Casos Práticos DCP - 3 Primeiros

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Direito Constitucional Portugués — A No Ambito do disposto na alinea c) do n° 1 do artigo 198° da Constituigdo da Republica Portuguesa, o Governo da Repiblica apresentou uma proposta de lei em que pretendia que a Assembleia da Repiblica o autorizasse a legislar sobre a definigaio das atribuigdes e competéncias das autarquias locais. Na mesma data, 0 Governo da Repiiblica apresentou um decreto ao Presidente da Republica para promulgagio contendo um novo regime para o arrendamento urbano. S6 que, trinta dias depois, sem se justificar, o Presidente da Repiblica veio a vetar politicamente este diploma, disso dando conhecimento ao Governo da Reptblica. Na sequéncia daquela proposta de lei do Governo da Republica, a Assembleia da Reptiblica, sem recorrer a outra votagio que nfo fosse a votagdo na generalidade, enviou ao Presidente da Repiblica, apés assinatura do Presidente da Assembleia da Republica, a seguinte Lei de autorizacdo: Antigo tinico: Fica 0 Governo da Reptiblica autorizado a alterar o estatuto actual das Autarquias Locais. © Governo da Repiiblica legislou de imediato, tendo enviado o correspondente decreto para promulgago do Presidente da Repiblica. Quinze dias apés receber aquele decreto, o Presidente da Repiiblica enviou-o a0 Tribunal Constitucional para que este se pronunciasse, no prazo maximo de dez. dias, sobre a sua constitucionalidade, Nesse prazo, 0 Tribunal Constitucional pronunciou-se pela inconstitucionalidade do decreto, tendo no entanto o Presidente da Republica, por discordancia com os fundamentos invocados, promulgado o mesmo. Faga uma apreciagio do ponto de vista constitucional, das situagées acima expressas. Direito Constitucional Portugués — A Respondendo aos insistentes apelos da opiniao publica, em 19 de Abril de 2005, a Assembleia da Republica aprovou, em votagao final global, depois de um longo e tortuoso trabalho de votagdo na especialidade na Comisséo do Poder Local, por 117 votos a favor, 105 contra e duas abstengdes, nova legislacdo eleitoral autérquica, ao mesmo tempo que autorizou 0 Governo a legislar em matéria de finangas locais, pelo perfodo de 3 meses. Dias depois, por iniciativa do Governo, a Assembleia da Repiiblica aprovaria, com 90 votos a favor, 60 contra e 1 abstengdo, nova legislagao sobre © estatuto remuneratério dos autarcas, em compensagéo pela mudanga daquelas regras eleitorais. Dando cumprimento & autorizagdo legislativa concedida, em 20 de Julho, o Primeiro-Ministro, reunido com os Ministros da Justiga e dos Negécios Estrangeiros, aprovou o respectivo decreto-lei, simultaneamente que também procedeu a correcgdes na orginica do Ministério da Administragao Interna, na sequéncia das alterages eleitorais introduzidas. Enviado ao Presidente da Repiblica, este exercen o direito de veto sobre a parte do diploma respeitante a esta organica ministerial, promulgando a parte restante no prazo de 25 dias, Considerando que este decreto-lei teria violado a lei de autorizagao legislativa, os Deputados do Partido Radical pediram a sua apreciagio parlamentar, tendo a Assembleia da Repiblica resolvido o seguinte: dada a proximidade das eleiges autérquicas, a acontecer dentro de um més, a resolugéo da recusa de ratificagdo s6 haveria de entrar em vigor no mandato autarquico seguinte, ou seja, um pouco mais de 4 anos mais tarde. As associagées de municipios e de freguesias, ndo tendo sido consultadas na elaboragio da nova legislagio autdrquica, impugnaram a validade eleitoral de todas as eleigdes autdrquicas que tiveram lugar no pais, tendo o Tribunal Constitucional invalidado todas elas e mandado proceder a repetigdo das mesmas. Aprecie as diversas questdes juridico-constitucionais que considera pertinentes. Direito Constitucional Portugués — A Os Deputados A do Partido Xe B do Partido Y apresentaram, em 22 de Fevereiro de 2004, um projecto de lei na Assembleia da Reptiblica sobre as bases do sistema de ensino, O projecto continha uma disposigéo de acordo com a qual seria obrigatério que a educagao nos 1° e 2° ciclos seguisse uma matriz catélica, maioritéria no Estado Portugués. Descontente com este projecto, o Conselho de Ministros apresentou, em 15 de Marco de 2004, uma proposta de referendo ao Presidente da Republica sobre as bases do sistema de ensino, contraria a ideia do projecto dos Deputados A do Partido X e B do Partido ¥. O Presidente da Republica, sem mais, convocou de imediato o referendo, ‘A Assembleia da Republica, ignorando este proceso, aprovou o projecto de lei dos Deputados A do Partido X e B do Partido Y, enviando-o, em 28 de Margo de 2004, para promulgacao do Presidente da Republica. Em 6 de Abril seguinte, o Presidente da Repiiblica requereu a fiscalizagdo preventiva da constitucionalidade do decreto da Assembleia ao Tribunal Constitucional, tendo-se este érgio pronunciado pela sua inconstitucionalidade. Tendo a Assembleia da Repablica confirmado o diploma por 120 Deputados a favor, com 4 abstengées, o Presidente da Republica acabaria por o promulgar ao fim de seis meses. Um grupo de republicanos radicais solicitoa ao Tribunal Constitucional, em Novembro de 2005, a fiscalizagao abstracta da constitucionalidade do diploma, tendo este érgio considerado o diploma inconstitucional, mas restringindo estes efeitos apenas para 0 inicio do ano lectivo seguinte, em Setembro de 2006. Faga uma apreciagiio juridico-constitucional das situagées acima expressas.

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