamente. pelo siculo V a.C., sumgem os primelros motemdtices profissionais (ow propriamente ditas, desvinculande-sc da filasofia pura}, coma Tales de Mileto, que aprendeu muito com discipulos de Platdo ¢ com egipeios, ¢ um de seus pupilos, Pitigoras de Sumas, os quais foram grandes responsiveis pelos primeiros progresses concretns em busca de uma matemdtica que nko dependesse spenss, ov principalmenie, de intulgio, sendo Tales considerado 0 pai das explicayes formals de propricdades por meia dé outras ja conhecidas anteriormemte (demonstra¢io). Pitigoras foi fandador de uma espécie de seit, os piagdricos, que pregava a supremacia da matemitics (destacadamente, dos nimeros) no universe, bem como a idéia de que “tudo so nimeres”. O resultado geoméirico mals famose do mundo € denominado teorcma de Pitigoras, apesar de haver indicios de que ele jd era conhecido ¢ utilizade virios anos antes. Provavelmente, a homenagem ¢ feita ao lider da congregagio de gue s¢ tem registro claro de alguém (nde necessariamente Pilégoras) que provou a validade do resultado, de um modo geral. Contudo, o maior fendmeno mateniiticn de jados os tempos estava por vir, quanlo, entre dois ¢ trés séculos antes de Cristo, um professor da universidade de Alexandria, Euclides, reuniv, organizada ¢ formalmente, indo o conhecimento matemalico de sua época musta obra de treze values (ou capitulos): os ELEMENTOS, com mais de mil edigbes (desde 1482) até os dias “atuals, faganha passivelmente superada no mundo ocidental apenas pela Biblia, ‘Sem divida, a principal novidade introduzida por essa grande obra fol 0 mérode axienrdtics 04 dedative de esd, que consiste basicamente cm algumas idgias ¢ propriedades elementores, aceiias aturalmente, as quais servem de base a toda construgda seguinte, definindo novos termos a partir dos preexistentes, ¢ justificando (deduzindo) TODAS as propriedades nfio elementares, por mei das iniciais -¢ das jf justificadas anteriormente. Durante pevicaments dois milénlos, os Elementos foram utilizados como. obra de referéncia no ensine de geometria, senda. que em muitos lugares como obra exclusiva. A partir do sécula devoito, a ‘supremacia dos Elements foi posta ein cheque por grandes matemtaticos a ¢poca, os quais, em ultima andlise, precuraram aperfeigoar o raciocinio contide ma obra, especificamente em uma das propriedades aceilas come verdadeira, a postulado V, que seri visto apds, Em meados do século dezenave, verificoue s¢ que © raciocinio empregado mos Elementos no era de todd correo, como surgimento de outras geametrias (nilo cuclidianas), bem came com o desenvolvinenia da ldgica meatemvitica, Apesar disso, no resia dividas acerca da impartincia desse livro monumental como unt verdadeire marco na histérin da matemitica, 2) NOCOES (IDETAS) PRIMITIVAS. Perguntando-se a um bom professor de mateniities 0 que é um triingulo, por exemplo, ¢ possivel obter-se a seguinte resposta: “Dados tres ponies pio colincares, um tridngulo ¢ a unio dos segmenios de reta com extremidades emi dois desses ppartas”, Seria absplutamente natural (¢ necessirio} © surgimento de divides na forma de “sub-perguntas™, Iais como: + Ogque é um pont? ~~ O-qve so pontos colineares? = O.que um segmento de rota? Omesmo professor, interessado, provavelmente responderia; Pontos colineares so aqueles que compartilham uma mesma ret. ow ainda, aqueles que estan alinhados. ~ Segntenta de reta € uma porciio, parte ou subconjunto de wma reta, de modo que certos pontos {interiores) cstejam enire outros dois (extremidades). Natural ainda seria o prolongamento das davidas, como, por exemplo: ‘O.que é uma retn? Alguns professores respondem a-esta questiio do seguinte mode: + Reta é um conjunto de pontos, Uma circunferéncia, todavia, também ¢ um conjunto de pontas, no correspondendo, poréim, a. fogdo usual que se possui de reta, E possivel que alguém acrescente a palavra alinhedax apds o term “pontos”, tentando elucidar a questo. No entanto, extraindo prefixo ¢ sufixe de alinhados, resta o radical finka, que nada mais é do que um sindnimo de reta no context. Ou seja, “definiv-se” reta por melo de outeas palaveas que levam 4 original; reta, ‘Ora, definir quer dizer dar significado a termos por meio de outros termos, supostes conhecidos Previamente, com total seguranga. No processo de definigges dos termos relacionados a um certo assunte, podem ocorrer somente trés casos: a) Delfine-se, sempre, um termo par meio de um temo nova, Isso, conta, gera logo uma impossibifidade humana: « necessidade de uma quintidade sem fim de novas palavras, Existe algum disionirio com infinitos voedbulos? E clare que nfo. Dal, ease primeira caso deve ser ‘exeluida, por tratarse, realmente, de ima impossibilidals. D) Utilizam-se definigdes efclfeas, isto é, 0 proceso volta a uma palavra que ja foi utilizada anteriommente. Por cxemplo, a0 se procurar a significado do terme hermenéutica, pode-se ‘encontrar a seguinte seqikéncia de sindnimos: Hemtentutica + imterpretagda + explicagiin + explanaglio + explicagio. ‘0 que ocorre, assim, ¢ que explicagito é definida, em ultima andlise. por meio da mesmo alnvra, explicacio. Isso, entretanto, nfo pode ser utilizado como uma definigSo rigorasa, no: sentido matemiticn dade a termo defini, ¢) Accitam-se alguns termos sem definigio formal, os quais servirSe para defini, formalmente, todos os demais termes seguintes, Nesta opgdo, deve-se admitir que os termos nfo definidos iém seu significado claro 2 um maior nimera passivel de pessoas, que o absorveram através da experiéncia de vida, da observagdo, do senso comum. A matemdtica, mum estudo axiomaticn de uma determinada teoria, adota a dltinra das wrés Posturas apreseniadas, por no haver melhor, Desie modo, admite-s¢ a menor quantidade possive! de ‘conceites clementares sem deflnigao, de forma a poder definir todos os demais coneeitos, Essa posigio ideologicn j4 ern utilizada por Euclides, nos seus Elements, ¢ € uma das principais conquistas do pensamento humana, Surgem, assin, as nogées primitivas, que slo equeles termos admitides sem definig’o, mas que Jerdo uso bem limiade por ceras regres (os pestulades, a screm vistas mais tarde). As nogies primitivas inieialmente adotadas neste curso slo: 7 PONTO: representada por PT cane co aa B. Gro 6te. Apesar de fio scevie come definigto, Exclides dizi que “ponte é algo qua nao pods ser dividido nas ", Essa frase ajuda o agugara tmwigio, ms no serve muattmaticamente falando por introduzir termes como “ser dividide" ¢ ‘panes”. E importante » wis de que un pono fio postui dimensig ('tamanbo™), Pade-se ainda coneelié-lo camo ente furmadioe dos demais entes geameétricos, uma espésie de dtome geométrico, oo ‘sentido ofginal da palayra (INDIVISIVEL), . RETA: representado por letras miniscutat do alfabetor r, 5, 1, ste, Na enmoepeia inclusive w udotada nestas linhas, uma reta pode ser vista come uma, das margens de longa (teoricamente, infinita} estrada sem curves. Nada que s¢ possa visualizer por compl porim, ¢ capar de represemar perfeilamente uma reta, jG que cla deve ser entendida como. Himitada, isto €, que pode ser percorrida indetinidamente, ¢ infinita, ou seja, panindo de um: de seus pontos, sempre numt mesmo sentido de pereurso, nunea mais @ volta vo, mesmo. lugar, Por iss, is vezes, hd cotta prefesénela em representt-la com setas duplas, indicanda a continuidade nes seus dois senitides. ee |. PLANO: represennido. em veral, por letras gregas miniseulas’ or, ff, =, ete. B imeressante perceber a relay3e que existe entre plano © expresses Como: terreno puro: (Sem buracos ou clevagdes); plamicies (ie thesia sentido); apfainar (ou aplande), que ¢ tormar umn superficie lisa, como o que um pedreiro faz apos reboear uma parede, ‘por exemplo, Também'¢ usal, mas wio obrigatério, ulllizar tum retingulo (ou outra figura, como um tridngulo) em perspective (vista tridimensional) parn viswalizar um plano. ' importante notar que ivi varios representacdes de pluncs ao redor: © plano do quadro, o pluno do cho, o do tata, 0 do papel, dente outros. Entretamto, ¢ fundamental ver ¢m mente que nenhume desses representgtios & perfeita, uma vez que, como uma reta, um plano deve ser considerado ilimitada, sem, parieni ou bordas, ¢ infinite, podondo se prolongndo em duas diregdes ou em composigies: LI te OBSERVAGAO; Define-se ESPAGCO come 0 coajunto de toslos os pomios. 1.2.1) Propasictes ‘Uma proposigio ¢ qualquer afirmapda que se faga acerea de propriedades envolvende um entc, geométrico ou nao. As proposigées funcionam como reguladores das propriedades do objeto em estudo, Apas canceltos ¢ definigdes, sio as proposiples que vio edifieando o desenvolvimento de determinada eléneia Classificam-se as propasigges matemdticas de dois mods: 1.2.1.1) Proposi¢ées Primitivas ‘Também denaminadss postalados ou axiomas (apesar dé Buclides, originalmente, fazer disting&o enire esses dois termos, 0 que ndo serd feito aqui), dol o nome do estudo feito aqui ser auinmitica, Ax proposigies primitivas sho aguclas uceites como verdades intuitivas, absolutas,. sem necessidade de um processo justificmive cncadeado. cigaroso ¢ ligicn. matematicamente chamade de demonstracio. A priori, pide parecer conilitante defender iniciaimeme uma posigde contrdria 4 accitaglo passiva de propriedades ¢ em seauida afirmar que alguns propriedades devem ser realmente acettas de modo perempt6rio, Para alguns, menos experientes, parece muito estranho a Matemitica, uma cigncia exala, aceitar alguns (mas n30 todos. os) fates, por mais basices que sejam, Tal contradigse aparente some, comudo, a9 analisar-s¢ critesiosamente méiode axiomilico. Assim camo ocorreu no tocante &s definkgies, 0 idéia € justificur a maior quamtidade de faios possivel. De que mancira se fax: isso, porém? Através de outros fatos, cujes verdades ja forany veri 13 ames. E assim sucessivamente. Mas, desse moda, a Gnica saida accitivel & admitir alguns fats sem justificativa formal, em menor quantidade possivel, que servirio como pomto de partida da lonys estrada de demonstragtes de propriedades. As outras duas mancinas de encurar & situacilo, como se vin antes, so matematicanente impratiedveis. N: convém crigr, clernamente, resultados anteriores, mcm muito menos wlilizar a propriedade que se quer demonstrar para provar a ‘Agora, fea de propriedades eleméentares, admitidas sem prova formal, é impresci ‘em mente qué a escalha de um al conjurte pode até ser arbitriria, Historicomemte, a decisio de utilizar os postulados adotados por Evelldes fei motivo de muitas discusstes, até que eles foram aprimorados nw fim do sécule dezenave ¢ comero do séoulo vinte, por grandes maiemdtices. destacando-se Hilbert. Apesar das conclusies pasteriores de incompleteza au de inconsisttncia de Gidel, o que se utiliza hoje ainda tem suns basc3 nos trubathos de Euclides e de outros, camo do proprio Hilbert ¢ de Pogoréloy. Mas isso ¢ outra histri Alguns des postuludos basicos da goameiria silo os seguintes: i) Pastulados de Existéncia ‘adj Numa reta, bem como fora dela, beh tantos ponies quanto se queira (no somente um mnilbia,| GU Ue trillso, mas sim infinitos pantos). 2,2) Num plano, ou fora dele, 4 i Pereobacse Sie ee eiee ea ‘ais quais a reta’e o plano s86 conjuntos| infil tiles de panos, ns b) Postulados de Detorminacie Em geometria, DETERMINAR significa a garantia da existéneia de um Unis condigées) bil} Dois pontos distinios determinam unta reta, Ista é, existe uma 34 reta pasando pontos diferenres dados. i a é mais umn rete Por dois pontas distintos, ‘pasta apenas anna rela OBSERVACADO: Note-se que # palavra distintes est ressaliada, uma vez que, eventialmente com vistas a genetalizagtes, a iddin de dois (ou mesmo mat que issn) pode significar a um, em Matemdtica. Um exemplo clissicn desse fate aparciiemente exiraordinicio ¢ 3 resposta mais simples & ‘Seguinte pergumta: quantas raizes (complexas) possui uma cquaySo polinomial do segundo grau? A resposia, genérica, é DUAS. Como se sabe, entretanto, ds vezes uma equagio quadritica apresema raiz dupla ¢, nesse caso, 35 duns raizes “fundemese” numa 56. Assim, quando se usa uma frase do tipo “dats pomtes DIFERENTES determinam uma reta", ‘deseja-se excluir a possibilidade mostrada de que, teoricamente, os dois pontos possam estar representiands o mesmo lugar geomdirice, iste ¢, que os pontos sejam coincidentes, na pritica um sd, Infelizmente, tal tipo de atitude ainda €, hoje em dia, usada por quem deseja fazer perguntas capciosas, que induzem o aluno a0 erro. Porisso, deve-se alertar o estudante para tais tipos de estratégias ardilosas. ‘Apenas complementando, deve-se perceber que quando se fala cm (ss pontos no eolineares, climina-se automaticamente a possibilidade de dois deles serem coincidentes. © postulade das paralelas também ¢ conkeside como Euclides", erat por ocupar a quinta (¢ diltima) posigio no canjunta das cinco postulados enunciades no livro. de Euclides. Os resultados deste livro apareeem come “proposipfes" ¢ cada uma sda demonstradas ‘Uulilizando-se somente 03 proposigdes anteriores. Assim, acrediiava-se que o §° Postulado de Euclides poderia ser demonsirado a partir dos outres postulados. Durante muitos séowlos varios matemdticos dedicaram suas para tentar demonstrar o postulados das paralelas. © matemsitico italiano peralelas pela metodo de redupho ae absurdo. Na verdade, deseobri-se pusteriarmente que a ri 2 Teoremias demonstrados por Succheri nBo levava a nenhuma contradigto. caso mais famoso de tentativa de demonsira: o postuludo dus poralclas dive-sve an matenuiticn francés Adrien-Marie Legendre (1752-1333). Além de ser responsdvel por resultados importantes 1a Matematica Pura ¢ Aplicada, Legendre tomou-se bastame conhecido devido'a sex autor de um five de geometria (Elémenir ce Géonirie) que dominay a ensino da geometria por mais de 100 unos © foi Wraduaida para virias linguns, sendo usado inclusive no Brasil por muitos anos (foi editado 25 vexos!), Nas diversas evlipGes de'seu livro de 1794 a 1833 Legendre publicou ¢ republicou suas demonstragiecs: para o postulado das paralelas, sempre reparando seus erros anteriores. Foi par causa de eros deste tipo que, por volta de 1830, os matemiticas passaram a acreditar que © postulado das paralelas no pudesse ser demonstrado n partir dos outros. Nesta época a matemiticn hdingaro Jinus Boluai (1802-1860) e o russa Nicokolai Ivanovich Lobachevsky (1792-1856) publicaram, de forma independente um do outro, trabalhos em que justificavam que se podia consinuir umza geometria indepeedentemente do postulade das paralelas. Caen gcometria ndo-euclidiana, ou Scja, geometrias que negam o postulsdo das paralelas, 1.2.1.2) Toaremas, Leis, Principios, Lemas, Coralarios Siio as proposigdes que sé podem, ou antes, sO devem ser aceltas mediante a justificativa mateméilica ja cited peeviamente: a demonstragio Exemplos: 1) Provar que duas retas distivvias niio podem ter mais de wm pame em comum. Salugia: HIPOTESE: rs Ae Be rrvs (perceba-se que esta no ¢ 0 tinieo mode de fonnular a hipdtese. E, porém, am das mais eficientes). TESE: A=B Deseja-se provar que, havendo mais de view ponte comum as retas distintas re s, tals pontos devem ser, em verdad, um 8 Suponhe-se, enlretanta, que Ae B fossem distintos. Nao hd problema em fazer isso, ja que, a esta altura, ainda no se demonstrow a tese, Q que ni se pode ¢ contrariar, em detalhe algurs, & hipitese. Se A. B forem diferentes, sabe-s, devido ao pastulada de determinaglo, que haveria uma tinica reta passanda por eles, Como tanto A quanto B pemtencem are a 3, a Gnica saida ¢ impor que r=s. Isso, comudo, contraria a hipdiese, jd que r= s ¢ um dos pontos de partida para a afirmagio. De onde surgiu tal contrariedade? Do postulado de determinagio? Ca certeza, NAO! O impasse ¢ oriunde exolusivamente de foto de supor que A * B. Assim, tal foto jamais pode ocorrer juntumente com a hipétese, o que garante que A =B, como se queria demonsirar. 2) Uma reta ndo contida num plano nio pode ter mais de um ponto em comum com tal plang, Salugia: Hi Erca:A Berna, TESE: A= B Supanha-se, por absurdo, que A * B, Se uma reta F possul dois de scus pontos distinias num plano a, enido cla deve ter tedes os ponies em tal plano, ou seja, rc, E aceitiwel que rg oe que rca, simultancamente? £ ébvie-que ndo. O que deve ser descartada, par conseguinte? A hipétese ou algo que conclui apds negara tese? A segunda apeio € a dnica passivel de aecitngda, jd que a hipdtese ¢ inalterivel. Logo, a tese nilo pade ser contrariada, isto ¢, a tese DEVE SER VERDADEIRA, ¢ o teorema estisdemonstrada, 1.3) LINHAS 1.3.1) Segmenta de Reta: Seja ra reta que passa por dois pontas distintos A x B. Drefini-se segmento de reta como a reunitlo dos ponios perieneentes & reta r ¢ que estho entre A eB, ineluindo estes dois pontos. Deste modo, dadas dois pontos distinios A ¢ B, 0 segmento de reia AB ¢ representado da forma abaixa, AB = (A,B) (X/X esti entre Ac B}. 8 Ae B sho as extremidades de AB, X ¢ ponte no interior de (ou interno a) AB. Define-se, também, segmento nulo (ou degencrado), na caso que A. Bcoincidem. (Obs: “Estar entre dois pontas"* ¢ uma nogdo primitiva que née sera detathada aqui, 1.3.2) Semirreta: Dados dois pontos distintes A e B, define-se a semi-teta AB como @ reunido do Segmento de reta AB com o conjunio des pontos P, pertencentes & reta que passa por A e B. tais que est entre Ac P, Neste caso, o ponto A é designado como origem da semi-reta, ‘A representagio georétrica de uma semi-reta éa. seguinte: AB = AB (P/B extd entre Ac P}. — AB i a onremidndes do AB € poston interior de (au interno o} AB. 1.3.2.1) Sembretas opostas: Se A esti entre Bc C, xs semi-retas AB ¢ AC so opastas. SS B A Ce a 1.3.3) Segmientos Consecutivos: Dols segmentas de retas slo consecutives quando uma extremidade de um coincide com uma extremidade do outro. Exemph B ee a ee A c A c B ‘estas duas figuras temos que ABe BC sto segmentas de reta consecutivos 1.3.4} Segmentos Calineares: Dois segmentos de reta so colineares quando esto sobre uma mesma reta. Por exemplo: o——+ Ae GD so segmentos dé retacolineares. A B ¢ D 1.3.5) Segmentas Adjacentes: Dois segmentos de retas eansecutives ¢ cplineares 80 adjacentes s¢ possucm emt comum somente uma extremidade. Por exemplo, na figura abaixo AB ¢ BC sho segmentos de reta adjacentes. AC © BC, embora consecuti adjacentes, pois AC BC = BC. A B 1.3.6) Congruénein de segmentos: A congrutncia (simbolizada por =) de segmentos ¢ uma nogio primitiva dentro da geometria plana que ebedece aos seguintes postulados: i) Reflexiva; AB = AB Simétrica: Se AB = AC entlo CD = AB: ii) Transitive: Se AB = CD e CD= EF entio AB=EF. 1.3.7) Camparagia de Segmeintos: Dados dois segmentos AB ¢ CD, pademos ober na semiareta AB um ponte P tal que AP = CD. Temes trés casos a considerar: c A c A & A | B D P D BeP D : B 1 caso 2 eas 3" caso No 1° caso, como o ponio P estéentre Ae B, tends que AB> Na 2" caso, como Pe B coingidem, entio AB = CD. No 3° caso, como esti. enwe A eB. afirmames que AB < CD. 1.3.8) Adigho de Segmentos de Reta: Dados dois seymentos de reta AT ¢ CD, cunstrdi-se sobre uma teta r qualquer o segmemto soma Ue AB © CD tomando-se sabre ros panos P, Qe R de modo que PQmABe QR #CD, como ilustado abaixo, O segmento de reta PR ¢, per definigdo, @ segmento soma de AB ¢ CD. ee Sa P Q R Assim, diz-se que PR = AB+CD 1.3.9) Medida de um Segmento de Reta: A todo seumente de reta (pllo-nulo) associa-se vin nomero real positive, denominado medida (ou comprimento), que salislaz, por definiglo, as propricdades ‘Sseguintes: i) Dois segmentos de recta silo comgrucntes se, ¢ Somelte se, possucm igual medida; i) Um segmente de reta ¢ maior que outro se, ¢ semente se, sun medida € maior que a deste outro; iii) Um segmento que é soma de dois segmentos possul medida igual & soma das medidas desies dois segmentos. Para a determinag3a de mimero que formece a medida de um segmento de feta AB deve-se calcular a razio +. em que UW €tomade come sendo o sezmento de reta que possui comprimente igual a um. 1.4) DIVISAG DE SEGMENTOS: DIVISOES HARMONICA E. 1.4.1) Defimigdes Seja AB um segmento de reta, no aula. Cone eras um ponto sobre a reta ‘AB, distimo de Ac dé B. Diz-se entio que P divide AB na razto K a denominada raz de divistio (ou de secqio}. Se P pertence a AB, adivisio ¢ interna. Senso, a divisic é dita extema, Exemplos: 2en tem Bert AB aOR an nee Py divide inttrnamente AB marzo So = 7 =>. Pave extemamente AB mavaeto 7 = =3 Além das see supra Indicadas, hi varias outras. Como exemple, A divide externamente BP, sogundo a razio a $5. ‘a qual pode ser ainda indicada por 2:3 (lé-se “dots para irés), Quando tum ponio M divide um segmento AB de mado que AP = PB, entto denornina-se M ponto mdulio do segmento de rela AB. Observestlo: Apesar de nd se adotar tal postura aqui, a definigho nials geral de diviste de um seynento por um panto exige que se adole 0 conceita de segmento orfentadd (vetor). Entretanto, essa idgia seri adotada implicitamente, quando for afirmado, no excmplo anterior, que A divide externamente BP, na Al rarlo 2:3, enquanto A divide exteriameme PyB ma razio 3:2 (- ah ‘Vetorialmente falando, admitem-se (se, @ somente se, a divisto for interna). Neste texto, porém, considerar-se-0 apenas razSes de divisia positivas, 1.2} Teorema: Dados um sezmento qualquer Zi (no nulo) © um mimeo real postive Kx, extstem 0s tos Pi Go tinico ponte que divide intemnanento AB na rixefio 3:7. Note-se que Fy divide intemamente AB em rardo 7:3, igual a a enfow ne Slinilarmente, Q) ¢ GQ: ado os Gnicos pontos que dividem extemamente AB na razio 1:3 © 3:1, nesta ondem. © importante notur que, oriemande un segmento existe um ainico ponte intemo sum Gnico ponte extemo que o dividem mira rerio pré-fixods. 14.2) Divisio Harménica: Sejam P ¢ Q pontos respectivamente do interior 2 do exterior de um segment: AB, Dissse que Pe Q dividem harmonicamente AB quando o dividem intema ¢ extemamente PA QA radio, | == Perea me estan am a E também usual dizer que Pe Q sfo conjugadas haminicos de AB, segundo a razio K, ¢ que n x =———, Descartando.a medida negative (St ‘) 1.5) CONVEXIDADE E CONCAVIDADE 1.5.1) Regiio Convexa: Uma regiio § ¢ denominada de regide converse se, ¢ somente se, para quaisquer pontos distintos Ae B de $ o segmento de reta AB estd completamente contido em S. Por exemplo, a regidi abaixa ¢ uma regia convexa: 1.5.2) Regiso Concava: Uma regifio $ ¢ denominada de regide cdneava se; © somente se, existem dois pantos distintos A ¢ Bde 5 de mado que o segmento de reta AB nJo estd completamente contide em 3. Por exemiplo, a regio abaixo € una repitio cdncavar 1.6) ANGULOS 1.6.1) Definigno Dadas duas scmi-retas de mesma origem, denomina-se angulo (ueométrice) a undo dessas semi- retas. Os Indos do dingulo silo tals semisretas ¢ 0 yértice da dagulo é a origem comum aos seus !ndos, oO 1.6.2) Interior de um Angulo ‘03 pontos da reylde hachurada definemo interiar do um A ingulo O interior de dagulo é uma tegitio convexa. ‘03 pontos do imerior de um dngulo sho denominados de (puntos ifternos a0 angulo, aay Exar do am Rngate Pte nas Hoge» Pitenutes 6.3) Exterior de um Angulo 05 pomtos da regillo hachurada definem @ exterior da aingulo AOB. ‘O exterior da dngulo & uma regio concava, ‘Os pontos do exterior de ui fngula slo denominados ode pontos exteraos 20 ingule. 1.6.4) Angulos Consecutivas: Dois dngulos so conseculivos s¢ um lado de um deles coincide oom um Jado do ourra. Por exemplo, nas figuras seguinte os dnguilos aflb e aGlc sto consecutives. ie a « b 0 a ° » 1.6.5) Angulos Adjacentes: Dois ngulos giv adjacentes se ¢ somente se silo consecutives ¢ nda possuem pontos intemos comuns. Na figura abaixa os dingulos abb e aQe sto edjncentes, ¢ a a. 0 1.6.6) Amgulos Opestas Peto Vértice: Dols dngulos sto apostos pelo vértice se os lados de um 80s fespectivas semi-retas apostas aos lados do outro, Por exeniplo, na figura temas que a semi-res OA ¢ OC go opostas, bem somo as semi-retas O a OD também sS0 opostas, Temese entdo que AOB ¢ COD sda angulos epostos pelo vértice, da mesma forma que AOD e¢ BOC também she apastos pelo vértice.

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