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T A
T A
Tutela Sancionatória constituí uma das modalidades ou forma do exercício da Tutela Administrativa,
matéria esta que veio incluída num pacote de leis, denominado Pacote Autárquico de 1997, aprovado
pela Assembleia da República.
No exercício deste controle pelo Estado, após detectadas ilegalidades, haverá lugar a aplicação de
sanções, sendo este o mecanismo de exercício da Tutela Sancionatória, nos termos previstos na Lei
5/2019 de 31 de Maio, que estabelece o quadro legal da tutela do Estado sobre os órgãos de
governação descentralizada provincial e das autarquias locais.
Foi por meio da Lei nº 7/97, de 31 de Maio, designada Lei da Tutela do Estado sobre as Autarquias que a
matéria de tutela administrativa foi abordada pela primeira vez. Após este dispositivo, o quadro legal da
tutela administrativa do Estado sobre as autarquias locais várias modificações.
A Lei 6/2007, de 9 de Fevereiro, trouxe alterações sobre a lei da tutela administrativa, conferindo poder
tutelar aos governos e governadores provinciais sobre as autarquias locais.
Este Controle é exercido pelo Estado por intermédio dos mecanismos de tutela designadamente,
inspecção, auditoria, inquérito e sindicância, segundo prevê o nº 5 do artigo 7 e artigo 9, ambos da Lei
nº 5/2019, de 31 de Maio.
Na pesquisa far-se-á uma abordagem da tutela sancionatória, sem descorar a contextualização de tutela
administrativa, visto que a tutela Sancionatória é corolário figura anteriormente mencionada. Importa
referir que a tutela administrativa é exercida nos termos do artigo 5, segundo o qual da Tutela é
exercida
Síntese
O tema em alusão nesta pesquisa é Tutela Sancionatória, esta que integra a Tutela Administrativa que
constituí um poder, na medida em que o Estado como uma pessoa colectiva pública, exerce um controlo
na gestão de outra pessoa colectiva pública.
Este poder é plasmado e definido por lei, tal como versam os instrumentos normativos
I. Tutela Administrativa
1.1. Conceito
A Constituição da República de Moçambique (2004), no seu nº 2 do artigo 277, faz menção a tutela
administrativa nos seguintes termos, a “tutela administrativa consiste na verificação da legalidade dos
actos administrativos dos órgãos autárquicos nos termos da lei;
Ora, dúvidas não persistem de que a Tutela Administrativa é o mecanismo de controlo do Estado sobre
as Autarquias Locais, na medida em, usando das palavras do professor CISTAC 3 que a autonomia de que
as autarquias locais beneficiam significa, igualmente que não há relação de subordinação hierárquica
das autarquias locais ao Estado.
De acordo com Diogo Freitas do AMARAL (2012:880) “Tutela administrativa consiste no conjunto dos
poderes e de intervenção de uma pessoa colectiva pública na gestão de outra pessoa colectiva, a fim de
assegurar a legalidade ou mérito da sua actuação “.
*A tutela Administrativa pressupõe e existência de duas pessoas colectivas distintas: a pessoa colectiva
tutelar, por um lado e por outro a tutelada;
______________
- Os poderes de tutela administrativa são poderes de intervenção na gestão de uma pessoa colectiva;
- O fim da tutela administrativa é assegurar, em nome da entidade de tutelar, que a entidade tutelada
cumpra as leis em vigor e garantir que sejam adoptadas soluções convenientes e oportunas para a
prossecução do interesse público.
CRETELA JÚNIOR in “Definição da Tutela Administrativa, p.40, conceitua Tutela Administrativa tendo em
conta 2 sentidos:
No lato sensu, definiu a Tutela Administrativa como o conjunto de poderes expressos em lei, mas
limitados, que o Estado confere aos órgãos centrais a fim de que exerçam ininterrupta vigilância jurídica
sobre os actos editados pelos órgãos ou pelos agentes das pessoas administrativas descentralizadas,
territoriais ou institucionais, para garantir-lhes a legalidade e assegurar a consecução dos interesses
colectivos.
Strictu Sensu, a Tutela Administrativa, é o conjunto de poderes expressos em lei, mas limitados, que o
Estado confere aos órgãos centrais, da União, dos Estados, ou dos actos editados pelos órgãos ou pelos
agentes das autarquias institucionais para garantir-lhes a legalidade e assegurar a consecução dos
interesses colectivos.~
A análise acima feita, mostra, na visão do autor, que o entendimento do instituto do sistema jurídico
depende do sistema jurídico-administrativo em que se insere, porque ou se referirá ás entidades
descentralizadas territoriais ou institucionais ou numa compreensão global a ambas
Um aspecto a considerar, é que a tutela administrativa como um poder, não se pode confundir com
outras figuras, tal como mostra o autor2 que temos feito menção, é o caso de:
• Controlos internos da administração – estes são sujeitos a autorização ou aprovação por órgãos
da mesma pessoa colectiva pública.
• Referendo -é a sujeição dos actos de certos órgãos de uma pessoa colectiva pública á aprovação
por parte do eleitorado que constitui o elemento dessa pessoa colectiva.
____________
1.1.1. Espécies
Esta classificação é nos trazidos por Professor Diogo Freitas do AMARAL (2012:882 e segs.), ao distinguir
a tutela administrativa quanto ao fim e ao conteúdo.
i. Tutela de legalidade – que tem em vista controlar a legalidade das decisões da entidade
tutelada, apurando se a decisão é ou não conforme á lei; e
ii. Tutela de mérito- é a que visa o controlo do mérito das decisões administrativas da entidade
tutelada. Averigua se a decisão independente de ser legal ou não, é oportuna correcta do ponto de vista
administrativo, técnico e financeiro.
i. Tutela integrativa- que consiste no poder de autorizar ou aprovar os actos da entidade tutelada;
iii. Tutela Sancionatória- Consiste no poder de aplicar sanções por irregularidades que tenham sido
detectadas na entidade tutelada;
iv. Tutela Revogatória - é o poder de revogar os actos administrativos praticados pela entidade
tutelada.
2.1. Conceito
Para TIAGO DUARTE (8 2017:20Tutela sancionatória -é o poder de aplicar sanções por irregularidades
que tenham sido detectadas na entidade tutelada.
A tutela sancionatória está relacionada a tutela inspectiva, sendo que uma implica a outra, pois não
fazem sentido uma separada da outra.
Conclusão
A autonomia de que beneficiam as autarquias locais, nos termos previstos do artigo não subordinação
hie
Bibliografia