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Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)

Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas (DCET)


Colegiado do Curso de Engenharia Elétrica (CCEE)

Energias Renováveis
(EE0141)
Prof.: Allan Guilherme L. Pena
Contato: aglpena@unifap.br

Macapá – AP, 2023


Energia Hidráulica
Unidade 3
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Introdução
• Energia hídrica é uma fonte de energia renovável ou não-renovável?
• Geração de energia elétrica a partir do fluxo da água;
• Desvio do curso do rio e formação de reservatórios;
• Energia “limpa”?
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Introdução
• Energia hídrica é uma fonte de energia renovável ou não-renovável?
• Geração de energia elétrica a partir do fluxo da água;
• Desvio do curso do rio e formação de reservatórios;
• Energia “limpa”?
• Não é considerada uma fonte de energia limpa, ainda que renovável;
• Formação de reservatórios de água:
• Decomposição vegetal;
• Processo de emissão de gases para a atmosfera;
• Sem falar do impacto social.
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Grande Porte e Pequenas Centrais Hidrelétricas


• Abordados neste capítulo: Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH);
• Aproveitamentos de grande porte (hidrelétricas):
• Geração convencional;
• Grandes impactos ambientais e sociais;
• Não incluídas como fontes alternativas.
• Mas como as hidrelétricas são classificadas em PCH’s? (ELETROBRAS,
1982)
• Potência instalada compreendida entre 1 MW e 10 MW;
• Capacidade do conjunto turbina-gerador: 1 MW e 5 MW;
• Sem obras de túneis;
• Altura máxima das estruturas de barramento de rios: menor ou igual a 10m;
• Vazão: menor ou igual a 20 m³/s
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Grande Porte e Pequenas Centrais Hidrelétricas


• Resolução Normativa nº 875/2020;
• Central Geradora Hidrelétrica (CGH) com capacidade instalada reduzida:
potência igual ou inferior a 5 MW;
• Pequena Central Hidrelétrica (PCH):
• Potência instalada: 5 MW a 30 MW;
• Área de reservatório: no máximo 13 km²
• Como são classificadas quanto à capacidade de regularização do
reservatório?
• Fio d’Água;
• Acumulação (Regularização Diária do Reservatório);
• Acumulação (Regularização Mensal do Reservatório);
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PCH a Fio d’Água


• É empregado quando as vazões de estiagem do rio são iguais ou maiores que
a descarga necessária à potência a ser instalada para atender à demanda
máxima prevista;
• Despreza-se o volume do reservatório criado pela barragem;
• Sistema de adução (que direciona o fluxo da água) deve ser projetado para
conduzir a descarga necessária para fornecer potência necessária para atender
à demanda máxima;
• Aproveitamento energético local parcial;
• Simplificações de PCH’s a fio d’água:
• Dispensa estudos de regularização;
• Dispensa estudos de sazonalidade da carga elétrica do consumidor;
• Facilita os estudos e concepção da tomada d’água
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PCH a Fio d’Água


• Barragens costumam ser baixas;
• Tem função de apenas desviar a água para o
sistema de adução;
• Áreas pequenas inundadas;
• Mais econômica:
• Valores despendidos com indenizações são
reduzidos
• Como funciona o reservatório a fio d'água?
(youtube.com)
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PCH de Acumulação (Regularização Diária do
Reservatório)
• É empregada quando as vazões de estiagem do rio são inferiores à necessária
para fornecer a potência para suprir a demanda máxima do mercado
consumidor;
• Risco superior ao adotado no projeto;
• Reservatório fornecerá o adicional necessário de vazão regularizada,
devendo ser feitos estudos de regularização diária;
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PCH de Acumulação (Regularização Mensal do
Reservatório)
• É empregada quando as vazões de estiagem do rio (dados de vazões médias
mensais) são inferiores à necessária para fornecer a potência para suprir a
demanda máxima do mercado consumidor;
• Risco superior ao adotado no projeto;
• Reservatório fornecerá o adicional necessário de vazão regularizada,
devendo ser feitos estudos de regularização diária;
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Centrais Quanto ao Sistema de Adução


• Dois tipos de PCH’s:
• Adução em baixa pressão com escoamento livre em canal/alta pressão em conduto
forçado;
• Adução em baixa pressão por meio de tubulação/alta pressão em conduto forçado;
• O que define onde cada um será utilizado?
• Depende das condições topográficas e geológicas do local de aproveitamento;
• Estudo econômico comparativo;
• Para um sistema de adução longo (inclinação do terreno e condições de
fundação favoráveis à construção de um canal) tendem a ser a solução mais
econômica;
• Para um sistema de adução curto, a opção por tubulação única, para trechos
de baixa e alta pressão, deve ser avaliada.
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Centrais Quanto à Potência Instalada e Quanto à
Queda de Projeto
• Considera-se dois parâmetros conjuntamente;
• Para centrais com alta e média queda (desnível natural elevado), a casa de
força fica situada afastada do barramento;
• Circuito hidráulico de adução envolve canal ou conduto de baixa pressão com longa
extensão;
• Para centras de baixa queda, a casa de força fica junto a barragem;
• Adução é feita através de uma tomada d’água incorporada ao barramento
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Componentes de uma PCH


1 - reservatório superior;
• Considera-se dois parâmetros conjuntamente; 2 - barragem e vertedouro;
3 - tubulação de pressão;
• Para centrais com alta e média queda (desnível natural elevado), 4 - chaminé a de casa de
equilíbrio;
força fica situada afastada do barramento; 5 - blocos de ancoragem;
6 - tubulação
• Circuito hidráulico de adução envolve canal ou conduto de baixa pressão comforçada;
longa
7 - tubulação de reação;
extensão;
8 - gerador;
• Para centras de baixa queda, a casa de força fica junto a barragem; 9 - canal de fuga;
10 - casa de máquinas.
• Adução é feita através de uma tomada d’água incorporada ao barramento
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Processo de Produção de Energia Elétrica


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Estudos Necessários para Implementação do
Empreendimento
• A exploração de um determinado potencial hídrico está sujeita a uma série de
regulamentações de ordem institucional, ambiental e comercial;
• Antes de tudo: verificar se a avaliação do potencial hidrelétrico pretendido está
em conformidade com o que preconiza a legislação;
• São necessárias Licenças Ambientais (LA) em todas as etapas do
empreendimento:
• Licença Prévia;
• Licença de Instalação;
• Licença de Operação;
• Ao final do projeto, outora para utilização da água com a finalidade específica de
geração de energia elétrica;
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Geradores Hidrocinéticos
• Capazes de aproveitar a
correnteza do fluxo normal de
um curso d’água;
• Sem necessidade de serem
construídas barragens ou outro
tipo de obra civil;
• Aproveitar a velocidade da
própria correnteza;
• Suficiente para operar a turbina
na sua capacidade nominal;
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Geradores Hidrocinéticos
• Podem ser feitas pequenas obras
de estreitamento de seção;
• Permitindo um aumento na
velocidade do fluxo de água;
• Otimizar o aproveitamento da
energia cinética;
• Funcionamento similar a uma
turbina eólica;
• Fluido diferente: água, não ar;
• Em termos de potência extraível
a turbina hidrocinética possui
vantagem;
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Geradores Hidrocinéticos
• A potência disponível de um fluido está ligada diretamente à sua densidade;
• A água é cerca de 1.000 vezes mais densa que o ar;
• Possui mais potência extraível
• Entretanto, devido a fatores:
• Largura e profundida do rio onde a turbina deve ser instalada;
• Necessidade de se permitir a navegação local;
• Diâmetro da turbina limitado a valores relativamente pequenos;
• Aproveitamento hidrocinético é limitado ao atendimento de cargas de pequeno porte
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Geradores Hidrocinéticos
• Quando a navegação local não é frequente pode-se utilizar um sistema de
retirada momentânea da turbina do rio durante a passagem do barco em
questão;
• Consequentemente, interrompendo a geração;
• Sistema importante para realizar manutenções na máquina
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Geradores Hidrocinéticos
• Velocidade mínima para geração;
• Depende:
• Do tipo de turbina;
• Do seu porte.
• Velocidades boas para aproveitamento
hidrocinético:
• Iguais ou maiores que 1,5 m/s;
• Valores menores podem ser aproveitados
também;
• Micro-aproveitamentos
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Geradores Hidrocinéticos
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Geradores Hidrocinéticos
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Vantagens da Turbina Hidrocinética


• Tecnologia nacional;
• Fácil fabricação;
• Robustez e durabilidade;
• Facilidade de manutenção e operação;
• Facilidade de transporte (dependendo da localização de instalação);
• Facilidade de instalação;
• Utiliza a energia cinética do rio;
• Custo competitivo
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Energia Hidrocinética dos Rios


• Potência disponível máxima que uma turbina pode extrair da energia cinética
do rio segundo o modelo de Betz (W):
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𝑃𝑑𝑖𝑠𝑝 . = 𝐶𝑝 . 𝐴. 𝜌. 𝑣 3
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• Onde:
• 𝐶𝑝 → é o coeficiente de Betz (W) (aproximadamente 59,2%);
• 𝐴 → é a área da secção transversal do rotor da turbina (m²);
• 𝜌 → é a densidade da água (kg/m³);
• 𝑣 3 → é a velocidade do fluido no fluxo d’água (m/s);
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Caracterização do Potencial Hidrocinético


• Principais características de um rio para aproveitamento hidrocinético:
• Velocidade média acima de 1 m/s;
• Margens com rocha ou terra firme;
• Poucos detritos flutuantes;
• Variação da lâmina d’água inferior a 2,5 m.c.a.;
• Proximidade do rio à demanda que se deseja atender em torno de 500m;
• Medir velocidade do rio em diferentes profundidades (usar molinete ou correntômetro
acústico de efeito Dopler): profundidades D/4, D/2 e 1,2 D; onde D é o diâmetro do rotor da
turbina hidrocinética;
• Estas velocidades devem ser levantadas em pelo menos e secções transversais onde a turbina
será instalada (é desejável realizar 3 medidas para cada ponto e adotar a velocidade média
para estudos e dimensionamento);
• Medir a profundidade do rio (régua milimetrada ou ecobatímetro);
• IMPORTANTE: o rotor da turbina não deve tocar o fundo do rio;
• IMPORTANTE: para rios com profundidade superior a 1,5m e largura superior a 10m →
barcos com salva-vidas para os ocupantes durante as etapas de medição, instalação e
manutenção.
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Principais Tipos de Turbinas Hidrocinéticas


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Pesquisa no Amapá – Rio Matapi

Simulação hidrodinâmica e avaliação de potencial hidrocinético: estudo da foz do rio


matapi no baixo Rio Amazonas - Amapá/Brazil | Revista Brasileira de Energia Solar
(rbens.org.br)
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Pesquisa no Amapá – Rio Matapi


• Considerando a profundidade do rio na época da seca (baixa hidraulicidade);
𝑃𝑑𝑖𝑠𝑝 . = 0,156019. 𝐷2 . 𝜌. 𝑣 3
• Onde:
• 𝑃𝑑𝑖𝑠𝑝 → é a potencia disponibilizada nos portes do gerador em W;
• 𝐷 → é o diâmetro do rotor da turbina (m);
• 𝜌 → densidade da água do rio (kg/m³);
• 𝑣 → velocidade da água do rio (m/s);
• A equação encontrada considera o rendimento da turbina com rotor hélice de
59,2% e o rendimento do gerador elétrico de 67,11%;
• Rendimento global do grupo é de 39,73%
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Pesquisa no Amapá – Rio Matapi


• De forma geral, os valores de velocidade encontrados (tanto pelos dados
experimentais quanto pela simulação numérica) são pouco interessantes para
o aproveitamento hidrocinético ao longo dos ciclos das marés na região
estudada;
• Períodos relativamente curtos onde a velocidade é superior a 1m/s;
• As velocidades tenderam para valores na ordem de 0,5 m/s ou próximas;

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