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| ESCOLA TECNICA ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM NA SAUDE DA COLETIVIDADE LOGIN: SENHA: ALUNO(A TRA Satide Coletiva IDE ic dO yr fe SECT AcECAC COMNEATIA cc O° eisusine mse A expresso satide coletiva é uma invengio tipicamente brasileira que surgiu em fins da década de 1970, na perspectiva de constituir uma nova articulacao entre as diferentes instituigdes do campo da satide. Definigdo atual: compreende um conjunto complexo de saberes e praticas relacionadas ao campo da satide, envolvendo desde organizacdes que prestam assisténcia a satide da populacao até institui- Ges de ensino, pesquisa e organizacées da sociedade civil. Compreende praticas, técnicas cientificas, culturais, ideolégicas, politicas e econér Enfermagem em satde Coletiva: £ 0 ramo da enfermagem que est direcionado a saberes e prati- cas aplicados em pro da coletividade. Era Pré SUS: entenda como foi o processo No inicio do século XX, 0 Rio de Janeiro possuia uma caracteristica que era sua beleza enquanto capi- tal federal. O Rio de Janeiro estava com uma grande formacao de noves bairros e ruas, mas apesar disto, havia uma condensacao muito grande das novas relacdes econdmicas capitalistas. Como se ins- talava um surto de epidemias, talvez até mortiferas, comecam entao a ser discutidos em formas de de- bates no Rio de Janeiro os problemas de satide que comecavam a afetar a populacao. "Higienistas luta~ ram e foram os primeiros a discutirem no Rio sobre as condig6es de vida, propondo intervencées dras- ticas para restaurar 0 equilibrio do organismo urbano' Os Higienistas condenavam as condicées precd- rias existentes na cidade como, corpos enterrados nas igrejas, a mortos por todos os lados muito lixo amontoados, isto fazia com que a proliferacao de doencas aumentasse ainda mais. Rodrigues Alves assumiu a presidéncia da Republica no ano de 1906, tinha como um de seus pro- jetos principais atacar o mal que assombrava toda a capital, que era a febre amarela, a variola e a peste bubénica. A modernizacao do porto e remodelagem da cidade estava dentro deste projeto. Com grande responsabilidade em manter a cidade limpa, e longe de tantas doencas infecciosas, Alves (Ro- drigues Alves, presidente do Brasil de 15 de novembro de 1902 até 15 de novembro de 1906) nomeia Pereira Passos e 0 médico Osvaldo Cruz para se empenharem junto a ele nesta reforma sanitarista, Logo apés ser nomeado pelo presidente Rodrigues Alves, o médico responsdvel pelo saneamento, Os- valdo Cruz assume o cargo em 1903. 0 Rio de Janeiro perde a sua supremacia como exportador de café, e inicia em 1904 uma modernizacao capaz de dar a si mesmos ares de uma cidade luxuosa. A Avenida central fol toda remodelada, as casas retratavam o século XX. Francisco Pereira Passo exe- cutava planos de melhoramentos da prefeitura, e esta remodelagem dava a cidade uma sensago de pura higiene. Pereira Passos comecou entao a investir na cidade como nunca havia visto antes. Queria implantar formas de trabalho diferentes daquelas que havia existido antes. REVOLTA DA VACINA ‘ARevolta da Vacina, foi o movimento social e urbano que marcou a sociedade politicamente durante a Primeira Republica do Brasil. No dia 09 de Novembro de 1904, é publicado oficialmente o plano da vacinacao obrigatéria contra a Variola. A partir deste momento, se desencadeia um debate transpondo as dimens6es do legislativo. 0 governo tinha grande interesse nesta medida, era apoiado pela maio- ria no Congresso. Por outro lado, podemos dizer que existia uma minoria parlamentar constituida pela imprensa nao governamentista, e até mesmo a populacao do Rio de Janeiro que resistia a essa ideia da tal implantacao da vacina. O governo negava que a implantacao era inegavel e imprescindivel para a firmacao da satide publica no pais. A oposicao, com grande furor e totalmente enraivecidos, respon- diam ao governo que os métodos de aplicacao no caso da lei Brasileira, eram pouco confiaveis, e que 05 enfermeiros e os profissionais da satide agiam com grande brutalidade. Estes mesmos opositores alegaram ainda mais que se realmente o governo acreditasse nas qualida- des da vacina e também as suas necessidades ento, deixasse a cada consciéncia, a liberdade de deci- dir para a sua aplicagdo ou nao, e que cada um escolhesse a condicao que melhor Ihe conviesse. DECLARAGAO DE ALMA ATA O que é? A Declaragao de Alma-Ata foi formulada por ocasido da Conferéncia Internacional sobre Cuidados Pri- mirios de Satide, reunida em Alma-Ata, na Reptblica do Cazaquistao (ex-repuiblica socialista soviética), entre 6 e 12 de setembro de 1978, dirigindo-se a todos os governos, na busca da promosao de satide a todos os povos do mundo. Caracteristicas: A Declaragao de Alma-Ata se compée de 10 itens que enfatizam a Atengao Primaria a Sauide (Cuida- dos de Satide Primarios), salientando a necessidade de atencao especial aos paises em desenvolvimen- to, Exortando 0s governos, a OMS, a UNICEF e as demais entidades e organizacées, a declaracao defen- dea busca de uma solucao urgente para estabelecer a promocao de satide como uma das prioridades da nova ordem econémica internacional. Tem sido considerada como a primeira declaracao internacional que despertou e enfatizou a impor- tancia da atencao primaria em satide, desde entao defendida pela OMS como a chave para uma pro- mosao de satide de carater universal. Os primeiros itens da declara¢ao reafirmam a definicao de satide defendida pela OMS, como o“com- pleto bem-estar fisico, mental e social, e ndo simplesmente a auséncia de doenga ou enfermidade’, e a defendem como direito fundamental e como a principal meta social de todos os governos. A seguir a declaracao salienta a interferéncia da desigualdade social nas politicas de satide, ressaltan- do o papel que a lacuna entre os paises desenvolvidos e os paises em desenvolvimento representa. Exortando todos os paises a cooperacao, na busca pelo objetivo comum da satide, fator que contribul para a qualidade de vida e para a paz mundial, a declaracao defende tal cooperaco como direito e dever de todos, individual e coletivamente. Segue-se a reafirmacao da responsabilidade de todos os governos pela promocao de satide, ea re vindicagao da atengao primaria como fator de viabilidade para uma universalizacao dos cuidados, me- diante a abrangéncia e a melhoria social que possibilitam, integrando governo com todos os setores da sociedade, em prol da igualdade social. VIIl CONFERENCIA DE SAUDE ‘Asegunda metade da década de 80 viu surgir um Brasil diferente. Um pais com uma populacao des- temida, que ia as ruas reivindicar seus direitos e ocupar 0 espaco que ha 20 anos Ihe era negado. A dita- dura, desmoralizada, ainda mostrava a sua forca, mas jé nao tinha mais como frear o movimento pela redemocratizacao. Dentro desse quadro social e politico, um lugar de destaque era ocupado pelos militantes da satide ptiblica - com Sergio Arouca no centro do movimento, A forca de seus argumentos, de suas utopias e de sua vocacao de pensador (e realizador) levaram o presidente da Fiocruz a ser indicado, em meados de 1985, presidente da 8° Conferéncia Nacional de Satide (CNS) pelo ministro Carlos Sant’Anna. A frente da CNS, Arouca faria uma revolucao e criaria um marco histérico, um emblema de um momento em que o Brasil voltava a ser Brasil. (O que meses antes parecia mais uma das “loucuras" - é assim que 0s mortais comuns veem as ideias dos idealistas — de Arouca se tornara realidade: a CNS conseguia pela primeira vez em quase 45 anos de historia ser verdadeiramente popular. Sim, porque da primeira (em 1941) a sétima (em 1980), os deba- tes se restringiam as acGes governamentais, com a participacao exclusiva de deputados, senadores e autoridades do setor. A intencdo de Arouca era a de abrir mesmo, e assim ouvir as incontaveis expe- riéncias na area que existiam Brasil afora. Reunir brasileiros para saber e discutir como vivem esses bra- sileiros, quais as suas condigdes de satide, que melhorias almejam. Deixar de contara satide pelos nu- meros e passar a enxergar cidadaos. ACNS foi aberta numa segunda-feira, 17 de marco de 1986, pelo presidente José Sarney, que assumi- ra em definitivo depois da morte de Tancredo Neves. Em seu discurso, para uma plateia que lotara 0 Gi- nasio de Esportes de Brasilia, Sarney afirmou que a Conferéncia representava a“pré-Constituinte da Satide" Durante cinco dias, quase cinco mil pessoas, entre delegados e observadores, discutiram a satide em 98 grupos de trabalho. Trés macrotemas reuniram os grupos: satide como direito, Reformulacao do Si tema Nacional de Satide e Financiamento do setor. Um dos grandes momentos da Oitava foi o consenso obtido em torno da criacao do Sistema Unico Descentralizado de Satide (SUDS), que depois se transformaria no SUS. MOVIMENTO PELA REFORMA SANITARIA CO termo “Reforma Sanitaria’ foi usado pela primeira vez no pais em fungao da reforma sanitaria italia- na. A expressao ficou esquecida por um tempo até ser recuperada nos debates prévios a 8% Conferéncia Nacional de Satide, quando foi usada para se referir a0 conjunto de ideias que se tinha em relacao as mudangas e transformagées necessarias na drea da satide. Essas mudangas nao abarcavam apenas 0 sistema, mas todo o setor satide, introduzindo uma nova ideia na qual o resultado final era entendido como a melhoria das condigées de vida da populacao. No inicio das articulagées, o movimento pela reforma sanitaria nao tinha uma denominagao especifi- ca. Era um conjunto de pessoas com ideias comuns para o campo da satide. Em uma reunido na Orga- nizacao Pan-Americana da Satide (OPAS) em Brasilia, esse grupo de pessoas, entre os quais estava Sergio Arouca, foi chamado de forma pejorativa de “partido sanitario” A forma de olhar, pensar e refletir sobre o setor de satide nessa época era muito concentrada nas ciéncias biolégicas e na maneira como as doengas eram transmitidas. Hd uma primeira mudanca quando as teorias das ciéncias sociais comecam a ser incorporadas. Essas primeiras teorias, no entanto, estavam muito ligadas s correntes funcionalistas, que olhavam para a sociedade como um lugar que tendia a viver harmonicamente e precisava apenas aparar arestas entre diferentes interesses. A grande virada da abordagem da satide foi a entrada da teoria marxista, o materialismo dialético e o materialis- mo histérico, que mostra que a doenga esta socialmente determinada. 116 A partir dai, pode-se dizer que foi fundada uma teoria médico-social para andlise de como as coisas se processam no campo da satide no pais. CRIAGAO DO SUS Antes do advento do Sistema Unico de Satide (SUS), a atuacao do Ministério da Satide se resumia as atividades de promocao de satide e prevencao de doencas (por exemplo: vacinacao), realizadas em ca- rater universal, e a assisténcia médico-hospitalar para poucas doengas; servia aos indigentes, ou seja, a quem nao tinha acesso ao atendimento pelo Instituto Nacional de Assisténcia Médica da Previdéncia Social. © INANPS foi criado peloregime militar em 1974 pelo desmembramento do Instituto Nacional de Previdéncia Social (INPS), que hoje é 0 Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS); era uma autar- quiafiliada ao Ministério da Previdéncia e Assisténcia Social (hoje Ministério da Previdéncia Social), e tinha a finalidade de prestar atendimento médico aos que contribuiam com aprevidéncia social, ou seja, aos empregados de carteira assinada, O INAMPS dispunha de estabelecimentos préprios, mas a maior parte do atendimento era realizado pela iniciativa privada; os convénios estabeleciam a remuneracao por procedimento, consolidando a légica de cuidar da doenga e nao da satide. © movimento da Reforma Sanitaria nasceu no meio académico no inicio da década de 70 como forma de oposicao técnica e politica ao regime militar, sendo abracado por outros setores da sociedade e pelo partido de oposicao da época — 0 Movimento Democratico Brasileiro (MDB), atual Partido do Movimento Democratico Brasileiro (PMDB). Em meados da década de 70, com o fim do milagre econd- ‘0, ocorreu uma crise do financiamento da previdéncia social, com repercussées no INAMPS. Em 1979 0 general Joao Baptista Figueiredo assumiu a presidéncia com a promessa de abertura politica, e de fato a Comissao de Satide da Camara dos Deputados promoveu, no periodo de 9 a11 de outubro de 1979, 0 | Simpésio sobre Politica Nacional de Satide, que contou com participagao de muitos dos inte- grantes do movimento e chegou a conclusées altamente favordveis ao mesmo. Ao longo da década de 80 0 INAMPS passaria por sucessivas mudancas com universalizacao progressiva do atendimento, ja numa transigéo com o SUS. A 8° Conferéncia Nacional de Satide foi um marco na histéria do SUS por varios motivos. Foi aberta em 17 de marco de 1986 por José Sarney, o primeiro presidente civil apés a ditadura, e foi a primeira CNS a ser aberta a sociedade; além disso, foi importante na propagacao do movimento da Re- forma Sanitdria. A 8° CNS resultou na implantagao do Sistema Unificado e Descentralizado de Satide (SUDS), um convénio entre o INAMPS e os governos estaduais, mas o mais importante foi ter formado as bases para asecao "da Satide" da Constituicao brasileira de 5 de outubro de 1988. A Constituico de 1988 foi um marco na histéria da satide publica brasileira, ao definir a satide como "direito de todos e dever do estado’. Aimplantacao do SUS foi realizada de forma gradual: primeiro veio o SUDS; depois, a incorporacao do INAMPS ao Ministério da Satide (Decreto n° 99.060, de 7 de marco de 1990); e por fim a Lei Organica da Satide (Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990) fundou o SUS. Em poucos meses foi lancada a Lei n° 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao SUS uma de suas principais caracteristicas: 0 con- trole social, ou seja, a participagdo dos usuarios (populacdo) na gestao do servico. O INAMPS sé foi ex- tinto em 27 de julho de 1993 pela Lei n° 8.689. LEI ORGANICA DO SUS - 8080/90 yee) Dispde sobre as condi¢ées para a promocao, protecao e recuperacao da satide, a organizacao eo fun- cionamento dos servicos correspondentes. Regula em todo territério nacional, as ages e servicos de satide publica e privada. Define satide como: um direito fundamental do ser humano, devendo o estado prover as condicoes indispensaveis ao seu pleno exercicio. A iniciativa privada, pode participar do SUS de maneira COMPLEMENTAR. O dever do estado de garantir a satide consiste na formulacao execucao de politicas econémicas e sociais que visem a reducao de riscos de doencas e de outros agravos. Também é dever do estado o estabelecimento de condicdes que assegurem acesso universal e iguali- tario 8s agdes e aos servicos para a sua promocao, protecao e recuperacao. Sao fatores determinantes de satide: + Alimentagao; + Moradia; + Saneamento Basico; + Trabalho; + Renda; + Educagao; * Atividade fisica; + Transporte; + Lazer. Esta lei também define as regras para 0 funcionamento do SUS. O SUS pode ser definido como: 0 conjunto de agées e servicos de satide, prestados por drgaos e insti- tuigdes puiblicas federais, estaduais e municipais, da administracao direta e indireta e das fundacoes mantidas pelo Poder Publico. OBJETIVOS DO SUS + Aidentificagao e divulgacao dos fatores condicionantes e determinantes da sauid + A formulacao de politica de satide destinada a promover, nos campos econémico e social; + Aassisténcia as pessoas por intermédio de acdes de promogao, protecao e recuperacao da satide. AREAS DE ATUAGAO DO SUS Executar agées de: + Vigilancia sanitaria; + Vigilancia epidemiolégica; + Satide do trabalhador e assisténcia farmacéutica; + Assisténcia terapéutica; + Formular politicas de satide; + Ordenar a formacao de recursos humanes para satide; vt + Vigilancia nutricional e alimentar; + Protecao do meio ambiente (o controle ea fiscalizagao de servicos, produtos e substancias de interes- se para a satide, a fiscalizaco e a inspegao de alimentos, gua e bebidas para consumo humano); + Aparticipagao no controle e na fiscalizacao da producao, transporte, guarda e utilizacao de substan- cias e produtos psicoativos, toxicos e radioativos; a formulacdo e execucdo da politica de sangue e seus derivados. OBS: Lei Organica da Saiide - 8.080/90 e seu mais novo principio. A Lei 13.427 de 30 de marco de 2017, nao traz apenas uma acdo/servico - ela altera 0 artigo 7° da LOS 8.080/90 e inclui um NOVO PRINCIPIO, que garante as mulheres a organizacao de atendimento ptiblico especifico e especializado para mulheres e/ou vitimas de violéncia domesticas em geral. Esta Lei DEFINE VIGILANCIA EPIDEMIOLOGICA como: é um conjunto de acées que proporcio- nam o conhecimento, a deteccao ou prevencao de qualquer mudanca nos fatores determinantes e condicionantes de satide individual ou coletiva. Esta lei DEFINE SAUDE DO TRABALHADOR como: conjunto de atividades que se destina a pro- mogao e protesao da satide dos trabalhadores. O SUS corresponde um Sistema Unico de Satide, formado por varias Instituicdes das 3 esferas do go- verno: FEDERAL, ESTADUA, MUNICIPAL. ‘A Constituicéo Federal define em seu artigo 198 0 SUS como: um conjunto de acées e servicos inte- grantes de uma rede regionalizada e hierarquizada. PRINCIPIOS DO SUS B®) PRINCPIOS DO SUS Beuemam Oa Tso DNIVERSANIZAGAO sNSeyAMIoA ys (A SAGDE Elum|DIREITO (INTEGRAGAO DE ACOES) ieee ne TODAS AS! PESSOAS) te a OOPS =" : DESCENTRALIZACAO “ei neeilanl enone. Principios do SUS SEGUNDO A CONSTITUIGAO FEDERAL: Universalidade, Integralidade e Equidade. Diretrizes do SUS SEGUNDO A CONSTITUICAO FEDERAL: Descentralizacao (politico administrativa), Atendimento Integral e Participacao da Comunidade. Os princfpios do SUS ainda podem ser divididos em DOUTRINARIOS e ORGANIZACIONAIS. Principios Organizacionais - descentralizacao, regionalizacao, hierarquizacao, participacao da co- munidade. + Descentralizagao - entendida como uma redistribuicao das responsabilidades quanto as acdes e servicos de satide entre os trés niveis de governo ~ federal, estadual e municipal, estabelecendo-se a descentralizacao politico-administrativo, com a direcao unica em cada esfera de governo, com énfase na municipalizagao, na regionalizacao e hierarquizacao da rede de servicos de satide. + Regionalizagao - refere-se a forma de organizacao do sistema de satide com base territorial e po- pulacional, e visa uma adequada distribuicao de servicos para a promocao da equidade de acesso, oti- mizaco dos recursos ¢ racionalidade de gastos. * Hierarquizagao - preconiza-se a organizacao do sistema de satide por niveis de atengao de com- plexidade crescente com fluxos assistenciais estabelecidos entre os servicos de modo a garantir assis- téncia integral e resolutiva populacao. O acesso da populacao a rede deve iniciar-se pelo servico de atengao basica que necessita estar qualificada para tender e resolver os principais problemas de satide, encaminhando-se para outros niveis de atengao aos casos cuja resolugao necessita de servicos de maior complexidade tecnolégica. + Participagao e controle social - garante a participagdo da populacao, por meio de suas entida- des representativas, no processo de formulacao das politicas publicas de satide, do controle e de sua execucao. De acordo com a Lei 8.142/90 a participagao no SUS se da por meio das Conferéncias de Satide e dos Conselhos de Satide Os Conselhos de Satide representam instancias de participagdo popular de carter permanente e de- liberativo sobre os rumos das politicas publicas de satide nas trés esferas de governo (municipal, esta- dual e federal) e sao constituidos por representantes dos usuarios, dos trabalhadores e prestadores dos servicos. As Conferéncias Nacionais de Satide também sao instancias de participacao e controle social do SUS e devem acontecer a cada quatro anos com a representacao dos varios segmentos (usuarios, trabalha- dores e prestadores de servicos) para avaliar a situacao de satide e discutir as diretrizes e rumo da poli- tica de satide no pais. Também participam do controle social do SUS 0 Conselho Nacional de Secreta- rios de Satide (CONASS) e o Conselho Nacional de Secretarios Municipais de Satide (CONASEMS). Principios Doutrinarios - Universalidade, Integralidade, Igualdade. + Universalidade - assegura 0 acesso a toda a populacao aos servicos de satide, em todos os nivels de assisténcia, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espé + Equidade — preconiza que a disponibilidade de servicos de satide considere as diferencas entre os grupos populacionais e individuos, de modo a priorizar aqueles que apresentam maior necessidade em funcao de situacao de risco e das condig6es de vida e satide, defendendo-se um principio de justica social na busca de correcao das iniquidades sociais e em satide. + Integralidade - 6 compreendida ‘como um conjunto articulado e continuo de acées e servigos pre- ventivos e curativos, individuais e coletivos, exigido para cada caso, em todos os niveis de complexida- de do sistema’, Para tanto, preconiza-se a articulacao entre a prevencao, a promocao ea recuperag3o no cuidado a cada cidadao que utiliza os servicos do SUS, além das acées intersetoriais para 0 alcance de melhores niveis de satide individual e coletiva. RESPONSABILIDADES DOS GESTORES DA ESFERA FEDERAL + Formular e controlar a politica nacional de satide; + Orientar 0 conjunto de acées de promocao, protecdo e recuperacao da satide. RESPONSABILIDADES DOS GESTORES DA ESFERA ESTADUAL + Coordenar as agées de satide no estado; + Elaborar o plano estadual de satide; + Corrigir distorcées; + Controle e avaliacao; + Ac6es de apoios aos municipios. RESPONSABILIDADES DOS GESTORES DA ESFERA MUNICIPAL + Programar, executar e avaliar acdes de promocio, protecao e recuperacao da satide.. PARTICIPACAO DOS SERVICOS PRIVADOS DE ASSISTEMCIA A SAUDE NO SUS Os servicos privados de assisténcia a satide caracterizam-se pela atuacao, por iniciativa propria, de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas juridicas de direito privado na promocao, protecdo e recuperacao da satide. Aassisténcia a satide é livre a iativa privada. E permitida a participacao direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de capital estrangei- ro na assisténcia a satide nos seguintes casos: doacdes de organismos internacionais vinculados a Or- ganizacao das Nagées Unidas, pessoas juridicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar: hos- pitais gerais, hospitais filantropicos, acdes de pesquisa e planejamento familiar e servicos de satide mantidos sem finalidade lucrativa; demais casos previstos em legislago especifica, LEI 8142/90 Dispée sobre a participacdo da comunidade na gestao do Sistema Unico de Satide (SUS) e sobre as transferéncias intergovernamentais de recursos financeiros na area da satide e dé outras providencias. Instancias colegiadas que fazem parte do SUS: Conferéncia de Satide e Conselho de Satide. CONFERENCIA DE SAUDE - Se Retine a cada 04 anos (representacao dos varios segmentos so- ciais) com 0 objetivo de avaliar a condicao atual de satide e propor mudangas. CONSELHO DE SAUDE - carater deliberativo e permanente (composto por membros do governo, profissionais de satide e populacao) que atua na formulacao de politicas de satide. eT Te bey Satide BSI wa &S €9€2 mes £ rd Cesc} = 3 comosicjg a aaa PARITABIA ii Os membros do governo que participaram do conselho de satide serao de dois grupos: CONASS E CONASESMS. Os recursos do FNS serao distribuidos de acordo com: despesas de custeio e de capital do Ministério da Satide, seus drgaos e entidades, da administracao direta e indireta; investimentos previstos em lei orcamentaria, de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional; Investimentos previstos no Plano Quingtienal do Ministério da Satide; cobertura das aces e servicos de satide a serem implementados pelos Municipios, Estados e Distrito Federal. NOAS 01/2001 + Amplia as responsabilidades dos munic + Estabelece o processo de regionalizacao; + Cria mecanismos de fortalecimento da gestao do SUS; + Atualiza critérios de habilitacao/desabilitacao de estados e municipios. ios na atencdo basica; NOAS 01/2002 Preconiza: + Planejamento integrado; + Garantia de acesso; + Hierarquizacao dos servicos de satide; + Resolubilidade; + Racionalizacao dos recursos. Regiao de Satde Te ote Cee eC ete} Y * atengSo primaria; yw « atengéo priméria; * urgéncia e emergéncia; * urgéncia e emergéncia; ¥y * atengo psicossocial; i f + tengo ambulatorial = aot peices, especializada e hospitalar; € = Servigos especiais de acesso ¥ Vigildncia em saiide. aberto. Poderao ser instituidas Regides de Satide interestaduais, compostas por Municipios limitrofes. Para que uma regiao de satide possa ser constituida, ele deve apresentar no minimo: + Atengao Primaria; + Urgéncia e Emergent + Atencao Psicossocial; + Atencdo Ambulatorial Especializada e Hospitalar; + Vigilancia em sade. Os entes federativos definirdo os sequintes elementos em relacao as Regides de Satide: + Seus limites geograficos; + Populagao usuaria das agées e servicos; + Rol de agées e servigos que serao ofertados; + Respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala para conformagao dos servicos. Sao consideradas portas de entrada no SUS: Atengao Primaria; atencao de urgéncia e emergéncia; atengio psicossocial; especiais de acesso aberto. Os servicos de atencao hospitalar e os ambulatoriais especializados, entre outros de maior complexi- dade e densidade tecnolégica, serao referenciados pelas Portas de Entrada de que trata o art. 9°. O acesso universal e igualitario as ages e aos servicos de satide deve ser ordenado pela atencao pri- maria e deve ser fundado na avaliacao da gravidade do risco individual e coletivo e no critério cronolé- gico, observadas as especificidades previstas para pessoas com protecao especial ‘Ao usuario sera assegurada a continuidade do cuidado em sade, em todas as suas modalidades, nos servicos, hospitais e em outras unidades integrantes da rede de atencao. O processo de planejamento da satide sera ascendente e integrado, do nivel local até o federal. Conselho Nacional de Satide estabelecerd as diretrizes a serem observadas na elaboracao dos planos de satide, de acordo com as caracteristicas epidemiolégicas e da organizagao de servicos nos entes federativos e nas Regides de Saude. © Mapa da Satide sera utilizado na identificacao das necessidades de satide e orientard o planeja~ mento integrado dos entes federativos, contribuindo para o estabelecimento de metas de satide. A integralidade da assisténcia a satide se inicia e se completa na Rede de Atencao a Satide, mediante referenciamento do usuario na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas Comissées Inter- gestores. Relacdo Nacional de Acées e Servicos de Satide - RENASES compreende todas as acées e servicos que oSUS. O Ministério da Satide dispora sobre a RENASES em ambito nacional, observadas as diretrizes pactua- das pela CIT. A Relacao Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME compreende a selecao e a padronizagao de medicamentos indicados para atendimento de doengas ou de agravos no ambito do SUS. acesso universal e igualitario a assisténcia farmacéutica pressupée, cumulativamente: |- Estar 0 usuario assistido por agées e servigos de satide do SUS; I1- Ter 0 medicamento sido prescrito por profissional de satide, no exercicio regular de suas fungées no SUS; Ill - Estar a prescrig&o em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clinicos e Dire- trizes Terapéuticas ou com a relagao especifica complementar estadual, distrital ou mu- nicipal de medicamentos; IV - Ter a dispensagao ocorrida em unidades indicadas pela diregdo do SUS. As Comissées Intergestores pactuarao a organizacao e o funcionamento das ages e servicos de satide integrados em redes de atencdo a satide, sendo: 1- A CIT, no Ambito da Unido, vinculada ao Ministério da Satide para efeitos administrati- vos e operacionais; 123 I-A CIB, no ambito do Estado, vinculada a Secretaria Estadual de Satide para efeitos administrativos e operacionais; Ill- A Comissao Intergestores Regional - CIR, no ambito regional, vinculada a Secretaria Estadual de Satide para efeitos administrativos e operacionais, devendo observar as di- retrizes da CIB. Dimensées do Pacto pelaSaide =u PACTO EM DEFESA DO SUS rca porcenoniaiee ee PACTS, cairegenecarened| PELA VIDA amieo ‘das responsabiidades de | PACTO DE tices ea 9 rine GESTAO Scene sem Sree ‘Devas compornads essen a 5, PACTO PELA SAUDE/ 2006 E 0 conjunto de instrumentos que abrangem a repolitizacao do debate do SUS e a qualificagao do controle social - permitindo 0 seu acompanhamento através de metas e de responsabilidades claras. O pacto pela satide, tem o objetivo principal de organizar o funcionamento do SUS, em acordo com a constituicao e com a lei 8080/90. Dificuldades O pacto pela Satide, encontrou algumas dificuldades no SUS, sao elas: + Regras Ultrapassadas e contraditérias; + Meio extremamente burocratico par conselheiros e gestores; + Dificuldade do SUS em funcionar como um sistema integrado; + Dificuldade da comunidade de exercer a fiscalizagao. Pacto pela Satide Busca preservar os Principios norteadores e organizacionais do SUS previstos na CF e nas leis 8080/90 8142/90. O pacto pela satide contempla as trés dimensées que se relacionam * Pacto pela Vida; + Pacto em defesa do SUS; + Pacto de Gesto do SUS. Pacto pela Vida Foco: estabelecer prioridades a serem assumidas pelos gestores das trés esferas. Definidas nacional- mente. Objetivo: enfrentar os principais problemas de satide que incidem sobre o pais, 0s estados e os muni- cipios. Cada esfera deve eleger suas préprias prioridades, independente das prioridades nacionais. Olha para o contexto de satide, afm de definir prioridades para melhorar a satide da populacao. Esse pacto prima pelo modelo horizontalizado e ascendente de prioridades. 124 Prioridades - Pacto pela Vida Prioridades definidas no ano de 2008 segundo a portaria 325/GM + Satide do Idoso; + Cancer de colo de utero e de mama; + Mortalidade infantil e materna; + Doengas emergente e endemias; + Promosao da satide; + Atengao basica de sade; + Satide do trabalhador; + Satide mental; + Fortalecimento da resposta do sistema a pessoa com deficiéncia; + Atengo integral a pessoa com risco de violéncia; + Satide do homem. Pacto em Defesa do SUS Foco: promosao e efetivacao dos direitos a satide. Objetivo: reforcar 0 SUS como politica de Estado e néo como politica de governo. Defender os prin pios norteadores do SUS. Prioridades do Pacto em Defesa do SUS + Implementar um projeto permanente de mobilizacao social com a finalidade de: divulgar a satide como um direito de todos e dever do estado. Elaborar e divulgar cartas com 0s direitos dos usuarios do SUS. + Mobilizar a sociedade para que se tenha mais recursos para a satide Alcangar a curto prazo a regulamentacao da Emenda constitucional 29. Garantir, a longo prazo, aumentar os recursos orcamentarios e financeiros para a satide. + Aprovar orgamentos do SUS, composto pelas trés esferas do governo. Pacto de Gestao do SUS Definiu melhor a responsabilidade de cada esfera do governo. Deixando claro, além das responsabilidades o proceso de monitoramento e avaliacao dos gestores. Propée a descentralizacao de atribuicées do Ministério da Satide para os estados e municipios. Reforca a territorializacao da satide, estruturando as regides sanitaria se instituindo colegiados de gestao regional. Ressalta a importancia da participacao social no controle do SUS. As prioridades do Pacto de Gestao do SUS incluem: + Definir a responsabilidade sanitaria de cada instancia gestora do SUS; + Estabelecer as diretrizes para a gestdo do SUS no que diz respeito a: - Regionalizacao; - Financiamento; - Programa pactuado integrado; Participacao e controle social; Planejamento e gestdo do trabalho e educacao em satide. ‘Temas que constituem o Pacto de Gestdo do SUS: + Atengao Basica; + ESF; + Assisténcia Farmacéutica; + Vigilancia Sanitaria; + Regionalizacao. SISREG - Sistema Nacional de Regulacao Sistema de Regulacio OSISREG 3.4, Sistema on-line desenvolvido pelo DATASUS - Departamento de Informatica do SUS/MS, passou a integrar com o Cartao Nacional de Satide, através de um servico que faz parte do projeto Barramento SOA-SUS. Esta integracao visa agilizar e garantir qualidade ao processo de regula- ¢4o nacional, dando assim uma maior credibilidade aos dados dos pacientes atendidos. O sistema funciona com navegadores (Internet Explorer, Mozila Firefox, etc.) instalados em computa- dores conectados a internet. Esse software é disponibilizado pelo Ministério da Satide para o gerencia- mento de todo Complexo Regulatério, indo da rede basica a internagao hospitalar, visando & humani- zacao dos servicos, maior controle do fluxo e a otimizacao na utilizacao dos recursos, além de integrar a regulacao com as Areas de avaliacao, controle e auditoria E também disponibilizado um espaco on-line denominado ambiente de treinamento para que gesto- res estaduais, municipais, profissionais de satide e profissionais de informatica para que naveguem e conhecam o escopo de funcionalidades que permite compor uma central de regulacdo de manelra rapida e pratica. Para ter acesso ao sistema é necessario ter realizado 0 treinamento e encaminhar um oficio para CGRA - Coordenacao Geral de Regulacao e Avaliacao, solicitando acesso. Atualmente o sistema atua em 1600 municipios em todo o Brasil com 204 CENTRAIS DE REGULACAO AMBULATORIAL e 19 CENTRAIS DE REGULACAO HOSPITALAR. Historia natural da doenga € a denominagao dada ao conjunto de processos interativos que engloba as inter-relacdes do agente, do suscetivel e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as pi meiras forcas que designam o estimulo patolégico no meio ambiente, ou em qualquer outro lugar, pas- sando pela resposta do homem ao estimulo, até as alteracdes que levam a um defeito, invalidez, recu- peracdo ou morte. PERIODO DE PRE-PATOGENESE O primeiro periodo da histéria natural: é a propria evolugao das inter-relacées dindmicas, que envol- vem, de um lado, os condicionantes sociais e ambientais e, do outro, os fatores préprios do suscetivel, até que se chegue a uma configuracao favorvel a instalacao da doenca. Envolve, como ja foi citado antes, as inter-relacdes entre os agentes etiolégicos da doenga, o suscetivel e outros fatores ambientais que estimulam o desenvolvimento da enfermidade e as condicées sécio-econémico-culturais que per- mitem a existéncia desses fatores. PERIODO DE PATOGENESE Ahistéria natural da doenga tem seguimento com a sua fundacao e evolugao no homem. £ 0 periodo da patogénese. Este periodo se inicia com as primeiras aces que os agentes patogénicos desempe- nham sobre o ser afetado. Seguem-se as reacdes bioquimicas em nivel celular, prosseguindo com as perturbagées na forma e na funcdo, evoluindo para defeitos permanentes, cronicidade, morte ou cura. Prevencao 6 0 conjunto de medidas que visam evitar a doenca na coletividade, utilizando medidas que acabem com a patologia, ou a minimizem na populacao. i Tipos de Prevencao Primaria - quaisquer atos destinados a diminuir a incidéncia de uma doenga numa populagao, redu- Zindo o risco de surgimento de casos novos; Séo exemplos a vacinacdo, o tratamento da agua para con- sumo humano, de medidas de desinfeccao e desinfestacao ou de aces para prevenir a infeccao por HIV, e outras acdes de educacao e satide ou distribuicao gratuita de preservativos, ou de seringas des- cartavels aos toxicémanos. Secundaria - quaisquer atos destinados a diminuir a prevaléncia de uma doenca numa populacao re- duzindo sua evolucao e duracao; um exemplo € 0 rastreio do cancro do colo uterino, causado pela transmissao sexual do HPV. A prevencao secundaria consiste em um diagnéstico precoce e tratamento imediato. Terciaria - quaisquer atos destinados a diminuir a prevaléncia das incapacidades crénicas numa po- pulacao, reduzindo ao minimo as deficiéncias funcionais consecutivas 4 doenca. Como exemplo, po- dem-se citar acdes de formagao a nivel de escolas ou locais de trabalho que visem anular atitudes fobi- cas em rela¢do a um individuo infectado pelo HIV. Outro exemplo, a nivel da satide ocupacional seria a reintegragao daquele trabalhador na empresa, caso nao pudesse continuar a exercer, por razées médi- cas, o mesmo tipo de atividades. Quaternaria - de acordo com 0 dicionario da WONCA3 ¢ a deteccao de individuos em risco de inter- venc6es, diagnésticas e/ou terapéuticas, excessivas para protegé-los de novas intervencées médicas inapropriadas e sugerir-Ihes alternativas eticamente aceitéveis. A prevencao de doencas compreende trés categorias: manutencao de baixo risco, redugao de risco e deteccao precoce. a) Manutengao de baixo risco tem por objetivo assegurar que as pessoas de baixo risco para proble- mas de satide permanecam com essa condicao e encontrem meios de evitar doencas. bb) Reddo de risco foca nas caracteristicas que implicam risco de moderado a alt, entre os individuos ou segmentos da populacao, e busca maneiras de controlar ou diminuir a prevaléncia da doenga. c) Deteccao precoce visa estimular a conscientizacao dos sinais precoces de problemas de satide - tanto entre usuarios leigos como em profissionais ~ e rastrear pessoas sob risco de modo a detectar um problema de satide em sua fase inicial, se essa identificagdo precoce traz mais beneficios que prejuizos 20s individuos. Ela baseia-se na premissa de que algumas doencas tém maiores chances de cura, sobre- vida e/ou qualidade de vida do individuo quando diagnosticadas o mais cedo possivel. Alguns tipos de cancer, as doengas cardiovasculares, o diabetes e a osteoporose sao alguns exemplos. Medidas Preventivas + Medidas Inespecificas — sao medidas gerais, com 0 objetivo de promover o bem-estar das pes- soas. + Medidas Especificas — s4o medidas restritas, incluem as técnicas proprias para lidar com cada dano em particular. Niveis de Prevengao 4. Promogo a Satide — aces destinadas para manter o bem-estar, sem visar nenhuma doenca. 2. Protecdes Especificas - inclui medidas para impedir o aparecimento de uma determinada doenga 3. Diagnéstico e Tratamento precoce - identificar 0 processo patolégico no seu inicio, antes do aparecimento dos sintomas. 4. Limitagao do dano - consiste em identificar a doenca e limitar a extensao das respectivas les6es e retardar o aparecimento das complicacées. 5. Reabilitagao — desenvolver o potencial do organismo apés a doenga e contribuir para que o indi- viduo leve uma vida util e produtiva, reintegrando a pessoa a familia, trabalho e sociedade. Medidas em sade Coletiva + Medidas Universais - séo recomendacées para todas as pessoas, sa0 aplicadas com ou sem assis- téncia profissional. + Medidas Seletivas — recomendadas somente para subgrupos da populacéo, que estao em alto risco de adoecer, identificadas por: sexo, idade, ocupacao, ou outra caracteristica marcante. + Medidas Individualizadas — aplicadas a um individuo que est em alto risco para o desenvolvi- mento futuro da doenca. Epidemiologia Ramo da medicina que estuda os diferentes fatores que intervém na difusdo e propagacao de doen- ¢as, sua frequéncia, seu modo de distribuicao, sua evolugao ea colocagao dos meios necessarios a sua prevencao. Indicadores de Saude + Morbidade: é a taxa de portadores de determinada doenca em relacao 4 populacao total estudada, em determinado local e em determinado momento. + Mortalidade: Varidvel caracteristica das comunidades de seres vivos, refere-se ao conjunto dos indi- viduos que morreram num dado intervalo de tempo. * Letalidade: Entende-se como 0 maior ou menor poder que uma doenca tem de provocar a morte das pessoas. * Incidéncia - a incidéncia de uma doenca ¢ estritamente representada pelo ntimero de novos casos surgidos a cada ano na populacao. * Prevaléncia - refere-se ao numero de casos clinicos ou de portadores existentes em um determina- do momento, em uma comunidade dando uma ideia estatistica da ocorréncia de um fenémeno. * Surto - é a ocorréncia epidémica em lugares estritamente limitados, como: escola, quartel, aparta- mento etc + Endemia — casos esperados de uma doenca em um determinado ano, doenga localizada em um de- terminado local, nao se espalha para outros continentes. + Epidemia — quando uma determinada doenga ultrapassa 0 ntimero de casos esperados para aquele ano, quando a doenga é caracterizada apenas por uma parte da populacao e é temporario. + Pandemia — é uma epidemia que atinge grandes proporgées, como paises e continentes. Vigilancia Epidemiolégica Aidentificacao de uma grande variagao - para mais ou para menos ~ no ntimero de casos ocortidos de determinada doenca, em um curto periodo de tempo, como no caso de surtos de doencas transmi- as por alimentos, pode ser identificada rapidamente. Quase sempre, as mudancas na incidéncia das doengas nao sao suficientemente nitidas para serem percebidas, sem um acompanhamento continuo de seu comportamento. Avigilancia epidemiolégica tem a finalidade de conhecer a ocorréncia de doengas e outros agravos considerados prioritarios, seus fatores de risco e suas tendéncias, além de planejar, executar e avaliar medidas de prevengio e de controle. Notificagao compulséria E um registro que obriga e universaliza as notificacdes, visando o rapido controle de eventos que requerem pronta interven¢ao. Para a construir o Sistema de Doengas de Notificagao Compulséria (SDNC), cria-se uma Lista de Doengas de No’ icagao Compulséria (LDNC), cujas doencas séo selecionadas através, de determinados critérios como: magnitude, potencial de disseminagao, transcedéncia, vulnerabilida- de, disponibilidade de medidas de controle, compromisso internacional com programas de erradica- ao, etc. Devido as alteracées no perfil epidemiolégico, a implementagao de outras técnicas para o monitora- mento de doencas, o conhecimento de novas doencas ou a reemergéncia de outras, tem a necessidade de constantes revisGes periédicas na LDNC no sentido de manté-la atualizada. A notificagao compulséria ¢ obrigatéria para os médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e outros profissionais de satide ou responsdvels pelos servicos puiblicos e privados de satide, que pres- tam assisténcia ao paciente. Doenga de Notificagao Compulséria Uma doenga de notificagao obrigatoria ou doenga de notificagao compulséria é qualquer doenga que a lei exija que seja comunicada as autoridades de satide publica. Os dados permitem as autoridades monitorizar a doenca e permitem antever possiveis surtos. No caso de doencas entre o gado, a notificacao obrigatéria pode também ser acompanhada pela obriga- a0 do abate dos animais infetados. A Organizacao Mundial de Satide, através das International Health Regulations, exige que algumas doencas sejam comunicadas & organizaco de modo a poder cumprir o seu papel de vigilancia e aconselhamento global. As notificagdes compulsérias sao divididas em trés espécies: * Notificagdo compulséria imediata (NCI), cujo prazo é de 24 horas; + Notificagao compulséria semanal (NCS), que tem 7 dias de prazo; + Notificagao compulséria negativa (NCN), comunicacao semanal que informara que nao foi identificada nenhuma ocorréncia, durante a semana ta de Notificacao Compulséria - LNC PORTARIA. No - 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016 Define a Lista Nacional de Notificagéo Compulséria de doencas, agravos e eventos de satide publica nos servicos de satide piblicos e privados em todo o territério nacional, nos termos do anexo, e da outras providéncias. 129 Informagao adicional: Notificacao imediata ou semanal seguiré o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestdo do SUS estabelecido pela SVS/MS; Legenda: MS (Ministério da Satide), SES (Secretaria Estadual de Saude) ou SMS (Secretaria Municipal de Satide) A notificacao imediata no Distrito Federal ¢ equivalente a SMS. LISTA NACIONAL DE NOTIFICAGAO COMPULSORIA DE DOENGAS, AGRAVOS E EVENTOS DE SAUDE PU- BLICA Lista Nacional de Notificacao Compulséria de doencas, agravos e eventos de satide publica Percciedade de notficacio We DOENCA OU AGRAVO (Orem aifabética) Imeciata (até 24 horas) para” ws | ses | sus 2. Acidente de rabetho com exposiodo a material biclgico x .Acidente de trabalho: grave. fatal @ em criancas e adclescertes ‘Acidente por animal pegonhento ‘Acicente por animal potencialmentetransmisscr da raiva Botulieme x_ |x Caters x |x Coqueluche x 8. Dengue ~ Cases x |b. Dengue = Obitos x |x itera x |x 9 | Dena de Chagas Agude x |b. Doenca de Chagas Crénice x 10) Doenes de Creutzfeat-Jakob (OCI) x 11]. Doenge invasive por"Heemophits Inflenza” . Doence Meningooéeiee e cures meningites 12| Doengas com suspeita de csseminagio intencional o, Antraz preumérioob, Tusremise. Variola x 131 Doeneas febris hemorrdgicas emerpentesireemergentes: a. Arenavinsb. Ebolac. Marburgé. Lessee. | Febve purpércs brasiers ‘2. Doenea aguda pelo virus Zksl x 14 b. Doence eguda pelo vinisZika em gestante ©. Obito com suspeita de doence pelo vinus Zs x [xx 15| Eaquistossomose x Evento de Sade Piblica (ESP) que se consitue ameace & saide piblica (ver defiricdo no art 2 desta portsria) 17| Eventos adversos graves ou dbitos pés vacinacdo 18] Fete Amore 3 Fabre de Chikungunya x 19. Febre de Chitungunya em eas sem vansrisso € Obto com suspeta de Febre de Chitungunya Febre do Nio Oodental e ouras artovroses de impartncia em saide pibica Febre Maculosa« ovras Fiquesoses Fabre Tie Hanseniase x Hrtavrose x 25) Hepattes vrais 29 RDS tec pee Vins de troodeooct Hara ou Sue a inode Semanal | | >| >| | > x |x| x] > x |x| x] > 10 x x x x x x ><) x] ><) >] x) x) x) x) >< | >) ><) >) > 2/3] 8/273) x x 27|Infecglo pelo HIV em gestante, partuiente ou puérpera e Crianca exposta ao rico de transiiss30 x | vec 6 HV 28) infecrdo peo Vius da Imanodeoiina Hurana (NV) x 22] nfuenza hurana produida por novo subtpo vial x |x] x | lioxeario Exige (par sbstnsas quinine, slando ation, gases Wxos mee | pesados) | 3%] Leishmaniose Tegumentar Amaricana 22 Leishmariose Visceral x | 33|Leptespeose x | 2 Maia na reife amazes x |b. Malia na regio exraAmazinica x [x] x 35| Obie. Ifans. Matemo x [38 Poti px pofoveussehvagem x [x [x [37|Peste x [x] x 38] Raivahurana x [x] x 56] Sire da bola Conga x [xx 40 Doengas Exantematas.a, Sarampsb. Rubéola x [x] x ai Sates tapas Cogtiae Engoooe z | 42) Sindeome da Parasia Fidcida Aguda x x |x | 43] Sindrome Respiratéia Aguda Grave associada a Corenavirusa, SARS-CoVb, MERS- CoV x |x] x 1) Tétano.. Acidertl, Neonatal x |45|Toxplsresegetaserale conginia x 16) Tubercuiose x 47 | Variena = caso grave interado ou to cele | | 3 Violncia doméstica elou outras viléncias| x [lca somal tera de iio % Legenda: MS (Ministério da Satide), SES (Secretaria Estadual de Satide) ou SMS (Secretaria Municipal de Satide) Informacao adicional: Notificagao imediata ou semanal seguird o flux de compartilhamento entre as esferas de gestao do SUS estabelecido pela SVS/MS; A notificagao imediata no Distrito Federal é equivalente a SMS. SINAN 0 Sistema de Informagao de Agravos de Notificagées (SINAN) é um sistema informatizado de base de dados, gerenciado pelo Ministério da Satide, e alimentado, principalmente, pela notificacao @ investigagao de casos de doencas e agravos que constam na lista nacional de doengas de notificagdo compulséria (Portaria GM/MS N° 104, DE 25 DE JANEIRO DE 2011). Este sistema de notificacao informatizado tem por objetivo a formulacao e avaliacao dos planos, pro- gramas e politicas de satide para subsidiar a tomada de decisdes nas esferas politicas, contribuindo para a melhoria da situagao de satide da populacao brasileira. O SINAN pode ser operacionalizado no nivel administrativo mais periférico, ou seja, nas unidades de satide, seguindo a orientacao de descentralizacao do SUS. Na figura uma ficha modelo de notificacéo

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