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Dissertação UFPA
Dissertação UFPA
Belém/Pará
Março/2015
Universidade Federal do Pará
Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento
Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento
Belém/Pará
Março/2015
i
ii
AGRADECIMENTOS
Ao meu filho Miguel, ser especial que chegou transformando minha vida e
mudando paradigmas. A maternidade me tornou mais sensível, me fez olhar de forma
diferente para os pais de cada criança que precisava da minha ajuda profissional, me
motivou a abraçar a causa do autismo, a buscar conhecimento para atuar de forma
eficiente.
Aos meus pais que se sacrificaram a vida inteira para que nossa educação fosse
prioridade e ao meu irmão, meu NERD preferido, que não cansa de me ensinar e repetir
que “informação é o que há de mais precioso”. Mesmo de longe, vocês se fazem
presente em todos os momentos!
Diego, meu esposo, que além de incentivar, assumiu muitas responsabilidades,
antes minhas, para que eu pudesse realizar as atividades do mestrado. Obrigada por sua
parceria, compreensão e por todo amor que foi fundamental para manter o equilíbrio no
decorrer dessa tarefa.
Aos meus amigos e familiares, alguns perto, outros longe, mas sempre me
apoiando, ajudando, vibrando, ouvindo, participando. Os momentos de alegria e
descontração com vocês tornam meus dias mais leves.
Aos novos amigos que ganhei no mestrado, Ana Carolina, Izabel, Patrícia,
Yolanda, Luciene e Álvaro, o companheirismo e parceria de vocês foram fundamentais
e está só começando.
A Karen, por toda sua amizade, doçura, generosidade e disponibilidade diária
em ajudar em todo o processo, desde a coleta até a fase final. Sem sua ajuda, nada disso
seria possível.
Aos colegas do APRENDE que me acolheram e que, de alguma forma, também
participaram dessa conquista.
Ao meu orientador Professor Romariz Barros que, muito sabiamente, se dedicou
em instalar e modelar meus comportamentos acadêmicos. Obrigada por não me deixar
desmotivar e por usar toda sua assertividade nesse processo de modelagem. E ao
Professor Carlos Souza pela sua contribuição durante esses dois anos nas disciplinas,
reuniões e bancas. Foi um prazer imenso aprender com vocês.
Um agradecimento especial às crianças e seus familiares que participaram dessa
pesquisa e nos mostraram diariamente o verdadeiro sentido de “levantar pra vida”!
Muito obrigada por me ensinarem a persistir e a ser positiva!
iv
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................1
MÉTODO ................................................................................................................. 6
Participantes ....................................................................................................6
Estímulos .........................................................................................................7
PROCEDIMENTO ...................................................................................................8
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 28
ANEXOS ................................................................................................................ 33
v
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
ABSTRACT
Children diagnosed with Autism Spectrum Disorder (ASD) may have, among other
deficits, low frequency of visual contact (look at the face of another person) and little
interest in human voices. This can affect the social development and acquisition of
verbal repertoire. This study aimed to evaluate the effect of stimulus-stimulus pairing
procedure on: (1) the preference for human faces and voices of two children diagnosed
with autism and (2) the performance of such participants in a set of social tests. The
procedure was divided into two phases: 1) face conditioning and 2) voice conditioning.
Phase 1 comprised baseline evaluation (multiple measures of responding to face figures
and face itself) and face conditioning (“face-figure/reinforcer” pairing and
“face/reinforcer” pairing). Phase 2 consisted of assessment of preference for voices,
followed by voice conditioning, in which the reproduction of recorded voices was
paired with the reinforcers. Frequency and duration of attend to voices and faces were
measured in pre and post tests. The results show that measures based on response time
were more appropriate to assess the effects of manipulation, with more evident effect of
“voice-reinforcer” pairing than visual pairing. This study describes advances with
respect to operant repertoires (observing responses) that result in exposure to human
faces and voices in children diagnosed with autism. It is suggested that future studies
explore possible functional relation between voice and face conditioning on the
acquisition of other repertoires such as joint attention response, joint attention initiation,
as well as verbal repertoires, such as tact and mand.
Keywords: visual contact, voice stimulus-stimulus pairing, autism.
26
Association, 2013; Brentani et al., 2013). Entre os déficits frequentes estão falhas para
emitir respostas como olhar para faces e atentar para vozes humanas.
(atentar para eventos de interesse para os quais os adultos estejam olhando) e entrar em
contato com estímulos relevantes para a comunicação não-verbal a partir das expressões
faciais (Bijou & Baer, 1965; Siller & Sigman, 2002). Crianças diagnosticadas com
Muitos esforços têm sido direcionados para compreender a base de tais déficits e
faces como reforçadores condicionados (Greer & Ross, 2008; Greer & Keohane, 2005;
Greer & Speckman, 2009), de forma que respostas de observação a estes estímulos
atentar a vozes e olhar para faces pode ser um caminho inicial para a intervenção
visando a aquisição de repertório verbal (Greer & Ross, 2008; Keohane, Pereira-
2
que Pavlov chamou de reflexos condicionados. Muitos outros estudos têm demonstrado
reforçadores (Greer, Dorow, & Hanser, 1973; Greer, Becker, Saxe, & Mirabella, 1985;
Yoon & Feliciano, 2007; Miguel, Carr, & Michael, 2002; Nuzzolo-Gomez, Leonard,
Ortiz, Rivera, & Greer, 2002; Perini, Casarini & Cattivelli, 2010; Singer-Dudek, Oblak
neutro que adquire propriedades reforçadoras através do seu pareamento com estímulo
pode ser percebida pelo feto. Já desde as primeiras semanas de vida, a voz da mãe
controla respostas atencionais do bebê que responde à voz dela significativamente mais
estabelecidos de reforço (DeCasper & Spence, 1986), tais como o contato físico da mãe,
recém-condicionados (Tsai & Greer, 2006; Keohane, Luke, & Greer, 2008; Keohane et
al., 2009; Pereira-Delgado, Greer, Speckman, & Goswami, 2009; Maffei, Singer-Dudek
& Dolleen-Day, 2014) além da redução de estereotipia e passividade (Logano & Greer,
2006).
a histórias.
com um botão que dava acesso a gravação de vozes enquanto era mantido pressionado,
seguidas de testes de preferência com dois botões, nos quais os participantes tinham a
opção de manter pressionado um botão que dava acesso a uma gravação de vozes, ou
outro botão sem vozes (sem apresentação de reforço). Nas sessões de treino, itens
teste com duração mínima também de 5 segundos. O objetivo das tentativas de teste
(situação de escolha entre botões acima descrita) era determinar se o pareamento estava,
4
pressionado. O VCP foi considerado completo após o participante escolher ouvir vozes
em 90% dos intervalos de teste. Os resultados apontaram que o Protocolo foi eficaz em
ouviam.
Inicialmente foram obtidas medidas de linha de base das respostas de olhar para
vozes gravadas, bem como foram obtidas medidas de desempenho em testes sociais. Os
pessoa que entrava na sala. Nas Configurações C e D, era aferida a observação da face
emitia sons de fala (face + voz). Nas configurações B e D, apenas as faces eram
apresentadas.
para a face do experimentador fazendo gestos e sons com a boca e começava a entregar
itens reforçadores assim que a resposta se iniciasse. Foi registrado o tempo cumulativo
pressionando o botão que dava acesso a gravação de vozes eram disponibilizados itens
reforçadores.
verbais.
estímulos pode ser eficaz para condicionar estímulos não preferidos como reforçadores,
pelos estudos acima descritos pode ser de grande benefício na intervenção analítico-
suficiente para ser integrado à rotina de atendimento de duas crianças com TEA. Foi
avaliado o efeito desses pareamentos sobre: (1) a preferência por vozes e faces humanas
MÉTODO
1 – Participantes
(b) relato de déficit de atenção para a presença de adultos e (c) déficits nas habilidades
intervenção dessas crianças com base no ABLA – The Assessment of Basic Learning
Abilities (Kerr, Meyerson, & Flora, 1977) e no ABLLS – Assessment of Basic Language
A participação das crianças nesse estudo foi concedida pelos seus responsáveis
CNS/MS.
CARS ABLLS
2 – Materiais e Equipamentos
vozes, além dos materiais já citados, foram utilizados um gravador e dois fones de
ouvido idênticos.
dos pais e nos testes de preferência (Carr, Nicolson, & Higbee, 2000), foram utilizados
3 – Estímulos
paisagens, sem presença de pessoas e/ou animais. Cada figura teve impressão colorida
de Vozes” foram utilizados três arquivos de áudio como estímulo (Áudio 1, Áudio 2 e
Áudio 3). O Áudio 1 era composto por 10 segundos de música da preferência da criança
música instrumental, sem intervalo. O Áudio 2 era composto por 10 segundos de música
gravação de vozes emitindo saudações positivas (“Bom dia!”, “Que bom que você
veio!”), sem intervalo. O Áudio 3 era composto por 60 segundos de gravação de vozes
4 - Procedimento
pareamento foi utilizado. Todas as sessões, de todas as fases foram filmadas e os vídeos
linha de base realizadas em ambas as fases foram idênticas e serão descritas abaixo
detalhadamente.
9
do participante, foi realizada uma sessão 20 tentativas, sendo 5 tentativas de cada uma
olhar para o rosto de uma terceira pessoa que entra no ambiente experimental e
participante, interagindo com ele e com brinquedos de baixa preferência, sem emitir
tentativa era finalizada e nenhuma interação verbal era feita entre a terceira pessoa e o
experimentador.
olhar para o rosto do experimentador que brincava com a criança, mas não apresentava
de olhar para o rosto de uma terceira pessoa que entrava na sala, se aproximava e ficava
olhando para o participante, mas sem iniciar nenhuma interação verbal. O procedimento
seu lado, enquanto interagiam com brinquedos de baixa preferência, sem emitir
permanecia olhando para o participante por 10 segundos sem apresentar qualquer tipo
de interação verbal.
terceira pessoa. A ausência da resposta de olhar para o rosto foi registrada com um sinal
de menos (-). A ocorrência da resposta foi registrada com um sinal de mais (+) e o
total foi obtida somando-se o tempo, em segundos, durante o qual a criança permaneceu
contabilizado o tempo para cada configuração e o total para todas as configurações dos
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testes sociais.
A preferência por faces versus outros estímulos visuais foi avaliada em cinco
participante. Cada tentativa era iniciada com a apresentação simultânea de duas figuras
sobre a mesa distantes 50 cm uma da outra. O conteúdo de uma das figuras era uma face
e o da outra figura uma paisagem. A posição (direita ou esquerda) na qual cada tipo de
mesma sessão. As figuras permaneciam sobre a mesa até que o participante selecionasse
uma delas ou por até 10 segundos. Não houve consequências programadas para as
respostas de olhar ou escolher figuras. Após cada tentativa se iniciava um intervalo entre
Foi registrada, para cada tentativa, a resposta de escolha, caso ocorresse (faces
duração das respostas de olhar para as figuras selecionadas. Durante a sessão, nos
cinco sessões de cinco tentativas discretas, totalizando 25 tentativas. Cada sessão foi
Cada tentativa se iniciava com o experimentador aproximando sua face, com expressão
12
simulando falar (por exemplo, recitando um poema, cantando uma música), mas sem
emitir qualquer som vocal, por mais 5 segundos. Caso a resposta ocorresse, um sinal de
mais (+) era registrado em “expressão”, a tentativa era finalizada e passava-se para
próxima tentativa. Caso a resposta não ocorresse, um sinal de menos (-) era registrado
esperava por mais 5 segundos a ocorrência da resposta. Caso ocorresse, era registrada
tentativa era finalizada. Não houve consequências programadas para a resposta de olhar
segundos. Ao final das cinco tentativas, a sessão era encerrada. Após a realização das
digital, com a posterior verificação a partir das filmagens das sessões. Ao final da
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resposta.
O objetivo desta fase foi avaliar a preferência por acesso a vozes humanas,
realizadas cinco sessões de linha de base, cada uma com dez tentativas discretas,
totalizando 50 tentativas.
Para essa etapa, foram utilizados um reprodutor de áudio e dois fones de ouvidos
dos fones permanecia no ouvido do experimentador para que ele pudesse ter acesso e
controlar o que o participante estava ouvindo e, dessa forma, pudesse identificar e medir
até o momento em que o fone de ouvido fosse removido pelo participante. Em seguida,
repetido, só que agora com a apresentação do outro áudio. Após as duas apresentações
(uma de cada áudio) a tentativa era finalizada e, após IET (intervalo entre tentativas) de
apresentação dos áudios foi randomizada. Não havia consequências programadas para
música) foi contabilizada. Ao final de cinco sessões desta medida de linha de base,
Nessa fase, o objetivo foi avaliar o efeito de pareamentos entre figuras de faces
preferência por reforçadores foi feita conforme Carr, Nicolson e Higbee (2000).
Foram realizadas seis sessões, cada sessão era composta por doze apresentações
de figuras (seis figuras de faces [S+] e seis figuras de paisagens [S-]) irregularmente
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figura de face no centro da mesa. Tão logo o participante fazia contato visual com a
figura. Assim que o participante pegava o estímulo potenciador, a figura era retirada e o
IET era iniciado. Cada Tentativa-S- era iniciada com a apresentação da figura de
paisagem no centro da mesa. Tão logo o participante fazia contato visual com a figura,
esta era retirada e o IET iniciado. Em ambos os casos, se a resposta de olhar para a
necessária para que ela ocorresse. A sessão era finalizada após a ocorrência das doze
tentativas.
Ao final dos 36 pareamentos, uma sessão de cada medida de linha de base foi repetida.
mesmo procedimento descrito para Tentativas-S+ na Fase 5.2.1, com exceção de que ao
língua pra fora, fazia bolas com goma de mascar) e/ou sonoras (estalos com a língua,
barulho com os lábios). Tão logo o participante fazia contato visual com o rosto do
do rosto do experimentador, bem próximo dos olhos. A tentativa era então encerrada,
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iniciando-se o IET. Foram realizados seis pareamentos por sessão ao longo de seis
Ao final dos 36 pareamentos, uma sessão de cada medida de linha de base foi
repetida.
sessão era composta por um bloco de 2 ciclos que envolviam 5 tentativas discretas de
utilizados na Avaliação de Preferência por Vozes foram utilizados nessa fase, acrescidos
do Áudio 3.
dos fones de ouvido e controlava o reprodutor de áudio que ficava fora do campo de
Áudio 3 era reproduzido. Assim que o fone era colocado, um cronômetro era ativado
o fone era removido pela criança, a tentativa era encerrada. Foi estabelecido um
teste, o procedimento realizado foi o mesmo descrito na seção 4.1.4. Não havia
de teste. Ao final da tentativa de teste, o ciclo foi encerrado. Um novo ciclo era iniciado,
Esta fase do estudo foi encerrada após a conclusão de quatro sessões, ou seja,
quarenta pareamentos (com cinco pareamentos por ciclo e dois ciclos por sessão).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
evidente sobre a duração das respostas do que sobre sua frequência. A maior adequação
da duração como medida está de acordo com publicações anteriores sobre esse mesmo
problema de pesquisa (e.g., Greer, Pistoljevic, Cahill & Du, 2011; Maffei-Lewis, 2011).
Naqueles estudos, são relatados apenas dados de duração na avaliação dos efeitos dos
especialmente para André. Na Linha de Base, André, apresentou duração total de 6,36
segundos e aumentou para 16,68 após o pareamento de figuras e para 23,41 segundos
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após o pareamento de faces. O efeito sobre o desempenho do participante Davi foi bem
menos pronunciado. Ele apresentou duração total da resposta de 0,99 segundos na Linha
de Base, aumentando para 2,45 segundos após o pareamento de faces (Figura 1).
ANDRÉ
DAVI
utilização de figuras de faces. Este treino fez parte do seu Programa de Ensino
todas as configurações dos testes sociais, o aumento foi mais evidente nas
pessoa no ambiente.
O efeito dos pareamentos com figuras de faces e com faces propriamente ditas
interação um para um. Nesses testes, era esperado que os participantes apresentassem a
quando a resposta não ocorria de forma independente, dicas gestuais (expressão) eram
introduzidas para estimular a ocorrência da resposta. Se mesmo assim não ocorresse, era
ANDRÉ
DAVI
não havia ocorrido antes), conforme apresentado na Figura 2. É importante ressaltar que
21
resposta, mas principalmente pela sua ocorrência sem procedimento de ajuda (etapa de
Faces, entretanto, o efeito dos pareamentos pode ser interpretado pelo fato de a resposta,
após os pareamentos, passar a ocorrer (assim como para André) antes da introdução de
Sociais com a duração nos mesmos testes após pareamento de vozes. O participante
de 1,06 para 7,34 segundos. Para o participante André, o aumento na duração foi
observação a pessoas presentes no ambiente. Esse efeito foi maior que os efeitos
O efeito dos pareamentos com vozes sobre a duração da exposição a esse tipo de
estimulação auditiva também foi avaliado através da comparação entre o tempo durante
Vozes.
22
ANDRÉ
DAVI
André mostra duração ligeiramente maior para resposta de ouvir vozes do que para
estímulos, no entanto, o aumento mais evidente é para a exposição a vozes, que vai de
238 segundos na Linha de Base, para 396 segundos após o pareamento de vozes. Além
23
da exposição. Davi passou a ouvir vozes por 140 segundos, enquanto que a duração
desempenhos na Linha de Base e após o pareamento de Vozes (de 110 para 140
de vozes.
longo das 8 sessões de pareamentos com vozes. Esses dados mostram que as diferenças
globais observadas na Figura 4 não são produto de uma curva progressiva e contínua de
efeito dos pareamentos, ao longo das 8 sessões. Ao contrário, grandes variações dos
duração para música na primeira sessão e, a partir da segunda sessão, maior duração
para vozes, mantendo tempo aproximado para a maioria das sessões, com exceção da
resposta de ouvir vozes, observa-se que, na Sessão 6, já quase ao final da Fase, Davi
24
ANDRÉ
DAVI
auditivo.
25
aplicada, diversas (e por vezes até redundantes) medidas pré e pós-pareamentos, foram
aos sons.
sociais, apenas aquelas que incluiam a entrada de uma terceira pessoa no ambiente
& Iwata, 1996), pelo seu pareamento com estímulos previamente avaliados
positivamente para esta função (DeCasper & Spence, 1986) tem implicações para a
estimulação visual provida por ela. O valor reforçador de faces pode também contribuir
para manter respostas de atenção a vozes. A função reforçadora de faces e vozes após a
ANDRÉ
DAVI
Figura 5. Duração por sessão da resposta de ouvir música instrumental e resposta de ouvir vozes na Linha de Base e Pós-condicionamento de
Vozes dos participantes André e Davi.
26
Os dados aqui apresentados também mostram maior efeito dos pareamentos voz-
(Massaro & Bossoler, 2006; Greer & Ross, 2008; Greer & Keoane, 2005; Greer &
Speckman, 2009). Estudos posteriores devem explorar possível relação funcional entre
Pistoljevic, Cahill, & Du, 2011) tais como resposta de atenção conjunta (RAC),
iniciação de atenção conjunta (IAC) (Isaksen & Holth, 2009; Jones & Carr, 2004), além
ligados à postura racial das crianças (e.g. foto de pessoa negra) em classes de
equivalência. É possível esse tipo de procedimento tenha bom potencial para alterar a
como este poderiam elucidar o possível efeito da inclusão de faces e vozes em classes
REFERÊNCIAS
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CARS
A escala CARS – Childhood Autism Rating Scale (Schopler, Reichler & Renner,
1988) permite identificar as características do TEA e classificar o grau de severidade
que a pessoa é acometida. É composta por 15 itens que podem receber pontuação que
varia de 1 a 4. Quanto maior a pontuação, maior o grau de severidade da característica
avaliada pelo item. A pontuação de cada escala é somada, resultando em um valor final
correspondente ao grau de severidade. O resultado final pode ser classificado em três
graus distintos: normal (de 15 a 29,5 pontos); autismo leve/moderado (de 30 a 36,5
pontos) e autismo grave (de 37 a 60 pontos). Esse instrumento foi aplicado com base
nas informações referidas pelos responsáveis e na observação direta da criança nas
instalações do Projeto Caminhar do Hospital Universitário supracitado.
ABLA
O ABLA – Assessment of Basic Learning Abilities (Kerr, Meyerson, & Flora
1977) é um teste que tem como objetivos avaliar a aprendizagem de discriminação
simples e condicional (controle de estímulos) e estimar a adequação do nível de
desempenho discriminativo da criança com procedimentos de ensino. São seis tarefas
específicas, organizadas hierarquicamente, partindo de habilidades mais simples como
imitação (Nível 1) e discriminações simples (Níveis 2 e 3) para outras mais complexas
como as discriminações condicionais (Níveis 4, 5 e 6). Durante a avaliação, o
experimentador faz uma demonstração da tarefa que deve ser executa, em seguida faz
participante executar a mesma tarefa dando ajuda física e, imediatamente após, dá a
oportunidade de o participante executar de forma independente. A tarefa varia em
colocar, um pedaço de espuma, um cilindro amarelo ou um cubo vermelho (cada nível
estabelece qual objeto deverá ser colocado) em uma lata amarela ou em uma caixa
vermelha. As habilidades avaliadas nos seis níveis são: imitação (Nível 1),
discriminação simples de posição (Nível 2), discriminação simples visual (Nível 3),
discriminação condicional visual-visual (Nível 4), discriminação simples auditiva
(Nível 5) e discriminação condicional auditivo-visual (Nível 6). O último nível que a
criança desempenha com sucesso é tido como o resultado final, ou seja, é considerado
como o nível do teste que a criança se encontra.
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ABLLS
O ABBLS – Assessment of Basic Language and Learning Skills (Partington &
Sundberg, 1998) é um protocolo de avaliação de indivíduos com atraso no
desenvolvimento que rastreia e monitora a aquisição 544 habilidades básicas e verbais,
divididas em 25 áreas de prioridades educacionais, incluindo imitação, habilidades
motoras, de falante e ouvinte, acadêmicas, autoajuda, interação social, entre outras. O
protocolo foi aplicado pela equipe responsável pela criança no Projeto APRENDE e foi
baseado em observação direta dos itens aplicados.
MSWO Breve
O MSWO Breve – Multiple Stimulus Without Replacement (Carr, Nicolson, &
Higbee, 2000) é um teste de avaliação de preferência que tem como objetivo identificar
a ordem de preferência de um indivíduo dentre vários itens preferidos para aumentar a
probabilidade da efetividade do reforçamento. Durante o teste, são apresentados cinco
itens ou atividades simultaneamente para que o participante selecione um. Após a
escolha, é dada a oportunidade de o participante interagir com o item escolhido,
enquanto os demais são retirados. Na folha de registro, é anotado o número 1 para o
primeiro item escolhido. Na tentativa seguinte, o item escolhido na tentativa anterior
não é apresentado. O segundo item escolhido receberá o valor 2 e assim
sucessivamente. As apresentações serão realizadas até que o último item seja entregue
ao participante e pontuado na folha de registro. O bloco de apresentações acima descrito
será aplicado três vezes e o pesquisador registrará o comportamento do participante
seguindo a ordem de escolha dos itens. Ao final, é feita a somatória dos valores
numéricos atribuídos aos itens conforme as escolhas do participante. O resultado da
aplicação estabelece uma hierarquia de preferência entre os estímulos, com o item de
menor valor numérico sendo o item mais preferido. Essa avaliação foi realizada
diariamente antes de cada etapa do procedimento que fazia uso de itens reforçadores,
podendo ser repetida quantas vezes fossem necessárias para identificar itens de alta
preferência.
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