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1.

Princípios de Torneamento com Bedames

O princípio básico de torneamento com bedame é a deflexão da ferramenta


de corte, que resulta em um ângulo de folga , entre o inserto e a peça. O ângulo de
folga da força lateral de corte (F f força de avanço) e, não é constante.como no caso
de insertos ISO. A deflexão é influenciada pelos seguintes fatores:
f [mm/rot]: Avanço
ap [mm]: Profundidade de corte
T [mm]: Balanço do suporte
A [mm]: Largura do suporte
vc [m/min]: Velocidade de corte
Material da peça

Quando os fatores acima permanecem constantes durante o torneamento um


alto grau de precisão com tolerância de até  0,01 mm pode ser alcançado.

1.1 Largura do Inserto

Geralmente a largura do inserto deve ser tão larga quanto possível e isto
contribui para a resistência. Entretanto, há adicionais considerações que devem ser
tomadas com o objetivo de escolher a largura correta.
 Tamanho da peça e estabilidade da fixação: uma grande largura significa grandes
forças de corte durante o ranhuramento. Uma largura que é tão grande pode
causar deformação da peça e/ou vibração. Quando usar uma largura grande
tenha certeza que a máquina tem potência suficiente;
 Estratégia de usinagem: ranhuramento em uma sequência correta deve também
afetar a sua escolha;
 Balanço requerido: uma ferramenta com grande balanço vai requerer um inserto
largo para manter a estabilidade. A largura do inserto alta e baixa, pode requer
altas forças para defletir o lado. Se a profundidade de corte é pequena. A largura
do inserto deve ser proporcionalmente menor para garantir a deflexão requerida.

1.2 Raio do Inserto

A escolha do raio do inserto por uma aplicação particular é uma combinação


de muitos fatores:
 Um grande raio em operações de usinagem normalmente melhora a qualidade da
superfície;
 Um inserto com um grande raio tem uma melhor distribuição do carregamento de
corte e do calor gerado. É mais forte e assegura uma longa vida da ferramenta;
 Pequenos raios em insertos grip resultam em aumento das forças laterais da
deflexão lateral, impedindo instabilidade, especialmente com pequenas
profundidades de corte e avanço;
 O melhor raio para uso é basicamente determinado pela geometria e dimensões
da peça. O mais seguro para a peça é fixar bem na máquina ferramenta, quanto
maior o raio da ferramenta;
 Quando o raio do comprimento da peça comparado ao diâmetro é grande,
insertos com pequenos raios vão prevenir vibrações;
 Um grande raio propicia usinagem com grande avanço;
 Em operações de perfilhamento, insertos com grande raio ou raio cheio são
exigidos.
1.3 Sequência Correta de Ranhurar

Quando é feita uma ranhura onde a largura do inserto é diferente da largura


da ranhura, é recomendado selecionar um inserto que será capaz de ranhurar
simetricamente de forma que o material estará sempre no centro do inserto. Esta
prática vai assegurar melhor quebra de cavacos e forças de corte simétricas.

1.4 Eliminando “anel pendurado”

Quando torneamos no fim de uma barra ou em direção ao recesso entre 2 paredes,


um “ anel pendurado”, pode ser formado. Para eliminar este “anel pedurado”:
1. Torneie em direção ao recesso. Pare uma pequena distância antes de alcançar o
recesso;
2. Afaste a ferramenta e reposicione-a;
3. Usine como mostrado. O final da operação alcança o lado e a planeza da parede
lateral.
(1) (2) (3)

1.5 Operação de Acabamento: Compensação do Diâmetro

Um fator de compensação para o diâmetro final deve ser usado na operação


final de usinagem. Depois do ranhuramento é exigido um diâmetro final e, a direção
de usinagem é normalmente trocada pelo torneamento longitudinal. No ponto que
ocorre a deflexão. Se a usinagem continua sem correção, canto A vai penetrar no
material. Isto vai resultar em 2 diâmetros diferentes: ØD1 do ranhuramento e ØD2 do
torneamento. A diferença entre ØD1 e ØD2 é o valor definido como . O fator de
compensação /2 é expresso por:

Δ ØD1-ØD2
=
2 2

Usando o fator de compensação será eliminado pequenos degraus na


superfície. Deve-se seguir um simples procedimento de usinagem:
1. Ranhure até o final do diâmetro;
2. Retraia a ferramenta com uma distância igual a /2;
3. Continue a operação de torneamento de acabamento.
1.6 Usinando entre Paredes

Uma das vantagens mais importantes dos sistemas de torneamento de


ranhuras é a habilidade de usinar entre paredes. Para alcançar os melhores
resultados a seguinte sequência é recomendada.
Desbaste (Roughing):
1 - Mergulhe para a profundidade de corte e, retorne radialmente 0,2 mm;
2 - Torneie longitudinalmente e, retraia no fim do corte 0,2 mm simultaneamente nas
direções radial e axial;
3 - Mergulhe novamente e repita os mesmos passos do ciclo e deixando 0,2 mm nas
laterais para o corte de acabamento. A mínima profundidade de corte tem que ser
ap  r x 1,2.
Acabamento (Finishing)
1 - Mergulhe no lado direito alcançando a tangente do raio da base;
2- Retraia e usine todo o contorno, puxando para trás por valor de compensação ao
longo da base.

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