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Direito Tributário - Ponto 2 (27!01!2023)
Direito Tributário - Ponto 2 (27!01!2023)
154-18
Limitações constitucionais ao
poder deCPF:
tributar. Princípios.
860.542.154-18
Imunidades
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CURSO MEGE
2
MATERIAL DE APOIO
(Ponto 2)
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SUMÁRIO
1. DOUTRINA (RESUMO)................................................................................................... 6
2. JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................................ 52
3. QUESTÕES ................................................................................................................... 59
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APRESENTAÇÃO
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1. DOUTRINA (RESUMO)
1.1. LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
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tempo:
Formal: exigência de “lei” (espécie normativa específica);
Material: “exigir ou aumentar tributo”; tem-se que saber o que é necessário para
existir um tributo, quais seus elementos necessários. Tudo isso tem a ver com o
conteúdo da norma.
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ATENÇÃO!
Regra geral: Lei ordinária (Lo);
Exceções: Lei complementar (Lc) (empréstimos compulsórios – art. 148; imposto
sobre grandes fortunas – art. 153, VII; impostos residuais – art. 154, I; contribuições
previdenciárias residuais – art. 195, § 4º c/c art. 154, I).
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O STF entende que as matérias fora dos casos acima não estão abarcadas pelo
princípio da legalidade tributária. Portanto, a atualização monetária da base de
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ATENÇÃO! Embora não seja exigível lei para atualização monetária, deve existir uma
lei indicando qual índice de correção monetária será utilizado pelo ente.
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Conforme o art. 113 do CTN, a obrigação de pagar sempre tem que ser por
meio de lei. Já as obrigações acessórias decorrem da legislação tributária e se
perfazem em obrigações de fazer e não fazer (art. 113, § 2º, CTN).
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Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão instituir os seguintes tributos:
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e
serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos,
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identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da
lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas
do contribuinte.
Por fim, impende destacar que, com o fito de ajudar a aplicação do princípio
da capacidade contributiva nos tributos de natureza real, tem-se dois princípios
conexos a ele:
PROGRESSIVO ≠ PROPORCIONAL
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Esse princípio tem como fundamento evitar que o contribuinte seja pego
desprevenido com aumento da carga tributária. Tem ligação direta com o princípio da
segurança jurídica e, ainda, com os princípios da legalidade, da irretroatividade, da
anterioridade e da noventena.
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ATENÇÃO! Não se retroage lei que se refira ao TRIBUTO, ainda que a alteração
traga benefícios ao contribuinte, como, por exemplo, a diminuição das alíquotas.
ATENÇÃO! Em síntese:
Lei interpretativa – qualquer caso; apenas não se aplica a penalidade à infração dos
dispositivos interpretados;
Retroatividade benigna – só se aplica à penalidade tributária, desde que não tenha
sido definitivamente julgado.
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É um princípio que veio para se agregar ao princípio da irretroatividade
tributária, assegurando, ainda mais, a segurança jurídica tributária. O marco temporal
para sua verificação é a data da publicação da nova lei, ou seja, a lei nova só produzirá
efeitos no exercício financeiro posterior ao da publicação.
Observe como se dispõe o princípio na CF:
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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios:
III - cobrar tributos: (...)
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a
lei que os instituiu ou aumentou;
Como a CF exige Lc para alterar fatos sobre direito financeiro, esse período só
poderia ser modificado por este tipo de norma.
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ATENÇÃO! Princípio da anualidade: esse princípio surgiu na CF/67, mas hoje não
existe mais para o Direito Tributário, abolido com a Ec nº 01/1969. Antes, era exigido
que a cobrança de tributos fosse autorizada pela LOA de cada ano.
Outra questão se encontra na disposição do art. 104, III, do CTN, que prevê a
aplicação do princípio da anterioridade ordinária, no caso de extinção ou redução de
isenções. Veja o texto da lei:
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Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte
àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei,
referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser
de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o
disposto no artigo
CPF: 178.
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ATENÇÃO! Nesse julgado de 2014, acima transcrito, o Min. Roberto Barroso afirmou:
“Deve ser entendida como majoração do tributo toda alteração ocorrida nos
critérios quantitativos do consequente da regra-matriz de incidência. Sob tal
perspectiva, um aumento de alíquota ou uma redução de benefício relacionada a
base econômica apontam para o mesmo resultado: agravamento do encargo”.
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ANTERIORIDADE ANTERIORIDADE
LEGALIDADE
ORDINÁRIA NONAGESIMAL
II II II
IE IE IE
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IPI IPI IR
Contribuições para
Seguridade Social
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Não obstante esse julgado, a 1ª Turma do STF entendeu que o teto para a
multa de ofício seria o próprio valor da obrigação principal, isto é, 100%. Vislumbre o
trecho da ementa a seguir:
Com esses dois julgados acima, observa-se que há dois limites percentuais
indicados pelo STF às multas. Nesse diapasão, necessário diferenciar a multa moratória
da multa de ofício.
A multa moratória decorre do atraso no pagamento do tributo.
Já a multa de ofício é a chamada multa punitiva, decorrente de infrações.
Pense no seguinte exemplo: o contribuinte atrasa, por esquecimento, apenas
2 dias no pagamento do tributo e, por conta desse atraso, vai pagar uma mora no
percentual de 100%. Abusivo e confiscatório, não é? Por isso, o STF fixou em 20% o
teto para multa moratória.
Então, para o caso da multa moratória, o percentual é menor, qual seja, 20%.
Agora, pense em um contribuinte que sonega um fato para se livrar da
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tributação, cometendo, nesse caso, um crime contra a ordem tributária. Seria
confiscatório uma punição de 100% sobre o valor do crédito tributário, que o
contribuinte, dolosamente, sonegou? O STF entendeu que não, por ser uma conduta
mais grave.
Assim, para o caso de multa punitiva (de ofício), o percentual é maior, qual
seja, 100%. CPF: 860.542.154-18
ATENÇÃO! Conclusão:
Confisco deve ser analisado na totalidade da carga tributária; dentro de determinado
período, à mesma pessoa política; e o legislador deve observar o condicionamento
do grau de insuportabilidade econômico-financeira aos padrões de razoabilidade
destinados a neutralizar excessos de ordem fiscal;
Confisco difere da pena de perdimento;
Pode ser analisado nas taxas e nas multas tributárias (limite máximo de 20% - multa
moratória – e de 100% - multa de ofício).
A CF assim dispõe:
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A exceção é do ICMS estadual, uma vez que foi instituído pela própria CF, não
havendo que se falar em inconstitucionalidade.
Quanto à ressalva do próprio inciso, afirmamos, no item 01 do edital do
Mege, que o STF firmou o entendimento de que o pedágio possui a mesma natureza
jurídica do preço público. Conforme decisão do STF, o pedágio somente seria
arrecadado se, quando e cada vez que houvesse efetivo uso da rodovia, não sendo
cobrado compulsoriamente de quem não utilizar a via (ADI 800/RS, rel. Min. Teori
Zavascki, 11.6.2014).
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Art. 151. É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território
nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a
Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de
outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a
promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico
entre as diferentes regiões do País;
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a
remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos,
em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para
seus agentes;
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados,
do Distrito Federal ou dos Municípios.
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Uma terceira exceção apresentada pela doutrina e pelo STF, mas não prevista
na CF, refere-se à possibilidade de o tratado internacional conceder isenções de
tributos estaduais e municipais. Isso é possível porque o Presidente da República, ao
celebrar tratados, age como Chefe de Estado, em nome da República Federativa do
Brasil, e não em nome da União (ente político interno).
ATENÇÃO! As imunidades são sempre heterônomas, uma vez que são concedidas
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O STJ, ainda, entende que a União apenas estará isenta das custas na Justiça
Estadual se houver lei estadual nesse sentido ou convênio entre esses entes.
Sobre o tema, o STF considerou inconstitucional Lc Estadual que isentava
membros do MP das custas e emolumentos, sob argumento de ferir o princípio da
isonomia. Veja:
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1.4. ISENÇÕES
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restrita: parte do território;
iii) setorial: apenas a alguns segmentos
econômicos;
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ATENÇÃO! Atente que essa exceção do art. 155, § 2º, XII, “g”, CF, refere-se aos casos,
permitidos por Lc, em que os Estados e o DF concederão e revogarão isenções,
incentivos e benefícios fiscais sem ser por meio de lei específica.
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ATENÇÃO! Por que “não incidência tributária”? Porque a norma tributária não
incidirá em determinados fatos e, com isso, não haverá tributação.
ATENÇÃO!
Exemplo: IR; há várias hipóteses de incidência que estão previstas na lei. Basta que
ocorra o fato gerador para ensejar
CPF: o860.542.154-18
dever de pagar o tributo. Agora, se ocorrer um
fato que não estiver previsto nas hipóteses de incidência, este será considerado um
fato não tributado - NT.
Exemplos: tripas de porco; esponjas naturais de origem animal; ceras vegetais são
exemplos de produtos não tributados do IPI.
A União, nesses casos, poderia tributar esses produtos, mas escolheu não tributar.
Chama-se, então, de produtos não tributados ou simplesmente NT.
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ATENÇÃO! Exemplo: não se pode tributar uma bicicleta pelo IPVA, uma vez que não
se trata de veículo automotor (aquele que se locomove com seus próprios meios).
Se o Estado quisesse tributar as bicicletas com o IPVA não poderia, pois não detém
competência tributária para tributar esse veículo, já que não é considerado
automotor.
1.5.4. ALÍQUOTA-ZERO
CPF: 860.542.154-18
No caso da alíquota-zero, não se trata de imunidade ou isenção. Aqui, o ente
tributante competente para a criação do tributo fixa a alíquota zero (0%) a incidir
sobre a BC. Destarte, mesmo que ocorra o fato gerador da obrigação tributária, não
haverá pagamento de nenhum tributo, porque a multiplicação da alíquota 0% sobre
qualquer que seja o valor da BC sempre terá como resultado o número 0 (zero).
Geralmente, essa atribuição de alíquota-zero ocorre nos tributos de caráter
extrafiscal (II, IE, IPI, IOF), através de ato do Executivo, desde que, é claro, esteja essa
alíquota dentre o limite estipulado por lei.
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Art. 150.
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
ATENÇÃO! O STF decidiu que a sociedade de economia mista que possua ações
negociadas na bolsa de valores e voltada para a remuneração de capital de seus
controladores ou acionistas NÃO está sujeita à imunidade recíproca, ainda que tenha
por objeto a prestação de serviços públicos.
Conforme tese de repercussão geral proposta: “Sociedade de economia mista, cuja
participação acionária é negociada em Bolsas de Valores, e que, inequivocamente,
está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não está
abrangida pela regra de imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da
Constituição, unicamente em razão das atividades desempenhadas.” (STF - RE
600867, Relator(a): JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ Acórdão: LUIZ FUX, Tribunal
Pleno, julgado em 29/06/2020, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL -
MÉRITO DJe-239 DIVULG 29-09-2020 PUBLIC 30-09-2020)
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1.5.6. IMUNIDADE DOS TEMPLOS DE QUALQUER CULTO – ART. 150, VI, “B”, CF
Essa imunidade visa a proteger o culto das religiões. Para que se considere
templo, é preciso que exista uma pessoa jurídica organizada e que pratique atividades
com fins religiosos. Essa imunidade só se refere ao patrimônio, renda e serviços
relacionados à sua finalidade essencial (§ 4º, art. 150, VI, CF).
Art. 150.
VI - instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”,
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, 42
relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas
mencionadas.
Diante disso, o STF entende que se o imóvel da entidade religiosa for alugado
a terceiros, aquele continua imune, tendo que ser comprovado apenas se o fruto do
CPF:
aluguel se reverte às finalidades 860.542.154-18
essenciais da instituição.
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ATENÇÃO! Não se aplica a imunidade aos cemitérios instituídos por particulares com
manifesta finalidade lucrativa.
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ATENÇÃO! A Lei nº 9.532/97, em seu art. 12, traz alguns requisitos da aplicação da
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imunidade em comento às instituições de educação ou de assistência social.
Dentre eles, como regra, impede a remuneração de seus dirigentes pelos serviços
prestados.
Como exceção, apresenta três:
i) associações, fundações ou organizações da sociedade civil, sem fins lucrativos, cujos
dirigentes poderão ser remunerados, desde que atuem efetivamente na gestão
executiva e desde que cumpridos os requisitos previstos nos arts. 3o e 16 da Lei
no 9.790, de 23 de março de 1999;
ii) remuneração aos diretores não estatutários que tenham vínculo empregatício (ou
seja, contratados pela CLT); e
iii) a remuneração aos dirigentes estatutários, desde que recebam remuneração
inferior, em seu valor bruto, a 70% (setenta por cento) do limite estabelecido para a
remuneração de servidores do Poder Executivo federal.
Importante mencionar que essa Lei nº 9.532/97 realiza diversas alterações na
legislação federal, isto é, trata de vários dispositivos normativos de temas distintos.
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Diante disso e do disposto no art. 202, § 3º, da CF, os entes políticos e suas
entidades não podem ser beneficiados da imunidade das entidades assistenciais, visto
que tal norma impede que eles contribuam sozinhos para uma previdência
complementar de seus servidores.
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Veja, ainda, a súmula 657 do STF: “A imunidade prevista no art. 150, VI, "d",
da Constituição Federal abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à
publicação de jornais e periódicos”.
O STF também entendeu serem imunes os filmes destinados à produção de
capas de livros (RE 392221, j. 18.05.2004).
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ITR
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
VI - propriedade territorial rural;
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei,
quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel;
Outras imunidades
Art. 5º
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do
pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para
defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse
pessoal;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou
de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e 50
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na
forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
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b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data,
e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da
cidadania.
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso,
de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos
reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição;
§ 2º O imposto previsto no inciso II:
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização
de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos
decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de
pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade
preponderante do adquirente for a compra e venda desses
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2. JURISPRUDÊNCIA
SÚMULAS DO STF
SÚMULAS DO STJ
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Súmula 508 - A isenção da Cofins concedida pelo art. 6º, II, da LC n. 70/1991 às
sociedades civis de prestação de serviços profissionais foi revogada pelo art. 56 da Lei
n. 9.430/1996.
Súmula 352 - A obtenção ou a renovação do Certificado de Entidade Beneficente de
Assistência Social (Cebas) não exime a entidade do cumprimento dos requisitos legais
supervenientes.
JULGADOS DO STF
ATENÇÃO! Nesse julgado, o STF apenas informou que os imóveis dos correios se
encontram presumidamente afetados ao serviço. Caberá à Administração Tributária
afastar essa imunidade com prova em contrário.
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- IPTU. Lote vago. Não incidência. 4. A imunidade tributária, prevista no art. 150, VI, c,
da CF/88, aplica-se aos bens imóveis, temporariamente ociosos, de propriedade das
instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos que atendam os
requisitos legais. (STF - RE 767332 RG, repercussão geral, j. 31.10.2013)
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ATENÇÃO!
Se a entidade imune for contribuinte de direito: incide a imunidade subjetiva.
Se a entidade imune for contribuinte de fato: não incide a imunidade subjetiva.
55
- A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal (CF),
aplica-se ao livro eletrônico (“e-book”), inclusive aos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-lo. (INFO 856 – STF – repercussão geral – j. 08.03.2017)
- Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato
normativo infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da
atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato do próprio conselho de
fiscalização em percentual superior aos índices de correção monetária legalmente
previstos. (STF – RE 838284, repercussão geral, j. 19.10.2016)
- É inconstitucional, por ofensa ao princípio da legalidade tributária, lei que delega aos
conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas a competência de fixar ou
majorar, sem parâmetro legal, o valor das contribuições de interesse das categorias
profissionais e econômicas, usualmente cobradas sob o título de anuidades, vedada,
ademais, a atualização desse valor pelos conselhos em percentual superior aos índices
legalmente previstos. (STF - RE 704292 – repercussão geral - 2016)
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- O art. 150, VI, “c” da CF/88 prevê que as instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, gozam de imunidade tributária quanto aos impostos, desde
que atendidos os requisitos previstos na lei. A imunidade somente incide sobre o
patrimônio, a renda e os serviços da instituição de ensino que estejam relacionados
com as suas finalidades essenciais (art. 150, § 4º da CF/88). As entidades do chamado
“Sistema S”, tais como SESI, SENAI, SENAC e SEBRAE, também gozam de imunidade
porque promovem cursos para a inserção de profissionais no mercado de trabalho,
sendo consideradas instituições de educação e assistência social. Se o SENAC adquire
um terreno para a construção de sua sede, já havendo inclusive um projeto nesse
sentido, deverá incidir a imunidade nesse caso considerando que o imóvel será
destinado às suas finalidades essenciais. STF. 1ª Turma. RE 470520/SP, rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 17/9/2013 (Informativo 720).
- Constituição estadual não pode prever imunidade tributária para tributos estaduais e
municipais incidente sobre os veículos de radiodifusão. STF. Plenário. ADI 773/RJ, Rel.
Min. Gilmar Mendes, julgado em 20/8/2014 (Informativo 755).
- A CF/88 determina, em seu art. 146, III, “c”, que a Lei Complementar estabeleça
adequado tratamento tributário ao ato cooperativo. Isso, contudo, não significa que
esteja sendo dada imunidade tributária às sociedades cooperativas. STF. 2ª Turma. AI
740269 AgR/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 18/9/2012
56
- A entidade que goza de imunidade tributária tem o dever de cumprir as obrigações
acessórias, dentre elas a de manter os livros fiscais. STF. 1ª Turma. RE 250844/SP, rel.
Min. Marco Aurélio, 29/5/2012.
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- A obrigação acessória decorre da legislação tributária (art. 113, § 2º, do Código
Tributário Nacional). Esse termo não engloba apenas as leis, mas também “os tratados
e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem,
no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes” (art. 96 do
Código Tributário Nacional). 3. A imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a, da
Constituição) impede que os entes públicos criem uns para os outros obrigações
relacionadas à cobrança deCPF: 860.542.154-18
impostos, mas não veda a imposição de obrigações
acessórias. (STF - ACO 1098, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado
em 11/05/2020)
- A imunidade assegurada pelo art. 150, VI, ‘c’, da Constituição da República aos
partidos políticos, inclusive suas fundações, às entidades sindicais dos trabalhadores e
às instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, que atendam
aos requisitos da lei, alcança o IOF, inclusive o incidente sobre aplicações financeiras.
(STF - RE 611510, Relator(a): ROSA WEBER, Tribunal Pleno, julgado em 13/04/2021)
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JULGADOS DO STJ
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3. QUESTÕES
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b) à União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos estados e do Distrito
Federal.
c) aos municípios estabelecer diferença tributária entre serviços de qualquer natureza
em razão da capacidade econômica dos contribuintes.
d) à União tributar a remuneração e os proventos dos agentes públicos municipais.
e) aos estados estabelecer diferença tributária entre bens de qualquer natureza em
razão de seu valor.
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5. (FGV/TJAP/JUIZ DE DIREITO/2022) A instituição de assistência social ZZ, sem fins
lucrativos, adquiriu, junto à sociedade empresária XX, diversos equipamentos que
seriam integrados ao seu ativo permanente, visando ao pleno desenvolvimento de
suas atividades regulares. Para surpresa dos seus diretores, constatou-se que, na
nota fiscal emitida por XX, constava o imposto sobre circulação de mercadorias e
sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e
comunicação (ICMS) devido pela operação de venda, na qual ZZ figurava como
adquirente. Nas circunstâncias indicadas, a incidência do ICMS é:
a) incorreta, pois a imunidade tributária subjetiva de ZZ incide nas hipóteses em que
figure como contribuinte de direito e de fato;
b) incorreta, desde que ZZ demonstre que arcou com o ônus financeiro do respectivo
tributo, por se tratar de imposto indireto;
c) correta, pois a imunidade tributária subjetiva de ZZ somente incide quando figure
como contribuinte de direito, não de fato;
d) incorreta, desde que ZZ demonstre que o montante correspondente à desoneração
tributária será aplicado em sua atividade fim;
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4. GABARITO COMENTADO
1) C
CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[...]
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153,
I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos
arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos
previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
2) C
A Constituição Federal de 1988 garante imunidade tributária em relação aos impostos
para diversos entes, dentre os quais estão as instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, desde que atendidos os requisitos da lei (art. 150, inciso VI,
alínea “c”, da CF/88).
A Lei nº 9.532/97 estabeleceu, em seu art. 12, alguns requisitos a que se refere a
Constituição para as instituições de educação ou de assistência social.
Como regra, o art. 12, § 2º, “a”, dessa lei, impede a remuneração dos dirigentes da 62
entidade pelos serviços prestados, trazendo, por outro lado, algumas exceções.
Dentre as exceções, o art. 12, § 4º, I, dispõe:
“§ 4º A exigência a que se refere a alínea “a” do § 2º não impede: (Incluído pela Lei nº
12.868, de 2013)
I - a remuneração aos diretores
CPF:não estatutários que tenham vínculo empregatício;”
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A questão traz a contratação de um médico pela CLT para cumprir a função de
dirigente não estatutário da entidade. Desse modo, esse profissional possui um vínculo
empregatício, já que contratado pela CLT, e exercerá a função de diretor não
estatutário.
Assim, tal contratação, nos moldes da questão, não pode descaracterizar a condição
de imunidade da entidade, de modo que a resposta correta é a letra “C”.
3) A
O princípio da vedação às isenções heterônomas ou heterotópicas se deve ao fato de
que o poder de isentar é proveniente do poder de tributar.
“Art. 151. É vedado à União:
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou
dos Municípios.”
Portanto, correta a letra “A”.
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4) C
Tema foi julgado pelo STF na ADI 3421/PR, cuja ementa relata o seguinte:
“ICMS – SERVIÇOS PÚBLICOS ESTADUAIS PRÓPRIOS, DELEGADOS, TERCEIRIZADOS OU
PRIVATIZADOS DE ÁGUA, LUZ, TELEFONE E GÁS – IGREJAS E TEMPLOS DE QUALQUER
CRENÇA – CONTAS – AFASTAMENTO – “GUERRA FISCAL” – AUSÊNCIA DE
CONFIGURAÇÃO. Longe fica de exigir consenso dos Estados a outorga de benefício a
igrejas e templos de qualquer crença para excluir o Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços nas contas de serviços públicos de água, luz, telefone e gás.”
Assim, percebe-se que o STF entendeu que a concessão de isenção por não
representar vantagem nenhuma para o Estado concedente não pode ser considerada
“guerra fiscal”.
Logo, o item correto é o C.
5) C
A questão trata de Imunidade Tributária Subjetiva prevista na CF, em virtude de que
certas pessoas não poderão sofrer a incidência de tributos.
O ICMS é um tributo indireto que permite a transferência do seu encargo econômico
para uma pessoa diferente daquela definida em lei como sujeito passivo, ou seja,
existe a figura do contribuinte de fato e do contribuinte de direito.
63
A questão espelha o entendimento do STF proferido em sede de Repercussão Geral:
“A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de
contribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo
irrelevante, para a verificação da existência do beneplácito constitucional, a
repercussão econômica do tributo envolvido”.
STF. Plenário. RE 608872/MG, CPF:
Rel. 860.542.154-18
Min. Dias Toffoli, julgado em 22 e 23/2/2017
(repercussão geral) (Info 855).
Portanto, correta a letra “c”.
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