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ALBURQUERQUE Júnior, Durval Muniz de. A invenção do nordeste e outras artes.

São Paulo,
Cortez, 2011.

[...] dos padrões tradicionais de sociabilidade que possibilitaram a emergência de um novo olhar em
relação ao espaço, uma nova sensibilidade social em relação à nação, trazendo a necessidade de se
pensar em questões como a identidade nacional, da raça nacional, do caráter nacional, trazendo, ainda,
a necessidade de pensar uma cultura nacional, capaz de incorporar os diferentes espaços do pais
ALBURQUERQUE, 2011, p. 52
Diferentes saberes seja no campo da arte ou da ciência, são mobilizados, no sentido de compreender a
nação, a partir de um jogo de olhares que perscruta, permanentemente, as outras áreas e volta-se para
si próprio, para calcular a distância, a diferença e para buscar as formas de apagar estas
descontinuidades que bloqueiam a emergência da síntese nacional ALBURQUERQUE, 2011, p. 53
O regionalismo paulista se configura, pois, como um “regionalismo de superioridade”, que se sustenta
no desprezo pelos outros nacionais e no orgulho de sua ascendecnia europeia e branca. São Paulo
seria, para este discurso regionalista , o berço de uma nação “civilizada, progressista e
desenvolvimentista” ALBURQUERQUE, 2011, p. 57

O NOVO REGIONALISMO:
Desnaturalização do espaço (cidades)
A emergência da formação discursiva nacional popular:
Este dispositivo faz vir à tona a procura de signos, de símbolos, que
preencham esta ideia de nação, que tornem visível, que traduzam para todo o
povo. Diante da crescente pressão para se conhecer a nação, formá-la, os
diversos discursos regionais chocam-se, na tentativa de fazer com que os
costumes, crenças, as relações sociais, as práticas sociais de cada região que
se institui neste momento, pudessem representar o modelo a ser generalizado
para o restante do país, o que significa o modelo a ser generalizado para o
restante do país, o que significa a generalização de sua hegemonia
ALBURQUERQUE, 2011, p. 61

O INTELCTUAL E A DISTÂNCIA DO CENTRO DE PODER E CULTURA


Uma nova consciência do espaço surge, principalmente, entre intelectuais
que se sentem cada vez mais distantes do centro de decisão, do poder, seja
no campo político, seja no da cultura e da economia. Uma distância tanto
geográfica quanto em termos de capacidade de intervenção. Um intelectual
regionalista quase sempre é aquele que se sente longe do centro irradiador e
de poder e de cultura. Ele faz da denúncia dessa distancia, dessa carência de
poder, dessa vitimização, o motivo de seu discurso. ALBURQUERQUE,
2011, p. 61

A LITERATURA REGIONALISTA:
A imagem do sertão
O sertão aparece como o lugar onde a nacionalidade se esconde, livre das
confluências estrangeiras. O sertão é aí muito mais um espaço substancial,
emocional, do que um recorte territorial preciso; é uma imagem-força que
procura conjugar elemento geográficos, linguísticos culturais, modos de
vida, bem como fatos históricos de interiorização com as bandeiras, as
entradas, a mineração, a garimpagem, o cangaço, o latifúndio, o
messianismo, as pequenas cidades, as secas os êxodos etc.[...] o tema do
serve para os intelectuais nacionalistas lançarem um critica a toda cultura de
importação, à subserviência litorânea, aos padrões culturais externos.
ALBURQUERQUE, 2011, p. 67

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