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(EBOOK) Máquinas e Aplicaà à o em Taxa Variável
(EBOOK) Máquinas e Aplicaà à o em Taxa Variável
Processamento de dados
1. Sistemas de aplicação pré-processados;
2. Sistemas de aplicação em tempo real;
3. Sistemas de monitoramento de máquinas.
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1.
SISTEMAS DE
LOCALIZAÇÃO
VIA SATÉLITE
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Como funciona o sistema
de localização por satélite?
Quando falamos de agricultura de precisão, é
impossível não relacioná-la ao uso de máquinas
inteligentes, drones, pulverizadores, satélites e
tantas outras atribuições. Mas será que já paramos
para nos perguntar como esse complexo sistema
de máquinas se comunicam entre si ou como
elas sabem exatamente onde operar?
Falar sobre os sistemas de geolocalização via
satélite em agricultura de precisão é fundamental
para compreender o funcionamento desta cadeia.
O termo GPS (Global Positioning System) é
amplamente utilizado até os dias atuais para
designar os sistemas de posicionamento, mas a
verdade é que o termo correto a ser utilizado nos
dias de hoje seria GNSS (Global Navigation Satellite
Systems), que em português seria traduzido para
“Sistemas Globais de Navegação por Satélites”.
Tais sistemas permitem saber a localização exata do
maquinário 24 horas por dia a um custo acessível.
Caso a propriedade possua acesso à internet, os
dados de posicionamento são enviados em tempo
real pelas máquinas.
Assim, para uma execução adequada, o sistema
deve seguir alguns requisitos básicos, como:
● Precisão;
● Continuidade (evitar interrupções);
● Capacidade de corrigir anormalidades.
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São necessários três componentes para o
funcionamento do sistema de posicionamento:
● Segmento espacial: constelação formada por no
mínimo 24 satélites dispostos em 6 órbitas
diversas, permitindo que, pelo menos, 4 satélites
sejam visíveis acima da linha do Equador;
● Segmento de controle: estações em terra
utilizadas para fazer a comunicação e o ajuste
dos satélites, assim como seu reposicionamento;
● Segmento de usuários: antena e receptor que
irá receber e calcular os sinais emitidos e definir
seu posicionamento.
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Suponha que você queira saber a localização de
determinado pulverizador em uma fazenda no
estado de Minas Gerais. Um primeiro satélite
informa que este pulverizador está localizado em
um raio de aproximadamente 330 km de
Goiânia-GO (1), porém essa informação não é tão
relevante, pois pode estar em qualquer direção em
linha reta. Um segundo satélite informa que este
pulverizador está aproximadamente a 100 km de
Catalão-GO (2). Ao traçar uma interseção entre o
alcance dos 2 satélites, encontramos 2 pontos
possíveis para a localização deste pulverizador. Por
fim, um terceiro satélite informa que o pulverizador
se encontra a aproximadamente 150 km de
Patrocínio-MG (3). Feita a triangulação,
concluímos que o pulverizador se encontra em
Uberlândia-MG (P).
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Imagem 3: Divisão e área de abrangência de cada zona UTM.
Fonte:
https://adenilsongiovanini.com.br/blog/projecao-utm-o-que-e-caracteristicas-e-aplica
coes/
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Imagem 6: Interação entre equipamentos receptores e satélites.
Fonte: https://www.geosensori.com.br/2019/05/27/o-rtk-e-suas-aplicacoes/
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Imagem 8: Alguns dos componentes básicos que atuam como sensores em uma
máquina agrícola
.Fonte:
https://revistacultivar.com.br/noticias/tipos-de-pilotos-automaticos-para-maquinas
-agricolasa
Dica de leitura:
Correção De GPS Via Satélite: Economia, Produtividade E Precisão No
Campo
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2.
ENTENDENDO A
NECESSIDADE DE
CONHECER A
VARIABILIDADE
17
Entendendo a necessidade de
conhecer a variabilidade
Práticas agrícolas exercem grande influência na
produtividade dos cultivos, seja positiva ou
negativa. Ou seja, quando deixamos de levar em
conta a heterogeneidade de uma área, estamos
desperdiçando todo seu potencial produtivo, pois
em uma mesma área, diversos atributos sofrem
variações causadas pela ação natural ou antrópica
de agentes físicos, químicos e biológicos.
Por exemplo, em uma fazenda cuja produtividade é
bastante variada ao longo dos anos, é impossível
fazer uma predição temporal para safras futuras e a
manutenção das condições espaciais irá interferir
positivamente para a estabilidade temporal. A partir
do momento que se sabe o comportamento de
uma área, é possível definir quais locais para extrair
maior potencial produtivo (focar manejo nessas
áreas).
Ao entendermos a correlação entre os diversos
atributos e como eles agem em uma lavoura,
realizamos o manejo para mitigar o efeito negativo
e aproveitar ao máximo o potencial produtivo de
uma cultura, dentro das possibilidades.
De acordo com a EMBRAPA, existem etapas para o
estudo das variabilidades no campo:
● identificação da variabilidade;
● caracterização da variabilidade;
● identificar o(s) principal(is) fator(es) limitante(s);
● desenvolver plano de ação;
● manejo da variabilidade;
● avaliação econômica e ambiental.
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Quais fatores interferem na
variabilidade
Para que um parâmetro seja considerado variável
no tempo e espaço, ele necessita de dependência
espacial (ou seja, quanto mais próximo de um
ponto de referência, maior sua relação).
A produtividade de uma cultura é um dos atributos
mais utilizados para entender sua variabilidade e
sua relação com outros fatores que a influenciam
(atributos de solo, fisiológicos, etc) faz-se muito
importante, pois atuam em conjunto e raramente
de forma isolada. Existem fatores mais persistentes
e outros mais flexíveis quanto à sua alteração em
relação ao manejo.
De acordo com Inácio (2023), para realizar a
identificação da variabilidade, o ponto inicial é a
coleta de dados, que pode ser feita a partir de
análise de solo georreferenciada, imagens de
satélite e mapas de produtividade. Tais dados são
tratados em softwares que realizam a interpolação
dos dados.
Dica de leitura:
Agricultura de Precisão e os métodos de interpolação
de dados - Sensix Blog
Dica de leitura:
Ebook Zonas de Manejo 23
Também são importantes por levar em conta cada
cultura e suas necessidades, aplicando um
tratamento específico para cada zona, otimizando
não só os recursos disponíveis em uma
propriedade, mas também o manejo (cultivares
diferentes, espaçamento, etc).
Fonte:
https://blog.sensix.ag/tipos-de-equipamentos-para-fazer-amostragem-de-solos/
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3.
SENSORES E
INSTRUMENTOS
EMBARCADOS
PARA OBTENÇÃO
DE DADOS
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“Um sensor é um dispositivo que detecta um
sinal, condição física ou produto químico.
Geralmente é composto de um transdutor
(converte um tipo de energia em outra) e uma
parte que converte a energia resultante em um
sinal elétrico. Atuador é um elemento que produz
ações, atendendo a comandos que podem ser
manuais ou automáticos.”
Sensores de condutividade
elétrica
A condutividade elétrica aparente é o resultado
da mensuração da capacidade do solo de
conduzir uma carga elétrica, sendo influenciada
de acordo com o ambiente. Ou seja, se em uma
mesma área a coleta for realizada em períodos
distintos dentro de uma safra, por exemplo, os
resultados trarão divergências. Mesmo não tendo
significância agrícola, a condutividade elétrica se
relaciona com atributos físicos e químicos do solo,
como capacidade de troca catiônica (CTC) e
disponibilidade de água. De acordo com a
literatura, o ideal é que a condutividade elétrica seja
mensurada quando a umidade do solo está
próxima à capacidade de campo.
O método mais utilizado na agricultura para
mensurar a CEa do solo é através de um medidor
de resistividade elétrica (imagem) em que uma
corrente elétrica é aplicada nos eletrodos externos e
os eletrodos internos medem a diferença de
potencial. Este tipo de medidor pode ser acoplado
a tratores ou quadriciclos.
Esse sistema é denominado aparente pois, pode ser
influenciado por fatores físico-químicos do solo, por
exemplo o tipo de argila e CTC. 26
Imagem 18: Esquema de um sensor de condutividade elétrica.
Fonte: RABELLO, Ladislau Marcelino; BERNARDI, AC de C.; INAMASU, Ricardo
Yassushi. Condutividade elétrica aparente do solo. Bernardi, ACC; Naime, JM;
Resende, AV; Bassoi, LH, p. 48-57, 2014.
Sensores ópticos
Sensores ópticos são amplamente utilizados na
agricultura de precisão tanto de forma proximal,
acoplados a máquinas, quanto de forma orbital e
sub-orbital, através de satélites e drones,
respectivamente. Aqui iremos focar apenas em
sensores acoplados a máquinas, atuando
principalmente na aplicação de insumos.
Na semeadura, o uso de sensores ópticos é uma
ferramenta fortemente ligada à variabilidade
espacial de uma lavoura onde o uso destes
equipamentos acoplados ao tubo condutor de
sementes consegue mensurar em tempo real a
distribuição de insumos. Os sensores utilizam uma
fonte de luz própria composta por LEDs e assim
calculam a reflectância emitida que será enviada ao
monitor de semeadura. Sensores que utilizam fio
possuem maior acurácia de dados, que só sofrerá
interferência caso haja alguma ruptura mecânica na
estrutura. A velocidade de semeadura também
influenciará diretamente na eficácia da contagem
de sementes (GOMES et al., 2018).
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Imagem 19: A – Sensor com fio instalado no tubo condutor. B – Sensor sem fio
instalado no tubo condutor.
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Imagem 21: Exemplo de sensores ópticos para determinação de produtividade.
Acesso: https://tractorgps.gr/en/product/trimble-yield-monitor/
Dica de leitura:
Mapas de colheita: como são gerados? - Sensix Blog
Sensores mecânicos
Dentre os fatores limitantes à produtividade de uma
lavoura, a compactação do solo está entre as
principais, pois ela cria uma resistência ao
crescimento radicular das plantas, limitando seu
acesso às fontes de água e nutrientes. Além disso, a
compactação do solo foge aos olhos do produtor,
portanto o uso de equipamento para medição de
resistência e compactação do solo é fundamental.
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O mais utilizado é o penetrômetro, que possui
diversas configurações, sendo o mais simples o que
utiliza do impacto mecânico. Há também os
equipamentos hidráulicos onde há acoplado um
medidor de força que altera o valor à medida que o
equipamento é fixado no solo.
Para uma cobertura maior de área, são utilizados
equipamentos acoplados à quadriciclos ou outros
veículos que possuem uma maior mobilidade para
cobrir grandes áreas. O equipamento realiza a
perfuração no solo e cruza com dados
georreferenciados que são exportados para uma
central de controle localizada ao lado do
equipamento.
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Sistemas de aplicação
pré-processados
Desde que as tecnologias que envolvem dados
georreferenciados na agricultura começaram a se
popularizar - aliadas aos conceitos de variabilidade
espacial - todo maquinário vem sendo aprimorado
para suportar o que se chama de “aplicação em
taxa variável”, controlando seus dosadores,
semeadoras e etc. E quando obtemos dados,
precisamos tratá-los para que sejam imputados
dentro das máquinas.
Estes dados podem ser tratados tanto em tempo
real quanto enviados à um escritório para pré
-processamento. Estes tratamentos previnem a
aplicação incorreta de algum insumo, seja na
quantidade, seja na localização incorreta (erros na
aplicação de algum inseticida, por exemplo, podem
custar toda a produtividade de uma fazenda).
Podem ser obtidos através de sensores acoplados às
máquinas (proximais) ou através de drones e
satélites (imagens de NDVI, por exemplo).
Para imagens obtidas de forma orbital ou suborbital
(NDVI), é necessário que os dados sejam tratados
para filtrar a imagem dentro dos intervalos
aceitáveis, entre –1 e +1, organizado em classes de
intervalos iguais.
Após o tratamento dos dados, eles são enviados à
uma plataforma ou pendrive para serem lidos pelo
maquinário, que irá realizar a aplicação de acordo
com as informações recebidas. À medida que a
máquina se desloca pelo terreno, os dosadores vão
se ajustando à dose correta do insumo.
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Todo este processo envolve não só os dados que a
máquina está lendo, mas também como seu
controle de velocidade e localização. Tais máquinas
irão depender de um receptor de sinal GNSS.
Uma característica sobre os sistemas pré
-processados é que são amplamente utilizados na
agricultura, uma vez que os equipamentos são mais
acessíveis e as análises feitas em escritórios e
laboratórios são altamente confiáveis. Além disso,
em dados pré-processados, a velocidade de
operação não irá exercer tanta influência, pois cada
área georreferenciada estará ligada à uma dose pré
estabelecida.
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5.
USO DE
INTELIGÊNCIA E
ROBÓTICA NA
AGRICULTURA
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Conceitos de IoT e big data
Conjunto de tecnologias integradas que encontra
várias aplicações em diversas áreas. Criado em 99, o
conceito consiste na a interação entre componentes
físicos (eletrônicos, elétricos), inteligentes (sensores,
geralmente não visíveis, obtém e analisam dados) e
internet e comunicações sem fio.
Assim, eles conectam o mundo físico ao virtual,
através de estabelecer comunicação entre
máquinas. E emprega tecnologias como:
Hardware: processadores, atuadores, sensores;
Software: protocolos, linguagem de programação;
Big data, computação em nuvem, análise de dados
Todos os tópicos discutidos anteriormente podem
se encaixar na IoT, desde que haja capacidade de
comunicação entre si
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