EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ª VARA CÍVEL DA
COMARCA DE_ Autos nº XXXXXXXXXXXXXX
NOME, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de
seu advogado que esta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência na açã o que move em face de XXXXXXXXXX, apresentar RÉPLICA À CONTESTAÇÃO pelos motivos de fato e de direito a seguir elencados I) DA TEMPESTIVIDADE Salienta-se que a presente réplica é devidamente tempestiva, haja vista que o prazo para sua apresentaçã o é de 10 (dez) dias, contados da intimaçã o do Autor, nos moldes dos arts. 326 e 327, CPC Assim, considerando que a intimaçã o foi feita em XX/XX/XXXX, o termo final ocorre em XX/XX/XXXX. II) DO MÉRITO 1. Em 16/10/2010 o Autor adquiriu junto à empresa Ré por meio de escritura pú blica de compra e venda um apartamento com a seguinte descriçã o “Apartamento nº XX, localizado no 2º pavimento do bloco 10, identificado como TIPO II, integrante do empreendimento residencial denominado CONDOMÍNIO XXXXXXX com á rea de X metros quadrados, situado na Rua X, s/n, Bairro X, nesta cidade” conforme Certidã o do Cartó rio de Registro de Imó veis acostado aos autos. 2. Ao efetuar a compra o Autor utilizou os benefícios do programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal, adquirindo financiamento junto à Caixa Econô mica Federal no valor de R$ 82.594,85 (oitenta e dois mil, quinhentos e noventa e quatro reais e oitenta e cinco centavos), para pagar parte do imó vel que custava à época o valor de R$ X.000,00 (X mil reais), conforme contrato de venda junto à empresa XXXXX responsá vel pela venda dos imó veis da empresa Ré, ora acostado nos autos. 3. É nítida e cristalina a boa fé do Autor, vez que conforme documentaçã o apensada aos autos, o mesmo cumpriu com todas as suas obrigaçõ es pecuniá rias junto a empresa Ré. 4. A previsã o de entrega do apartamento era para acontecer no ano de XXXX, porém a empresa Ré nã o cumpriu com o prometido, permanecendo com as chaves do imó vel e frustrando toda e qualquer tentativa por parte do Autor de ser imitido na posse do imó vel que adquirira de boa fé. 5. Em sede de contestaçã o a parte Ré reconhece que o Autor assinou, em abril de XXXXX, contrato particular de promessa de compra e venda do imó vel acima descrito. 6. Surpreendentemente aduz a parte Ré que nenhuma razã o assiste ao Autor, vez que a empresa demandada nã o praticou ou deixou de praticar qualquer ato que impedisse o livre exercício do direito de propriedade do Autor, sendo insubsistentes as argumentaçõ es alegadas. Alega ainda que o imó vel foi entregue no dia XX/XX/XXXX. 7. Ora Excelência, embora o mesmo tenha assinado todos os documentos juntados aos autos, a realidade é que ele nã o recebeu as chaves e nem está na posse do imó vel, tais argumentaçõ es por parte da empresa Ré sã o inverídicas e fantasiosas e devem ser rechaçadas, caso contrá rio o Autor nã o estaria buscando junto a este Douto e respeitá vel Juízo a reparaçã o de um ato lesivo ora demonstrado. 8. Excelência, a má fé por parte da Ré é tamanha de modo que o Apartamento, mesmo pertencendo ao Autor, fora negociado a terceiros como será provado ao longo da tramitaçã o do processo. Mesmo com o termo de vistoria e termo de recebimento do imó vel acostados na peça contestató ria da Ré, o fato é que o Autor em nenhum momento pode ser imitido na posse do imó vel. 9. De acordo com os fatos demonstrados na exordial, além de toda documentaçã o apensada aos autos, é verossímil que o negó cio entre as partes existe de modo que o Autor sempre agiu de boa fé buscando tã o somente o usufruto de um bem que adquirira com muito sacrifício e que arbitrariamente nã o pode ser imitido na posse, pois litiga com uma empresa que possui um alto potencial financeiro e usa de subterfú gios para violar o direito do Autor. Além do mais Excelência, o Autor teve o seu nome negativado indevidamente junto ao SPC/SERASA por uma suposta dívida no valor de R$ X (X mil reais) que a empresa Ré alega que o Autor possui. Tal ato configura uma afronta ao direito do consumidor, vez que nã o bastasse tã o somente o constrangimento de nã o poder usufruir de um imó vel que fora adquirido de boa fé, o Autor ainda é penalizado indevidamente com a restriçã o de crédito junto a estabelecimentos comerciais. Tal situaçã o tem lhe causado enormes prejuízos de ordem moral e material vez que nã o pode sequer fazer compras parceladas, muito menos obter crédito. Neste sentido IMISSÃO DE POSSE - Pressupostos - POSSE INJUSTA - PROVA quanto ao título de domínio Relator: Álvaro Wandelli, Tribunal: TJ/SC. A lei assegura ao proprietá rio o direito de usar, gozar e dispor de seus bens, e de reavê-los do poder de quem injustamente os possua. A açã o de imissã o de posse, da mesma forma que a açã o reivindicató ria, possui como pressupostos: 1º) o título de domínio sobre a coisa; e 2º) a comprovaçã o de posse injusta. É a açã o do proprietá rio nã o possuidor contra o possuidor nã o proprietá rio. Posse justa é toda aquela cuja aquisiçã o for conforme ao direito, ou seja, é toda aquela isenta de vícios originais tais como: a violência, a clandestinidade e precariedade. (TJ/SC - Ap. Cível n. 38.796 - Comarca de Palhoça - Ac. 1a. Câ m. Cív. - unâ n. - Rel: Des. Á lvaro Wanderlli - Apte: Odílio José de Souza - Adv: Nereu Celeste Ghizoni - Apdo: Maria do Nascimento Souza - Adv: Sebastiã o Costa Nunes - Fonte: DJSC, 21.08.92, pá g. 9). Assim, torna-se evidente que a posse exercida pela Ré, ao contrá rio do afirmado em contestaçã o, é injusta e de má -fé, ensejando a manutençã o da posse pelo Autor em definitivo "Art. 476 - Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigaçã o, pode exigir o implemento da do outro". Tal artigo é bastante claro e objetivo. A Ré nã o cumpriu e muito menos demonstrou qualquer intençã o em cumprir o que fora acertado contratualmente, qual seja a entrega das chaves e consequente imissã o na posse do imó vel por parte do Autor. APELAÇÃ O CÍVEL - AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE CUMULADA COM PERDAS E DANOS - COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL QUITADO - PROMESSA DESCUMPRIDA PELOS PROMITENTES VENDEDORES DE EFETUAR A ENTREGA DO BEM - PEDIDO PROCEDENTE - DECISÃO CONFIRMADA - RECURSOS DESPROVIDOS. O direito dos autores da açã o de se imitirem na posse do imó vel legitimamente adquirido e receberem os consectá rios concedidos, na sentença (f. 230, 3º §), é indisputá vel.(TJ-PR - AC: 1386654 PR Apelaçã o Cível - 0138665-4, Relator: Antô nio Gomes da Silva, Data de Julgamento: 16/09/2003, 5ª Câ mara Cível, Data de Publicaçã o: 06/10/2003 DJ: 6469) COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA IMISSÃO NA POSSE Açã o de obrigaçã o de fazer Decisã o que ordenou a desocupaçã o do imó vel e a imissã o da autora na posse Corréu promitente-vendedor, que nã o apenas descumpriu o avençado no compromisso de compra e venda, como permitiu sua ocupaçã o por terceiro Autora, de boa-fé, em dia com as obrigaçõ es contratuais Negó cio celebrado perfeito e acabado Ocupaçã o do imó vel pelo agravante sem justo título - Presença dos requisitos do art. 273 do CPC Decisã o mantida Recurso desprovido*(TJ-SP - AI: 1372639420118260000 SP 0137263-94.2011.8.26.0000, Relator: Rui Cascaldi, Data de Julgamento: 29/11/2011, 1ª Câ mara de Direito Privado, Data de Publicaçã o: 30/11/2011) Excelência o Autor cumpriu o que havia sido determinado contratualmente sendo que conforme está claro nos documentos anexados aos autos a Ré recebeu o montante referente ao valor integral do imó vel, ou seja, R$ x (X mil reais). Portanto a empresa Ré agiu de má fé e nã o cumpriu o que lhe foi estipulado pelo contrato, configurando enriquecimento ilícito. Além do todo exposto vale frisar que contra as informaçõ es duvidosas alegadas pela Ré em sede de contestaçã o os documentos trazidos na inicial, em especial a matrícula nã o contestada do referido imó vel, onde constata-se ser o Autor o proprietá rio do imó vel. Em nenhum momento na sua peça contestató ria a empresa Ré alega vício, coaçã o, erro ou fraude quanto à matrícula n.º XX. XXX, fls. XX do livro XRF do Cartório do Xº Ofício de Registro de Imóveis da Comarca de __ Pela aná lise do referido documento é possível verificar que o legítimo proprietá rio do imó vel é o Autor, haja vista que a transferência da propriedade imó vel se dá com a transcriçã o no registro do imó vel. Convém ressaltar que em nenhum momento de sua peça de defesa da empresa Ré requereu a posse do imó vel por falta de pagamentos, o que demonstra a nã o necessidade do referido imó vel. III) DOS PEDIDOS Ante o exposto requer que sejam rechaçadas todas as preliminares aventadas na contestaçã o. Requer ainda que Vossa Excelência receba a presente RÉ PLICA a fim de julgar procedente a presente açã o com a condenaçã o da empresa Ré nos pedidos contidos na inicial. Ratifica todos os termos da inicial, requerendo a total procedência de seus pedidos, inclusive condenaçã o da empresa Ré ao pagamento das custas processuais e honorá rios advocatícios, nos termos da impugnaçã o da preliminar. Que seja apreciado o pedido de LIMINAR constante nos autos e que o Autor seja imitido LIMINARMENTE na posse do imó vel no prazo de 24 (vinte e quatro) horas como determina a lei, e que este ato ocorra nesta secretaria judicial para que nã o ocorram mais lesõ es aos direitos do mesmo. Termos em que, Pede e espera deferimento. Cidade-Estado, __de __de __. Advogado – OAB