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Chsa - Intinerários Amazônicos - Modulo - Povos Amazônidas - Tecnologias e Diferentes Perspectivas de Desenvolvimento
Chsa - Intinerários Amazônicos - Modulo - Povos Amazônidas - Tecnologias e Diferentes Perspectivas de Desenvolvimento
CIÊNCIAS HUMANAS
E SOCIAIS APLICADAS
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REALIZAÇÃO:
PARCERIA:
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FICHA TÉCNICA
Convidados do seminário de
aprofundamento temático
DILSON GOMES NASCIMENTO - SEDUC AMAZONAS
MAICKSON SERRÃO - SEDUC AMAZONAS
TATIANA SCHOR
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COMUNICAÇÃO E DESIGN
Coordenadora de Comunicação
ANGELA MARIS DO NASCIMENTO
Plataforma digital
PORVIR (Produção executiva)
SINTRÓPIKA (Design e desenvolvimento)
PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Coordenação Apoio à concepção - Técnicos e educadores
PABLO DE OLIVEIRA DE MATTOS de redes de ensino
EDILENE NASCIMENTO BARBOSA - SEED AMAPÁ
Concepção e redação ITALO BRUNO PAIVA GONÇALVES - SEDUC TOCANTINS
ANDRÉ SEKKEL CERQUEIRA MARTA CLEMENTINA SILVA DE MELO - SEED RORAIMA
CAROLINE BÁRBARA SHEYLA REGINA JAFRA CORDEIRO - SEDUC AMAZONAS
KATRINE KATIUSSE DE ANDRADE
SYNTIA ALVES Especialista temático
GEORGIA JORDÃO
Leitura crítica
REGINA TUNES Produção de infográfico
JOSILDO SEVERINO DE OLIVEIRA - SEDUC AMAZONAS CAMILA TRIBESS
CLAUDEMES VIEIRA SOUSA - SEED RORAIMA
GUARACI ASSIS PASTANA - SEED AMAPÁ Edição de texto e revisão ortográfica
LUZINÉIA GUIMARÃES ALENCAR - SEDUC MATO GROSSO ANA ELISA FARIA DO AMARAL
DIOGO DA COSTA RUFATTO
Edição pedagógica JAQUELINE COUTO KANASHIRO
CAMILA TRIBESS LUCAS TADEU DE OLIVEIRA
CAROLINA MIRANDA MARCIA GLENADEL GNANNI
MARIANE GENARO
Apoio à concepção - Jovens amazônicas
ELCIANE VALENTE DE MENESES DE ALMEIDA Diagramação
MARTA RAYANE DA SILVA GOMES NATÁLIA XAVIER
RENAN DA SILVA ARAÚJO
VICTOR SOARES
WELLINGTON TADEU
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SUMÁRIO
Módulo - Povos amazônidas: tecnologias ambientais e
diferentes perspectivas de desenvolvimento
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
Resumo
Neste módulo, os estudantes realizam a compilação e a sistematização de experiências
de povos e comunidades tradicionais e indígenas de interação com a floresta e de pers-
pectivas para conservá-la, levando em conta aspectos ligados a modos de vida e dife-
rentes tecnologias ambientais (cosmogonias dos povos tradicionais, manejos da floresta,
técnicas agrícolas, extrativismo, pesca etc.). No processo de sistematização, aproximan-
do-se do conceito de racismo ambiental, eles são instigados a analisar e a refletir sobre
os desafios enfrentados por esses grupos em diferentes contextos da região amazônica
(urbano, ribeirinho, quilombola, indígena, rural). Com a estratégia da sala de aula inverti-
da, os estudantes pesquisam sobre as perspectivas de representação dos povos e comu-
nidades tradicionais no contexto amazônico e o papel das juventudes amazônidas, em
diálogo com esses grupos e as tecnologias ambientais no combate ao desmatamento e
ao racismo ambiental. A partir daí, eles vão projetar a criação de um coletivo de jovens,
na escola ou no entorno, que atue em prol dos direitos humanos, da sustentabilidade e
por uma sociedade mais justa. Ao final do módulo, elaboram episódios de podcast ou
outras formas de divulgação para esse coletivo. Com isso, espera-se que os estudantes
reúnam ferramentas para a concretização de projetos pessoais, em âmbito local, regio-
nal, nacional e/ou global, considerando os desafios relacionados ao racismo ambiental,
os impactos socioambientais, os direitos humanos e a promoção da cidadania.
Expectativas de aprendizagem
• Caracterizar as tecnologias ambientais dos povos e das comunidades tradicionais
e indígenas e refletir sobre elas, compilando e sistematizando experiências desses
grupos na interação com o meio ambiente e na produção de tecnologias ambientais.
Este módulo integra a unidade curricular “Desmatamentos e conservação na região Amazônica” do programa Itinerá-
rios Amazônicos. Para conhecer esta e as demais unidades curriculares, acesse www.itinerariosamazonicos.org.br.
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MÓDULO - POVOS AMAZÔNIDAS: TECNOLOGIAS AMBIENTAIS
E DIFERENTES PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO
CG 2, CG 7 e CG 10
EIXOS ESTRUTURANTES
Empreendedorismo
Investigação científica
Processos criativos
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Tecnologias ambientais dos povos e das comunidades tradicionais e indígenas; racismo
ambiental; representação dos povos e das comunidades tradicionais e indígenas e juven-
tudes amazônidas; desmatamento.
(EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, diferentes gêneros textuais e tec-
nologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais, incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhe-
cimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - POVOS AMAZÔNIDAS: TECNOLOGIAS AMBIENTAIS
E DIFERENTES PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO
(EMIFCHSA06) Propor e testar soluções éticas, estéticas, criativas e inovadoras para problemas reais rela-
cionados a temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em
âmbito local, regional, nacional e/ou global.
Etapa 2: Representação dos povos e comunidades tradicionais e indígenas e as lutas das juventudes
Carga horária média sugerida: 6 horas
Nas atividades desta etapa, os estudantes:
• Analisam historicamente as formas de representação dos povos e das comunidades tradicionais e indígenas.
• Pesquisam, usando a estratégia da sala de aula invertida, as recentes mobilizações e os protagonismos des-
ses grupos na luta por representação, pela conservação da floresta e pelos direitos humanos.
• Realizam exercício de criação de coletivos de jovens (considerando ações como a elaboração de mani-
festos, pautas e agendas de atuação em prol das questões socioambientais), tendo em vista a promoção
dos direitos humanos e da sustentabilidade.
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E DIFERENTES PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO
Avaliação
A avaliação das etapas do módulo se dará de forma processual: após a compreensão e
a reflexão sobre o conceito de racismo ambiental, os estudantes poderão ser avaliados
com base nas habilidades da área. Poderá ser analisada a capacidade de propor hipóte-
ses por meio de pesquisas e de elaborar argumentos cruzando dados e processos políti-
cos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos. Levando em conside-
ração a atuação conjunta dos estudantes na criação de coletivos de jovens, a coerência e
relevância das pautas e linhas de atuação desses grupos poderão ser avaliadas e também
servirão para a autoavaliação dos estudantes. O processo de criação e produção do po-
dcast ou outras formas de divulgação dos coletivos poderá servir de avaliação, tendo em
vista o envolvimento e engajamento dos estudantes nos grupos de trabalho e a coerência
com os temas debatidos.
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ACONTECE NA ETAPA
Reflexão e debate sobre o conceito de racismo ambiental.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
PONTO DE PARTIDA
2. Para a sensibilização inicial, realize uma breve tempestade de ideias, mediada com as
seguintes questões: “Quem mais sofre com eventos climáticos extremos e com crimes
ambientais? Todos sofrem igualmente?”. Promova um debate inicial com a turma, incen-
tivando a participação e o levantamento de hipóteses a respeito das questões. Considere
anotar as principais contribuições, a fim de que sejam revisitadas ao longo do processo.
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Saiba mais
O que é racismo ambiental?
Racismo ambiental é um termo utilizado para se referir ao processo de discriminação
que populações que vivem em áreas marginalizadas ou compostas de minorias étnicas
sofrem por meio da degradação ambiental. A expressão denuncia que a distribuição
dos impactos ambientais não se dá de forma igual entre a população, sendo a parcela
marginalizada e historicamente invisibilizada a mais afetada pela poluição e a degra-
dação ambiental. A história do termo está intrinsecamente ligada ao movimento dos
direitos civis americanos, que ocorreram entre as décadas de 1950 e 1960. Atualmente,
a falta de investimento em regiões sem saneamento básico, o despejo de resíduos no-
civos à saúde em regiões de vulnerabilidade social, a grilagem e a exploração de ter-
ras pertencentes a povos locais são exemplos da manifestação do racismo ambiental
(FUENTES, 2021, [n. p.]).
DESENVOLVIMENTO
• Grupo 1: O que é racismo ambiental? Quando o termo foi criado, o que ele buscou explicar?
• Grupo 2: O que é justiça climática? Qual é o contexto da criação do termo?
• Grupo 3: O que é injustiça climática? Quais são os exemplos apresentados?
Saiba mais
Como o racismo ambiental ocorre na Amazônia?
[…]
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MÓDULO - POVOS AMAZÔNIDAS: TECNOLOGIAS AMBIENTAIS E DIFERENTES PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO
Temos notórios exemplos, como: Belo Monte, Tucuruí, a Transamazônica, a extração de bauxita
em Oriximiná, garimpo ilegal, dentre outros, aqui no Pará. Irei me deter à extração de bauxita.
Essa extração existe há cerca de quatro décadas, mas a mineração ocorre no interior de uma
Unidade de Conservação, onde vivem comunidades quilombolas e ribeirinhas. De acordo com
a Comissão Pró-Índio, a floresta está em disputa, haja vista que a exploração mineral em Ori-
ximiná impulsiona a destruição de florestas que, até então, eram fonte de alimento e renda de
diversas famílias quilombolas e ribeirinhas (QUEIROZ, 2022, [n. p.]).
Diálogos Amazônicos
Neste artigo, é possível acessar dados e informações de pesquisa a respeito de eventos
extremos, como a cheia em Manaus no ano de 2022, que acentuam desigualdades es-
truturais: Na Amazônia urbana, pessoas negras e indígenas serão principais vítimas de
mudanças climáticas | Murilo Pajolla | Brasil de Fato1.
Saiba mais
Os mais vulneráveis
A tragédia provocada pela covid-19 na Região Norte aumenta de tamanho quando o foco da
análise se volta para os indígenas e as comunidades ribeirinhas. O inquérito sorológico EPICO-
VID-19 BR, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), mostrou que, desde o início da pande-
mia, indígenas tinham 80% mais risco de serem infectados pelo SARS-CoV-2 em comparação
com brancos que moram na mesma cidade.
Fora das cidades o impacto da doença também foi brutal. Um estudo publicado na revista
Frontiers in Psychiatry por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostrou que
as taxas de incidência e mortalidade na população indígena foram, respectivamente, 136% e
110% mais altas que a média nacional.
Em termos de mortalidade, entre os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) mais crí-
ticos estavam Alto Rio Solimões, Cuiabá, Xavante, Vilhena e Kaiapó do Pará. A análise dos
dados revelou ainda uma relação direta entre a incidência de casos de covid-19 em indígenas
e desmatamento, grilagem e mineração.
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Todos os links presentes neste material foram acessados em março de 2023.
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Dados de agosto do Ministério da Saúde apontam que alguns DSEIs estão abaixo de 50% da
cobertura vacinal completa. Os distritos mais críticos são: Kaiapó-PA (32,4%), rio Tapajós-PA
(38%), Alto Rio Juruá-AC (39,7%), Kaiapó-MT (42%) e Araguaia-MT (49,7%).
“São áreas que passam por diversos conflitos territoriais, seja por garimpo ou agricultura. Isso
tudo somado às fake news e às dificuldades logísticas fazem com que os números não tenham
evoluído como o desejado”, relatou Luiz Penha [mestre em Saúde Pública, integrante do povo
Tukano e da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB)] (ZIE-
GLER, 2021, [n. p.]).
5. Com base nas leituras e nas reflexões construídas até o momento, elabore com os
estudantes uma nuvem de palavras correlatas aos assuntos e conceitos trabalhados até
aqui. Conduza esse momento de forma que a turma estabeleça relações entre o concei-
to de racismo ambiental e situações de sua região. Garantir um repertório de temas e
aspectos do entorno desses jovens potencializará a atividade da seção Sistematização.
SISTEMATIZAÇÃO
6. Tendo em vista as palavras e os temas destacados no exercício anterior, solicite aos estu-
dantes que, em duplas, sistematizem as discussões realizadas na etapa por meio de uma ex-
pressão artística (poemas, cordel, batalha de rap e slam, músicas, esquetes teatrais ou outra
com que os jovens se identifiquem). Incentive a criatividade e o engajamento da turma e, se
possível, busque atuar de maneira integrada ao docente da área de Linguagens. Encoraje os
estudantes a apresentarem suas produções à comunidade escolar como forma de ampliar o
debate sobre o racismo ambiental.
Avaliação em processo
Utilize a pesquisa, a análise de dados, o debate e a produção artística para acompanhar o
desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes de forma processual.
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Análise histórica das formas de representação dos povos tradicionais
e indígenas.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
PONTO DE PARTIDA
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zônia. Para tanto, comece o debate levantando quais são os conhecimentos prévios da
turma sobre lideranças indígenas e quilombolas e suas trajetórias na região. A sugestão
é que você, docente, faça uma consulta prévia aos materiais A Amazônia também é
negra | Joana Oliveira | El País e Conheça quatro das principais lideranças indígenas da
Amazônia | Portal Amazônia para embasar o debate em sala de aula e nortear as dis-
cussões, com base nas perguntas disparadoras de reflexão:
Diálogos Amazônicos
[...]
Uma das estratégias adotadas pelos quilombolas para proteger seu território é criar uma espé-
cie de “cerca viva” nos limites das comunidades. “Muita gente migrou para a cidade, em busca
de melhores condições de vida, mas acabaram trabalhando na construção civil ou em traba-
lhos domésticos e agora está voltando. O que estamos fazendo é alocá-los nas imediações dos
limites da terra, para serem os olhos vivos da nossa comunidade e, assim, manter o território
sem invasões”, explica Tatiane (OLIVEIRA, 2019, [n. p.]).
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DESENVOLVIMENTO
3. Organize uma aula dialogada a respeito das lutas amazônidas. Consulte as informa-
ções dos boxes Saiba mais a seguir e Diálogos amazônicos anterior e considere orga-
nizar a leitura dessas informações em duplas. Por meio da aprendizagem entre pares,
peça às duplas que apresentem as principais informações a respeito dos últimos 30
anos dessas lutas. Na sequência, os estudantes devem realizar um levantamento de in-
formações usando relatos orais, escritos ou fotográficos e, se tiverem acesso à internet,
pesquisar vídeos e podcasts sobre lideranças e/ou coletivos amazônidas, a fim de que
tenham a oportunidade de iniciar a sistematização de casos e lideranças através do
tempo. Um encaminhamento importante acerca desse aspecto é refletir sobre a atual
ampliação da representação do ponto de vista do gênero. Se inicialmente a luta era cen-
trada em lideranças masculinas, nos últimos anos vêm ganhando destaque lideranças
femininas e jovens. Para nortear a condução da pesquisa solicitada aos estudantes e a
mediação desses debates, você pode consultar previamente os seguintes textos:
• Mulheres da Amazônia: 5 lideranças que você precisa conhecer | Francisco Costa | Mídia Ninja.
• Jovens Vozes da Amazônia para o Planeta | ReLLAC-Jovens | Para o clima.
• Jovens lideranças indígenas em defesa da Amazônia | Txai Suruí e Bitaté Uru-eu-wa-
u-wau | Le Monde Diplomatique Brasil.
5. Divida a turma em grupos e peça aos estudantes que simulem a criação de um cole-
tivo de jovens em prol da defesa da Amazônia. O material Jovens vozes da Amazônia
para o planeta | ReLLAC-Jovens | Para o clima pode auxiliar na curadoria e na elabo-
ração desses coletivos. Nele, é possível que os estudantes entrem em contato com um
exemplo de manifesto e diversos temas e tópicos reivindicados por jovens amazônidas.
Solicite que a turma a) crie um nome para esse coletivo; b) defina seu escopo de atua-
ção e; c) elabore uma carta-manifesto com as reivindicações (políticas, sociais, econô-
micas, culturais) desse coletivo. Essa simulação pode ser inspirada em algum coletivo
ou liderança conhecidos do grupo. Exerça sua presença pedagógica e apoie-os nessa
escolha e curadoria.
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Saiba mais
Enquanto os direitos dos índios à posse de suas terras foram garantidos em todas as Constituições
brasileiras desde a de 1934, foi apenas na Constituição de 1988 que os quilombolas tiveram direitos
reconhecidos. A inclusão deste preceito constitucional repara uma injustiça histórica cometida pela
sociedade escravocrata brasileira contra o povo negro. Uma reparação que se concretiza através
do reconhecimento dos direitos das comunidades de descendentes dos antigos escravos possibili-
tando-lhes, finalmente, o acesso à propriedade de suas terras.
SISTEMATIZAÇÃO
Saiba mais
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Os principais nomes dessa época são: Mário Juruna, Álvaro Tucano, Ângelo Kretã, Marçal de Souza,
Raoni Mentuktire e Domingos Veríssimo Terena. Mário Juruna ficou famoso por andar em gabine-
tes da Fundação Nacional do Índio (Funai), lutando pela demarcação das terras indígenas, sempre
com um gravador para registrar tudo o que os não-índios diziam. Ele queria provar que as autorida-
des, na maioria das vezes, não cumpriam com o que prometiam. Juruna foi eleito deputado federal
em 1983, primeiro deputado índio no país.
[...]
A pesquisa aponta que o movimento sofreu uma divisão após as manifestações durante a
festa de 500 anos de descobrimento do Brasil, quando índios entraram em confronto com
o Exército. Depois desse episódio, as comunidades passaram a lutar por suas reivindicações
específicas, e não mais como um movimento unificado.
Nós, povos indígenas, historicamente silenciados, denunciamos nas redes sociais com nossas câ-
meras e celulares a realidade dos territórios no Brasil. Por meio da juventude indígena, estamos
recontando a verdadeira história do nosso país, valorizando nossa ancestralidade, denunciando a
invasão, as queimadas, a mineração ilegal, o roubo de madeira, a destruição da floresta e mostran-
do toda nossa riqueza cultural decolonizando mentes. Ensinando o real significado de ser indígena.
Compartilhando nossa sabedoria através do audiovisual e acabando com essa ideia de que indíge-
na não pode ter celular.
Nos últimos anos, jovens indígenas de diversos povos elevaram suas vozes em defesa da flo-
resta, unindo sua força com jovens de todo o mundo que se organizam na luta contra as mu-
danças climáticas (SURUI; URU-EU-WAU-WAU, 2022, [n. p.]).
Avaliação em processo
Para garantir a avaliação de forma processual, na seção Ponto de partida, as respostas às ques-
tões disparadoras, bem como a produção de um quadro coletivo com os conhecimentos que
os estudantes têm de lideranças amazônicas, podem compor um primeiro olhar diagnóstico. O
trabalho em grupo de pesquisa e a organização de informações, além da posterior simulação dos
coletivos de jovens, também são fatores para a avaliação de diversas competências, como pensa-
mento crítico e científico, colaboração e argumentação. Na escrita da carta-manifesto, você pode
analisar o quanto os estudantes têm capacidade de síntese de seus argumentos, assim como
avaliar a forma como mobilizam os conceitos e as habilidades da área para realizar essa atividade.
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ACONTECE NA ETAPA
Reflexão e debate sobre os saberes dos povos tradicionais e indígenas
diante dos desafios contemporâneos.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
PONTO DE PARTIDA
1. O objetivo deste momento é fazer com que os estudantes ampliem o olhar sobre os
saberes ancestrais e os desafios contemporâneos dos povos amazônidas. Solicite que
a turma leia o texto Ciência e saberes tradicionais por uma Amazônia soberana e sus-
tentável | Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) (ver no Material do
estudante, referente a esta etapa). Essa leitura pode ser feita em duplas ou grupos, a
fim de que os estudantes debatam entre si os principais pontos do texto antes de socia-
lizá-los. Organize uma roda de conversa a respeito das conclusões, com o objetivo de
fazê-los refletir sobre as relações entre esses saberes e as lutas dos povos amazônidas
em prol dos direitos humanos e da conservação da floresta. Recupere os debates das
etapas anteriores e os aspectos abordados nas cartas-manifesto e nos coletivos criados.
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2. O objetivo deste momento inicial é dar subsídios e ampliar os olhares dos estudantes,
que devem produzir podcasts apresentando os coletivos criados na etapa anterior. Es-
pera-se que a turma estabeleça relações entre as lutas contemporâneas com os saberes
ancestrais amazônidas. Considere algumas questões norteadoras:
Saiba mais
[...]
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DESENVOLVIMENTO
3. Proponha que a turma seja dividida em grupos. Cada um deles deve produzir um
episódio de podcast, cujo tema será a apresentação e a contextualização do coletivo
criado na etapa anterior. De maneira que os grupos desenvolvam o conteúdo dos rotei-
ros, estimule-os a buscar temas correlatos e transversais aos coletivos e desafios apre-
sentados na etapa anterior. No site jornalístico Sumaúma ou no portal da Coordenação
Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), há
bastante material para explorar temas correlatos aos povos indígenas ou quilombolas.
O texto Ribeirinhos da Amazônia: modo de vida e relação com a natureza | Cássio Ro-
gério Graças dos Santos, Mayany Soares Salgado e Márcia Aparecida da Silva Pimentel
| Uniara também pode apoiar essa mediação por meio de relatos colhidos em comuni-
dades ribeirinhas, em campo, pela equipe de pesquisa. A ideia é que cada grupo foque
em um tema/grupo social e o desenvolva, de forma que gere um episódio do podcast
que articule o impacto do racismo ambiental nos desafios contemporâneos e as lutas
amazônidas. Se não for possível elaborar um podcast, os estudantes podem trabalhar
com a captação de áudio simples (usando um celular ou outro equipamento de grava-
ção de áudio), sem a necessidade de edição. No site da Secretaria de Educação, Cultura
e Esportes do Estado do Acre, há disponível uma Oficina sobre Podcast | Escola Digital
| SEE-Acre. A seguir, listamos alguns passos para criar um podcast:
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O Brasil é o segundo país que mais consome podcasts do mundo e, segundo o Ibope, cerca de
40% da população de internet do país já ouviu algum podcast. Esse número equivale a cerca de
50 milhões de brasileiros.
[...]
Basicamente, é um programa de rádio que pode ser ouvido pela internet a qualquer hora, por
meio do celular ou do computador. Com temas e duração variadas, o ouvinte pode acessar con-
teúdos em áudio para se informar, para estudar ou para passar o tempo (COSTA, 2021, [n. p.]).
Também recomendamos que sejam apresentados alguns podcasts aos estudantes. Lista-
mos, a seguir, algumas sugestões que tratam de temas da região amazônica que podem
ser acessados em diversas plataformas:
SISTEMATIZAÇÃO
6. O podcast pode ser disponibilizado para toda a escola e a comunidade ou ficar disponível
em alguma plataforma digital. Sugerimos que os estudantes escutem todos os episódios e,
ao final, organizem uma discussão sobre os temas abordados. Essa roda de conversa pode
contribuir para organizar um evento de lançamento do podcast.
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7. Uma vez que os episódios fiquem prontos, é interessante promover uma atividade de
lançamento na escola, com debate entre os autores e a comunidade escolar.
Avaliação em processo
A avaliação se dará de forma processual. Na roda de conversa inicial, é possível aces-
sar o que a turma construiu ao longo do módulo. Considere essa roda de conversa do
Ponto de partida como um momento privilegiado de avaliação diagnóstica. A pro-
dução do podcast deve gerar engajamento e divisão de tarefas entre os integrantes:
equipe de pesquisa, narradores/entrevistadores, redatores etc. Os roteiros podem ser
compartilhados entre os grupos a fim de aprimorarem seus percursos. Considere as
escolhas e os temas dos podcasts e sua relação com o conceito de racismo ambiental
e a coerência com o coletivo criado. Para ampliação de conhecimentos e de repertório
sobre práticas avaliativas, recomendamos a realização da Trilha de Aprendizagem do
componente O lugar da avaliação | Instituto iungo, Instituto Reúna e Itaú Educação e
Trabalho | Nosso Ensino Médio.
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MATERIAL DO ESTUDANTE
É preciso instituir um outro cenário que seja favorável ao diálogo da ciência com as sociedades
amazônicas. A Amazônia é um campo privilegiado para o desenvolvimento científico em todas
as áreas de conhecimento. E deveria ser priorizada como laboratório de inovação, de interdisci-
plinaridade e sustentabilidade. A região tem potencial para ser um território totalmente orien-
tado pelo conhecimento científico e pela interação empática com saberes e práticas milenares
de relação do ser humano com a natureza. Aquisições essenciais de cidadania, democracia,
cooperação internacional e inovação podem ter surpreendentes resultados se experimentados
por todos os esforços científicos nacionais na Amazônia brasileira e continental (Pan-Amazô-
nia) e em todos os campos do conhecimento, a partir de focos de prioridades locais.
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REFERÊNCIAS
BICALHO, Poliene Soares dos Santos. Protagonismo indígena no Brasil: movimento,
cidadania e direitos (1970-2009). 2010. 464 f., il. Tese (Doutorado em História) – Univer-
sidade de Brasília, Brasília, 2010.
COSTA, Larissa. O que é um podcast? Para que serve? Conheça algumas sugestões de
programas. Portal Brasil de Fato, Belo Horizonte, 10 fev. 2021. Disponível em: https://
www.brasildefatomg.com.br/2021/02/10/o-que-e-um-podcast-para-que-serve-conheca-al-
gumas-sugestoes-de-programas. Acesso em: 8 mar. 2023.
FUENTES, Patrick. Racismo ambiental é uma realidade que atinge populações vulnera-
bilizadas. Jornal da USP, [São Paulo], 9 dez. 2021. Disponível em: https://jornal.usp.br/
atualidades/racismo-ambiental-e-uma-realidade-que-atinge-populacoes-vulnerabilizadas/.
Acesso em: 8 mar. 2023.
OLIVEIRA, Joana. A Amazônia também é negra. El País Brasil, Terra do Meio, Amazônia, 20 nov.
2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/11/19/politica/1574164761_425337.
html. Acesso em: 8 mar. 2023.
PIRES, Thula R.; GUIMARÃES, Virginia T. Injustiça ambiental e racismo ambiental: a marca da
estratificação sócio-racial nas zonas de sacrifício do Estado do Rio de Janeiro. Yale Law School.
Projeto de Pesquisa. 2014-2016. Disponível em: https://www.law.yale.edu/sites/default/files/area/
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CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
MÓDULO - POVOS AMAZÔNIDAS: TECNOLOGIAS AMBIENTAIS E DIFERENTES PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO
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