Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS - ICS


DISCIPLINA: Antropologia
PROFESSORA: Silvia Martins
ALUNA OU EQUIPE:

Título: O que é isso que chamamos Autor: Roberto Cardoso de Oliveira


antropologia?
Tradição
FORMAÇÃO HISTÓRICA DA INFLUÊNCIAS Pensamento ocidental
DISCIPLINA Rupturas
Modalidades cognitivas
Antinomia Temporal

PARADIGMA SINCRONIA/DIACRONIA >Intelectualista/sincronia


EMPIRISTA/INTELECTUALISTA >Intelectualista/diacronia

>Empirista/ sincronia
>Empirista/diacronia

-Intelectualista-(racionalista)-sincronia-tempo-
história-negação
-intelectualista(racionalista)-diacronía-tempo-
história-afirmação

-empirista-diacronia-tempo-história--afirmação
-empirista-sincronia-tempo-história-negação

>Sincronia=presente neutralização da história


>Diacronia =passado- consideração da história
Intelectualista/sincronia
“[...] o paradigma “racionalista”,
ilustrando-o com o fato ou a evidência
Autores: Mauss, Lévi Strauss
histórica da “Escola francesa de
sociologia (de onde se originou a “Escola francesa de sociologia
vertente a vertente racionalista da
antropologia social,de Mauss a Lévi
Strauss)[...], p.228

empirista/sincronia: “[...] impõe-se o paradigma estrutural


funcional exemplificado pela “Escola Autores: RIvers, Radcliffe Brown
britânica de antropologia social”(com
“Escola britânica de antropologia social”
destaque a W.H.R. Rivers e Radcliffe-
Brown)[..]” p.228
Empirista/diacronia: “[...] Evidenciou-se o paradigma
culturalista, surgido no interior da Autores: Franz Boas
“Escola Histórico-cultural Norte
“Escola Histórico-cultural Norte América”
América”, liderada por Boas;[...] p.228

Intelectualista/diacronia:
“[..] o paradigma hermenêutico, como
um desenvolvimento tardio de uma
antropologia interpretativa, observada
em algumas universidades norte- antropologia interpretativa
americanas. [..] técnica estruturalista
[...]dimensão histórica de cada
domínio, interpretando de um a um
ses respectivos significados [...]”228
A ANTROPOLOGIA EM SUA Etnologia “Na história da Antropologia no Brasil é impossível
PARTICULARIDADE Definida em função do seu objeto deixarmos de nos defrontar com uma evidência: de que
NACIONAL ( indios negros e brancos)
a disciplina — conhecida em seus primordios
Grupos étnicos minoritários
favelados urbanos brasileiros habitualmente por Etnologia — sempre
pequenos produtores rurais primou por definir-se em função de seu
Divisão social do trabalho
objeto, concretamente definido como índios,
negros ou brancos, estes últimos vistos
enquanto grupos étnicos minoritários, ou
segmentos desprivilegiados da sociedade na-
cional, sejam, por exemplo, os favelados
urbanos, sejam ainda pequenos produtoresi
rurais, como bem ilustram os caipiras de São
Paulo ou os caiçaras do nordeste. Isso significa
que o que se poderia chamar de modo de
conhecimento — que deveria marcar a natureza do
saber antropológico — ficou historicamente
subordinado à natureza dos objetos reais (quer
seja o índio, o negro ou o branco) com
fõ3"o's"õs "equívocos que posições deste teor
geram no desenvolvimento da disciplina. E, em
razão dessa mesma preponderância do objeto real
sobre objetos teoricamente construídos, surgiram
duas tradições no campo da Antropologia
Brasileira, ordenando a divisão de trabalho,
seja na academia, seja nas atividades
profissionais não universitárias”p.229/230

PERÍODO HEROICO década 20 a década de 30 “Gostaria ainda de acrescentar uma palavra a mais sobre
o componente “heróico” desse período: devo dizer que
não se trata apenas de uma visão de um etnólogo
meio século depois; trata-se, ao contrário, de uma
noção, que eu diria “nativa”, produzida, talvez, pelo
clima de heroísmo que costuma gerar atividades
algo insólitas, como na época era a “pesquisa de
campo”, e que tão bem soube refletir a sensibilidade de
um Bastos de Ávila, quando em seu pequeno livro de
1932, “No Pacoval do Carimbé”, retrata
impressionado e num estilo romanceado a pesquisa
que a jovem Heloísa Alberto Torres havia feito na
ilha de Marajó. Mulher-antropóloga era en
tão por demais Inesperado, sobretudo, numa época
predisposta a ver no exotismo de uma profissão
emergente o caráter heróico de trabalhos
pioneiros”p.231

DUAS TRADIÇÕES Etnologia Indigena Principais representantes


(período heroico)
Antropologia da sociedade nacional >Etnologia indigena a
Curt Nimuendaju

>Antropologia da sociedade nacional


Gilberto Freyre

Conceitos eminentes Cultura

PERÌODO CARISMÁTICO final dos anos 40 e princípios dos 50 “Florestan Fernandes e Darcy Ribeiro são os
(final dos anos 40 e nomes com os quais eu gostaria de marcar esse
princípios dos 50)
período que chamo de “carismático”. São
figuras centrais que conseguiram reunir em
torno de si e de seus projetos científicos e
acadêmicos inúmeros jovens estudantes de
antropologia. Eu, que tive a sorte de conviver
com ambos e deles receber forte influência, sou
testemunha desse período que entendo ser de
transição para a consolidação, não
exclusivamente da disciplina no país, mas do
próprio “campo antropológico” que alcançaria
grande desenvolvimento no período
seguinte”p.232

Principais autores DARCY RIBEIRO Abordagem culturalista


cultural funcionalismo

FLORESTAN FERNANDES abordagem estruturalista


estrutural funcionalismo

Conceitos eminentes cultura Cultural funcionalismo


Estrutura
estrutural funcionalismo
Período Burocrático “Este último período, que chega até “É o período em que se rotiniza o carisma daquelas
o presente, tem seu lideranças e de outras similares, e em seu lugar
início na segunda metade dos anos 60 surgem novas formas de divisão do trabalho na
e coincide com a criação dos disciplina, imbuídas de uma preocupação de estabelecer
cursos de mestrado do país, já no organizações (os Programas de Pós-graduação) que
estilo do “Parecer Sucupira” desti "rácio analisassem" os projetos de formação avançada
nado à reformulação da Pós- em Antropologia, e onde a pesquisa passasse a ser
graduação e elaborado em meados condição imprescindível ao adestramento de
de qualquer antropólogo. É um período em que também as
1960 “p.232 cátedras são praticamente dissolvidas — como
conseqüência da Reforma Universitária —,
contribuindo para reforçar os departamentos (portanto,
coletividades) e diminuir o impacto das
personalidades carismáticas” p.232

Comentário: Para a compreensão da antropologia no Brasil o autor apresenta primeiro um panorama


geral,com as influências que recebe da tradição ocidental (européia e norte americana)e
que influenciam a sua formação no país. Essas influências podem ser sintetizadas no
paradigma (antinomia temporal) sincronía/ diacronía,empirismo/racionalismo. A cultura é
estudada a partir do presente ou em sua dimensão histórica, a partir da materialidade ou
das representações, ideias.
Depois o autor apresenta os períodos da antropologia no brasil, para enfim, explicar o
que vem a ser isto- a antropologia brasileira. tomada em suas particularidades o autor a
divide e, três períodos, heroico, carismático e burocrático.
Tratando resumidamente e, numa perspectiva, talvez, demasiada pessoal, os três
períodos podem ser sintetizados da seguinte forma:
Heroico, marcado pelo pioneirismo das primeiras produções da ciência no país,
denominada etnologia , marcadamente preocupada com as questões étnicas nos
territórios rural e urbano, empreende estudos sobre os povos indígenas e os demais
“principais” grupos étnicos brasileiros (indio, negro, branmco) em sua multiplicidade
para a elaboração e apreensão de uma identidade nacional.
O Carismático é marcado pela influência de figuras centrais, antropólogos influentes que
em torno de si e de suas produções agregam toda uma “cultura” nas produção do
conhecimento antropológico.
Terceiro, burocrático; marcado pela consolidação e institucionalização da disciplina nas
universidades. Implica ao meu ver, numa padronização e descentralização das
produções, antes centradas em figuras específicas, nem é marcado pelo carisma de uns
poucos, que em torno de juntam uma teia de produções, nem pelo heroísmo e
pioneirismo das primeiras aventuras
na produção de antropologia. Se caracteriza pela descentralização das produções, bem
como do campo e abordagem teóricas, multiplicidade de temas, abordagens,
especialidades , além do estabelecimento de preceitos básicos para a produção da
antropologia no brasil, uma normatização do fazer antropológico o autor fala em
“adestramento”).
Esses autores não são nem os pioneiros (primeiros) desbravando o novo e incerto
terreno da antropologia no brasil, nem as figuras que em torno de si centralizam uma
série de relações e produção do conhecimento, não que não desenvolvam antropologia e
que está não seja, sempre, conhecer um novo, mas que o fazem em condições
totalmente diferentes dos que os antecederam, mesmo que estes tenham sido essenciais
para pavimentar caminhos até o fazer antropológico como foi instituído no Brasil, como o
autor demonstra, ao afirmar a influência que o período” burocrático” recebe dos “.

Você também pode gostar