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Material Didático - Unidade I - Gestão Democrática e Participativa No Planejamento Das Ações Pedagógicas
Material Didático - Unidade I - Gestão Democrática e Participativa No Planejamento Das Ações Pedagógicas
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4
1. AS BASES TEÓRICAS E LEGAIS DA GESTÃO ESCOLAR ....................... 5
2. PAPEL E PERFIL DO GESTOR ESCOLAR ............................................... 10
3. DIMENSÕES DA GESTÃO ESCOLAR ....................................................... 16
4. GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA: Trabalho Colaborativo... 20
4.1 Colegiado Escolar ................................................................................. 21
4.1.1 Funções do Colegiado Escolar ............................................................... 22
4.2 Conselho de Classe .............................................................................. 24
4.3 Líderes de Turma .................................................................................. 26
4.4 Grêmio Estudantil ................................................................................. 28
5. A GESTÃO ESCOLAR E O PLANEJAMENTO DE ENSINO ...................... 31
5.1 O Planejamento no cotidiano escolar.................................................... 32
5.1.1 O Plano de Trabalho da Gestão Escolar e Supervisão ........................... 33
5.1.2 O Plano de Ação .................................................................................... 35
5.1.3 A Formação Continuada ......................................................................... 36
5.1.4 A Delegação de Funções e fluxo de reuniões......................................... 37
5.2 O Planejamento no Trabalho Pedagógico ............................................ 41
5.2.1 O Planejamento de Ensino ..................................................................... 41
5.2.2 Os Instrumentos de Planejamento.......................................................... 43
6. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ......................................................... 47
REFERÊNCIAS................................................................................................ 49
2
OBJETIVO:
3
● INTRODUÇÃO
No contexto das escolas públicas, a gestão escolar tem sido objeto de
pesquisas que discutem a passagem de uma gestão tradicional e centralizadora
para uma democrática que oportuniza posturas dialógicas entre os membros da
comunidade escolar. Nesse sentido, é imprescindível que o ambiente escolar,
enquanto organização social, assegure o envolvimento e participação efetiva de
todos os sujeitos em seus processos pedagógicos, com papéis definidos no
desenvolvimento e execução do Projeto Político Pedagógico.
É corrente, o entendimento que o modus operandi das escolas públicas
advém das ações pactuadas em regime de colaboração entre a União, os
Estados e os Municípios, implicando no funcionamento destas e visando garantir
o direito à educação de qualidade. Contudo, é em cada espaço escolar que esse
direito pode ou não ser acessado pelos beneficiários diretos e indiretos, ou seja,
a gestão escolar é engrenagem relevante para que a política social atenda seus
fins de melhoria das condições socioeconômicas e educacionais em cada
território.
Os espaços escolares necessitam manter uma rotina que proporcione
conjunturas pedagógicas, administrativas e operacionais capazes de possibilitar
o processo de ensino e aprendizagem com qualidade, sabendo que não há um
que seja mais ou menos responsável pelo processo, mas todos os sujeitos
devem estar envolvidos nas diversas ações. Então, a gestão escolar deve liderar
o planejamento, a execução, o controle e a avaliação desses processos que
implicam nos resultados dos desenvolvimentos educacionais de seus
estudantes.
Ademais, este texto, para desenvolver as competências e habilidades
relativas à dimensão pedagógica, abordará a discussão sobre as bases teóricas
e legais e os princípios da concepção democrática e participativa no contexto da
gestão escolar. Também, estabelece um modelo de gestão que mostre as
competências técnicas e comportamentais, além das dimensões dos processos
internos e externos. E, por fim, as instâncias e estratégias de engajamentos do
coletivo escolar por meio de um trabalho colaborativo.
4
●
5
ideias e concepções pedagógicas” (CF/88, art.206, incisos VII, V, IV e III,
respectivamente).
O texto legal da Constituição tem o mérito de apresentar uma moldura de
organização educacional, dentro de um escopo de autonomia possível, dando
total abertura para que iniciasse o projeto de lei da nova LDBEN – Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
A LDBEN (Lei n°9.394/1996) toma para si a atribuição de regulamentar
parte dos dispositivos constitucionais, reafirmando o princípio da gestão
democrática e delegando para os sistemas de ensino específicos (nacional,
estaduais e municipais) a definição das formas de exercitá-los (LDBEN, art.3°,
VIII, e art.14).
A LDBEN trouxe inúmeras inovações, dentre elas, a preocupação com
uma educação mais abrangente, voltada para outros aspectos da cidadania. A
lei apresenta um novo desenho de natureza estrutural envolvendo gestão e
financiamento da educação, reestruturação curricular, inovação metodológica,
formação do professor e os sistemas de ensino dinamicamente articulados,
assim como responsabilidades na formulação e implementação de políticas.
No aspecto legal, deve-se considerar, também, o Estatuto da Criança e
do Adolescente-ECA (Lei n° 8.069/1990) que, por sua vez, estabelece o direito
à liberdade de opinião, de expressão e de participação na vida política (art.16, II
e VI). Além disso, dentre os direitos especiais de crianças e adolescentes,
assegura “o direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às
instâncias superiores” (art.53, III) e “o direito de organização e participação em
entidades estudantis” (art.53, IV). Estabelece, ainda, o direito dos pais ou
responsáveis de “terem ciência do processo pedagógico, bem como participar
da definição das propostas educacionais” (art.53, parágrafo único).
Ainda no aspecto Legal, temos a Resolução nº 118/2016, do Conselho
Estadual de Educação, que aprovou o Regimento Escolar dos Estabelecimentos
de Ensino da Rede Pública Estadual do Maranhão em 2016. Este foi elaborado
com o objetivo de nortear as ações desenvolvidas nas Instituições de Ensino que
trabalham em prol da qualidade social da educação, com vistas ao
desenvolvimento de pessoas, respeitando o que está disposto na legislação
vigente. Nele estão definidas as responsabilidades para os que compartilham os
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diversos espaços, bem como valores e posturas que, necessariamente, devem
ser transpostos para as atuações em todos os ambientes.
O documento encontra-se em consonância com a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional nº 9.394/96 e normas pertinentes, com as
Diretrizes Curriculares Estaduais, bem como com atos normativos emanados do
Conselho Estadual de Educação – CEE e da Secretaria de Estado da Educação–
SEDUC, os quais contemplam os princípios de liberdade, solidariedade,
cidadania e qualificação para o trabalho, apresentando elementos da
organização administrativa e pedagógica para favorecer aos estabelecimentos
de ensino o funcionamento com qualidade, promovendo a aprendizagem
significativa dos estudantes.
O Regimento aborda, no Art. 112, que os Estabelecimentos de Ensino da
Rede Estadual terão a seguinte estrutura administrativa:
I – Gestão Escolar;
II - Órgãos Colegiados;
III - Apoio da Educação Básica.
Para dispor sobre as diretrizes da Gestão Escolar destaca-se no
documento na Seção I os seguintes Artigos:
7
A nível de Estado, temos também a Lei nº 9.860, de 1º de julho de 2013,
que dispõe sobre o Estatuto e o Plano de Carreiras, Cargos e Remuneração dos
integrantes do Subgrupo Magistério da Educação Básica e dá outras
providências.
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E, por fim, no tocante à legislação nacional, a Gestão Escolar deve
garantir o conhecimento e a prática da Lei nº 13.415/20171, que trouxe a
Reformulação do Ensino Médio e uma nova organização curricular que passou
a ser composta por uma parte comum curricular e outra diversificada. A primeira
parte, chamada de Formação Geral Básica (FGB), deverá promover aos
estudantes o desenvolvimento das competências e habilidades, conforme
previstas na BNCC; a segunda parte, a Diversificada, integra os Itinerários
Formativos e tem por objetivo aprofundar o currículo e possibilitar a escolha
pelos estudantes, levando em consideração a oferta da rede e de cada unidade
escolar (MARANHÃO 2022).
1
Altera as Leis n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação.
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2. PAPEL E PERFIL DO GESTOR ESCOLAR
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administrativas subsidiam sua finalidade principal, que é a pedagógica. Uma das
funções primordiais é coordenar a construção coletiva da ação educacional e
pedagógica da escola propiciando uma gestão participativa e democrática.
Assim, fortalecer todas as áreas de atuação no gerenciamento dentro do
ambiente escolar é outra função desse profissional na organização e
administração da escola no atual contexto educacional, que terá como desafio
romper uma forma de administração pautada na centralização do poder da
decisão e do autoritarismo, propiciando uma reflexão sobre o desafio da Gestão
Escolar como uma liderança democrática com finalidade de garantir uma escola
de qualidade, em consonância com as especificações e expectativas da
comunidade escolar e local. (MARANHÃO 2020)
Nesse sentido, o gestor deve promover na escola ações pedagógicas,
administrativas e financeiras, respectivamente, como discriminadas no Figura 1
a seguir:
Coordenar a elaboração
coletiva do projeto político Administrar o patrimônio Decidir coletivamente,
pedagógico – PPP, da escola, a com a comunidade escolar
propiciando um clima de documentação escolar e Colegiado Escolar, como
altas expectativas de (diário de classe/SIAEP, os recursos financeiros
aprendizagem na que a escola recebe do
arquivos, etc.), recursos poder público devem ser
elaboração do currículo materiais, pedagógicos,
escolar; que contemple a utilizados, providenciando
manutenção do prédio, os gastos e a devida
inclusão, com ações bens permanentes e de prestação de contas de
voltadas para o consumo. Além de forma transparente.
atendimento de estabelecer em conjunto,
estudantes com regras, procedimentos e
deficiência, bem como rotinas para cumprir a
promovendo ações de legislação, observando o
formação continuada aos Regimento Escolar.
servidores e atendimento
à comunidade escolar.
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A gestão da comunidade escolar abrange os seguintes aspectos:
● Envolver os pais na gestão escolar, estimulando a participação no
acompanhamento da aprendizagem dos seus filhos, mantendo uma
comunicação dinâmica e tranquila com a comunidade escolar;
● Manter uma boa gestão de relações pessoais com ações voltadas
para a promoção e organização do trabalho coletivo;
● Estabelecer a cultura da comunicação; estimular a troca de
experiências; organizar formação continuada de todos os servidores
e professores;
● Acompanhar efetivamente os resultados escolares com intervenções
pertinentes e análise qualitativa dos resultados das avaliações
externas (IDEB, SAEB, SEAMA, entre outros);
● Acompanhar a aprendizagem dos estudantes, definindo quais as
expectativas de aprendizagem;
● Desenvolver uma rede de relacionamento entre a escola e seu
entorno, onde o gestor deverá estar atento aos acontecimentos locais
e aos relativos a políticas educacionais. Para tanto, é importante: ter
contatos com as escolas vizinhas, proporcionando troca de
experiências e ajuda mútua; estar atualizado com as políticas
públicas vigentes em sua rede de ensino; manter relacionamento com
as organizações presentes na localidade.
Compreende-se que o exercício da gestão escolar é um grande desafio
nos dias atuais, considerando o desenvolvimento da liderança nos âmbitos
pedagógico, administrativo, financeiro e relacional. Assim, espera-se que o
gestor seja o elo entre o fazer pedagógico e a política de educação, tendo por
objetivo maior a aprendizagem dos estudantes comprometida com uma
educação pública e de qualidade social para todos, na perspectiva de uma
educação cidadã.
As atribuições da Gestão Escolar Geral estão elencadas nos artigos 119
e 120 do Regimento Interno da SEDUC, conforme descrito abaixo:
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atendendo às Diretrizes Curriculares Nacionais e às Diretrizes
Curriculares do Estado;
III - submeter à aprovação do Colegiado Escolar o Projeto Político
Pedagógico da escola;
IV - garantir a elaboração e execução do Projeto Político Pedagógico;
V - definir o horário escolar e garantir o seu cumprimento, conforme
orientações para o ano letivo, enviadas pela Secretaria de Estado da
Educação;
VI - garantir a elaboração e execução do planejamento de ensino, de
acordo com as Orientações Normativas para o Funcionamento
Escolar, emanadas da Secretaria de Estado da Educação;
VII - elaborar, em conjunto com o Supervisor/a e representantes do
segmento do Colegiado Escolar, o calendário escolar, de acordo com
as normas estabelecidas;
VIII - garantir a realização do plano de ensino por meio do
acompanhamento das atividades desenvolvidas pelos docentes;
IX - elaborar e implementar juntamente à equipe do Suporte
Pedagógico um plano de formação continuada em serviço;
X - acompanhar as atividades do Suporte Pedagógico junto ao corpo
docente, quanto à organização, à metodologia, à utilização de recursos
didáticos, ao domínio de conteúdo e ao relacionamento com os
estudantes, bem como orientar sobre o uso do diário de classe e/ou
diário eletrônico, no que se refere aos conteúdos e atividades
trabalhadas, de conformidade com o planejamento escolar;
XI - propor junto ao Suporte Pedagógico atividades diversificadas
relativas ao tratamento dos conteúdos para subsidiar a prática docente;
XII - realizar reuniões com pais, mães ou responsáveis para análise do
rendimento dos estudantes e discussões acerca de questões relativas
ao processo educativo;
XIII - apoiar o Suporte Pedagógico, viabilizando ações de melhoria
contínua do currículo da escola;
XIV - promover e coordenar reuniões periódicas de avaliação do
desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes, objetivando a
busca de correções e implementação de ações pedagógicas e
administrativas;
XV - acompanhar e propor intervenções para correção das taxas de
reprovação, abandono, infrequência e similares, de modo a formar
competências pedagógicas de sucesso escolar;
XVI - mobilizar a comunidade escolar para realizar a avaliação
institucional periódica, com vistas à melhoria contínua da instituição;
XVII - promover atividades de integração escola-comunidade,
estabelecendo parcerias otimizadoras de cunho sócio educacional;
XVIII - organizar, acompanhar e avaliar a execução das atividades de
planejamento, avaliação escolar e do Projeto Político Pedagógico
juntamente com a equipe de Suporte Pedagógico;
XIX - promover atividades pedagógicas, científicas, tecnológicas,
esportivas, sociais e culturais em articulação com a comunidade
escolar;
XX - viabilizar a formação continuada para o pessoal técnico,
administrativo e pedagógico da escola na valorização das
competências e trocas de conhecimentos;
XXI - representar, oficialmente, o estabelecimento de ensino sempre
que se fizer necessário;
XXII - propor ao setor competente a abertura de sindicâncias para
apurar irregularidade de que tenha identificado no âmbito do
estabelecimento de ensino;
XXIII - encerrar, em conjunto com o secretário do estabelecimento de
ensino, as atas dos trabalhos realizados durante o ano letivo,
encaminhando-as ao setor competente;
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XXIV - manter a conservação do prédio escolar, mobiliários e
equipamentos;
XXV - planejar e acompanhar a utilização das dependências do
estabelecimento de ensino para eventos externos, submetendo à
apreciação da Unidade Regional de Educação;
XXVI - elaborar relatório das atividades desenvolvidas no
estabelecimento de ensino, encaminhando ao setor competente;
XXVII - apoiar e supervisionar a organização de grupos discentes em
grêmio, com vistas ao exercício da cidadania e ampla melhoria da
escola;
XXVIII - autorizar o exercício aos membros do corpo docente, pessoal
administrativo e operacional, de acordo com documento expedido pelo
setor competente da Secretaria de Estado da Educação;
XXIX - despachar, em tempo hábil, os requerimentos sobre matrículas,
transferências, declarações e outros que lhe competirem;
XXX - expedir certificados e/ou diplomas;
XXXI - expedir declarações, certificados e/ou diplomas, bem como
qualquer outro documento de cunho administrativo ou pedagógico que
lhe for solicitado;
XXXII - convocar e presidir reuniões técnicas, administrativas e
pedagógicas mediante a necessidade da escola;
XXXIII - zelar pelo cumprimento do expediente dos funcionários de
acordo com a lei vigente;
XXXIV - controlar a frequência e pontualidade dos servidores, enviando
ao setor competente da Secretaria de Estado da Educação os
documentos pertinentes;
XXXV – responder, legalmente, perante os órgãos públicos
competentes, pelo funcionamento da Unidade de Ensino;
XXXVI - encaminhar mensalmente ao Juizado da Infância e da
Adolescência e ao Conselho Tutelar a relação nominal dos estudantes
menores de quatorze anos, regularmente matriculados, que se
ausentarem da unidade de ensino por mais de três dias seguidos no
mês, a fim de evitar a evasão e a reprovação, conforme a legislação
em vigor;
XXXVII - zelar pela qualidade da alimentação escolar e criar
mecanismos de acompanhamento e controle do estoque, evitando
desvios dos gêneros, bem como comunicando ao setor competente
qualquer irregularidade detectada;
XXXVIII - realizar a gestão dos recursos tecnológicos e de consumo da
escola para otimizar os processos administrativos e pedagógicos;
XXXIX - articular a relação entre a escola e a Secretaria de Educação;
XL - articular a relação entre a escola e a comunidade;
XLI - formular e adotar medidas normativas e regulamentares
condizentes com os objetivos da escola;
XLII - articular, organizar e supervisionar as ações de todos os
segmentos da comunidade escolar no cumprimento da função social
da escola;
XLIII - assegurar o processo participativo de tomadas de decisões e
zelar para que essas ações se convertam em ações concretas;
XLIV - conhecer a legislação educacional e de ensino, as normas
emitidas pela Secretaria de Educação e o Regimento Escolar,
assegurando seu cumprimento;
XLV - coordenar o trabalho da Secretaria da Escola, zelando pela
organização, atualização e conservação da documentação e
escrituração escolar;
XLVI – conferir, expedir e assinar documentos escolares, em
concordância com as Diretrizes e/ou Resoluções do Conselho
Estadual de Educação;
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XLVII - divulgar os objetivos e metas da escola, assim como
acompanhar o desempenho dos estudantes e apresentar os resultados
à comunidade escolar;
XLVIII - monitorar os registros de frequência, conteúdos programáticos
e notas no Sistema de Administração das Escolas Públicas – SIAEP;
XLIX - planejar intervenções pedagógicas a partir da análise dos
relatórios emitidos pelo SIAEP;
L - zelar pela observância deste Regimento, bem como pelas
determinações legais emanadas dos Conselhos Nacional e Estadual
de Educação e da Secretaria de Estado da Educação;
LI - identificar, para viabilização do Projeto Político Pedagógico,
diversas formas de financiamento e suas fontes coerentes com a
gestão pública, e delas fazer uso, elaborando planos e projetos,
acompanhando-os e avaliando-os junto ao Colegiado Escolar;
LII - planejar, controlar, acompanhar e avaliar, junto com o Colegiado
Escolar e a Caixa Escolar, a administração dos recursos financeiros e
o controle fiscal;
LIII - prestar contas dos recursos financeiros à comunidade escolar e
aos órgãos competentes;
LIV - disponibilizar o acesso aos documentos normativos da escola a
toda comunidade escolar;
LV - fornecer as informações solicitadas no Censo Escolar da
Educação Básica;
LVI - preencher e atualizar anualmente as informações constantes em
cada um dos quatro cadastros do sistema Educacenso;
LVII - conferir os dados preliminares do Censo publicados no Diário
Oficial da União e, caso seja necessário, proceder às correções dentro
dos prazos legais no sistema Educacenso.
Art. 120 - Ao (À) Gestor (a) a Auxiliar compete:
I - representar ou substituir o (a) Gestor (a) Geral em sua ausência e/ou
impedimentos;
II - desenvolver, em conjunto com o (a) Gestor (a) Geral, todas as
atribuições que lhe são afetas.
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3. DIMENSÕES DA GESTÃO ESCOLAR
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Figura 2- Dimensões da Gestão Escolar
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fora dela e por pessoas que não conheçam a sua realidade, fazendo da
comunidade escolar uma simples executora de projetos elaborados em
gabinetes. A autonomia administrativa cria várias possibilidades, como a
constituição dos conselhos escolares, a atualização e emissão da
documentação e escrituração escolar e a construção, aprovação e efetivação
do plano de gestão que envolve os serviços com pessoal, comunicação,
materiais e equipamentos.
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4. GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA: Trabalho Colaborativo
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Este processo de gestão busca alcançar uma unidade com a participação
de todos por meio do diálogo e do compartilhamento do processo de tomada de
decisões, num esforço coletivo para a melhoria da qualidade da aprendizagem.
A Gestão Democrática é concretizada na escola por meio da atuação dos
Órgãos Colegiados descritos a seguir e todos juntos são responsáveis pelo
trabalho colaborativo.
21
4.1.1 Funções do Colegiado Escolar
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● Planejar a utilização do espaço físico, do material didático-
pedagógico e da formação do quadro de pessoal da escola;
● Opinar sobre o planejamento global e orçamentário da escola
exposto pelo presidente da Caixa Escolar e deliberar sobre suas
prioridades, para fins de aplicação de recursos a ela destinados.
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A Função Mobilizadora apoia, promove e estimula as comunidades
escolares nas mais diversas atividades, buscando a vivência democrática, a
melhoria da qualidade do ensino, do acesso, da permanência e da aprendizagem
dos estudantes. As atribuições relativas à esta função são:
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avaliativo que deve ser entendido como uma excelente oportunidade de rever as
práticas pedagógicas por meio de discussões sistemáticas acerca dos avanços
e necessidades do estudante.
Portanto, o Conselho de Classe não deve ser constituído com o objetivo
de discutir notas, mas de discutir estratégias de intervenção pedagógica e
avaliação do cotidiano escolar, a partir da socialização das práticas pedagógicas,
metodologias e instrumentos de coleta de dados utilizados em sala de aula,
capazes de reconfigurar o conhecimento, de reverem as relações pedagógicas
alternativas e contribuirem para alterar a própria organização do trabalho didático
pedagógico presente no projeto Político Pedagógico da escola e do Regimento
escolar.
O Conselho de Classe deverá reunir-se, ordinariamente, 4 (quatro) vezes
durante o ano letivo, sempre após o término de cada período. Poderão, ainda,
ser realizadas reuniões em caráter extraordinário, conforme necessidade. As
datas das reuniões deverão constar no Calendário Escolar Anual.
O Conselho de Classe será constituído de três momentos: Pré-Conselho,
Conselho de Classe e Pós Conselho. A organização, acompanhamento e
monitoramento dessas etapas cabem à equipe pedagógica da escola. Enquanto
instância colegiada, essa equipe se preocupa com processos avaliativos
capazes de reconfigurar o conhecimento, de rever as relações pedagógicas
alternativas e contribuir para alterar a própria organização do trabalho
pedagógico presente no Projeto Político Pedagógico da escola.
O Conselho de Classe é fruto de um processo coerente e efetivo de
construção coletiva e tem papel decisivo na democratização da educação na
escola, considerando que reúne diretor, professor, funcionário, estudante, família
e representantes da comunidade para discutir, definir e acompanhar o
desenvolvimento da Proposta Pedagógica.
É importante reafirmar que o Conselho de Classe é uma ferramenta de
gestão democrática da educação para a construção da cidadania, sendo o
estudante o foco desse processo. É o órgão colegiado responsável pelo
processo coletivo de acompanhamento e avaliação do ensino e aprendizagem
dos estudantes. A sua principal finalidade é intervir em tempo hábil no processo
de ensino, oportunizando ao estudante formas diferenciadas de apropriar-se dos
conteúdos.
25
A gestão escolar deve assegurar a participação dos professores da série,
professores tutores, líderes de turma e equipe gestora no Conselho de Classe.
Neste momento, serão discutidos e pactuados entre os conselheiros e os líderes
de turma os encaminhamentos para a superação de dificuldades e/ou
fortalecimento daquilo que foi identificado como bem-sucedido. Faz-se
necessário a explicação da função do líder de turma, que é apresentar o
documento elaborado junto à sua turma para os demais participantes.
Imediatamente após a realização do Conselho de Classe, o professor
tutor apoia o líder de turma na organização dos pontos discutidos e apresentados
pelos conselheiros, bem como o posicionamento acerca dos pontos
apresentados a partir da avaliação da turma (MARANHÃO, 2022b). Este
momento de pós-conselho deve ser realizado em sala de aula com a condução
dos professores tutores e líderes de turma.
26
O termo protagonismo tem estado cada vez mais presente na escola e,
enquanto conceito, define-se pela proatividade dos estudantes em
desenvolverem um papel ativo e criativo no ambiente escolar e na sua vida
social, articulando a partir de sua autonomia, soluções e decisões para
problemas que afetam o seu cotidiano.
Na escola, convém, portanto, a utilização do termo protagonismo
estudantil, considerando o engajamento do educando no processo de ensino-
aprendizagem, envolvendo desde a expressão de opiniões como também sua
participação no planejamento das atividades, projetos, reuniões, tornando-se
assim um agente ativo na construção do seu próprio conhecimento.
Uma das principais características do protagonismo estudantil é a
autonomia, que estimula a responsabilidade com a dinâmica da escola,
apoiando, sobretudo, na efetivação do projeto de vida do estudante.
A Escola se transformou com a inclusão das competências gerais
definindo o desenvolvimento de habilidades para o ciclo formativo dos
estudantes, expressando o rompimento com o ensino conteudista e permitindo
que o educando se reconheça em seu contexto sociocultural, sendo crítico,
colaborativo e atento à identificação de problemas, mas com possibilidades de
sugerir soluções.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) sugere que as escolas
adotem práticas pedagógicas que insiram o estudante no processo de
aprendizagem por meio de metodologias que estimulem a investigação, o
diálogo, a resolução de problemas e a tomada de decisões. Dessa forma, orienta
que os professores estejam preparados para apoiá-los, criando um ambiente
seguro e acolhedor para o desenvolvimento da aprendizagem que se tornará
ainda mais significativa.
Segundo DEMO (2020) a participação do estudante enquanto
protagonista de sua aprendizagem não desqualifica o professor, ao contrário,
valoriza sua função curadora e mediadora, fortalecendo a ação autoral do
educando na construção do conhecimento. Para Freire,
27
a necessidade que os professores têm de transcender sua
tarefa meramente instrutiva e assumir a postura ética de um
educador que acredita verdadeiramente na autonomia total,
liberdade e desenvolvimento daqueles que ele ou ela educa
(FREIRE, 2001, p.78).
28
tornam possível a convivência relativa à organização escolar e ao respeito entre
todos os seus membros” (MASSAGUER, 2002).
Aceitamos que estes princípios possibilitam a análise, construção de
consensos e a compreensão/o enfrentamento de conflitos a partir de uma
perspectiva positiva de resolução.
O Governo do Maranhão, por meio da SEDUC, criou o Programa Mais
Grêmios com o objetivo de incentivar e fortalecer o protagonismo e a participação
estudantil na gestão escolar da rede pública estadual, inserindo o estudante no
campo do debate das políticas públicas, tendo como foco as políticas
educacionais. Diante disso, o gestor escolar deve apoiar os estudantes e sua
liberdade de organização e garantir a efetivação dos Grêmios Estudantis.
Desse modo, a criação de um grêmio deve favorecer na escola um
ambiente que estimule a participação estudantil nas decisões das escolas,
fomentando o protagonismo juvenil. Assim, é necessário que haja a promoção
de ações que despertem:
29
● Realizar intercâmbio e colaboração de caráter cultural e educacional
com outras instituições;
● Lutar pela democracia permanente por meio do direito de
participação nos fóruns internos de deliberação da escola.
30
5. A GESTÃO ESCOLAR E O PLANEJAMENTO DE ENSINO
32
este planejamento possui caráter interativo ou dialógico, flexível, é caracterizado
pela participação e organizado seguindo algumas etapas, conforme a seguir:
33
Com tantas demandas, o gestor precisa de organização para garantir o
bom gerenciamento do cotidiano escolar. O Plano de ação da escola é o
instrumento que subsidia a construção do Plano de trabalho da gestão, tendo
em vista não perder de vista as ações que estarão acontecendo, de forma a
garantir que as mesmas sejam efetivas quanto às metas e aos objetivos
propostos no Plano de ação da escola.
Assim como a gestão escolar, a Supervisão precisa garantir o bom
desenvolvimento das ações dentro de sua área de atuação seguindo o
planejamento.
O plano de trabalho da Supervisão é o documento em que se registram
as atividades, os objetivos e as tarefas necessárias nesta área de atuação da
escola. Está diretamente relacionado com o alcance de propósitos educativos,
permitindo a organização das ações a serem desenvolvidas e a execução das
mesmas de acordo com os tempos definidos no calendário escolar e no plano
de ação da instituição. Tendo em vista as várias ações a serem desenvolvidas
pela supervisão ao longo do período letivo, o plano de trabalho será atualizado
constantemente de acordo com as atividades que serão executadas.
Outrossim, sem desconsiderar a importância das demais funções, uma
das funções primordiais da supervisão ou apoio pedagógico é a de acompanhar
e avaliar os planos de ensino e propor intervenções para a melhoria das práticas
escolares oriundas das reuniões de planejamento e de formação continuada.
(MARANHÃO, 2020).
Portanto, as atividades de orientação, supervisão e acompanhamento do
currículo e da proposta educacional compreendem etapas essenciais da
organização do trabalho pedagógico e das rotinas da gestão. Nesse sentido, a
gestão escolar, o planejamento e o currículo caminham juntos para a
consecução dos objetivos de aprendizagens, envolvendo, ainda, a habilidade de
gerenciar os recursos e de mobilizar equipes para o planejamento da ação
educativa. (MARANHÃO, 2021)
Em 2022, através do processo de escuta dos Ciclos de Acompanhamento
Formativos - CAF’s, o planejamento escolar foi evidenciado como sendo um dos
principais pontos de atenção para o alinhamento das ações escolares. Em face
disso, as escolas da rede estadual deverão organizar um dia por mês, dentro da
semana de serviço, para as reuniões mensais de planejamento, no intuito de
34
alinhar ações entre os professores da Formação Geral Básica e da Parte
Diversificada do Currículo (MARANHÃO, 2023).
35
comunidade para agir, refletir e voltar a agir, por isso sugere-se o
acompanhamento das ações nas fases do planejamento, execução, avaliação e
replanejamento ou ação após checagem, aplicando a ferramenta da
administração, conforme a seguir:
Fonte: SEDUC-MA
36
5.1.4 A Delegação de Funções e fluxo de reuniões
● Docentes (mensalmente).
37
O Presidente do Grêmio Estudantil deve:
38
● Apresentar aos estudantes a ficha de frequência diária do líder junto
a sua turma, com intuito de fornecer dados da turma e auxiliar na
busca ativa necessária contra evasão;
● Apresentar planejamento anual da escola, como: Gincanas, Feira de
Ciências e demais atividades possíveis.
● Boletim do período;
● Total de faltas dos estudantes;
● Caderno de notificações com ocorrências internas dos estudantes;
● Sensibilizar os responsáveis para a necessidade de
acompanhamento da vida escolar do estudante.
39
Os Gestores Adjuntos e Supervisores/AIF com professores da FGB e
PD:
40
● Planejamento da consulta de escolha do Itinerário Formativo pelo
docente, em meados do 3º para o 4º período letivo.
41
ou prever a prática do ensino. É o processo de decisão sobre a atuação concreta
dos professores no cotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo as ações
e situações em constantes interações entre professor e alunos e entre os
próprios estudantes." (PADILHA, 2001, p. 33).
O planejamento do ensino, com seus elementos essenciais,
metodologias, recursos didáticos, projetos pedagógicos interdisciplinares,
transdisciplinares e procedimentos e formas de avaliação da aprendizagem,
traduz a identidade da escola porque apresenta a proposta de educação que se
pretende desenvolver.
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atividades para que esse dia possa ser, de fato, contabilizado como
dia letivo;
● A cada realização do planejamento, a escola deverá organizar o
portfólio das atividades, tais como: ata, frequência, registros
fotográficos, cópia dos planos, dentre outros instrumentos que serão
encaminhados ao GAEM (Grupo de Acompanhamento do Ensino
Médio) que acompanha a escola.
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5.2.2.1 O Plano de Ensino Anual
1. Aprendizagens esperadas;
2. Conteúdos a serem trabalhados;
3. Metodologias de ensino;
4. Formas e instrumentos de avaliação.
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produto do planejamento e prevê objetivos, conteúdos,
competências/habilidades, métodos, recursos. (MARANHÃO, 2023)
O planejamento do professor orienta a prática escolar e inclui:
Elaborar o planejamento
bimestral e/ou mensal e
Elaborar o planejamento Elaborar rotinas de trabalho
seus desdobramentos
anual por série. - Plano de Aula.
para o cotidiano de sala
de aula.
Identificar os estudantes
Identificar as interfaces do Avaliar permanentemente o que apresentam
trabalho com as demais que foi planejado, o que foi dificuldades de
séries (o que pode ser desenvolvido e as aprendizagem e
trabalhado de forma aprendizagens alcançadas coletivamente com a equipe
integrada). pelos estudantes. escolar, planejar o apoio
pedagógico necessário.
Ajustar o ensino às
Participar dos encontros de
possibilidades de
formação continuada,
aprendizagem dos
contribuindo para reflexão
estudantes e definição do
sobre os problemas e
tratamento metodológico
desafios apresentados pelo
que poderá ser
grupo.
desenvolvido.
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Fonte: MARANHÃO, 2023.
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6. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
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concepção de aprendizagem e de ensino, papel da escola, concepção
de homem;
● Atualização parcial: Ocorrerá a cada ano, no início do ano letivo, com
pequenos ajustes no documento, sem alterá-lo significativamente em
sua conjuntura, com base em mudanças possíveis eventualmente
demandadas por condicionantes externas legais que exijam
atualização (MARANHÃO, 2016).
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● REFERÊNCIAS
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ICE - Instituto de Corresponsabilidade pela Educação. Caderno dos Líderes.
Disponível em <https://pt.scribd.com/document/583817074/ICE-Caderno-dos-
lideres-EM-indd>. Acesso em: 12 jun. 2023.
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trabalho pedagógico da escola? In. SÃO PAULO (Município). Secretaria
Municipal de Educação. Educação: fazer e aprender na cidade de São Paulo:
SME, 2008.
Paro, V. H., Dourado, L.F. Políticas Públicas & Educação Básica. São Paulo:
Xamã, .2001.
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