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\asowa 7 ‘Terga-feira, 8 de Dezembro de 2015 DIARIO DA REPUBLICA ORGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE ANGOLA Prego deste mimero - Kz: 2,680,00 Tada» carsspondencin, quer Ocal quer relaiva ® snincio © asinatns do eDiseio da Repiblicas, deve ser diigida & Imprensa [Nacional - EP, ea Lannda, Rus Henrique de Cidade Aa, Cain Postal 1306, ‘wovwimprensanscinal 2ova0 - End. teles cngeensy, Astute ses Carvaho a AL sce AD sae At série IMPRENSA NACIONAL— EP. ‘Rua Henrique de Carvalho n.°2 e-mail: imprensanacional@imprensanacional.gov.20 Caixa Postal N° 1306 CIRCULAR Excelentissimos Senhores, ‘Teanos ahonra de convidi-losavisitara pagina da internet ‘no sie www nnprensanacional.gow.a0, onde poderd online tet acesso, entre outras informagdes, aos sumarias dos conteidos do Didrio da Repiiblica nas trés series. Havendo necessidade de se evitarem os inconvenientes que resultam para os nossos servigos do facto de as respec- tivas assinaturas no Diario ca Repiblica nfo serem feites com a devida oportinidade, Para que no haja interrup¢80 no fomecimento do Didrio dda Repiblica aos estimados clientes, mos. honra de infor- Ind-los que até 15 de Dezembro de 2015 estarao abertas as respectivas assinaturas para o ano 2016, pelo que deverdo providenciar a regularizagio dos ses pagamentos junto dos nossos servos 1, Enquanto no for ajnstada a nova tabela de pregos a cobrar pelas assinaturas para o fornecimento do Didrio da Repiiblica para o ano de 2016, passam, a titulo provisério, a ser cobrados os pregos em vigor, actescidos do Imposto de Consumo de 2% (dois porcento): As 3 series Kez: 611 799,50 1 série Kz: 361 270,00 2 serie Kz: 189 150,00 3. série Kz 150111,00 2. Tao logo seja publicado o prego definitivo os assinan= tes tetdo 0 prazo de 45 (quarenta ¢ cinco) dias para liquidar 8 diferenca apurada, visando assegurar a continuidade do fornecimento durante o petiodo em referencia, 3. As assinaturas sero feitas apenas em regime anual ASSINATURA 1 prego de cada Tinka pblicada nos Daiat Ane Kz: 611 79850 Ke 36127000 Ke 18915000 Ke 15011100 ha Replica 16 2" sie € de K2: 75.00 e arn 1.32 sie Kz: 95.00, arscido do rexpetivo imposto do selo, depentendo a publicagao da sere de deposit prévioa efeemarnatesourria a Tngrensa Nacional -E.P 4. Aos pregos mencionados no n° 1 acrescer-se-é um valor adicional para postes de correio por via normal das tués séries, para todo 0 ano, no valor de Kz: 95.975,00, que podera softer eventuais alteragdes em flangao da flutuacao das taxas a praticar pela Empresa Nacional de Correios de Angola —E.P, no ano de 2016, 5. Os clientes que optarem pela recepsao dos Didvios da Repnblica através do comeio deverao indicar 0 seu endeseso completo, incluindo 8 Caixa Postal, a fim de se evitarem alrasos na sta entrega, devolugio ou extravio. Observasees: @) Bstes precos poderdo ser alterados se houver uma desvalorizag do da moeda nacional, numa proporcdo superior a base que determinou 0 seu cdleulo ou outros factores que afectem consideravelmente a nossa estratura ce custos; b) AS assinaturas que forem feitas depois de 15 de Dezembro de 2015 sofrerdo um acréscimo aos ‘precos em vigor de wna taxa correspondenie a 15% (quince porcento) SUMARIO Presidente da Republica Decreto resiencal n° 21418: Aprova 0 Plano Nacional Estrtésico da Administagto do Teter 2015-2025, Ministério dos Petréleos Decreto Executive n* 687/15 Excluia enpresaFoalcen Oil Holding AnglaS.A. do Grupo Fnpreiteiro do Contato de Pata de Produgfo do Bloco 15106 4130 DIARIO DA REPUBLICA. PRESIDENTE DA REPUBLICA Decreto Presidencial n.* 214/15 de deDezembro Em conformidade com o Decreto Legislative Presidencial ne 5/12, de 15 de Outubro, que aprova a Organizagao ¢ Funcionamento dos Orgaos Ausiliares do Presidente da Repitblica e considerando a necessidade de aprovagio do Plano Nacional Estratéaico da Administragao do Tetritorio (PLANEAT) para o periodo 2015-2025; ‘Tendo em conta o estabelecimento de uma ferramenta de execucio estrategica para o cumprimento das politicas, € estratégins do Governo para 0 Sector, ¢ integrar de forma cficaz e coordenada a actuagio dos diferentes Ministerios 20 nivel das administragoes locais, Havendonecessidade de se assegurar maior coordenaeao ¢ entrosamento entre o Governo, os cidadios, as empresas, as familias e as comunidades no compromisso assumido de fortalecer cada vez mais a Administra¢ao Publica, visando a melhoria dos servigos prestados e a prossecugao do inte~ resse publico; (O Presidente da Republica decreta, nos termes da alinen d) do artigo 120° e don. 3 doattigo 125-, ambos da Constiigao da Republica de Angola, o seauinte: ARTIGO 1 (aprevagioy Eaprovado o Plavo Nacional Extratégico da A dministrago do Teritério 2015-2025, anexo ao presente Decreto Presidencial ce que dele é parte integrate ARTIGO 2 (vidas ees) As diividas e omissoes resultantes da interpretagao € aplicagao do presente Diploma sao resolvidas pelo Presidente da Repiiblica ARTIGO 3° (Entrada ei vigor) presente Decreto Presidencial entra em vigor na data dda sua publicagao, Aprevindo em Conselho de Ministros, em Luanda, aos 23 de Setembro de 2015. Publique-se. Luanda, aos 28 de Outubro de 2015. 0 Presidente da Repiiblica, Jos Enuano pas Sanos, «Lin tio vastoe abrangente Programe neio pode ser exe= ccutalo sem se pensar também na reformer da administrag cio local. Essai reforma essentarcé nos principios da desconcen- trazdo e desceraralizagdo administrativas, consagrados na Lei Constitucional (Constituig 0) Oobjechvo global a prosseguir serd-a criagdo de uma Adninistragéio Local e de wn Poder local, que responcam, com eficécia e eficiéncia as necessidaces das comunidades locals ¢ ao desemohimento do Pals.» José Eduardo dos Santos Presidente da Reptiblica PLANO NACIONAL ESTRATEGICO DA, ADMINISTRACAO DO TERRITORIO — PLANEAT. 2015 - 2028 Sumario Executive Plano Nacional Bstratézico da Administragio do ‘Taritério (PLANEAT) resulta de um traballio de sistematiza- ‘G0, formula¢ao, aprofimdamento c integragao de orientagoes contidas num vasto conjunto de documentos com origens & ‘mb tos bastante dstintos, Foram considerados os prineipais documentos estratégicos zovemamentais, nomeadamente a Estratéaia «Angola 2025», 0 PND 2013-2017 e a leaislacao ‘em vigor relativa as Autarquias Locais © aos Oraios da Addministragio Local do Estado. Foram também analisadas ‘as grandes tendéncias internacionaisneste campo e também 0 contesto politico-administrativo e socioeconomico de Angota Este exercicio foi concretizado numa dptica de continuidade ‘com a anterior actagaio do Ministério da Administragaio do ‘Termtério (MAT) de forma a assegurar a coeréncia com a cestrategia que tem direccionado a actuagao do Ministerio. Assim, este Plano oferece uma visfo estratégica que reflecte ‘0s prineipios que pautar a actuagiio do Ministerio © que se ‘maerializa numa estrutura logica que enquadra um ambicioso conjunto de programas que visam alcancar os objectives estratégicos delineados para o periodo. O desenvolvimento estes projectos contemplou umminciosoe estado plano de implementagao que apoiara os actores da Administragao, do Tarritério na implementagae deste instrumento. Com base nestes documentos orientadores ¢ no enqua- ‘dramento realizado foi estabelecida a visio estratéaica para ‘9 Administracao do Territério que pautara a actuagio dos Ministerios a0 longo do horizonte temporal em que assent Este documento visa jaualmente contribuir deforma concreta para @ cabal materializacao dos objectivos ¢ atribuicoes ‘do Ministério da Administragio do Tervitério. Tal requer a cexisténcia de um plano de implementagao estruturado en objectivos, resultados, indicadores e actividades com prazos de execugao ¢ estimativas de custo definidas. Como tal, © PLANEAT 2015-2025 niio s6 define os objectivos a atingir ‘com esta estratézia mas tamipém o modo de a corporizar. O PLANEAT contempla programas ¢ projectos, devidamente calendarizados, em que sio identificados os responsiveis pela ‘execu e o$ resultados esperadas de cada inciativa, Deste modo, este documento € uma ferramenta ce apoio acco do MAT e demais scetores envolvidos na administragao do terri- tério eno desenvolvimento local, failitando a implementagao {das iniciativas nele emunciadas e a respectiva menitorizacio no seu quotidiano. Pelosmotivos aqui expostos, 0«Plano Nacional Estratégico {da Administracéo do Tervitério 2015-2025» permite, assim, prosseauir o esforgo de desenvolvimento e modemizagao da Administragio do Temitério, a nivel centrale local, contri- buindo para uma govemagao mais eficiente, mais proxima do eidadao e mais capaz de causar um impacto significativo no desenvolvimento de Angola O MAT ¢, tal como definido pelo seu estatuto orstinico, © departamento responsavel pela formulagio, coardena¢a0, ‘execugao ¢ avaliagao das politicas do Govemo no que con- ceme 4 Administragio Local do Estado, & Administragio I SERIE -N° 167 - DE 8 DE DEZEMBRO DE 2015 A131 Antrquica, a organiza¢toe gesto territorial, autocidades «© comunidades tradicionais, bem como ao apoio a realizagao de processos eletorais a nivel eral e local O MAT tem, portato, o papel fundamental de assexurar a coneretizacto do poder executivo em toda a extenséo do teritéri nacional intearar de forma eficaz € coordenada a actuagéo dos diferentes ministries aonivel das administracbes locais. Face a este cariz coordenativo do Ministerio, us assegurar que exista una planificagao clara de todas as acti- vidades a desenvolver que possibilite encretizarcabalmente as suas atribuigoes. Mais relevante ainda én defini das nas de orientagio do MAT no sentido de promover o seu papel na transposica0 das politicas do Governo ao nivel dos diferentes Ministerios para onivel local, refergando a capilaridade da Administraga0 Poblica ¢ garantindo que a autoridade governativa chega a todo o teritério angolano. Deste modo, o MAT devera assumir-se como a alavanca essencial para 0 cumprimento das politicas e estrategias do Executive e dos programas dos Ministérios que o integram € também como o garante do completo entrosamento entre © Govero e 0 Cidadlno no comprotnisso com a constiiga0 de uma methor Administragio Pablica ¢ de wm pais methor para os angolanos. com estes designios que surge 0 PLANEAT — Plano Nacional Estratégico da Administragae do Teritério para © 258, 1. Enquadramento O MAT tem um papel predominantemente organizatixo ‘que exige umnaconplexaintegragdo de politcas estratégias que se deverio manifestar amaliplas dimensces Por um ado, énecessirio direccionar através dos diferentes canis da administragdo local as orientagaes do Governo Central. Paralelamente, essa interacgao «verticab> deve ser coordenada transversalmente com os diversos ministerios cujaintervengao produz impactos anivel local. A conjusagao destes dois planosdistintosimplica uma gestio de uma terceira imensio, qual subjaz a variével «lemon, que se traduzna necessiade de estabelecerpriovidades de oma aatentar 0s constrangimentos impostos pela escassez demeios dsponiveis para coneretizar esta complesa actuagao, ‘Assim, € fundamental observar e considerar os inputs relevantes em cada umn destes planos ¢intearar a informagao das diversas fontes na elaboragio do PLANEAT, assegnrando uma estratégia sida, adequad a realidade do MAT e do seu contexto ¢ orientada para o faturo. ‘Neste sentido, numa abordagem top-down, foram prime! ramente consideradas as arandes orientapées e tendéncias a nivel internacional Tanto as onzanizages ou convengses das quais Angola € sianatatia, com um maior peso institucional, convo outs emtidades ¢ orzenismos eujo Anov-hovrrelevente na materia traduz opensamento de venguarda em assuntosrelacionades coma esfera de actuago do MAT. Importa também destacar as iniciativas eprogramas de cooperagiio cujo Ambito poder ser enquadravel nas alribuigdes do MAT, de forma a explorar oportunidadtes de financiamento extemo que exponenciem as actividades do Ministério. Pretende-se que cerea de 20% do orgamente total do PLANEAT seja financiado desta forma Seguidamente, da esfera intemacional foca-se especifica- ‘mente na realidade de Angola, Para tal importa compreender ‘0 contexto socioeconémico e geografico do pais. E’0 conhe- cimento aprofundado destes contextos que permite definir iniciativas pertinentes ¢ realisticas que estejam devidamente addequadas a0 cenario actual ‘Simultaneamente,¢ imperative que a estratéaia do MAT se ‘enquadrenaslinhas orientadoras de toda acgto do Goveno, {tanto no imediato, com reflexo no Orgamento do Estado, como ‘no meio ¢ longo prazos, patentes em documentos arientadores, ‘como o Plano Estratégico “Angola 2025» ¢ o PlanoNacional de Desenvolvimento 2013-2017. Finalmente, aprofunda a anzlise com enfoque especifico no MAT, deve-se considerar ‘quais sao as incumbéncias do Ministerio e 0 seu objectivo cslatutario mas, muito para além disso, compreender qual 0 verdadeiro potencial estratégico do MAT. B essa visti, contemplando as limitagdes que se colocam ao MAT no mediato, que sustenta a definigho dos objectivos estratéaicos do MAT eas vias pata os aleangar As diferentes dimensoes de actuagao do MAT integram- -se por via de um plano de aegao que aborda os desafios identificados nos tr8s niveis em anilise 1.1. A Administracao do Territério como Factor de Desenvolvimento LA.L.ANecessidade de uma Administrago do Territério Ac longo dos tempos, os principais drivers de crescimento {das cidades foram sempre a disponibilidade de trabalho e a cexisténcia de uma base de consumidores condensada, como siceden, por exemplo, durante a revolugao industrial. No ‘entanto, 0 crescimento urbano nao ocorreu, na maior parte dos casos, de forma sustentada, gerando problemas a nivel da, ‘gcslao urbana. O impacto negativo deste fenémeno resultou, também num aspecto mais preocupante para os governos Amacrocefalia da malhs wana, comum mesmo em paises ais desenvolvidos, cria fortes desequilibrios entre os meios 4132, DIARIO DA REPUBLICA Lurbanos ¢ rural e limita o ereseimento sustentével em ambes, resultando em problemas de varias naturezas — desemprego, criminalidade, poluigao, traneportes ¢ até alteragces climaticas. Recentemente comegou a reverterse esta tendéncia sobre- tudo em paises desenvolvidos, observando-se movimentos migratsrios do meio urbano para o meio rural. Contado, 0 desenvolvimento equilibrado do teritérioniiosicede de forma natural. O investimento. tal camo os movimentos migratsrios, tendea focar-senas dreas urbanas mais deseavolvidas, criando tum cielo vicioso que intensifica as disparciades entre regis. esta conjugagdo defactores que eonsubstancia a impor- tancia fundamental da dministragao do Teritsri. Tal levou, inclusivamente, a0 surgimento de um ramo das cieias sociais designado por Ciéncia Regional que visa analisar como 0 tecido urbano afecta 0 desenvolvimento dos paises erezives, compreender em que medida diferentes factores impactam, esse desenvolvimento, Como tal, a Administragio do Tesritirio, suportada por factos cientificos concretos, é essencial para assegurar 0 desenvolvimento equilibrado ¢ sustentével de um pats. Angola tem nitidamente uma estrutara econémica, social e urbana macrocéfala, estando ura elevada percentage da populagio e da actividade cconsmica concentradas em Luanda, Por contrast, vérias regides do Pais, sobretudo no interior, perderam populagio para as cidades e oferecem menos atrac- tivos para a fixagao de populages e para o desenvolvimento dda economia, Por isso a Administragao do Temritécio, por via do MAT e ddas administragdes loeais, desempenha um papel estratégico fundamental no desenvolvimento das regives periféricas e tno esbatimento das diserepancias entre regides, Secd a eficaz ‘coordenagao pela AT das politicas do Governo para as varias ‘reas com a actuacao dos responsaveis a nivel Local que per- iit, de facto, imp lementar as iniciativas desenhadas pelos ‘governantes ¢ aleangar 03 resultados desejados. 1.1.2. Metodologias para uma Administragao do ‘Territario Eficaz (© tema do desenvolvimento do territério nacional levanta a _questio da transposie8o para as unidades administrativas locais ‘das orientagoes do Governo Central. Ser, por isso, importante ‘definir planos anivel regional e local que explorem opotencial local. Isto implica pensar o desenvolvimento do territirio a partir dos recursos locais existentes e nao oliar apenas 20 investimento extemo ou a projeetos conecbidos centralmente. ‘Uma daspricridades da estrotézia actual de desenvolvimento regional e local é, portanto, o desenvolvimento de valéneias ‘emnterritérios eonforme as suas vantagens campetitivas, Este factor toma-se ainda mais premente face ao aetual cenério de grande ineerteza ¢ exigéneia. Assim, € necessério fomentar 4 inovagtio, o empreenclederism, a capacitaedo do capital Ihumano e a flexibilidade do tecidlo produtivo. Imperta ento, para além de realizar projectos industriais de grande dimensio, impulsionar projectos de dimensdo mais reduzida mas que permitam a transformagae progressiva do tecido econdmico regional e local, Imperta igualmente reforgar a ideia de que ‘er priortério olhar para os recursos endégenoe de cada regitio estabelecer estratéxias de desenvolvimento direccionadas para a promocae de complementaridades, diversificagao colaboragaes intertervitoriais, Defacto, a estratégia de desenvolvimento local pressupée ‘queas acgbes baseadas nas caracteristicas de cada localidade e regiao, que tratam de explorar eficientemente o seu potencial desenvolvimento, devern ser coordenadas com as politiens sectoriais e regionais definidas a nivel central, de forma a ‘acelerar a nuudanga estrutural da economia, Coloca-se entiio uma questao muito pertinente: «Como definir ou escolher as politicas para o desenvolvimento estratégico duma regiao®> Diversos modelos académicas procuram responder a esta| ‘questi. A sbordagem de Cocossis & colegas (em Vasquez Barquero, 1993: 228) apresenta um framework que evidencia ‘ factores critices para uma intervenao bem-sucedicla da administragao local ‘Neste modelo, 0 «Harchvare» do desenvolvimento loeal respeita a todas as infra-estruturas que servem de base aos processos de mudanga estrutural ¢ que sio indispensiveis para ofuncionamento do sistema produtivo (p.ex. transportes, conmunicages, hospitais, escalas). O «Seftweme» engloba os Factores imaterinis exvenciais para o crescimenta (dniow-ho%> teenoldaico ¢ inovador, capacidade empreendedora, ec.). © respeita a capacidade da organizacao responder ceficazmente aos seus desafios eompetitives e 0 «Finwaren ‘conceme aos meios financeiros necessirios a0 incentive do desenvolvimento de um territério, Por tiltima, 0 «Ecoware» consiste nos instrumentos que visam preservar os recursos naturais (a preocuparao ecolégiea tem adquirido cada vez mais relevincia no desenvolvimento local). I SERIE -N° 167 - DE 8 DE DEZEMBRO DE 2015 4133 (© recurso a cada uma destas ferramentas depende das especificidades de cada localidade ou regio, bem como dos, problemas ¢ desafios de cada territorio. 12. Enquadramento Geral Ainda que aAdministragéo do Territério.seja ums tema co foro interno do Pais, htconceitase orientabes definidas por ‘entidades e orgenizagées internacionais que imporiaconsideran Em alguns casos, Angola € signataria de coavengdes ou membro de organizagses deste tipo. Assim, importa efectuar uum levantamento dos principios e recomendagoes relacionadas ‘com Administragao do Territério e contemplar, na elaboragao, deum Plano de Acevio, aquelas que sto as grandes tendéncins intemacionais ¢ as linhas orientadoras de maior relevancia para a realidade Angolana, Esta observago iri adicionar valor visto estraléaica para pais, que incorporard uma visdo de futuro mais consentanea com as boas praticas dereferéncia e promoverd a convergéneia face aos paises mais desenvolvidos. 1.2.1. Politieas ¢ Tratados Tnternacionals 1.2.1.1. ONU: Objectivos do Milenio e Desenvolvimento Humano até 2015, (Os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) surgem da Declaragae do Milénio das Nagdes Unidas, adoptada pelos estados-nembros. Os ODM visam o combate a fome a miséria, garantir a educagao, satide e sustentabilidade ambiental para todos, comprometendo-se até 2015 a: 1. Erradicar a pobreza extrema e a fome, 2. Aleangar o ensino primério universal; 3. Promover a igualdade de género ¢ a autonomizagao da omuther: 4. Reduzir a mortalidade infantil, 5. Melhorar a saiide materna, 6. Combater o VIHISIDA, a malaria e outras doengas 7. Garant a sustentabilidade ambiental; 8. Criar uma parceria global para o desenvolvimento. A capacidade dos governos para cumprit 0s objectivos ropostos com esta declaragio esta directamente relacionada com a sua capacidade executiva que, a0 nivel local, recai directamente sob a Area de responsabilidade da Administragao do Tarritéri, (© Relaterio do Desenvolvimento Humano de 2013, publi- cado pelo PNUD, faz uma anélise profinda e fundamentada ‘com vista @ identificar as prineipais questoes, tendéncias € politicas de desenvolvimento, De entre as politicas identi- ficadas como necessérias para a manuteng#o de ritmos de crescimento acelerados nos paises em desenvolvimento, relatorio identifica especificamente aquelas com vista & promosiio da representagio e participagao, Neste capitulo, orelatério explica que com o aumento dos niveis de instrugdo € de acesso a informagao as populagoes ‘exigem participar mais activamentenos processes politicos ¢ tomam-se mais exigentes para com 03 responsaveis politicos. Amnaiorintervengtio pelas populagdes tern um efeitoregulador ‘que assegura uma maior defesa dos interesses das populagdes ‘eum desenvolvimento continuo e sustentado, Percentagem de pessoas que vivem com menes de 1,25 dolares (EUA) por dia ica sitearane Asia Meriional ‘Asia Mesiional (uel. {sla Oriental apenas china) (2 Latina ecaraivas Ais Osierta ee Nowe se Arica be 1900 ReeBesem Desens. Cl. RegiesemDesanvohinento ee ee) Taxa liquida de matricules ajustada ro ensino primario™ ee — ad a — Cucs:0¢ a, Motto —— on ———= spout ed 2000 aot ——— 380 None de Ate © artigo 219° da Constituigao Angola determina que ‘as autarquias locais tenham, entre outras, atribuigoes nos dominios da educago, side, enerains, suas, equipamente rural ¢ urbano, patriménio, cultura ¢ cigncia, transporte ¢ comunicagdes, tempos livres e desporto, habitagio, acgo protecgao civil, ambiente e saneamento bisico, defesa do ‘consumo, promogao do desenvolvimento ec onémicoe social ‘ordenamento do teritrio, poieia municipal € cooperagio descentralizada e geminagio, A organizagao das autarquias locais compreende uma assembleia dotada de poderes deliberativos, um érgto exe- cutive colegial e o Presidente da Autarquia, que encabesa a lista mais votada para a assembleia Efectivagao do principio constitucicnal fundamental dos regimes pluralistas, que atendem as liberda- es Locais; Estabelecimento do desenvolvimento Local sustentavel eequilibrado, Aproximagao da administragio local autarquica das populagdes; Consolidagao da democracia participativa: Resolugio dos assuntos locais de interesses comuns c expecificos; Garantia da autonomia de planeamento, financeira e administrativa as autarquias locais, Melhoria da qualidade de vida das populates. 4152, DIARIO DA REPUBLICA. ara concretizar este procesto com sucesso o Ministério da Administragio do Tearitério devera analisar os desafios obsticulos que um processo de implementagho das autarquias loeais pode apresentar ¢ dimensionar as oportumidades com vista a criar um munieipalismo de sucesso, implementado de acordo com a realidade geogrifiea, institucional € com 0 desenvolvimento de Angola. 1.4.3.2, As Novas Centratidades Deacordo como artigo 85.° da Constituisao daRepiiblica de Angola, a todos 0s cidados é garantido o diteito a habitagao, A criagio da Lei do Fomento Habitacional (Lei n? 3/07, de 3 de Setembro), assim como a Lei-Quadro do Urbanismo € da Habitagio sustentou a criagio das novas centralidades. As nnovas centralidades surgem pela necessidade de redugio do deficit habitacional, a necessiria descentralizagao, a criagao de condighes para o acesso a habitago a pregos sustentaveis, de aliviar a pressao demogrifiea em Luanda, A Centralidacle do Kilamba ¢ oretracto desta planificagio de centraidades. Considerado o maicr projecto hab tacional de Angola, Kilamiba é uma cidade criada deraiz.ecom nianeros, mpressionantes: teré 400 mil habitantes, 80.000 habitagBes, mais de 700 edificios, 20 creches, 15 escolas primarias € 50 quilémetros de estradas, A esta juntar-se-ao cerea dde 30 outras centralidades que irdo beneficiar tna populagao estimada de um milhao de pessoas, LS. Integragao das Diferentes Fontes no PLANEAT 2015-2025 As diferentes dimens&es analisadas neste enquadramento concorrem para a elaboragao de um documento abrangente © ainbicioso que, congregando a estratégia do Governo, as boas praticas e as tendéncias de futuro, serd a referéncia que ‘contribuiré para a definigao detodas as ncees da Administrago do Tarritério, ‘Naturalmente que, em relagao a alguns aspectos, importa ‘estabelecer uma relagdohiersequica que esclarega que arientago deve prevalecer entre duas vistes concorrentes, Por outro lado, algumas das tendéncias identificadas servem uma componente aspiracional, que deve desde jt estar presente numa perspectiva de evolugio continua do papel da Administragao do Tesvitério, Mesmo que nao sejam, por ‘enquanto, aplicaveis no contexto nacional, deverto ser con- sideradas numa optica dc longo prazo e da sua incorporagao ina em estratewias futuras FXEMPLOS E TENDENCIAS INTERNACIONAIS ANGOLA2025. ‘Gc SATIS DELON AND coNmiuioADe cow AESTRATEGA, I SERIE -N° 167 - DE 8 DE DEZEMBRO DE 2015 4153, De seguida apresenta-se o¢ principais documentos com impacto na elaboragao do PLANEAT ¢ o periodo até ao qual se ‘mantém vigentes ow 2. Diagnéstico da Situagao Actual Consideranelo 0 Ministerio da Administragdio de Territbrio como ainstinic 0 que concheiré aestrtigia paraa Administragdo do Territérioem Angola, importa caracterizar o seu ambiente interno e externo, néo s6 de uma perspectiva global mas também observando dbiathadamente os vérios drgéios que ‘compoem a sue estrutura orgénica Assim, em primeiro plano, foram analisados os diversos stakeholders da AT bem como asrelagdes que se estabelecem, entre os mesmios € 0 MAT. A pattir dos relacionamentos, identificados pode desde logo extrapolar-se o posicionamento que oMAT deverd assumir no seio desta rede de actores. Foram também analisadas as virins Direcgdes e Gabinetes que constituem os Servigos Executivos Centrais e Servigos de Apoio Técnico do Ministerio da Administragao do Territerio bem como os Institutos sob sua superintendéncia. Atavés da realizagao de entrevistas, analisando as disposigdes legis lativas sobre as atribuigdes de cada Grae © conhecendo as cequipas e os recursos que formam cada equipa de trabalho, foi possivel formar uma ideia clara das forcas, fraquezas, ameacas e oportunidades do MAT, sistematizadas numa matriz, estratégica SWOT. [Efectuou-se tambem uma andlise as condigdes logisticas 4 disposigao das varias direceoes, identificando os aspectos demaiorreleviincia ou com maicr impacto sobre a actividade doMAT, 2.1. Diagnéstico Global da Administracio do Territorio ‘Numa primeira abordagem, procurou identificar-se as principais debilidades que limitam a operacionalidade e 0 ddesempenho dos responsaveis da AT no sea todo etambean, por contro lado, quais as alavancas de desenvolvimento que poderio, contribuir significativamente para esse mesmo desempenho. @ @) 7030 Ct Paratal, foi elaborada uma matriz de relacionamentos que visa identificat os prineipais stakeholders da Administragao do Teritério, evidenciar qual o seu papel a luz do que sao os designios da AT erepresentar como as mesivas serelacionam centre si. Assim, a figura identifica quais os actores da AT, ou seja, aqueles que constituem ¢ executam efectivamente a Adininistragio doTerritério, situando-senumplano «interno», Domesmomodo, identifica quais os stakeholders a que a AT, de algum modo, se dirige e procura servir, situando-se estes jémum plano «extemo» a esta De outraperspectiva, dstingnem se que actores se relacienam de um modo mais estreito com 0 MAT — o principal agente da AT —com aqueles cujo papel inglui de um modo menos preponderante ou directona Administraglo do Teritério, Neste ‘grupo incluem-se, naturalmente, os Governos Provinciais, © as Achninistragdes Municipais bem como aqueles que ‘io, na pritica, os seus clientes — os cidadaos, Num plano 4184 DIARIO DA REPUBLICA. mais mediato, observa-se ainda como o MAT se relaciona, ou deveria relacionar, com 0 Executivo ¢ com os restantes, Ministérios, na vertente «interna» da AT, e com Empresas, Conmmicagdo Social, Organizagses Intemacionais, ONG's, Agéncias Sectoriais e Associagdes da Sociedade Civil na vertente wexterna». Combasenesta anise, verifica-se anecessidade estratéxica deo MAT fomentar uma cooperaao sistemtica e profimda com os actores primtérios no plano interno euma colaboragao frequente ¢ proficua com os actores secundatios nesse mestno plano interno. Esta acgao devera ser orientada, fundamental- mente, para o Cidadao, Sempre que possivel, e de um modo esiruturado, deverd ser estimulado o relacienamento com os actores secundirios no plano externo, nomeadamente através de parcerias ou comunicagoes periddicas ‘Com base nesta contextualizagao e atentando nas relagaes que esto, actualmente, estabelecidas entre o MAT e osrestantes, actores da AT, nio se encontram evidencias de uma gestao sistematica e padronizada desta rede derelacionamentos. Daqui resulta um conjunto de debilidades mas também de poten- cinlidades que interessa relevar do ponto de vista estraléaico. ‘Nese sentido, as debilidades mais relevantes que sobres- caem da andlise efectuada sao: Obsoleseéncia da infra-estrutnra informatica, tanto nivel de postos de trabalho como da rede © da infra-estrutura de suporte; Fraca da dinémica no processo de constitu das autar- ‘quia, nao havendo uma calendarizagao definids para a prossecugao desta iniciativa; Incapacidade financeira para angar reformas que abranjam todo o terttério no curte praze, dada a dimensio do territério, o grande mimero de tente ¢ a dispersao gcogrifica municipios ex das populagoes, Elevada rotatividade ou saida dos recursos mais qua- lificados, levando a escassez de recursos espe- cializados ¢ ao desaproveitamento da formacio ministrada aos Funcionérios; Esenssez de dados fidedianos sobre os recursos hume- nos da AT, o que acarreta custos sismificativos & limita a dinimica da gestao derecursoshumanes, Parca coordenagao intesectoral o que limita subst cialmente a operacionalidade do MAT, em particular com ministers actuantes en dreas semelhantes; Limitadn capacidade téeniea e instrumental de planea- mento egestao de quadros ao nivel local Inversamente, foram ignalmente identificados factores que poderio projectar a actuagio da AT no sen esforco de desenvolvimento do teritsrio, Essas alavancas s80: Renovagio de infia-estruturas em fase bastante avangada (nomeadamente a nova sede do MAT ou a exis- teacia de projectos paraas nova ina-estraturas autirquicas); Implementagao ¢ receptividade pela populagio as novas centralidades; Oferta formativa extensa ¢ abrangente por parte da ENAD, IFAL ¢ INFORFIP, Disponibilidade de novos meios tecnologicos de infor- ‘magdo € comuicagdo que permitem a troca de informagao independentemente do nimero on distincia dos municipios; Concretizagiio do Censo a populagto e disponibilidade de informagao extensae detathada sobrea mesma; Projectos de reorganizagio e modemizagio adminis- trativa em cursono MAT € nos érgios locais, 2.2, Administracio Local do Estado A Direcgao Nacional da Administragao Local do Estado (DNAL) € 0 servigo que tem sob sua responsabilidade a exe- ‘cugio das medidas e tarefas relacionadas com a organizagao ¢ finncionamento dos érafiose servigos da Administ:ag0 Local do Estado, bem como dos municipios e cidades. 2.2.1. Anilise SWOT. Pontos Fortes: Existéncia de um Estatuto Organico, aprovado a luz das expectativas do MAT e suas direcgoes, € ‘de uma visao clara sobre a missio ¢ objectivos do MAT no ‘que se tefere a governagao local em Angola, A interacgio deste érgiio com 0 Instituto de Formacao Administrago Local (FAL) ¢ com Fimdo de Apoio Social (FAS) reforea ‘a preponderincia ea capacidade de acco da DNAL. I SERIE -N° 167 - DE 8 DE DEZEMBRO DE 2015 158 Pontos Fracos: Verificou-se diversos problemas relacio= nnados com os recursos namanos afectos a DNAL. A caréncia de pessoal téenico qualificado ao nivel da Direccio € 0 baixo nivel de motivagao dos colaboradores aliado a uma forte resistencia & mu fate entrave a0 processo de midanca consideradonecessério para a evolugao desta Direcgao no sentido de comporizar tuma visdo para a Administrago Local em Angola, Domesmo modo, ainexisténcia de um sistema de avaliagao de desempenho eficaz eo elevado nivel deab sentismo afectam directamente a operacionalidade desta Direcgo. Por outro Jado, a inexisténcia de um plano de acgao tanto do Ministerio como da prépria Direcciio, bem como a auséncia de um sistema de planificagao e monitorizagao das actividades ou de processes intemos estandardizados aectamn negativamente a eficiéncin dos servicos A parca interacgioe aticulago comas restantes Direc sho igualmente apontados como pontos fracos da DNAL, ‘Tam éma deficiente articulagao entre GovemnosProvinciais ¢ Administragbes Locais eas dficuldades no acesso 90 SIGPE € SIGFE por parte destas €apontada como um constransimento 4 cncretizagao das iniviativas do executivo, (Oportunidades: As principais oportunidades de actuago identificadaspara a DNAL esti relacionarlas coma condugo do processo de desconcentragio administrativa do Pais, recor tendo a uma maior participagao an cestames internacionais, em pa s foruns da SADC ena Feira Africities, com vista ‘a conhecer bons exemplos dereforma daAdiministragao Local Estas experiéncias faciitardo a tarefa da DNAL na reforma da Administragao Local, Nomeadamentena monitorizagio € procura de eficiéncia operacional. _Ameagas: A parca articulaglo entre o MATT, o Ministério do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial e Ministerio nangas vai condicionar o desenvolvimento de politicas ptblicas. A necessidade de consenso politico para a efectiva implementagao de wna refonma da.Administragto Local podera ser considerada como uma anteaga, no sentido em que € factor cnitico para a coneretizagao desta reforma, 22.2. Leaislagiio As campeténcias da, DNAL est ermmeradas no art 10° do Estatuto Oruinico do Ministerio da Administragao do Tartério, transeritas mim anexo a este doctmento (Anexo 10.1). 2.2.3. Recursos Humanos Conforme ja identificado como pontos fracos, verifica-se uma notéria escassez de recursos humanos qualificados na estrutura central da DNAL, tanto ao nivel da sua formagao acaklémica como de formaglo especifica nas areas respon- sabilidades que estatutariamente les competem. Assim, énecessério proceder a identificagio de perfis para as varias fimgGes que compiem esta diree¢o no sentido de preparar acgves de recrutamento com vistaa debelar as lacunas desta direceio em termos de recursos humanos. das 2.3, Administracio Antarquien ADirecgioNacional de Administragto Autérquica (DNAU) €oservigo que tem aresponsabilidade de execugae das medi- dase tarefas relacionadas com a preparagao e organizagaoda instituigfo das Autarquias Locais. 2.3.1. Andlise SWOT Pontos Fortes: Esta direcsao, tendo sido recentemente

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