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Ceisc - Filosofia Do Direito
Ceisc - Filosofia Do Direito
Filosofia do Direito
Prof. Douglas Azevedo
Com carinho,
Equipe 1ª Fase Ceisc ♥
@prof.douglasazevedo
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Revisão Turbo | 36º Exame de Ordem
Filosofia do Direito
1. Contratualismo
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1.3 Rousseau
No Estado natural de Rousseau, o homem é bom; ele era solitário (grupo familiar, no
máximo) e os indivíduos respeitavam a liberdade uns dos outros. O eventual crescimento
populacional acaba por instituir o chamado Estado de sociedade, no qual alguns homens
tomam para si propriedade, dando início a uma sociedade desigual e corrompida. As leis
protegem os ricos etc. Há, portanto, a corrupção do homem pela sociedade. Não há
liberdade, pois só alguns fazem as leis.
O contrato social seria celebrado para se sair desse Estado de sociedade para um
novo modelo. Para isso, seria necessário romper a alienação inicial dos oprimidos e instaurar
um modelo de democracia participativa pautada na ideia de vontade geral – entendida como o
substrato das vontades coletivas; o interesse comum “norteando” a sociedade; o que cada
homem quer em comum com seus semelhantes.
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Exemplo de boa vontade: O comerciante que pratica preços justos por receio de que,
caso cobre valores elevados, acabe perdendo clientes para os concorrentes. Embora o
resultado seja a prática dos preços justos e em conformidade com os demais vendedores, a
intenção do comerciante está moralmente maculada, pois não o faz pensando ser o certo, seu
dever e obrigação, mas tão somente para evitar seu prejuízo. Caso esse comerciante exerça
preços justos motivado por uma noção de dever e obrigação moral, estará, portanto, imbuído
de boa vontade. Isso não quer dizer que o homem não deva se preocupar com sua felicidade
(os imperativos hipotéticos), a questão é que esta não pode ser considerada quando a
questão permeia a esfera do seu dever moral. É esse agir que nos tornaria, portanto, dignos
da felicidade.
A lei, por sua vez, é algo cumprido pelo medo da coação, logo, é externa ao indivíduo.
A boa vontade, por sua vez, é interna – a vontade de agir de forma ética está dentro do
próprio sujeito.
Por fim, temos que, para Kant, a justiça consiste em agir conforme o imperativo
categórico, pois ao assim fazê-lo, estamos adequando nossa conduta a uma máxima
universal benéfica para todos.
2.2 Utilitarismo
O utilitarismo foi uma corrente filosófica pragmática e consequencialista, isto é, estava
preocupada com o resultado das ações, e não com os meios. Em outras palavras, o que
importa são os fins obtidos, e não os meios utilizados parase chegar até eles.
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Alguns autores, como Bobbio, ainda vão classificar o positivismo como uma espécie
de ideologia, pois além de uma teoria, no sentido em que descreve o direito, o positivismo
também é uma forma de querer o direito - a noção do deverabsoluto de se obedecer às leis.
Já no que toca ao jusnaturalismo, temos a ideia de leis naturais que independem de
leis positivas, ou seja, que existem regramentos na “natureza” e que o ser humano, sendo
dotado de razão, compreende e segue. Por exemplo, é preciso estar escrito em código penal
que matar alguém é errado ou o ser humano é capas de compreender, naturalmente, que tal
prática é incorreta?
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validade às normas individuais. A norma fundamental poderia, por exemplo, ser entendida
como o comando de que “devemos seguir a Constituição Federal”, muito embora isto não
esteja positivado em nenhum lugar – logo, pressuposta.
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É notório que, pela via de uma interpretação autêntica deste tipo, é muitas vezes criado
Direito novo, especialmente pelos tribunais de última instância.
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Outro ponto relevante para a prova abordado por Hart é a questão da textura aberta
do direito que ocorrem por dois motivos:
1) imprecisão linguística na descrição de uma norma prejudicando o método da
subsunção e do silogismo;
2) impossibilidade de prever todas as condutas possíveis.
Para o primeiro caso, Hart utiliza como exemplo uma norma que proíbe o ingresso de
veículos automotores em determinado local, mas, conforme novas tecnologias se
desenvolvem, exsurge a questão acerca de se novos inventos de locomoção enquadram-se
na categoria de veículos automotores.
Muito embora exista tal indeterminação, ainda há grande margem de segurança na
maioria dos casos, quer dizer, as normas apresentam noção de sentido. Essa noção de
sentido é um núcleo de sentido fixo, o que, segundo Hart, afasta a ideia de que o direito é o que
os juízes dizem. Assim, a discricionariedade estaria em um plano intermediário entre
arbitrariedade e aplicação literal da lei.
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Unidade
• Norma fundamental que funda e sustenta o sistema
normativo.
Coerência
• Ordenamento sistemático - ideia de relação entre as normas.
Completude
É nesse último ponto que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) tem insistidona prova: nas
lacunas e nas antinomias.
2) impróprias: originam-se da comparação do sistema real versus ideal (Ex.: a lei sobre
aborto brasileiro é injusta se comparada com a legislação alemã sobre o tema).
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Outro tema trabalhado pelo autor é a questão da sanção no âmbito do direito. Para
Bobbio, a sanção pode ser moral (aquela que obriga a consciência dos destinatários da
norma, produzindo um sentimento de culpa), social (aquela que resulta dos costumes e da
vida em sociedade, objetivando tornar o convívio social mais fácil) e a sanção jurídica (criada
para casos de violação de regras estipuladas pelas leis e aplicada por pessoas já
determinadas), ou seja, trata-se de sanção devidamente institucionalizado.
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Caderno de Questões – Filosofia do Direito
Douglas Azevedo
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Caderno de Questões – Filosofia do Direito
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XXXIII Exame
1) FGV – 2021 - OAB - XXXIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q10
Norberto Bobbio, em seu livro Teoria da Norma Jurídica, considera a sanção uma das mais significativas
características da norma jurídica. Ele diferencia a sanção jurídica da sanção moral e da sanção social, pelo fato de
a sanção jurídica ser institucionalizada. Assinale a opção que, segundo Bobbio na obra em referência, expressa as
características da sanção institucionalizada.
A) A sanção que obriga a consciência dos destinatários da norma e que produz um sentimento de culpa, que é a
consequência negativa ou desagradável decorrente da eventual violação da norma.
B) A sanção que resulta dos costumes e da vida em sociedade em geral, e que possui como fim tornar mais fácil ou
menos difícil a convivência social.
C) A sanção que foi feita para os casos de violação de uma regra primária e que tem sua medida estabelecida dentro
de certos termos, para ser executada por pessoas previamente determinadas.
D) A sanção instituída pelo direito natural e que decorre da natureza mesma das coisas, da vontade de Deus e da
razão humana.
XXVIII Exame
2) FGV – 2019 - OAB - XXVIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q9
Isso pressupõe que a norma de justiça e a norma do direito positivo sejam consideradas como simultaneamente
válidas. Tal, porém, não é possível, se as duas normas estão em contradição, quer dizer, entram em conflito uma
com a outra. Nesse caso apenas uma pode ser considerada como válida. Hans Kelsen Sobre a relação entre
validade e justiça da norma, o jusfilósofo Hans Kelsen, em seu livro O Problema da Justiça, sustenta o princípio do
positivismo jurídico, para afirmar que
A) a validade de uma norma do direito positivo é independente da validade de uma norma de justiça.
B) o direito possui uma textura aberta que confere, ao intérprete, a possibilidade de buscar um equilíbrio entre
interesses conflitantes.
C) o valor de justiça do ato normativo define a validade formal da norma; por isso valor moral e valor jurídico se
confundem no direito positivo.
D) a validade de uma norma jurídica se refere à sua dimensão normativa positiva, à sua dimensão axiológica, e
também, à sua dimensão fática.
XXVII Exame
3) FGV – 2018 - OAB - XXVII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q10
Concebo, na espécie humana, dois tipos de desigualdade: uma que chamo de natural ou física, por ser estabelecida
pela natureza e que consiste na diferença das idades, da saúde, das forças do corpo e das qualidades do espírito e
da alma; a outra, que se pode chamar de desigualdade moral ou política, porque depende de uma espécie de
convenção e que é estabelecida ou, pelo menos, autorizada pelo consentimento dos homens. ROUSSEAU, Jean-
Jacques. Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens. Coleção Os Pensadores.
São Paulo: Abril Cultural, 1978.Levando em consideração o trecho acima, assinale a afirmativa que apresenta a
perspectiva de Rousseau sobre como se coloca o problema da desigualdade.
A) As desigualdades naturais são a causa das desigualdades morais, uma vez que as diferenças naturais se
projetam na vida política.
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B) As desigualdades naturais são inaceitáveis; por isso, o homem funda a sociedade civil por meio do contrato
social.
C) As desigualdades naturais são aceitáveis, mas as desigualdades morais não o são, pois consistem em privilégios
de uns sobre os outros.
D) Todas as formas de desigualdade consistem num fato objetivo, devendo ser compreendidas e toleradas, pois
elas geram o progresso humano e produzem mais bens do que males.
XXV Exame
4) FGV – 2018 - OAB - XXV Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q9
A ideia da existência de lacuna é um desafio ao conceito de completude do ordenamento jurídico. Segundo o
jusfilósofo italiano Norberto Bobbio, no livro Teoria do Ordenamento Jurídico, pode-se completar ou integrar as
lacunas existentes no Direito por intermédio de dois métodos, a saber: heterointegração e autointegração. Assinale
a opção que explica como o jusfilósofo define tais conceitos na obra em referência.
A) O primeiro método consiste na integração operada por meio de recursos a ordenamentos diversos e a fontes
diversas daquela que é dominante; o segundo método consiste na integração cumprida por meio do mesmo
ordenamento, no âmbito da mesma fonte dominante, sem recorrência a outros ordenamentos.
B) A heterointegração consiste em preencher as lacunas recorrendo-se aos princípios gerais do Direito, uma vez
que estes não estão necessariamente incutidos nas normas do Direito positivo; já a autointegração consiste em
solucionar as lacunas por meio das convicções pessoais do intérprete.
C) O primeiro método diz respeito à necessidade de utilização da jurisprudência como meio adequado de solucionar
as lacunas sem gerar controvérsias; por outro lado, o segundo método implica buscar a solução da lacuna por meio
de interpretação extensiva.
D) A heterointegração exige que o intérprete busque a solução das lacunas nos tratados e nas convenções
internacionais de que o país seja signatário; por seu turno, a autointegração está relacionada à busca da solução
na jurisprudência pátria.
5) FGV – 2018 - OAB - XXV Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q10
Uma punição só pode ser admitida na medida em que abre chances no sentido de evitar um mal maior. Jeremy
Bentham Jeremy Bentham, em seu livro Princípios da Moral e da Legislação, afirma que há quatro casos em que
não se deve infligir uma punição. Assinale a opção que corresponde a um desses casos citados pelo autor na obra
em referência.
A) Quando a lei não é suficientemente clara na punição que estabelece.
B) Quando o prejuízo produzido pela punição for maior do que o prejuízo que se quer evitar.
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